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55POR. Influências Institucionais e Estratégicas sobre as Decisões de Arquitetura de Tecnologia de Informação

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Association for Information Systems

AIS Electronic Library (AISeL)

CONF-IRM 2010 Proceedings International Conference on Information Resources

Management (CONF-IRM)

5-2010

55POR. Influências Institucionais e Estratégicas

sobre as Decisões de Arquitetura de Tecnologia de

Informação

Chen Wen Hsing

Universidade de São Paulo, chenwh@usp.br Cesar Alexandre de Souza

Universidade de São Paulo, calesou@usp.br

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Recommended Citation

Hsing, Chen Wen and de Souza, Cesar Alexandre, "55POR. Influências Institucionais e Estratégicas sobre as Decisões de Arquitetura de Tecnologia de Informação" (2010). CONF-IRM 2010 Proceedings. 52.

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55POR. Influências Institucionais e Estratégicas sobre as

Decisões de Arquitetura de Tecnologia de Informação

Chen Wen Hsing Universidade de São paulo

chenwh@usp.br Cesar Alexandre de Souza Universidade de São Paulo

calesou@usp.br

Resumo

A governança da tecnologia de informação tem sido considerada fundamental para a obtenção de resultados no uso da TI nas organizações. Um dos elementos da governança de TI são as decisões relacionadas à arquitetura de TI, entendida como o conjunto de políticas e escolhas técnicas que refletem as necessidades de padronização e integração para a viabilização das estratégias de negócios da empresa. A arquitetura de TI tem sido apontada com fundamental para a agilidade e flexibilidade empresarial. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de pesquisa que objetiva discutir a influência dos fatores institucionais e estratégicos nas decisões da arquitetura de TI sob a ótica da teoria institucional e teoria da escolha estratégica.

Palavras-Chave

Arquitetura de TI, Governança de TI, Teoria Institucional, Teoria das Escolhas Estratégicas.

1. Introdução

Para Ross et al (2008), a arquitetura de TI é uma das bases para a construção de um alicerce de execução de processos de negócio que permita a flexibilidade e agilidade necessária para as organizações na atualidade. Os autores definem arquitetura de TI como o conjunto de políticas e escolhas técnicas que refletem as necessidades de padronização e integração para a viabilização das estratégias de negócios da empresa e a apontam como fundamental para a agilidade e flexibilidade empresarial. A partir dessa definição, se estabelecem as principais dimensões da arquitetura: a integração e a padronização dos sistemas e tecnologias da empresa. A tomada de decisões ligadas à definição e à evolução da arquitetura de TI na empresa é um processo ligado à governança de tecnologia de informação. Logo, desse conjunto de decisões não deve participar apenas a área técnica, mas também as áreas de negócio.

Por conta de sua importância, diversos estudos têm procurado compreender como se dão os processos de governança de tecnologia de informação na empresa, com foco no desenvolvimento de modelos prescritivos e objetivando o alinhamento da TI à estratégia empresarial (Ross et al, 2008). Entretanto, segundo Jacobson (2009), a grande maioria desses estudos tem como ênfase o aspecto racional das decisões envolvidas, empregando teorias como a teoria dos custos de transação, a teoria da agência e a teoria da contingência. Pouca ênfase tem sido dada à influência de outros fatores, como o ambiente organizacional e institucional em que tais processos de decisão se inserem. O autor propõe, então, o uso da

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teoria institucional como uma alternativa para a análise desses fatores. Embora geralmente essas abordagens tenham sido utilizadas como mutuamente excludentes, Hrebiniak e Joyce (1985) afirmam que podem ser utilizadas conjuntamente para analisar os fenômenos das organizações.

A partir dessas considerações, este artigo apresenta uma proposta de pesquisa para responder à seguinte pergunta: “Como fatores institucionais e estratégicos influenciam as decisões

sobre a arquitetura de tecnologia de informação nas organizações?”. A idéia é verificar,

no caso específico da arquitetura de TI, importante componente da governança de TI, como ocorre o balanceamento entre os aspectos racionais e os aspectos sociais e institucionais presentes.

Em relação aos aspectos racionais das decisões sobre a arquitetura de TI, será utilizada a teoria das escolhas estratégicas. De acordo com essa teoria, fatores estratégicos são os condicionantes do processo pelo qual os detentores de poder nas organizações decidem no curso das ações estratégicas.

Em relação aos aspectos institucionais e sociais, será utilizada será a teoria institucional. Para Zucker (1987), há duas definições do termo “institucional” que pode ser uma regra de um fato social de ação externa com padrão organizado ou algo embutido nas estruturas formais que não está ligado a atores ou situações particulares. Essas definições serão utilizadas na busca dos fatores institucionais em estudo que, operacionalmente, seriam os fatores identificados com o suporte da teoria institucional.

