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A importância da Química na sociedade actual

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(1)

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

Maria Elisabete Cardoso Félix Espírito Santo

MESTRADO EM QUÍMICA

(2)

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

Maria Elisabete Cardoso Félix Espírito Santo

MESTRADO EM QUÍMICA

2010

(3)

iii

Nada na vida deve ser temido, somente compreendido.

Agora é hora de compreender mais para temer menos.

Marie Curie (1867-1934)

(4)

AGRADECIMENTOS

Começo por agradecer ao Professor Doutor João Paulo Leal, meu orientador, pela paciente e valiosa orientação, incentivo, confiança, ajuda permanente, amizade e conhecimentos transmitidos. A sua apreciação crítica da matéria apresentada, sempre efectuada com a maior solicitude, simpatia e sapiência, constituiu um inestimável contributo para a realização desta dissertação.

O meu reconhecimento sincero aos meus amigos, pela ajuda na circulação do questionário permitindo o seu preenchimento.

Gostaria de testemunhar a minha mais sincera gratidão e apreço para com todos os alunos, professores e cidadãos anónimos, que tornaram possível a realização desta dissertação.

Aos meus pais, à minha família, pilares fundamentais, que me fizeram acreditar na vitória, até nos momentos mais difíceis experimentados. Trago-vos sempre comigo!

Aos meus amigos, por tornarem a minha vida mais feliz, apenas por fazerem parte dela.

À professora Celeste Calejo pelo apoio dado ao nível da tradução do resumo desta dissertação.

A todos, muito obrigada.

(5)

v

RESUMO

A presente investigação pretende analisar e clarificar qual é a importância da Química para vários públicos (alunos, professores, cidadãos em geral) na sua vida quotidiana.

Sabemos que muitos dos nossos comportamentos e decisões podem influenciar e comprometer as gerações futuras. O conhecimento e compreensão sobre o papel da Química, no nosso dia-a-dia, é fundamental quer para qualquer indivíduo, quer para a sociedade como um todo.

Pretende-se que, este estudo contribua para um melhor conhecimento da situação actual quanto à percepção dos diferentes públicos. Só conhecendo a situação actual será possível definir uma estratégia para aumentar o conhecimento da população nesta área científica, conduzindo à formação de indivíduos mais cientes do papel da Química e da investigação científica e, de como permitem uma melhoria da nossa qualidade de vida. Desse modo, as pessoas tornam-se também, mais receptivas à adopção de comportamentos menos consumistas, levando a uma diminuição do consumo de energia e dos níveis de poluição, contribuindo para a sustentabilidade do planeta. Os resultados obtidos poderão vir a ser utilizados também para sugerir alterações a nível dos curricula (ensino básico e secundário) e/ou implicar os professores num futuro pedagogicamente mais orientado.

A investigação foi essencialmente quantitativa, baseada no questionário aplicado a vários públicos (alunos, professores, cidadãos em geral). A principal conclusão a extrair dos públicos estudados indica que, são os professores, os que têm uma maior percepção da influência da Química, na nossa vida quotidiana, sendo os alunos, aqueles que menos a percepcionam.

No final da dissertação é apresentada uma outra perspectiva que seria interessante explorar e é feita uma análise crítica da metodologia de investigação utilizada, estabelecendo-se pistas para a melhoria e continuidade do trabalho. É convicção da autora de que este trabalho, ao revelar de forma objectiva qual é a percepção da importância da Química na sociedade actual, em Portugal Continental, poderá contribuir para a produção de conhecimento nesta área, incitando novas investigações que aprofundem a razão das lacunas agora identificadas e respondam a algumas questões deixadas em aberto neste trabalho.

Palavras Chave:

(6)

vi

ABSTRACT

The present investigation work aims to analyze and clarify which is the perceived importance of Chemistry to a variety of individuals (students, teachers, general public) in their everyday life.

We know that our behavior and decisions can influence and compromise future generations. The knowledge and understanding of the Chemistry role in our modus vivendi is crucial, both to the individual and to the whole society.

With the present study we intend to contribute to a better understanding of the present situation, regarding its perception by different publics. Only by knowing the present situation will it be possible to draw a strategy, aiming at increasing the knowledge of the population in this scientific area, leading to the formation of better informed individuals on the role of Chemistry and of scientific research and how they allow for their improving life quality. This way, people also become more receptive to the adoption of less consuming behaviors, resulting in a decrease in energy consumption and pollution levels, as well as to the subsequent sustainability of the planet. The obtained results could also be used to suggest changings in elementary and secondary school syllabi and/or in how to involve teachers in a pedagogically more oriented future.

Investigation was essentially quantitative, based on a questionnaire applied to several individuals (students, teachers, general public). The main conclusion to draw from data obtained points out teachers to be the ones that have a higher perception of Chemistry influence on everyday life, being students the ones that have a lower perception of this fact. At the end of the thesis another worth exploring perspective is presented and a critical analysis of the used methodology is made, settling new routes to a future improvement of this work. The author believes that this work, upon revealing in an objective way which is the Chemistry importance perception on today's Portuguese society, could concur to knowledge production in this area, urging on new investigations that would look into the identified gaps and the reasons for them in the present work, as well as provide answers to some required questions.

Key words:

(7)

vii

ÍNDICE GERAL

Resumo ……… v Abstract ... vi Índice de figuras ……… x Capítulo 1 1. Introdução 1.1. Objectivos do estudo ………2 1.2. Estrutura da dissertação ………..3 Capítulo 2 2. Enquadramento Teórico 2.1. A Química e a Sociedade ……….……….. 5 2.2. A Ciência e a Sociedade ………..7 2.3. A Ciência e os media ……….………9

2.4. O Ensino das Ciências (da Química) ………10

2.5. O Ensino da Química no Terceiro Ciclo do Ensino Básico e no Secundário ……….11

2.6. A Química no Futuro ……….. 14

Capítulo 3 3. Objectivos e Metodologias da Investigação 3.1. Introdução ………..17

3.2. Fundamentos metodológicos ………. 17

3.3. Instrumentos de observação ……….. 19

3.4. Instrumentos usados na recolha de dados ……….. 20

3.5. Elaboração dos instrumentos ……… …… 21

3.6. Universo do estudo …… ………. 24

3.7. Caracterização das amostras ……… 25

3.8. Estudo realizado … ………..25

3.9. Recolha de informação ………25

(8)

