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Protocolo para avaliação do paciente traqueostomizado

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Academic year: 2021

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Protocolo para avaliação do

paciente traqueostomizado

LICA ARAKAWA SUGUENO

II Encontro de Disfagia: A utilização de

protocolos na prática fonoaudiológica

Seleção do instrumento depende

do objetivo

 A seleção do instrumento deve levar em consideração o perfil do indivíduo assistido.

 Alguns centros especializados apresentam perfil de risco determinado para disfagia e já devem realizar o protocolo de avaliação clínica.

 Não há consenso sobre o protocolo ideal para rastreio ou avaliação em internados críticos.

Scheep SK et al. 2012; Kertscher B et al. 2013.

Você quer saber se o paciente tem risco para disfagia, se apresenta disfagia ou se

apresenta penetração/aspiração??

Risco de aspiração

 Revisão sistemática sobre os fatores fisiológicos relacionados com o risco de aspiração

 Parâmetros relevantes para o risco de aspiração  Medidas de força de língua

 Movimento do osso hióideo

 Tempo do trânsito do bolo na faringe enquanto a laringe permanece aberta

 Taxa respiratória

 Fase respiratória durante a deglutição

A culpa é da traqueostomia...

 Aspiração em pacientes com traqueostomia

 61 pacientes traqueostomizados por diferentes motivos  Aplicação de 4 gotas de corante azul na língua do paciente

traqueostomizado – Evan’s Blue Dye (4/4h)

 69% tiveram resultado positivo num período até 30 horas  Três fatores foram relacionados ao grupo que apresentou aspiração

 Presença de sonda nasogástrica  Status de consciência alterado  Presença de traqueostomia com balonete

 Aspiração após a traqueostomia é uma causa freqüente de febre, atelectasia, broncopneumonia e, às vezes, a morte.

Cameron JL; Reynolds J; Zuidema GD. Plastic & Reconstructive Surgery.1973;52(2):206

Traqueostomia e Disfagia

 Redução do movimento ântero-superior da laringe (Logemann 1993, Dikeman e Kazandjian 1995).  Irritação traqueal em repouso e durante a deglutição.  Fechamento da laringe reduzida

 A compressão do esôfago pelo balonete do tubo de traqueostomia (Becker, Weitez, Dettenmeier 1994)  O rompimento da pressão das vias aéreas de deglutição

(Gross et al, 1992)

 A redução do fluxo de ar através da glote  Eliminação de fluxo inspiratório quando manguito é

inflado

 Embotamento do reflexo de tosse (Tippetts e Siebens, 1991)

Traqueostomia e Disfagia

 Não coordenação da resposta fechamento glótico

 Reduzida sensibilidade da laringe (Cameron et al 1973, Bone et al 1974, Bonnano 1971, Sasaki et al 1977)

 Fonoaudiólogos estão envolvidos na avaliação e tratamento de pacientes com traqueostomia que apresentam dificuldades de deglutição. Estes pacientes necessitam de uma triagem antes do início da alimentação via oral, isto é reduzir o risco de aspiração, que pode levar a pneumonia de aspiração (Myers, 1995).

 Recomenda-se uma abordagem multidisciplinar para garantir atendimento adequado e eficaz para o paciente individual.

(2)

Mecanismo da tosse – o papel da

laringe

• A tosse é um dos dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo.

• O outro é o clearance mucociliar

• Os principais benefícios da tosse são

• eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão positiva pleural, o que determina compressão das vias aéreas de pequeno calibre, e através da produção de alta velocidade do fluxo nas vias aéreas

• proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos • é o mais efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar,

como acontece na mucoviscidose, asma e discinesia ciliar • proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento

de pressão intratorácica)

Fono

Mecanismo da tosse - laringe

• O ato de tossir está sob controle voluntário e involuntário

• fases inspiratória, compressiva e expiratória, seguindo-se a fase de relaxamento

