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PSH-RT12-03 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA HÍDRICA: ASPECTOS QUALITATIVOS

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(1)

CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS DE CONSULTORIA (PESSOA

JURÍDICA) PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE SEGURANÇA

HÍDRICA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS ESTRATÉGICAS DO

ACARAÚ, METROPOLITANAS E DA SUB-BACIA DO SALGADO

PSH-RT12-03

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA HÍDRICA:

ASPECTOS QUALITATIVOS

(2)

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Governador: Camilo Sobreira de Santana

SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS Secretário: Francisco José Coelho Teixeira

COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Diretor-Presidente: João Lúcio Farias de Oliveira

CHEFIA DE GABINETE Antônio Treze de Melo Lima

DIRETORIA DE PLANEJAMENTO Elano Lamartine Leão Joca

DIRETORIA DE OPERAÇÕES Débora Maria Rios Bezerra

DIRETORIA FINANCEIRA Paulo Henrique Studart Pinho

(3)

EQUIPE TÉCNICA DO CONSÓRCIO

Francisco Jácome Sarmento (Coordenador Geral) José Antônio de Oliveira Jesus

Romulo de Macedo Vieira Bruno Costa Castro Alves

Juliana Argélia Garcia de Almeida Alan Pinheiro de Souza

Akira D. Kobayashi

Talles Chateaubriand de Macedo Marcela Rafaela de Freitas Silva Emanuella Almeida Figueiredo

EQUIPE TÉCNICA COGERH Francimeyre Freire Avelino

Micaella da Silva Teixeira Rodrigues Nice Maria da Cunha Cavalcante Ubirajara Patrício Álvares da Silva Zulene Almada Teixeira

AGRADECIMENTOS/COLABORADORES Ana Lúcia Maia de Souza

Davi Martins Pereira

Francisco de Assis de Souza Filho Fátima Lorena Magalhães Ferreira

(4)

QUADRO DE CODIFICAÇÃO

Código do Documento PSH-RT12-03

Título Contratação dos serviços de consultoria (pessoa jurídica) para elaboração do Plano de Segurança Hídrica das bacias hidrográficas estratégicas do Acaraú, Metropolitanas e da sub-bacia do Salgado Aprovação inicial por: Francisco Jácome Sarmento

Data da Aprovação Inicial: 02/06/2017

Controle de Revisões

Revisão No Natureza Data Aprovação

01 Forma/Conteúdo 21/11/2017 Francisco Jácome Sarmento

02 Forma 01/12/2017 Francisco Jácome Sarmento

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APRESENTAÇÃO

Este documento, denominado Produto 12 – Relatório de Avaliação da Segurança Hídrica:

Aspectos Qualitativos é parte integrante do Plano de Segurança Hídrica das Bacias

Hidrográficas do Acaraú, Metropolitanas e da Sub-bacia do Salgado, que é um indicador do Projeto de Apoio ao Crescimento Econômico com Redução das Desigualdades e Sustentabilidade Ambiental do Estado do Ceará – Programa para Resultados (PforR). Este plano foi contratado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

O Produto 12 - Relatório de Avaliação da Segurança Hídrica: Aspectos Qualitativos é estudo editado em volume único, onde os sistemas hídricos pertencentes às duas bacias e a sub-bacia objetos desse estudo são tratados à luz das metodologias e informações especificadas nos Termos de Referência.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem Aracoiaba ... 56 Figura 2 - Gráfico de variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Aracoiaba ... 56 Figura 3 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Aracoiaba ... 58 Figura 4 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Aracoiaba ... 59 Figura 5- Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Aracoiaba ... 59 Figura 6 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Aracoiaba ... 61 Figura 7 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Catucinzenta ... 62 Figura 8 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Catucinzenta ... 64 Figura 9 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Catucinzenta ... 65 Figura 10 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Catucinzenta ... 66 Figura 11 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Catucinzenta... 67 Figura 12 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Gavião ... 68 Figura 13 - Gráfico de variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Gavião ... 69 Figura 14 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Gavião ... 70 Figura 15 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Gavião ... 71 Figura 16 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Gavião ... 72 Figura 17 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Gavião ... 73 Figura 18 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Malcozinhado ... 74 Figura 19 - Gráfico de variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Malcozinhado ... 75 Figura 20 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

(7)

Figura 25 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem Acaraú Mirim. ... 81 Figura 26 - Gráfico de variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Acaraú Mirim ... 82 Figura 27 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Acaraú Mirim ... 83 Figura 28 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Acaraú Mirim ... 84 Figura 29 - Gráfico das variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Acaraú Mirim ... 85 Figura 30 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Acaraú Mirim ... 86 Figura 31 - Gráfico das variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Araras ... 87 Figura 32 - Gráfico das variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Araras ... 88 Figura 33 - Gráfico das variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson

- Barragem Araras ... 89 Figura 34 - Gráfico das variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem

Araras ... 90 Figura 35 - Gráfico das variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Araras ... 91 Figura 36 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Araras... 92 Figura 37 - Gráfico das variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Jenipapo ... 94 Figura 38 - Gráfico das variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Jenipapo ... 95 Figura 39 - Gráfico das variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson

– Barragem Jenipapo ... 96 Figura 40 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Jenipapo ... 97 Figura 41 - Gráfico das variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

São Vicente ... 98 Figura 42 - Gráfico das variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem São Vicente ... 99 Figura 43 - Gráfico das variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson

- Barragem São Vicente ... 100 Figura 44 - Gráfico das variações volume/OD ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

São Vicente ... 101 Figura 45 - Gráfico das variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem São Vicente ... 102 Figura 46 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem São Vicente ... 103 Figura 47 - Gráfico das variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Taquara ... 104 Figura 48 - Gráfico das variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

(8)

Figura 49 - Gráficos das variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem Taquara ... 106 Figura 50 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado na série histórica da Barragem Taquara ... 107 Figura 51 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Junco ... 108 Figura 52 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Junco ... 109 Figura 53 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Junco ... 110 Figura 54 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Junco ... 111 Figura 55 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Junco ... 112 Figura 56 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Lima Campos ... 113 Figura 57 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Lima Campos ... 114 Figura 58 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Lima Campos ... 115 Figura 59 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Lima Campos ... 116 Figura 60 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Lima Campos ... 117 Figura 61 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Manoel Balbino ... 118 Figura 62 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Manoel Balbino ... 119 Figura 63 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Manoel Balbino ... 120 Figura 64 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Manoel Balbino ... 121 Figura 65 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Manoel Balbino ... 122 Figura 66 - Gráfico de variações volume/DBO ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson - Barragem

Tatajuba ... 123 Figura 67 - Gráfico de variações volume/Fósforo Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Tatajuba ... 124 Figura 68 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Tatajuba ... 125 Figura 69 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson -

Barragem Tatajuba ... 126 Figura 70 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Tatajuba ... 127

(9)

Figura 73 - Gráfico de variações volume/Nitrogênio Total ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson –

Barragem Ubaldinho... 130

Figura 74 - Gráfico de variações volume/Clorofila-a ao longo do tempo, reta de regressão e c. de correlação de Pearson – Barragem Ubaldinho... 131

Figura 75 - Gráfico de Índice de estado trófico aplicado para série histórica da Barragem Ubaldinho ... 132

Figura 76 - Mapa do IRR para os poços que apresentaram pelo menos um parâmetro acima do máximo permitido para consumo humano nos 80 poços amostrados ... 140

