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ESCOLA S ECUNDÁRIA COM 3º CICLO OLIVEIRA DO D OURO

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Academic year: 2021

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I – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária com 3º Ciclo de Oliveira do Douro, realizada pela equipa de avaliação que visitou esta Unidade de Gestão entre 25 e 26 de Fevereiro de 2008. Os capítulos do relatório ― caracterização da escola, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

Escala de avaliação utilizada

Níveis de classificação dos cinco domínios na Unidade de Gestão

Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em

procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em

procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns

aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e

não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

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II – Caracterização da Escola

A Escola Secundária com 3º Ciclo de Oliveira do Douro (ESOD) funciona nas actuais instalações, há cerca de 30 anos, servindo prioritariamente a população de Avintes, Oliveira do Douro e Vilar de Andorinho, na área periurbana de Vila Nova de Gaia, onde predominam algumas indústrias, o comércio e os serviços, sendo a actividade agrícola pouco significativa e a taxa de desemprego superior à média nacional (10%, em censos 2001). A Escola, aparentemente, está bem conservada, mas existem sectores que necessitam de obras de remodelação/conservação: pavimentos, cobertura do pavilhão desportivo, instalação eléctrica e canalizações. Também se sente a necessidade de melhorar o equipamento dos laboratórios e do mobiliário das salas de aula. De acordo com o perfil da Escola e os dados apresentados pela própria ESOD, no que se refere às categorias socioprofissionais conhecidas dos pais ou encarregados de educação (EE), podemos verificar que as mães, fora de casa, trabalham mais significativamente como técnicas não qualificadas de serviços e comércio (10,8%), operárias (9%) e empregadas de escritório (8,6%), enquanto os pais trabalham essencialmente na produção industrial (32,6%), como técnicos não qualificados de comércio e serviços (15,5%), como empregados de escritório (12,4%) e em serviços directos (8,3%). Pelos dados referentes às habilitações conhecidas, verificamos que cerca de 21,8% dos EE apenas concluíram o 1º Ciclo do Ensino Básico, 18,8% possuem o 2º Ciclo, cerca de 14,7% concluíram o 9º ano, 12,2% o 12º ano e cerca de 8,5% possuem formação de nível superior, verificando-se ainda que a taxa de analfabetismo declarado é de 2,2%. Quanto ao acesso às novas tecnologias, regista-se uma situação desigual: no Ensino Básico, 13,8% dos alunos têm computador em casa, havendo 10,2% com ligação à internet; no Ensino Secundário, 58,6% dos alunos têm computador em casa e 40,8% possui uma ligação à internet.

A ESOD está numa fase de alargamento da sua oferta formativa. No presente ano lectivo, para além do 3º Ciclo do Ensino Básico, no Ensino Secundário, existem os cursos científico-humanísticos de Ciências/Tecnologias e Línguas/Humanidades, os cursos tecnológicos de Desporto e Acção Social e um curso profissional de Multimédia. A Escola oferece ainda um curso de educação e formação (CEF) tipo 3 (comércio), com 22 alunos inscritos e mais dois cursos CEF de Informática, tipo 2 e tipo 3, com 15 alunos cada. Está também prevista a criação de cursos de educação e formação de adultos (EFA), com duas turmas de nível básico e outras duas de nível secundário. A Escola acabou de constituir-se em Centro de Novas Oportunidades (CNO), por despacho de 18 de Fevereiro de 2008.

No ano lectivo de 2007/2008, frequentam a ESOD 569 alunos, dos quais 230 no Ensino Básico e 339 no Ensino Secundário, sendo inexistente a diversidade linguística cultural e étnica. Devido ao aumento do desemprego e de famílias desestruturadas, tem vindo a crescer a população escolar com necessidade de apoios socioeducativos. Além destes casos, a Escola procura suprir situações não cobertas pela Acção Social Escolar (ASE), nomeadamente com material escolar reaproveitado. Têm apoio económico 59 alunos do Ensino Básico e 68 do Ensino Secundário, cerca de 22% da população escolar. Frequentam a Escola 3 alunos com necessidades educativas especiais (NEE), no Ensino Básico, e, para além destes, mais 40 alunos beneficiam de apoio educativo. No último ano lectivo, e até ao momento, não houve abandono escolar.

O corpo docente tem sido estável. A assiduidade é elevada e, não considerando as faltas por doença prolongada, no ano lectivo anterior, o absentismo médio foi de 3,5 dias.

Do pessoal não docente, fazem parte 31 elementos (58,6% do quadro da ESOD): 1 psicóloga, a tempo inteiro; 1 técnica da ASE; 8 administrativos e 21 auxiliares de acção educativa (AAE). O absentismo é inferior ao da classe docente. O número de funcionários seria suficiente, caso a Escola não estivesse repartida por 4 blocos independentes, numa área de implementação total de cerca de 30000 metros quadrados, pelo que, por vezes, é preciso recorrer aos programas ocupacionais do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Relativamente à formação académica, 58% dos funcionários não possui habilitações para além do 2º Ciclo. O nível académico médio/superior revela-se sobretudo nos funcionários administrativos.

III – Conclusões da avaliação por domínio

1. Resultados Bom

Na ESOD, coexistem alunos com resultados considerados bons, a par de um grupo de alunos desmotivados, com taxas significativas de retenção e desistência. Nos últimos dois anos lectivos, a Escola acompanhou ou superou a média nacional nos resultados dos exames nacionais do 9º ano de escolaridade de Língua Portuguesa e Matemática. Nos exames de 12º ano, nos últimos três anos lectivos, os resultados obtidos em Português e História superaram as médias nacionais, enquanto que, em Matemática, em 2005 e 2006, as classificações foram inferiores às médias nacionais. No entanto, no ano de 2007, a Escola superou num valor a média nacional. Estes resultados

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evidenciam que, apesar do número significativo de alunos para os quais esta Escola não é a primeira escolha e de se situar num contexto socioeconómico desfavorável, a ESOD obtém resultados que se enquadram e até superam as médias nacionais.

