FÓRUM JURÍDICO
A N O 1 6 - N ° 1 0 3 - AG O S TO 2 0 1 6
Mudança na legislação
penaliza inadimplência
INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO DE PERNAMBUCOEVENTO GANHA DATA NO
CALENDÁRIO DA ADEMI
EDITORIAL
O
Fórum Jurídico da Ademi-PE de 2016 trouxe importantes ícones do Direito Imobiliário para abordar as questões mais atuais do mercado e deixar empresários, operadores do Direito e clientes bem informados acerca do tema. O evento alcançou um alto nível de satisfação tanto para o público que assistiu às apresentações quanto para os debatedores e palestrantes, agregando mais conhecimento e embasamento para toda a sociedade desmistificar os paradigmas atuais e procurar uma harmonia mútua nas transações jurídicas diante das dificuldades do atual cenário econômico em que o país se encontra.Conseguimos firmar uma data no calendário oficial da Ademi-PE e, partir de agora, iremos, com o apoio e a aprovação de todos os associados, promover debates e discussões de cunho jurídico e econômico na tentativa de fortalecer o mercado imobiliário de Pernambuco. Pa-ra tanto, vamos fazer um esforço no sentido de sempre trazer renomados profissionais da área que tragam sua experiência e possibilitem a troca de ideias e conheci-mentos com aqueles que contribuem para uma formata-ção de transações comerciais equilibradas no setor que beneficiem cidadãos e empresários.
O evento reuniu cerca de 200 participantes e foi cons-truído com a grande colaboração dos integrantes da as-sessoria jurídica da Ademi, Bruno Muzzi, Luiz Felipe Cunha e Guilherme Guerra, chefiados pelo renomado advogado em Direito Imobiliário Fernando Cunha, contando ainda com a contribuição do associado Marcello Gomes Cha-gas, que é integrante da Comissão da Indústria Imobili-ária – CII da Câmara Brasileira da Indústria da Constru-ção – CBIC.
Carlos Tinoco,
presidente da ADEMI-PE
“O Fórum trouxe debates e discussões de cunho jurídico e econômico
na tentativa de fortalecer o mercado imobiliário de Pernambuco”
Atendendo a um antigo anseio da Ademi e das empresas do mercado imobiliário de apresentar e compartilhar com clientes e associados a realidade do setor, foi criado o Fórum Jurídico.
Tivemos a preocupação de que o evento fosse voltado para os profissionais da área, Ademi, Sinduscon, clientes, além de formadores de opinião em geral.
Outra preocupação do Fórum foi com a seleção e identificação de temas importantes que pretendíamos abordar, sem qualquer viés acadêmico ou teórico, mas sobretudo com um enfoque mercadológico e pragmático. Procuramos destacar os principais desafios do setor na conjuntura econômica atual, sem deixar de apresentar propostas e soluções. Para discorrer sobre temas importantes convidamos importantes protagonistas para o evento.
O Fórum Jurídico da ADEMI-PE de 2016 teve por princípio apresentar ao público uma visão sobre o impacto da economia atual no mercado imobiliário, bem como os desafios e repercussões das decisões judiciais para toda a sociedade. Nesse evento, graças às participações dos renomados palestrantes e, também, aos ilustres debatedores, foi possível constatar as dificuldades que os empresários e consumidores enfrentam atualmente. Entre elas, é possível destacar a evolução do crédito imobiliário desde 2003 até os dias atuais e do mercado futuro de habitação, as possíveis alternativas para celebração de contratos mais seguros para os empresários e os consumidores, os impasses e as controvérsias sobre os distratos dos contratos de promessa de compra e venda de imóveis e, por fim, os efeitos e consequências das decisões judiciais proferidas nas ações cujo objeto é a declaração de rescisão dos referidos contratos, em face do incorporador e, principalmente, dos demais consumidores que adquiriram imóveis no mesmo empreendimento imobiliário.
O Fórum Jurídico foi realizado com muito sucesso e atendeu às expectativas do mercado e dos advogados que atuam na área imobiliária.
