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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL JOANA D ARC DA SILVA SCHMIDT

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL

JOANA D’ARC DA SILVA SCHMIDT

O MERCADO DE TRABALHO NA AGROPECUÁRIA NO MUNICÍPIO DE SINOP - MATO GROSSO: SUA EVOLUÇÃO, COMPOSIÇÃO DA RENDA E

DESIGUALDADE SALARIAL DE 2006 A 2017

CAMPO GRANDE – MS 2019

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Joana D’Arc da Silva Schmidt

O mercado de trabalho na agropecuária no município de Sinop - Mato Grosso: sua evolução, composição da renda e desigualdade salarial de

2006 a 2017

Dissertação ao Programa de Pós-Graduação em Produção e Gestão Agroindustrial da Universidade Anhanguera-Uniderp, como parte dos requisitos para obtenção de título de Mestre em Produção e Gestão Agroindustrial.

Orientador:

Prof. Dr. Daniel Massen Frainer

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DEDICO

À Sebastião Francisco da Silva “in memoriam” por sempre, sempre ser meu maior incentivador aos estudos, à busca de novos conhecimentos, ao crescimento à vida. À Niceias dos Santos da Silva, minha mãe, minha mão direita em tudo, meu refúgio e fortaleza, minha fonte maior de amor e carinho. À meu esposo, companheiro, parceiro, amigo de todas as horas, minha fortaleza nesta caminhada Jairo Cesar Schmidt. E, para meus filhos Rômulo Schmidt e Alanis Schmidt, meus maiores tesouros nesta vida, presentes de Deus em minha caminhada rumo ao crescimento e amadurecimento na vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, ao pai ao filho e ao Espírito Santo, que me guiaram nestes dois anos, nestas viagens de idas e vindas de Sinop/MT até Campo Grande/MS e vice e versa.

Ao professor orientador Prof. Dr. Daniel Massen Frainer, pela sua contribuição, ajuda e orientação no trabalho desenvolvido. Obrigada pela paciência e dedicação.

Ao professor co-orientador Prof. Dr. Diego Gomes Freire Guidolin, que não mediu esforços no incentivo para minha aquisição de conhecimentos e capacitação.

Ao professor Dr. Celso Correia de Souza, pela paciência de me ouvir nas horas de dúvidas, mais especificamente em estatística e modelos matemáticos.

As colegas e amigas que o mestrado me deu o presente de conhecer e conviver Eliza Fioravante Pelosso, “in memoriam”, e Vanderleia Mantovani, por dividir comigo momentos de angústias, dúvidas, conhecimentos e felicidades a cada conquista. “Te love! Mulheres guerreiras daqui e no céu”.

Aos colegas do programa de mestrado em Produção e Gestão Agroindustrial, todos unidos no mesmo projeto e que passados estes dois anos temos hoje uma relação de amizade e companheirismo.

A minha sócia e parceira de negócios, Glacia Simone Meurer, por entender esse processo, suprir minhas ausências funcionais e claro, sempre pelo apoio incondicional para a realização deste mestrado.

O presente trabalho foi realizado com o apoio da Universidade Anhanguera–Uniderp, através de bolsa de estudos AESA institucional.

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BIOGRAFIA DO DISCENTE

Joana D’Arc da Silva Schmidt, nasceu em Porto dos Gaúchos, estado de Mato Grosso, em 11 de março de 1979.

Em 2000 ingressou na Universidade estadual do Mato Grosso (UNEMAT) – Campus de Sinop, onde graduou-se no curso de Pedagogia em 07 de março de 2004.

Em 2004 ingressou na Universidade Federal do estado de Mato Grosso (UFMT) – Campus de Sinop, onde graduou-se no curso de Ciências Contábeis em 09 de julho de 2009.

Em 22 de março de 2011 conclui especialização em Docência do Ensino Superior, pela Faculdade de Sinop (FASIPE).

Em 21 de agosto de 2013 conclui especialização em Gestão de Pessoas, pela Faculdade de Sinop (FASIPE).

Em fevereiro de 2018, ingressou no Programa de Pós-Graduação em Produção e Gestão Agroindustrial, nível de Mestrado, na área de conhecimento de Gestão da Produção Agropecuária e Agroindustrial pela Universidade Anhanguera – UNIDERP, em Campo Grande, MS, com conclusão em 22 de novembro de 2019.

Durante este período trabalhei como professora do Curso Ciências Contábeis e Administração da Universidade de Cuiabá (UNIC) unidade industrial em Sinop/MT, contribui cientificamente com a publicação de um artigo relacionado à área de pesquisa em que desenvolvi à dissertação sob o título Trabalho e renda em assentamentos de Juara-MT: estudo de caso no assentamento P.A. – Vale do Arinos – linha 5. Além disso, participei de atividades práticas de ensino em disciplinas do curso de Ciências Contábeis, Administração e Gestão de Recursos Humanos, bem como disciplinas do Programa de Pós-Graduação em Produção).

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SUMÁRIO 1. Resumo Geral ... . 11 2. General Summary ... 12 3. Introdução Geral ... 13 4. Revisão de Literatura ... 17

4.1. Um breve histórico da evolução na ocupação do mercado do agronegócio no Brasil, Mato Grosso e em Sinop ... 20

4.2. O mercado de trabalho no Agro ... 23

4.3. Características gerais dos produtores rurais – Censo Agro 2017 ... 30

5. Referências Bibliográficas ... 37

6. Artigos ... 44

Artigo I – Análise do mercado de trabalho no setor da agropecuária no município de Sinop - Mato Grosso: sua evolução, composição da renda e Desigualdades salariais de 2006 a 2017 ... 44 Resumo ... 44 Abstract ... 45 Introdução ... 45 Material e Métodos ... 48 Resultados e Discussão ... 51 Considerações Finais ... 65 Referências Bibliográficas ... 66 7. Conclusão Geral ... 70 Anexos ... 71

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LISTA DE ABREVIATURAS

CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CBO Código Brasileiro de Ocupação

CEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNAE Classificação Nacional de Atividade Econômica

DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Esalq/USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” /Universidade de

São Paulo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna IMEA Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária MTE Ministério do Trabalho e Emprego

MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social

PD Pessoas Desocupadas

PDET Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho PEA População Economicamente Ativa

PIA Pessoas em Idade Ativa PIB Produto Interno Bruto

PME Pesquisa do Mercado de Emprego PIN Programa de Integração Nacional

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNAD-C Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNEA População Não Economicamente Ativa

PO Pessoas Ocupadas

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

RH Recursos Humanos

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEFAZ-MT Secretaria de Fazenda do estado de Mato Grosso

SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SINOP Sociedade Imobiliária do Noroeste do Paraná

SUDAM Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia SUDECO Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste UPF/MT Unidade Padrão Fiscal

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LISTA DE FIGURAS

Página Figura 1 Dados trimestrais de pessoas de 14 anos ou mais de idade,

ocupadas na semana de referência no grupamento de atividade agrícola, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, no período de 2012 a 2018 ... 28 Figura 2 Mapa do grau de polarização do município de Sinop - Mato

