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EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: UMA ANÁLISE SOBRE O DECRETO Nº /2020

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: UMA ANÁLISE SOBRE O DECRETO Nº. 10.502/2020

Raquel Amorim de Souza Cavalcante rsouzacefet@gmail.com Universidade Estadual do Rio de Janeiro Bárbara Silva dos Santos Pereira bsspereira@gmail.com Universidade Estadual do Rio de Janeiro Verônica Christina Rodrigues Dutra dutrachristina1@hotmail.com Vinícius Ramalho Calçada Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro vinicius300188@gmail.com Ciências da Educação

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Resumo

Esse trabalho é uma pesquisa documental que tem como objeto de estudo o Decreto nº. 10.502/ 2020 que causou repercussões na área da Educação Especial e Inclusiva. Esse estudo trata do impacto desse decreto tanto para as escolas regulares como para as escolas especializadas, a fim de ponderar sobre os possíveis avanços e/ ou retrocessos no âmbito da educação especial. O objetivo dessa investigação é construir uma reflexão no sentido de analisar e refletir em como o Decreto pode suscetibilizar o processo de inclusão nas escolas regulares. Conclui-se que o novo documento trouxe atualizações que remetem a retrocessos no campo da educação, essa afirmativa é pautada na compreensão de que há uma promoção para que o aluno com deficiência seja atendido nas escolas e/ ou classes especializadas.

Palavras-chave: Decreto nº. 10.502/ 2020. Educação Especial. Educação Inclusiva.

Introdução

Os movimentos sociais ocorridos entre as décadas de 1970 e 1980 tencionaram as transformações no âmbito educacional assegurando direitos para os sujeitos que eram negligenciados pela sociedade (DINIZ; SANTOS 2009).

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A problematização desse estudo consiste na compreensão de que a educação inclusiva mudou o contexto da escola, propondo ações para que a escola se adaptasse ao aluno e eliminasse as barreiras atitudinais, comportamentais, estruturais, arquitetônicas e curriculares. A escola precisava se adaptar ao aluno em todas as esferas, dado que antes o aluno precisava se adaptar a escola (GLAT; BLANCO, 2007).

A Educação Especial tem como característica histórica ser um sistema marcado pela segregação, já que oferecia um atendimento paralelo nas escolas regulares. A escola passou por configurações que resultaram em alternativas para a matrícula dos alunos com deficiência na escola regular, visto que surgiram “novos” modelos de vida em sociedade que junto aos demais documentos internacionais culminaram em jurisprudências nos quais o Brasil é signatário (LAPLANE; CAIADO, 2011). O Decreto nº. 10.502/ 2020 trouxe inquietações, pois o seu embasamento é pautado em modelo que remete a um ensino excludente e, esse é o nosso objeto de estudo.

Recentemente foi instituído o Decreto nº. 10.502/ 2020 (BRASIL, 2020) com o desígnio de atualizar a Política Nacional de Educação Especial (PNEE, 2008) deliberando a “nova” Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao longo da vida. Dentre as disposições gerais do referido documento, esse estudo tem como objeto de análise as escolas especializadas e classes especializadas. A proposta dessa investigação tem como objetivo analisar e refletir sobre o Decreto nº. 10.502/ 2020 e seus impactos no processo educacional.

Metodologia

Esse estudo é fundamentado na pesquisa documental, a qual tem como característica fontes diversas e já publicadas. Os documentos analisados foram as legislações específicas do campo da educação especial com o intuito de refletir sobre as atuais mudanças nesse campo do conhecimento (GIL, 2002).

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Resultados e Discussão

Ao analisar e refletir sobre o Decreto nº. 10.502/2020 torna-se notório que este submete a educação especial e inclusiva a um retrocesso em relação aos modelos anteriores, visto que designa escolas e classes específicas para o atendimento dos educandos com deficiência.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº. 9394/ 96) assevera que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) precisa ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino, todavia o Decreto nº. 10.502/2020 gera uma ambiguidade nessa afirmação quando atribui às escolas especializadas essa prioridade.

A LDBEN nº. 9394/ 96 ao discorrer e enfatizar a prioridade, e não a obrigatoriedade, desse atendimento nas escolas regulares propiciou uma lacuna e isso legitimou que os alunos com deficiência tivessem um maior suporte nas escolas especializadas, uma vez que tem a percepção que essas instituições oferecem um suporte significativo para o desenvolvimento em todos os aspectos educacionais e desobriga o Estado a cumprir com todos os encargos assumidos relacionados a organização estrutural e curricular para a escola regular. Essa dinâmica destoa da proposta dos documentos internacionais que propõe a valorização da diversidade nos espaços escolares (LAPLANE; CAIADO, 2011).

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) tem como incumbência atribuir ao Estado a obrigatoriedade de prover recursos e medidas visando o desenvolvimento do aluno com deficiência. A LBI tem como parâmetro, nessas especificações, endossar e facilitar o processo de fomentação que envolve a criação, a implementação e o acompanhamento desses meios para a permanência desse aluno na escola regular (BRASIL, 2015).

O Decreto nº. 10.502/2020 estipula que hajam classes especializadas nas escolas regulares preconizando estruturações restritas apenas para esse ambiente, então mesmo descrevendo a necessidade de uma organização no esqueleto da instituição educacional a ideia do documento limita a adaptação da escola ao aluno, o aluno é quem precisa

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se adaptar à instituição educacional. Essa restrição é uma perda não apenas para os educandos com deficiência, mas para a comunidade escolar como um todo.

Conclusões

Todos esses subsídios propiciam um olhar minucioso sobre as mudanças significativas que vêm ocorrendo na Educação Especial e Inclusiva, alterações essas que podem ser consideradas como um retrocesso, pois tem como idiossincrasia segregar e separar os alunos com deficiência daqueles considerados “normais”, suscitando limitações e/ ou insuficiência no processo de ensino-aprendizagem.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 01 Nov. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº. 13. 146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 01 Nov. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº. 10.502, de 30 de setembro de 2020. Institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10502.htm. Acesso em: 04 Nov. 2020.

DINIZ, Débora; BARBOSA, Lívia; SANTOS, Wenderson Rufino dos.

Deficiência, Direitos humanos e Justiça. Revista internacional de direitos humanos, v. 6, n. 11, p. 65-77,dez. 2009. Disponível em:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1806-64452009000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 27 out. 2020.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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GLAT, Rosana; BLANCO, Leila de Macedo Varela. Educação Especial no contexto de uma Educação Inclusiva. In: GLAT, Rosana. Educação Inclusiva: Cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. p.p. 15-35.

LAPLANE, Adriana Lia Friszman de ; CAIADO, Katia Regina Moreno.

Inclusão escolar: das políticas às práticas pedagógicas. In: 25 Simpósio da Associação Nacional de Política e Administração da Educação. São Paulo: ANPAE, 2011. v. 1. p. 1-20

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