Figura 77 - Distribuição dos poços com indicação de contaminação por município ... 142

Figura 78 - Volume reservado na Barragem Aracoiaba ... 156

Figura 79 - Volume vertido na Barragem Aracoiaba ... 157

Figura 80 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Aracoiaba ... 157

Figura 81 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Aracoiaba ... 158

Figura 82 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Aracoiaba ... 158

Figura 83 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Aracoiaba ... 159

Figura 84 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Aracoiaba ... 159

Figura 85 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Aracoiaba ... 160

Figura 86 - Volume reservado na Barragem Catucinzenta ... 161

Figura 87 - Volume vertido na Barragem Catucinzenta ... 162

Figura 88 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Catucinzenta... 162

Figura 89 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Catucinzenta ... 163

Figura 90 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Catucinzenta ... 163

Figura 91 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Catucinzenta ... 164

Figura 92 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Catucinzenta ... 164

Figura 93 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Catucinzenta ... 165

Figura 94 - Volume reservado na Barragem Gavião ... 166

Figura 95 - Volume vertido na Barragem Gavião ... 167

Figura 96 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Gavião... 167

Figura 97 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Gavião ... 168

Figura 98 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Gavião ... 168

Figura 99 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Gavião ... 169

Figura 100 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Gavião ... 169

Figura 101 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Gavião ... 170

Figura 102 - Volume reservado na Barragem Malcozinhado ... 171

Figura 103 - Volume vertido na Barragem Malcozinhado ... 172

Figura 104 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Malcozinhado ... 172

Figura 105 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Malcozinhado ... 173

Figura 106 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Malcozinhado ... 173

(10)

Figura 109 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Malcozinhado ... 175

Figura 110 - Volume reservado na Barragem Maranguapinho ... 176

Figura 111 - Volume vertido na Barragem Maranguapinho ... 177

Figura 112 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Maranguapinho ... 177

Figura 113 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Maranguapinho ... 178

Figura 114 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Maranguapinho ... 178

Figura 115 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Maranguapinho ... 179

Figura 116 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Maranguapinho ... 179

Figura 117 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Maranguapinho ... 180

Figura 118 - Volume reservado na Barragem Acaraú Mirim ... 181

Figura 119 - Volume vertido na Barragem Acaraú Mirim ... 182

Figura 120 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Acaraú Mirim ... 182

Figura 121 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Acaraú Mirim ... 183

Figura 122 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Acaraú Mirim... 183

Figura 123 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Acaraú Mirim ... 184

Figura 124 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Acaraú Mirim ... 184

Figura 125 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Acaraú Mirim ... 185

Figura 126 - Volume reservado na Barragem Araras ... 186

Figura 127 - Volume vertido na Barragem Araras ... 187

Figura 128 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Araras ... 187

Figura 129 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Araras ... 188

Figura 130 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Araras ... 188

Figura 131 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Araras ... 189

Figura 132 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Araras ... 189

Figura 133 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Araras ... 190

Figura 134 - Volume reservado na Barragem Jenipapo ... 191

Figura 135 - Volume vertido na Barragem Jenipapo ... 192

Figura 136 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Jenipapo ... 192

Figura 137 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Jenipapo ... 193

Figura 138 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Jenipapo ... 193

Figura 139 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Jenipapo ... 194

Figura 140 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Jenipapo ... 194

(11)

Figura 147 - Concentração do Fósforo Total na Barragem São Vicente... 199

Figura 148 - Concentração de Clorofila-a na Barragem São Vicente ... 199

Figura 149 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem São Vicente... 200

Figura 150 - Volume reservado na Barragem Taquara ... 201

Figura 151 - Volume vertido na Barragem Taquara ... 202

Figura 152 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Taquara ... 202

Figura 153 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Taquara ... 203

Figura 154 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Taquara ... 203

Figura 155 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Taquara ... 204

Figura 156 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Taquara ... 204

Figura 157 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Taquara ... 205

Figura 158 - Volume reservado na Barragem Junco ... 206

Figura 159 - Volume vertido na Barragem Junco ... 207

Figura 160 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Junco ... 207

Figura 161 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Junco ... 208

Figura 162 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Junco ... 208

Figura 163 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Junco ... 209

Figura 164 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Junco ... 209

Figura 165 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Junco ... 210

Figura 166 - Volume reservado na Barragem Lima Campos ... 211

Figura 167 - Volume vertido na Barragem Lima Campos ... 212

Figura 168 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Lima Campos ... 212

Figura 169 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Lima Campos ... 213

Figura 170 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Lima Campos ... 213

Figura 171 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Lima Campos ... 214

Figura 172 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Lima Campos ... 214

Figura 173 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Lima Campos ... 215

Figura 174 - Volume reservado na Barragem Manoel Balbino ... 216

Figura 175 - Volume vertido na Barragem Manoel Balbino ... 217

Figura 176 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Manoel Balbino ... 217

Figura 177 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Manoel Balbino ... 218

Figura 178 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Manoel Balbino ... 218

Figura 179 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Manoel Balbino ... 219

Figura 180 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Manoel Balbino ... 219

Figura 181 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Manoel Balbino ... 220

Figura 182 - Volume reservado na Barragem Tatajuba ... 221

(12)

Figura 185 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Tatajuba ... 223

Figura 186 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Tatajuba ... 223

Figura 187 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Tatajuba ... 224

Figura 188 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Tatajuba ... 224

Figura 189 - Concentração de Coliformes Termotolerantes na Barragem Tatajuba ... 225

Figura 190 - Volume reservado na Barragem Ubaldinho ... 226

Figura 191 - Volume vertido na Barragem Ubaldinho ... 227

Figura 192 - Demanda Bioquímica de Oxigênio na Barragem Ubaldinho ... 227

Figura 193 - Concentração do Oxigênio Dissolvido na Barragem Ubaldinho ... 228

Figura 194 - Concentração do Nitrogênio Total na Barragem Ubaldinho ... 228

Figura 195 - Concentração do Fósforo Total na Barragem Ubaldinho ... 229

Figura 196 - Concentração de Clorofila-a na Barragem Ubaldinho ... 229

(13)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Capacidade de suporte, estimativa de cargas recebidas e variáveis utilizadas - Açudes das Bacias Metropolitanas 49 Tabela 2 - Capacidade de suporte, estimativa de cargas recebidas e variáveis utilizadas - Açudes da Bacia do Acaraú ... 50 Tabela 3 - Capacidade de suporte, estimativa de cargas recebidas e variáveis utilizadas - Açudes da Sub-bacia do Salgado .. 51 Tabela 4 - Número de amostras em desacordo com a Portaria nº518/2004 do Ministério da Saúde ... 134 Tabela 5 - Código de identificação, padrão de cores dos IRRs calculados, usos, município e sistema aquífero dos poços

utilizados no estudo ... 141 Tabela 6 - Número total de poços amostrados em cada município ... 142

(14)

LISTA DE SIGLAS ACAT – Associação Comunitária Amigos de Todos APP – Área de Preservação Permanente

CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará CE – Ceará

CLA – Clorofila-a

COGERH – Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

COPA – Cooperativa de Piscicultores do Açude Aracoiaba CPRM – Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais CTm – Coliformes Termotolerantes

CV – Coeficiente de variação

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio EPA – Environmental Protection Agency ETA – Estação de Tratamento de Água ETE – Estação de Tratamento de Esgoto EUA – Estados Unidos da América FCA – Índice de Conversão Alimentar FT – Fósforo total

