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PERFIL DE INBIÇÃO DE MÉIS DE AROEIRA PRODUZIDOS POR ABELHAS APIS MELLIFERA

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Academic year: 2021

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PERFIL DE INBIÇÃO DE MÉIS DE AROEIRA PRODUZIDOS POR ABELHAS APIS MELLIFERA NO ESTADO DE MINAS GERAIS.

VIANA, F. R. a; F. R. CARMO, L. S. a; BASTOS, E. M. A. F.a.

a - Fundação Ezequiel Dias. Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento. Serviço de Prospecção Microbiológica. Rua Conde Pereira Carneiro, n°80, CEP 305010-010, Gameleira, Belo Horizonte, Minas Gerais. Tel. (31) 3314-4788. E-mail: fabiana.viana@funed.gov.br.

RESUMO

A atividade biológica do mel tem sido alvo de grande investigação científica. Produtos apiterápicos são bastante utilizados na medicina popular para tratamento de doenças humanas em razão de seus potenciais antioxidantes, antibacteriano, antitumoral, anti-inflamatório e ação inibitória sobre diferentes patógenos humanos ((Nasuti, et al., 2006). O objetivo deste trabalho foi testar os microrganismos patogênicos Staphylococcus aureus TSST (agente causador da síndrome do choque tóxico) e Escherichia coli enterohemorrágica - EHEC (agente causador de diarréia hemorrágica) frente a méis produzidos por Apis mellífera no norte do Estado de Minas Gerais – Brasil. Para a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos méis, foi utilizada a técnica de microdiluição em caldo (caldo Mueller-Hinton), em quatro concentrações (25%, 12,5%, 6,25% e 3,125%). As placas foram incubadas a 37°C por 16 a 20 horas. A leitura dos ensaios foi realizada utilizando uma leitora de microplacas a 620 nm. Os ensaios foram feitos em triplicata. Houve redução do crescimento bacteriano para as duas espécies-alvo em todas as concentrações testadas. A concentração ideal para inibição de S. aureus e E. coli foram de 12,5% (p/v). Portanto, a atividade antibacteriana das amostras testadas evidencia o potencial do mel de Aroeira produzido no Norte de Minas Gerais para uso terapêutico, contribuindo assim para a agregação de valor e a comercialização deste tipo de mel.

PALAVRAS CHAVES: mel de Aroeira, atividade antimicrobiana, bactérias patogênicas.

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INTRODUÇÃO

O norte de Minas se destaca pela produção do mel de Aroeira, de coloração escura que, por esta razão, acaba sendo pouco atrativo para a comercialização (Bastos et al. 2003). Alguns tipos de mel possuem atividade antimicrobiana, que vem sendo amplamente reconhecida, e seus efeitos benéficos podem variar, dependendo da região e da origem botânica do produto (Voidarou et al. 2011; Kwakman et al., 2011). Para sua elaboração, comumente, as abelhas utilizam recursos florais (néctar) disponíveis no entorno dos apiários.

Staphylococcus aureus (S. aureus) é um dos patógenos mais envolvidos em infecções

nosocomiais e representa um sério problema de saúde pública porque é facilmente capaz de adquirir resistência a antibióticos utilizados rotineiramente (Bernardes et al. 2004). A síndrome do choque tóxico desencadeada por S. aureus é uma doença aguda e multissistêmica mediada por toxina (TSST - Toxic shock syndrome Toxin). Os sintomas envolvem febre, infecções cutâneas (vermelhidão/rush), hipotensão e diarréia, podendo ser potencialmente fatais (Hirota Suga et al., 2016). Escherichia coli (E. coli) está associada a doenças infecciosas envolvendo todos os tecidos e sistemas orgânicos humanos. Esta espécie é um dos microrganismos comumente envolvidos em septicemias por Gram-negativos e em choque induzido por endotoxinas. Escherchia coli enterohemorrágica (EHEC) é uma linhagem patogênica de E. coli capaz de provocar doenças em humanos, sendo responsável por um grande número de doenças de origem alimentar associadas a surtos de diarréia sanguinolenta, que pode se complicar com o desenvolvimento da síndrome hemolítica urêmica - SHU (Jost

et al., 2016). A terapia antimicrobiana não é recomendada durante a infecção por EHEC

devido ao risco de desenvolver a SHU mediante a indução e/ou produção de Shiga toxina, o principal fator de virulência de EHEC (Panos et al., 2006).

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi determinar a concentração inibitória mínima de méis, produzidos por abelhas Apis mellifera no norte de Minas Gerais – Brasil, frente a microrganismos patogênicos Staphylococcus aureus TSST (agente causador da síndrome do choque tóxico) e Escherichia coli enterohemorrágica - EHEC (agente causador de diarréia hemorrágica).

METODOLOGIA

Dez amostras de mel foram coletadas em apiários localizados na Fazenda Coqueiros (43o 18' 31" W e 15o 48 '09" S). Para os ensaios antimicrobianos foram utilizados os seguintes microorganismos: S. aureus TSST (isolado clínico) e E. coli (EHEC CDC EDL 933). A concentração inibitória mínima (CIM) dos méis foi determinada pela técnica de microdiluição em placa conforme normas contidas em NCCLS (2003) com ligeiras adaptações. As placas foram incubadas a 37°C por 16 a 20 horas. O corante cloreto trifeniltetrazólio 2,3,5 foi utilizado como indicador de viabilidade celular. A leitura da inibição do crescimento microbiano foi feita em leitor de microplaca a 620 nm. A CIM foi definida como a menor concentração da amostra capaz de reduzir 70% do crescimento microbiano em produtos naturais (Hughes et al., 2013). Os ensaios foram feitos em triplicata.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de inibição do crescimento microbiano estão representados na Tabela 1.

