• Nenhum resultado encontrado

Análise e síntese de sistemas de controle robusto baseado no método evolução diferencial

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise e síntese de sistemas de controle robusto baseado no método evolução diferencial"

Copied!
87
0
0

Texto

(1)

Associa¸c˜

ao Ampla Entre CEFET-MG e UFSJ

An´

alise e s´ıntese de sistemas de controle robusto baseado

no m´etodo evolu¸c˜

ao diferencial

Devair de Moura Marcos

Belo Horizonte

2016

(2)

Devair de Moura Marcos

An´

alise e s´ıntese de sistemas de controle robusto baseado

no m´etodo de evolu¸c˜

ao diferencial

Disserta¸c˜

ao

de

mestrado

apresentada

ao

Programa de P´

os-Gradua¸c˜

ao em Engenharia

El´

etrica, associa¸c˜

ao ampla entre o

CEFET-MG e UFSJ como parte dos requisitos exigidos

para a obten¸c˜

ao do t´ıtulo de Mestre em

Engenharia El´

etrica.

´

Area

de

concentra¸

ao:

Modelagem e

Controle de Sistemas.

Linha de Pesquisa: Sistemas de Controle.

Orientador:

Prof.

Dr.

Eduardo Nunes

Gon¸calves.

Belo Horizonte

2016

(3)
(4)

—–

Dedico este trabalho `a Deus, `a minha fam´ılia, aos meus professores e amigos.

(5)

Agrade¸co primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela for¸ca e pela perseveran¸ca que me foram concebidas durante toda minha vida.

Agrade¸co `a minha fam´ılia representada por minha m˜ae Leci Leila de Moura, av´o Minervina Firmina Duque,Tia av´o Carmita de Souza Duque, por acompanharem meus passos e me incentivarem a al¸car voos mais altos. Por me ensinarem todos os valores leais e me tornarem uma pessoa melhor. Agrade¸co aos meus irm˜aos, Jair de Moura, e a sua esposa e filhos, e Edivaldo de Moura por todo o suporte fornecido, por sempre me incentivarem e me mostrarem o caminho. Agrade¸co em especial a todos os meus amigos representados na pessoa de Lu´ıza Dias pela amizade e apoio concedido.

Agrade¸co ao meu professor orientador, Eduardo Nunes Gon¸calves, pelo acompanhamento durante todo este trabalho. Agrade¸co pela oportunidade de poder trabalhar com ele, pelo exemplo de respeito, seriedade diante do processo de transferˆencia de conhecimento e pela enorme contribui¸c˜ao na minha forma¸c˜ao.

Agrade¸co aos professores,M´arcio Mathias, Valter Leite e Giovanni Guimar˜aes Rodrigues por estarem sempre dispon´ıveis para ajudar e pelo profissionalismo como professores.

Aos amigos Thiagos em geral, pelas dicas na disserta¸c˜ao e trabalhos realizados em con-junto. Aproveito aqui para desejar sucesso na caminhada de todos vocˆes.

Ao CEFET-MG, CNPq, CAPES e a FAPEMIG pelos apoios financeiros, que deram suporte para a realiza¸c˜ao desta disserta¸c˜ao.

Enfim, agrade¸co a todos que sempre torceram pelo meu sucesso e me ajudaram a construir e concretizar este sonho.

(6)

—–

“Feliz a na¸c˜ao cujo Deus ´e o SENHOR.” B´ıblia King James, Salmos 33:12

(7)

Esta disserta¸c˜ao apresenta metodologias de an´alise e s´ıntese de sistemas de controle robus-tos, para sistemas incertos lineares invariantes no tempo, com dom´ınio polit´opico de incerteza, baseado no m´etodo de otimiza¸c˜ao evolu¸c˜ao diferencial. Formula¸c˜oes para an´alise e s´ıntese de sistemas de controle robusto baseadas em desigualdades matriciais lineares s˜ao bastante populares, mas podem apresentar resultados conservadores ou at´e mesmo falhar na obten¸c˜ao de resultados para sistemas de ordem mais elevada ou com maior n´umero de v´ertices do politopo. Em trabalho anterior foi verificado que combinando uma formula¸c˜ao de an´alise ba-seada em desigualdades matriciais lineares com uma t´ecnica de divis˜ao de politopos ´e poss´ıvel determinar se um sistema polit´opico ´e robustamente est´avel ou localizar uma instˆancia de sistema inst´avel no politopo em caso contr´ario. Al´em disso, ´e poss´ıvel determinar os valores de custos garantidos H2 ou H∞ com qualquer precis˜ao necess´aria na an´alise de desempenho

robusto (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2006a). Entretanto tal metodologia tem a desvantagem de um r´apido crescimento de custo computacional com a complexidade do sistema. Um dos objetivos dessa disserta¸c˜ao ´e propor uma forma alternativa de an´alise de estabilidade e desempenho robusto visando um menor custo computacional na aplica¸c˜ao do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial.

O problema de controle robusto requer a otimiza¸c˜ao do desempenho garantindo a estabi-lidade de infinitos sistemas pertencentes ao dom´ınio de incerteza, um problema de otimiza¸c˜ao semi-infinita de dif´ıcil solu¸c˜ao. Em trabalhos anteriores foi proposto resolver tal problema atrav´es de um procedimento iterativo de dois passos, s´ıntese e an´alise, implementados pelos algoritmos cone-elipsoidal e m´etodo Branch-and-Bound, respectivamente (Gon¸calves, Pa-lhares & Takahashi 2005, Gon¸calves, PaPa-lhares & Takahashi 2006, Gon¸calves, PaPa-lhares & Takahashi 2008, Gon¸calves, Gon¸calves, Palhares & Takahashi 2012, Siqueira, Silva, Gon¸cal-ves, Palhares & Takahashi 2014). Nesta disserta¸c˜ao ´e proposto aplicar o m´etodo evolu¸c˜ao

(8)

diferencial para ambos os passos do procedimento de s´ıntese.

Palavras-chave: Controle robusto, sistema polit´opico, m´etodo evolu¸c˜ao diferencial.

(9)

This dissertation presents methodologies of analysis and synthesis of robust control sys-tems, for uncertain linear time-invariant syssys-tems, with polytopic uncertainty domain, based on the differential evolution method. Robust control analysis and synthesis formulations ba-sed on linear matrix inequalities are quite popular but can present conservative results or can even fail to obtain results in the case of higher order systems or more polytope vertices. In previous works it was verified that combining an analysis formulation based on linear matrix inequalities with a polytope division technique,it is possible to determine whether a poly-topic system is robustly stable or to locate an instance of unstable system in the polytope otherwise. In addition, it is possible to determine the H2 or H∞ guaranteed costs with any

required precision in the robust performance analysis. However this method has the disadvan-tage of a fast increase of the computational cost with the increase of the system complexity. One of the objectives of this dissertation is to propose an alternative way of robust stability and performance analysis with lower computational cost applying the differential evolution method.

The robust control problem requieres the optimization of the performance ensuring sta-bility for infinite systems belonging to the uncertainty domain, a semi-infinity optimization problem that is difficult to solve. In previous works it was proposed to solve this problem by a two-step iterative procedure, synthesis and analysis, implemented by the cone-ellipsoidal algorithm and branch-and-bound method, respectively. In this dissertation, it is proposed to apply the differential evolution method for both steps of the synthesis iterative procedure.

Keywords : Robust control, polytopic system, differential evolution method.

(10)

Sum´

ario

Agradecimentos v

Resumo vii

Abstract ix

Lista de Acrˆonimos xvi

Lista de Nota¸c˜oes xvii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Revis˜ao Bibliogr´afica . . . 1

1.2 Motiva¸c˜ao . . . 5

1.3 Objetivos . . . 6

1.4 Organiza¸c˜ao do Trabalho . . . 7

2 M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial 9 2.1 Introdu¸c˜ao . . . 9

2.2 T´ecnica de otimiza¸c˜ao baseada no m´etodo evolu¸c˜ao diferencial (DE) . . . 10

2.2.1 Muta¸c˜ao . . . 11

2.2.2 Recombina¸c˜ao . . . 14

2.2.3 Sele¸c˜ao . . . 14

2.2.4 Algoritmo b´asico . . . 14

2.3 Conclus˜ao . . . 15

3 An´alise de Estabilidade Robusta 16 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 16

(11)

3.3.1 Popula¸c˜ao Inicial . . . 19

3.3.2 Muta¸c˜ao diferencial . . . 20

3.3.3 Cruzamento . . . 21

3.3.4 Tratamento das restri¸c˜oes . . . 21

3.3.5 Sele¸c˜ao . . . 22

3.3.6 Crit´erio de parada . . . 22

3.4 Testes exaustivos . . . 22

3.5 An´alise de Diferentes Op¸c˜oes . . . 26

3.6 Conclus˜oes . . . 31

4 M´etodo DE no C´alculo de Custos Garantidos H2 e H∞ 32 4.1 Fundamenta¸c˜ao te´orica . . . 32

4.2 Normas de sinais e sistemas . . . 33

4.3 Formula¸c˜ao do problema . . . 36

4.4 M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial aplicado ao c´alculo de custos garantidos H2 e H∞ 39 4.4.1 Popula¸c˜ao Inicial . . . 39

4.4.2 Muta¸c˜ao diferencial . . . 40

4.4.3 Crit´erio de parada . . . 40

4.5 Testes exaustivos . . . 40

4.6 Conclus˜oes . . . 45

5 S´ıntese de Controladores Robustos pelo M´etodo DE 50 5.1 Fundamenta¸c˜ao te´orica . . . 50

5.2 Formula¸c˜ao do problema . . . 51

5.3 Procedimento de S´ıntese Iterativo . . . 53

5.4 Aplica¸c˜ao do M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial no Passo de S´ıntese . . . 54

5.4.1 Popula¸c˜ao Inicial . . . 55

5.4.2 Muta¸c˜ao diferencial . . . 55

5.4.3 Cruzamento . . . 55

5.4.4 Tratamento das restri¸c˜oes . . . 55

(12)

5.4.5 Crit´erio de parada . . . 55 5.5 Exemplo Ilustrativo . . . 56 5.6 Conclus˜oes . . . 58

6 Conclus˜ao 62

6.1 M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial aplicado `a An´alise de Estabilidade Robusta . . . 62 6.2 M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial aplicado ao C´alculo de Custos Garantidos H2 ou

H∞ . . . 63

6.3 S´ıntese de Controladores Robustos pelo M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial . . . 64 6.4 Propostas para Trabalhos Futuros . . . 64 6.5 Trabalhos Apresentados em Eventos Cient´ıficos Relativos `a Disserta¸c˜ao . . . . 65