A elaboração/reformulação dos documentos estratégicos actuais da ESOD, nomeadamente Projecto Educativo (PE), e Plano Anual de Actividades (PAA), teve por base o trabalho do grupo de auto-avaliação criado na ESOD, que auscultou a comunidade escolar, tendo em vista a identificação de problemas, necessidades e interesses. Verifica-se uma grande disponibilidade da Associação de Pais/Encarregados de Educação, recentemente activada, em cooperar no desenvolvimento do Projecto Educativo, bem como de outros documentos orientadores da política educativa da Escola.

Salienta-se a existência de um bom clima educativo, fomentando-se o respeito pelo cumprimento das regras estabelecidas e o desenvolvimento do espírito de cooperação. Não se verificou, no ano lectivo anterior, a realização de qualquer conselho disciplinar, sendo os poucos incidentes ocorridos tratados e resolvidos pelos directores de turma (DT) em colaboração com as respectivas famílias.

A Escola destaca os bons resultados escolares obtidos nos exames nacionais, particularmente no que diz respeito ao 12º ano, salientando-se a reduzida amplitude entre a classificação interna de frequência e a classificação de exame, e o desempenho a nível das competições desportivas e outras, como as Olimpíadas da Matemática.

2. Prestação do serviço educativo Bom

A partir do ano lectivo de 2006/2007, a ESOD, em consequência do trabalho desenvolvido pela equipa da “Gestão da Qualidade” e do Plano de Melhoria elaborado, sofreu alterações qualitativas que já começaram a promover a adopção de medidas que proporcionaram alterações qualitativas no funcionamento dos departamentos. No entanto, o processo encontra-se em fase de desenvolvimento e consolidação, particularmente no que respeita à articulação horizontal e à sequencialidade entre os diferentes ciclos de aprendizagem.

O acompanhamento da prática lectiva na sala de aula ainda não está incrementado, sendo a supervisão pedagógica realizada de forma indirecta pelos coordenadores dos departamentos, através da elaboração conjunta das planificações e da monitorização do cumprimento dos currículos e dos critérios de avaliação.

Os alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem são acompanhados, considerando as carências manifestadas e as características individuais dos mesmos, utilizando os recursos de que a Escola dispõe, contando com o empenho e a dedicação dos professores envolvidos e a colaboração e envolvimento da psicóloga escolar, que, para além do acompanhamento dos alunos, procura interagir com as respectivas famílias, no sentido de melhor identificar e compreender os seus problemas.

Na Escola, existem em funcionamento vários cursos de natureza profissional que, por um lado, permitem combater o abandono escolar e, por outro, proporcionam a aquisição de novas aprendizagens e saberes.

3. Organização e gestão escolar Bom

O ano lectivo é planeado e organizado atempadamente, tendo em consideração os recursos materiais e humanos de que a ESOD dispõe, bem como as necessidades dos alunos e a especificidade de cada disciplina. O Conselho Executivo (CE) faz a distribuição do serviço docente de forma equilibrada, tendo em consideração as características individuais e as competências profissionais dos professores, procura dar continuidade pedagógica às turmas e, sempre que possível, manter os mesmos Directores de Turma.

Os auxiliares de acção educativa desenvolvem um trabalho atento no acompanhamento e vigilância dos alunos, actuando de forma pedagógica e numa perspectiva educativa.

Cada funcionário administrativo efectua o trabalho a que está afectado, salientando-se a capacidade de resposta às necessidades e solicitações da comunidade educativa em geral.

O Conselho Executivo tem capacidade de gerar e gerir receitas próprias, que utiliza na manutenção e no equipamento da Escola.

A participação dos pais na vida da Escola, para além da sua representação formal nos órgãos de gestão, não é muito frequente, não se deslocando com regularidade à Escola, apesar da disponibilidade dos Directores de Turma e da flexibilidade dos horários de atendimento.

Os responsáveis pelos órgãos de gestão e pelas estruturas de orientação educativa regulam a sua actuação pelo respeito e cumprimento de regras e pelos princípios de equidade e justiça, proporcionando igualdade de oportunidades aos alunos, procurando encontrar soluções diversificadas e adequadas, considerando as características dos intervenientes e o contexto das situações em apreço.

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4. Liderança Bom

A capacidade de liderança do Conselho Executivo, associada ao conhecimento profundo da realidade local, em articulação com o Conselho Pedagógico (CP) e a Assembleia de Escola, tem permitido à ESOD encontrar estratégias que possam contrariar a diminuição de alunos.

A Escola procura afirmar-se pela qualidade do seu corpo docente, pela disponibilidade dos Directores de Turma para atendimento aos encarregados de educação e pela forma cativante de recepção e acolhimento a todos que a procuram.

O absentismo é reduzido entre os docentes e ainda mais no pessoal não docente.

Entre as principais inovações da Escola, destaca-se: a introdução do cartão magnético para toda a comunidade escolar, a criação de uma plataforma interactiva Moodle, a aquisição de três quadros interactivos e a criação de uma página Web da Escola.

A ESOD aderiu ao Plano Nacional de Leitura, ao Plano de Acção para a Matemática, e à Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, indo ao encontro de um dos seus objectivos específicos “qualificar os alunos ao nível da Língua Portuguesa e da Matemática” e para procurar melhorar o sucesso escolar.

De entre as várias parcerias, destaca-se a colaboração com a Junta de Freguesia de Oliveira do Douro e o Centro de Saúde local.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola Bom

A cultura de auto-avaliação começou a despertar na ESOD, no ano lectivo de 2005/2006, através de um grupo de professores que frequentou uma acção de formação centrada na auto-avaliação da Escola, tendo sido produzido um relatório “Gestão da Qualidade – Avaliar para Mudar” que foi discutido e analisado pela comunidade escolar. No início do ano lectivo de 2006/2007, este processo de mudança sofreu um novo impulso com uma intervenção da IGE, no âmbito do seu programa de acompanhamento às estruturas de orientação educativa, na sequência do qual foi elaborado um plano de melhoria e constituída uma equipa de auto-avaliação, para monitorização do processo, que viria a ser remodelada no presente ano lectivo, estando a preparar-se para analisar diversas áreas de funcionamento da Escola. Nesta sequência, foi melhorado o funcionamento das estruturas de orientação educativa, foi incentivada a reactivação da Associação de Pais e foi elaborado um novo Projecto Educativo.