• Quanto maior a fase inspiratória, maior será a eficácia da tosse

• Uma inspiração profunda permite um maior volume torácico e dilatação dos brônquios, o que torna mais eficiente a segunda fase • Na fase compressiva existe fechamento da glote por cerca de 0,2

segundos, e ativação do diafragma e dos músculos da parede torácica e abdominal que, aumentando a pressão intratorácica até 300 mmHg, comprimem as vias aéreas e os pulmões

• Na fase expiratória há uma abertura súbita da glote com saída do ar em alta velocidade, podendo atingir fluxos de até 12 L/s, ocasionando o som característico da tosse

Fono

Mecanismo da tosse - laringe

• O fluxo expiratório na última fase da tosse é gerado mesmo mediante pequenas variações de pressão positiva intratorácica.

• Assim, a realização da tosse efetiva pode se dar mesmo em situações nas quais sejam obtidas pressões bem abaixo das que podem ser produzidas pela musculatura expiratória. • Na fase de relaxamento, a musculatura relaxa e há retorno

das pressões aos níveis basais. Dependendo do estímulo, essas fases podem resultar em tosse de intensidade leve, moderada ou grave. Fono

Padrão?

expiração-apnéia-deglutição-expiração expiração-apnéia–deglutição-inspiração inspiração-apnéia–deglutição-expiração inspiração-apnéia–deglutição-inspiração Martin-Harris et al, 2003

Mecanismo da tosse - laringe

• Mecanismos de diminuição da efetividade da tosse

• a presença de anormalidades ou alterações no arco reflexo, que podem tornar os receptores ineficazes ou pouco efetivos, principalmente após estimulação repetitiva

• pode ser observado em crianças ou idosos que aspiraram corpos estranhos e apresentam muita tosse nos primeiros dias e depois diminuição ou cessação do ato de tossir

• crianças com retardo de desenvolvimento neuropsicomotor grave e que apresentam aspiração de líquidos podem apresentar pouca tosse depois de um tempo prolongado de aspiração

• uso de medicamentos sedativos e narcóticos

• dano decorrente de aumento de pressão sobre o centro da tosse (tumores de SNC e hipertensão intracraniana)

Fono

Mecanismo da tosse - laringe

• Mecanismos de diminuição da efetividade da tosse • Doenças neuromusculares, pela menor capacidade de

mobilizar o ar na fase inspiratória, e comprometimento da musculatura respiratória expiratória

• Cirurgia abdominal e torácica

• Anomalias da laringe com ineficácia de abertura da glote (paralisia de pregas vocais)

• Ineficácia de abertura da glote por procedimentos médicos (traqueostomia, tubo nasotraqueal)

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Mecanismo da tosse - laringe

Mecanismos de diminuição da efetividade da tosse

• Redução na velocidade do fluxo aéreo produzido na fase expiratória. A remoção do muco depende também da obtenção de elevada velocidade do gás, que pode atingir aproximadamente 2.500 cm/s, o que favorece a suspensão de partículas do muco no lúmen da via aérea.

Fono

Intubação Orotraqueal - IOT

Tolep et al., 1996; Kunigk e Chehter, 2007; Padovani et al., 2008; Camargo, 2010  Há impacto da IOT eletiva prolongada ou por complicação na

deglutição

 Alteração na relação inspiração-expiração no processo da deglutição

 Laringoscopia alterada

 Alteração na fase oral e faríngea da deglutição  Risco aumentado para penetração e aspiração

 A disfagia após IOT não pode ser associada apenas à IOT. Quase sempre associado a outros fatores.

 Considerar também a presbilaringe

o 7 pacientes adultos traqueostomizados (46-82 anos)

o Sem história de CCP, cognição normal, deglutição normal e habilidade para tolerar decanulação

o Videofluoroscopia digital (30 frames)

oAnálise do máximo de movimento do osso hióide oAnálise da aproximação laringe x hióide o Critérios de randomização:

oTQ insuflado (5cc) oTQ desinsuflado oclúido

oEstoma presente, porém, decanulado

o Não houve diferença estatística significante nos dados analisados sob randomização.

o Não houve ocorrência de aspiração em 100%.