Referˆencias 66

Apˆendice 70

(13)

2.1 Diagrama de bloco das principais etapas do algoritmo DE . . . 11 2.2 Operadores muta¸c˜ao e recombina¸c˜ao no espa¸co de parˆametros bidimensional . 13 3.1 Exemplo de opera¸c˜oes de muta¸c˜ao, cruzamento e tratamento de restri¸c˜ao para

η = 2. . . 22 3.2 Superf´ıcie de maxiR(λi(A(χ))), em fun¸c˜ao de χ2 e χ6, para um modelo com

η = 8. . . 26 3.3 Regi˜oes de n´ıvel de maxiR(λi(A(χ))), em fun¸c˜ao de χ2 e χ6, para um modelo

com η = 8. . . 27 4.1 Superf´ıcie de kTzw(s, χ)k2, em fun¸c˜ao de χ2 e χ5, para um modelo com n = 8

e η = 8. . . 43 4.2 Perfil de kTzw(s, χ)k2, sobre a aresta que ocorre o pior caso para um modelo

com n = 8 e η = 8. . . 44 4.3 Fun¸c˜oes limitantes inferior e superior do m´etodo BB no c´alculo do custo

ga-rantido H2 para um modelo com n = 8 e η = 8. . . 45

4.4 Perfil de kTzw(s, χ)k∞, sobre a aresta onde ocorre o pior caso para um modelo

com n = 4 e η = 8. . . 46 4.5 Divis˜ao de simplex pelo m´etodo BB e m´aximo obtido para um modelo com

η = 3. . . 47 4.6 Popula¸c˜ao inicial ,’o’, ap´os 10 itera¸c˜oes, ’’, e final, ’x’, do m´etodo DE para

um modelo com η = 3. . . 48 4.7 Superf´ıcie de kTzw(s, χ)k∞, em fun¸c˜ao de χ1 e χ2, para um modelo com η = 3. 49

5.1 Fronteira candidata a Pareto-´otima obtida pelo m´etodo DE, ’◦’, e pelos m´ eto-dos CE/BB, ’’. . . 58

(14)

5.2 Nuvem de polos de kTzw(s, α)k∞ com 1 itera¸c˜ao para ε2 = 0,01. . . 59

5.3 Superf´ıcie de kTcd(s, α)k∞. . . 60

5.4 Curvas de n´ıvel de kTcd(s, α)k∞ com os pontos de eΩ, •, ap´os 10 itera¸c˜oes com

ε2 = 0,01. . . 61

(15)

3.1 Resultados do teste 1 . . . 23 3.2 Resultados do teste 2 . . . 25 3.3 Compara¸c˜ao entre diferentes op¸c˜oes de an´alise de estabilidade robusta pelo DE 29 3.4 Compara¸c˜ao entre dois valores de Cr na an´alise de estabilidade robusta pelo DE 30

3.5 Compara¸c˜ao entre trˆes valores de F na an´alise de estabilidade robusta pelo DE 30 3.6 Compara¸c˜ao entre n´umeros de solu¸c˜oes aleat´orias iniciais na an´alise de

esta-bilidade robusta pelo DE . . . 30 4.1 Resultados do teste exaustivo H2 . . . 42

4.2 Resultados do teste exaustivo H∞ . . . 42

(16)

Lista de Acrˆ

onimos

• PID – Proporcional-Integral-Derivativo • LMI – do inglˆes, Linear Matrix Inequality • SLIT – Sistema Linear Invariante no Tempo • DE – do inglˆes, Differential Evolution

• BB – do inglˆes, Branch-and-Bound • CE – Cone-Elipsoidal

(17)

• * - Bloco sim´etrico nas LMIs • R - Conjunto dos n´umeros reais • C - Conjunto dos n´umeros complexos • R -Parte real do n´umero

• G(s) =   A B C D  = C(sI − A)−1B + D

• kT k∞ - Norma H∞ da fun¸c˜ao de transferˆencia T

• kT k2 - Norma H2 da fun¸c˜ao de transferˆencia T

• I(m) -um n´umero inteiro pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo [1, m]

• U(a,b) -um n´umero real pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo (a, b)

• Ω -Conjunto polit´opico com infinitos sistemas

• eΩ -Conjunto polit´opico com n´umero finito de pontos

(18)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Revis˜

ao Bibliogr´

afica

Com o extenso desenvolvimento na ´area de sistemas lineares variantes no tempo e siste-mas n˜ao-lineares, a representa¸c˜ao de sistemas de controle por sistemas lineares invariantes no tempo (SLIT) ´e bastante empregada devido a sua maior simplicidade de an´alise e de s´ıntese e todo o desenvolvimento j´a consolidado na ´area. A aplicabilidade de SLIT ´e ainda maior quando inclu´ıdas incertezas no modelo. Tais incertezas podem ser decorrentes de dinˆamicas em alta-frequˆencia negligenciadas da planta, de n˜ao linearidades e de incertezas nos parˆ a-metros do sistema n˜ao precisamente conhecidos e que podem variar em faixas conhecidas. Uma forma bastante popular de se modelar sistemas incertos ´e trat´a-los como sistemas li-neares invariantes no tempo (SLIT), representados por modelos no espa¸co de estado, com incerteza polit´opica. Para esta representa¸c˜ao, cada um dos infinitos sistemas pertencentes ao dom´ınio de incerteza podem ser descritos como uma combina¸c˜ao convexa dos sistemas que correspondem aos v´ertices do politopo. Sistemas polit´opicos podem ser derivados de sistemas com parˆametros variando em faixas ou por diferentes pontos de opera¸c˜ao, por exemplo. A popularidade de sistemas polit´opicos ´e devida `as formula¸c˜oes de an´alise e s´ıntese baseadas em desigualdades matriciais lineares (LMIs, do inglˆes linear matrix inequality) (Boyd, El Ghaoui, Feron & Balakrishnan 1994). Por meio das formula¸c˜oes LMI, ´e poss´ıvel analisar e projetar sistemas de controle considerando somente os sistemas correspondentes aos v´ertices do politopo. Desse modo, problemas de factibilidade ou de otimiza¸c˜ao global n˜ao-convexos, de dif´ıcil solu¸c˜ao, s˜ao representados por problemas convexos de solu¸c˜ao mais simples. A

(19)

ponibilidade de softwares comerciais e gratuitos para solu¸c˜ao de problemas LMI refor¸caram a populariza¸c˜ao do uso de sistemas polit´opicos combinados com formula¸c˜oes LMI (Gahinet, Nemirovski, Laub & Chilali 1995),(Sturm 1999).

Existem diferentes formula¸c˜oes LMI para a an´alise de estabilidade robusta de SLIT repre-sentados por modelos polit´opicos, tanto cont´ınuo como discreto no tempo, ou no formato mais geral de D-estabilidade (Chilali & Gahinet 1996), derivadas das condi¸c˜oes de estabilidade se-gundo Lyapunov. A condi¸c˜ao de estabilidade quadr´atica (Boyd et al. 1994), baseada em uma fun¸c˜ao de Lyapunov simples, com uma ´unica vari´avel de Lyapunov para todos os v´ertices, ´

e a formula¸c˜ao mais simples, por´em a mais conservadora. Para reduzir o conservadorismo, podem-se utilizar vari´aveis de Lyapunov dependentes de parˆametros (Peaucelle, Arzelier, Ba-chelier & Bernussou 2000, Ramos & Peres 2002, Leite & Peres 2003, Oliveira & Peres 2005b) e fun¸c˜oes de Lyapunov com dependˆencia polinomial de parˆametros (Bliman 2004, Hen-rion, Arzelier, Peaucelle & Lasserre 2004, Chesi, Garulli, Tesi & Vicino 2005b, Oliveira & Peres 2006, Chesi 2008, Chesi 2010). Como verificado em Leite & Peres (2003) e Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita (2007b), a eficiˆencia da formula¸c˜ao LMI de an´alise diminui com o aumento do n´umero de v´ertices do politopo ou da ordem do sistema. ´E poss´ıvel obter formula¸c˜oes menos conservadoras aumentando o n´umero de vari´aveis de decis˜ao ao custo de um maior tempo de processamento. Mesmo com formula¸c˜oes LMIs mais complexas, nem sempre ´e poss´ıvel determinar se um sistema polit´opico ´e robustamente est´avel ou n˜ao. Este fato motivou o desenvolvimento de um m´etodo de an´alise combinando formula¸c˜oes LMIs com uma t´ecnica de divis˜ao de politopo (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2006b, Gon-¸calves et al. 2007b). Foi verificado que, quando uma formula¸c˜ao baseada em LMIs ´e n˜ao fact´ıvel para um determinado politopo, ela pode se tornar fact´ıvel se for aplicada as subdi-vis˜oes do politopo. Desse modo ´e poss´ıvel determinar se um sistema ´e robustamente est´avel dividindo cada politopo at´e que todos eles resultem em uma solu¸c˜ao fact´ıvel para formula¸c˜ao de an´alise LMI. Caso o sistema n˜ao seja robustamente est´avel, ´e poss´ıvel localizar uma ins-tˆancia de sistema inst´avel correspondente a um dos vertices dos politopos. Em (Gon¸calves et al. 2007b) foi verificado que o m´etodo LMI/divis˜ao requer menor custo computacional do que formula¸c˜oes LMIs mais complexas.

Um sistema de controle robusto deve garantir n˜ao somente a estabilidade robusta do sistema mas tamb´em o seu desempenho ´otimo para todos os valores poss´ıveis dos parˆametros

(20)

CAP´ITULO 1. INTRODU ¸C ˜AO 3 incertos. Uma das formas de caracterizar o desempenho de sistemas de controle ´e atrav´es de normas matriciais de determinadas matrizes de transferˆencia do sistema. Normas matriciais, como as normas H2 e H∞, proporcionam uma medida da influˆencia das entradas ex´ogenas

(dist´urbios de carga, ru´ıdos, sinais de referˆencia etc.) sobre as sa´ıdas controladas do sistema (erros de rastreamento, sinais de controle etc.) (Zhou & Doyle 1998).