Grosso ... 34 Figura 3 Mapa do Estado de Mato Grosso com localização do município

de Sinop ... 35 LISTA DE FIGURAS – ARTIGO I

Figura 1 Evolução do número total de empregos em Sinop de 2006 a 2017 ... 53 Figura 2 Evolução total de empregos por atividade econômica de 2006

a 2017 ... 55 Figura 3 Histórico da evolução salarial por gênero nos setores da

indústria, serviços e agropecuária de 2006 a 2017 ... 57 Figura 4 Salários médios de 2006 a 2017 no setor da agropecuária para

o ensino médio incompleto ... 60 Figura 5 Salários Médio de 2006 a 2017 no setor da agropecuária no

ensino médio completo ... 61 Figura 6 Salário médio de 2006 a 2017 no setor da agropecuária no

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LISTA DE TABELAS

Página Tabela 1 Taxa de Crescimento Percentil anual do produto interno bruto

(PIB) por setores econômicos em Mato Grosso – de 2006 a 2017 ... 19 Tabela 2 Total de Estabelecimentos e área total por ano – Brasil

1975/2017 ... 22 Tabela 3 Confronto dos resultados dos dados estruturais dos Censos

Agropecuários em Mato Grosso - 1975/2017 ... 33 LISTA DE TABELAS – ARTIGO I

Tabela 1 Salários médios em função do gênero nos setores economia, de 2006 à 2017 ... 59 Tabela 2 Demostra os resultados dos quatro modelos de regressões

linear múltiplas aplicadas na base de dados da RAIS de 2006 a 2017 ... 63

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1. Resumo Geral

Este trabalho tem por objetivo geral analisar o mercado de trabalho agropecuário e entender a lógica do processo de evolução recente das ocupações e da renda do mercado de trabalho no setor da agropecuária na cidade de Sinop, município localizado no Norte do estado de Mato Grosso, no período de 2006 a 2017. A pesquisa desenvolvida segue a linha de Gestão Agropecuária Sustentável. As empresas rurais possuem o desafio constante, que é a de se manter competitiva no mercado agrícola que se encontra em plena evolução. Será feita uma análise nos dados do censo do agro das empresas classificadas como atividade no setor agropecuário. Como base metodológica realiza-se uma revisão bibliográfica sobre o tema envolvendo a área de grãos no agronegócio e análises de microdados de órgãos de pesquisas e de cadastros governamentais oficiais e se aplica o método quantitativo, aplicando se o modelo de regressão linear múltipla, dentro da econometria. Através do processamento dos microdados da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, tem se os objetivos específicos de se observar a evolução do rendimento salarial com relação a sua escolaridade, com a preocupação de identificar as disparidades por gênero/sexo, a composição da renda salarial e como está ocorrendo a evolução desse mercado de trabalho no município de Sinop. Por meio desse trabalho pretende-se testar quais variáveis teria mais impacto sobre o salário, aplicando-se o modelo econométrico com variáveis dependentes e independentes, para se explicar a evolução da variável explicada salário em relação as variáveis explicativas do mercado de trabalho agropecuário.

Palavras-Chave: Agropecuária, mercado de trabalho no agro, ocupações agrícolas.

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2. General Summary

The agricultural labor market in the municipality of Sinop-Mato Grosso: its evolution, income composition and wage inequalities from 2006 to 2017. This work aims to analyze the agricultural labor market and understand the logic of the recent evolution process of occupations and income from the labor market in the agricultural sector in the city of Sinop, a municipality located in the North of the state of Mato Grosso, from 2006 to 2017. The research developed follows the Sustainable Agricultural Production line. Rural companies have the constant challenge, which is to remain competitive in the agricultural market that is in full evolution. An analysis will be made in the census data of the agro companies classified as activity in the agricultural sector. As a methodological basis, a bibliographic review on the topic involving the area of grains in agribusiness and analysis of microdata of research organs and official government registers and applies the quantitative method, applying whether the model of Multiple linear regression, within econometrics. Through the processing of the microdata of the annual Social Information relationship-RAIS, has the specific objectives of observing the evolution of salary income in relation to their schooling, with the concern to identify disparities by gender/ Gender, the composition of wage income and how the evolution of this labor market is occurring in the municipality of Sinop. Through this work, we intend to test which variables would have a higher impact on the salary, applying the econometric model with dependent and independent variables, to explain the evolution of the variable explained salary in relation to the variables Agricultural labour market.

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3. Introdução Geral

O setor do agronegócio é dinâmico e tem se desenvolvido devido a sua característica de inovação que proporciona aos produtores uma visão sistêmica da cadeia de produção de bens, serviços e produtos, tão importante para o desenvolvimento de uma região.

Segundo Mendes e Padilha Junior (2011, p. 70), “... o agronegócio no Brasil vem apresentando números satisfatórios e solidificando sua importância para a economia do país...”. O agronegócio é um setor que emprega 12% da população economicamente ativa (PEA) do país, o que supõe 35% dos empregos do Brasil (HAMER, 2017).

Assim o agronegócio mostra que o Brasil é uma das potências mundiais no que tange a produção agroindustrial, e com base nos dados divulgados pelo MAPA (2018) de 1997 a 2017, em 20 anos, o Brasil exportou 1,23 trilhões de dólares, e o agronegócio foi o setor que mais contribuiu para a balança comercial e para a economia brasileira e o Brasil se consolida como um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos, assumindo assim grande responsabilidade com o futuro da humanidade (TALIARINE e RAMOS, 2015).

A agropecuária e o agronegócio no Brasil contribuíram com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017, a maior participação em 13 anos, estimada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA (2017)

apud Boadle (2017).

Enquanto a economia brasileira permanece estável, a agropecuária (dentro da porteira) encerra 2017 com crescimento de 11% segundo os critérios do IBGE. Com esse resultado setor é o maior no crescimento na economia ao longo destes anos de pesquisas. O resultado do agronegócio (todos elos da cadeia) só não deverá ser melhor devido aos setores da agroindústria e serviços que ainda sofrem os impactos da crise. Até agosto o PIB do Agronegócio recuou de 2,6%, a expectativa é que o resultado melhore um pouco e encerre o ano de 2017 com queda de 2% (IBGE, 2019a).

O estado de Mato Grosso tem se destacado no cenário econômico nacional, sendo que, a economia de Mato Grosso apresentou um crescimento

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nacional registrou 1,0% pelo Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE (SEPLAN, 2018).

Na comparação do quarto trimestre de 2017 com o mesmo período do ano anterior (2016), o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu 1,2%, enquanto a atividade econômica nacional registrou aumento de 2,1%. Entre os setores que contribuíram para o comportamento da economia local no período estão a agropecuária (-7,9%), a indústria (6,7%) e serviços (3,7%) (SEPLAN, 2018).

No cenário econômico, as atividades da agropecuária visam a melhor forma de utilização de todos os seus recursos, com o intuito de propiciar um diferencial competitivo. Estes recursos podem ser definidos como: recursos financeiros, estruturais, humanos, tecnológicos, entre outros. Segundo Megido e Xavier (2013, p. 75), “... todos formam uma estrutura sistêmica de interdependências, em que o sucesso de todos está vinculado ao êxito das partes individualmente...”.