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos IET – Índice de Estado Trófico

(15)

NT – Nitrogênio total OD – Oxigênio Dissolvido

PforR – Projeto de Apoio ao Crescimento Econômico com Redução das Desigualdades e Sustentabilidade Ambiental do Estado do Ceará – Programa para Resultados

PSA – Pagamentos por Serviços Ambientais RMC – Região Metropolitana do Cariri

SIAGÁS – Sistema de Informação de Águas Subterrâneas SOHIDRA – Superintendência de Obras Hidráulicas SRH – Secretaria dos Recursos Hídricos

STD – Sólidos Totais Dissolvidos UFC – Universidade Federal do Ceará VMP – Valor Máximo Permitido

(16)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 19

2. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS INFLUENTES NA QUALIDADE DAS ÁGUAS ... 22 2.1 Bacias Metropolitanas ... 26 2.1.1 Barragem Aracoiaba ... 26 2.1.2 Barragem Catucinzenta ... 27 2.1.3 Barragem Gavião ... 28 2.1.4 Barragem Malcozinhado ... 29 2.1.5 Barragem Maranguapinho ... 31 2.2 Bacia do Acaraú ... 32

2.2.1 Barragem Acaraú Mirim ... 32

2.2.2 Barragem Araras ... 34

2.2.3 Barragem Jenipapo ... 35

2.2.4 Barragem São Vicente ... 36

2.2.5 Barragem Taquara ... 36

2.3 Sub-bacia do Salgado ... 38

2.3.1 Barragem Junco ... 38

2.3.2 Barragem Lima Campos ... 38

2.3.3 Barragem Manoel Balbino ... 39

2.3.4 Barragem Tatajuba ... 40

2.3.5 Barragem Ubaldinho ... 41

3. MEDIDAS MITIGATÓRIAS ... 44

4. CAPACIDADE DE SUPORTE DOS RESERVATÓRIOS ... 49

4.1 Bacias Metropolitanas ... 49

4.2 Bacia do Acaraú ... 50

4.3 Sub-bacia do Salgado ... 50

5. DINÂMICA DA QUALIDADE DAS ÁGUAS ... 53

5.1 Águas superficiais ... 54

5.1.1 Bacias Metropolitanas ... 55

(17)

5.1.2 Bacia do Acaraú ... 80

5.1.2.1 Barragem Acaraú Mirim ... 80

5.1.2.2 Barragem Araras ... 86

5.1.2.3 Barragem Jenipapo ... 93

5.1.2.4 Barragem São Vicente ... 97

5.1.2.5 Barragem Taquara ... 103

5.1.3 Sub-bacia do Salgado ... 107

5.1.3.1 Barragem Junco ... 107

5.1.3.2 Barragem Lima Campos ... 112

5.1.3.3 Barragem Manoel Balbino ... 117

5.1.3.4 Barragem Tatajuba ... 122 5.1.3.5 Barragem Ubaldinho ... 127 5.2. Águas subterrâneas ... 132 5.2.1 Bacias Metropolitanas ... 133 5.2.2 Bacia do Acaraú ... 135 5.2.3 Sub-bacia do Salgado ... 136

6. AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA HÍDRICA QUALITATIVA ... 144

6.1 Modelagem matemática ... 144

6.1.1 Função objetivo para aspectos quantitativos ... 145

6.1.2 Função objetivo para aspectos qualitativos ... 147

6.1.3 Balanço hídrico ... 149

6.1.4 Balanço de massa para cada parâmetro (equações diferenciais desenvolvidas) ... 150

6.2 Resultados obtidos ... 155 6.2.1 Bacias Metropolitanas ... 156 6.2.1.1 Barragem Aracoiaba... 156 6.2.1.2 Barragem Catucinzenta ... 161 6.2.1.3 Barragem Gavião ... 166 6.2.1.4 Barragem Malcozinhado ... 171 6.2.1.5 Barragem Maranguapinho ... 176 6.2.2 Bacia do Acaraú ... 181

6.2.2.1 Barragem Acaraú Mirim ... 181

6.2.2.2 Barragem Araras ... 186

6.2.2.3 Barragem Jenipapo ... 191

6.2.2.4 Barragem São Vicente ... 196

6.2.2.5 Barragem Taquara ... 201

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6.2.3.2 Barragem Lima Campos ... 211

6.2.3.3 Barragem Manoel Balbino ... 216

6.2.3.4 Barragem Tatajuba ... 221

6.2.3.5 Barragem Ubaldinho ... 226

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1. INTRODUÇÃO

Conforme se aduz do Termo de Referência, a avaliação da Segurança Hídrica em seus aspectos qualitativos deverá ser baseada nos seguintes estudos desenvolvidos no âmbito do presente contrato:

a) Inventário Ambiental de Açudes localizados nas Bacias Hidrográficas Metropolitanas e Acaraú, e na Sub-Bacia do Salgado: Nesses produtos, constam as informações referentes à qualidade das águas dos reservatórios de interesse, bem como contêm os impactos ambientais que comprometem a qualidade ambiental de cada reservatório, propondo medidas promotoras da mitigação de tais impactos;

b) Metodologia de Enquadramento das águas no âmbito dos reservatórios: Nos produtos denominados R4, R5 e R6, aprovados pela contratante, foi realizada a estruturação e a análise estatística da base de dados observacionais da Cogerh, revelando assim a dinâmica da qualidade da água. Nos referidos relatórios foram comentados, para cada parâmetro encontrado com valores acima dos limites da norma (bem como para os limítrofes), os riscos associados à qualidade da água, bem como as suas respectivas influências da perspectiva de comprometimento do suprimento de água fornecida por cada reservatório de interesse. A avaliação realizada permitiu visualizar, de maneira gráfica e numérica, os problemas crônicos e/ou episódicos de qualidade da água ao longo da série disponível. Já no relatório R10, onde foi apresentada a Metodologia de Enquadramento dos Corpos de Água, foram seguidas as orientações contidas no Anexo II do Termo de Referência, que resultou em metodologia aprovada pela contratante.

Em estrita observância do conteúdo do Termo de Referência, o presente relatório foi composto a partir dos conteúdos supracitados e encontra-se organizado nos seguintes capítulos:

1. Introdução;

2. Principais impactos ambientais influentes na qualidade das águas; 3. Medidas mitigatórias;

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Concernente ao Capítulo 2, seu conteúdo resume os principais impactos ambientais negativos identificados nos levantamentos realizados durante a elaboração dos IVAs, com influência na qualidade das águas dos reservatórios de interesse. Em sua forma organizacional, impõe-se a lógica de listar e comentar cada impacto, identificando os reservatórios nos quais a modalidade em comento incide.

As medidas mitigatórias são apresentadas no Capítulo 3 e, sob a mesma lógica organizacional do texto, cada medida é comentada de acordo com os principais impactos ambientais negativos identificados.

No Capítulo 4 apresenta-se a capacidade de suporte de cada um dos 15 reservatórios em estudo. Pode-se dizer que essa capacidade representa uma estimativa da carga máxima de poluente (nesse caso, considerando a concentração de fósforo) que um corpo hídrico pode receber de fontes pontuais e difusas de poluição, sem violar os padrões de qualidade da água.

As variações qualitativas das águas dos mananciais de interesse, vistas pelo prisma da classificação dos estados tróficos obtidos ao longo do tempo para a série de dados disponibilizada pela contratante, constitui o conteúdo do Capítulo 5.