Existem formula¸c˜oes LMI de an´alise para o c´alculo de um limitante superior para as normas H2 e H∞ dos infinitos sistemas pertencentes ao dom´ınio de incerteza polit´opico,

de-nominado custo garantido H2 ou H∞. Formula¸c˜oes LMI de an´alise baseadas no conceito

de estabilidade quadr´atica (Palhares, Takahashi & Peres 1997), com o uso de uma ´unica vari´avel de Lyapunov para todo o dom´ınio de incerteza, geralmente apresentam resultados conservadores, isto ´e, o limitante superior ´e muito maior que o valor real do m´aximo da norma. Da mesma forma que no caso da an´alise de estabilidade robusta, para reduzir o con-servadorismo, trabalhos posteriores adotaram o uso de vari´aveis de Lyapunov dependentes de parˆametros, vari´aveis matriciais extras e/ou parˆametros de sintonia, como por exemplo em Apkarian, Tuan & Bernussou (2001), de Oliveira, Geromel & Bernussou (2002), de Oli-veira, OliOli-veira, Leite, Montagner & Peres (2004a), de OliOli-veira, OliOli-veira, Leite, Montagner & Peres (2004b), Ebihara & Hagiwara (2004), Trofino, Coutinho & Barbosa (2005) e He, Wu & She (2005). Contudo, os valores obtidos por estas estrat´egias s˜ao apenas limites superiores dos custos exatos dos resultados obtidos que pode variar consideravelmente de um caso para outro. Para reduzir o conservadorismo, as novas formula¸c˜oes est˜ao cada vez mais complexas, requerendo maior esfor¸co computacional, como, por exemplo, as formula¸c˜oes baseadas em fun¸c˜oes de Lyapunov quadr´aticas com dependˆencia polinomial homogˆenea de grau arbitr´ario nos parˆametros (Chesi, Garulli, Tesi & Vicino 2005a, Oliveira & Peres 2005a). A vantagem desta abordagem ´e que a precis˜ao do custo garantido pode ser melhorada com o aumento do grau da dependˆencia polinomial de parˆametros. Entretanto, a complexidade dessas formu-la¸c˜oes aumenta rapidamente com o n´umero de v´ertices do dom´ınio polit´opico de incerteza e com o grau do polinˆomio. No caso de sistema lineares invariantes no tempo (SLIT), foi verificado que ´e poss´ıvel calcular o custo garantido com qualquer precis˜ao desejada atrav´es do m´etodo Branch-and-Bound (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2007a). Como no caso de an´alise de estabilidade robusta, esse m´etodo combina formula¸c˜oes LMI de an´alise com uma t´ecnica de divis˜ao de politopos. O valor m´aximo dos custos garantidos calculados

(21)

para cada divis˜ao do politopo ´e considerado o limitante superior e o valor m´aximo de norma nos v´ertices das divis˜oes do politopo ´e considerado o limitante inferior. O m´etodo converge quando a diferen¸ca entre os dois limitantes atende `a precis˜ao especificada ou se ´e localizado um sistema inst´avel sobre os v´ertices das divis˜oes do politopo.

Na s´ıntese de sistemas de controle robustos, o controlador deve garantir a estabilidade robusta do sistema incerto e minimizar os custos garantidos H2 e/ou H∞ de determinadas

matrizes de transferˆencia em malha-fechada. Atrav´es da minimiza¸c˜ao dos custos garantidos H2 e H∞, ´e poss´ıvel minimizar a influˆencia das entradas ex´ogenas (dist´urbios de carga,

ru´ıdos de medi¸c˜ao, sinais de referˆencia etc.) sobre as sa´ıdas controladas do sistema (sa´ıdas da planta, sinais de controle, erros de rastreamento etc.) (Zhou & Doyle 1998). O problema de s´ıntese de sistemas de controle robusto pode ser formulado como um problema de otimiza¸c˜ao semi-infinita em que ´e necess´ario minimizar o valor m´aximo da fun¸c˜ao objetivo e garantir o atendimento `as restri¸c˜oes em um dom´ınio com infinito pontos (Zakovic & Rustem 2002), que ´

e um problema de dif´ıcil solu¸c˜ao.

Atrav´es das formula¸c˜oes LMI ´e poss´ıvel n˜ao somente analisar como tamb´em projetar sis-temas de controle robusto considerando somente os sissis-temas correspondentes aos v´ertices do politopo. Desse modo, os problemas de otimiza¸c˜ao semi-infinita, geralmente n˜ao-convexos, de dif´ıcil solu¸c˜ao, s˜ao representados por problemas convexos mais f´aceis de serem soluciona-dos. Entretanto, nem todos os problemas de controle robusto podem ser representados por formula¸c˜oes LMI. Problemas de controle robusto representados por formula¸c˜oes LMI podem gerar resultados muito conservadores e, em alguns casos, pode at´e mesmo n˜ao ser obtida uma solu¸c˜ao para o problema. Esses dois fatos motivam o desenvolvimento de estrat´egias de s´ın-tese alternativas que possam resolver problemas de controle robusto ainda n˜ao formulados por LMI ou fornecer solu¸c˜oes ainda mais eficientes. Um exemplo de abordagem alternativa s˜ao os m´etodos probabil´ısticos para projetos de sistemas de controle incertos (Calafiore, Dabbeneb & Tempo 2011).

Em uma dessas abordagens alternativas, o problema de controle robusto, na forma original de problema de otimiza¸c˜ao semi-infinita, foi solucionado atrav´es de um procedimento iterativo de dois passos similar ao m´etodo proposto por Zakovic & Rustem (2002) para solu¸c˜oes de problemas de otimiza¸c˜ao semi-infinita. Tal procedimento obteve resultados melhores que os obtidos por formula¸c˜oes LMI em diferentes tipos de problemas na ´area de controle robusto

(22)

CAP´ITULO 1. INTRODU ¸C ˜AO 5 (Gon¸calves, Bachur, Palhares & Takahashi 2011a) (Gon¸calves et al. 2005, Gon¸calves, Palhares & Takahashi 2006, Gon¸calves et al. 2008, Gon¸calves et al. 2011a). A ideia do procedimento ´

e obter a solu¸c˜ao do problema em dois passos: s´ıntese e an´alise. No passo de s´ıntese, o dom´ınio infinito ´e substitu´ıdo por um conjunto finito de sistemas que pode ser inicialmente os v´ertices do politopo. O controlador ´e projetado para minimizar a fun¸c˜ao objetivo e garantir o atendimento `as restri¸c˜oes somente para esse conjunto finito, o que torna o problema mais f´acil de ser solucionado. No passo de an´alise, o controlador obtido no passo de s´ıntese ´e analisado para todos os infinitos sistemas do politopo. Se for verificado que alguma restri¸c˜ao foi violada ou que o m´aximo da fun¸c˜ao objetivo nos passos de s´ıntese e de an´alise possuem uma diferen¸ca significativa, novos sistemas s˜ao acrescentados no conjunto finito e os dois passos s˜ao executados novamente. O procedimento finaliza quando ´e verificado que todas as restri¸c˜oes s˜ao atendidas para todos os sistemas no dom´ınio infinito e que a diferen¸ca entre o m´ınimo da fun¸c˜ao objetivo calculada em cada passo est´a dentro de um limite especificado. Nos trabalhos anteriores, esse procedimento foi implementado considerando o algoritmo cone-elipsoidal (CE) para o passo de s´ıntese e o m´etodo Branch-and-Bound (BB) para o passo de an´alise.

1.2

Motiva¸

ao

Essa implementa¸c˜ao do procedimento iterativo baseada no algoritmo cone-elipsoidal (CE) e no m´etodo Branch-and-Bound (BB) pode apresentar problemas em determinadas situa¸c˜oes. Primeiro, o algoritmo cone-elipsoidal ´e mais adequado para problemas de otimiza¸c˜ao conve-xos. Segundo, apesar do m´etodo Branch-and-Bound possuir garantia de convergˆencia para o m´aximo global com a precis˜ao desejada, o custo computacional do m´etodo aumenta rapida-mente com o aumento da ordem do sistema e do n´umero de v´ertices do politopo, como ocorre com as formula¸c˜oes LMIs. Ao se aplicar o procedimento iterativo para problemas na ´area de controle multivari´avel, onde a ordem do modelo no espa¸co de estados ´e elevada, o m´etodo Branch-and-Bound pode apresentar custos computacionais proibitivos. Al´em disso, quando o sistema de controle ´e baseado em controladores proporcional-integral-derivativo (PID), ´e observado que existem diferentes sub´otimos / ´otimos locais no espa¸co de vari´aveis de oti-miza¸c˜ao, caracterizando o problema como multimodal e ent˜ao n˜ao-convexo. Desse modo ´e

(23)

interessante estudar outras possibilidades de implementa¸c˜ao desse procedimento. O m´etodo evolu¸c˜ao diferencial (DE, do inglˆes differential evolution) (Storn & Price 1997) apresenta caracter´ısticas que permitem a sua aplica¸c˜ao na implementa¸c˜ao de ambos os passos do pro-cedimento iterativo. Por ser um m´etodo evolucion´ario baseado em popula¸c˜oes, o m´etodo DE pode ser aplicado a problemas n˜ao diferenci´aveis, n˜ao convexos e multimodais com maior probabilidade de localiza¸c˜ao do m´ınimo global. Baseado em nossa experiˆencia pr´evia, o m´ e-todo evolu¸c˜ao diferencial possui a vantagem de manipula¸c˜ao dos operadores o que difere dos algoritmos gen´eticos, em compara¸c˜ao obteve um menor custo computacional e, em alguns casos observados com solu¸c˜oes melhores. Apesar de n˜ao ter a garantia de convergˆencia, como ocorre com o m´etodo Branch-and-Bound, para problemas mais complexos, o m´etodo evolu¸c˜ao diferencial pode requerer custo computacional muito menor, o que torna essa nova alternativa bastante interessante. Uma motiva¸c˜ao adicional para o uso do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial ´

e sua maior simplicidade de implementa¸c˜ao que os m´etodos cone-elipsoidal e Branch-and-Bound o que pode facilitar a utiliza¸c˜ao do procedimento iterativo de s´ıntese de controladores robusto por outros pesquisadores.

1.3

Objetivos

O foco do projeto de pesquisa desta disserta¸c˜ao de mestrado ´e avaliar o desempenho do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial na implementa¸c˜ao de ambos os passos do procedimento iterativo de s´ıntese de controladores robustos. Deste modo, este trabalho tem como objetivos:

1. Formular uma nova metodologia de an´alise de estabilidade robusta de SLIT com mode-los polit´opicos baseada no m´etodo evolu¸c˜ao diferencial, para ser utilizada no passo de an´alise do procedimento iterativo, de modo que, em caso de sistemas n˜ao robustamente est´aveis, seja localizada uma coordenada do politopo relativa a um caso de sistema inst´avel no politopo.

2. Analisar o comportamento de diferentes configura¸c˜oes do m´etodo de evolu¸c˜ao diferencial para an´alise de estabilidade robusta por meio de testes exaustivos identificando o grau de confiabilidade do mesmo.

