• Nenhum resultado encontrado

Índice. 3. Trechos do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor de Léon Denis

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Índice. 3. Trechos do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor de Léon Denis"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)
(2)

Índice

1. Prefácio

2. Uma Passagem do Evangelho

3. Trechos do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor de Léon Denis 4. A Teoria das Almas Gêmeas é confirmada por Emmanuel

5. Opinião do Autor

6. A Castidade e a Fidelidade

7. Dificuldades no Encontro das Almas Gêmeas e a Solução para o Problema 8. Divaldo Franco Fala Sobre Almas Gêmeas

9. A Origem Desse Amor e Dessa Afinidade 10. A Evolução da Sexualidade

11. Amor e Caridade 12. Teoria Consoladora 13. Conclusão

(3)

1. Prefácio

Existe no meio espírita nos dias de hoje, uma polêmica em relação à validade ou não da teoria das almas gêmeas. Uns negam, alegando que em O Livro dos Espíritos diz que não há união particular e fatal entre os Espíritos; e outros, creem na existência das almas gêmeas pelo fato de o Espírito Emmanuel ter declarado tal fato em seu livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Neste opúsculo, tentamos conciliar as duas teorias através de um entendimento adquirido por estudo e intuição e esperamos que esta contribuição seja útil para as pessoas que sonham encontrar um amor definitivo, com o qual possam conviver de forma amorosa e harmoniosamente em todo o seu ciclo evolutivo.

Entendemos que o assunto é polêmico e pode perturbar determinadas pessoas, mas é preciso que a humanidade amadureça, reconheça a sua condição de imperfeição e busque uma vida melhor pelo progressivo entendimento e prática das leis divinas que nos foram legadas por Jesus e por seus mensageiros.

Há teorias espíritas que no início podem causar dissensões, mas quando elas estão corretas, servem como um remédio que apesar de ter efeitos colaterais, levará à cura da doença. Neste trabalho, apresentamos trechos de várias obras onde são feitas menções às almas gêmeas, obras de autores conhecidos e respeitados, juntamente com opiniões próprias baseada em anos de estudo e experiência.

(4)

2. Uma Passagem do Evangelho

“1. Quando Jesus acabou de dizer essas palavras, ele partiu da Galileia, e foi para o território da Judéia, no outro lado do rio Jordão.

2. Numerosas multidões o seguiram, e Jesus aí as curou.

3. Alguns fariseus se aproximaram de Jesus, e perguntaram, para o tentar: "É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo?"

4. Jesus respondeu: "Vocês nunca leram que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher?

5. E que ele disse: 'Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne'?

6. Portanto, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar."

7. Os fariseus perguntaram: "Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio ao despedir a mulher?"

8. Jesus respondeu: "Moisés permitiu o divórcio, porque vocês são duros de coração. Mas não foi assim desde o início.

9. Eu, por isso, digo a vocês: quem se divorciar de sua mulher, a não ser em caso de fornicação, e casar-se com outra, comete adultério."

10. Os discípulos disseram a Jesus: "Se a situação do homem com a mulher é assim, então é melhor não se casar."

11. Jesus respondeu: "Nem todos entendem isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12. De fato, há homens castrados, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram assim; outros, ainda, se castraram por causa do Reino do Céu. Quem puder entender, entenda."

Jesus, Mateus capítulo 19.

Vimos neste trecho do Evangelho um ensinamento que nos sugere a existência das almas gêmeas, que seriam um casal que Deus uniu e que só poderiam se separar em caso de traição ou insensibilidade. Entendemos que essa união concebida por Deus seria um meio de nós evoluirmos, mantendo-nos unidos um ao outro por laços de amor ao longo de toda a evolução. O segundo casamento, fora dessa união que foi abençoada por Deus, seria incorreto; a parte final, podemos interpretar como a escolha de algumas pessoas a viverem em castidade de modo a não trair a alma gêmea, como parte dos esforços para se conquistar o Reino do Céu e que há nesta passagem do Evangelho um sentido oculto que estamos desvendando neste trabalho.