Em estudo recente da CEPEA (2018), onde o foco foi a região Centro-Oeste, revela-se que em 2018, 27,51% dos postos de trabalho formais e informais estavam relacionados ao agronegócio. Ao analisar a participação por estados, este percentual pode ser ainda maior, chegando a 33,68% em Mato Grosso. Assim, a alta representatividade do agronegócio no total de ocupados no estado dispõe a importância do setor na geração da renda local e no dinamismo econômico da região e do estado de Mato Grosso. A título de comparação, a participação do agro no total de trabalhadores do País foi de 19,91% no mesmo período analisado, conforme dispõe o estudo realizado pela CEPEA, onde analisou-se o dinamismo dos três estados da região Centro-Oeste.

Nesse mesmo enfoque, conforme dados obtidos junto ao IMEA (2018) de 2006 a 2017, a agropecuária torna-se um dos setores de maior importância na economia brasileira, do Mato Grosso e de Sinop, e vêm movimentado milhões em reais em recursos, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e transformando o país em um grande celeiro produtor.

Com base no relatório preliminar dos dados do censo agropecuário 2017, a região Centro-Oeste foi a principal produtora de soja, com 46,43% do total da área colhida nacionalmente, e de milho, com 50,29%. O estado de Mato Grosso

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é o maior produtor do país (IBGE, 2017). Com todas essas produções, se faz necessário à área de gestão de pessoas e produção agroindustrial, pensar e analisar o mercado de trabalho envolto, para atentar e atender a todo esse processo produtivo de forma ágil e ativa.

Assim, considera-se como objeto deste estudo as empresas denominadas dentro do segmento econômico do setor da agropecuária, sendo o município de Sinop, que é um município brasileiro do Estado de Mato Grosso, Centro Oeste do Brasil, 4ª maior cidade do Estado. Conforme dados do IBGE (2019b), tem sua população, estimada em 142.996 mil pessoas, com população no último censo (2010) em 113.099 mil pessoas e, com pessoal ocupado em 2017 no montante 41.621. Neste último ano (2017), a população ocupada chegava a 30,6%, tendo como salário médio mensal dos trabalhadores formais em média 2,4 salários mínimos.

Justifica-se este estudo pela importância que as empresas do setor da agropecuária têm na cidade de Sinop e na região norte do estado de Mato Grosso, quando relacionadas ao mercado de trabalho do setor da agropecuária, uma vez que o setor é um importante gerador de empregos e rendas.

A problemática proposta para este estudo é levantar qual o impacto do setor da agropecuária no mercado de trabalho no município de Sinop. Uma vez que, o município é polo regional em produção e o mercado de trabalho na agricultura, sendo também importante ferramenta de base do crescimento e desenvolvimento do setor agropecuário, na região norte e no estado de Mato Grosso.

A estrutura de coleta e tratamento dos dados atende os desdobramentos e agregações da Classificação Nacional da Atividade Econômica (CNAE) 2.3. Onde separam-se os setores da economia por atividades, sendo a agropecuária, indústria, comércio, prestação de serviços e construção civil.

A metodologia adotada baseia-se em pesquisas bibliográficas, sendo descritiva exploratória e, quanto a natureza é classificada como quantitativa por fazer uso de questões estatísticas e da econometria, conforme nos coloca Samuelson (1954, p. 141), “... a econometria pode ser definida como a análise quantitativa dos fenômenos econômicos ocorridos com base no desenvolvimento paralelo da teoria e das observações e com uso de métodos de inferência adequados...”.

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Para isso o modelo econométrico aplicado é o modelo de regressão múltipla, onde as variáveis são divididas em explicadas e explicativas, sendo a variável explicada o salário/composição da renda salarial e as variáveis explicativas a escolaridade, gênero e setor de atividade econômica.

Para se chegar a variável explicada, que é a composição da renda salarial, utiliza-se a massa salarial dividida pela frequência nominal, multiplica-se pelo salário médio e estratifica-se por homem e mulher, utilizando desta forma a abertura de dummies para se expandir a amostra pesquisada. Cria-se assim um pseudo painel com as informações da composição da renda salarial dos trabalhadores rurais.

Assim o presente estudo volta-se para todo o valor e a significância, que os trabalhadores envolvidos nesse contexto da atividade agropecuária tem no mercado de trabalho no município de Sinop e sua evolução no período de corte de 2006 a 2017, pelo motivo de que neste período é que se passou a ter acesso a microdados da RAIS e acesso ao banco de dados do IBGE quanto aos dois últimos censos agropecuários.

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4. Revisão de Literatura

O Conceito de agribusiness (agronegócio) nasceu em 1957, com os pesquisadores Jonh Davis e Ray Goldberg, de Harvard, nos Estados Unidos (DAVIS e GOLDEBERG, 1957). Com base nesta definição, o agronegócio é a soma das operações envolvidas no processamento e na distribuição dos produtos da agropecuária e deve ser tratado de uma forma sistêmica.

Com base no relatório do PIB do agronegócio brasileiro, que é uma publicação mensal resultante da parceria entre o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agros serviços.

Para a CEPEA (2019), o agronegócio brasileiro é entendido como o elo das atividades agropecuárias que envolvem a agricultura ou produção vegetal e, a pecuária.

Assim conforme relata Paiva Júnior (2011, p. 50), o termo agronegócio tem sido utilizado com mais ênfase apenas recentemente. “... Ele engloba em sua definição empresas envolvidas no conjunto das operações de produção, comercialização e distribuição de matérias-primas, insumos, produtos e serviços agropecuários...”.

Segundo Fernandes e Gomes (2003, p. 36):

“... o agronegócio é o novo nome de desenvolvimento econômico da agropecuária capitalista, cuja origem está no sistema de plantation, que nada mais é do que o sistema agrícola, sendo plantio agrícola intensivo e sistema agrícola extensivo, em que grandes propriedades são utilizadas na produção para exportação...”.

Conforme definição da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2018), a agropecuária como o conjunto dos estabelecimentos que se dedicam à produção agrícola, pecuária e florestal. O agronegócio refere-se à cadeia

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serviços à produção aos processadores industriais, atividades de logística e distribuidores para os mercados

Conforme nos coloca Fernandes (2004, p. 1):

“... a palavra agronegócio é nova (década de 1990), e é também uma construção ideológica para tentar mudar a imagem lati fundista da agricultura capitalista. O latifúndio carrega em si a imagem de exploração, trabalho escravo, extrema concentração da terra, coronelismo, clientelismo, subserviência, atraso político e econômico. É, portanto, um espaço que pode ser ocupado para o desenvolvimento do país: latifúndio está associado à terra que não produz e pode ser usada para reforma agrária. A imagem do agronegócio foi construída para renovar a imagem da agricultura capitalista, para “modernizá-la...”.

Pode-se considerar esse cenário, e é possível entender parte da lógica em que o agronegócio se encontra, uma complexidade que incide na diversidade, ou seja, utiliza-se da produção para viabilizar novos empreendimentos e consequentemente o controle da terra e do capital.

Segundo Amorim (2009, p. 11), “... o agronegócio no Brasil vem crescendo quantitativamente e qualitativamente, buscando não apenas o mercado nacional, mas também as exportações...”. A quantidade está relacionada devido aos avanços tecnológicos do setor, já a melhora na qualidade está relaciona com a profissionalização e qualificação do setor.