viii

Capítulo 4

4. Análise e Discussão dos Resultados

4.1. Resultados do questionário aplicado ao público: apresentação e discussão ………… 29

4.1.1. Parte A: apresentação e discussão ……….. 31

4.1.2. Parte B: apresentação e discussão ……….. 34

4.1.3. Parte C: apresentação e discussão ……….. 37

4.1.4. Parte D: apresentação e discussão ……….. 40

4.2. Resultados do questionário aplicado aos professores: apresentação e discussão ….. 42

4.2.1. Parte A: apresentação e discussão ……….. 44

4.2.2. Parte B: apresentação e discussão ……….. 47

4.2.3. Parte C: apresentação e discussão ……….. 50

4.2.4. Parte D: apresentação e discussão ……….. 53

4.3. Resultados do questionário aplicado aos alunos: apresentação e discussão …………55

4.3.1. Parte A: apresentação e discussão ……….. 56

4.3.2. Parte B: apresentação e discussão ……….. 59

4.3.3. Parte C: apresentação e discussão ……….. 62

4.3.4. Parte D: apresentação e discussão ……….. 64

4.4. Resultados do questionário aplicado aos alunos do ensino básico e secundário: apresentação e discussão ………. 66

4.4.1. Parte A: apresentação e discussão ………... 67

4.4.2. Parte B: apresentação e discussão ……….. 72

4.4.3. Parte C: apresentação e discussão ……….. 76

4.4.4. Parte D1: apresentação e discussão ………. 81

4.4.5. Parte D2: apresentação e discussão ………. 83

4.5. Cruzamento de respostas dadas pelas três amostras (público, professores e alunos) para a mesma questão: apresentação e discussão ……….. 86

4.5.1. Parte D1………..… 86

4.5.2. Parte D2 ………. 88

4.6. Cruzamento entre algumas questões para a amostra público: apresentação e discussão ……….. 91 4.7. Cruzamento entre algumas questões para a amostra professores: apresentação e

(9)

ix

discussão ……….. 95

4.8. Cruzamento entre algumas questões para a amostra alunos: apresentação e discussão……… ……….. 99

Capítulo 5 5. A Química nos Media 5.1. Introdução ………104

5.2. Notícias que passam uma imagem positiva da Química ……….……105

5.3. Notícias que passam uma imagem negativa da Química ………...… 112

5.4. Notícias onde a Química aparece sem visibilidade ……….… 113

5.5. Publicidade onde a linguagem dos Químicos é usada ……… 119

Capítulo 6 6. Conclusões e propostas futuras 6.1. Análise crítica da investigação ……… 122

6.1.1. Comparação das respostas dadas às questões pelas três amostras ………... 122

6.1.2. Comparação das respostas dadas às questões pelos professores das várias áreas disciplinares e, pelos professores que leccionam as disciplinas de Ciências Físico – Químicas e de Biologia e Geologia ……… 125

6.2. Conclusões mais importantes ……….…… 126

6.3. Perspectivas para futuras investigações ……….……131

6.4. Crítica ……… ………..…… 132

Capítulo 7 7. Bibliografia ……… 134

Capítulo 8 8. Anexos ………... 137

Anexo 1 – Carta de apresentação ………..……… 138

Anexo 2 – Questionário utilizado no estudo ……….. 140

Anexo 3 – Correspondência ………..……….. 145

(10)

x

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema organizador dos quatro temas

12

Figura 2 – Distribuição do público da amostra por género

29

Figura 3 – Distribuição do público da amostra por idades

29

Figura 4 – Distribuição do público da amostra por habilitações literárias 29

Figura 5 – (Parte A) – Resposta às perguntas do questionário: (A1) Como é que a

Química influencia o seu dia – a – dia? ; (A2) A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida? ; (A3) A Química é responsável pela poluição no nosso planeta? (A4) ; A Química é responsável pelo aparecimento de novas

doenças? ; (A5) A Química permite o fabrico de novos medicamentos? 31

Figura 6 – (Parte A) (cont.) – (A6) A Química é responsável pelas alterações

climáticas? ; (A7) A Química é responsável pelo aparecimento de novos materiais? ; (A8) A Química é usada (pela polícia científica) na investigação criminal? ; (A9) A Química contribui para aumentar a longevidade da população

mundial? 32

Figura 7 – (Parte B) – Resposta às perguntas do questionário: (B1) Todos os

dias usa o automóvel? ; (B2) Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem? ; (B3) Usa roupas de algodão, linho e seda? ; (B4) Quando vai ao supermercado leva consigo sacos já usados? ; (B5) Prefere as sobremesas e os alimentos muito coloridos? ; (B6) Acha que o café e o chá que consome têm

produtos químicos? 34

Figura 8 – (Parte B) (cont.) - (B7) Na sua cozinha os utensílios que usa são de

plástico? ; (B8) Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese

de escolher um mais ecológico? 35

Figura 9 – (Parte C) – Resposta às perguntas do questionário: (C1) Considera

que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos? ; (C2) A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI? ; (C3) A Química é responsável

(11)

xi pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais

(fauna e flora) que podem estar em vias de extinção? ; (C4) Considera que a educação/formação em Química contribui para que os consumidores sejam mais informados e cientes dos seus direitos? ; (C5) A Química estuda as alterações que ocorrem no nosso corpo e que são responsáveis pelas doenças?

Figura 10 – (Parte C) (cont.) – (C6) A Química tem um papel fundamental na

produção de vacinas à escala comercial? ; (C7) A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico molecular (nanotecnologia)? ; (C8) A Química poderá contribuir para solucionar o problema energético no mundo?

Figura 11 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel relevante nas

seguintes áreas do conhecimento:

37

38

40

Figura 12 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está relacionada com a sua visibilidade a nível de … 41

Figura 13 – Distribuição dos professores da amostra por género 42

Figura 14 – Distribuição dos professores da amostra por idade 42

Figura 15 – Distribuição dos professores da amostra por habilitações literárias 42

Figura 16 – (Parte A) – Resposta às perguntas do questionário: (A1) Como é que

a Química influencia o seu dia – a dia? ; (A2) A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida? ; (A3) A Química é responsável pela poluição no nosso planeta?; (A4) A Química é responsável pelo aparecimento de novas doenças?; (A5) A Química permite o fabrico de novos medicamentos?; (A6) A Química é responsável pelas alterações climáticas?

44

Figura 17 – (Parte A) (cont.) – (A7) A Química é responsável pelo aparecimento

de novos materiais? ; (A8) A Química é usada (pela polícia científica) na investigação criminal? ; (A9) A Química contribui para aumentar a longevidade da

população mundial? 45

(12)

xii dias usa o automóvel? ; (B2) Usa com frequência cremes, espuma de banho e

maquilhagem? ; (B3) Usa roupas de algodão, linho e seda? ; (B4) Quando vai ao supermercado leva consigo sacos já usados? ; (B5) Prefere as sobremesas e os alimentos muito coloridos? (B6) Acha que o café e o chá que consome têm produtos químicos?