A Escola dispõe de um corpo docente estável e empenhado, está a alargar a sua oferta formativa, tem bom ambiente educativo, fez alguns progressos na divulgação da sua imagem para o exterior e procura abrir-se cada vez mais à comunidade. Acrescenta-se que os órgãos de gestão e estruturas de orientação educativa são cooperantes e apresentam-se motivados no desenvolvimento e consolidação dos progressos alcançados, que apenas são ameaçados pela escassez do orçamento, face às necessidades da ESOD e pela existência de novas escolas na sua proximidade, num contexto de diminuição do número de alunos.

IV – Avaliação por factor

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

Verifica-se uma significativa heterogeneidade de situações na ESOD no que se refere aos resultados escolares e às taxas de transição, nomeadamente a existência de um grupo de alunos fortemente motivados, com resultados escolares elevados, a par de outro grupo de alunos desmotivados que, provavelmente, justificam índices de desistência e de repetência significativos. A Escola atribui a percentagem significativa de alunos nesta última situação ao facto de muitos deles, não sendo aceites pelas outras escolas secundárias do concelho, acabarem por ingressar na ESOD como última opção.

Assim, no que se refere aos resultados escolares, nos exames nacionais do 9º ano de escolaridade, em 2006 e 2007, em Língua Portuguesa, a ESOD obteve 2,9 e 3,2, valor superior, num caso, e igual, no outro, à média nacional (2,7 e 3,2). Em ambos os casos com discrepância mínima (2006) ou mesmo igual (2007) à classificação interna (3,0 e 3,2). Em Matemática, a ESOD obteve valores (2,3 e 2,3), próximos das médias nacionais (2,4 e 2,2), e um pouco mais distantes da classificação interna (2,8 e 2,6). Nos exames nacionais do 12º ano, analisaram-se os dados disponíveis em três disciplinas, Português, Matemática e História, em 2005, 2006 e 2007. Em Português, a ESOD obteve, respectivamente, as classificações de 12,5, 13,3, 13,3, superiores às médias nacionais (11,3; 11,7;

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11,3), com a classificação interna final (CIF) em 2007 de 13,5 valores. Em Matemática, a ESOD obteve as classificações de 7,1, 7,6, 11,6, as quais, sendo inferiores às médias nacionais em 2005 e 2006 (7,7 e 8,0), superam num valor a média nacional (10,6) em 2007, com a CIF em 12,6. Em História, a ESOD obteve as classificações de 12,7, 9,1 e 10,7 superiores às médias nacionais (10,8; 8,9; 9,4) com maior discrepância da CIF que foi de 13,1 em 2007. Estes resultados evidenciam que, apesar do número significativo de alunos para os quais esta Escola não é a primeira escolha, os resultados obtidos acompanham, ou superam, as médias nacionais. Por outro lado, de acordo com os dados apresentados pela ESOD, relativos aos anos de 2004/2005, 2005/2006 e 2006/2007, verifica-se que o insucesso no 3º ciclo do Ensino Básico evoluiu de modo irregular (20,4%, 30,0%, 14,4%). A percentagem de 14,4%, em2006/2007, representa uma acentuada melhoria relativamente à dos anos anteriores. Se considerarmos, agregadamente, os dados da retenção (14,4%) e da desistência (8,5%) neste ciclo, nesse mesmo ano, a taxa agregada de 22,9% na ESOD excede em 4,5% a taxa nacional (18,4%), mesmo considerando que a desistência na ESOD se refere a alunos que ultrapassam a idade da escolaridade obrigatória. No Ensino Secundário, as taxas de insucesso vêm progressivamente a diminuir nestes três anos (respectivamente, 34,4%, 31,7% e 24,7%), embora no 12º ano ainda registem um valor elevado (cerca de 40%).

Relativamente ao abandono escolar, no Ensino Básico, apenas deixam a Escola os alunos que, já ultrapassada a idade da escolaridade obrigatória, anulam a matrícula ou reprovam por faltas, não se tendo verificado qualquer abandono no âmbito da escolaridade obrigatória, no ano lectivo de 2006/2007. A situação é semelhante no Ensino Secundário, verificando-se o maior número de desistências no 10º ano, traduzidas na anulação da matrícula, na reprovação por faltas e em transferências que, no total, atingem cerca de 17%, em 2006/2007. A ESOD procura, através da diversificação da oferta, nomeadamente, de cursos mais práticos e profissionalizantes, combater a desmotivação e consequente abandono precoce dos alunos.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

A elaboração/reformulação dos documentos estratégicos da ESOD, nomeadamente PE e PAA actualmente em vigor, teve por base o trabalho do grupo de auto-avaliação criado na ESOD em 2006, com destaque para o diagnóstico das “situações/problema” elaborado após auscultação da comunidade escolar, com recurso a metodologias diversificadas.

Em resultado, o PE da ESOD procura introduzir melhorias, entre outras dimensões, nos baixos índices de participação da comunidade escolar, em particular dos pais/encarregados de educação e dos próprios alunos. Actualmente existe Associação de Alunos e estes participam nas estruturas da Escola, nos termos previstos na lei, através dos seus representantes. Contudo, não há evidência de medidas de promoção da participação alargada dos alunos no acompanhamento do desenvolvimento dos projectos fundamentais da Escola, nem referências explícitas a essa intenção nos documentos que os suportam, designadamente no PE.

Os alunos gostam da Escola e sentem orgulho nos resultados obtidos, tanto a nível escolar, como na classificação em competições desportivas e outras, por exemplo, as Olimpíadas da Matemática.