A partir da primeira metade da primeira década dos anos 2000, o agronegócio brasileiro, com especial destaque para as atividades agropecuárias, vivenciou verdadeiros anos dourados: uma combinação envolvendo expansão da área plantada, da produtividade e, consequentemente, da produção que há tempos não era vista (GASQUES et al., 2016).

De acordo com o IBGE (2018) entre 2006 e 2017, enquanto, em média, os serviços expandiram 2,7% ao ano (a.a) e a indústria, 1,09% a.a., as atividades agropecuárias avançaram 4,3% a.a.

Conforme pode-se verificar através da Tabela 1, entre os anos de 2006 e 2017 o setor alvo desta pesquisa, a agropecuária, teve uma média positiva, e

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destaca-se entre os setores que faz com que o segmento agroindustrial tenha importância na economia do estado de Mato Grosso.

Tabela 1. Taxa de Crescimento Percentil anual do produto interno bruto (PIB) por setores econômicos em Mato Grosso – de 2006 a 2017

Ano Agropecuária Indústria Serviços PIB

2006 4,6 2,0 4,3 4,0 2007 3,2 6,2 5,8 6,1 2008 5,8 4,1 4,8 5,1 2009 -3,7 -4,1 2,1 -0,1 2010 6,7 10,2 5,8 7,5 2011 5,6 4,1 3,4 3,9 2012 -3,1 -0,7 2,9 1,9 2013 8,4 2,2 2,8 3,0 2014 2,1 -0,9 0,4 0,1 2015 1,8 -6,2 -2,7 -3,8 2016 6,6 -3,8 .2,7 -3,6 2017 13,0 0,0 0,3 1,0 Média 4,3 1,1 2,3 2,1

Fonte: Adaptado de IBGE (2017a).

Em análise a (Tabela 1), pode-se observar que o seguimento da agropecuária teve uma variação positiva e expressiva no período estudado, na representatividade do PIB estadual, onde o aumento foi de 64,62%.

O agronegócio no Brasil envolve uma série de questões econômicas, sociais e, sobretudo, referentes à política, uma vez que a produção agrícola e a comercialização em larga escala por si só não explicam os interesses propiciados pelo termo. O agronegócio brasileiro tem um modelo de crescimento solidamente estabelecido em torno da elevação da produtividade e da competitividade no mercado global, sem subsídios relevantes, e isto é algo único que tem que ser preservado. Por isso, o setor cresceu durante a maior crise econômica dos últimos tempos (IBGE, 2018).

Segundo CNA (2018) apud Boadle (2018) os espaços para a comercialização estão surgindo tanto para a ampliação dos mercados existentes, como para a conquista de novos (Oriente Médio, Ásia, Europa, Oceania e África).

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Outro fator relevante no agronegócio como coloca o autor Callado (2011, p. 60) é “... a abertura do mercado internacional, trazendo com essa abertura uma maior competitividade no setor e uma exigência na qualidade que visa se adequar aos padrões do mercado internacional...”.

Associando-se a isso, a flexibilização cambial e a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros tornam-se tais produtos mundialmente competitivos sob a ótica de mercado. Assim, “com clima e terra apropriados, além de mão de obra disponível, o Brasil detém vantagens comparativas em relação aos seus concorrentes” (AMORIM, 2009, p. 30).

4.1. Um breve histórico da evolução na ocupação do mercado do agronegócio no Brasil, Mato Grosso e em Sinop

A agricultura brasileira viveu uma profunda estagnação desde suas origens colonial até meados dos anos de 1950. Foi nesta segunda metade do século XX, que as políticas agrícolas do governo Juscelino Kubitschek, impulsionaram o agronegócio nacional, momento em que o Brasil começou a dar seus primeiros passos a uma inserção no contexto produtivo internacional. Sendo que o ponto de partida básico da agricultura brasileira estava atrasado, criando uma barreira para o desenvolvimento econômico, ou seja, ao processo de industrialização nacional (PAULILLO, 2012).

Nas quatro décadas seguintes o Agronegócio brasileiro presenciou um crescimento significativo na produção de grãos com um forte aumento da produtividade por hectares. Assim, “a produção agrícola brasileira cresceu 103,2% em produtividade ao longo dos últimos 20 anos. A produção, em toneladas, cresceu 147,3%, sendo que a área plantada, em hectares, cresceu apenas 22,4% no mesmo período” (NEVES et al, 2012, p. 70). É importante ressaltar que neste período houve também um expressivo avanço das fronteiras agrícolas, as áreas plantadas aumentaram principalmente no cerrado e na região amazônica, com destaque para os estados de Goiás, Mato Grosso Sul, Mato Grosso e Bahia.

Souza (2008, p. 239) argumenta que “... o fator principal que contribuiu para o avanço da fronteira agrícola no Centro-Oeste e na Amazônia Mato-Grossense foi a utilização do crédito subsidiado como mecanismo indutor da

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mudança...”. Estes incentivos governamentais tinham como principal objetivo a ocupação destas regiões do país conhecidas como vazios demográficos.

O CEPEA (2019) nos fala em seus estudos sobre o dinamismo do Centro-Oeste, que os fluxos migratórios do século passado remodelaram a dinâmica econômica dos estados brasileiros, com destaque para aquele que ficou conhecido como “A Marcha para o Oeste”. De fato, ao longo dos anos, a atuação do poder público através do fornecimento de infraestrutura, os estímulos de mercado à produção agropecuária e as inovações tecnológicas exerceram papel relevante para transformar o Centro-Oeste em um importante polo do agronegócio brasileiro.

Outro fator importante e decisivo na consolidação do agronegócio nesta região foi sua geografia, que é extremamente favorável para a agricultura, com períodos climáticos bem definidos. Estes fatores fizeram com que esta região central do Brasil apresentasse um dos maiores crescimentos do agronegócio nacional nas últimas décadas. Moreno e Higa (2005) afirmam que esta expansão do Agronegócio nas últimas três décadas foi resultado da intensa tecnologia aplicada ao campo o que resultou na expansão da área cultivada, produção e produtividade.

Uma comparação desse crescimento é possível ser observada através dos dados divulgados pelo IBGE (2018), que mostra que entre os Censos Agropecuários de 2006 e 2017, houve aumento de 16.573.292 hectares na área total dos estabelecimentos agropecuários no Brasil, ou seja, acréscimo de 5%.

Verifica-se esta informação na tabela 2 onde o total de estabelecimentos e área total por ano no Brasil é comparada de 1975 a 2017.

Na tabela 2, podemos observar uma redução de 103.486 estabelecimentos, entretanto mesmo tendo uma leve diminuição no número de propriedades rurais, o número de área produzida apresenta um aumento em 16.573,292 ha, ao que pode determinar que os estabelecimentos foram incorporados e/ou transformados em outros estabelecimentos.

Também com base nos dados do censo do agro 2017, pode-se observar quanto houve de crescimento no número de propriedades rurais e de áreas agricultáveis, em especial ao estado de Mato Grosso, onde que tinha em 2006, 112.987 estabelecimentos e saltou para 118.676 no Censo de 2017. No quesito

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de área total, no Censo de 2006 tinha-se 48.688.744 ha-1 e, em 2017, saltou para

54.830.818 ha-1.