3. Formular uma nova metodologia de c´alculo de custos garantidos H2 e H∞de SLIT com

(24)

CAP´ITULO 1. INTRODU ¸C ˜AO 7 passo de an´alise do procedimento iterativo, que possa determinar o sistema no politopo que corresponde ao valor m´aximo de norma.

4. Analisar o comportamento de diferentes configura¸c˜oes do m´etodo de evolu¸c˜ao diferencial para c´alculo de custos garantidos H2 e H∞ por meio de testes exaustivos identificando

o grau de confiabilidade do mesmo.

5. Implementar a etapa de s´ıntese do procedimento iterativo baseado no m´etodo de evolu-¸c˜ao diferencial para atender `as restri¸c˜oes e minimizar o valor m´aximo da fun¸c˜ao objetivo para um n´umero finito de sistemas pertencentes ao politopo.

6. Avaliar o comportamento do procedimento iterativo, com ambos os passos implemen-tados pelo m´etodo DE, para a solu¸c˜ao de problemas de controle robusto H2 e H∞.

1.4

Organiza¸

ao do Trabalho

Esta disserta¸c˜ao est´a organizada da seguinte maneira:

Cap´ıtulo 1: Introdu¸c˜ao. Este cap´ıtulo apresenta uma breve contextualiza¸c˜ao do tema abordado, bem como os objetivos e justificativas do desenvolvimento desta disserta¸c˜ao.

Cap´ıtulo 2: M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial. Apresenta¸c˜ao do M´etodo Diferencial Evolutivo, que ser´a aplicado para resolver diferentes problemas de otimiza¸c˜ao descritos nos Cap´ıtulos 3, 4 e 5.

Cap´ıtulo 3: Analise de Estabilidade Robusta. Apresenta um estudo da viabilidade do uso do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial para a an´alise de estabilidade robusta comparando diferentes possibilidades de implementa¸c˜ao e escolha de parˆametros dos operadores.

Cap´ıtulo 4: Aplica¸c˜ao do M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial no c´alculo de Custos Garantidos H2 e H∞. Neste cap´ıtulo ´e avaliada a aplica¸c˜ao do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial

para o c´alculo do valor m´aximo de normas de SLIT com modelo polit´opico de incerteza. Cap´ıtulo 5: S´ıntese de Controle Robusto pelo M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial. Neste cap´ıtulo ´e proposto uma implementa¸c˜ao do m´etodo evolu¸c˜ao diferencial para o passo de s´ıntese do procedimento iterativo de s´ıntese de controladores robustos. O procedimento iterativo, com ambos os passos de s´ıntese e an´alise implementados pelo m´etodo evolu¸c˜ao diferencial, ´e aplicado a um problema de s´ıntese de dif´ıcil solu¸c˜ao e os resultados s˜ao

(25)

com-parados com as solu¸c˜oes obtidas por implementa¸c˜oes anteriores (Gon¸calves et al. 2005, Gon-¸calves, Palhares & Takahashi 2006, Gon¸calves et al. 2008, GonGon-¸calves, Bachur, Palhares & Takahashi 2011b).

Cap´ıtulo 6: Conclus˜oes. Apresenta¸c˜ao das conclus˜oes, propostas para trabalhos futu-ros e a produ¸c˜ao acadˆemica relacionada com a disserta¸c˜ao.

(26)

Cap´ıtulo 2

etodo Evolu¸

ao Diferencial

2.1

Introdu¸

ao

Projetistas muitas vezes tˆem de lidar com o problema cl´assico de otimiza¸c˜ao, ou seja, encontrar a solu¸c˜ao mais adequada de um problema dentro das limita¸c˜oes e flexibilidades do projeto. Atrav´es de m´etodos de otimiza¸c˜ao, pretendemos descobrir o conjunto de valores dos parˆametros do sistema para as quais o desempenho global do sistema ser´a o melhor sob algumas condi¸c˜oes de projeto. As t´ecnicas de otimiza¸c˜ao baseiam-se na busca pela “melhor solu¸c˜ao” ou “´otimo global” de problemas de projeto para os quais ´e poss´ıvel quantificar o grau de adequa¸c˜ao de cada solu¸c˜ao (Takahashi 2007). Os projetistas geralmente necessitam de uma t´ecnica que atenda a trˆes requisitos principais. O m´etodo deve ser capaz de encontrar uma solu¸c˜ao ´otima para o problema que resulte em um desempenho adequado para o sistema projetado. A convergˆencia do algoritmo deve ser r´apida, requerendo um menor custo com-putacional. Al´em disso, o m´etodo deve possuir o m´ınimo n´umero de parˆametros de ajuste tal que fique f´acil de ser utilizado (Storn & Price 1995).

Com base em experiˆencia pr´evia, podemos afirmar que os trˆes diferentes problemas de otimiza¸c˜ao, a serem tratados nas etapas de s´ıntese e an´alise do procedimento iterativo de s´ıntese de sistemas de controle robusto em estudo, podem ser n˜ao diferenci´avel, n˜ao convexo e multimodal. Desse modo, m´etodos de otimiza¸c˜ao determin´ısticos, como os m´etodos quasi-Newton ou o m´etodo elipsoidal, podem ter dificuldades para obten¸c˜ao do m´ınimo global. Para a solu¸c˜ao dessa classe de problemas s˜ao comumente empregados os m´etodos evolutivos, baseados em popula¸c˜oes de solu¸c˜oes, que ter˜ao maior probabilidade de obten¸c˜ao do m´ınimo

(27)

global. Dentro dos m´etodos evolutivos mais conhecidos, podemos citar o algoritmo gen´etico (Goldberg 1989), o m´etodo de enxame de part´ıculas (Kennedy 1995), o m´etodo de evolu-¸c˜ao diferencial (Rainer Storn e Kenneth Price em 1995) e o algoritmo de busca harmˆonica (Geem & Loganathan 2001). Com base em experiˆencia pr´evia com alguns desses algoritmos de otimiza¸c˜ao, nessa disserta¸c˜ao de mestrado ´e realizada o estudo sobre a viabilidade de im-plementa¸c˜ao dos passos do procedimento de projeto iterativo com base no m´etodo evolu¸c˜ao diferencial.

O M´etodo Evolu¸c˜ao Diferencial (DE, do inglˆes Differential Evolution) ´e um algoritmo de otimiza¸c˜ao evolucion´ario para solu¸c˜ao de problemas com fun¸c˜oes de dom´ınio real, proposto por Rainer Storn e Kenneth Price em 1995. O m´etodo DE inclui operadores similares aos empregados por algoritmos evolucion´arios padr˜oes: muta¸c˜ao, cruzamento ou recombina¸c˜ao e sele¸c˜ao. O mecanismo de busca do algoritmo ´e baseado em um operador de muta¸c˜ao di-ferencial e embora a muta¸c˜ao diferencial n˜ao tenha base ou inspira¸c˜ao em nenhum processo natural, o algoritmo DE ´e classificado como um algoritmo evolutivo (Storn & Price 1995). O algoritmo ganhou destaque na comunidade internacional de Computa¸c˜ao Evolutiva ap´os apre-sentar excelente desempenho nas edi¸c˜oes de 1996 e 1997 da International Contest on Evoluti-onary Optimization da International Conference on EvolutiEvoluti-onary Computation (IEE/ICEC) (Storn & Price 1995). O m´etodo DE apresenta qualidades computacionais interessantes, destacando-se:

• simplicidade de implementa¸c˜ao; • robustez e eficiˆencia;

• f´acil adapta¸c˜ao; • versatilidade.

2.2

ecnica de otimiza¸

ao baseada no m´

etodo evolu¸

ao

diferencial (DE)

Um problema de otimiza¸c˜ao escalar com restri¸c˜oes de desigualdades pode ser representado por:

(28)

CAP´ITULO 2. M ´ETODO EVOLU ¸C ˜AO DIFERENCIAL 11    x∗ = arg min x f (x) Sujeito a: g(x) ≤ 0 (2.1) sendo x ∈ Rn o vetor de vari´aveis de otimiza¸c˜ao a ser determinado, f (x) : Rn 7→ R a fun¸c˜ao

objetivo a ser minimizada, g(x) : Rn7→ Rp o vetor de fun¸c˜oes de restri¸c˜oes a serem atendidas

e x∗ ∈ Rn o vetor solu¸c˜ao do problema.

O m´etodo DE foi desenvolvido para tratar problemas de otimiza¸c˜ao escalar irrestrito na forma:

x∗ = arg min

x f (x) (2.2)

A Figura 2.1 apresenta um diagrama de blocos do algoritmo evolutivo representando a sequˆencia dos operadores.

Figura 2.1: Diagrama de bloco das principais etapas do algoritmo DE As se¸c˜oes a seguir apresentam uma descri¸c˜ao dos operadores.

2.2.1

Muta¸

ao

Em geral o conjunto inicial de vetores ´e gerado aleatoriamente e deve cobrir todo o espa¸co de busca. Na ausˆencia de qualquer conhecimento acerca do espa¸co de busca (regi˜oes pro-missoras ou mesmo solu¸c˜oes parciais), utiliza-se uma distribui¸c˜ao uniforme para a popula¸c˜ao inicial.

U(a,b) um n´umero real pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo (a, b); I(m)

um n´umero inteiro pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo [1, m]; x ∈ Rn o vetor de vari´aveis de otimiza¸c˜ao; e N o n´umero de indiv´ıduos (solu¸c˜oes candidatas) da popula¸c˜ao, em que geralmente 5n ≤ N ≤ 10n. Supondo uma popula¸c˜ao na k-´esima itera¸c˜ao,

(29)

Xk = {xk,i; i = 1, . . . , N }, a i-´esima solu¸c˜ao ´e definida como: xk,i=      xk,i,1 .. . xk,i,n      . (2.3)

sendo n o n´umero de vari´aveis de otimiza¸c˜ao.

O DE gera novos vetores de parˆametros atrav´es da adi¸c˜ao da diferen¸ca ponderada entre dois vetores de parˆametros a um terceiro vetor, denominado vetor base. Considere esta opera¸c˜ao como uma muta¸c˜ao.

O operador muta¸c˜ao ´e descrito na equa¸c˜ao:

vk,i = xk,r1 + F (xk,r2 − xk,r3)

em que:

• Os ´ındices r1 6= r2 6= r3 6= i s˜ao gerados como rj = I(N ), j = 1, ..., 3.

• vk,i representa a i-´esima solu¸c˜ao mutante, na k-´esima gera¸c˜ao;

• F ´e um fator de escala aplicado ao vetor diferen¸ca, geralmente F ∈ [0; 1]; • xk,r1 ´e denominado vetor de base.

