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Clube do Mar de Coimbra à Vela nos Açores

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Academic year: 2021

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Clube do Mar de Coimbra à Vela nos Açores

Nas duas últimas semanas de Agosto vários velejadores e Associados do Clube tiveram a oportunidade de conviver e tomar contacto com a realidade da vela açoriana nas ilhas do Grupo Central – Faial, Pico e S. Jorge.

Como anfitrião local o Faialense Rui Duarte, que é o 1º Velejador e Associado Açoriano do Clube do Mar de Coimbra.

Para além das óbvias “visitas” ao Peter Café Sport, estabeleceram-se contactos com velejadores do Clube Naval da Horta e do Clube Naval da Madalena do Pico.

No Peter…

Ainda por influência das relações existentes com Vítor Medeiros, Presidente da ARV Açores, foi travado conhecimento com os dirigentes do Clube Náutico das Lages do Pico, tendo por cortesia do Presidente do Clube – Ricardo Jorge Ferreira – sido dada a oportunidade “aos de Coimbra” de embarcarem e velejarem num dos botes baleeiros das Lages, o “Maria Armanda”. Este bote foi o primeiro a ser recuperado naquele Clube que conta actualmente uma frota com mais quatro botes – Maria Teresa, Celeste, Ester e Liberdade.

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Saída do Maria Armanda pela rampa à força de braços.

Tendo como oficial Paulo Alves, proa Filipe Fernandes e ainda Ricardo Ferreira, toda a tripulação a bordo, colaborou na execução de várias manobras em todas as mareações. Numa experiência de vela a não perder, ficaram realçadas para além das elegantes linhas hidrodinâmicas daquelas embarcações da faina baleeira, alguns aspectos técnicos e de mareação que aqui se reproduzem resumidamente.

Aparelhar o mastro com dois tripulantes.

De costas: Miguel Brum (à esq. a içar); Ricardo Ferreira; Nuno Duarte; De frente: Filipe Fernandes (mastro) Paulo Duarte; Paulo Alves (oficial).

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Um aspecto fundamental é o aparelho (massame), não usar nós mas apenas voltas “prontas a disparar” nos brandais, permitindo rápida recolha de velame e arriar de mastro e pano, na manobra de perseguição após ser “trancado” o cetáceo (baleia ou cachalote).

Voltas no brandal. Em fundo um “cachalote fingido”.

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A tripulação é composta por 7 tripulantes: “trancador” (proa), oficial (timoneiro) e cinco marinheiros, ficando a cargo do trancador toda a manobra de proa, desde o “trancar” (arpoar) a presa, à mareação e manobra de pano (virar por d´avante, cambar, arriar giba, etc.).

Sendo uma embarcação mista – com propulsão à vela e mecânica (remos), desta última usa curiosamente duas variantes: a remos (3 pares de remos em toletes) no deslocamento sem vento em mar aberto; com pás, na manobra de saída e entrada da embarcação no porto.

Manobra de saída com pás vendo-se ao longo da amura um remo e tolete.

Embarcação de cerca de 40 pés (com alguma jovialidade os locais dizem “ser variável” o comprimento fora a fora em metros, “em função do tamanho pé do mestre construtor”), não possui patilhão e o equilíbrio com ventos mais fortes, é efectuado pelo peso da tripulação “em prancha” na borda.

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Com uma área vélica total aprox. de 77 m2. sendo de 55 m2 na vela grande com carangueja e 12 na pequena giba (ou estai) que aparelha com “retranca da giba”, permitindo mareação e manobra como estai “autovirante”.

Não sendo um bolinador, pois os melhores ângulos são apenas da ordem de 50º a 55º, é numa bolina folgada/largo que pode atingir deslocamentos de acima de 11/12 nós(!...).

Giba com “retranca” para manobra “autovirante”

Assim as viragens por d´avante precisam de trabalho de mareação do proa, ajudando com o aquartelamento da giba, a proa a passar a linha de vento processo em que a tripulação ajuda, com o peso a dar a necessária “potência” pela inclinação da embarcação para sotavento. No entanto o comportamento em mareações de bolina folgada e largo, é muito ágil, requerendo grande sensibilidade de manobra.

Fica aqui o testemunho de uma experiência única e que se recomenda, como “percurso” de conhecimento geral a qualquer velejador.

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Mareação à popa. Reparar no trabalho do proa com a retranca da giba.

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Concluo com as seguintes sugestões e desafios/reptos para o Clube do Mar de Coimbra e aos seus velejadores:

1. Participar com o Clube na “Semana do Mar” da cidade da Horta, embrenharem-se naquela “atmosfera náutica” e deixar no “Peter” um galhardete do Clube…

2. Fazer uma regata a bordo de um bote baleeiro ou pelo menos, experimentar velejar num deles.

3.

Para todos Bons Ventos e melhor vela. Paulo Duarte

Frota de botes baleeiros do Clube Náutico das Lajes do Pico

Maria Celeste Maria Armanda Ester Diana Liberdade Dados técnicos: Comprimento: 11,5 m Boca: 2 m Pontal: 0,80 m

Área velica total: 77m2

O bote baleeiro — um pouco de história

Concebido e criado a partir do modelo norte-americano, o bote baleeiro açoriano é hoje considerado uma das embarcações mais emblemáticas do mundo.

As dificuldades na importação de botes baleeiros estimularam a criação local de uma "nova" embarcação. Inspirados na herança norte-americana, os açorianos lançaram um novo modelo de bote baleeiro, mais comprido (aproximadamente com 11,5 metros de comprimento, 2 metros de largura e 80 centímetros de pontal a meia nau) e melhor adaptado às condições de navegabilidade dos nossos mares e ao modelo de baleação costeira que se praticou nas ilhas dos Açores.

O primeiro bote baleeiro açoriano foi construído nas Lajes do Pico pelo Mestre Francisco José Machado, o "Experiente", nos finais do século XIX. Gerações de outros grandes construtores navais se notabilizaram, na ilha do Pico, o grande centro da carpintaria naval do arquipélago, na construção de botes baleeiros. (Dr. Manuel Francisco Costa Jr.)

Referências

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