Físico-Química III
Físico-Química III
Cinética Química
Cinética Química
Catálise Homogênea & Heterogênea
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• CONTEÚDO
– Velocidades das Reações Químicas.
– Dinâmica Molecular das Reações.
–Catálise Homogênea & Heterogênea:
•Catálise Homogênea: Características da Catálise Homogênea; Catálise Enzimática.
•Catálise Heterogênea: Crescimento das Superfícies; Composição das Superfícies; Adsorção Física e Química; Isotermas de Adsorção; Velocidades de Processos nas Superfícies; Adsorção e Catálise; Exemplos de Catálise.
– Cinética das Reações Complexas. Programa da Disciplina: Conteúdo
Parte 1 Parte 2 Parte 3
Cont. Parte 4
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• Catalisador: Efeitos
– Um catalisador é uma substância que acelera uma reação, sem ser consumida no processo.
– Seu efeito líquido é o de diminuir a energia de ativação, através de uma rota que evita a etapa lenta.
– O catalisador não altera a termo-química da reação (propriedades como ΔHr e ΔGr não se modificam). Introdução
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• Catalisador: Definições
– Um catalisador homogêneocatalisador homogêneo é aquele que está na mesma fase da mistura reacional.
– Um catalisador heterogêneocatalisador heterogêneo é aquele que está em uma fase diferente da mistura reacional.
➔ Uma enzima é um catalisador enzima
biológico (homogêneo) específico, com efeito marcante na velocidade. Introdução
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• Catalisador: Exemplos
➔ A energia de ativação da decomposição do peróxido de
hidrogênio em solução aquosa é Ea = 76 kJ/mol.
●Esta reação é catalisada por íons iodeto, com Ea = 57 kJ/mol (aumento de ~2x103 na constante de velocidade).
●Esta reação é catalisada pela enzima catalase, com E
a = 8 kJ/mol (aumento de ~1015).
➔ Um exemplo de catálise heterogênea é o da hidrogenação do
eteno a etano, que ocorre na superfície de Pd, Pt e Ni.
●O metal fornece uma superfície na qual os reagentes se ligam,
o que facilita os encontros entre as espécies.
Introdução
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• Catálise Homogênea: Características
– Pode-se ter uma compreensão sobre a ação de um catalisador pela investigação da decomposição do peróxido de hidrogênio:
➔ Acredita-se que a reação, catalisada por íons H
3O+ e I–,
ocorra com um mecanismo com pré-equilíbrio: Catálise Homogênea
H2O2+H3O + ⇌
k−1 k1
H3O2 ++H
2O
H3O2++I -→ k2
HOI +H2O
H2O2+HOI → k3
H3O ++
O2 +I
-K '≃ [H3O2 +]
[H2O2][H3O +]
v2=k2[H3O2 +][I-]
(Etapa rápida) 2H2O2(aq)→2H2O(ℓ)+O2(g)
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• Catálise Homogênea: Características
– Pode-se ter uma compreensão sobre a ação de um catalisador pela investigação da decomposição do peróxido de hidrogênio:
➔ Acredita-se que a reação, catalisada por íons H
3O+ e I–,
ocorra com um mecanismo com pré-equilíbrio: Catálise Homogênea
+d[O2]
dt ≃kef[H2O2][H3O +][I-]
kef=k2K ' ≫k2 2H2O2(aq)→ 2H2O(ℓ)+O2(g)
H2O2+H3O +
⇌ k−1 k1
H3O2 + +
H2O
H3O2 ++
I -→ k2
HOI +H2O
H2O2+HOI → k3
H3O +
+O2+I
-11
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• Catálise Homogênea: Características
– Pode-se ter uma compreensão sobre a ação de um catalisador pela investigação da decomposição do peróxido de hidrogênio:
➔ Acredita-se que a reação, catalisada por íons H
3O+ e I–,
ocorra com um mecanismo com pré-equilíbrio:
➢ O mecanismo proposto leva a
dependência correta com o pH do meio e a concentração de íons I–.
➢ A energia de ativação observada é
a da constante efetiva kef. Catálise Homogênea
2H2O2(aq)→ 2H2O(ℓ)+O2(g)
+d[O2]
dt ≃kef[H2O2][H3O +][I-]
kef=k2K ' ≫k2
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Enzimas são catalisadores biológicos homogêneos, constituídos por proteínas especializadas.
➔ Possuem um sítio ativo, responsável pela ligação do sítio ativo substrato substrato
(reagente) e de sua subsequente reação, em uma via rápida.
➔ A enzima é restaurada no final, através do retorno do sítio
ativo ao seu estado original após a liberação dos produtos.
➔ Cada enzima possui um sítio ativo específico para a reação na
qual ela atua.
➔ Devido a especificidade do sítio ativo, cada enzima é um
catalisador específico. Catálise Homogênea
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Ex.: A catalase (hidroperoxidase) é uma enzima intracelular que atua na decomposição do peróxido de hidrogênio.
➔ Os sítios ativos possuem
grupos heme (ferro-porfirina), responsáveis pelo controle da reação da proteína com o peróxido de hidrogênio.