Obt´em-se uma popula¸c˜ao mutante tomando como partida este procedimento: Vk =

{vk,i; i = 1, . . . , N }. Baseado em resultado de pesquisas anteriores, ´e verificado que

sele-cionando F aleatoriamente em um intervalo entre 0,5 e 1, para cada gera¸c˜ao ou para cada vetor-diferen¸ca, melhora significativamente o comportamento de convergˆencia, especialmente para fun¸c˜oes objetivo n˜ao suaves (Price 2014). A opera¸c˜ao de muta¸c˜ao ´e demonstrado na figura 2.2

(30)

CAP´ITULO 2. M ´ETODO EVOLU ¸C ˜AO DIFERENCIAL 13 vetor base xk,r x x x v k,r k,r k,i k,i 1 3 2 x x 1 2

possíveis vetor teste, uk,i

Figura 2.2: Operadores muta¸c˜ao e recombina¸c˜ao no espa¸co de parˆametros bidimensional Quando usado em conjunto com recombina¸c˜ao binomial, o operador muta¸c˜ao b´asico ´e denominado DE / rand / 1 / bin (Das 2011).

A conven¸c˜ao geral usada ´e DE / x / y / z, onde x representa um texto denotando o vetor base a ser perturbado, y ´e o n´umero de diferen¸cas de vetores considerados para perturba¸c˜ao de x e z o tipo de recombina¸c˜ao a ser utilizado (exp: exponencial; bin: binomial). Os outros quatro esquemas diferentes de muta¸c˜ao, sugeridos por Storn e Price, s˜ao resumidos como (Storn & Price 1995),(Storn & Price 1997):

DE/best/1:

vk,i = xk,best+ F (xk,r1 − xk,r2)

DE/target-to- best/1:

vk,i = xk,i+ F (xk,best− xk,i) + F (xk,r1 − xk,r2)

DE/best/2:

vk,i = xk,best+ F (xk,r1 − xk,r2) + F (xk,r3 − xk,r4)

DE/rand/2:

(31)

2.2.2

Recombina¸

ao

O operador de recombina¸c˜ao ´e obtido da seguinte maneira: os indiv´ıduos da popula¸c˜ao Xk s˜ao recombinados com os indiv´ıduos da popula¸c˜ao mutante Vk. A partir desta

recombi-na¸c˜ao, gera-se uma popula¸c˜ao de solu¸c˜oes teste Uk. Na vers˜ao cl´assica do DE, emprega-se

recombina¸c˜ao discreta com probabilidade Cr entre 0 e 1, ou seja:

uk,i,j =

  

vk,i,j, se U[0,1] ≤ Cr ou j = δi

xk,i,j, caso contr´ario.

para j = 1, . . . , n, i = 1, . . . , N , sendo Cr ∈ [0, 1] a taxa de cruzamento. A figura 2.2 apresenta

as possibilidades de vetor teste para o caso de um espa¸co de parˆametros bidimensional.

2.2.3

Sele¸

ao

A opera¸c˜ao de sele¸c˜ao determina qual solu¸c˜ao, se o alvo, xk,i, ou a tentativa, uk,i, sobrevive

para pr´oxima gera¸c˜ao:

xk+1,i =

  

uk,i, se f (uk,i) ≤ f (xk,i)

xk,i, caso contr´ario.

2.2.4

Algoritmo b´

asico

Com rela¸c˜ao ao tamanho da popula¸c˜ao, N , recomenda-se utilizar a seguinte rela¸c˜ao: 5n ≤ N ≤ 10n

Estrutura de c´odigo computacional ´e representado uma montagem para resolver um pro-blema de otimiza¸c˜ao com o DE. Supondo L o limite de cada vari´avel; N o tamanho da popula¸c˜ao; M o n´umero de gera¸c˜oes, Cr a probabilidade de recombina¸c˜ao e F o fator de escala, considerando o espa¸co de busca normalizado [0,1] o algoritmo DE pode ser descrito como:

k ← 1

Xk ← Inicia Populacao(L, N )

(32)

CAP´ITULO 2. M ´ETODO EVOLU ¸C ˜AO DIFERENCIAL 15 enquanto k ≤ M para i = 1, . . . , N % Muta¸c˜ao diferencial Gerar r1 6= r2 6= r3 ∈ {1, . . . , N } Fi ← 0,5 + 0,5U(0, 1) vk,i← xk,r1 + Fi× (xk,r2 − xk,r3) fim-para para i = 1, . . . , N δi ← I(n)

uk,i ← Recombinacao(xk,i, vk,i, δi, Cr)

fim-para Fu ← funcao objetivo(Uk) Xk+1 ← Selecao(Xk, Uk, Fx, Fu) k ← k + 1 fim-enquanto

2.3

Conclus˜

ao

No pr´oximo cap´ıtulo ´e apresentado o estudo da aplica¸c˜ao do m´etodo DE para an´alise de estabilidade robusta. Tal an´alise ´e necess´aria para implementa¸c˜ao do procedimento iterativo de s´ıntese a ser descrito no Capitulo 5.

(33)

An´

alise de Estabilidade Robusta

3.1

Introdu¸

ao

Na an´alise de estabilidade Robusta ´e apresentada uma formula¸c˜ao de otimiza¸c˜ao que ´

e resolvida pelo M´etodo DE. A implementa¸c˜ao do m´etodo DE foi feita com base numa configura¸c˜ao de parˆametros a fim de obter um melhor desempenho de tempo computacional por via de testes com diferentes possibilidades. S˜ao apresentados os resultados dos testes exaustivos do m´etodo DE proposto para analisar a viabilidade de seu uso como estrat´egia de an´alise de estabilidade robusta de SLIT.

3.2

Formula¸

ao do problema

Considere o sistema linear invariante no tempo descrito por

˙x(t) = A(χ)x(t) (3.1) sendo x(t) ∈ Rn o vetor de vari´aveis de estado. Considere que a matriz A(χ) pode possuir parˆametros incertos que pertencem a um conjunto compacto convexo, ou politopo, definido por seus v´ertices:

A , ( A(χ) ∈ Rn×n : A(χ) = η X i=1 χiAi; χ ∈ Ω ) , (3.2) 16

(34)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 17 Ω , ( χ ∈ Rη : χi ≥ 0, η X i=1 χi = 1 ) , (3.3)

sendo Ai, i = 1, . . . , η, os v´ertices do politopo e χ =

h

χ1 . . . χη

iT

o vetor que parametriza o politopo. O sistema polit´opico ´e robustamente est´avel se todos os autovalores de A(χ) ∈ A, para todo χ ∈ Ω, est˜ao localizados no semi-plano esquerdo do plano-S, isto ´e, possuem parte real negativa.

A estabilidade robusta do sistema polit´opico (3.1) pode ser facilmente verificada pelo seguinte problema de factibilidade LMI: o sistema (3.1) ´e quadraticamente est´avel se existe P = PT ∈ Rn×n tal que P  0 e

ATi P + P Ai ≺ 0, (3.4)

para i = 1, . . . , η. Tal problema ´e facilmente solucionado pelos LMI solvers dispon´ıveis como o LMI Control Toolbox (Gahinet et al., 1995) ou o SeDuMi Interface (Peaucelle, Henrion, Labit e Taitz, 2002; Sturm, 1999), ambos para uso com o MATLABr. A formula¸c˜ao de

esta-bilidade quadr´atica ´e muito exigente para o caso de an´alise de estabilidade robusta de SLIT. Como mencionado na introdu¸c˜ao, v´arias formula¸c˜oes LMI mais complexas foram propostas buscando aumentar a taxa de sucesso para identifica¸c˜ao de sistemas robustamente est´aveis ao custo de um maior esfor¸co computacional. A formula¸c˜ao de an´alise de estabilidade robusta mais simples ´e obtida considerando uma vari´avel de Lyapunov dependente de parˆametro na equa¸c˜ao (3.4): Pi = PiT  0, i = 1, . . . , η.

Mesmo com o aumento da complexidade e maior custo computacional, como foi verifi-cado em (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2006b, Gon¸calves et al. 2007b), com o aumento da ordem do sistema e do n´umero de v´ertices do politopo, as formula¸c˜oes LMIs podem falhar na verifica¸c˜ao de estabilidade robusta. Em trabalhos anteriores(Gon¸calves, Pa-lhares, Takahashi & Mesquita 2006b, Gon¸calves et al. 2007b) foi proposto um m´etodo que combina as formula¸c˜oes LMIs com uma t´ecnica de divis˜ao de politopos orientada pela arestas (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2006a). Caso a formula¸c˜ao LMI n˜ao seja fact´ıvel para o politopo, o simplex no espa¸co d-dimensional, d = η − 1, ´e dividido em d2 simplexos e a

formula¸c˜ao LMI ´e aplicada para cada um deles. Enquanto existir simplexos cuja formula¸c˜ao LMI ´e infact´ıvel, eles devem ser subdividos at´e uma das duas seguintes situa¸c˜oes ser atingida: 1) ´e verificado que todos os simplexos que comp˜oem o politopo sejam robustamente est´aveis,

(35)

ou seja, o sistema ´e robustamente est´avel, ou 2) ´e localizado uma matriz A(χ), χ ∈ Ω, que re-sulte em um sistema inst´avel comprovando que o sistema n˜ao ´e robustamente est´avel. Atrav´es de testes exaustivos, foi verificado que o m´etodo que combina formula¸c˜ao LMI com divis˜ao de politopo ´e mais eficaz que as formula¸c˜oes LMIs isoladamente e ainda pode apresentar menor custo computacional que formula¸c˜oes LMIs mais complexas (Gon¸calves, Palhares, Takahashi & Mesquita 2006b, Gon¸calves et al. 2007b). Esta metodologia est´a dispon´ıvel para download no MATLABr Central, File ID: #46647. Um bom compromisso entre eficiˆencia e complexi-dade, para ser utilizado nessa metodologia, ´e a formula¸c˜ao LMI apresentada em (Peaucelle et al. 2000) (Teorema 4): o sistema (3.1) ´e robustamente est´avel se existe Pi = PiT ∈ Rn×n,

F ∈ Rn×n e G ∈ Rn×n tal que P i  0 e   ATi FT + F Ai Pi − F + ATi G Pi− FT + GTAi −(G + GT)  ≺ 0, (3.5) para i = 1, . . . , η.

A ´unica desvantagem do m´etodo de an´alise baseado na divis˜ao do politopo ´e o r´apido crescimento do custo computacional com o n´umero de vertices do politopo, η, que define a dimens˜ao do simplex. Desse modo, ´e interessante desenvolver uma nova metodologia para os casos em que o custo computacional passe a ser proibitivo.