Tabela 2. Total de Estabelecimentos e área total por ano – Brasil 1975/2017

Dados Estruturais Censos

(*) 1975 1980 1985 1995/1996 2006 2017

Estabelecimentos 4.993.252 5.159.851 5.801.809 4.859.865 5.175.636 5.072.152

Área Total (ha) 323.896.082 364.854.421 374.924.929 353.611.246 333.680.037 350.253.329

Fonte: Censos Agropecuários do IBGE de 1975 a 2017. (*) Ano de referência: 1975, 1980, 1985, 1995/1996 e 2006, em 31/12; 2017, 30/09. Elaborado pela autora.

Assim também, pontua-se que os conflitos agrários no sul do país, no final da década de 1970, incentivaram milhares de famílias de pequenos agricultores a migrarem para o estado de Mato Grosso em busca de novas oportunidades de negócios. Os incentivos dos governos militares para abertura de grandes áreas, primeiro para pecuária depois para agricultura, proporcionaram para as famílias ganhos econômicos que foram sendo reaplicados de forma gradativa no agronegócio (SCHAEFER, 1985).

Também é importante ressaltar que a partir da década de 1970 houve um forte crescimento horizontal do agronegócio no estado. Esta expansão nas áreas cultivadas colocou Mato Grosso na vanguarda nacional dos Estados com maior índice de produtividade de grãos, principalmente de soja e milho.

Em função disso o agronegócio no Norte do estado de Mato Grosso começa a se solidificar, estabelecendo-se como o carro chefe de sua economia. Esse crescimento das áreas cultivadas modificou a geografia regional, possibilitando que várias cidades ao longo da rodovia BR 163 se desenvolvessem de forma economicamente sustentável garantindo uma competitividade regional.

De acordo com autores como Pereira et al. (2006) e Arruda (2009), o estado de Mato Grosso é caracterizado pela predominância do agronegócio em sua economia.

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Isso faz com que o setor agropecuário se torne o responsável por grande parte do dinamismo econômico do estado, ou seja, ele determina as suas variações e desigualdades econômicas e conduz o seu crescimento.

Em 2005 o setor agropecuário foi responsável por cerca de 32% do valor total adicionado ao estado, sem levar em consideração a participação de atividades do agronegócio que são incorporadas no setor de serviços e industrial. Pereira et al (2008), aborda em seu artigo que as desigualdades de renda e pobreza vivenciadas em Mato Grosso são causadas devido a presença de um elevado número de latifúndios e de um modelo primário-exportador na economia do estado. Desse modo o modelo agropecuário empregado não vem sendo favorável para o desenvolvimento econômico do estado.

Arruda (2009), aborda o conceito de “agro cidades” ao se referir aos municípios do estado. Como mencionado anteriormente, para a autora a agropecuária modernizada possui grande influência na dinâmica econômica e social dos municípios e o crescimento econômico de grande parte dos municípios mato-grossenses está relacionado com o processo de ampliação da fronteira agrícola cientificada-tecnificacão.

Dessa maneira, como o agronegócio deriva das atividades relacionadas à agropecuária, este setor é tido como o principal fator responsável pelo (de) crescimento municipal e desigualdades regionais.

Como exemplo desse desenvolvimento no estado de Mato Grosso destaca-se o município de Sinop, uma das últimas regiões a estabelecer plantações de soja e milho nas áreas que antes pertenciam à pecuária ou eram cobertas por florestas que serviam para exploração extrativista. Desta forma, com a finalização da indústria madeireira, houve uma forte migração dos empresários deste setor industrial para a o setor da agropecuária.

Assim, vem neste contexto todo o mercado de trabalho envolto neste mercado produtor a se estabelecer como gerador de renda e desigualdades.

4.2. O mercado de trabalho no Agro

O mercado de trabalho na agricultura brasileira é caracterizado por muitas formas de ocupação, desde as relações de assalariamento até as modalidades de trabalho familiar, assim Balsadi e Del Grossi (2016) observa que em um país

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continental, com uma agricultura heterogênea, nota-se um mercado de trabalho complexo, com importantes transformações no período recente.

Assim o país vem atravessando muitas evoluções nos diversos setores da economia. A partir da década de 1950, quando teve início de forma tardia o processo de industrialização, houve um acelerado crescimento urbano provocado pela mecanização do campo, fato que ocasionou a perda de postos de trabalho nesse setor, promovendo um enorme fluxo de trabalhadores para os centros urbanos, dando origem ao fenômeno conhecido como êxodo rural (SANTOS, 2011).

Todo esse fluxo desencadeou uma diminuição de trabalhadores inseridos no setor primário “dentro da porteira”, conforme nos relata a CNA (2018) apud Boadle (2018). Entretanto, o setor secundário “fora da porteira”, por outro lado, teve um crescimento em razão dos fatores anteriormente citados, esse crescente perdurou até os anos 1980, logo apresentou uma queda proveniente das crises econômicas que assolaram o país nesse período, a modernização desse setor retira muitos postos de trabalho.

O papel de destaque que o setor da agropecuária tem hoje na economia brasileira é resultado de um longo e rico processo de transformação, do qual se ressaltam alguns aspectos relevantes para a compreensão da dinâmica do mercado de trabalho agrícola.

Um primeiro aspecto diz respeito à modernização tecnológica, que se acelerou a partir da década de 1960 e teve como base a concepção da chamada Revolução Verde, que pode ser caracterizada, lato sensu, como um processo de mudança no sistema de produção agrícola, baseado no melhoramento genético dos cultivares, uso intensivo de fertilizantes e agroquímicos, fatores que, em geral, requerem novas técnicas de cultivo e refletem-se na organização de todo o sistema produtivo (gestão) (SANTOS, 2011).

Naturalmente, a incorporação de novas tecnologias, a chamada modernização da agricultura, tem fortes impactos sobre o mercado de trabalho rural, em razão da liberação de mão de obra com a mecanização e das mudanças na sazonalidade da produção e da demanda de mão de obra nas diferentes fases de cultivo (até mesmo por mudanças no ciclo biológico dos cultivos). Em resumo, esse processo impactou de maneira direta a ocupação na

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agricultura, não apenas alterando a quantidade de mão de obra ocupada, mas a sua qualidade (CNA, 2018 apud BOADLE, 2018).

Entretanto, conforme coloca Vieira Filho e Souza Júnior (2018) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apesar da importância do agronegócio para a economia brasileira e da forte expansão desse setor, por muito tempo não foi possível acompanhar adequadamente a evolução do seu mercado de trabalho, pois a principal pesquisa sobre o emprego e desemprego no Brasil era a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.

Assim, com a impossibilidade de acompanhar a dinâmica do mercado de trabalho associado ao agronegócio por meio dos dados da PME, os órgãos governamentais e a literatura sobre o assunto evoluíram fazendo uso de outras pesquisas Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ambas do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio, do IBGE.

Como base na literatura de Maia e Sakamoto (2014), que fazem uma revisão da literatura disponível e dos principais pontos deste estudo, pontua-se que apesar dos esforços, essas bases de dados contam com importantes limitações para a analisar a dinâmica da evolução do mercado de trabalho no agronegócio. Por um lado, embora os dados fornecidos pelo CAGED e pela RAIS abranjam todos os municípios brasileiros, seus números tratam apenas da população formalmente ocupada.