Traqueostomia e Disfagia

o 22 pacientes adultos com câncer de CP tratados cirurgicamente oAnálise prospectiva com FEES pela narina e posteriormente análise da

TQ até a carina oCondições

oTQ presente

oTQ removida e estoma coberto com gaze oTQ removida e estoma parcialmente descoberto o Análise dos resultados por 3 juízes

o100% concordância o59% deglutição funcional o41% aspiração

oCânula ou decanulação não afetaram o status da aspiração no pós-operatório recente de CP

Traqueostomia x Disfagia

Leder SB; Joe JK; Ross DA; Coelho DH; Mendes J Head Neck;27(9):757-61, 2005 Sep.

Disfagia e traqueostomia

 Há impacto da traqueostomia na deglutição no período imediato (dia do procedimento) e recente por efeitos inflamatórios do procedimento

 Traqueostomia realizada após insucesso na IOT deve considerar sequelas de tentativas de IOT

 Há controvérsias sobre impacto do uso prolongado da traqueostomia na deglutição

 Não há evidência de disfagia em pacientes traqueostomizados somente pelo uso da traqueostomia

Terk AR et al. Dysphagia;22(2):89-93, 2007 Brookes JT et al. J Otolaryngol;35(2):77-82, 2006

Disfagia e traqueostomia

 Não há suporte na literatura embasada em estudos de evidência científica que a cânula traqueal aumenta o risco para aspiração.

 Não há evidência de que a decanulação melhora a função da deglutição.

 O que determina a necessidade da TQ (problemas respiratórios, trauma, etc) devem ser considerados os fatores determinantes para disfagia ou aspiração.

(4)

Excursão laríngea e movimento do osso hióide e

laringe x gravidade da disfagia

Steele et al., Clin Otolaryngol. 2011 Feb;36(1):30-6 o 28 indivíduos foram avaliados por meio da VF

o Avaliação de medidas de excursão laríngea e movimento do osso hióide

o Há variações para as medidas conforme altura do paciente

o Há relação entre aumento de risco para penetração-aspiração com movimento anterior de osso hióide o Reduções no movimento anterior da laringe e de

excursão vertical abaixo dos limites de primeiro quartil estão associadas com risco de penetração-aspiração.

Proposta de intervenção

Pacientes internados

 Traqueostomia –eletiva ou emergência  Doença de base

 Estado

o Controle motor de OFA o Deglutição espontânea o Respiração o Via de alimentação o Comunicação o Complicações o Estado de alerta o Nível de consciência o Sinais vitais o Postura/posicionamento o Audição, compreensão

 SPO2 – Saturação de oxigênio

 Normalidade >95%

 Investigar saturação de base

 Investigar velocidade de retorno após queda

acima de 4%

Sinais vitais

 Freqüência Respiratória - FR  adulto 12 a 20rpm  criança 30 a 40rpm  Pressão arterial

Sinais vitais

Sistolica(mmHg) <130 130-139 140-159 160-179 >179 >140 Diastolica(mmHg) <85 85-89 90-99 100-109 >109 <90 Nível Normal Normal limítrofe Hipertensão leve Hipertensão moderada Hipertensão grave Hipertensão sistolica ou máxima  Freqüência cardíaca

 adulto 60 a 100bpm  RN 100 a 160bpm

 crianças de 1 a 10 - 70 a 120bpm

Considerações – “síndromes” geriátricas

o

Delirium hipoativo

o

Doenças neuropsiquiátricas

o

Acidente vascular encefálico

o

Demências

o

Depressão

o

Parkinson PKS

o

Deficits motores – dependência?

o

Incapacidade financeira

o

Disfunções sociais

Cicerchia M et al. Surg Oncol 2009 I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em idosos hospitalizados da SBGG

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MINI

MENTAL

Dr. Salomon Rojas

J. Pediatr.79(4),2003

Escala de Richmond - Agitação e Sedação - RASS

Dr. Salomon Rojas

 Via

 Nutrição/absorção

 Hidratação

 Sintomas e sinais relacionados

Alimentação

Identificar nível de assistência

 Presença de Cânula/cuff

 Necessidade de ventilação mecânica

 Característica da secreção

 Competência para expectoração

(6)