O problema de an´alise de estabilidade robusta do sistema polit´opico pode ser formulado como um problema de otimiza¸c˜ao em que ´e desejado determinar a maior parte real dos n autovalores das infinitas matrizes A(χ) ∈ A:

χ∗ = arg min

χ∈Ωf (χ), f (χ) , − maxi R(λi(A(χ))) (3.6)

sendo R(λ) a parte real de λ ∈ C e λi(A) o i-´esimo autovalor de A ∈ Rn×n. Se f (χ) ≤ 0, isso

significa que existe uma instˆancia de A(χ) com autovalores no semi-plano direito do plano-S e o sistema n˜ao ´e robustamente est´avel. Caso contr´ario, existe uma grande probabilidade do sistema ser robustamente est´avel, mas n˜ao pode-se afirmar com absoluta certeza uma vez que trata-se de um problema de otimiza¸c˜ao n˜ao convexo, com m´ınimos em diferentes regi˜oes de Ω, isto ´e, multimodal.

(36)

locali-CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 19 zar o m´ınimo global de fun¸c˜oes multimodais. A op¸c˜ao nesse trabalho foi adotar o algoritmo de evolu¸c˜ao diferencial com base em nossa experiˆencia pr´evia. O m´etodo evolu¸c˜ao diferen-cial, descrito no cap´ıtulo anterior, ´e f´acil de ser implementado e existem implementa¸c˜oes dispon´ıveis gratuitamente.

3.3

etodo Evolu¸

ao Diferencial na An´

alise de

Esta-bilidade Robusta

Seja U(a,b) um n´umero inteiro pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo

(a, b); I(m) um n´umero inteiro pseudo-aleat´orio com distribui¸c˜ao uniforme no intervalo [1, m];

χ ∈ Rη o vetor de vari´aveis de otimiza¸c˜ao e N o n´umero de indiv´ıduos (solu¸c˜oes candidatas)

da popula¸c˜ao. Supondo a popula¸c˜ao na k-´esima itera¸c˜ao, Xk = {χk,i; i = 1, . . . , N }, a

i-´esima solu¸c˜ao ´e definida como:

χk,i =      χk,i,1 .. . χk,i,η      . (3.7)

As caracter´ısticas espec´ıficas para o uso de m´etodo DE com o problema de an´alise de estabilidade robusta s˜ao descritas nas se¸c˜oes a seguir.

3.3.1

Popula¸

ao Inicial

Para encontrar de forma mais eficiente a solu¸c˜ao do problema (3.6), ap´os diferentes testes, foi adotada uma popula¸c˜ao inicial composta pelos v´ertices, trˆes pontos determin´ısticos sobre cada aresta e η solu¸c˜oes distribu´ıdas de forma aleat´oria tamb´em sobre as arestas do politopo Ω. Seja Ii ∈ Rη a i-´esima coluna da matriz identidade, a popula¸c˜ao inicial ´e criada pelo

seguinte algoritmo: para i ← 1 at´e η χ1,i← Ii fim para i ← η para p ← 1 at´e η − 1 para q ← p + 1 at´e η

(37)

χ1,i+1← 0,25χ1,p+ 0,75χ1,q χ1,i+2← 0,5χ1,p+ 0,5χ1,q χ1,i+3← 0,75χ1,p+ 0,25χ1,q i ← i + 3 fim para fim para para j ← 1 at´e η r1← I(η) repita r2← I(η) at´e r1 6= r2 α ← U(0,1) i ← i + 1 χ1,i← αχ1,r1 + (1 − α)χ1,r2 fim para

O tamanho total da popula¸c˜ao ´e dado por N = η + 3η(η − 1)/2 + η.

NOTA 3.1: Baseado nos testes realizados, incluir os v´ertices e pontos nas arestas aceleram a convergˆencia do algoritmo e aumentam a probabilidade de se localizar sistemas inst´aveis no politopo quando os mesmos existem. Esta op¸c˜ao foi adotada considerando que a t´ecnica ba-seada em divis˜ao de politopos, combinada com formula¸c˜ao LMI, geralmente localiza sistemas inst´aveis sobre as arestas.

3.3.2

Muta¸

ao diferencial

Sejam os ´ındices r1 6= r2 6= r3 6= i gerados como rj = I(N ), j = 1, ..., 3. Com base

em testes anteriores, testando as v´arias formas de implementa¸c˜ao do operador de muta¸c˜ao, para resolver o problema (3.6) foi adotado o operador no seu formato tradicional. A i-´esima solu¸c˜ao mutante ´e obtida como sendo:

(38)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 21 i = 1, . . . , N . Para este problema adotamos o fator de escala aleat´orio para cada muta¸c˜ao, sendo Fi = U(0,1,1). Outras possibilidade testadas foram valor constante, F = 0,5, ou valor

aleat´orio em faixa menor de varia¸c˜ao, F = U(0,5,1).

3.3.3

Cruzamento

O cruzamento ´e realizado entre a i-´esima solu¸c˜ao da popula¸c˜ao atual, χk,i, e da popula¸c˜ao

mutante, vk,i, para gerar a i-´esima solu¸c˜ao da popula¸c˜ao teste, uk,i, descrita na se¸c˜ao (2.2.2).

Foi adotado Cr = 0,5, pois obteve melhores resultados que o outro valor testado Cr = 0,9 no

problema. O ´ındice δi = I(η) garante que uk,i 6= χk,i.

3.3.4

Tratamento das restri¸

oes

No problema (3.6), uma solu¸c˜ao ´e fact´ıvel se χk,i ∈ Ω, isto ´e, χk,i,j ≥ 0, ∀ j, e

j=1χk,i,j =

1. Nesta disserta¸c˜ao, optamos por for¸car que toda solu¸c˜ao atenda as restri¸c˜oes para evitar o uso de tratamento de restri¸c˜ao pelo m´etodo de penalidades. Para isso aplicamos as seguintes opera¸c˜oes sobre as solu¸c˜oes obtidas pelas opera¸c˜oes de muta¸c˜ao e cruzamento:

uk,i,j = |uk,i,j|, j = 1, . . . , η;

uk,i = uk,i/kuk,ik1, i = 1, . . . , N.

(3.9)

A primeira opera¸c˜ao garante que uk,i,j > 0 e a segunda que Pηj=1uk,i,j = 1. A Fig. 3.1

ilustra as opera¸c˜oes de muta¸c˜ao, cruzamento e tratamento de restri¸c˜ao para η = 2, sendo que o ´ındice relativo `a itera¸c˜ao foi omitido para simplificar `a anota¸c˜ao. A regi˜ao fact´ıvel ´e a reta interligando os v´ertices [1 0]T e [0 1]T. O operador de muta¸c˜ao gera a solu¸c˜ao mutante,

vi, somando a diferen¸ca entre xr2 e xr3 sobre a solu¸c˜ao base xr1. Os quadrados brancos

mostram as poss´ıveis solu¸c˜oes testes geradas a partir da recombina¸c˜ao entre a solu¸c˜ao alvo, xi, e a solu¸c˜ao mutante, vi. Considerando que foi obtida a solu¸c˜ao teste ui, ap´os as opera¸c˜oes

para tornar os elementos positivos e for¸car a soma dos elementos igual a 1, ´e obtido a solu¸c˜ao teste, ui, representada pelo quadrado preto, que participar´a da sele¸c˜ao com a solu¸c˜ao alvo,

(39)

χ

χ

2 1

1

1

x

v

u

x

x

x

r3 r1 r2 i i i

u

i

-a

a

Figura 3.1: Exemplo de opera¸c˜oes de muta¸c˜ao, cruzamento e tratamento de restri¸c˜ao para η = 2.

3.3.5

Sele¸

ao

A sele¸c˜ao adotada para o problema foi a padr˜ao descrita no cap´ıtulo anterior na se¸c˜ao 2.2.3

3.3.6

Crit´

erio de parada

Foi escolhido como crit´erios de parada o n´umero m´aximo de gera¸c˜oes, Ng, ou a

conver-gˆencia da popula¸c˜ao comparando os valores m´aximo e m´ınimo de f (χ) da k-´esima popula¸c˜ao, maxif (χk,i) − minjf (χk,j) ≤ , χ ∈ Xk. Nessa disserta¸c˜ao foi adotado Ng = 200η e  = 10−8.

3.4

Testes exaustivos

Para avalia¸c˜ao do m´etodo de an´alise de estabilidade robusta baseado no m´etodo DE, foram realizados dois testes exaustivos. No primeiro teste, foram gerados 100 sistemas aleat´orios para valores combinados de n ∈ {2, 4, 8} e η ∈ {2, 4, 8}. As matrizes Ai ∈ Rn×n, i = 1, . . . , η,

foram criadas com elementos aleat´orios, com distribui¸c˜ao Gaussiana, com m´edia zero e desvio padr˜ao unit´ario. Para garantir uma distribui¸c˜ao aproximada entre sistemas robustamente est´aveis ou n˜ao, foram calculados os autovalores para cada v´ertice do politopo, sendo cada

(40)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 23 Tabela 3.1: Resultados do teste 1

n, η Ps(%) TDE(s) TBB(s) Ne 2,2 100 2,0454 1,0670 56 2,4 100 8,1663 1,9870 51 2,8 100 66,8466 20,8050 53 4,2 100 2,5055 1,9790 57 4,4 100 9,1573 5,8400 48 4,8 100 84,0276 103,4540 54 8,2 100 3,9225 18,2340 73 8,4 100 11,5950 33,4600 54 8,8 100 89,6515 746,4330 54 matriz recalculadas como:

Ai = Ai− (σm,i+ U(0,d))I, i = 1, . . . , η, (3.10)

sendo σm,i o valor m´aximo da parte real dos autovalores, I a matriz identidade de ordem

compat´ıvel e d um parˆametro ajustado de acordo com η: d = 10−3 para η = 2, d = 0,5 para η = 4 e d = 1 para η = 8. O m´etodo de an´alise baseado no DE foi executado 10 vezes para cada sistema polit´opico. Os resultados obtidos s˜ao apresentados na Tabela 3.1, sendo Ps o

percentual de sucesso, TDE o tempo computacional total m´edio das 10 an´alises pelo m´etodo

DE, TBB o tempo computacional total da an´alise pelo m´etodo LMI/divis˜ao e Ne o n´umero

de sistemas est´aveis em 100. Foi utilizado um computador com processador Intelr CoreT M

i7-3630QM 2,40GHz. Para essa amostra de 9.000 sistemas polit´opicos, o m´etodo DE chegou ao mesmo resultado de an´alise que o m´etodo LMI/divis˜ao em todos os casos. Para valores menores de n e η, o m´etodo DE apresenta maior custo computacional, mas essa situa¸c˜ao muda com o aumento de n ou de η. O m´etodo DE apresenta maior custo computacional ao analisar sistemas robustamente est´aveis. Isso se deve ao fato de que, n˜ao se encontrando um sistema inst´avel, o crit´erio de parada permanece sempre no valor de 10−8, o que requer maior n´umero de itera¸c˜oes para convergˆencia. Quando o sistema n˜ao ´e robustamente est´avel, o n´umero de itera¸c˜oes para convergˆencia ´e muito menor. No teste realizado para n = 8 e η = 8, o n´umero de itera¸c˜oes para convergir variou entre 22 e 232 no caso de sistemas inst´aveis. No caso de sistemas est´aveis, em alguns casos a parada do algoritmo ocorreu por atingir o n´umero m´aximo de itera¸c˜oes, Ng = 200η, sendo Ng = 1.600 no caso de η = 8.