A descrição e aplicação de modelagem qualiquantitativa é o objeto do Capítulo 6 para cada um dos reservatórios de interesse. Adotou-se aqui como vazões retiradas aquelas encontradas para a garantia de 99%, correspondente à avaliação quantitativa da segurança hídrica.

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2. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS INFLUENTES NA QUALIDADE DAS ÁGUAS

As alterações de cunho negativo identificadas nas bacias hidrográficas em estudo procedem de atividades antrópicas. Essas atividades são amplamente derivadas em: agrícolas, pecuárias, industriais e de ocupação humana desordenada sem infraestrutura de saneamento.

Comum a todas as atividades antrópicas acima citadas, inicialmente tem-se a supressão vegetal. A primeira consequência do desmatamento é o comprometimento da biodiversidade, por diminuição ou mesmo por extinção de espécies vegetais e animais, comprometendo assim, a qualidade do meio ambiente.

Ainda a respeito da supressão vegetal, vale comentar sobre a degradação das matas ciliares, reconhecidas como Área de Preservação Permanente (APP) dos corpos hídricos. Tais áreas, previstas no Código Florestal, Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, são essenciais na estrutura geomorfológica fluvial.

A faixa de vegetação ciliar, além de contribuir para evitar a entrada de material poluente grosseiro decorrente do escoamento superficial, também exerce importante função ambiental ao reduzir o aporte de sedimentos que causam o assoreamento do corpo hídrico, seja ele lêntico ou lótico. A vegetação atua na recessão do deflúvio, potencializando a infiltração da água no solo, impedindo a perda de coesão das partículas de solo e condicionando-as à decantação quando carreadas de montante pelo escoamento.

Com foco na qualidade da água, o assoreamento do corpo hídrico além de proporcionar aporte indesejado de material, modifica o dinamismo da biota. Por consequência do assoreamento, ocorrerá diminuição do calado e logicamente aumento da área do espelho d’água. Tal fato beneficiará a propagação de organismos aquáticos fotossintetizantes (cianobactérias e macrófitas) e outros sistemas de vida mais adaptados a essa condição.

No que diz respeito aos impactos causados pela agricultura, temos como principais causas os usos indiscriminados de agrotóxicos e fertilizantes. Tais insumos agrícolas, se tratando do semiárido brasileiro, chegam aos corpos hídricos, na maioria das vezes, nos períodos chuvosos. Os contaminantes acumulados nas camadas do solo e na epiderme das plantas são lixiviados pela chuva, parte será transportada pelo escoamento superficial, onde chegará aos corpos hídricos e

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parte vai infiltrar/percolar até os aquíferos, onde possivelmente também chegará aos corpos hídricos por vazão de base. Vale ressaltar, que contaminação da água subterrânea pode ser muitas vezes mais problemática do que contaminações em águas superficiais. O fluxo da água no subsolo é muito mais lento e varia com a condutividade hidráulica no mesmo. Dessa forma, os contaminantes ficam muito mais tempo no meio.

A água poluída por defensivos agrícolas prejudica diretamente a fauna e a flora aquática. Os compostos químicos, muitas vezes tendo nas suas formulações metais pesados, além de ficarem dissolvidos na água, acumulam-se nos sedimentos e nos organismos dos seres. O fato de algumas dessas substancias químicas se acumularem em organismos vivos, faz-se preocupante. Os efeitos para a saúde humana podem ser diversos, dentre eles os principais são: disfunção estomacal, do sistema nervoso e renal. Esse efeito pode ser agudo, imediato ou crônico, a curto, médio ou longo prazo (VON SPERLING, 1996).

O principal problema associado à utilização de fertilizantes na agricultura é a eutrofização das águas, que tem como consequência direta o aumento de nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio. Segundo Von Sperling (2005), os efeitos da eutrofização artificial podem ser considerados uma reação em cadeia, que por sua vez, se refletem na biodiversidade aquática e sobre o ser humano, em especial nos aspectos da saúde e lazer, e no campo econômico.

Atualmente, a eutrofização é reconhecida como um dos problemas mais importantes concernentes à qualidade de água. Um dos impactos mais preocupantes da aceleração do processo de eutrofização é o aumento da probabilidade de ocorrência de florações de algas, principalmente as cianobactérias potencialmente tóxicas, as quais podem alterar a qualidade das águas, sobretudo no que tange ao abastecimento público. (LAMPARELLI, 2004).

No que diz respeito a pecuária, as principais atividades identificadas como potencialmente poluidoras nas bacias hidrográficas em estudo foram: criações extensivas (bovina, caprina, ovina e suína) e intensivas (aviária e piscícola). Dentre os impactos ambientais negativos gerados pela pecuária, quanto à influência na qualidade da água, pode-se citar como principal o aumento de nutrientes na água (eutrofização), oriundos dos dejetos e restos de rações dos animais, além da

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atividade piscícola intensiva, as alterações na qualidade da água e susceptibilidade à eutrofização são significativamente maiores.

Entre as alterações na qualidade da água associadas à produção piscícola em tanques-rede estão o aumento no nível de nutrientes, turbidez e matéria orgânica no sedimento, diminuição da diversidade e biomassa de organismos bentônicos, redução de transparência, de concentração de oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, quedas no pH e, raramente, mudança na temperatura da água (CORNEL; WHORISKEY, 1993).

Durante o processo de produção piscícola é inevitável o acúmulo de resíduos orgânicos e metabólicos nos tanques e viveiros. O volume de fezes excretado diariamente pela população de peixes é uma das principais fontes de resíduos orgânicos em sistemas aquaculturais. A digestibilidade da matéria seca das rações varia em torno de 70 a 75%. Isto significa que 25 a 30% do alimento fornecido entram nos corpos hídricos como material fecal, dessa forma contribuindo significativamente para o aporte de nutrientes (KUBITZA, 1998).

O principal impacto negativo relacionado a qualidade da água causado pelas atividades industriais, quando em desconformidade com a Resolução Conama nº 430/2011, que dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes, é o despejo de águas residuárias no sistema de drenagem das bacias hidrográficas.

As águas residuárias industriais apresentam uma grande variação tanto na sua composição como na sua vazão, refletindo seus processos de produção. Originam-se em três pontos:

a) águas sanitárias: efluentes de banheiros e cozinhas;

b) águas de refrigeração: água utilizada para resfriamento de máquinas e equipamentos; c) águas de processos: águas que têm contato direto com a matéria-prima do produto processado.

As características das águas sanitárias são as mesmas dos esgotos domésticos. Já as águas de resfriamento possuem dois impactos importantes que devem ser destacados.

O primeiro é a poluição térmica, pois nos seres vivos a elevação da temperatura da água provoca a aceleração do seu metabolismo, ou seja, ocorre um incremento das atividades químicas que ocorrem nas células. A aceleração do metabolismo provoca aumento da necessidade de oxigênio e, por conseguinte, aceleração do ritmo respiratório. Por outro lado, tais necessidades

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respiratórias ficam comprometidas porque a hemoglobina tem pouca afinidade com o oxigênio aquecido. Combinada e reforçada com outras formas de poluição ela pode desequilibrar o ambiente de forma imprevisível (MIERZWA, 2002). Estes mesmos impactos são observados devido aos efluentes de usinas termoelétricas.

Em segundo lugar é que as águas de refrigeração são fontes potenciais de cromo (advindo das tubulações de aço), as quais são responsáveis por parte das altas concentrações de cromo hexavalente, que recebe as águas do polo industrial (PEREIRA, 2004).

