O estado do tempo no Continente foi influenciado até dia 7 pela passagem sucessiva de superfícies frontais e partir de dia 8 por um anticiclone.
Até dia 7, o céu apresentou-se muito nublado, alternando com boas abertas nas Regiões do Alentejo e do Algarve. Ocorreram períodos de chuva ou aguaceiros, que foram mais frequentes a Norte do Sistema Montanhoso Montejunto-Estrela. O vento soprou do quadrante oeste em geral fraco, excepto nos dias 6 e 7 em que soprou de sudoeste moderado a forte e com rajadas.
A partir de dia 8 o céu esteve pouco nublado ou limpo, a temperatura máxima registou uma subida e a mínima uma descida. Houve formação de geada nas regiões do interior Norte e Centro no dia 10.
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR
INSTITUTO DE METEOROLOGIA
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA
Publicação TrimensalPRESIDENTE: Dr. Adérito Vicente Serrão Dia 11 de Março de 2007 — N.º 1997
1.ª década (1-10) de Março de 2007
Propriedade do Instituto de Meteorologia Rua C ao Aeroporto de Lisboa 1749-077 LISBOA — PORTUGAL
Sai aos dias 1, 11 e 21 de cada mês
Assinatura anual: ¤ 53 (inclui IVA e portes de correio) Avulso: ¤ 2
Depósito Legal n.º 7919/85 — ISSN 0870-4694
INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS CULTURAS
INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS
De 1 a 10 de Março, os valores da temperatura média do ar foram superiores aos valores normais (61-90) para a época em todo o território. Os valores médios da temperatura média variaram entre 5.9ºC nas Penhas Douradas e 15.1ºC em Lisboa/I.G. e no Cabo Carvoeiro. Os desvios em relação aos valores normais (61-90) variaram entre +0.7ºC em Portalegre e +2.8ºC em Mirandela.
Os valores de precipitação ocorridos foram inferiores aos normais (61-90) para a época nas regiões do Centro e Sul, sendo superiores no restante território. O valor mais elevado, de 69.1 mm, registou-se em Montalegre.
Os valores da precipitação acumulada desde 1 de Setembro de 2006 até 10 de Março de 2007 variaram entre 423 mm em Beja e 1614 mm nas Penhas Douradas e são superiores aos respectivos valores médios em quase todo o território. A percentagem da quantidade de precipitação acumulada, em relação aos valores médios, variou entre 99% em Beja e 147% em Castelo Branco.
Nesta década os valores de insolação foram inferiores aos normais (61-90) para a época em todo o território, excepto nas regiões do Sul e variaram entre 28 horas na região da Serra do Gerês e 89 horas em Faro.
Os valores de evapotranspiração potencial (calculada pelo método de Penman) apresentaram-se próximos dos normais (61-90) para a época em todo o território. O menor valor de 13.8 l/m² ocorreu em Montalegre, de 29.2 l/m2, em Faro.
Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, foram próximos dos normais (61-90) para a época em todo o território e variaram entre 68% em Faro e 98% em alguns locais das regiões do Norte onde o solo se apresentava praticamente saturado.
No inicio da década a percentagem de armazenamento de água nas principais albufeiras situadas a norte do rio Tejo era, em média, de 74%, sendo em igual data do ano passado de 60% (segundo informação retirada dos boletins da REN).
VALORES NA DÉCADA E DESVIOS DA NORMAL TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO (mm) Média Desvio da normal Total Desvio da normal ESTAÇÃO
Temperatura do ar
(isotérmicas médias) A norte do Tejo: Temperatura média: 11.2 Desvio da normal: +1.6Precipitação (mm)
(isoietas)1.ª década, 1-10 de Março de 2007
Montalegre ... 7.3 +1.9 69.1 +35.0 Mirandela ... 12.0 +2.8 9.1 -0.8 Braga ...—
—
—
—
Vila Real ... 10.5 +1.5 40.0 +16.3 Viseu ... 10.0—
49.4
—
Coimbra ... 13.1—
42.0
—
Castelo Branco ... 11.9 +1.4 10.1 -22.4 Santarém/Fonte Boa ... 13.7 +1.8 6.2 -14.3 Lisboa ... 15.1 +1.9 6.0 -20.6 Portalegre ... 11.1 +0.7 21.0 -5.7 Elvas ...—
—
—
—
Évora ... 12.5—
4.3
—
Beja ... 13.1 +1.7 2.6 -16.3 Alvalade ... 13.0 +1.5 2.2 -16.8 Faro... 14.6 +1.4 0.4 -14.0 A sul do Tejo: Temperatura média: 13.0 Desvio da normal: +1.2 A norte do Tejo: Precipitação média: 34.1 Desvio da normal: +10.0 A sul do Tejo: Precipitação média: 5.9 Desvio da normal: -15.5Evolução provável das condições meteorológicas até 20 de Março de 2007
Até dia 16, o estado do tempo será influenciado por depressão centrada na Região da Madeira.