1.3 Comportamento e disciplina

AESOD possui um bom clima educativo, cultivando-se o espírito de cooperação e o respeito pelas regras de funcionamento. Não se verificam incidentes críticos considerados graves e os que ocorrem, resultam, geralmente, da irreverência e da agressão verbal de alguns alunos. Esta situação representa uma significativa melhoria relativamente ao diagnóstico elaborado pelo grupo de auto-avaliação da ESOD que tinha identificado a indisciplina como uma das “situações – problema”. Para esse efeito, foram definidas e implementadas estratégias de melhoria pela liderança de topo e intermédia da ESOD. Dessas estratégias, há a destacar o trabalho realizado no âmbito das coordenações de directores de turma, entre outras, a gestão mais eficaz da informação interna e de legislação, através da sistematização e reflexão conjunta sobre os normativos, incluindo um Código de Gestão da Indisciplina e sua aplicação, harmonização de critérios de actuação nos conselhos de turma e junto dos encarregados de educação e o investimento preferencial no trabalho cívico em detrimento de outras medidas correctivas.

A ESOD definiu e iniciou a implementação de um conjunto de acções na área da educação para a saúde e da prevenção de comportamentos de risco, entre outras, Educação Sexual e dos Afectos, Comportamentos Aditivos, Alimentação e Saúde. Adolescência, Prevenção do Tabagismo, Relações Interpessoais, dirigido a toda a comunidade escolar e às famílias.

O absentismo discente é mais elevado em algumas disciplinas e existe um levado número de faltas injustificadas, mas o abandono escolar está controlado, para o qual terá contribuído a criação dos CEF, mas, sobretudo, devido à intervenção pronta dos DT junto dos encarregados de educação, chegando mesmo a deslocar-se a casa dos alunos, se necessário, e, em último caso, o CE recorre à intervenção da polícia local. Igualmente devido à forma de

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actuação de proximidade dos DT e do CE, as possíveis situações problemáticas ocorridas têm sido rapidamente solucionadas, não tendo havido necessidade de realizar conselhos disciplinares.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

É com visível orgulho que a Escola evidencia os seus resultados escolares, nomeadamente os obtidos nos exames nacionais, que a colocam em situação de vantagem relativamente às outras escolas do concelho, e o facto de todos os anos alunos da ESOD ingressarem em cursos e instituições de ensino superior prestigiadas, referindo, entre outros, Medicina e Engenharia. É frequente o apoio educativo dos professores aos alunos para além do seu horário lectivo, o que é visto como um indicador da valorização pela Escola dos resultados escolares dos alunos. Não tendo sido aceite a modalidade de “quadro de honra”, destacando os desempenhos de excelência, a ESOD divulga-os de outras formas, entre elas, através de exposições, sessões públicas e na sua página Web.

A ESOD assume que a promoção de oportunidades através de percursos alternativos de cariz mais prático e profissionalizante, para além do reconhecimento do valor próprio dessa modalidade de formação, tem como principal objectivo minimizar o insucesso, a desmotivação e consequente abandono precoce dos alunos. A oferta destes cursos veio reforçar a articulação da ESOD com empresas e outras organizações da comunidade, tanto na disponibilidade para a realização de estágios pelos alunos desses cursos, como na auscultação acerca das áreas de formação mais adequadas às necessidades actuais. No primeiro desses cursos, o CEF de Assistente Comercial, todos os 20 alunos inicialmente inscritos concluíram o curso com sucesso. A ESOD pretende fazer o acompanhamento desses diplomados, a fim de colher dados sobre a sua empregabilidade. A expectativa da ESOD nesta modalidade de educação/formação, nela incluindo os CEF, EFA e os Cursos Profissionais do Ensino Secundário, é elevada, como o comprova o alargamento significativo da oferta no presente ano lectivo.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A ESOD está organizada em quatro departamentos curriculares: Matemática e Ciências Experimentais; Ciências Sociais e Humanas; Línguas; e Expressões. O seu funcionamento, a partir do ano lectivo de 2006/2007, sofreu alterações que proporcionaram uma melhor coordenação e articulação entre os docentes das diferentes disciplinas que os integram. No entanto, tendo em consideração o cruzamento das várias informações recolhidas, o processo encontra-se em fase de consolidação, em particular no que respeita à articulação horizontal das várias disciplinas, sendo mais visível e eficaz na organização e desenvolvimento de actividades extracurriculares, ainda que, ao nível dos conteúdos programáticos, já se comece a verificar alguma articulação, inclusivamente entre departamentos. A articulação/sequencialidade entre o 3º Ciclo e o Ensino Secundário, aproveitando a presença dos professores dos dois ciclos de aprendizagem nos departamentos, é abordada e, por vezes, desenvolvida, parecendo, no entanto, pouco organizada e consistente. No que respeita aos 2º e 3º ciclos, embora se compreenda a dificuldade em trabalhar este aspecto, dado que a Escola recebe alunos oriundos de vários estabelecimentos com 2º Ciclo, não é feita qualquer articulação entre estes dois ciclos.

Os resultados escolares são tratados no âmbito dos departamentos, sendo identificadas as disciplinas com taxas de sucesso inferiores às expectativas da Escola e, a partir desta constatação, são adaptadas estratégias no sentido de melhorar o processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, os resultados escolares dos alunos. Os coordenadores assumem a liderança pedagógica, procuram estimular a troca de experiências e o trabalho em equipa e fazem a articulação com o CP, sendo cada vez mais nítido o seu papel na coordenação e dinamização dos departamentos. Como resultado da sua acção, o trabalho cooperativo e a partilha de materiais e experiências são uma prática comum entre os docentes.

Os alunos e respectivas famílias, no final do 3º Ciclo e do Ensino Secundário, são informados e esclarecidos pelos DT dos percursos subsequentes e das alternativas à sua formação académica e/ou profissional, assumindo, neste particular, grande importância as acções levadas a efeito pela psicóloga escolar, tanto na orientação como na divulgação das várias ofertas e possibilidades a ter em consideração.