(41)

No segundo teste, foram gerados 100 sistemas aleat´orios, inst´aveis, para os valores com-binados de n ∈ {2, 4, 8} e η ∈ {2, 4, 8}. Para um teste ainda mais rigoroso da eficiˆencia do m´etodo DE, foram calculados os autovalores nos v´ertices e nos trˆes pontos sobre cada aresta do politopo (mesmos pontos inclu´ıdos na popula¸c˜ao inicial do algoritmo DE). Seja σm o valor

m´aximo da parte real de todos os autovalores calculados. Todas as matrizes dos v´ertices do politopo foram recalculadas como:

Ai = Ai− (σm+ 0,01U(0,1))I, i = 1, . . . , η, (3.11)

Desse modo, ´e garantido que todos os v´ertices e os trˆes pontos sobre cada aresta do politopo s˜ao sistemas est´aveis. O sistema polit´opico resultante ´e analisado com o m´etodo LMI/divis˜ao. Se ´e verificado que o sistema ´e robustamente est´avel, o mesmo ´e descartado. O objetivo dessa metodologia de gera¸c˜ao dos sistemas, que n˜ao s˜ao robustamente est´aveis, ´e evitar que o m´etodo DE n˜ao tenha sucesso apenas pela forma que foi gerada a popula¸c˜ao inicial, mas sim pelo seu mecanismo de otimiza¸c˜ao.

O m´etodo DE foi executado 10 vezes para cada sistema. A vers˜ao apresentada da im-plementa¸c˜ao e a configura¸c˜ao dos parˆametros resultaram em uma alta taxa de sucesso com apenas 19 falhas em 9.000 testes. A Tabela 3.2 lista o percentual de sucesso, Ps, o tempo

computacional total m´edio das 10 an´alises pelo m´etodo DE e o tempo computacional total da an´alise pelo m´etodo LMI/divis˜ao, para cada par n e η. Pode ser observado que o m´etodo DE requer tempo computacional muito menor que o m´etodo LMI/divis˜ao em todos os casos. Como comentado anteriormente, o m´etodo DE finaliza mais r´apido quando lidando com sis-temas inst´aveis. Por´em, diferente do LMI/divis˜ao, determin´ıstico, o m´etodo DE, estoc´astico, n˜ao tem garantia de localiza¸c˜ao de uma instˆancia de sistema inst´avel no politopo. Desse modo, para qualquer caso de n e η, quando f (χ) > 0, significa apenas que existe uma alta probabilidade do sistema ser robustamente est´avel.

Para demonstrar a dificuldade de se localizar um sistema inst´avel no politopo, foi seleci-onado um sistema com n = 8 e η = 8 com uma regi˜ao de sistemas inst´aveis bastante dif´ıcil de ser localizada. Mesmo obtendo a nuvem de polos para 100.000 sistemas aleat´orios perten-centes ao politopo, n˜ao ´e observado nenhum polo com parte real maior que −0.5. A Fig. 3.2 mostra a superf´ıcie de maxiR(λi(A(χ))), isto ´e −f (χ), em fun¸c˜ao de χ2 e χ6, para 100 × 100

(42)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 25 Tabela 3.2: Resultados do teste 2

n, η Ps(%) TDE(s) TBB(s) 2,2 100 0,37 3,99 2,4 100 2,83 18,32 2,8 99,6 24,390 521,6360 4,2 100 0,45 7,01 4,4 99,8 3,39 25,97 4,8 99,7 27,1422 630,7640 8,2 100 0,5647 74,1740 8,4 100 4,53 170,16 8,8 99 34,4639 3.050,4

Fig. 3.2. ´E observado que existe uma regi˜ao muito pequena pr´oxima a uma aresta de Ω em que os sistemas s˜ao inst´aveis. Nota-se que f (χ) = − maxiR(λi(A(χ))) ´e n˜ao diferenci´avel,

n˜ao convexa e multimodal, o que dificulta o uso de t´ecnicas de otimiza¸c˜ao determin´ıstico. A raz˜ao para o aumento do custo computacional do m´etodo LMI/divis˜ao ´e que para cada politopo cuja formula¸c˜ao LMI n˜ao ´e fact´ıvel e tenha todos os v´ertices est´aveis, ´e necess´ario dividir o politopo em 2d novos politopos, d = η − 1, sendo que todos devem ser analisados pela formula¸c˜ao LMI. Por exemplo, para η = 8, cada divis˜ao resulta em 27 = 128 novos

politopos.

NOTA 3.1: Para se tentar chegar a 100% de sucesso, foi experimentado aplicar um m´etodo de busca local sobre a solu¸c˜ao final do algoritmo DE. Entretanto, foi observado que, em muitos casos de falha do algoritmo DE, a solu¸c˜ao final estava em uma regi˜ao de m´ınimo diferente d´a regi˜ao de m´ınimo global onde se localizava a pequena regi˜ao de sistemas inst´aveis. Desse modo, tal estrat´egia foi descartada. Foi observado que os sistemas que resultam em falhas podem mudar de acordo com a configura¸c˜ao dos parˆametros do DE devido `as diferentes formas das superf´ıcies de f (χ).

NOTA 3.2: Diferente do m´etodo LMI/divis˜ao que determina a coordenada χ do primeiro sistema inst´avel localizado sobre o ponto m´edio de uma aresta, o m´etodo de an´alise baseado no algoritmo DE tenta localizar a coordenada χ correspondente ao sistema com maior parte real dos autovalores de A(χ). ´E claro que poderia ser utilizado como crit´erio de parada a localiza¸c˜ao do primeiro valor de f (χ) ≤ 0, mas para aplica¸c˜ao no procedimento de s´ıntese de sistemas de controle robusto diretamente no espa¸co de parˆametros do controlador, ´e mais interessante localizar a coordenada correspondente ao m´ınimo de f (χ). Para reduzir o custo

(43)

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 −2 −1.5 −1 −0.5 0 0.5 χ2 χ6 −f( χ )

Figura 3.2: Superf´ıcie de maxiR(λi(A(χ))), em fun¸c˜ao de χ2 e χ6, para um modelo com

η = 8.

computacional, se f (χ) ≤ 0 ent˜ao o crit´erio de parada ´e modificado de  = 10−8 para  = 0,1, uma vez que j´a foi identificado que o sistema n˜ao ´e robustamente est´avel.

3.5

An´

alise de Diferentes Op¸

oes

A configura¸c˜ao final do m´etodo DE para an´alise de estabilidade robusta, descrita nas se¸c˜oes anteriores, foi adotada ap´os a avalia¸c˜ao de diferentes possibilidades de tratamento do problema, escolhas da popula¸c˜ao inicial, operadores de muta¸c˜ao e parˆametros dos operadores de muta¸c˜ao e recombina¸c˜ao. A seguir ´e descrito e comparado algumas das possibilidades avaliadas.

Op¸c˜ao 1: Trabalhar no espa¸co de dimens˜ao η − 1 em que a regi˜ao de factibilidade ´e um simplex unit´ario. Defina o vetor de otimiza¸c˜ao como sendo x , [χ1. . . χη−1]T. Al´em

de reduzir a dimens˜ao do espa¸co de busca, a restri¸c˜ao de igualdade ´e transformada em uma restri¸c˜ao de desigualdade que ´e mais f´acil de ser tratada por m´etodos de otimiza¸c˜ao n˜ao

(44)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 27 χ2 χ 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 região instável

Figura 3.3: Regi˜oes de n´ıvel de maxiR(λi(A(χ))), em fun¸c˜ao de χ2 e χ6, para um modelo

com η = 8. lineares: η−1 X i=1 χi ≤ 1. (3.12)

Se a restri¸c˜ao (3.12) ´e atendida ent˜ao χη = 1−

Pη−1

i=1 χi.A dificuldade de tratar o problema

dessa forma ´e que n˜ao descobrimos uma forma eficiente de impor uma solu¸c˜ao fact´ıvel como foi feito para o espa¸co de dimens˜ao η. Neste caso ´e necess´ario utilizar um m´etodo de penalidades para tratar as solu¸c˜oes n˜ao fact´ıveis. Definindo as restri¸c˜oes como sendo:

                   g1(χ) , −χ1 ≤ 0 .. . gη−1(χ) , −χη−1≤ 0 gη(χ) , −1 + η−1 X i=1 χi ≤ 0 , (3.13)

(45)

e a composi¸c˜ao pelo m´aximo

r(χ) = max

i gi(χ), (3.14)

a fun¸c˜ao objetivo a ser minimizada ´e definida como:

f (χ) =    − maxiR(λi(A(χ))) se r(χ) ≤ 0 108+ r(χ) se r(χ) > 0 . (3.15)

Esta op¸c˜ao foi implementada com as mesmas configura¸c˜oes descritas nas se¸c˜oes anteriores, incluindo a configura¸c˜ao da popula¸c˜ao inicial.

Op¸c˜ao 2: Mesma configura¸c˜ao descrita nas se¸c˜oes anteriores, adotando a popula¸c˜ao com mesma dimens˜ao mas sendo distribu´ıda inicialmente sobre os v´ertices do politopo e aleatoriamente no interior do politopo.

Op¸c˜ao 3: Mesma configura¸c˜ao descrita nas se¸c˜oes anteriores, mas adotando o seguinte operador muta¸c˜ao:

vk,i = χk,r1 + F1,i(χk,r2 − χk,r3) + F2,i(χk,r4− χk,r5), (3.16)

sendo r1 6= r2 6= r3 6= r4 6= r5 6= i gerados como rj = I(N ), j = 1, ..., 5 e Fj,i = U(0,1,1), j = 1, 2.