47

Figura 19 – (Parte B) (cont.) – (B7) Na sua cozinha os utensílios que usa são de

plástico? ; (B8) Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese

de escolher um mais ecológico? 48

Figura 20 – (Parte C) – Resposta às perguntas do questionário: (C1) Considera

que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos? ; (C2) A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI? ; (C3) A Química é responsável pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem estar em vias de extinção; (C4) Considera que a educação/formação em Química contribui para que os consumidores sejam mais informados e cientes dos seus direitos? ; (C5) A Química estuda as alterações que

ocorrem no nosso corpo e que são responsáveis pelas doenças? 50

Figura 21 – (Parte C) (cont.) – (C6) A Química tem um papel fundamental na

produção de vacinas à escala comercial ? ; (C7) A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico molecular (nanotecnologia)? ; (C8) A Química poderá contribuir para solucionar o problema energético no mundo? 51

Figura 22 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel relevante nas

seguintes áreas do conhecimento: 53

Figura 23 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está relacionada com a sua visibilidade a nível de … 54

Figura 24 – Distribuição dos alunos da amostra por género 55

(13)

xiii

Figura 26 – Distribuição dos alunos da amostra por habilitações literárias 55

56

Figura 27 – (Parte A) – Resposta às perguntas do questionário: (A1) Como é que

a Química influencia o seu dia – a dia? ; (A2) A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida? ; (A3) A Química é responsável pela poluição no nosso planeta? ; (A4) A Química é responsável pelo aparecimento de novas doenças?; (A5) A Química permite o fabrico de novos medicamentos?; (A6) A Química é responsável pelas alterações climáticas?

Figura 28 – (Parte A) (cont.) – (A7) A Química é responsável pelo aparecimento

de novos materiais? ; (A8) A Química é usada (pela polícia científica) na investigação criminal? ; (A9) A Química contribui para aumentar a longevidade da

população mundial? 57

Figura 29 – (Parte B) – Resposta às perguntas do questionário: (B1) Todos os

dias usa o automóvel? ; (B2) Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem? ; (B3) Usa roupas de algodão, linho e seda? ; (B4) Quando vai ao supermercado leva consigo sacos já usados? ; (B5) Prefere as sobremesas e os alimentos muito coloridos? ; (B6) Acha que o café e o chá que consome têm produtos químicos?

59

Figura 30 – (Parte B) (cont.) – (B7) Na sua cozinha os utensílios que usa são de

plástico? ; (B8) Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese

de escolher um mais ecológico? 60

Figura 31 – (Parte C) – Resposta às perguntas do questionário: (C1) Considera

que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos? ; (C2) A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI? ; (C3) A Química é responsável pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem estar em vias de extinção? ; (C4) Considera que a educação/formação em Química contribui para que os consumidores sejam mais informados e cientes dos seus direitos? ; (C5) A Química estuda as alterações que ocorrem no nosso corpo e que são responsáveis pelas doenças?

(14)

xiv

Figura 32 – (Parte C) (cont.) – (C6) A Química tem um papel fundamental na

produção de vacinas à escala comercial ? ; (C7) A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico molecular (nanotecnologia)? ; (C8) A Química poderá contribuir para solucionar o problema energético no mundo?

63

Figura 33 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel relevante nas

seguintes áreas do conhecimento: 65

Figura 34 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está relacionada com a sua visibilidade a nível de … 65

Figura 35 – Distribuição dos alunos do ensino básico e do ensino secundário da

amostra por género 66

Figura 36 – Distribuição dos alunos do ensino básico e do ensino secundário da

amostra por idade 66

Figura 37 – Pergunta A1: Como é que a Química influencia o seu dia – a – dia? 67

Figura 38 – Pergunta A2: A Química tem contribuído para a melhoria da sua

qualidade de vida? 67

Figura 39 – Pergunta A3: A Química é responsável pela poluição no nosso

planeta? 68

Figura 40 – Pergunta A4: A Química é responsável pelo aparecimento de novas

doenças? 68

Figura 41 – Pergunta A5: A Química permite o fabrico de novos medicamentos? 69

Figura 42 – Pergunta A6: A Química é responsável pelas alterações climáticas? 69

Figura 43 – Pergunta A7: A Química é responsável pelo aparecimento de novos

materiais? 70

Figura 44 – Pergunta A8: A Química é usada (pela polícia científica) na

(15)

xv

Figura 45 – Pergunta A9: A Química contribui para aumentar a longevidade da

população mundial? 71

Figura 46 – Pergunta B1: Todos os dias usa o automóvel? 72

Figura 47 – Pergunta B2: Usa com frequência cremes, espuma de banho e

maquilhagem? 72

Figura 48 – Pergunta B3: Usa roupas de algodão, linho e seda? 73

Figura 49 – Pergunta B4: Quando vai ao supermercado leva consigo sacos já

usados? 73

Figura 50 – Pergunta B5: Prefere as sobremesas e aos alimentos muito

coloridos? 74

Figura 51 – Pergunta B6: Acha que o café e o chá que consome têm produtos

químicos? 74

Figura 52 – Pergunta B7: Na sua cozinha, os utensílios que usa são de plástico? 75

Figura 53 – Pergunta B8: Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe

a hipótese de escolher um mais ecológico? 75

Figura 54 – Pergunta C1: Considera que a sociedade actual poderá continuar a

evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos? 76

Figura 55 – Pergunta C2: A Química é uma ciência fundamental para o

desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI? 76

Figura 56 – Pergunta C3: A Química é responsável pela síntese de produtos,

com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem

estar em vias de extinção? 77

Figura 57 – Pergunta C4: Considera que a educação/formação em Química

contribui para que os consumidores sejam mais informados e cientes dos seus

(16)

xvi direitos?

Figura 58 – Pergunta C5: A Química estuda as alterações que ocorrem no nosso

corpo e que são responsáveis pelas doenças? 78

Figura 59 – Pergunta C6: A Química tem um papel fundamental na produção de

vacinas à escala comercial? 78

Figura 60 – Pergunta C7: A Química será responsável pela nova revolução

industrial baseada no fabrico molecular (nanotecnologia)? 79

Figura 61 – Pergunta C8: A Química poderá contribuir para solucionar o

problema energético no mundo? 80

Figura 62 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel relevante nas

seguintes áreas do conhecimento: 81

Figura 63 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel relevante nas

seguintes áreas do conhecimento: 81

Figura 64 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está relacionada com a sua visibilidade a nível de … 83

Figura 65 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está relacionada com a sua visibilidade a nível de … 83

Figura 66 – (Parte D1) – A Química desempenha um papel (nada, pouco, alguma

coisa, bastante, muito) relevante nas seguintes áreas do conhecimento: 1– saúde;

2- indústria; 3- arqueologia; 4- ciências do ambiente; 5- biologia; 6- análise

química; 7- astronomia; 8- física; 9- agricultura; 10- ciências forenses; 11- nanotecnologia; 12- produção e armazenamento de energia; 13- tecnologias da

informação e comunicação. 86

Figura 67 – (Parte D2) – Na sua opinião, a imagem que a sociedade tem da

Química, está (nada, pouco, alguma coisa, bastante, muito) relacionada com a sua visibilidade a nível de: 1- perigos; 2- poluição; 3- medicamentos; 4- armamento; 5-