As águas de processos industriais têm características próprias do produto que está sendo fabricado. No geral, os efluentes potencialmente poluidores são os ricos em matéria orgânica, em metais pesados e em poluentes orgânicos persistentes (organoclorados).

Por fim, destaca-se também como fator impactante na qualidade da água a ocupação humana desordenada sem infraestrutura de saneamento. A poluição hídrica por falta de infraestrutura de saneamento pode ser causada principalmente por efluentes domésticos e lixiviação de resíduos sólidos dispostos em locais indevidos.

Nas bacias hidrográficas contempladas neste Relatório foram identificados déficit em estrutura de saneamento, fato não só ocorrente no estado do Ceará, mas em todo Brasil. Em 2014, o percentual das áreas urbanas do estado cearense com abastecimento de água tratada era de 91,6% e 36,2% com esgotamento sanitário. Na área rural, apenas 30,3% tinham o serviço de abastecimento de água e 0,1% esgotamento sanitário (IPECE, 2015). Esse baixo percentual de esgotamento sanitário é preocupante, pois a falta de saneamento representa um risco direto à qualidade das águas.

As contaminações por efluentes domésticos identificadas nas bacias hidrográficas em estudo foram por lançamento a céu aberto e em galerias pluviais, e pela presença de fossas rudimentares próximas às bacias hidráulicas dos reservatórios.

O esgoto doméstico é constituído primeiramente, por matéria orgânica biodegradável, microrganismos (bactérias, vírus, etc.), nutrientes (nitrogênio e fósforo), óleos e graxas,

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Quanto ao impacto negativo na qualidade hídrica gerado pela disposição indevida de resíduos sólidos (em desconformidade com a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010), pode ocorrer por lançamento direto nos corpos hídricos ou por lixiviados dessa massa de resíduos disposta no solo. Os principais efeitos da presença dos resíduos sólidos ou seus derivados em corpos hídricos são: elevação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), redução dos níveis de oxigênio dissolvido, formação de correntes ácidas, maior carga de sedimentos, elevada presença de coliformes, aumento da turbidez, intoxicação de organismos presentes no ecossistema local, incluindo o homem, quando este utiliza água contaminada para consumo.

Os subtópicos a seguir, como dito anteriormente, resumem os principais impactos identificados nos levantamentos realizados durante a elaboração dos Inventários Ambientais de Açudes - IVAs, com influência na qualidade das águas dos reservatórios de interesse.

2.1 Bacias Metropolitanas

2.1.1 Barragem Aracoiaba

Nos pontos identificados na área de influência (definida como a porção da bacia hidrográfica que responde pela potencial contribuição para a poluição do corpo hídrico) do reservatório Aracoiaba, destaca-se a existência de três associações de piscicultura, sendo elas: Associação Comunitária Amigos de Todos (ACAT), Piscicultura Aracoiaba e a Cooperativa dos Piscicultores do Açude Aracoiaba (COPA). As três associações têm sua produção voltada para a criação do peixe popularmente conhecido como tilápia.

Segundo informações fornecidas pelos funcionários desses estabelecimentos, o ciclo da tilápia é de aproximadamente 6 meses, as rações utilizadas são a Invivo e a Nutreco Fri-ribe, o Fator de Conversão Alimentar (FCA) se estabelece entre 1,5 e 1,7 e a produção mensal atual circula entre 8 e 12 toneladas. O nível da água do reservatório se constitui como um fator limitante da produção do peixe que, na Piscicultura Aracoiaba, já chegou a ser de 60 toneladas/mês. A piscicultura é uma atividade potencialmente poluidora e passível de alteração da qualidade da água do reservatório em questão, visto que a ração não consumida e os excrementos dos peixes causam um aumento dos sólidos suspensos e dos nutrientes (fósforo e nitrogênio, por exemplo) que contribuem para a eutrofização do corpo hídrico.

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No que se refere às culturas agrícolas presentes no entorno (definido como a região que abrange uma distância linear de 1 km a partir do espelho d’água), é frequente o uso da água liberada como vazão ecológica para a finalidade de irrigação. Quando a cota do reservatório está baixa, como constatado no dia da visita, são utilizadas bombas que retiram água diretamente do reservatório. Na área de influência do reservatório Aracoiaba, que abrange um total de 242,68 km², são encontradas áreas agricultáveis de pequeno a grande porte, como núcleos de agricultura familiar com pequenas áreas de cultivo e extensas áreas de cultura agrícola rotativa.

Na região do entorno do reservatório, nas áreas em que não houve desmatamento para fins de agricultura, existe vegetação típica de caatinga. Enquanto que, na área de influência, observa-se a queima e retirada da vegetação para a criação de áreas de cultivo e áreas de extração de areia que, após exauridas, são abandonadas sem nenhuma recuperação ou reposição de nutrientes ao solo, impossibilitando o restabelecimento da vegetação nativa. Adicionalmente, além de destruir a cobertura vegetal, essas práticas contribuem para a extinção da fauna silvestre local.

As comunidades de entorno, como Costa de Baixo, Vazantes e Lagoa de São João, também contribuem como fontes de poluição na medida em que realizam o despejo inadequado dos seus resíduos. Podem ser encontrados esgotos a céu aberto na região de entorno e na área de influência, suficientes para contribuir no aumento da concentração de nutrientes que chega até o açude.

2.1.2 Barragem Catucinzenta

Na bacia hidráulica do reservatório constatou-se a piscicultura de Francisco Argemiro Cordeiro, cuja produção é voltada para a criação do peixe popularmente conhecido como tilápia. Segundo informações fornecidas por Raimundo Ferreiro Lima, funcionário do local, a piscicultura possui 120 tanques-rede (aproximadamente 1 hectare), a ração utilizada é a Flash-Fish Polinutri e são compradas para consumo dos peixes 10 toneladas de ração por mês. O Fator de Conversão Alimentar (FCA) se estabelece entre 1,7 e 1,8 e a produção mensal é de aproximadamente 10 toneladas de peixe. Segundo o administrador da piscicultura, o atual nível da água do reservatório constitui um fator limitante à produção, que costumava ser de 12 toneladas/mês.

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ligações clandestinas na rede de drenagem pluvial, contribuindo para a poluição do reservatório. Além disso, observou-se a disposição indevida de resíduos sólidos na região do entorno do açude, ocasionando a lixiviação de poluentes para o corpo hídrico e o crescimento de macrófitas na bacia hidráulica.

Tratando-se de vegetação, percebeu-se indícios de degradação ou até total supressão nas porções próximas às regiões antropizadas, sendo também comum a substituição das espécies nativas originais por pomares de árvores frutíferas, como mangueiras e cajueiro anão. Observou-se também a degradação da cobertura de dunas e paleodunas da região para cultivos agrícolas de subsistência ou para fins de extração mineral de areia. No que se refere à atividade agrícola, o cultivo de mandioca configura-se como o principal da região, estando na maioria das vezes localizado nas regiões de vazante, onde ocorre o desmatamento (constantemente através de queimadas) da APP, o que ocasiona um maior carreamento de sedimentos para o açude, potencializando seu assoreamento.

A presença de aviários na área de influência do reservatório Catucinzenta, que abrange um total de 50,56 km², também constitui uma atividade causadora de impactos quando aliada a um manejo inadequado. Foram visitados vários aviários de produção de frango para abate e de produção de ovos, incluindo um aviário que também abrigava uma criação de suínos. A água utilizada nesses estabelecimentos é oriunda de poços rasos (cacimbas), poços profundos e carros-pipas. Nos aviários visitados, o efluente oriundo das lavagens de galpões, que não passa por nenhum sistema de tratamento, repleto de nutrientes provenientes dos restos da cama de aviário, pode chegar ao reservatório tanto por escoamento superficial, como também por percolação (potencializada pela alta condutividade hidráulica do solo), comprometendo assim a qualidade da água.