Op¸c˜ao 4: Mesma configura¸c˜ao descrita nas se¸c˜oes anteriores, mas adotando o seguinte operador muta¸c˜ao:

vk,i = χk,i+ F1,i(χk,best− χk,i) + F2,i(χk,r1 − χk,r2), (3.17)

sendo χk,best a melhor solu¸c˜ao da popula¸c˜ao Xk, r1 6= r2 6= i gerados como rj = I(N ), j = 1, 2

e Fj,i = U(0,1,1), j = 1, 2.

A Tabela 3.3 apresenta os resultados exaustivos para o segundo teste, descrito na se¸c˜ao anterior, para estas op¸c˜oes de implementa¸c˜ao do m´etodo DE, sendo a op¸c˜ao 5 a adotada e descrita nas se¸c˜oes anteriores. Pode ser observado que a op¸c˜ao 1 de trabalhar no espa¸co de dimens˜ao η − 1 apresenta menor sucesso na identifica¸c˜ao de sistemas n˜ao robustamente est´aveis. O problema com a op¸c˜ao 1 ´e que v´arias solu¸c˜oes testes resultam em solu¸c˜oes n˜ao fact´ıveis prejudicando o desempenho do m´etodo DE. Comparando os resultados da op¸c˜ao 5 e op¸c˜ao 2, tamb´em pode ser observado que localizar a popula¸c˜ao inicial sobre as arestas do

(46)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 29 Tabela 3.3: Compara¸c˜ao entre diferentes op¸c˜oes de an´alise de estabilidade robusta pelo DE

Op¸c˜ao 1 Op¸c˜ao 2 Op¸c˜ao 3 Op¸c˜ao 4 Op¸c˜ao 5 n, η Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) 2,2 99,3 0,24 99,8 0,24 100 0,30 99,9 0,26 100 0,37 2,4 99,7 6,61 99,8 3,170 100 3,94 100 3,57 100 2,83 2,8 96,9 150,44 96,3 36,23 99,9 43,11 99,7 36,32 99,6 24,39 4,2 99,8 0,27 99,8 0,30 100 0,36 99,7 0,34 100 0,45 4,4 99,6 7,03 99,3 3,80 100 4,83 99,8 6,48 99,8 3,39 4,8 96,5 127,90 96,0 41,58 99,6 52,33 100 61,84 99,7 27,14 8,2 99,1 0,34 99,9 0,37 99,8 0,44 99,5 0,48 100 0,56 8,4 97,2 8,60 99,7 4,90 100 6,84 100 10,14 100 4,53 8,8 92,0 122,56 95,8 49,47 98,4 69,16 99,7 109,83 99,0 34,46 politopo aprimora o desempenho do DE. Com rela¸c˜ao as op¸c˜oes 3 e 4 de utilizar o operador muta¸c˜ao com duas diferen¸cas, pode ser observado que para alguns casos de (n, η) foi obtido maior sucesso do que a op¸c˜ao 5 mas a convergˆencia do algoritmo ´e mais lenta resultando em maior tempo computacional. Como a melhoria n˜ao ocorre em todos os casos, a op¸c˜ao 5 foi a escolhida.

Uma vez definido pela op¸c˜ao 5, ainda existe a possibilidade de diferentes valores do parˆametro Cr, na opera¸c˜ao de recombina¸c˜ao, do parˆametro F , no operador de muta¸c˜ao, e

tamb´em do tamanho da popula¸c˜ao, N . A Tabela 3.4 apresenta os resultados para dois valores diferentes de Cr sendo que Cr = 0,5 foi o adotado. A Tabela 3.5 apresenta a compara¸c˜ao

entre formas de c´alculo do parˆametro F , sendo um fixo e dois aleat´orios para cada muta¸c˜ao. Neste caso, a op¸c˜ao utilizada resultou em maior acerto para todos os casos apesar do custo computacional um pouco maior. A Tabela 3.6 compara os resultados para quatro n´umeros diferentes de solu¸c˜oes iniciais aleat´orias sobre as arestas al´em das η solu¸c˜oes nos v´ertices mais as 3η(η −1)/2 solu¸c˜oes fixas sobre as arestas. Verifica-se que ´e poss´ıvel aumentar o percentual de sucesso com o aumento do tamanho da popula¸c˜ao mas com custo computacional maior. Considerando que o percentual de sucesso da menor popula¸c˜ao ´e bastante alto, optamos pelo menor custo computacional. Em todas as tabelas analisadas nesta se¸c˜ao, a melhor op¸c˜ao foi marcada em negrito considerando inicialmente o maior percentual de sucesso e, em caso de empate, o menor custo computacional.

(47)

Tabela 3.4: Compara¸c˜ao entre dois valores de Cr na an´alise de estabilidade robusta pelo DE Cr = 0,9 Cr= 0,5 n, η Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) 2,2 99,8 0,21 100 0,37 2,4 99,9 2,18 100 2,83 2,8 99,5 22,66 99,6 24,39 4,2 99,6 0,25 100 0,45 4,4 99,7 2,59 99,8 3,39 4,8 99,6 25,60 99,7 27,14 8,2 99,8 0,30 100 0,56 8,4 99,9 3,41 100 4,53 8,8 96,90 33,75 99,0 34,46

Tabela 3.5: Compara¸c˜ao entre trˆes valores de F na an´alise de estabilidade robusta pelo DE F = 0,5 Fi = U(0,5,1) Fi = U(0,1,1) n, η Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) 2,2 99,8 0,24 99,9 0,24 100 0,37 2,4 99,8 2,62 100 2,51 100 2,83 2,8 99,6 23,09 99,4 24,17 99,6 24,39 4,2 99,70 0,29 99,9 0,28 100 0,45 4,4 99,8 3,12 99,8 3,08 99,8 3,39 4,8 99,6 27,40 99,6 28,44 99,7 27,14 8,2 99,6 0,36 99,7 0,37 100 0,56 8,4 100 4,15 99,9 4,25 100 4,53 8,8 98,6 35,78 98,8 35,10 99,0 34,46

Tabela 3.6: Compara¸c˜ao entre n´umeros de solu¸c˜oes aleat´orias iniciais na an´alise de estabili-dade robusta pelo DE

20η 10η 5η η n, η Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) Ps(%) T (s) 2,2 100 1,62 100 0,87 100 0,51 100 0,37 2,4 100 10,78 100 6,35 100 4,20 100 2,83 2,8 100 59,55 100 43,11 99,9 30,64 99,6 24,39 4,2 100 1,96 100 1,08 99,9 0,61 100 0,45 4,4 100 13,35 100 7,80 99,9 5,14 99,8 3,39 4,8 99,9 71,61 99,9 47,85 99,7 35,30 99,7 27,14 8,2 100 2,52 100 1,33 100 0,78 100 0,56 8,4 100 19,02 100 10,43 100 7,00 100 4,53 8,8 99,1 96,12 99,2 62,32 99,1 47,21 99,0 34,46

(48)

CAP´ITULO 3. AN ´ALISE DE ESTABILIDADE ROBUSTA 31

3.6

Conclus˜

oes

Foi proposto um novo m´etodo de an´alise de estabilidade robusta de sistemas lineares inva-riantes no tempo baseado no m´etodo de evolu¸c˜ao diferencial. Quando o custo computacional ´

e aceit´avel, o m´etodo que combina formula¸c˜oes LMI com divis˜ao de politopo ´e o mais indicado para a an´alise de estabilidade robusta de SLIT com modelo polit´opico por ser uma t´ecnica que identifica de forma determin´ıstica se o sistema ´e robustamente est´avel ou n˜ao, sendo capaz de localizar uma instˆancia de sistema inst´avel. No caso do m´etodo DE, se n˜ao for localizado uma instˆancia de sistema inst´avel, n˜ao se pode afirmar com absoluta certeza que o sistema ´

e robustamente est´avel, como foi observado nos testes exaustivos. Apesar disso, o m´etodo DE obteve um percentual de sucesso em mais de 99% dos 18.000 testes realizados. Desse modo, quando o m´etodo LMI/divis˜ao se tornar proibitivo computacionalmente, o m´etodo DE ´

e uma alternativa a ser considerada. Outra vantagem do m´etodo DE ´e a maior simplicidade de implementa¸c˜ao em rela¸c˜ao ao m´etodo LMI/divis˜ao. Al´em de mostrar a viabilidade do m´ e-todo DE para an´alise de estabilidade robusta de sistemas polit´opicos, uma outra contribui¸c˜ao desse estudo ´e apresentar uma implementa¸c˜ao e configura¸c˜ao de parˆametros eficiente para o algoritmo DE tratar esse problema espec´ıfico. A vers˜ao final apresentada foi obtida depois de v´arios testes com diferentes implementa¸c˜oes e diferentes configura¸c˜oes de parˆametros. O m´etodo proposto pode ser facilmente adaptado para an´alise de estabilidade robusta de SLIT discretos no tempo ou an´alise de D-estabilidade robusta.

No pr´oximo cap´ıtulo ser´a avaliado o uso do m´etodo DE para c´alculo de custos garantidos H∞e H2que tamb´em ser´a necess´ario para implementa¸c˜ao do procedimento de s´ıntese descrito

Referências

Documentos relacionados

Canto VI - Enquanto os portugueses rumam em direção às Índias, Baco desce ao palácio de Netuno e incita os deuses Canto VI - Enquanto os portugueses rumam em direção às Índias,

 Local da prova objetiva seletiva para o mestrado e prova subjetiva seletiva para o doutorado em Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Departamento de

Operações c/ granéis sólidos (minério de ferro, e carvão mineral) e produtos siderúrgicos. Ar Intermitente Habitual e Pneumoconioses, alergias, distúrbios no trato

O TBC surge como uma das muitas alternativas pensadas para as populações locais, se constituindo como uma atividade econômica solidária que concatena a comunidade com os

Essas informações são de caráter cadastral (técnico responsável pela equipe, logradouro, etc.), posicionamento da árvore (local na rua, dimensões da gola, distância da

Com a investigação propusemo-nos conhecer o alcance real da tipologia dos conflitos, onde ocorrem com maior frequência, como é que os alunos resolvem esses conflitos, a

Dessa maneira, os resultados desta tese são uma síntese que propõe o uso de índices não convencionais de conforto térmico, utilizando o Índice de Temperatura de Globo Negro e

No presente trabalho é relatada a ocorrência de uma nova espécie de Corazuphium no Brasil, encontrada na Gruta do Gonçalo, no município de Campo Formoso, Bahia.. A nova espécie