(17)

xvii

Figura 68 – Comparação entre as questões: (“A1 – Como é que a Química

influencia o seu dia – a – dia?” e “A8 – A Química é usada (pela polícia científica) na investigação criminal?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de

novos materiais?”) 91

Figura 69 – Comparação entre as questões: (“A1 – Como é que a Química

influencia o seu dia – a – dia?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da

sua qualidade de vida?” e “B1 – Todos os dias usa o automóvel?”) 91

Figura 70 – Comparação entre as questões: (“A2 – A Química tem contribuído

para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A5 – A Química permite o fabrico de novos medicamentos?” e “C3 – A Química é responsável pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem

estar em vias de extinção?”) 91

Figura 71 – Comparação entre as questões: (“A6 – A Química é responsável

pelas alterações climáticas?” e “B8 – Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese de escolher um mais ecológico?”) ; (“A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de novos materiais?” e “C1 – Considera que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos

Químicos?”) 92

Figura 72 – Comparação entre as questões: (“A8 – A Química é usada (pela

polícia científica) na investigação criminal? ” e “C2 – A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI?”) ; (“A9 – A Química contribui para aumentar a longevidade da população mundial?” e “C6 – A Química tem um papel fundamental na produção de vacinas à

escala comercial?”) 92

Figura 73 – Comparação entre as questões: (“C1 – Considera que a sociedade

actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos?” e “C7 – A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico

molecular (nanotecnologia)?”) 92

(18)

xviii influencia o seu dia - a - dia?” e “A8 – A Química é usada (pela polícia científica)

na investigação criminal?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de

novos materiais?”) 95

Figura 75 – Comparação entre as questões: (“A1 – Como é que a Química

influencia o seu dia - a -dia?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da

sua qualidade de vida?” e “B1 – Todos os dias usa o automóvel?”) 95

Figura 76 – Comparação entre as questões: (“A2 – A Química tem contribuído

para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A5 – A Química permite o fabrico de novos medicamentos?” e “C3 – A Química é responsável pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem

estar em vias de extinção?”) 95

Figura 77 – Comparação entre as questões: (“A6 – A Química é responsável

pelas alterações climáticas?” e “B8 – Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese de escolher um mais ecológico?”) ; (“A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de novos materiais?” e “C1 – Considera que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos

Químicos?”) 96

Figura 78 – Comparação entre as questões: (“A8 – A Química é usada (pela

polícia científica) na investigação criminal? ” e “C2 – A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI?”) ; (“A9 – A Química contribui para aumentar a longevidade da população mundial?” e “C6 – A Química tem um papel fundamental na produção de vacinas à

escala comercial?”) 96

Figura 79 – Comparação entre as questões: (“C1 – Considera que a sociedade

actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos?” e “C7 – A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico

(19)

xix

Figura 80 – Comparação entre as questões: (“A1 – Como é que a Química

influencia o seu dia - a- dia? e “A8 – A Química é usada (pela polícia científica) na investigação criminal?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de novos

materiais?”) 99

Figura 81 – Comparação entre as questões: (“A1 – Como é que a Química

influencia o seu dia - a - dia?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A2 – A Química tem contribuído para a melhoria da

sua qualidade de vida?” e “B1 – Todos os dias usa o automóvel?”) 99

Figura 82 – Comparação entre as questões: (“A2 – A Química tem contribuído

para a melhoria da sua qualidade de vida?” e “B2 – Usa com frequência cremes, espuma de banho e maquilhagem?”) ; (“A5 – A Química permite o fabrico de novos medicamentos?” e “C3 – A Química é responsável pela síntese de produtos, com as mesmas propriedades dos produtos naturais (fauna e flora) que podem estar em vias de extinção?”)

99

Figura 83 – Comparação entre as questões: (“A6 – A Química é responsável

pelas alterações climáticas?” e “B8 – Quando pretender trocar/adquirir o seu automóvel põe a hipótese de escolher um mais ecológico?”) ; (“A7 – A Química é responsável pelo aparecimento de novos materiais?” e “C1 – Considera que a sociedade actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos?”

100

Figura 84 – Comparação entre as questões: (“A8 – A Química é usada (pela

polícia científica) na investigação criminal? ” e “C2 – A Química é uma ciência fundamental para o desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade do séc. XXI?”) ; (“A9 – A Química contribui para aumentar a longevidade da população mundial?” e “C6 – A Química tem um papel fundamental na produção de vacinas à escala comercial?”)

100

Figura 85 – Comparação entre as questões: (“C1 – Considera que a sociedade

actual poderá continuar a evoluir sem o trabalho realizado pelos Químicos?” e “C7 – A Química será responsável pela nova revolução industrial baseada no fabrico molecular (nanotecnologia)?”)

(20)
(21)

1

Introdução

(22)

2

1.1.

Objectivos do estudo

A presente investigação pretende analisar e clarificar qual é a importância da Química para vários públicos (alunos, professores, cidadãos em geral) na sua vida quotidiana. O estudo foi feito por amostragem, uma vez que se trata de uma população numerosa.

Descrevem-se seguidamente os principais objectivos tidos em conta na estruturação e implementação do estudo:

1- Analisar na nossa sociedade, onde começa e acaba a percepção da influência da

Química na nossa vida quotidiana.

2- Verificar qual é a percepção que vários públicos (alunos, professores, cidadãos em geral,

com formação numa área científica ou de outra área do saber) têm da importância da Química na sua vida quotidiana.

3- Verificar até que ponto outras ciências conexas (por exemplo as Ciências dos Materiais e

a Bioquímica) podem ainda ser consideradas Química e qual a percepção que os vários públicos têm deste aspecto.

4- Verificar se a percepção existente para vários públicos na sociedade estará ligada ao

modo como a Ciência (nomeadamente a Química) é comunicada (no ensino e nos media).

5- Quantificar do modo mais objectivo possível qual a importância da Química, na nossa

vida quotidiana.

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3

1.2.

Estrutura da dissertação

A dissertação encontra-se organizada em oito capítulos, fazendo parte dos dois últimos a Bibliografia e os Anexos.

O primeiro é de introdução onde é apresentada a estrutura do trabalho e a justificação para a escolha do tema e do seu desenvolvimento.

No segundo capítulo faz-se uma revisão de literatura sobre os assuntos ligados com o tema da dissertação, para assim fundamentar o desenvolvimento deste projecto.

No terceiro capítulo, é apresentada a metodologia e a planificação geral da investigação bem como o contexto em que ela decorreu. Neste capítulo, também se explicitam as opções metodológicas tomadas ao nível da recolha de dados e do tratamento dos resultados.

No quarto capítulo, apresentam-se e analisam-se os resultados obtidos, referindo-se algumas conclusões decorrentes da análise e discussão dos mesmos.

No quinto capítulo, é feita uma pesquisa de notícias relacionadas com a Química, sendo estas, analisadas segundo várias perspectivas.

Por fim, no sexto capítulo, são apresentadas as conclusões mais importantes que foram obtidas através da investigação desenvolvida. Também são inferidas algumas implicações pedagógicas e reflexões que parecem oportunas e pertinentes para a Educação em Química em Portugal Continental. São também referidas as principais limitações e potencialidades do estudo efectuado e avançadas algumas sugestões para futuras investigações.