Observa-se que uma fração significativa da população ocupada (PO) é caracterizada por uma relação de trabalho informal, De acordo com Vilas Bôas (2019) em estudos do DIEESE em 2018, percebe-se, notadamente, nas atividades agropecuárias, o percentual de 41,6% de população ocupada informal.

Entretanto, a PNAD apresenta informações tanto sobre os trabalhadores formais quanto sobre as demais modalidades de ocupação, como trabalhadores informais, empregadores, conta própria e autônomos.

Todavia, seus dados, não são fornecidos com uma frequência maior (mensal ou trimestral) e não incluem uma gama de variáveis sobre o mercado de trabalho tão ampla quanto era a PME (IBGE, 2017b).

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A partir de 2012, houve uma mudança na pesquisa PNAD do IBGE e mudou a forma a partir da divulgação de uma nova pesquisa, também pelo IBGE, sobre o mercado de trabalho brasileiro, que foi a PNAD. Com isso, passou-se a ser possível acompanhar a evolução da dinâmica do mercado de trabalho no setor da agropecuária (IBGE, 2019c).

Sobre as bases de dados disponíveis, hoje as principais informações utilizadas para analisar o mercado de trabalho são fornecidas pelo IBGE e pelo MTPS. Entre as pesquisas do IBGE, estão o Censo da Agropecuária, a PME, a Pnad e a Pnad Continua. O MTPS fornece dados do mercado de trabalho por meio do CAGED e da RAIS.

E, vale aqui ressaltar que o mesmo censo de 2017 relata em seu relatório de dados disponibilizados no IBGE, uma série de mudanças ocorridas em seus levantamentos, que devem ser levadas em considerações na composição da series históricas. Entre elas a produção e a criação de empregados e moradores em áreas rurais dos estabelecimentos agropecuários, foco desse estudo.

Qual, em 2006, se o pessoal empregado no estabelecimento realizasse alguma produção ou criação, incluía-se tal produção no total do estabelecimento, caso a área estivesse sujeita à administração do produtor e/ou proprietário, ou abria-se um questionário novo como produtor sem área, quando o produtor e/ou proprietário não tinha responsabilidade sobre essa produção. Em 2017, não foram abertos novos questionários nessa situação, incorporando a produção do empregado/morador ao questionário do estabelecimento agropecuário.

Como as principais variáveis disponibilizadas pelo censo agropecuário 2017 estão o total de estabelecimentos agropecuários; área total dos estabelecimentos; área total de lavouras e de pastagens; área de matas; total de tratores, implementos, máquinas e veículos; características do estabelecimento e estabelecimento e do produtor; pessoal ocupado (PO); totais de bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e aves; e produção vegetal.

Como em 2012, o IBGE começou a divulgar uma nova pesquisa sobre o mercado do trabalho brasileiro: a Pnad Continua, que disponibiliza indicadores que permitem acompanhar as movimentações trimestrais do mercado de trabalho no Brasil, assim como sua evolução no médio e longo prazo.

Segundo o MTPS o Caged é uma importante fonte de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro. Foi criado pela Lei nº 4.923/65 (BRASIL, 1965),

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que institui a obrigatoriedade de registro de informações sobre admissões e desligamentos, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar esse processo, dando apoio a medidas contra o desemprego. Tem periodicidade mensal, abrangência nacional, mas considera apenas o mercado de trabalho formal. Envolve somente os trabalhadores com regime celetista, mostrando as admissões e os desligamentos nos estabelecimentos que tiveram movimentação no período de 2006 a 2017.

Já a RAIS tem abrangência nacional e periodicidade anual. Foi criada para fornecer informações do mercado de trabalho para governantes da área social. Foi instituída pelo Decreto nº 76.900, de dezembro de 1975 (BRASIL, 1975). Assim como o CAGED, apresenta apenas dados do mercado de trabalho formal, e a RAIS, para análises estruturais, fornece os microdados, copilados junto a SIDRA do IBGE.

Assim, como os dados pesquisados e com divulgações das estatísticas descritivas sobre trabalho urbano e rural no Brasil, que apresentam números divergentes, que, todavia, revelam o mesmo cenário: as atividades agrícolas ainda absorvem um número importante de pessoas, seja como produtores rurais ou como trabalhadores que obtém seu rendimento da atividade agrícola, e que a população rural e o número de pessoas ocupadas em atividades agrícolas estão caindo (MAIA e SAKAMOTO, 2014).

Além da queda, destaca-se outra mudança relevante para o funcionamento do mercado de trabalho e que provavelmente também esteja contribuindo para reforçar a escassez relativa de mão de obra na área rural: um número cada vez maior de trabalhadores rurais está trocando o local de residência, da zona rural para a área urbana (IBGE, 2017b).

O IBGE em 2018, aponta que a população rural brasileira é de 15,64% do total da população. Seriam aproximadamente 35 milhões de habitantes. Já a população urbana, chega a 84,36% o que corresponderiam a 185 milhões de brasileiros.

Em 31.12.2006, segundo o Censo Agropecuário 2006 (IBGE, 2006), havia 16.568.205 milhões pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários (incluindo produtores, seus familiares e empregados temporários ou permanentes), que correspondiam a 18,9% da população ocupada no país,

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estabelecimentos vem se reduzindo. Conforme média de ocupados por estabelecimento caiu de 3,2 pessoas, em 2006, para 3,0 pessoas, em 2017. Em sentido oposto, o número de tratores cresceu 49,9% no período e chegou a 1,22 milhões de unidades (IBGE, 2019).

Os números do Censo Agropecuário 2017, divulgado na data de 25/10/2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o número de pessoas ocupadas em atividades dos estabelecimentos agropecuários em 30/09/2017 era de 15.105.125 milhões, com isso observa-se que ocorreu novamente uma redução de 8,8% em relação ao último censo (2006). Isso representou uma queda de 1,5 milhão de pessoas em relação ao Censo Agro anterior, realizado em 2006 (IBGE, 2019b).

Outro aspecto também importante para a dinâmica do mercado de trabalho é obtido junto ao censo populacional de 2010, qual aponta o crescimento da parcela da população rural ocupada em atividades não agrícolas, que no último Censo realizado em 2010 correspondia a 3,74 milhões de pessoas (IBGE, 2019).

A população ocupada em atividades agrícolas em 2010 era de 9,6 milhões de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios - Continua (Pnad) (IBGE, 2019c) divulgados em 2014, representando 10,84% da população ocupada total no Brasil.

A série da Pnad Contínua confirma que o número de pessoas ocupadas em atividades agrícolas no País vem caindo de forma continuada, ou seja, entre 2002 e 2014, a queda foi de 18,35%.

Conforme pode se observar na figura 1, o número de pessoas ocupadas na atividade da agropecuária no estado de Mato Grosso em comparação do primeiro trimestre de 2012 ao quarto trimestre de 2018, mostra um número mais retilíneo, não apresentando quedas significativas.

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Figura 1. Dados trimestrais de pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência no grupamento de atividade agrícola, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, no período de 2012 a 2018. Fonte: IBGE (2019d).