(5)

3. Trechos do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor de Léon

Denis

“Muitas almas, criadas aos pares, são destinadas a evoluírem juntas, unidas para sempre na alegria como na dor. Deram-lhes o nome de almas irmãs; o seu número é mais considerável do que geralmente se crê; realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento e dão às outras almas o exemplo de um amor fiel, inalterável, profundo; podem ser reconhecidas por esse característico. Que seria de sua afeição, de suas relações, de seu destino, se a mudança de sexo fosse uma necessidade, uma lei? Entendemos antes que, pelo próprio fato da ascensão geral, os caracteres nobres e as altas virtudes multiplicar-se-ão nos dois sexos ao mesmo tempo; finalmente, nenhuma qualidade ficará sendo apanágio de um só dos sexos, mas atributo dos dois.”

“Quem pode descrever os êxtases que proporciona às almas purificadas, que chegaram às cumeadas luminosas, a efusão nelas do amor divino e os noivados celestes pelos quais dois Espíritos se ligam para sempre no seio das famílias do espaço, reunidas para consagrarem com um rito solene essa união simbólica e indestrutível? Tal é o matrimônio verdadeiro, o das almas irmãs, que Deus reúne eternamente com um fio de ouro. Com essas festas do amor, os Espíritos que aprenderam a tornar-se livres e a usar de sua liberdade fundem-se num mesmo fluido, à vista comovida de seus irmãos. Daí em diante, seguirão uns aos outros em suas peregrinações através dos mundos; caminharão, de mãos dadas, sorrindo à desgraça e haurindo na ternura comum a força para suportar todos os reveses, todas as amarguras da sorte. Algumas vezes, separados pelos renascimentos, conservarão a intuição secreta de que seu insulamento é apenas passageiro; depois das provas da separação, entreveem a embriaguez do regresso ao seio das imensidades.”

Léon Denis – O Problema do Ser do Destino e da Dor – capítulos 8 e 25.

Vimos nestes trechos de um livro de um respeitado autor espírita do século 19, discípulo de Allan Kardec, que existe sim este tipo de união entre almas, aqui chamadas almas

irmãs, que podem com a bênção de Deus, progredirem juntas e que não é uma

(6)

4. A Teoria das Almas Gêmeas é confirmada por Emmanuel

“323 – Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?

- No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.

Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.

324 – Existe nos textos sagrados algum elemento de comprovação para a teoria das almas gêmeas?

- Somos dos primeiros a reconhecer que em todos os textos necessitamos separar o espírito da letra; contudo, é justo lembrar que nas primeiras páginas do Antigo Testamento, base da Revelação Divina, está registrada: “e Deus considerou que o homem não devia ficar só”. 325 – A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?

- O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas.

Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.

A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida.

Separadas ou unidas nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem

(7)

para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino.

326 – A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?

O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.

327 – Se todos os seres possuem a sua alma gêmea, qual a alma gêmea de Jesus-Cristo? - Não julguemos acertado trazer a figura do Cristo para condiciona-la aos meios humanos, num paralelismo injustificável, porquanto em Jesus temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito.

N’Ele cessou os processos, sendo indispensável reconhecer na sua luz as realizações que nos compete atingir.

Representando para nós outros a síntese do amor divino, somos compelidos a considerar que de sua culminância espiritual enlaçou no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a Humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo.

328 – Perante a teoria das almas gêmeas, como esclarecer a situação dos viúvos que procuram, novas uniões matrimoniais, alegando a felicidade encontrada no lar primitivo? - Não devemos esquecer que a Terra ainda é uma escola de lutas regeneradoras ou expiatórias, onde o homem pode consorciar-se várias vezes, sem que a sua união matrimonial se efetue com a alma gêmea da sua, muitas vezes distante da esfera material. A criatura transviada, até que se espiritualize para a compreensão desses laços sublimes, está submetida, no mapa de suas provações, a tais experiências, por vezes pesadas e dolorosas.

A situação de inquietude e subversão de valores na alma humana justifica essa provação terrestre, caracterizada pela distância dos Espíritos amados, que se encontram num plano de compreensão superior, os quais, longe de desdenharem as boas experiências dos companheiros de seus afetos, buscam facultar-lhes com a máxima dedicação, de modo a facilitar o seu avanço direto às mais elevadas conquistas espirituais.”