A teoria institucional e a teoria da escolha estratégica foram selecionadas para este trabalho, pois diversas classificações de teorias organizacionais as colocam em grupos opostos, refletindo dois comportamentos humanos que contrastam determinismo e voluntarismo. A pesquisa tem ainda os seguintes objetivos secundários:

- Identificar quais fatores institucionais e quais fatores estratégicos influem no processo de tomada de decisão sobre arquitetura de tecnologia de informação.

- Verificar se e como as influências institucionais e estratégicas atuam de forma conjunta em todas as decisões de arquitetura de TI na organização

- Verificar a existência de dominância de alguns fatores sobre outros na tomada de decisão de arquitetura de TI de acordo com a percepção dos entrevistados ou com o tipo de decisão

Nos itens seguintes são apresentados os principais conceitos teóricos envolvidos e, em seguida, a metodologia proposta para o estudo, que será do tipo qualitativo envolvendo um caso estudado em profundidade.

2. Arquitetura de tecnologia de informação

O termo “arquitetura de TI” não possui uma definição universalmente aceita e é, muitas vezes, confundido com o conceito de infraestrutura de TI. Ross et al. (2008) afirmam que a arquitetura de TI é a lógica de organização para aplicações, dados e tecnologia de infraestrutura concretizada em um conjunto de políticas e escolhas técnicas cuja intenção é viabilizar a estratégia de negócios da empresa. Ou seja, trata-se do plano conceitual para a construção e evolução da infraestrutura de aplicações de TI, de maneira que essa evolução aconteça respeitando os parâmetros de integração e padronização entendidos como

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fundamentais para a empresa. A arquitetura de TI pode ser assim entendida como uma lista de padrões tecnológicos de uma empresa ou um detalhamento de políticas e padrões para o desenho da tecnologia da infraestrutura, bancos de dados e aplicações. Ela fornece visão, princípios, padrões e processos que guiam a compra, o desenho e a implantação de sistemas de TI. A gestão da arquitetura de TI é um dos componentes do conceito mais amplo da Governança de TI, do qual também fazem parte as decisões ligadas aos princípios de TI, à infraestrutura de TI, às aplicações e aos investimentos de TI (Weill e Ross, 2004).

A fim de categorizar os diversos tipos de decisão referentes à arquitetura de TI, Pulkkien (2006) sugere um modelo em duas dimensões: o domínio de aplicação (nível organizacional, nível do processo de negócio e nível do sistema); e o tipo de decisão (arquitetura de negócios, arquitetura de informação, arquitetura de aplicação e arquitetura de tecnologia). Esse modelo será utilizado para classificar as diversas decisões sobre arquitetura de TI identificadas nos casos.

3. Teoria institucional

Para DiMaggio e Powell (1983, p. 148), os atores organizacionais, ao tomar decisões racionais, constroem ao seu redor um ambiente que restringe a habilidade de mudança no longo prazo, ou seja, os valores passam a se difundir além das necessidades dos requisitos técnicos, pois promovem legitimidade ao invés de desempenho. Estratégias racionais para organizações individuais podem não ser racionais se adotadas por toda indústria. As organizações reagem a um ambiente que consiste em organizações respondendo às reações das outras organizações. Portanto, a organização passa por um processo de homogeneização, denominado isomorfismo, que força uma unidade a se assemelhar com outras unidades para enfrentar o mesmo conjunto de condições ambientais. DiMaggio e Powell (1983) identificaram três mecanismos de influência institucional que podem ser utilizadas como forma de categorização das influências: coercitivo, mimético e normativo. O mecanismo de coerção consiste em pressões formais, o mecanismo mimético é a imitação como resultado de uma resposta padrão a incertezas, e o mecanismo normativo associado à profissionalização e legitimação. Esta classificação de DiMaggio e Powel (1983) será utilizada na fase de análise de dados deste trabalho.

4. Teoria da Escolha Estratégica

Segundo Child (1997), as escolhas estratégicas se estendem ao ambiente na qual a organização opera, aos padrões de desempenho que devem ser avaliados diante das pressões econômicas e ao desenho da estrutura organizacional em si. Portanto, escolha estratégica é realizada através de iniciativas tanto dentro da rede interna da organização como nos relacionamentos externos.

Miles et al (1978, p. 549) argumentam que o comportamento organizacional é somente parcialmente predeterminado pelas condições ambientais e que as escolhas da alta gerência são determinantes críticos da estrutura e dos processos organizacionais. Apesar das escolhas serem numerosas e complexas, elas podem ser visualizadas como respostas a três grupos de problemas de adaptação organizacional: problema de empreendedorismo, problema de engenharia e problema de administração. Elas poderão auxiliar na categorização das influëncias estratégicas neste trabalho.

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5. Procedimentos metodológicos

O trabalho consistirá em uma pesquisa qualitativa que utilizará o método de estudo de um caso em profundidade. O estudo de casos é a estratégia preferida quando as questões colocadas são de “como” e “por quê”, uma vez que, nesse caso, o investigador tem pouco controle sobre os eventos e o foco é o evento atual dentro do contexto da vivência real (YIN, 2003). Assim, esse método atende aos objetivos desta pesquisa, já que a intenção é levantar e compreender o processo pelo qual as organizações decidem sobre arquitetura de TI e as influências que esse processo recebe.