As referências bibliográficas fazem parte do sétimo capítulo e, os anexos do oitavo capítulo.

Os anexos incluem o instrumento usado para a recolha dos dados (questionário) bem como outros documentos (tabelas com a análise dos resultados, contactos estabelecidos).

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4

Enquadramento Teórico

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5

2.1.

A Química e a Sociedade

Como escreveu Luís Aires – Barros na sua lição jubilar (I.S.T. 06/06/2002) «A Terra é

uma Fábrica Química» e como tal, a sociedade através dos séculos, deverá conhecer e

compreender a importância da Química no nosso dia – a – dia. Questão importante e, inclusivamente de interesse económico, é a de saber quais e quantos os tipos de materiais que esta fábrica é capaz de produzir, sabendo que no seu armazém existem os 117 elementos químicos da Tabela Periódica. Todavia, verifica-se que, por um lado, o número de combinações entre estes elementos é reduzido, embora teoricamente, a sua combinação permitisse ter largos milhares de compostos, isto, porque as combinações entre os elementos químicos existentes não é feita aleatoriamente mas comandada por afinidades. A Natureza, mais uma vez, mostra que rejeita a complexidade e os grandes números e que se gere por afinidades, por simpatias.

A Química é a ciência das substâncias – das suas propriedades e do que acontece quando se misturam umas com as outras. Conhecendo a estrutura das moléculas (a sua arquitectura em termos dos átomos que as constituem) e a maneira como elas interactuam (no que respeita à energia) umas com as outras, podemos determinar, com recurso à física e à matemática, as propriedades das substâncias e a sua reactividade. O químico pega numa ou mais moléculas – no laboratório ou no computador - , arranja um modelo, aplica a física, resolve as equações e tem o resultado. Claro que os fenómenos químicos existem desde que se formaram as primeiras moléculas, mas a ciência implica a compreensão quantitativa desses fenómenos; não chega apenas a sua descrição qualitativa (Calado, 2003, incluído em Vários, 2005).

Mas afinal, qual é a idade da Química? Sabe – se que nasceu no século XVII, só não se sabe quando. A química não é, afinal mais nova do que a física. São duas respeitáveis “senhoras” com cerca de 400 anos. Antes da química era a alquimia (séculos IV – XVI) que imperava e o período mais esclarecido das ligações da química com a medicina e a farmácia (séculos XVI – XVII), conhecido como iatroquímica (Calado, 2003, incluído em Vários, 2005).

A Química é uma das ciências fundamentais do mundo de hoje, ao proporcionar um conhecimento indispensável para satisfazer as necessidades da sociedade na saúde, no ambiente, na agricultura, na alimentação, nos novos materiais, etc.. Mas é muito mais do que isto. É uma forma de cultura e um meio de satisfazer os anseios intelectuais do homem, dando respostas a muitas das suas interrogações (Formosinho, 1987).

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6

A importância dada às ciências mais “novas”, na nossa sociedade, por um lado fortalece e por outro, relega as ciências mais “velhas”, (como a química) sobre as quais elas se apoiam.

Sem sequer nos apercebermos, estamos rodeados por objectos que utilizamos a toda a hora e que são constituídos por substâncias inventadas e fabricadas por químicos. A Química é verdadeiramente a ciência da vida real e a Indústria Química é a mão invisível que povoa o nosso mundo. Os objectos que utilizamos são-nos de tal maneira familiares, parecem-nos tão naturais que, não nos passa pela cabeça como é complexa a sua constituição e a produção das substâncias que os constituem (Ponte, 2005, incluído em Vários, 2005).

O mundo que conhecemos seria completamente impensável, se nos tivéssemos que contentar com a utilização directa das substâncias que nos são fornecidas pela Natureza. Foi a capacidade da Indústria Química de fornecer um sem – número de novas substâncias sintéticas, que permitiu a multiplicação de objectos úteis, de baixo custo e a evolução do nível de vida da população mundial observada no século XX (Ponte, 2005, incluído em Vários, 2005).

A bola de futebol – um dos objectos mais atentamente observado do Planeta – foi durante praticamente todo o século XX, constituída por tiras de couro cosidas com pontos de linha, que envolviam uma câmara de borracha insuflável. A primeira bola sintética – a Bola “Química” – foi fabricada para o Euro 2004, chamava-se Roteiro.

Mas a descoberta da molécula do futeboleno, uma outra “bola de futebol”, constituída por 60 átomos de carbono distribuídos por 12 pentágonos e 20 hexágonos, foi comunicada num artigo da Nature, em 1985, por H. W. Kroto, J. R. Heath, S. C. O'Brien, R. F. Curl e R. E. Smalley. O primeiro e os dois últimos foram galardoados com o prémio Nobel da Química de 1996, pela descoberta dos fulerenos. Esta descoberta marca o início de uma nova área do conhecimento: a nanotecnologia.

As palavras “química” e “químicos” são hoje em dia, para o grande público, sinónimos de tóxico, poluente, insalubre. Embora o desenvolvimento da química tenha sido um dos pilares em que assentou a transformação radical do estilo de vida nos países desenvolvidos nos últimos cinquenta anos, na opinião pública, sobretudo as europeias e norte – americana, a sua imagem actual não é associada aos benefícios que trouxe. Esta é uma tendência que abrange toda a tecnologia moderna, mas a Química é particularmente afectada. As causas, reais ou virtuais, desta imagem negativa estão ancoradas na visão de

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chaminés de fábrica libertando fumos tóxicos, ou em desastres ecológicos. Mas mais do que estes e outros desastres, tem sido um desconforto indefinido, mas progressivo, em relação aos «efeitos colaterais» do progresso tecnológico que tem levado a opinião pública dos países ricos a virar-se contra a Química. Este desconforto é particularmente relevante na Europa, porque a Indústria Química é uma Indústria Europeia. Nasceu na segunda metade do século XIX, revelando a sua superioridade, sendo o único sector industrial onde a Europa ainda produz mais valor que qualquer dos seus competidores (EUA, Japão e outros países asiáticos). Mas a impopularidade crescente da Química põe em risco sério este estatuto, a começar pelo bem mais precioso: a matéria cinzenta humana. Desde o princípio da década de 1990, que as inscrições nos cursos na área da Química, nas Universidades Europeias têm vindo a diminuir consistentemente. Esta queda abrupta representa um péssimo sinal para a sustentabilidade desta área industrial na Europa.

O movimento da Química Verde ou Química Sustentável é a resposta dos químicos, para atenuar esta imagem negativa.

A Química é hoje a ciência de maior progresso. O seu índice de trabalhos científicos e tecnológicos – o Chemical Abstracts – é o maior índice do mundo, segundo o livro dos Records de Guinness. O desafio que os educadores do nosso tempo defrontam, não é menor do que no passado. Perante a velocidade vertiginosa do progresso que cada vez nos deixa antever menos do caminho à nossa frente, perante a falta de correspondência entre os objectivos de um sistema educativo moldado à nossa geração daqui a 10 ou 15 anos, perante a obsolescência veloz do conhecimento, como educar e formar os jovens, preparando-os para um futuro que nos é desconhecido? Este é, o grande desafio que se coloca aos professores de ciências, muito em especial, aos professores de química (Formosinho, 1987).