Emmanuel – O Consolador – Psicografado por Francisco Cândido Xavier

Recebemos através de Emmanuel e seu formidável médium Chico Xavier a informação de que todo Espírito tem sua alma gêmea, que essa união encontra-se protegida pelos

(8)

desígnios divinos, que a convivência entre esses casais naturais constitui uma valiosa ajuda para vencerem suas provações, que Deus preencheu o Universo de inefáveis belezas e que ao concluir a evolução, o Espírito passará a amar a todos os seus irmãos igualmente.

(9)

5. Opinião do Autor

Até aqui, vimos trechos de livros que defendem a ideia de que há seres que são pares ideias uns dos outros e que o casamento entre eles seria o mais feliz possível, desde que chegados a um certo nível de evolução (logicamente).

Vamos primeiramente tratar da aparente contradição entre O Livro dos Espíritos e a tese das almas gêmeas. Na questão 298 do livro citado diz que não há união particular e fatal de duas almas. Mas na minha interpretação isso não quer dizer que as almas gêmeas não existam. Os Espíritos têm livre arbítrio para escolherem outro caminho para evoluir sem ser nesse matrimônio com a alma gêmea. Existem muitos caminhos que podem ser trilhados pelo Espírito em evolução, uma leitura atenta do Evangelho, com o certo nível de entendimento, mostra que há caminhos mais fáceis e caminhos mais difíceis. A união com a alma que Deus criou para vivermos felizes é uma graça, mas não uma imposição.

Deus, tendo o Amor como um de seus atributos essenciais, quer a nossa felicidade e guarda um destino muito feliz para aqueles que buscam a compreensão e a prática dos Seus mandamentos.

O ser humano sensibilizado pela evolução tem o desejo íntimo de ter uma afeição elevada, que lhe faça feliz e esteja com ele por uma força maior que não permitisse a dissolução dessa união em meio às intempéries da vida. Expliquemos que essa força maior, não seria um constrangimento, mas uma característica presente no âmago das almas que as faz se afeiçoarem uma pela outra, através da afinidade, dos sonhos e dos objetivos semelhantes, da similitude dos gostos e sentimentos, o que torna essa conivência especial entre duas almas um deleite indescritível.

Vamos agora à questão mais difícil (para os tempos atuais), Jesus declara como incorreta a separação desse primeiro cônjuge (casamento realizado por Deus) e um posterior casamento com outra pessoa. De acordo com o Espírito Emmanuel, é compreensível, entretanto, em nosso mundo pouco evoluído as uniões entre pessoas que não são almas gêmeas; mas em um mundo mais evoluído, isso deixaria de ser aceitável. É da lei de Deus que se evitem os conflitos, e o desejo de várias pessoas em torno de um mesmo ser, para citarmos um exemplo, é fonte de muitas discórdias e até de violências. Com a evolução, o acasalamento entre as almas gêmea torna-se natural e o caminho digno para se viver a evolução biológica, deixando de haver as tristes disputas que ocorrem na Terra, enquanto ainda mundo de provas e expiações, para se determinar quem ficará com tal pessoa.

Através desse cumprimento da Lei com mais fidelidade, as separações entre os seres amados, tornam-se muito mais raras e a felicidade reina radiante como recompensa pelo amor ao Ser Supremo e suas justas e sábias Leis.

(10)

6. A Castidade e a Fidelidade

As pessoas espíritas de uma forma geral, podem ver a castidade como uma prática ultrapassada. Mas de acordo com a teoria que estamos desenvolvendo, essa forma de viver, seria uma maneira de se manter fiel à alma gêmea, na ausência dela, e facilitar o reencontro que chegaria no momento certo.

No estágio de evolução atual da Humanidade, todavia, não podemos pedir às pessoas comuns que renunciem ao casamento e à constituição de família em nome dessa fidelidade. Mas da mesma forma, não se deve criticar as pessoas que escolham renunciar ao relacionamento conjugal e ainda mais, que aproveitem esse tempo de reflexão para praticarem o bem, como temos os exemplos de grandes missionários da Doutrina Espírita que escolheram uma vida de castidade, dedicando-se ao bem do próximo.