Tabela 1 - Concentração inibitória mínima de méis de Aroeira frente a S. aureus TSST e E. coli (EHEC) em diferentes concentrações.

Porcentagem ideal (CIM) considerada: ≥70%.

A redução do crescimento bacteriano para as duas espécies-alvo testadas foi observada em todas as concentrações testadas. Os valores de inibição foram distintos entre as amostras analisadas quanto à porcentagem de inibição estabelecida (≥ 70%).

Os resultados da frequência de inibição do crescimento microbiano para cada microrganismo alvo estão representados na Figura 1. Para S. aureus a CIM foi de 6,25% e 12,5% (p/v) respectivamente em 20% das amostras, seguido de CIM de 3,12% para 60% dos méis testados. Frente a E. coli o maior potencial de inibição foi encontrado em 50% das amostras de mel analisadas com CIM de 3,125% (p/v). Para as demais amostras foi observado a CIM de 6,25% (p/v) em 20% dos méis analisados seguido de 12,5% em 30% das amostras.

Código das

amostras E. coli EHEC S. aureus TSST

269 12,5 3,125 272 3,125 12,5 283 3,125 12,5 347 3,125 3,125 352 12,5 3,125 354 6,25 3,125 362 3,125 6,25 387 3,125 6,25 406 12,5 3,125 407 6,25 3,125

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0 3 6 9 12 S. aureus E. coli N u m e ro d e a m o s tr a s d e m e l

Concentração dos méis % (p/v)

3,12 6,25 12,5

Figura 1 – Frequência (%) de inibição do mel de Aroeira frente a S. aureus TSST e E. coli (EHEC) em diferentes concentrações.

CONCLUSÃO

O mel de Aroeira possui poucos estudos e sua atividade frente a bactérias, especialmente as Gram-negativas, como E. coli, é pouco conhecida. Diante dos resultados obtidos, a concentração ideal para inibição de S. aureus e E. coli foi de 3,125% (p/v). Assim, a utilização destes méis como antimicrobianos mostrou ser vantajosa para redução da carga microbiana, uma vez que foi capaz de inibir o crescimento de patógenos de importância clínica. Além disto, a atividade antibacteriana dos méis observada neste trabalho reforça o potencial para uso terapêutico do mel de Aroeira produzido no Norte de Minas Gerais, contribuindo assim para a agregação de valor e a comercialização deste tipo de mel.

BIBLIOGRAFIA

BASTOS, E. M. A. F.; MADSEN, V. Pollen Spectrum of Honey produced in Areas of Cerrado of Minas Gerais State. Brazilian Journal of Biology. V.63, p. 599-615, 2003.

BERNARDES, R. C.; JORGE, A. O. C.; LEÃO, M. V. P. Sensibilidade à oxaciclina, vancomicina e teicoplanina de staphylococcus coagulase-positivos isolados de pacientes hospitalizados em São José dos campos. Revista de Biociências, v. 10, p. 73-78, 2004.

JOST, C.; BIDET, P.; CARRÈRE, T.; MARIANI-KURKDIAN, P.; BONCAROSI, S. Susceptibility of enterohaemorrhagic Escherichia coli to azithromycin in France and analysis of resistance mechanisms. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. V. 25, p.1-5, 2016.

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KIYNORI HARII, M. D. Toxic Shock Syndrome Caused by Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus (MRSA) after expander-based breast reconstruction. ePlast, v. 16, p. 7-12, 2016.

HUGHES, A. F. S.; LIMA, F. G.; LUCCHESE, A. M. GÓES NETO, A., UETANABARO, A. P. T. Antimicrobial activity of Syagrus coronata (Martius) Beccari. Brazilian Archives of

Biology and Technology. V. 56, n° 2, p. 269-274, 2013.

KWAKMAN, P. H. S.; VELDE, A. A.; BOER, L.; VANDENBROUCKE-GRAULS, C. M. J. E.; ZAAT, S. A. J. Two Major Medicinal Honeys Have Different Mechanisms of Bactericidal Activity. Plos one. V. 6, 2011.

NASUTI, C.; GABBIANELLI, R.; FALCIONI, G.; CANTALAMESSA, C. Antioxidative and gastroprotective activities of anti-inflammatory formulations derived from chestnut honey in rats. Nutrition Research. V. 26, p. 130-137.2006.

NCCLS - National Committee for Clinical Laboratory Standards. Metodologia dos testes de sensibilidade a agentes antimicrobianos por diluição para bactérias de crescimento aeróbico: norma aprovada – sexta edição. NCCLS document M27 – A2, 2003.

PANOS, G. Z.; BETSI, G. I.; FALAGAS, M. E.; Systematic review: are antibiotics detrimental or beneficial for the treatment of patients with Escherichia coli O157:H7 infection? Alimentary Pharmacology & Therapeutics. V. 24, p. 731-742, 2006.

VOIDAROU, C.; ALEXOPOULOS, A.; PLESSAS, S.; KARAPANOU, A.; MANTZOURANI, I.; STAVROPOULOU, E.; FOTOU, K.; TZORA, A.; SKOUFOS, I.; BEZIRTZOGLOU, E. Antibacterial activity of different honeys against pathogenic bacteria.

Referências

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