Os palestrantes trouxeram a larga visão empresarial e jurídica das questões existentes no mercado imobiliário nacional e as
perspectivas do setor. Importa destacar também a participação do professor Melhim Namem Chalhub, reconhecidamente um dos maiores juristas nacionais em Direito Imobiliário – autor, entre inúmeros outros trabalhos de extrema importância, dos anteprojetos que se transformaram na Lei da Alienação Fiduciária
Luiz Felipe Cunha
DEPOIMENTOS
O Fórum Jurídico nasceu da necessidade de se criar um ambiente propício à reflexão e à discussão sobre temas atuais e de relevante destaque, promovendo um diálogo e um proveitoso debate entre pessoas e entidades de importante atuação no mercado e na sociedade, sejam esses profissionais da iniciativa privada ou da pública. E o principal objetivo desse “encontro” e desse “diálogo” (memorizemos essas expressões) foi e continuará sendo a troca de ideias e de experiências entre expositores e participantes, com vistas a uma melhor compreensão do cenário e à adoção de melhores práticas no mercado imobiliário.
Tendo em mente essas duas premissas e analisando agora, após a realização do Fórum Jurídico que ocorreu no último dia 15 de julho de 2016, o formato do evento, os temas e a experiência dos profissionais que lá estavam, percebo que a ADEMI/PE conseguiu promover um importante encontro e um qualificado debate entre expositores e participantes, o que merece ser levado adiante e replicado outras vezes.
Bruno Muzzi
Nova legislação
favorece setor
Após notificação,
com 15 dias da mora
construtoras já podem
pedir dissolução do
contrato
A
dvogados, re-presentantes do Poder Judi-ciário, Minis-tério Público e empresários do mercado imo-biliário se reuniram, dia 15 de julho, no Recife, para debater os rumos do setor e as legislações atuais que in-cidem diretamente nos contratos de compra e venda de imóveis. Na aber-tura do Fórum Jurídico da ADEMI-PE, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, José Carlos Martins, teceu comentários so-bre a conjuntura econômica atual e de-fendeu a importância de eventos desta natureza, sobre as melhores práticas e soluções para o mercado, visando não só os desafios atuais como também a preparação do setor para a retomada da economia.O presidente da Ademi-PE, Carlos Roriz Tinoco, destacou a preocupação da entidade em relação ao momen-to econômico e o desejo de promover mais diálogos entre os profissionais do setor imobiliário para melhor com-preensão do mercado e para melhor
CAPA
O presidente da Ademi-PE, Carlos Tinoco (esq.), debateu a importância da construção civil para a economia com José Carlos Martins
subsidiar o sonho da casa própria para a população.
Especialista em Direito Imobiliário, o advogado Melhim Namem Chalhub tratou, em palestra durante o encon-tro, o tema “Evoluções Normativas e Segurança Jurídica na Compra e Ven-da de Imóveis”. Entre os assuntos, ele abordou a Súmula 543 do STJ e teceu comentários sobre o conceito de in-corporação, classificando o memorial de incorporação como uma espécie de
contrato social e defendendo a tese de que cada obra é uma unidade de negó-cio distinta e autônoma, cujo fluxo de caixa merece proteção para garantir a sustentabilidade do negócio.
“O Código Civil já prevê contrato de coisa futura. O memorial de in-corporação baliza a responsabilidade do incorporador. É um documento de tal importância que, somente com o recibo de pagamento do sinal, é esti-pulado um contrato, averbando-se no
juízo para obter a rescisão do con-trato”, explica Fernando Cunha. Na prática, quando houver falta de paga-mento pelo comprador, as empresas imobiliárias podem ir diretamente ao cartório ou fazer uma interpela-ção judicial para que o pagamento da mora seja efetuado em 15 dias.
Não havendo o pagamento, o con-trato é extinto e o vendedor está libe-rado de suas obrigações. “Isso foi bom para que o mercado se conscientizas-se da importância de conscientizas-ser
adimplen-te”, completa o chefe da assessoria jurídica da Ademi, Fernando Cunha.
Participou ainda do evento o presi-dente do Conselho Jurídico da CBIC, José Carlos Gama, que fez reflexões sobre resoluções, distratos e juris-prudência nas transações comerciais imobiliárias, além de leilão da alie-nação fiduciária. Como debatedores, estiveram presentes também o titu-lar do 8º Ofício de Notas do Recife, o tabelião e advogado Ivanildo Figuei-redo e o advogado Eduardo Serur. registro do imóvel”, explica Chalhub.
Ele ainda destaca: “Desde 1937, o Código de Defesa do Consumidor já versa sobre a irretratabilidade do contrato de compra e venda, em que o incorporador não pode desistir de en-tregar o imóvel depois de estar pron-to. A desistência da compra, portan-to, deve ter penalidade.”