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2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Os docentes, nos conselhos de turma, promovem a articulação curricular entre as várias disciplinas, elaboram em conjunto os PCT, em consonância com o PCE. Analisam os resultados escolares dos alunos e, em função destes, adaptam os PCT, procurando reformular e adaptar as estratégias, respeitando os ritmos de aprendizagem dos alunos, visando a melhoria dos resultados escolares.

A supervisão da prática lectiva dentro da sala de aula não é procedimento corrente, sendo intenção da Escola começar a actuar neste domínio, tendo em consideração os novos desafios lançados no âmbito do novo modelo de avaliação dos docentes. O acompanhamento da prática lectiva é realizado de forma indirecta, através da elaboração conjunta das planificações, da monitorização do cumprimento dos currículos e da aferição dos critérios de avaliação e dos resultados dos alunos.

O CP procura acompanhar o trabalho desenvolvido nos departamentos curriculares, fazendo a monitorização da execução das orientações por si emanadas, bem como das veiculadas nos documentos que definem a política educativa da Escola. São analisados os resultados escolares dos alunos nos três períodos lectivos, promovendo-se também a articulação entre os diferentes órgãos e estruturas educativas.

A Escola procura a realização de acções de formação para docentes, no entanto, segundo dados fornecidos pelo grupo de trabalho “Gestão da Qualidade”, a iniciativa de frequentar as acções partiu, na maioria dos casos, dos próprios docentes (82%). Acrescente-se que os docentes da Escola realizaram, nos anos de 2004/2005, segundo os dados disponíveis, um número significativo de acções de formação, sendo as temáticas mais procuradas a “informática”, a “indisciplina”, o “desporto” e a “civilização do granito”.

2.3 Diferenciação e apoios

Os alunos com necessidades educativas especiais, normalmente, já vêm identificados das escolas de onde são oriundos, procurando a ESOD dar-lhes o acompanhamento de acordo com as necessidades e carências que estes manifestam. No presente ano lectivo, estão identificados três alunos com NEE, todos eles pertencentes ao Ensino Básico. A Escola não dispõe de professores do ensino especial, sendo os professores da turma a dar apoio a estes alunos, através de estratégias diferenciadas, considerando as suas capacidades e aptidões, envolvendo, ainda, a psicóloga da Escola no seu acompanhamento e interagindo, muitas vezes, com as respectivas famílias.

Os alunos que revelam dificuldades de aprendizagem são, igualmente, acompanhados, no sentido de melhorar o seu rendimento escolar. Para o efeito, no Ensino Básico, são elaborados planos de acompanhamento e de recuperação, e procura-se adoptar estratégias diferenciadas, tendo em consideração as dificuldades encontradas e as características individuais dos alunos.

Como medida de acompanhamento em desenvolvimento na Escola, salienta-se a implementação da figura do professor tutor que, para além do acompanhamento escolar dos alunos, procura interagir com estes e respectivas famílias, no sentido de identificar eventuais situações de natureza emocional, económica e social.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa da ESOD engloba o 3º Ciclo e o Ensino Secundário com os cursos científico-humanísticos de Ciências/Tecnologias e Línguas/Humanidades, os cursos tecnológicos de Desporto e Acção Social e um curso profissional – Técnico de Multimédia. Para além desta oferta, a Escola tem em funcionamento os CEF de Comércio (tipo 3) e Informática (tipo 2 e tipo 3). Acontece também que, recentemente, foi criado na Escola um CNO, que brevemente iniciará o seu funcionamento.

Os alunos são estimulados a complementarem a sua formação académica com actividades extracurriculares, em diversas áreas, como as artes e o desporto. Existem alguns clubes temáticos (Clube Ler sem Medo, Clube de Línguas, Clube de Xadrez, Clube de Teatro e Arte de Bem-Dizer) e, ainda, ateliers de expressão e de artes visuais. No entanto, considerando a opinião dos alunos entrevistados, estes clubes e ateliers não são muito frequentados, por exemplo, nenhum dos alunos, que constituíram o painel respectivo, frequentava qualquer clube/atelier, com excepção feita às actividades desportivas.

As actividades de natureza experimental e laboratorial, para além das realizadas no âmbito da leccionação dos conteúdos programáticos, não são muito frequentes na Escola, salientando-se a realização anual dos “Dias da Ciência”, onde são realizadas algumas experiências, no sentido de motivar os alunos para o método experimental, convidando as escolas mais próximas para assistir a esta realização.

A ESOD procura incentivar os alunos no cumprimento de regras e a prestarem contas, no sentido de os responsabilizar pelas atitudes que tomam e desenvolvem na comunidade escolar.

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Com o alargamento da oferta curricular de natureza profissional, os alunos têm a possibilidade de entrar em contacto com as empresas, através dos estágios que lhes são proporcionados.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O PE define as principais linhas orientadoras da ESOD, que assentam na formação para a cidadania, valorização das aprendizagens experimentais, promoção de uma cultura de trabalho, esforço e auto motivação, estabelecendo como principais metas a construção e desenvolvimento da autonomia da Escola e a melhoria dos resultados educativos dos alunos. O PAA está perfeitamente em sintonia com as orientações e com os princípios enunciados no PE, incluindo um conjunto de actividades variadas e destinadas a toda a comunidade educativa.

Os órgãos de gestão e as estruturas de orientação educativa, deram o seu contributo e sugestões para a elaboração do PE e do PAA da Escola, bem como para a sua revisão, através da discussão e debates realizados. O ano lectivo é planeado com a devida antecedência, começando no final do ano lectivo anterior e tendo em consideração os recursos de que a Escola dispõe, as necessidades dos alunos e a especificidade de cada disciplina. A Área de Projecto e o Estudo Acompanhado são desenvolvidos no sentido de ajudar os alunos na organização e concretização das suas aprendizagens, incentivando a pesquisa, a investigação e o trabalho em equipa. O Estudo Acompanhado é prioritariamente atribuído a professores de Língua Portuguesa e Matemática, enquanto a Área de Projecto é ministrada pelos professores que manifestam mais apetência e motivação para o desenvolvimento de projectos do interesse e agrado dos alunos e revelam maior facilidade na relação estabelecida com os mesmos.