Continuando o assunto, devemos frisar que, quando não podemos cumprir a Lei de Deus em uma expressão mais alta, como a que estamos explicando, devemos cumpri-la em seu sentido relativo que nos seja possível. A traição do cônjuge é uma prática infeliz e deve desaparecer com a evolução das almas. Se assumimos um compromisso com uma pessoa, e mais ainda, com uma família, devemos honrar esse compromisso e respeitar os limites ensinados pela Lei, que tem como objetivo a contenção do mal e da dor.

Podemos propor uma versão mais moderna dos votos da igreja católica, de pobreza, castidade e obediência, que substituiremos por: moderação nos desejos e no uso do dinheiro, evitando os vícios materialistas e auxiliando o próximo com o que não necessitamos; fidelidade à pessoa com a qual nos comprometemos amorosamente; cumprimento das leis fundamentais do código divino.

O amor com fidelidade é uma belíssima expressão da natureza do ser evoluído, que nos leva a uma felicidade plena e duradoura.

(11)

7. Dificuldades no Encontro das Almas Gêmeas e a Solução para o

Problema

“Aprendemos em "Nosso Lar" que a vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada.”

“(...) na fase atual evolutiva do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas.”

André Luiz – Nosso Lar – Francisco Cândido Xavier – capítulos 18 e 20

Vimos nestas citações como é difícil a situação atual do planeta Terra em relação às uniões de amor. Devido ao passado muitas vezes delituoso dos seres humanos encarnados em mundos de provas e expiações, ocorre o afastamento das almas que Deus criou para a nossa felicidade. Pode-se dar até que a alma gêmea de uma pessoa vivendo presentemente na Terra, esteja encarnada em outro planeta. Mas devemos começar o mais cedo possível a endireitar o nosso destino, trabalhando abnegadamente pelo bem do próximo e o nosso próprio bem, praticando a caridade e nos instruindo para trabalharmos cada vez melhor. Quando estamos agindo de acordo com os desígnios divinos, no cumprimento das Leis que regem a vida, as forças do Universo se movem para que os nossos objetivos se realizem. A mudança de vida para melhor, se resume a cessar o impulso desagregante do erro e do mal e iniciar a plantação do bem, da verdade, do amor e da fidelidade.

Outras providências que devem ser tomadas para se afastar os obstáculos a esse tão esperando encontro é a educação dos instintos sexuais. Devemos evitar o sensualismo; o consumo de material erótico, que vicia a mente e atrai entidades inferiores; não desejarmos pessoas comprometidas, não cometendo assim um típico pecado por pensamento, conforme mostra o Evangelho; e mantermos a saúde da alma cultivando apenas sentimentos nobres e saudáveis que advém da prática das Leis de Deus.

Pelo nosso empenho em obedecermos à vontade de Deus, a recompensa virá com o reencontro tão esperado pela nossa alma com a alma à qual Deus nos confiou para amarmos, respeitarmos e sermos fiéis até o fim dos tempos.

(12)

8. Divaldo Franco Fala Sobre Almas Gêmeas

O conceituado médium Divaldo Pereira Franco em uma entrevista no programa televisivo

Transição, fala sobre a teoria das almas gêmeas. Transcrevemos a informação citada:

“Do ponto de vista da Doutrina Espírita, não existem almas gêmeas, pelo menos na colocação ancestral de duas metades eternas, que se fundiriam numa para caracterizar uma individualidade. O que seria feito do outro Espírito? Ele se diluiria.

O Espírito Emmanuel ao apresentar a sua obra na qual narra almas gêmeas, convidado pela federação a fazer uma reflexão, ele pediu que conservasse; porque ali a alma gêmea não é essa das metades eternas, é da alma perfeitamente identificada, que se poderiam fundir caso estivéssemos no corpo perispiritual apenas, os dois perispíritos não teriam choque vibratório. Mas Allan Kardec optou por manter a visão de que as metades eternas não existem; então nós seríamos gêmeos no sentido afetivo profundo, seríamos idênticos nas aspirações e nos completaríamos uns aos outros, mas sem esquecermos da coletividade em geral, porque se não, ficaríamos no privilégio do nosso amor exclusivo e abandonaríamos o mundo, necessitado do nosso amor.”

Resumindo, segundo a informação desse importante médium, os seres não seriam metades uns dos outros, como dizem outras doutrinas; mas não é negada a existência de Espíritos plenamente identificados uns com os outros. A seguir falaremos sobre a origem desse amor e dessa afinidade através de uma nova teoria.