➔ Esta enzima é um tetrâmero,
onde cada um dos polipeptídeos contém mais de 500 aminoácidos. (60 kDa cada – 240 kDa no total) [Ou seja: 240 kg/mol] Catálise Homogênea
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Ex.: A catalase (hidroperoxidase) é uma enzima intracelular que atua na decomposição do peróxido de hidrogênio.
➔ Está presente em quase todos os organismos aeróbicos (que
são expostos ao oxigênio).
➔ É utilizada pela indústria alimentícia, especialmente na de
laticínios, antes da produção de queijos.
➔ Possui uma velocidade catalíticavelocidade catalítica (ou constante catalíticaconstante catalítica) das
mais altas dentre todas as enzimas.
➔ Uma única enzima pode converter, a cada segundo, ~40
milhões de moléculas de H2O2 em H2O e O2!(*) Catálise Homogênea
(*) D. S. Goodsell, Catalase, RCSB Protein Data Bank, 2007.
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Reações controladas por enzimas podem ser inibidas por moléculas que interferem na formação dos produtos.
➔ Muitas drogas utilizadas no tratamento de doenças funcionam
por inibição enzimática.inibição enzimática
➔ Um importante tratamento da AIDS envolve o uso de um
inibidor de protease.
➔ Esta é uma proteína-chave na síntese do envelope protéico
que envolve o material genético do vírus HIV.
➔ Sem este envelope o vírus não pode se replicar no organismo
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Estudos experimentais envolvem a medida de velocidades iniciais em soluções contendo baixas concentrações da enzima.
➔ Observa-se experimentalmente que:
1. Para uma concentração inicial de substrato, [S]0, a velocidade
inicial é proporcional à concentração total da enzima, [E]0.
2. Para uma concentração inicial da enzima, [E]0, a velocidade
inicial é proporcional à baixa concentração do substrato, [S]0.
3. Nas altas concentrações do substrato, a velocidade atinge um valor limite, vmax.
Catálise Homogênea
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
– Estudos experimentais envolvem a medida de velocidades iniciais em soluções contendo baixas concentrações da enzima.
➔ Observa-se experimentalmente que:
➢ Deve-se notar que o gráfico se
refere a velocidade inicial Catálise Homogênea
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ O mecanismo proposto pode ser descrito como uma etapa de
“pré-equilíbrio”, anterior à formação dos produtos:(‡)(*)(**)
➔ A lei de velocidade é obtida a partir da aproximação do estado
estacionário.(**) Catálise Homogênea
E+S ⇌ ka' ka
ES → kb
E+P
v=kb[ES],+ d[ES]
dt =ka[E][S] −ka'[ES] −kb[ES]≃ 0
(*) L. Michaelis, M. L. Menten; Biochem Z., 49, 333 (1913). (**) G. E. Briggs, J. B. S. Haldane; Biochem J., 19, 338 (1925). (‡) Na realidade não se trata de um pré-equilíbrio!
(Última etapa é rápida = Controle por Difusão)
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ O mecanismo proposto pode ser descrito como uma etapa de
“pré-equilíbrio”, anterior à formação dos produtos:
➔ A lei de velocidade é obtida a partir da aproximação do estado
estacionário, onde [E] e [S] são as concentrações livres. Catálise Homogênea
v =
(
kakb ka' +kb)
[E][S]
E+S ⇌ ka' ka
ES→ kb
E+P
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ O mecanismo proposto pode ser descrito como uma etapa de
“pré-equilíbrio”, anterior à formação dos produtos:
➔ Como: [E]
0 = [E] + [ES], e levando em conta que o substrato
está geralmente em excesso, de modo que [S]0 ≈ [S], tem-se:
Catálise Homogênea
Eq. Michaelis Const. Michaelis v ≃ kb[E]0
1+KM[S]0−1, KM= ka'+kb
ka =[E][S]
[ES] v =
(
kakbka'+ kb
)
[E][S] ⇒E+S ⇌ ka' ka
ES→ kb
E+P
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ A constante de Michaelis K
M é característica de uma enzima
atuando sobre um substrato; possui unidade de concentração.
➔ A equação de Michaelis está de acordo com as observações:
➢ Quando [S]
0 << KM: Catálise Homogênea
v ≃
(
kakb ka' +kb)
[E]0[S]0∝ [S]0
Eq. Michaelis Const. Michaelis v ≃ kb[E]0
1+KM[S]0
−1, KM= ka'+kb
ka =
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ A constante de Michaelis K
M é característica de uma enzima
atuando sobre um substrato; possui unidade de concentração.
➔ A equação de Michaelis está de acordo com as observações:
➢ Quando [S]
0 >> KM: Catálise Homogênea
v ≃vmax=kb[E]0
Eq. Michaelis Const. Michaelis v ≃ kb[E]0
1+KM[S]0
−1, KM= ka'+kb
ka =[E][S]
[ES]
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ Gráfico de Linewear-BurkGráfico de Linewear-Burk: Relaciona 1/vversus 1/[S]
0.