3.2 Gestão dos recursos humanos

O CE faz uma gestão equilibrada dos recursos humanos de que dispõe, tendo em consideração as capacidades e competências profissionais e as necessidades da Escola.

A distribuição do serviço docente é feita de acordo com critérios previamente definidos, nomeadamente, a continuidade pedagógica da turma e a manutenção do DT e a distribuição dos níveis de ensino e anos estabelecida pelos departamentos curriculares. Nos CEF, procura-se envolver os docentes que revelam motivação e interesse para leccionar neste tipo de ensino.

É incentivada a formação profissional dos docentes, bem como a do pessoal não docente, se bem que, segundo os dados disponíveis, a participação destes últimos tivesse ficado aquém das expectativas da Escola – 21% dos funcionários não participou em qualquer acção de formação nos anos civis de 2004 e 2005. As áreas mais solicitadas pelos funcionários administrativos estão relacionadas com temáticas como a aplicação de novas tecnologias em contexto escolar, enquanto os AAE procuram mais as acções no âmbito da saúde e da segurança. A Escola acolhe e integra os novos docentes, de forma a facilitar o seu enquadramento na comunidade educativa, facultando-lhes toda a informação disponível e um acompanhamento continuado e pessoal, particularmente durante o período de adaptação.

Os AAE manifestam grande preocupação no acompanhamento dos alunos e interagem com eles de uma forma pedagógica, contribuindo para a sua melhor integração na comunidade educativa e para a sua formação cívica. Os serviços de administração escolar dão resposta adequada às necessidades da Escola e da comunidade educativa em geral. O seu funcionamento assenta em moldes clássicos, atendimento ao balcão, e cada funcionário trabalha em áreas específicas, que previamente lhes foram distribuídas, ainda que todos tenham conhecimento nas diferentes áreas, adaptando-se facilmente ao desempenho de outras tarefas, em caso de necessidade.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

A ESOD encontra-se dispersa por quatro edifícios implantados numa grande área envolvente e arborizada, o que dificulta a sua manutenção. Apesar de alguns espaços necessitarem de serem intervencionados, nomeadamente os pavimentos e as coberturas dos edifícios, que aparentam um certo estado de degradação, bem como a reformulação do espaço onde está instalado o bar, que é insuficiente e desadequado. Em geral, as instalações apresentam um razoável estado de conservação, a que não é alheio o esforço do CE que, com um orçamento manifestamente insuficiente, face às necessidades da Escola, consegue gerar receitas próprias (cerca de 13000€/ano), que canaliza para a conservação e manutenção das instalações, bem como para o seu equipamento.

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A ESOD dispõe de espaços específicos e equipados para as TIC, embora a qualidade do equipamento não seja uniforme, ou seja, a par de material com tecnologia de ponta, coexiste outro completamente desactualizado, o que dificulta o trabalho de professores e alunos.

O pavilhão gimnodesportivo foi recentemente equipado com um novo piso sintético, possuindo o recinto as dimensões necessárias para a realização de jogos oficiais. No entanto, a cobertura apresenta-se degradada, verificando-se continuamente, infiltrações de água, o que, para além de dificultar a prática da actividade desportiva, vai tornar infrutífero o investimento feito na aquisição do piso, pois, dentro de algum tempo, a manter-se esta situação, manter-será necessário substituir novamente o referido piso. O espaço exterior destinado à prática da Educação Física e actividades desportivas possui dimensões adequadas, mas apresenta-se muito degradado, tornando-se num factor de risco para a integridade física dos alunos.

A biblioteca é um espaço bem organizado e equipado, proporcionando aos alunos a realização de trabalhos de pesquisa e investigação, salientando-se ainda a dinamização de actividades de natureza literária e cultural.

A cantina possui as dimensões e o equipamento necessário ao fornecimento das refeições servidas diariamente na Escola, estando o serviço concessionado a uma empresa, sendo a qualidade monitorizada pelo CE.

Os laboratórios, com algum equipamento a necessitar de ser renovado, possibilitam a concretização das experiências referenciadas no âmbito dos conteúdos programáticos ministrados na Escola.

Como já foi referido, o CE consegue gerir e gerar receitas próprias, embora as fontes sejam escassas, resumindo-se ao aluguer do pavilhão gimnodesportivo e, pontualmente, de salas para formação.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A ESOD divulga aos pais/encarregados de educação os documentos estratégicos que orientam a sua política educativa, nomeadamente PE e RI, bem como as actividades previstas no PAA. No entanto, parece existir algum défice na divulgação das estratégias pedagógicas utilizadas e desenvolvidas, que possibilitem à comunidade um conhecimento mais concreto e profundo da forma como a Escola concretiza e desenvolve todo o processo de ensino-aprendizagem.

Os pais/EE participam nos órgãos de gestão em que têm direito de representação, mas, para além desta participação institucional, não acompanham quanto seria desejável o percurso escolar dos seus educandos, ainda que o seu envolvimento venha evoluindo de forma positiva. Salienta-se o papel da actual Associação de Pais/EE, que afirma o seu empenho na ajuda à concretização dos objectivos do PE da Escola.

A Escola assegura aos pais/EE um horário de atendimento alargado, mesmo fora do período lectivo, verificando-se uma grande disponibilidade dos DT para facilitar a vinda dos pais à Escola, colocando à disposição destes vários meios de comunicação, o e-mail e telefone pessoais.

A Escola procura interagir com a comunidade educativa no sentido de encontrar algumas respostas para os seus problemas, nomeadamente através da colaboração com algumas instituições locais, em particular com o Centro de Saúde, na divulgação de projectos relacionados com a promoção da saúde, e a Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, com a qual se verifica uma maior cooperação.

3.5 Equidade e justiça

Na ESOD não existe diversidade cultural, linguística ou étnica dos alunos. No entanto, existem problemas de natureza social e económica nas famílias que se reflectem de forma negativa no percurso e nos resultados escolares dos alunos. O desemprego e o emprego de natureza precária atingiram uma parte significativa das famílias, verificando-se, igualmente, uma desestruturação familiar e isolamento social crescentes.