(13)

9. A Origem Desse Amor e Dessa Afinidade

Sendo o Espiritismo uma ciência, uma filosofia e uma religião não dogmática, temos a liberdade de desenvolvermos novas teorias que estejam de acordo com a lógica e a razão, visando uma melhor compreensão dos fenômenos, ainda que a comprovação, só possa vir da concordância entre diversos Espíritos e diversos médiuns.

A teoria que iremos admitir a priori, é a seguinte: no âmago do ser que inicia o seu processo evolutivo como um simples átomo, existe uma predestinação para determinados fatores do desenvolvimento do Espírito. Seria uma espécie de DNA, que traçaria aspectos da personalidade do Espírito durante a evolução. Isso explicaria um dos motivos pelos quais os Espíritos são diferentes e se reúnem em famílias diferentes, que vão se expandindo com a evolução.

O amor entre as almas gêmeas seria então um núcleo afetivo que se expandiria para novos seres como a expansão de uma galáxia.

As causas primeiras de as coisas acontecerem assim na criação divina, não conhecemos, mas aproveitamos para informar que existe uma teoria no atual conhecimento espírita, de que a criação original de Deus era perfeita, sendo todos os seres inocentes, mas houve uma revolta e parte desses seres sucumbiram a uma prova pela qual teriam que passar para conquistarem definitivamente o Reino de Deus, e uma parte da criação se tornou este universo imperfeito no qual os Espíritos iniciam suas vidas no ínfimo átomo, passando pelo estágio de selvagens, de pecadores, para depois de muitas experiências, se tornarem santos, até recuperarem o paraíso perdido.

Aos que se interessarem por essa teoria, indicamos os livros Deus e Universo, O Sistema e

Queda e Salvação, todos de Pietro Ubaldi; há também como opção um livro mais recente

que explica a teoria da queda espiritual de uma forma mais fácil, através de um romance, chamado Tabernáculo Eterno, psicografado pelo médico espírita Gilson Freire.

(14)

10. A Evolução da Sexualidade

Vimos no trecho do livro do filósofo espírita Léon Denis o relato de que os Espíritos não teriam a obrigação de mudarem de sexo, uma vez assumida uma personalidade de um ou outro gênero.

Alguns autores sugerem que existe uma espécie de sexualidade sublimada nos Espíritos mais evoluídos.

Vejamos os seguintes trechos, o primeiro do livro de Emmanuel O Consolador e o segundo do livro de Pietro Ubaldi A Grande Síntese:

“322 – Há uma gradação do amor, no seio das manifestações da natureza visível e invisível? - Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso.

O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal.

Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas “precipitações” da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional.

No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade.

Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo.

Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.”

Emmanuel

“Que novo espaço darão à vida as mais altas paixões! Quanta sutileza e profundidade de gozos possuirá o homem futuro, que, sem dúvida, olhará com náusea as festas brutais dos sentidos como os concebeis hoje! Que música será então a vida, fundida na harmonia do universo! A paixão desmaterializar-se-á até o superamor do santo, gozo real e altíssimo, fenômeno não assexual, mas supersexual, pretendido para seu termo complementar, que está além da vida, no seio das forças cósmicas. Na solidão dos silêncios imensos, o santo ama, com a alma hipersensível estendida e aberta a todas as vibrações do infinito, num impulso impetuoso e frenético para a vida de todas as criaturas irmãs. Se vos parece sozinho, ele está com o Invisível, ao qual estende os braços no êxtase de um supremo e amplíssimo amplexo; alguma coisa lhe responde do imponderável, inflama-o e o sacia; num

(15)

incêndio que tornaria cinza qualquer ser comum, arde o amor que abraça o universo; num mistério de sobre-humana paixão, Cristo abre dolorido os braços na cruz e São Francisco, no Verna, abre os braços a Cristo.”

Pietro Ubaldi

O que seria então o supersexualismo ou fenômeno supersexual? Entendo essa expressão como sendo algo que está acima do sexual, além do sexual; uma forma de amor especial entre as almas gêmeas nos planos mais evoluídos. O prazer do acasalamento, em vez de desaparecer, com a espiritualização, se tornaria um deleite muito mais sublime, superior sem dúvida à grosseira sexualidade humana que é apenas um meio temporário para se cumprir a lei de evolução e a reprodução da vida no plano material.