2.2.

A Ciência e a Sociedade

O ensino das ciências fornece uma melhor compreensão do mundo, motivação eterna do homem, uma formação metodológica nos “valores” do método científico – honestidade, rigor de pensamento, espírito crítico e objectivo – e uma visão do contexto social, cultural e económico das ciências. Todavia, uma formação para o futuro exige ainda uma melhor preparação na maneira de pensar e de reflectir perante situações novas, motivando os estudantes para o valor dos métodos da ciência no enfrentar e no resolver de tais situações, e o fomentar da imaginação e da criatividade. Como será isto possível? (Formosinho, 1987).

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Em Portugal, O Ministério da Ciência e da Tecnologia, criado em 1996, e o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, que lhe sucedeu em 2002, têm defendido uma ciência aberta, democrática e participada, consciente de que alimentar a curiosidade das crianças e dos jovens é a chave para instaurar na sociedade uma atitude científica. Para alimentar esta ideia, muitos foram os Centros de Ciência Viva (Interactiva), que surgiram por todo o país.

Entre as dificuldades à ciência aberta deve referir-se uma que diz respeito aos próprios cientistas. A nossa comunidade científica, que é relativamente pequena e recente, conserva algumas idiossincrasias, provenientes do tempo em que alguns cientistas eram mandarins dos seus sítios. A ideia de uma ciência aberta é ainda estranha a alguns deles. Mas há felizmente, quem comunique o que sabe e o que quer saber, não só para os seus alunos, mas também para o público em geral (Fiolhais, 2002).

A importância que a Ciência tem na nossa sociedade é reiteradamente referida por vários investigadores, através de afirmações que têm subjacente a ideia de que a Ciência e a Tecnologia têm um papel insubstituível na construção da sociedade de conhecimento. Esta importância advém não só da compreensão e explicação privilegiada que ela nos proporciona sobre o mundo, mas, também do que representa enquanto instrumento essencial para o transformar, tendo em vista o bem-estar daqueles que nele habitam (Cachapuz et al., 2002). É cada vez mais claro que não se pode produzir riqueza sem ciência e sem a sua filha dilecta (raramente dilecta), a tecnologia (Fiolhais, 2002). As sociedades com maior poder económico são aquelas que mais desenvolvidas se encontram do ponto de vista científico. A ciência nas suas origens, objectivos e metodologias distingue-se claramente da tecnologia mas beneficiou dela desde o distingue-seu início. Por outro lado, a inovação tecnológica utilizou frequentemente, de forma apenas empírica, propriedades e mecanismos que só mais tarde foram esclarecidos pela ciência. Nos finais do século XIX começou a pressentir-se a capacidade e a potencialidade da ciência fomentar o avanço tecnológico. Logo a seguir, durante todo o século XX, a investigação científica passou a ser um instrumento comum do desenvolvimento económico e social, utilizado sistematicamente pelos governos e empresas, sobretudo nos países desenvolvidos. Hoje em dia, a ciência e a tecnologia, constituem uma simbiose indissolúvel cujo desenvolvimento sinergético tem impactos profundos nos domínios: económico, militar, social, político e cultural (Santos, 2004, incluído em Vários, 2007).

O papel da Ciência e da Tecnologia no nosso dia – a – dia exige uma população com conhecimento e compreensão suficientes para entender e seguir debates sobre temas científicos e tecnológicos e envolver-se em questões que estes temas colocam, quer para eles como indivíduos quer para a sociedade como um todo.

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9

2.3.

A Ciência e os Media

A cultura científica é uma das várias designações usadas para descrever a relação entre a ciência e o público (ou mais especificamente o que a população em geral sabe de ciência e o que pensa dela), que tem vindo a ser instituída como um “problema social”, que carece de consideração social, análise científica e intervenção política. A cultura científica está longe de ser uma preocupação recente, a sua divulgação ao público através dos Museus e Centros de Ciência são um dos principais instrumentos das políticas de promoção da cultura científica nas últimas duas décadas. O número de centros de ciência registou um espantoso crescimento, tanto nos países desenvolvidos como em alguns países em vias de desenvolvimento. Em praticamente todos os países europeus se regista a tendência de criação de centros de ciência, alguns de relevo internacional, exportando exposições e ditando tendências (Scielo, 2010).

Os mundos da ciência e dos media, sendo distintos, têm vindo cada vez mais a relacionar-se. A ciência e a cultura científica ocupam um lugar cada vez mais proeminente na sociedade, sendo por isso natural que os jornalistas se interessam cada vez mais pela actividade dos cientistas. Eles são os indispensáveis intermediários no processo de comunicação da ciência com o público, promovendo neste o desenvolvimento de uma cultura científica adequada às necessidades da vida moderna. Como refere Fiolhais (2002), num «Inquérito à Cultura Científica dos Portugueses» se concluía que as fontes principais de cultura científica eram os media, e não a escola.

Na verdade, os resultados do último inquérito à cultura científica dos portugueses, divulgados no final de 2000, revelaram ainda a fragilidade dos conhecimentos do grande público, embora relativamente ao inquérito de 1997 tenha aumentado o interesse por este tema (Pavconhecimento, 2010).

Os meios de comunicação social são a principal fonte da informação que os indivíduos recebem sobre Ciência. Tem – se registado um número crescente de artigos sobre ciência nos media. Em Portugal, (Mendes, 2003) apurou que o número de notícias sobre ciência na imprensa quadruplicou entre 1990 e 1997, sendo o ambiente um dos temas mais frequentes, ainda que a maioria das notícias diga respeito a eventos negativos (riscos, controvérsias, catástrofes ecológicas). Os media fazem, desfazem, seleccionam e reconstroem as situações de catástrofe, operam uma triagem entre o banal e o espectacular, ocultando alguns riscos e amplificando outros. Consequentemente, a percepção do risco tende a ser mais acentuada em eventos dramáticos que recebem mais atenção dos media. Na opinião de muitos peritos científicos, os media são responsáveis pela promoção de „crenças irracionais‟ no público que pressionam os poderes a tomar

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10

medidas reguladoras excessivas e com efeitos contraproducentes – a atenção dedicada a riscos ‟mediatizados‟ diminui a atenção prestada a riscos reais (Observa, 2010).