Tipos de cânulas

Tipos de cânulas

Complicações da traqueostomia

 Imediata  Hemorragia  Má colocação  Pneumotórax  Enfisema  Perfuração esofágica

Complicações da traqueostomia

 Tardio pós traqueostomia  Obstrução por secreção  Infecção do estoma traqueal  Infecção brônquica  Ulcera traqueal  Necrose traqueal

 Migração do tubo para espaço pre traqueal

 Risco de oclusão da traqueostomia em obesos ou dificuldade na extensão cervical

 Fístula traqueoesofágica  Decanulação acidental  Hemorragia

 Tardio após decanulação  Granuloma

 Orifício persistente do estoma traqueal  Dilatação traqueal

 Estenose traqueal (balonete)  Feridas

 Traqueomalácia

Critérios de intervenção

 Prescrição de avaliação fonoaudiológica

 Paciente capaz de manter no mínimo 15 minutos de estado de alerta (SIGN Guideline, 2004)

 Consegue manter uma postura adequada, mais vertical possível  Ausência de dor ou dor suportável

 Possibilidade de oxigenação menor ou igual a 40%  Estabilidade de sinais vitais nas últimas 24h

 Sinais vitais dentro dos limites de normalidade

 FC, FR, saturação de O2 (95ª100%) ou saturação basal mínima 88% - contra indicação relativa

 Nível de consciência – Escala de Glasgow acima de 8 – critério relativo

 Seguimento de equipes médica e de Fisioterapia (especialmente em ventilação mecânica)

Materiais disponíveis para a

avaliação segura

 Descartáveis (gaze, espátula, copo, luvas, soro, seringa de 20ml)

 Lanterna  Estetoscópio

 Aspirador em funcionamento e sondas  Oxímetro de pulso

 Cuffômetro  Corante azul  Alimentos  Espessante

(7)

Proposta de intervenção

 Precauções:

 Avaliação com alimento ou corante alimentício com restrições para hematopatas, ou pacientes com doença renal (Recomendações da ASHA, 2003)

 Laringectomizados totais até 10 dias de pós-operatório (ausência do risco para aspiração, porém, ao mesmo tempo, a deglutição de alimentos precoce pode aumentar risco para fístulas de Pcomplicação)

 Há restrição de teste de corantes e alimentos nas reconstruções microcirúrgicas até 15 dias de pós-operatório devido ao risco de perda de retalho por contaminação. Testes com saliva e água pura são frequentemente liberados.  Cardiopatas tem restrição a uso de manobras de proteção de

via aérea com apneia prolongada

 Seleção de alimentos a diabéticos, nefropatas, etc.

Proposta de intervenção

 Precauções:

 os pacientes são avaliados mesmo no período imediato, ou seja, no dia da traqueostomia, porém, na conclusão deve ficar clara a correspondência funcional pela avaliação precoce. Ideal esperar 24h, mas não é a realidade de encaminhamentos e de liberação de VO.

 Avaliação pode ocorrer mesmo em jejum se há possibilidade de oferecer a maior quantidade de informações da biodinâmica da deglutição. A proposta não é só avaliar o risco para aspiração.

Triagem

 OFA e controle motor  Estímulos orais  Audição/compreensão

 Presença de deglutição espontânea  Respiração, via de alimentação

 Possibilidade de comunicação oral ou outra forma de comunicação  Correlação entre qualidade de voz e deglutição

Proposta de intervenção inicial

para risco de aspiração

 Cânula traqueal com balonete insuflado: observar inicialmente visualmente e manualmente a condição da pressão do balonete (semi-desinsuflada, hipoinsuflada, insuflada ou hiperinsuflada)

 Ausculta torácica prévia para observação de ruídos sugestivos que impeçam desinsuflação de cuff

 solicitar tentativa de expectoração de secreção traqueal observando valores de saturação e sinais de desconforto.  Se houve queda de saturação acima de 4% apenas na

intenção de expectorar, é importante identificar se o retorno à saturação base é lenta ou rápida e registrar essa informação no protocolo de avaliação.