2.1.3 Barragem Gavião

Na área de influência do Açude Gavião, que abrange um total de 14,08 km², foram constatadas atividades irregulares praticadas na Área de Preservação Permanente (APP), associadas às zonas de conflito com comunidades lindeiras. Dessa maneira, destaca-se um conflito de interesses entre o uso da água do reservatório para abastecimento humano (assegurado por lei) e os outros tipos de uso praticados indevidamente e irregularmente por parte da comunidade local.

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Grande parte dos problemas encontrados é intrínseca à disposição inadequada do lixo e rejeitos sanitários das comunidades de baixa renda presentes no entorno do Gavião, podendo ser citadas as comunidades Pedras, Pavuna, Caracanga, Gererau e São Luís, localizadas no município de Pacatuba. O crescimento desordenado de núcleos urbanos e comunidades em direção ao açude é um fator impactante, visto que tal crescimento significa um aumento de efluentes sanitários e industriais e também de resíduos sólidos, que podem comprometer a qualidade da água para o abastecimento humano, além de se tornarem fontes de doenças. Foram identificados lançamentos de efluente doméstico a céu aberto e despejo de lixo em terrenos baldios, o que aumenta a quantidade de nutrientes e resíduos que são lixiviados até o açude. Adicionalmente, moradores reclamaram do odor desagradável oriundo da descarga de efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o que pode apontar ineficiência no tratamento e provavelmente contribuição para o aporte de nutrientes no açude. Embora que, em visita a ETE em questão, essa aparentava estar desativada e não apresentava identificação.

As áreas desmatadas e as queimadas ocorrem principalmente em terrenos particulares próximos às margens do açude. Comumente, são locais destinados para uso agrícola, de pastagem, produção de carvão ou ainda para futuras construções habitacionais. Os impactos causados por essas práticas vão desde o assoreamento do reservatório até a potencialização da lixiviação de nutrientes, aditivos agrícolas e fezes de animais, já que sem a proteção vegetal natural não há o amortecimento do escoamento superficial, comprometendo assim a qualidade da água.

O bioma caatinga, predominante regionalmente, é o mais impactado diante disso, sendo comum a substituição da vegetação nativa original por pomares de árvores frutíferas, como cajueiros, goiabeiras e mangueiras. O solo, então desmatado e/ou queimado, se torna exposto às intempéries, facilitando assim sua compactação devido as ações antrópicas ou presença de animais de pasto. Ademais, a fauna característica também se prejudica, havendo a diminuição de habitats locais e o afugentamento das espécies.

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de terras provocou aumento de supressão vegetal na APP. Além disso, a aproximação das comunidades para a região de entorno também contribuiu para o incremento de espécies frutíferas e de sombra, como mangueiras e cajueiros, que também são usados para extração de lenha. Esses fatores acabam por promover mudanças hidrológicas devido ao aumento de áreas impermeáveis, que ocasiona a elevação do escoamento superficial e da taxa de erosão observada devido ao carreamento de sedimentos, e corrobora para uma deficiência na recarga natural do reservatório, contribuindo para um déficit futuro no abastecimento de água local (IPECE, 2014).

Além disso, registra-se a presença de aviários, como as granjas Regina, Avine e Cialne, sendo a maioria orientada para a produção de frango para abate. De acordo com as informações obtidas, o período de maturação do frango nos aviários dura entre 43 e 45 dias e o frango vai para o abate pesando entre 3,2 e 3,3 kg. Na maioria desses estabelecimentos, o abastecimento de água não é proveniente do reservatório, mas sim de poços profundos. No entanto, o que deve ser levado em conta ao se considerar um aviário como estabelecimento poluidor são os resíduos orgânicos advindos da atividade. Nos aviários visitados, porém, o efluente oriundo das lavagens de galpões, repleto de nutrientes provenientes da cama de aviário, percola e escoa pelo solo, podendo chegar ao reservatório e prejudicar a qualidade da água.

O uso de poços e fossas foi bastante visto nas comunidades Barbalhos, Alagado de Cima, Coqueiro e Piaóca, sendo pouco profundos os poços localizados nas residências, retirando possivelmente água da recarga do açude. O gado é criado de forma extensiva, circulando livremente e demandando a abertura de pastos (com retirada da vegetação nativa presente) para complementar sua alimentação. Essa atividade geralmente encontra-se aliada à extração de lenha e carvão vegetal, que favorecem ainda mais a degradação da vegetação nativa de caatinga (IPECE, 2014).

No que diz respeito à prática da agricultura no entorno, dá-se destaque à Fazenda Vitória, que irriga pastagem utilizando pivô e, em menor escala, a um núcleo de agricultura orgânica (Sítio Mangueiral). Na Fazenda Vitória são também criadas cerca de 150 cabeças de vacas destinadas à produção de leite, com irrigação de pasto para essa finalidade. Já o Sítio Mangueiral é limitado a uma pequena produção que se destina a comercializar cestas de alimentos orgânicos.

A piscicultura no entorno do Malcozinhado se caracteriza por criações em tanque, já que o volume registrado na bacia hidráulica se encontra reduzido. Nesses tanques, apesar da troca da

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água não acontecer de maneira assídua, há uma liberação de parte do volume para pequenas renovações, que acabam por escoar diretamente no açude, carreando nutrientes e deteriorando a qualidade da água. Adicionalmente, foi observado o cultivo de microalgas (projeto Spirulina Brasil), com o objetivo de produzir alimento para peixes e camarões, além de, economicamente, ser uma alternativa à piscicultura. Nesse caso, a renovação de água se dá a partir do uso de um poço profundo, e a água a ser substituída é evaporada em tanques específicos, não gerando efluentes.

Na área de influência do reservatório, que abrange uma área total de 211,3 km², destaca-se a presença de grandes empresas, como a indústria de água mineral Indaiá e uma unidade de semiacabamento e acabamento de couro do grupo JBS-couros. Também foram observadas áreas degradadas provenientes da atividade de mineração em alguns locais na área de influência do reservatório.

2.1.5 Barragem Maranguapinho

A comunidade usufrui do reservatório para diversos fins. Porém, esse usufruto se dá de maneira inadequada, trazendo sérios prejuízos ambientais. Dentre os usos, pode-se citar a pesca e a disposição de resíduos.

Quanto à pesca, foram vistos pescadores circulando livremente no entorno do reservatório, e muitos dos habitantes locais têm essa atividade como meio de subsistência. A atividade pesqueira no local se dá utilizando redes (tarrafas), varas, canoas e até mesmo com o uso de explosivos, que é uma prática proibida. Há também uma constante reclamação dos pescadores locais, que denunciam a pesca irregular realizada por pescadores de outras regiões, os quais capturam pequenos peixes, abaixo do porte recomendável à sustentabilidade da atividade, além de se instalarem em acampamentos insalubres na beira do açude, compostos de barracos sem sanitários e sem estrutura adequada para serem usados como acomodação para os pescadores.

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aberto e na rede pluvial, tornando-se fontes pontuais de poluição no corpo hídrico, colaborando para o processo de eutrofização do reservatório.