Aparentemente existe uma enorme dificuldade na comunicação entre cientistas e os jornalistas. Os mal-entendidos entre cientistas e jornalistas são frequentes. Muito comum, são os erros cometidos ao divulgar resultados de investigações. Muitos cientistas acham que os media deturpam as informações e por isso, não gostam e não querem ser entrevistados. Os cientistas são em geral demasiado exigentes para com os outros, pedem aquilo que eles próprios nem sempre dão. Poucos, são capazes de falar claro a jornalistas ou, em geral, ao público. Num relatório publicado em 1998 pelo First Amendment Center ( uma organização independente norte – americana), a maioria dos cientistas consideram que os media « não compreendem», «estão mais interessados nas vendas», «focam mais o que é moda», «procuram o sensacional», «querem respostas instantâneas», «são ignorantes nos processos científicos», «não sabem interpretar resultados», «exageram os riscos», «não dispõe de preparação adequada», «raramente acertam nos detalhes», «não compreendem a necessidade de investimento na ciência fundamental» e, finalmente, « focam demasiado as personalidades». Curioso é que os jornalistas, colocados perante as mesmas afirmações, concordavam com a generalidade delas, embora em percentagem menos elevada.(Fiolhais, 2002). Esta posição só piora a situação, torna-se importante que haja uma aproximação dos cientistas aos meios de comunicação e vice-versa. A divulgação científica é extremamente importante e a sociedade quer saber, quer conhecer, quer aprender. A desejabilidade de uma população dotada de aceitáveis níveis de literacia e cultura científica sustenta-se em vários vectores: uma mão-de-obra qualificada; condições propícias ao desenvolvimento económico; apoio às políticas de financiamento público da ciência e tecnologia; participação cívica na tomada de decisões de cariz técnico; atitudes favoráveis face às inovações tecnológicas e aos desenvolvimentos.

A autora está convicta de que é importante fazer uma divulgação científica de qualidade, mas sem uma boa educação científica não chegaremos a nenhum lado. A divulgação científica só por si, sem uma audiência minimamente preparada para a sua interpretação e debate, não terá forma de prosperar.

2.4.

O Ensino das Ciências (da Química)

O problema da educação científica está na ordem do dia, em Portugal como noutros países, mas tem decerto maior acuidade aqui do que noutros lados, atendendo ao nosso menor desenvolvimento. A escola parece divorciada da ciência. Na nossa escola básica e

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secundária não surgem com suficiente visibilidade a interrogação e a experimentação. Não surge a ciência tal qual se faz. A ciência que se ensina não é bem escolhida e nem sempre é bem transmitida. No entanto, a ciência continua a ser essencial e, se não for bem ensinada e aprendida na escola, os jovens estarão decerto mal preparados para a vida. Um dos remédios, cada vez mais adoptado nas sociedades desenvolvidas é, começar a educação científica, o mais cedo possível. As crianças nascem com uma curiosidade que convém satisfazer e ampliar. Temos uma escola que mata, sem dó nem piedade, a curiosidade das crianças. Umas das razões, talvez a principal, para a falta de ciência na escola pré – primária e primária é, a falta de cultura científica da «máquina» da educação (Fiolhais, 2002).

Em Portugal, desde o ano de 2006 que a média nacional, do exame nacional de Física e Química A, é sempre inferior a 10,0 valores. A Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) está preocupada. Foi a prova do secundário com a média nacional mais baixa (8,1 valores) e com maior taxa de reprovação (25 %) da 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário, no ano de 2010.

Para a SPQ "chegou-se a uma situação que exige uma intervenção de fundo a diferentes níveis: começando nos programas, passando pelos métodos de ensino, dimensão das turmas, cargas horárias, produção e edição dos manuais e de outros elementos de apoio ao ensino, e finalmente, terminando na elaboração das provas", defende. "Não podemos esquecer que os exames são apenas uma parte de todo o processo e é preciso evitar soluções que se limitem a actuar sobre as estatísticas mais mediáticas", diz a sociedade científica em comunicado escrito (Jornal Público – 09/07/2010).

Para Mariano Gago não é preciso debater se a ciência em Portugal tem futuro, porque "obviamente, tem. É uma questão de necessidade" (ECTP, 2010).

2.5.

O Ensino da Química no Terceiro Ciclo do Ensino Básico e no

Secundário

As competências essenciais para a literacia científica a desenvolver durante o terceiro ciclo, do ensino básico, preconizam o desenvolvimento de competências específicas em diferentes domínios como o do conhecimento (substantivo, processual e epistemológico), do raciocínio, da comunicação e das atitudes. Tal exige o envolvimento dos alunos no processo ensino aprendizagem, através de experiências educativas diferenciadas

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que a escola lhes proporciona. Estas, por um lado, vão de encontro aos seus interesses pessoais e, por outro, estão em conformidade com o que se passa à sua volta.

Para o desenvolvimento das competências definidas propõe-se a organização do programa de ciências no terceiro ciclo do ensino básico em torno de quatro temas organizadores:

Terra no Espaço

Terra em Transformação

Sustentabilidade na Terra

Viver Melhor na Terra

A coerência conceptual e metodológica dos quatro temas gerais tem subjacente a ideia estruturante que a seguir se apresenta e que consta da Figura 1.

Figura 1 – Esquema organizador dos quatro temas

O esquema organizador da figura 1, salienta a importância de explorar os temas numa perspectiva interdisciplinar, em que a interacção Ciência – Tecnologia – Sociedade – Ambiente, deverá constituir uma vertente integradora e globalizante da organização e da aquisição dos saberes científicos. Esta vertente assume um sentido duplo no contexto da aprendizagem científica ao nível da escolaridade básica e obrigatória. Por um lado, possibilita o alargar os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos não só o acesso aos produtos da Ciência mas também aos seus processos, através da compreensão das potencialidades e limites da Ciência e das suas aplicações tecnológicas na Sociedade.

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Por outro lado, permite uma tomada de consciência quanto ao significado científico, tecnológico e social da intervenção humana na Terra, o que poderá constituir uma dimensão importante em termos de uma desejável educação para a cidadania.

Atente-se a que qualquer dos temas envolve as componentes: científica, tecnológica, social e ambiental, embora seja diferente a ênfase a dar na exploração destas componentes em cada um (no tema Sustentabilidade na Terra, é proposto o subtema – Gestão Sustentável dos Recursos – e, no tema Viver Melhor na Terra é proposto o subtema – Ciência e Tecnologia e Qualidade de Vida). Outro aspecto a salientar tem a ver com a articulação dos temas. Com a sequência sugerida pretende - se que, após terem compreendido conceitos relacionados com a estrutura e funcionamento do sistema Terra, os alunos sejam capazes de os aplicar em situações que contemplam a intervenção humana na Terra e a resolução de problemas daí resultantes, visando a sustentabilidade na Terra (Min. Educação, 2010).

Porém, embora se identifique no currículo nacional do ensino básico perspectivas de educação para desenvolvimento sustentável, nem sempre as práticas docentes são orientadas por preocupações e perspectivas de educação para a sustentabilidade.

Atendendo às razões expostas, advoga-se o ensino das Ciências Físico – Químicas como fundamental. Este, na educação básica corresponde a uma preparação inicial que será aprofundada, no ensino secundário, apenas por uma minoria.