Este estudo objetiva abrangerá vários domínios ou departamentos de uma mesma organização. O método de coleta de dados será através de entrevistas semi-estruturadas e análise de documentos disponíveis na organização. Em um primeiro momento, junto à área de TI da empresa, procurar-se-á identificar quais são as decisões relacionadas à arquitetura de TI recentemente definidas. A partir daí, cada uma das decisões será analisada, entrevistando-se os envolvidos em cada um dos processos e procurando identificar aspectos estratégicos e institucionais presentes. Serão utilizados roteiros de entrevistas semi-abertos que procurarão auxiliar na identificação de influências institucionais (coercitivas, miméticas e normativas) e de escolhas estratégicas (empreendedorismo, engenharia ou administração). Por contas da característica do estudo, a empresa a ser selecionada para o estudo de caso deverá ser de grande porte e ter já implementado mecanismos de governança de TI. O modelo de pesquisa está apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Modelo de pesquisa

(fonte: autores)

As categorizações das influências sob a ótica da teoria institucional de DiMaggio e Powell (1983) e da teoria da escolha estratégica de Miles et al (1978) serão utilizadas na classificação dos fatores identificados nas entrevistas. Ao comparar os fatores que

Influências instituciona is Influências estratégicas Teoria Institucional Teoria da escolha estratégica - Arquitetura de Negócios - Arquitetura de Informações - Arquitetura de Aplicações - Arquitetura de Tecnologia Decisões de a rquitetura de TI

Justificativas / Obstá culos

Inf luências - Coercitiva, - Mimética, - Normativa. Problemas de: - empreendedorismo, - engenharia ou - administração.

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influenciam cada tipo de comportamento de acordo com a percepção dos participantes, espera-se ser possível inferir se há maior pressão institucional ou estratégica sobre o fenômeno. No entanto, percepções podem encobrir determinantes institucionais ou estratégicos subjacentes e o objetivo do trabalho é revelar esses mecanismos através de questionamentos mais aprofundados quando for explícita a preferência em abordar apenas uma das perspectivas pelo entrevistado. O objetivo será pesquisar a região de intersecção entre as duas influências para obter evidências de como ela se comporta. A informação sobre os obstáculos enfrentados durante o processo decisório ou de implantação é de importância relevante nesta análise, já que ela pode fornecer evidências da superação de barreiras institucionais a favor de argumentos estratégicos. Contudo, isto não significa que outros determinantes institucionais subjacentes não estejam reforçando um comportamento aparentemente estratégico.

Esta pesquisa atenderá aos requisitos da metodologia de estudo de casos, porém, utilizará a abordagem interpretativa para analisar as influências institucionais, estratégicas e averiguar a existência de dominância entre elas. Na medida em que as análises forem avançando, poderá ser necessário buscar outras referências na literatura para complementar as conclusões.

6. Resultados Esperados

O resultado esperado da pesquisa é que os discursos dos entrevistados ofereçam um panorama abrangente dos fatores institucionais e estratégicos atuantes nas decisões de arquitetura de TI dessa organização nos diversos escopos. Há também expectativa de que se possa compreender a evolução do processo de institucionalização ao longo do tempo através da análise longitudinal em mais de um ponto no tempo. Finalmente, espera-se poder construir um modelo para identificação das influências institucionais subjacentes no discurso racional econômico utilizado nos argumentos estratégicos

Referências

Child, John. (Winter,1997) “Strategic choice in the analysis of action, structure, organizations and environment: retrospect and prospect.”, Organization Studies.

DiMaggio, Paul J.; Powell, Walter W. (1983) “The iron cage revisited: intitutional

isomorphism and collective rationality in organizational fields”, American Sociological

Review, (48) 2.

Hrebiniak, Lawrence G.; Joyce, William F. (1985) “Organizational adaptation: strategic choice and environmental determinism”, Administrative Science Quaterly. (30), pp. 336-349.

Jacobson, D.D. Revisiting IT Governance in Light of Institutional Theory. Proceedings of the

42nd Hawaii International Conference on System Sciences.

Miles, Raymond E.; Snow, Charles C.; Meyer, Alan D.; Coleman JR, Henry J. (July, 1978) “Organizational strategy, structure and processes”, Academy of Management Review. Pulkkinen, Mirja. (2006) “Systemic management of architectural decisions in enterprise

architecture planning: four dimensions and three abstraction levels”, Proceedings of the

39th Hawaii International Conference on System Sciences.

Ross, Jeanne W. ; Weill, Peter; Robertson, David C. (2008) Arquitetura de TI como

estratégia empresarial, São Paulo: M. Books do Brasil.

Yin, Robert K. (2003) Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre : Bookman.

Zucker, Lynne G. (1987) “Institutional theories of organization”. Annual Review of

Referências

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