Podemos acompanhar pela figura 1, o número de pessoas ocupadas no período deste estudo de 2012/2018, apresenta-se números próximos sem observar redução e sim oscilação nas quantidades, vindo a apresentar uma ligeira queda no ano de 2017, e volta a apresentar aumento a partir do terceiro trimestre de 2017. Em comparação do período 2012/2018 pode observar-se um ligeiro aumento de 12,27% a mais de pessoas atuantes na atividade agrícola, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

Entretanto, inicialmente a queda no número de pessoas ocupadas na agricultura, registrada pela Pnad a partir de 1999, foi interpretada como resultado de ajuste conjuntural, da crise, condições macroeconômicas, etc. (FERREIRA et

al., 2006).

No entanto, conforme dados fornecidos pelo IBGE (2017b), o nível de ocupação no Brasil de uma forma geral não se recuperou desde então, a despeito da retomada do crescimento da agricultura registrada após a aplicação da Lei Kandir em 1996 (BRASIL, 1996), e da depreciação cambial no início de 1999. Nem mesmo após 2005, quando o setor entra em uma trajetória de forte crescimento, impulsionado pelas exportações de grãos para a China, de biocombustíveis, carnes, etc., o nível de ocupação não se recupera, ao contrário, retoma-se a tendência de queda na ocupação do setor agropecuário.

Contudo, apesar da queda revelada pela Pnad Contínua, os Censos

236 245 249 258 268 255 252 242 254 254 253 254 267 247 230 245 237 247 258 252 236 229 249 241 247 268 265 269 200 210 220 230 240 250 260 270 280 jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et o u t-no v -d e z jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z ja n -fe v -m a r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z jan -fev -ma r ab r-m ai -j un jul -ag o-s et ou t-no v -de z 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 P es s oa s ( m ilha res )

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na área rural manteve certa estabilidade, situando-se entre 12 e 13 milhões, mas com uma tendência de queda (IBGE, 2006; IBGE, 2019c).

Conforme nos indica o relatório PIB do agronegócio brasileiro nos anos de 2016 e 2017, o setor da agropecuária acumula alta na produção e preços baixos e assim refletindo em menor renda no setor.

A população ocupada (PO) em atividades agropecuárias tem se reduzido consistentemente no Brasil, sobretudo a parti da metade da primeira década dos anos 2000. Para Maia e Sakamoto (2014), alguns fatores que influenciaram esse processo foram a inviabilidade de pequenos estabelecimentos rurais, a intensificação e a concentração da produção, assim como a existência de oportunidades em áreas urbanas em certas regiões. Analisando o agronegócio como um todo, Castro (2019) apontou queda de 13,3% na PO do setor entre 2004 e 2015, resultado influenciado especialmente pelo segmento primário, mas reduções também na agroindústria a partir de 2009.

Desta forma, para se realizar a presente estudo pode-se utilizar-se das variáveis referente ao pessoal ocupado no que envolvem as situações de condição do empregado e posição na ocupação formal como por exemplo a evolução do mercado de trabalho no estado de Mato Grosso e do município de Sinop. Assim conforme apresenta a figura 1, qual expõe a o número de pessoas ocupadas no setor na agropecuária no Estado de Mato Grosso.

Onde observa-se que a posição de empregado é dada a pessoa que trabalha para um empregador (pessoa física ou jurídica), geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios (moradia, alimentação, por exemplo).

Estudos mais recentes publicados por pesquisadores da CEPEA têm apontado a continuidade da redução no número de pessoas ocupadas no agronegócio brasileiro, sobretudo a partir de 2015.

Especificamente entre 2012 e 2018, a queda foi de 7,02% com PO passando de 19,60 milhões de trabalhadores atuando no setor para 18,23 milhões.

Reportando-se aos dados divulgados pelo IBGE (2019b), o município de Sinop possuía em 2006 a quantidade de 1322 estabelecimentos agropecuários e 936 no ano de 2017 respectivamente, já os números das áreas produzidas

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foram de 268.494 hectares em 2006 e de 279.309,653 em 2017, tendo um leve aumento na quantidade de hectares produzidos.

4.3. Características gerais dos produtores rurais - Censo Agro 2017

Na atual conjuntura e no contexto de globalização, é necessário entender o papel dos principais produtores agropecuários nos processos e das características dos produtores rurais, tendo base nos dados disponibilizados pelo censo da agropecuário 2017 que levantou informações sobre os produtores, os estabelecimentos, relações de ocupação e trabalho, dinâmicas dos meios produtivos, a intensidade da mecanização, os diferentes usos da terra, os volumes de produção, entre outros aspectos.

Então, tem-se um estado potente como base o resultado do censo agro 2017, no qual o número de pessoas ocupadas em atividades agropecuárias chega a 424 mil, sendo que 7 mil estabelecimentos agropecuários cultivam a soja em grão, com uma produção estadual de 29 milhões de toneladas e, com uma produção de 28,5 milhões de toneladas de milho, ambas as culturas sendo agricultura temporária. Um estado com 54,8 milhões de hectares, sendo a área dos 118,7 estabelecimentos agropecuários do estado.

Quanto às características dos produtores, observa-se que o total de estabelecimentos nos quais o produtor é do gênero feminino elevou-se de 12.6% para 18,7%, isso é uma variável que pode se notar a maior participação da mulher na atividade no setor da agropecuária. No que tange à idade, o censo de 2017 aponta a redução do percentual de produtores com idade até 45 anos e o aumento mais significante daqueles com idade a partir de 55 anos (IBGE, 2017a).

Há que se destacar ainda que 23,1% dos produtores declararam que não sabem ler e nem escrever. No censo agropecuário 2017, havia, em 30 de setembro 2017, entre produtores e pessoas com laços de parentesco com eles, que trabalhavam no estabelecimento, e empregados temporários e permanentes, 15.036.978 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Assim, a média de pessoas ocupadas por estabelecimentos foi de 3,0 pessoas. Em 2006, essa média era de 3,2.

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Cabe ressaltar que do total de pessoas ocupadas na data de referência, 72,9% (10.958.787) pertenciam ao grupo de produtores e trabalhadores com laços de parentesco com os produtores.

Quando se fala em pessoas ocupadas, observa-se quanto a posição de ocupação, as categorias presentes no censo são empregador, empregado, conta própria, não remunerado e trabalhador na produção para o próprio consumo (IBGE, 2018).

O estado de Mato Grosso é conhecido como o celeiro do país, campeão na produção de soja, milho, algodão e de rebanho bovino, e quer alcançar novos títulos do lado de fora da porteira das fazendas (MATO GROSSO, 2015).

No agronegócio, em pouco mais de uma década, o PIB estadual passou de R$ 12,3 bilhões (1999) para R$ 80,8 bilhões (2012), representando um crescimento de 554%. Neste mesmo período, o PIB brasileiro aumentou 312%, segundo dados do IBGE (2017b). Grande parte deste desempenho positivo veio do campo. Com o agronegócio consolidado, Mato Grosso é terreno fértil para as indústrias que atuam antes e depois da porteira. Até 2017, segundo a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (MATO GROSSO, 2015), o estado tinha 11.398 unidades industriais em operação, com 166 mil empregos gerados. Desta forma na (tabela 3) podemos verificar o quanto a população ocupada cresceu no período hora pesquisado, saindo de 358 336 em 2006 para 424 465 em 2017, isso representa um aumento no número de empregos de 15,58 % no setor da atividade econômica da agropecuária.

Conforme a tabela 3 é possível observar a evolução do segmento Agropecuário do estado de Mato Grosso.