No ensino secundário, a disciplina designa-se de Física e Química A ou Física e Química B. Sendo estas áreas experimentais tão vastas e pertinentes, estará adequado juntar a Física e a Química numa disciplina única, como se de um único currículo se tratasse? Para o desenvolvimento do nível de secundário, não seria mais produtivo e motivador para os alunos que estas ciências fossem leccionadas em separado, durante todo o ano? Seria uma forma de mostrar que cada ciência tem o seu valor intrínseco e objectivo bem definido. Poderia também optar-se por associar a Química com a Biologia, ou a Física com Matemática, ou Geologia com a Geografia. É também um processo mais coerente de contextualizar a aprendizagem e ensinar segundo a vocação / interesse dos alunos.

Na realidade, a amálgama das ciências torna o currículo mais extenso, coloca pressão nos professores e alunos para o seu cumprimento e deixa pouco espaço de manobra para leccionar de forma criativa, com actividades diversificadas, motivadoras e cativantes que façam os alunos embrenhar-se no conhecimento e esquecer o tempo passado dentro da sala de aula (Matos et al., 2002). Estes aspectos são muito importantes para o professor e coloca desafios constantes: levar actividades diversas para todas as aulas, de modo a manter a motivação elevada. São aulas que exigem mais investimento, mais recursos didácticos, e, também, recursos materiais!

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Será que os programas foram bem contextualizados na realidade nacional? Provavelmente, não se procurou conhecer o país e as suas necessidades, para ensinar a Química que nos interessa e que se aplica à nossa realidade.

O currículo do secundário é bastante diferenciado dos ciclos anteriores, o que é consistente com a tradição portuguesa, mas para atingir resultados, atendendo ao desenvolvimento cognitivo, actualmente bem conhecido, deveria pensar-se nas ciências de modo independente. Seria mais útil separar a Física, Química, Biologia e Geologia para os alunos fazerem escolhas mais adequadas à sua vocação e criar-se um plano de trabalho transversal mais consistente.

2.6.

A Química no Futuro

O favorecimento de uma cultura da ciência é a melhor garantia de que se estimula na sociedade o espírito crítico e participativo, de que se promove o desejo e o gosto de conhecer e aprender. Se, na linguagem de todos os dias, os valores, as atitudes e as expectativas de índole científica não circularem nem se afirmarem, a própria capacidade de representar e manipular a realidade fica severamente limitada. As escolhas não serão certamente as mais adequadas aos tempos e aos contextos em que vivemos (Caraça, 2001).

Vemos surgirem preocupações públicas com grandes temas que necessitam fortemente do contributo da investigação científica, como a saúde, o ambiente, o espaço, o crescimento populacional, a energia, o crime organizado. Não servirão as questões que se levantam nestes sectores de garantia quanto a uma evolução da ciência e em particular da química, num percurso que se estende pelo futuro?

Evidentemente, não o sabemos. E por isso temos o dever de alertar os cidadãos conscientes deste mundo para alguns aspectos perigosos e perversos que se perfilam no horizonte; para que a nova visão do universo e do mundo, em que a ciência tem um papel relevante na articulação dos saberes e que ensaia os seus primeiros passos, consiga orientar confiantemente a humanidade rumo ao futuro.

Uma coisa é certa: contra a ciência, contra esse saber que é feito e usado todos os dias, que pulsa nos cérebros dos trabalhadores da comunidade científica e que entusiasma os que a aprendem, geração após geração, não se conseguirá caminhar no século XXI (Caraça, 2001).

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No que respeita à Química e ao futuro, a interrogação baseia-se em saber se ao longo do século XXI a aplicação da metodologia da química, vai-se fortalecer e estender às problemáticas de maior relevância para a humanidade ou, pelo contrário, enfraquecer e reduzir o seu campo de acção. A utilização da química na procura de soluções de sustentabilidade para o desenvolvimento futuro irá exigir novas estruturas conceptuais, novos métodos e novas disponibilidades dos cientistas e educadores.

A Química tem de procurar o diálogo, tem de promover a interacção, tem de se conseguir articular com os outros saberes disciplinares no âmbito da comunicação alargada que dá coerência ao quotidiano que prepara o futuro. Tem igualmente de privilegiar a sua tradução para linguagens sucessivamente mais simples até ao domínio do saber comum, contribuindo para uma robusta tomada de decisões, para um alargamento e aprofundamento da cultura científica no seio da sociedade civil, promovendo a formação e a educação ao longo da vida.

Precisamos pois de ciência, de muita ciência, de boa ciência. A interactividade é a chave da mudança.

A capacidade de projectar o futuro será cada vez mais importante para gerir, controlar e procurar minimizar os riscos sociais, tecnológicos e ambientais que se irão criar ao longo do século XXI.

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Objectivos e Metodologias da Investigação

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3.1. Introdução

Este capítulo descreve as metodologias utilizadas nesta dissertação, que se baseou no desenvolvimento de um projecto de natureza investigativa com incidência em trabalho de campo, com o objectivo de compreender mais profundamente e interpretar mais acertadamente a importância atribuída à Química na sociedade actual.

3.2. Fundamentos metodológicos

A metodologia que é utilizada em qualquer pesquisa científica deve ser coerente com o quadro teórico que lhe está subjacente e com as finalidades pretendidas

.

Na pesquisa científica, especialmente em Ciências da Educação, podem considerar-se dois tipos extremos de investigação, a qualitativa e a quantitativa, diferindo entre si no que respeita ao processo de investigação e à produção de conhecimento (Carmo & Ferreira, 1998). Segundo estes autores a investigação qualitativa é um modelo de investigação que privilegia a descrição e o estudo das percepções pessoais. Os dados recolhidos designam-se por qualitativos, designam-sendo ricos em pormenores descritivos relativamente a acontecimentos, situações, locais e sujeitos implicados. Dado que se trata de uma investigação essencialmente descritiva, os dados recolhidos são em forma de palavras ou imagens e não em números, sendo o investigador, o principal agente de recolha de dados.

As estratégias mais representativas da investigação qualitativa são a observação participante e a entrevista em profundidade.

Numa abordagem quantitativa as questões do estudo e o design são estabelecidos inicialmente como guia de estudo (sabendo-se logo à partida aquilo a que o estudo deve responder), os dados apresentam-se sobre a forma de números (a partir de contagem, frequência em escalas ou ambos). A medição transforma os dados em números e a sua função é ajudar-nos a fazer comparações. Na abordagem qualitativa, pelo contrário, no início apenas se estabelecem grandes questões gerais, que se especificam à medida que se obtêm os dados empíricos. Estes não são nem estruturados nem numéricos.

As vantagens e inconvenientes relativos à adequada utilização de métodos quantitativos e qualitativos têm sido objecto de discussão nas últimas décadas, pelo que tem sido encarada a possibilidade de utilizar uma articulação de ambos. Reichardt & Cook, 1986 citados por Carmo & Ferreira, 1998; indicam as vantagens de combinar métodos, nomeadamente quando se trata de trabalhos de investigação com propósitos múltiplos, pois

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