O crescimento desordenado de núcleos urbanos e comunidades em direção ao açude é um fator impactante, pois tal crescimento significa um aumento de efluentes sanitários e resíduos sólidos, que podem comprometer a qualidade da água para o abastecimento humano, além de se tornar fontes de doenças.

Além disso, a pressão causada pela ocupação desordenada aumenta a quantidade de áreas impermeáveis dentro da bacia de contribuição devido ao desmatamento de áreas verdes, o que gera um maior volume de escoamento superficial, causando erosão do solo e, consequentemente, acelerando o processo de assoreamento do açude (IPECE, 2014). Sendo assim, sua recarga natural é prejudicada e a presença intensa de macrófitas pode ser facilmente observada no entorno e bacia hidráulica do açude Maranguapinho.

Foram identificados diversos pontos de disposição inadequada de resíduos sólidos no entorno de reservatório, inclusive em sua APP, como retalhos de tecidos, pneus (que são queimados posteriormente), rejeitos biológicos (restos de camarões e peixes), além de lixo domiciliar. A presença desses resíduos no local é um indício da carência de fiscalização por parte dos órgãos ambientais na área.

2.2 Bacia do Acaraú

2.2.1 Barragem Acaraú Mirim

Na área de influência do açude Acaraú Mirim, que abrange um total de 112,86 km², destaca-se a presença abundante de espaços abertos devido ao desmatamento da vegetação nativa, formando áreas de pastagens. Atualmente, devido à seca que afeta a região, muitas dessas áreas encontram-se abandonadas e improdutivas, favorecendo o assoreamento do reservatório.

O processo de erosão reduz os horizontes superficiais do solo, que já são naturalmente rasos no semiárido, potencializando os efeitos das secas e cheias, uma vez que há uma significativa redução da capacidade de armazenamento de água no solo, que acarreta na diminuição da recarga de rios e açudes durante as secas. O assoreamento, causado pelo excesso de sedimento e resíduos sólidos carreados pela água, também aumenta as perdas por evaporação na medida que modifica

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a morfologia do açude para uma forma mais aberta, diminuindo sua profundidade e aumentando o espelho d’água, dessa forma proporcionando melhores condições para o processo de eutrofização. A água do açude Acaraú Mirim também é utilizada para a dessedentação do gado que pasta às margens do reservatório. A presença de animais na bacia hidráulica, o que é comum em época de seca, quando o nível dos reservatórios diminui ou até mesmo seca, é um fator que potencializa a eutrofização, devido ao aporte dos nutrientes presentes em seus excrementos, que por estarem tão próximos ao corpo hídrico interferem diretamente na qualidade da água.

No que diz respeito às áreas cultivadas, a maioria delas se caracteriza por agricultura de vazante, que aproveitam a matéria orgânica depositada pelas cheias e a umidade do solo para o plantio de milho, feijão e hortaliças. Esse tipo de cultivo é impactante por estar muito próximo da bacia hidráulica, em APP, e por utilizar formas de manejo e tecnologias rudimentares que colaboram para exaustão e desgaste do solo. Além disso, a agricultura de vazante apresenta um risco potencial de contaminação das águas do reservatório, pela possibilidade de utilização de agrotóxicos nessas áreas.

No entorno do reservatório destaca-se a presença de comunidades, como Ticará e Salgadinho, com residências e estabelecimentos de cunho comercial (balneários e bares) irregularmente localizados em APP. Essas ocupações causam uma maior pressão nos recursos naturais da região, pois além de ocasionar a supressão da vegetação nativa, contribuem como fontes de poluição na medida em que realizam o despejo inadequado dos seus resíduos e esgotos domiciliares, devido a insuficiência dos municípios em atender e fornecer os serviços básicos de saneamento.

Não foram encontradas áreas de piscicultura na bacia hidráulica do reservatório em questão, apenas uma criação de tilápia em sua área de influência. A piscicultura em questão é de cunho familiar e localiza-se na fazenda Sonho Meu. Segundo informações fornecidas pelos funcionários desse estabelecimento, a produção está paralisada no momento devido à escassez de água na região, que atua como um fator limitante a produção de peixe. No entanto, durante o período chuvoso, quando o nível do reservatório se eleva, são produzidos até 3 mil peixes por mês.

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2.2.2 Barragem Araras

Em toda a sua área de influência, que abrange um total de 863,523 km², observa-se a predominância de criações extensivas de gado bovino, que circulam livremente pela área da bacia hidráulica, configurando-se como o principal impacto observado no açude. A presença desses animais acarreta sérios prejuízos à qualidade da água, na medida que seus excrementos são facilmente lixiviados e carreados, causando o aumento do aporte de nutrientes e resíduos para o açude e, consequentemente, colaborando para a poluição das águas usadas para o abastecimento humano.

Além disso, quando presente em grande quantidade, como no caso do reservatório Araras, o gado é capaz de causar a compactação do solo, devido ao seu grande porte e ao constante pisoteio. Assim, a quantidade de escoamento superficial gerado durante eventos chuvosos aumenta, já que o processo de infiltração se dificulta, reduzindo consequentemente a recarga natural do açude. Junto a isso, têm-se a redução dos rendimentos das pastagens, que já não conseguem produzir a mesma quantidade de biomassa devido a aceleração dos processos erosivos nas camadas superficiais do solo.

As áreas de pastoreio estão diretamente ligadas ao extrativismo vegetal, principalmente de lenha, visto que anteriormente a criação dessas áreas é realizada a supressão de sua vegetação. Logo, essa atividade é responsável por grande parte da degradação da vegetação nativa, devastando inclusive áreas localizadas na APP do reservatório. Essas áreas desmatadas são mais susceptíveis a processos erosivos, acelerando o assoreamento e a lixiviação de poluentes, como os agrotóxicos. O desmatamento ainda favorece a devastação do bioma caatinga, além de destruir habitats naturais e prejudicar o forrageamento das espécies da região.

Verifica-se ainda locações onde se realiza ou onde era realizada a atividade de mineração de areia. Nas áreas ociosas foram detectados locais com solo exposto, que são mais vulneráveis aos processos de erosão, os quais, quando ocorrem, atuam dificultando a recarga natural do reservatório, além de favorecerem o carreamento de possíveis poluentes e resíduos para a bacia hidráulica.

No que diz respeito a existência de criação de peixes na área de influência do reservatório, foi identificada apenas uma piscicultura desativada desde 2010 devido a situação de escassez hídrica na região. A piscicultura em questão localiza-se às margens do açude e, de acordo com as

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informações fornecidas por um funcionário do estabelecimento, o empreendimento contava com 240 gaiolas de dimensão 3 x 3 m, e cada gaiola tinha capacidade de produzir entre 1000 e 1200 kg.

Foram identificadas comunidades como Capoeirão, Riacho do Meio, Angelim, Jatobá, Riacho do Mato e Tubiba, que se localizam parcialmente ou inteiramente na APP do reservatório. A ocupação urbana nessas áreas causa uma maior pressão nos recursos naturais, devido a retirada da vegetação nativa e ao despejo inadequado de esgotos e resíduos por parte da população. Além disso, parte da população ribeirinha utiliza a pesca como atividade de subsistência, acarretando em despejos orgânicos de restos de peixes na região da bacia hidráulica, o que contribui para o aporte de nutrientes ao açude.