O chefe da assessoria jurídica da Ademi-PE, Fernando Cunha, e os assessores jurídicos integrantes da equipe, Bruno Muzzi, Luiz Felipe Cunha e Guilherme Guerra também participaram do evento como debate-dores. Eles destacaram as recentes decisões e propostas de ajustamen-to de conduta do seajustamen-tor, abordando o receio em relação a essas normatiza-ções que, sob uma ótica, amparam os compradores desistentes, mas, de ou-tra, desamparam os demais clientes adimplentes que pretendem ver as obras concluídas, prejudicando inclu-sive o cumprimento do cronograma da construção.
Os assessores da Ademi abor-daram a recente alteração da Lei 13.097/2015 que trata do inadimple-mento absoluto do comprador na pro-messa de compra e venda de imóveis em que, depois de notificado para pagamento, deixar de purgar a mora no prazo de 15 dias, operando-se de pleno direito a resolução do contrato.
A Lei 13.097/2015, além de ver-sar sobre inadimplemento do consu-midor, trata das prerrogativas das incorporadoras nos contratos imobi-liários; a especificação da diferença entre loteamento fechado e condomí-nio de lotes; comissão de corretagem e a responsabilidade de pagamento em caso de rescisão contratual.
“Ficou mais seguro, com esta lei, para quem vende imóveis, porque, ocorrendo uma inadimplência abso-luta, ele não precisa mais entrar em
Melhim Chalhub destacou as atualizações do Direito Imobiliário
“O Código de Defesa do Consumidor
já versa sobre a irretratabilidade do contrato
de compra e venda de imóveis. Para a parte
desistente, deve haver penalidade”
Melhim Chalhub,
GALERIA
Presidente do Creci-PE, Luiz Guedes, e o presidente da Ademi-PE, Carlos Tinoco Representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário, advogados e empresários participaram do Fórum Jurídico da Ademi-PE Anacleto Nascimento, José Martins (CBIC),
Paulo Santos (Sindimóveis) e Betinha Nascimento O advogado Eduardo Serur no debate
Genildo Valença, Gildo Vilaça, José Antônio de Lucas Simon e Fred Carvalho
Cerca de 200 profissionais participaram do encontro Fernando Cunha,
Aires Pinto e Frederico Carvalho
Ex-presidente da Ademi, Marcos Roberto, e o atual, Carlos Tinoco
Guilherme Guerra, Marcello Gomes, André Callou, José Carlos Gama e Luiz Felipe Cunha
Bruno Muzzi, Marcello Gomes e o tabelião Ivanildo Figueiredo
Presidente do Sinduscon, Gustavo de Miranda, e vice-presidente da Ademi, Gildo Vilaça
O tabelião Ivanildo Figueiredo no Fórum José Gama, da
assessoria jurídica da CBIC, também participou do encontro Andre Callou, Gustavo
de Miranda (Sinduscon), Evandro Alencar (CREA) e Marcello Gomes
O BOLETIM INFORMATIVO ADEMI NOTÍCIAS É UMA PUBLICAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA ADEMI-PE (ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO DE PERNAMBUCO)
DIRETORIA CARLOS TINOCO PRESIDENTE, GILDO VILAÇA VICE-PRESIDENTE, AIRES PINTO DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS FINANCEIROS, BRUNO LUNA DIRETOR DE MEIO AMBIENTE E LEGISLAÇÃO, OLÍMPIO NETO DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS, LUCIAN FRAGOSO DIRETOR DE TECNOLOGIA E CUSTOS, FÉLIX SÁ DIRETOR DE RELAÇÕES TRABALHISTAS E DE RECURSOS HUMANOS, CATARINA CABRAL DIRETORA DE COMUNICAÇÕES, LUYNDISON LINO DIRETOR DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA GENILDO VALENÇA DIRETOR DE POLÍTICA HABITACIONAL, ANDRÉ CALLOU PRESIDENTE DO CONSELHO CONSULTIVO.
ASSESSORIA BÁRBARA TRAVASSOS (DRT/PE 4654) APONTE COMUNICAÇÃO, TEXTOS BÁRBARA TRAVASSOS APONTE COMUNICAÇÃO, KÉSSIA DE SOUZA (DIAGRAMAÇÃO), KENNEDY MICHILES (JORNALISTA RESPONSÁVEL DRT/PE 1934), FERNANDO CUNHA (ASSESSOR JURÍDICO), ELKA PORCIÚNCULA (ASSESSORA TÉCNICA), SANDRO GUEDES (ASSESSOR TÉCNICO), FREDERICO CARVALHO (SECRETÁRIO EXECUTIVO), TATIANA PORTELA (REVISÃO)
TIRAGEM DE 1.500 EXEMPLARES