Para os que considerarem tal teoria como uma heresia, respondemos que o sexo não é pecaminoso; o que é pecado é o adultério e os abusos que os seres involuídos fazem do sexo, o que logicamente não ocorreria no relacionamento sagrado entre Espíritos evoluídos. Dessa convivência sadia e feliz entre as almas irmãs, se originam grandes obras, que refletem a beleza da criação divina.

(16)

11. Amor e Caridade

A caridade é como a água, auxiliamos de boa vontade os nossos irmãos em Deus, mas não há necessariamente envolvimento afetivo, o qual ocorre pela afinidade. O amor é como o vinho, intenso; e quando puro, deleita o ser de forma saudável. A caridade purifica e o amor vivifica.

Devemos ter caridade com todos os seres, conforme aprendemos na Doutrina Espírita, a benevolência para com todos, é pré-requisito de uma sociedade e de um mundo mais justo, no qual os seres vivos convivem respeitosamente e harmoniosamente, ajudando-os mutuamente na escola da vida, na qual todos estão se aperfeiçoando.

O amor inicialmente é duradouro em nossos círculos de afeição, onde existe uma analogia de gostos, sentimentos e objetivos. Com a evolução, essa afinidade se expande e une os seres, antes diferentes, rumo à conquista do amor divino.

Nos ápices da ascensão, o amor e a caridade se fundem em um só sentimento, que irmana a todos, na integração das criaturas com o Criador.

(17)

12. Teoria Consoladora

O ser humano tem naturalmente sonhos e desejos que parecem desaparecer com a maturidade e as desilusões da vida. Porém, parte desses sonhos e desejos são impulsos naturais que têm um objetivo, dentro do funcionamento orgânico do Universo.

Os rapazes sonham com uma princesa encantada e as moças com um príncipe encantado. Em nosso planeta, nem sempre essa realização é possível e as pessoas se frustram. Mas grande parte do que não é possível realizar em nosso imperfeito plano material, é realidade nos planos superiores da Criação.

Quanto amor, quanta beleza, quanta paz e harmonia nos esperam nesses planos mais altos, aos quais se ascende pela prática do bem e das nobres virtudes em sua plenitude!

O ser humano não sabe quanta felicidade o aguarda, quando aprender a amar e respeitar os seres vivos, começando pelo próprio Pai Celestial.

Quando a dor chega, leva embora apenas as imperfeições da nossa personalidade, preparando-nos para conquistas mais belas, dignas e sublimes.

O Espírito superior alcança a tranquilidade e a paz e vem até nos para nos ajudarmos a alcançarmos também aquela felicidade perfeita para a qual todos os seres foram criados. Através de uma ardente paixão, o ser humano busca a superação dos instintos inferiores e segue em enérgica ascensão rumo às supremas conquistas da vida.

(18)

13. Conclusão

Estamos concluindo este estudo, baseado em uma visão inovadora da tese da existência das almas irmãs ou almas gêmeas.

Esperamos que este estudo sirva para consolar as pessoas que vivem sozinhas à espera de um grande amor, sobretudo em situações em que tal realização pareça impossível.

Não queremos causar inquietações ou afã na procura desse ser ao qual cada um tem uma inclinação recíproca; pelo contrário, recomendamos a confiança total na Providência Divina. Os encontros entre as almas gêmeas ainda são difíceis no nosso planeta, mas são muito mais comuns no mundo espiritual e nos cabe esperar com alegria a chegada desse momento, sem esquecermos, todavia das nossas obrigações no mundo terreno.

O livro Nosso Lar, relata a existência de casamentos no mundo espiritual. Imaginemos o problema que seria, se os Espíritos chegassem lá, plano mais feliz e consequentemente com muito mais beleza que a esfera material da Terra e ficassem sem saber qual alma escolher para se casar com tantas pessoas desencarnadas com lindos perispíritos, se não houvesse uma alma adequada pela providência divina a cada um, com o qual teria uma máxima afinidade vibratória. Concluímos mais uma vez que haveria inquietação e insatisfação se Deus não houvesse providenciado um casamento especial para que cada ser fosse feliz no caminho da evolução.