Já para o município de Sinop diversos fatores que levaram o governo Federal, na década de 1970, a adotar a política de ocupação da Amazônia Legal e, desta forma a cidade de Sinop, que foi planejada nos anos 70 do século XX, como parte do plano de ocupação das terras da Amazônia legal.

Sendo desde o início pensada como polo regional e destinada a atender as funções do agronegócio. Por se tratar de uma região com uma geografia que é extremamente favorável para a agricultura e com períodos climáticos bem definidos.

Pontua também, Santos (2011, p. 90), “... que desde o início de sua colonização os primeiros habitantes de Sinop vieram para se dedicar à

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agricultura e alguns, ao mesmo tempo, à atividade comercial...”. E, isso foi motivo para a migração em massa na época, especialmente de centenas de famílias da região sul do país.

Conforme dados do IBGE (2017a), na escala hierárquica dos centros urbanos brasileiros, classificados pelo IBGE, Sinop caracteriza-se como “Centro Sub-Regional A”, subordinada a “Capital Regional A”, Cuiabá-MT.

Esta denominação ocorre em função da centralidade que a cidade desempenha sobre outros municípios da região, no processo de distribuição de bens e serviços.

Desta forma, a cidade polariza diretamente oito municípios de menor porte em seu entorno e indiretamente mais um município, conforme demostra-se pela figura 3.

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Tabela 3. Confronto dos resultados dos dados estruturais dos Censos Agropecuários em Mato Grosso - 1975/2017

Dados estruturais Censos

1975 1980 1985 1995/1996 2006 2017 (1)

Estabelecimentos 56.118 63.383 77.921 78.762 112.987 118.676

Área total (ha) 21.949.146 34.554.548 37.835.651 49.839.631 48.688.711 54.830.819

Utilização das terras (ha)

Lavouras permanentes (2) (3) 42.174 129.800 136.605 169.734 408.550 105.244 Lavouras temporárias (3) (4) 459.093 1.423.448 1.992.838 2.782.011 6.018.182 9.684.623 Pastagens naturais 8.640.861 10.086.383 9.685.306 6.189.573 4.404.283 4.038.736 Pastagens plantadas (3) (5) 2.602.607 4.693.320 6.719.064 15.262.488 17.658.375 18.995.877 Matas naturais (3) (6) 7.101.035 13.379.416 14.126.813 21.475.765 19.106.923 20.682.060 Matas plantadas 23.023 50.105 26.171 67.829 69.714 196.663 Pessoal ocupado 263.179 318.570 359.221 326.767 358.336 424.465 Tratores 2.643 11.156 19.534 32.752 42.330 71.042 Efetivo de animais (3) (7) Bovinos 3.110.119 5.243.044 6 545 956 14 438.135 20.666.147 24.118.840 Bubalinos 1.715 8.661 18 011 24.314 10.665 11.246 Caprinos 7.769 9.199 13 903 20.353 29.408 45.509 Ovinos 7.010 13.343 35 118 160.335 354.748 232.462 Suínos 459.403 535.236 671 150 671.789 1.292.222 2.347.679

Aves (galinhas, galos, frangas e frangos) (1 000 cabeças) 2.344 2.964 3 673 13.066 30.285 58.271 Produção animal

Produção de leite de vaca (1 000 l) 39.138 91.572 122 917 375.426 553.807 745.851

Produção de leite de cabra (1 000 l) 29 35 435 90 70 91

Produção de lã (t) 1 2 2 3 1 2

Produção de ovos de galinha (1 000 dúzias) 3.631 4.633 4 812 17.278 18.928 145.268

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O município foi criado de forma planejada pela Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná - SINOP, de Maringá, que constituiu a Colonizadora Sinop ou Sinop Terras S/A, que deram nome a ela.

A utilização de incentivos fiscais destinados à ocupação da Amazônia Legal Brasileira, em 1971, possibilitou à empresa a aquisição de duas grandes áreas (uma de 369.017 ha e outra de 275.983 ha), totalizando 645 mil hectares de terras, denominada Gleba Celeste, localizada no norte do Estado de Mato Grosso (no início da floresta amazônica) e que pertencia ao município de Chapada dos Guimarães, “até então o maior Município do Mundo em extensão de terras” (SANTOS, 2011, p. 105).

Conforme Miléski (2018), da revista notícia, e um levantamento socioeconômico realizado pela GEU (Grupo de Estudos Urbanos), apontou que Sinop e os 17 municípios que compõem a sua área de abrangência direta, movimentam R$728 milhões por mês. A cifra corresponde a soma das rendas familiares. Sinop corresponde a apenas 30% desse montante (Figura 2).

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Miléski (2018) relata ainda que Sinop tem sua ocupação a partir de 1972 sempre possuindo grande dinamismo econômico e destacando-se como polo regional. Descrevem na publicação da referida revista que uma de suas características marcantes de Sinop é o papel que desde sua origem exerce o setor incorporador e imobiliário privado como agente modelador do espaço urbano e de sua estrutura fundiária e no mercado de trabalho. Destaca-se também por pertencer à Amazônia Legal, integrar o Portal do Agronegócio, conforme classificação pelo Ministério do Turismo.

Conforme é possível observar a figura 3, a localização geográfica do município de Sinop.

Ao longo de sua história, o município de Sinop passou por vários momentos significativos de crescimento, porém, a partir da década de 1990, quando a cidade se consolidou, como polo comercial e industrial, centro universitário e centro em especialidades medicas, o crescimento passou a ser mais acelerado.

Figura 3. Mapa do Estado de Mato Grosso com localização do município de Sinop. Fonte: IBGE (2017a), adaptado pela autora.

Viegas (2014) cita reportagem da edição nº 2364 da Revista Veja (Anexo V) onde se destaca “Sinop completa 40 anos e está entre as cidades médias que

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mais cresce no Brasil”, também, seguindo essa mesma linha, a Edição de nº 1064 de abril de 2014 da Revista Exame, colocou Sinop no ranking das “100 Melhores Cidades do Brasil para Investir em Negócios” (SINOP, 2014).

Reforçando essa afirmação, o autor Santos (2011, p. 54), diz:

“... A atividade pioneira que entra em declínio na primeira década deste século em consequência tanto do esgotamento natural, mas principalmente, da atuação dos órgãos públicos que iniciaram fiscalizações que culminaram com o fechamento de dezenas de madeireiras, especialmente as clandestinas...”.

Santos (2011, p. 141), destaca ainda que:

“... as primeiras atividades não agropecuárias decorreram da instalação de máquinas de beneficiamento de arroz, de armazéns de secos e molhados e, principalmente, de beneficiamento de madeiras, sendo que já em 1973 operavam localmente duas madeireiras. Assim, a principal atividade econômica local até a década de 1990 foi a indústria madeireira, sendo que “mais de 300 madeireiras de pequeno, médio e grande porte foram instaladas em Sinop...”.

O Programa de Integração Nacional – PIN, dos anos 1970, destinou um conjunto de incentivos fiscais e financeiros para a região amazônica, a partir da atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). Desta forma o município mato-grossense de Sinop é um retrato de uso dos fundos públicos e territoriais e do deslocamento da força de trabalho no desenvolvimento regional brasileiro (SANTOS, 2011).

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