Confrontada com esta realidade, a Escola tem procurado dar apoio socioeducativo aos alunos, envolvendo os professores e, particularmente os DT, no seu acompanhamento e aplicação de medidas facilitadoras da sua integração escolar, a fim de lhes proporcionarem melhores condições de aprendizagem, sendo apoiados pela ASE 59 alunos no Ensino Básico e 68 no Ensino Secundário, o que constitui cerca de 22% da população escolar.

Os responsáveis pelos órgãos de gestão e pelas estruturas de orientação educativa pautam o seu comportamento pelo respeito dos princípios da equidade e justiça, procuram garantir oportunidades iguais a todos os alunos, nomeadamente, na escolha de horários e integração nas respectivas turmas, e tentam encontrar soluções diferentes e adequadas para os problemas que emergem no quotidiano da Escola, respeitando as características individuais dos alunos e agindo de acordo com as mesmas.

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4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O CE é respeitado por toda a comunidade educativa pelo seu profissionalismo, dedicação à vida da Escola e pela abertura e facilidade de comunicação com todos os intervenientes no processo educativo.

Nos últimos anos, a ESOD vem perdendo alunos, devido à criação de novas escolas que passaram a absorver parte dos alunos do Ensino Básico. Acresce ainda o facto de que os alunos do Ensino Secundário procuram outras escolas situadas na zona central urbana de Vila Nova de Gaia, com melhores condições de transporte e mais próximas das atracções citadinas e outros equipamentos de recreio e lazer. Nesta perspectiva, a Escola já no ano lectivo anterior criou um CEF e reforçou a aposta neste sector, no presente ano lectivo, prepara o lançamento de cursos EFA e constituiu recentemente um CNO, tendo já em funcionamento um curso profissional Multimédia, procurando diversificar a sua oferta formativa e alargá-la a diferentes destinatários.

O PE, actualmente em vigor, identifica claramente os problemas da Escola, define objectivos ambiciosos, devidamente contextualizados, onde as metas ainda não são claramente estabelecidas e avaliáveis, remetendo a avaliação e o seu acompanhamento para uma equipa própria a constituir futuramente. O PCE está também em reformulação, de acordo com o novo PE e de acordo com as linhas de orientação estratégica da Escola, apontando para o reforço das aprendizagens em Língua Portuguesa, Matemática, TIC e a aposta no ensino de carácter profissionalizante, no âmbito do alargamento da oferta formativa.

A Escola procura afirmar-se pela qualidade do seu corpo docente, por ser considerada segura por todos os que a frequentam (embora a Associação de Pais questione alguns aspectos relacionados com a segurança passiva) e pela forma cativante de recepção e acolhimento a todos os que a procuram.

4.2 Motivação e empenho

Toda a comunidade educativa destaca como ponto mais positivo da ESOD a qualidade, o empenho e o profissionalismo do corpo docente, a disponibilidade dos DT e outros professores para atendimento aos encarregados de educação. A Escola orgulha-se da sua posição nos rankings dos exames nacionais do 12º ano, tanto mais que se diz ser subsidiária na recepção dos alunos da zona urbana onde está inserida, recebendo aqueles que foram abandonados por outras escolas e, ainda, de ser das que apresentam menor diferença entre a CE e a CIF.

Os departamentos estão a transformar-se em pólos dinamizadores da acção educativa e a tornar-se cada vez mais activos na assumpção das suas responsabilidades. A articulação entre o CP e o CE está facilitada por centralizar a presidência destes órgãos na mesma pessoa. A Assembleia de Escola assume um papel proactivo no desempenho das suas competências, ajudando a solucionar alguns dos problemas levantados. Os coordenadores dos DT (3º Ciclo e Ensino Secundário) desempenham um papel de relevo na liderança dos DT, disponibilizando informação relevante, aferindo critérios e concertando estratégias de actuação pedagógica.

O absentismo docente baixou, registando, no ano lectivo de 2006/2007, uma média de 3,5 faltas por professor, não contabilizando as faltas por doença prolongada. O absentismo do pessoal não docente é ainda mais reduzido, fruto de uma política de flexibilização do horário em situações pontuais.

4.3 Abertura à inovação

A ESOD, fazendo uso de receitas próprias, tem procurado renovar o seu equipamento informático, no entanto, esta renovação não tem sido tão profunda quanto seria desejável para as necessidades actuais da Escola.

Foi criada uma plataforma Moodle que tem facilitado a interacção educativa e a comunicação entre professores e alunos, motivando para novas formas de aprendizagem.

A ESOD dispõe de três quadros interactivos que despertaram o interesse para a utilização destas ferramentas no processo de ensino-aprendizagem, mas a escssez de recursos não lhe tem permitido novas aquisições.

A Escola adoptou a utilização do cartão magnético como forma de identificação pessoal e meio de pagamento de serviços, evitando a circulação directa de dinheiro, facilitando o controlo da própria Escola e dos encarregados de educação sobre os alunos, relativamente ao tempo de permanência na ESOD e aos seus consumos/aquisições. A criação de uma página Web da Escola veio facilitar a divulgação dos seus documentos orientadores, as suas actividades e a comunicação com as famílias, dando maior visibilidade a esta organização escolar. Complementarmente, a comunicação entre os encarregados de educaçãoe os DT ou o CE, via correio electrónico ou telefone, permite agir imediatamente nas situações dúbias ou críticas, resolvendo potenciais problemas.

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4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A ESOD desenvolve parcerias e protocolos no âmbito de diversas actividades e projectos, destacando-se o esforço realizado pelo CE para reactivar a Associação de Pais/EE, como parceiro estratégico para aumentar a presença dos encarregados de educação na Escola e resolver alguns problemas emergentes.

A ESOD aderiu ao Plano Nacional de Leitura e ao Plano de Acção da Matemática, indo ao encontro a um dos seus objectivos específicos de “qualificar os alunos ao nível da Língua Portuguesa e da Matemática” e para procurar melhorar o sucesso escolar. A Biblioteca foi integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares e constitui um espaço aprazível e bem equipado que é fonte de dinamização cultural da Escola.