A partir de dia 17, a referida depressão desloca-se para o continente africano e o estado do tempo passa a ser influenciado predominantemente por um anticiclone localizado a Nordeste dos Açores.
Previsão do estado do Tempo no Continente até 20 de Março de 2007
Até dia 16, o céu estará em geral muito nublado, por nuvens altas, nas regiões do Sul e eventualmente do Centro e pouco nublado, ou mesmo limpo, nas regiões do Norte.
A partir de dia 17, prevê-se para todo o território do Continente, céu pouco nublado ou limpo. Destaca-se o vento, que nesta década, predominará do quadrante leste.
Valores normais na 2.ª década (11-20) de Março
TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO TOTAL (mm)
Montalegre ... 5.7 54.2 Mirandela ... 10.0 16.5 Braga ... 10.8 49.8 Vila Real ... 9.6 41.0 Viseu ...
—
—
Coimbra ...—
—
Castelo Branco ... 11.4 39.1 Santarém/Fonte Boa ... 12.4 23.5 Lisboa ... 13.8 24.1 Portalegre ... 10.8 34.4 Elvas ... 11.7 22.2 Évora ...—
—
Beja ... 12.0 19.6 Alvalade ... 12.2 15.9 Faro... 13.6 9.4 ESTAÇÃO ESTAÇÃO TEMPERATURA-BASE NA DÉCADA DESDE 1 Set 1 JanTEMPERATURAS ACUMULADAS
0°C 6°C 10°C 12°C Tb = 0°C Tb = 6°C 99.9 39.9 7.8 1.2 - 126.2 - - - -104.8 44.8 10.3 1.8 2230.5 184.0 130.5 70.5 30.5 13.0 2749.6 378.3 99.5 39.5 6.6 0.8 2256.1 191.4 130.9 70.9 30.9 13.1 - -130.5 70.5 30.5 12.7 - -118.8 58.8 20.3 6.4 2571.5 263.2 110.8 50.8 13.3 4.1 2606.3 282.4 137.4 77.4 37.4 19.4 - -145.1 85.1 45.1 25.1 2995.1 429.0 125.2 65.2 25.2 8.3 - -130.9 70.9 30.9 13.0 2852.7 352.9 - - - -145.6 85.6 45.6 25.6 3147.0 482.5 138.0 78.0 38.0 18.4 - -BRAGANÇA... VIANA DO CASTELO ... VILA REAL ... PORTO/PEDRAS RUBRAS ... VISEU/CENTRO ... COIMBRA/CERNACHE... MONTE REAL ... CASTELO BRANCO ... PORTALEGRE... FONTE BOA ... LISBOA/G.COUTINHO ... ÉVORA ... BEJA ... SINES/MONTE CHÃOS... FARO ... SAGRES ...CLASSIFICAÇÃO DO MES DE JANEIRO DE 2007 QUANTO À PRECIPITAÇÃO
LEGENDA DOS QUADROS
QUADRO I
CAU...Capacidade de Água Utilizável (mm) T ...Temperatura Média do Ar (ºC) H R ... Humidade Relativa do Ar – Média às 09 UTC (%) V ...Velocidade Média do Vento (km/h) I ...Insolação (h) R ... Precipitação (mm) ETP ... Evapotranspiração Potencial – Penman Original (mm) % AS ... Percentagem de CAU preenchida D ... Desvio de cada elemento em relação ao valor médio
QUADRO II
Notas:
1. O desenvolvimento potencial das culturas é calculado em função da temperatura média na década;
2. A cada espécie e variedade corresponde um zero vegetativo, isto é, uma determinada temperatura a partir da qual a planta se desenvolve.
QUADRO III
TMIN ... Temperatura Mínima do Ar em abrigo (ºC) TMAX ... Temperatura Máxima do Ar em abrigo (ºC) TREL ... Temperatura Mínima do Ar junto à relva (ºC) T10 ... Temperatura do Solo à profundidade de 10 cm T20 ... Temperatura do Solo à profundidade de 20 cm H R ... Humidade Relativa do Ar às 09 UTC MIN ...Valor Mínimo MÁX ... Valor Máximo MED ...Valor Médio
Notas:
• Consideram-se os meses divididos em 3 decêndios ou décadas: 1ª década – 1 a 10; 2ª década – 11 a 20; 3ª década – 21 até ao último dia do mês.
• Os elementos meteorológicos observados nas diferentes estações, que serviram de base aos valores inscritos nos quadros I, II e III chegam ao IM, em tempo real, através de mensagens telegráficas, pelo que se poderão considerar apenas provisórios.