 Auscultar novamente a região torácica para observar se houve redução de ruído. Identificar características da secreção pulmonar (coloração, consistência e volume)

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Solicitar deglutição de saliva ainda com balonete insuflado para observar se o paciente

 Compreende a ordem

 Tem presença de tosse reflexa mesmo com balonete insuflado (pode sugerir edema faríngeo)

 Apresenta escape oral ou estase oral e faríngea  Tem refluxo nasal

 Tem dor (local e se suporta)

 Qualidade e auto administração da saliva (fluida, espessa ou ausente) e quantidade de saliva ou secreção

 Traqueostomia eletiva e de urgência (corada com 0,1ml de anilina-verificar contra-indicações)

 Solicitar expectoração de secreção pulmonar e observar se houve saída de secreção azulada e volume, que pode um sinal de eventual perda de pressão de balonete por dano do material. Neste caso, observar tolerância do paciente à aspiração e sinais de oximetria de pulso.

Critérios para desinsuflar balonete

 Necessidade de oxigênio suplementar inferior a 40%  Estabilidade hemodinâmica

 Capacidade de tosse para limpar as secreções no peito usando pregas vocais

 Capacidade de manter posição vertical sentado ou em cama

 O paciente requer aspiração ocasional

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Contra-indicações para desinsuflar balonete

 Desconforto respiratório  Aumento da freqüência respiratória  Taquicardia

 Hipotensão

 Instabilidade hemodinâmica  Mudança no nível de consciência

 Dificuldade de remover secreções de sucção / expectoração  Questões em andamento ou não resolvidas relacionadas com

a via aérea

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Ausculta torácica deve identificar necessidade de aspiração endotraqueal mecânica (com cateter) antes de desinsuflar balonete. Observar necessidade pelos traumas na parede traqueal.

 Higienizar a boca com gaze eliminando o máximo de secreção oral e desinsuflar balonete lentamente com seringa informando o paciente previamente sobre o desconforto possível.

 Solicitar tosse ocluindo levemente a cânula para expectoração de secreção faringolaríngea por boca. Caso ocorra a queda da secreção supratraqueal, solicita-se a expectoração para estimular saída pelo traqueostomia. Caso o paciente apresente queda de saturação acima de 4% com retorno lento, deve-se reinsuflar o balonete e imediatamente iniciar a aspiração endotraqueal com cateter.

 Caso paciente tolere a retirada de pressão do balonete, dar continuidade ao teste

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Cânula traqueal com balonete desinsuflado ou cânula plástica sem balonete ou cânula metálica (sem êmbolo): certificar-se de que o balonete está realmente desinsuflado.

 Ausculta cervical e torácica prévia para observação de ruídos – na presença dos mesmos, solicitação de tosse voluntária com leve oclusão traqueal e tentativa de expectoração oral.

 Em seguida nova ausculta para observar resultado de tentativa de higiene alta; posteriormente, solicita-se tentativa de expectoração de secreções baixas e condições voluntárias de higienização de baixa observando valores de saturação e sinais de desconforto.  Se houver queda de saturação acima de 4% apenas na intenção

de expectorar, é importante identificar se o retorno à saturação base é lenta ou rápida e registrar essa informação no protocolo de avaliação.

 Auscultar novamente a região torácica para observar se houve redução de ruído. Identificar características da secreção pulmonar (coloração, consistência e volume)

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Solicitar deglutição de saliva (corada com 0,1ml de anilina-verificar contra-indicações) mantendo oxímetro de pulso e uso de estetoscópio.

 Observar se o paciente compreende a ordem, se apresenta escape oral ou estase oral e faríngea, refluxo nasal, se tem dor (local e se suporta) e qualidade da saliva (fluida, espessa ou ausente). Identificar ruído de deglutição sugestivo de penetração ou aspiração.