Para que fique mais clara a validade lógica de tal teoria, apresentamos o quadro a seguir:

Com a teoria das almas gêmeas. Sem a teoria das almas gêmeas.

No ser humano capaz de compreender, proporciona a tranquilidade de que o ser prometido por Deus para a sua felicidade o estará aguardando para o encontro em momento propício.

As pessoas ficam inquietas na incerteza se encontrarão um amor plenamente identificado consigo, podendo terminar por buscarem nos passadismos do mundo uma ilusória consolação.

Fica compreendido o sentido profundo dos ensinamentos do Evangelho em Mateus 19, versículos 1 a 12, verificando-se sua concordância com o Espiritismo.

Empobrece-se a lógica do Evangelho, assemelhando-se o mesmo a um código temporário feito para os costumes do tempo no qual foi escrito.

Mostra um fato em concordância com a eminente organização do Universo, que com a evolução reestrutura a ordem para a qual tudo foi criado.

Fica uma ideia de caos em que as relações iniciariam e terminariam por fatores sem controle, ao sabor da vontade de particular cada um.

Enche-se a alma de paz e esperança em uma relação duradoura, validada pelo próprio Pai Celestial e que nunca teria que se dissolver.

Permanece a preocupação nas almas por não saberem se teriam um casamento e uma relação fraterna especial que pudesse

(19)

durar por todo o ciclo evolutivo. Ficam aprovadas as informações sobre o

assunto trazidas por autores espíritas renomados como Léon Denis e Emmanuel.

Descartam-se essas informações em nome de uma suposta condenação a tal teoria presente em O Livro dos Espíritos.

Corresponde-se ao anseio natural do ser humano por um casamento perfeito com uma pessoa criada especialmente para tal finalidade.

Deixa o ser humano sensível na desolação, na suposição de que tal relação não seria possível em nome de um progresso com mais sacrifícios do que felicidade.

Para manter o equilíbrio da opinião, revalidando a concordância também com O Livro dos

Espíritos, informamos nessas conclusões da visão intuitiva que nos guiou até aqui, que as

almas gêmeas em determinado estágio da evolução, poderiam por consenso, se separarem e buscarem a Deus de outra maneira, através do sacrifício. Mas deixamos claro que isso seria uma opção e não uma necessidade, Deus deseja a nossa felicidade de acordo com as nossas escolhas. No caso de os Espíritos se arrependerem dessa separação antes de atingirem a meta evolutiva, estaria aberto o caminho para retornar à alma gêmea, um dos motivos pelos quais Jesus não aprova um segundo casamento com outra criatura.

A todos os que desejarem evoluir, casados ou solteiros, desejamos muito sucesso no empreendimento e que todos encontrem a luz divina no caminho em que escolherem trilhar.

(20)

Bibliografia

O Novo Testamento, Jesus e os Apóstolos. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.

O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Léon Denis. A Lei de Deus, Pietro Ubaldi.

A Grande Síntese, Pietro Ubaldi. Deus e Universo, Pietro Ubaldi. O Sistema, Pietro Ubaldi.

O Consolador, Emmanuel (Espírito), Francisco Cândido Xavier (Médium). Nosso Lar, André Luiz (Espírito), Francisco Cândido Xavier (Médium). Tabernáculo Eterno, Adamastor (Espírito), Gilson Teixeira Freire (Médium).

Referências

Documentos relacionados

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

A maioria dos casos de doença está associada a ambientes sujeitos a intervenção humana onde temperatura da água é superior, alterando a concentração quer das bactérias quer dos

Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ação terapêutica do BZ, itraconazol (ITRA) e de sua associação (BZ+ITRA), em cães infectados com cepa VL- 10

B.. estão mais próximas do valor exato do que as correntes estimadas pela Função de Alívio baseada na teoria de Quadripólos para estas 14 variantes de

Como já destacado anteriormente, o campus Viamão (campus da última fase de expansão da instituição), possui o mesmo número de grupos de pesquisa que alguns dos campi

1) Identificar as principais alterações clínicas em cães com hipotireoidismo iatrogênico induzido por metimazol. 2) Comparar as alterações clínicas e fisiopatológicas