Com respeito às empresas identificadas na área de influência do reservatório, encontram-se a Cerâmica Feitosa LTDA ME e a Cerâmica Rancho do Tijolo LTDA. As duas empresas pertencem ao mesmo dono, o senhor Aureliano Ferreira de Araújo, e possuem uma produção mensal que soma 300 milheiros de tijolos. Na primeira, foi informado pelo funcionário responsável, que a água utilizada para a produção advém de um poço outorgado pela Cogerh. Na segunda empresa, observou-se que a areia utilizada na produção dos tijolos é proveniente de uma grande área de extração situada dentro dos limites da própria fábrica.

2.2.3 Barragem Jenipapo

No reservatório Jenipapo verifica-se a presença de troncos de árvores dentro da bacia de acumulação do açude, que em contato com a água acabam apodrecendo e se decompondo, aumentando a quantidade de nutrientes no corpo hídrico e podendo ocasionar a mortalidade de peixes. A presença desses troncos indica que as atividades de retirada da vegetação previamente a inundação da área foram realizadas de forma pouco criteriosa. Ademais, não foram identificados, através das visitas em campo, outros impactos potenciais capazes de afetar a qualidade da água do açude.

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2.2.4 Barragem São Vicente

Na área de influência do reservatório São Vicente, que abrange um total de 19,85 km², destaca-se a existência de cultivos da agricultura familiar, localizados em áreas de vazante, aproveitando a fertilidade do solo que é favorecida pela matéria orgânica depositada pelas cheias e a umidade do solo para plantar milho, mandioca, batata e feijão. Apesar de não utilizar técnicas de irrigação, esse tipo de cultivo causa impactos por estar localizado sempre próximo a bacia hidráulica, ou seja, em APP, e por utilizar formas de manejo e tecnologias rudimentares que colaboram para a exaustão e desgaste do solo. Consequentemente, os processos erosivos são intensificados, aumentando a quantidade de poluentes e resíduos que são carreados superficialmente e/ou lixiviados para o reservatório, afetando a qualidade da água e diminuindo também a recarga para o açude a partir da redução do processo natural de infiltração.

Algumas áreas de pasto também foram identificadas na área de influência do reservatório. Boa parte delas encontram-se ociosas devido à atual situação de escassez hídrica da região, o que dificulta o pasto a ter um bom rendimento. Essas terras, por ausência de vegetação, ficam vulneráveis a erosão, o que contribui para o carreamento de nutrientes, poluentes e outros resíduos para a bacia hidráulica do açude, provocando seu assoreamento.

Também é possível observar desmatamentos e queimadas para fins de extrativismo vegetal, principalmente de lenha. Essa atividade é responsável por grande parte da degradação da vegetação nativa, devastando a APP e indo além dessa área, ao atingir as demais áreas de entorno do açude, o que corresponde a um raio de 1 km a partir da bacia hidráulica. Tal fato facilita o aporte de poluentes devido a remoção da vegetação, o que contribui para o assoreamento do reservatório, além de aumentar a quantidade de escoamento superficial, dificultando a recarga natural do açude.

2.2.5 Barragem Taquara

Na área de influência do açude Taquara, que abrange um total de 409,74 km², constata-se uma grande quantidade de áreas desmatadas, inclusive dentro da APP. A maioria dessas áreas, utilizadas para fins de pastagens, mineração e culturas agrícolas, atualmente se encontram abandonadas e improdutivas devido à escassez hídrica que acomete a região semiárida.

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Nesse sentido, as poucas chuvas observadas nesse período de seca acabam por acentuar o processo de assoreamento que ocorre no reservatório, uma vez que podem ocorrer de forma torrencial sobre áreas desmatadas, ou seja, sobre solo exposto a erosão. Além disso, a perda de vegetação também contribui para a perda de nutrientes do solo, reduzindo sua fertilidade. Adicionalmente, os processos de recarga do reservatório são dificultados, já que o aumento do escoamento superficial gera uma diminuição da quantidade de água que infiltra e atinge o lençol freático.

No que diz respeito ao uso da água para dessedentação animal, é possível encontrar, mesmo que em número reduzido, gado bovino pastando nas redondezas do açude Taquara. Esse fato afeta a qualidade da água do reservatório, já que excrementos animais são ricos em nutrientes e podem ser facilmente lixiviados e carreados para dentro da bacia hidráulica. Nos locais distantes do açude, onde não é possível utilizar suas águas, observa-se a construção de barreiros para a dessedentação do gado.

Atenta-se para a presença de 3 lixões na área de influência do reservatório, sendo eles: o Lixão de Mucambo, o Lixão de Pacujá e o Lixão de Graça. A presença de lixões acarreta uma série de impactos, que vão desde os impactos estéticos, poluição do solo, odores desagradáveis e proliferação de vetores causadores de doenças, até a poluição do lençol freático por chorume, que pode percolar e contaminar os poços de abastecimento humano da região, por exemplo. Os lixões também ocasionam problemas sociais, como a presença de comunidades que dependem do lixo para o seu sustento, ocupando habitações insalubres localizadas geralmente em áreas de risco.

Além disso, tanto na região de entorno do reservatório quanto na zona urbana das cidades, observa-se o despejo inapropriado de resíduos domiciliares e de construção civil ou ainda o lançamento de efluentes domésticos no sistema de drenagem pluvial local. Esses resíduos afetam a qualidade da água e contribuem para a eutrofização do reservatório.

Destaca-se ainda a presença de 2 lagoas de estabilização em local afastado da zona urbana do município de Pacujá, que se apresentam sem mecanismo de impermeabilização, sem a supervisão de funcionários e passíveis de transbordamento, podendo acarretar nos mesmos

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2.3 Sub-bacia do Salgado

2.3.1 Barragem Junco

Grande parte da porção originalmente coberta por vegetação nativa na área de influência do açude Junco, que abrange um total de 6,44 km², encontra-se desmatada para implantação de pastagem e culturas agrícolas. No entanto, devido à crise hídrica que assola a região, atualmente a maioria dessas terras apresentam-se abandonadas e improdutivas. Nesse contexto, constata-se também a presença de áreas desmatadas para implantação de loteamentos.

O processo de erosão reduz os horizontes superficiais do solo, que já são naturalmente rasos no semiárido, potencializando os efeitos das secas e cheias, uma vez que há uma significativa redução da capacidade de armazenamento de água no solo, que acarreta na diminuição da recarga de rios e açudes durante as secas. O assoreamento do reservatório causado pelo aporte elevado de sedimentos, oriundo desse processo, também aumenta as perdas por evaporação na medida que modifica a morfologia do açude para uma forma mais aberta, menor profundidade e maior espelho d’água.

O açude recebe uma grande pressão por parte das ocupações urbanas localizadas nas regiões circunvizinhas, já que parte da cidade de Granjeiro encontra-se na APP do reservatório. A ocupação desordenada, por si só, já provoca uma série de problemas ambientais decorrentes da supressão da vegetação nativa para a construção de residências e da disposição inadequada de resíduos devido à ausência de coleta do lixo. O ponto mais abordado pela população da comunidade Novo Granjeiro, porém, foi o vazamento das fossas sépticas construídas como alternativa à falta de serviços de saneamento básico nessa cidade. O vazamento de efluentes domésticos, que escoam em direção ao reservatório, aumenta o aporte de nutrientes no reservatório e contribui para o processo de eutrofização.

2.3.2 Barragem Lima Campos

Na área de influência do açude Lima Campos, que abrange um total de 162,4 km², foram identificadas extensas áreas, por vezes localizadas em APP, onde a vegetação nativa foi substituída principalmente por capim. Como consequência, a criação de gado se caracteriza como uma das

Referências

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