 Solicitar expectoração de secreção pulmonar e observar se houve saída de secreção azulada e volume. Neste caso, observar tolerância do paciente à aspiração e sinais de oximetria de pulso.  Ausculta torácica posterior deve identificar necessidade de

aspiração endotraqueal mecânica (com cateter). Observar necessidade pelos traumas na parede traqueal.  Testar manobras (postural, proteção, facilitador) durante a

deglutição de saliva de acordo com a patologia de base.

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Caso a deglutição de saliva tenha ocorrido com moderada ou franca aspiração e/ou desconforto respiratório com queda de saturação sem rápida elevação à saturação base, a avaliação será interrompida

 Caso a deglutição de saliva tenha ocorrido sem aspiração ou discreta a moderada, sem desconforto respiratório e rápida elevação à saturação base, ou seja, paciente com tolerância (controle dos sinais vitais), terá seguimento com alimento (checando possibilidade no item de contra-indicações)  Deglutição de 2ml néctar na colher (proporção 100ml + 1 colher

de chá de espessante + 2 gotas de corante azul) com uso da manobra mais segura no teste com saliva - observar tolerância ao desconforto, capacidade de expectoração, queda e retorno da saturação (tempo).

(9)

Proposta de intervenção para

risco de aspiração

 Repetir com outra manobra indicada. Caso a deglutição de néctar tenha ocorrido com moderada ou franca aspiração e/ou desconforto respiratório com queda de saturação sem rápida elevação à saturação base, a avaliação será interrompida. Caso haja tolerância, será realizada a aspiração endotraqueal. Observar fadiga e questionar conforto do paciente e se o paciente quer continuar.

 Conclusão: Escala de gravidade e FCMs ASHA Swallowing  Conduta: Aspiração endotraqueal tardia para eventual aspiração

laringotraqueal tardia; novas avaliações com outras consistências; terapia, encaminhamento, outras avaliações específicas, discussão com outras equipes

Consistência Thick&Easy® Thicken up Clear®

Néctar 4,5g 1 colher medida (padrão)

Mel 6g 2 colheres medida

Creme, pudim 7,5g 3 colheres medida

Preparo das consistências líquidas

para 100ml de líquido fino

Algoritmo de avaliação clínica

Functional Communication Measures

Nível Functional Communication Measures - Deglutition

1 Indivíduo não é capaz de deglutir nada com segurança pela boca. Toda nutrição e hidratação é recebida por meio de via alternativa (SNE, PEG, etc)

2 O indivíduo não é capaz de deglutir nada com segurança pela boca para nutrição e hidratação, mas pode ingerir alguma consistência com uso máximo e consistente de pistas, somente em terapia. Método alternativo de alimentação é necessário. 3 Método alternativo de alimentação é necessário se o indivíduo ingere menos de 50%

da nutrição e hidratação e/ou deglutição é segura com uso moderado e consistente de pistas para utilizar estratégias compensatórias e/ou necessita de restrição máxima da dieta.

4 A deglutição é segura, mas frequentemente requer uso moderado de pistas para utilizar as estratégias compensatórias e/ou o indivíduo tem restrições moderadas da dieta e/ou ainda necessita de alimentação por tubo e/ou suplemento oral. 5 A deglutição é segura com restrições mínimas da dieta e/ou ocasionalmente requer

mínimas pistas para utilizar estratégias compensatórias. Pode ocasionalmente se auto monitorar. Toda nutrição e hidratação necessária são recebidas pela boca durante a refeição.

6 A deglutição é segura e o indivíduo come e bebe independentemente e pode raramente necessitar de mínimas pistas. Frequentemente se auto monitora quando ocorrem dificuldades. Pode necessitar evitar itens de alimentos específicos (ex.: pipoca e amendoim) ou requerer tempo adicional (devido à disfagia). 7 A habilidade do individuo de se alimentar independentemente não é limitada pela

função de deglutição. A deglutição seria segura e eficiente para todas as consistências. Estratégias compensatórias são efetivamente utilizadas quando necessárias.

(10)

Nunes et al, Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.43, nº1, p. 29-34,2014

Obrigada

lica.sugueno@gmail.com

www.foco-fono.com.br

20 de março

Dia Nacional de

Atenção à Disfagia

Referências

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