A Escola estabelece alguma articulação e colaboração com a Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, concretamente, na organização de eventos, acolhimento de alunos para a realização de estágios e apoio aos idosos do Centro de Dia, entre outras colaborações, para além da parceria com o Centro de Saúde.

Destaca-se, ainda, o intercâmbio com empresas, instituições e colectividades locais, em especial nas áreas da formação integrada, desportiva e cultural, visando a formação para a cidadania e a integração na comunidade.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola

5.1 Auto-avaliação

O Centro de Formação Gaia Nascente, instalado na Escola, realizou uma acção de formação, no ano lectivo de 2005/2006, na modalidade de projecto, “Gestão da Qualidade – Avaliar para Mudar”, que se centrou na auto-avaliação da ESOD. Esta acção foi frequentada exclusivamente por um grupo de professores desta Escola, que procurou analisar o seu funcionamento global, no contexto do sistema educativo, tendo em conta os modelos globais da qualidade, o quadro de referência do sistema de auto-avaliação das escolas e os indicadores de qualidade do Ensino Básico e Secundário. Constituíram-se grupos específicos para estudo das diferentes áreas de funcionamento, através da análise de documentos da realização de questionários. Após debate interno, foi elaborado um relatório, onde são identificados os problemas existentes, são definidas as áreas de intervenção prioritária e sugeridas estratégias para a intervenção. O documento foi discutido nas estruturas de orientação educativa e nos órgãos de gestão, começando a nascer a convicção que era necessário alterar o PE.

No início do ano lectivo de 2006/2007, na sequência de uma intervenção da IGE, foi elaborado um plano de melhoria de funcionamento das estruturas de orientação educativa que, aliado às conclusões do relatório do grupo “Gestão Qualidade”, reforçou a ideia de ser constituída uma equipa de auto-avaliação, o que veio a acontecer, integrando alguns dos elementos do grupo que fez a formação em “Gestão da Qualidade – Avaliar para Melhorar”. Em resultado da implementação do processo de melhoria, foi elaborado um novo PE e, tendo em conta as orientações do mesmo, foram, ainda, definidas mais duas áreas de intervenção: melhorar o acesso à informação na comunidade escolar e reforçar a imagem de “uma escola da comunidade e para a comunidade”. Entretanto, a equipa de auto-avaliação foi reformulada, no presente ano lectivo, e está a preparar um modelo e estratégias de actuação para alargar a sua análise a outras áreas de funcionamento.

5.2 Sustentabilidade do progresso

A ESOD diversificou a sua oferta formativa, para atrair novos alunos, melhorou a sua comunicação com o exterior e abriu-se mais à comunidade, sem perder o rigor e a qualidade desejáveis, reforçando as aprendizagens em Língua Portuguesa e Matemática (e também das TIC), o que vem perseguindo progressivamente. Para solidificar todo este processo foi instituída uma cultura de auto-avaliação que se pretende aprofundar cada vez mais.

A ESOD já possui alguma ligação com as instituições sociais, culturais e económicas locais, com quem interage, sendo também de destacar o empenho do CE na reactivação da Associação de Pais/Encarregados de Educação. Possui um corpo docente estável e assíduo cujo profissionalismo e competência são reconhecidos por toda a comunidade educativa. Desde há muito tempo que sabe reflectir sobre os seus resultados, comparando-os com os das outras escolas da região e os nacionais e encontra estratégias adequadas para os procurar melhorar. Os DT e os respectivos coordenadores, com o apoio da psicóloga, são persistentes na solução dos problemas dos alunos, incluindo o abandono escolar, que parece estar controlado. A nível dos departamentos, a articulação horizontal e vertical ainda encontra alguns obstáculos, mas têm sido dados passos no sentido da melhoria progressiva.

O CP e a Assembleia de Escola, para além do cumprimento das suas funções regulamentares, têm uma colaboração proactiva com o CE na resolução dos problemas da ESOD.

Escola Secundária com 3º Ciclo de Oliveira do Douro

O CE está bem identificado com a realidade da Escola, com os seus problemas e expectativas e é respeitado por toda a comunidade educativa pelo seu empenho e profissionalismo. Existe um bom ambiente educativo e os

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potenciais conflitos são logo resolvidos com a actuação imediata das estruturas envolvidas. Todos estes factores podem garantir a sustentabilidade do progresso da ESOD que, no entanto, poderá ser condicionado pela escassez de alunos provocada pela construção de novas escolas nas proximidades.

V – Considerações finais

Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Escola (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria.

Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade: condição externa à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.

Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes:

ƒ A motivação e empenho do corpo docente, reconhecidos pela comunidade educativa em geral.

ƒ Os resultados dos exames de 12º ano (2007), em Português, Matemática e História, superiores à média nacional e com diferença pouco significativa entre a classificação de exame e a classificação interna final. ƒ A boa organização e dinamização da Biblioteca/centro de recursos.

ƒ A acção do Conselho Executivo na conservação e manutenção das instalações.

ƒ O trabalho desenvolvido pelos Directores de Turma no acompanhamento e orientação dos alunos e respectivas famílias.

Pontos fracos:

ƒ A fragilidade e falta de consistência na articulação horizontal dos departamentos e na sequencialidade entre os diferentes ciclos de aprendizagem, em particular entre o 2.º e 3º ciclos.

ƒ A débil participação dos pais/encarregados de educação na vida da Escola e no acompanhamento dos seus educandos.

ƒ A reduzida adesão e pouco envolvimento dos alunos nas actividades extracurriculares. ƒ A ausência de supervisão da prática lectiva em sala de aula.

Oportunidades:

ƒ O alargamento da oferta curricular que poderá proporcionar aprendizagens e saberes que facilitem a integração dos jovens no mercado de trabalho.

Constrangimentos:

ƒ O orçamento poderá não permitir fazer face às necessidades de manutenção da Escola, tendo em consideração a sua antiguidade e a dimensão do espaço envolvente.

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