➔ Devido a última equação:
Catálise Homogênea
Eq. Michaelis Const. Michaelis v ≃ kb[E]0
1+KM[S]0−1, KM= ka'+kb
ka =[E][S]
[ES] vmax=kb[E]0 ⇒v ≃
vmax
1+ KM[S]0
−1 ⇔
1
v =
1
vmax +
(
KM vmax)
1
[S]0
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ Gráfico de Linewear-BurkGráfico de Linewear-Burk: Relaciona 1/vversus 1/[S]
0.
➔ Devido a última equação:
➔ Este gráfico deve ser uma reta de inclinação K
M/vmax.
➔ Interseção no eixo y em 1/v
max e no eixo x em -1/KM.
➔ NotaNota: v = ½v
max para [S]0 = KM. Catálise Homogênea
vmax=kb[E]0 ⇒v ≃ vmax
1+ KM[S]0
−1 ⇔
1
v =
1
vmax
+
(
KMvmax
)
1
[S]0
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Mecanismo de Michaelis-MentenMecanismo de Michaelis-Menten
➔ Gráfico de Linewear-Burk:Gráfico de Linewear-Burk
➢O valor de kb é calculado a partir da interseção com o eixo y e da relação vmax = kb[E]0.
➢O valor de k
a é obtido a partir de técnicas resolvidas no tempo, como escoamento interrompido.
➢O valor de ka' é obtido de KM (eixo x) e do conhecimento de ka e kb.
Catálise Homogênea
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Catálise Homogênea
• Questão 4
– A 25 °C, a conversão enzimática de um substrato tem a constante de Michaelis igual a 0,042 molL-1. A velocidade da
reação é de 2,45x10-4 molL-1s-1, quando a concentração do
substrato é de 0,890 molL-1. Qual o máximo de velocidade
nessa enzimólise?
Resp.: 2,57x10-4 mol·L-1s-1.
v≃ kb[E]0
1+KM[S]0
−1, vmax=kb[E]0, KM=
ka'+kb ka
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Eficiência CatalíticaEficiência Catalítica
➔ A constante catalíticaconstante catalítica(*) de uma enzima k
cat corresponde ao
número (máximo) de ciclos catalíticos por unidade de tempo.
➔ Esta grandeza é equivalente a k
b no mecanismo de Michaelis:
➔ A “eficiência catalítica” eficiência catalítica ε é definida como a razão k
cat/KM, logo: Catálise Homogênea
vmax =kb[E]0⇒ kcat=kb= vmax [E]0
= +d
dt
(
[P] [E]0)
max(*) Também chamada velocidade específica máximavelocidade específica máxima .
ε =kcat
KM
= kakb
ka'+kb
Constante de velocidade da reação
⇒ ε≃ka, ka'≪kb
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Catálise Homogênea
• Ex.#1: Determinação da Eficiência Catalítica
– A enzima anidrase carbônica catalisa a hidratação do CO2 nas
células vermelhas do sangue para produzir íons bicarbonato: CO2 + H2O H+ + HCO3–. Os seguintes dados foram obtidos
para a reação em pH = 7,1, a 273 K, com a concentração da enzima de 2,3 nmolL-1:
Determine a eficiência da anidrase nestas condições.
[CO2]/mmolL
-1 1,25 2,50 5,00 20,0
v/molL-1s-1 2,78E-5 5,00E-5 8,33E-5 1,67E-4
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Catálise Homogênea
• Ex.#1: Determinação da Eficiência Catalítica
➔ O gráfico de Linewear-Burk possibilita determinar os valores
de KM e vmax, e da concentração da enzima obtém-se kcat e ε:
1
v =
1
vmax +
(
KMvmax
)
1[S]0
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Catálise Homogênea
• Ex.#1: Determinação da Eficiência Catalítica
➔ O gráfico de Linewear-Burk possibilita determinar os valores
de KM e vmax, e da concentração da enzima obtém-se kcat e ε:
vmax=2,5×10−4mol L−1s−1
vmax→1/Coef. Linear
KM =1,0×10−2 molL−1
KM→Coef. Angular×vmax
kcat=1,1×10 5
s−1
kcat→vmax/ [E]0
ε =1,1×107
L mol−1 s−1
ε→kcat/KM
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 5000
10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
f(x) = 39969,617 x + 4002,026 R² = 1,000
1/[CO2]
1
/v
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Um inibidor I diminui a velocidade da reação ligando-se à
enzima, ao complexo enzima-substrato ou a ambos.
➔ O inibidor I diminui a concentração do complexo ativo ES pela
formação de espécies inertes EI e/ou ESI.
➔ No primeiro caso, a formação de EI impede a de ES, pois I se
liga mais fortemente ao sítio ativo que S.
➔ No segundo S e I se ligam a sítios distintos: forma-se ES mas
o inibidor se liga a outro sítio formando a espécie inerte ESI. Catálise Homogênea
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Um inibidor I diminui a velocidade da reação ligando-se à
enzima, ao complexo enzima-substrato ou a ambos.
➔ O esquema mais geral de inibição é:
Catálise Homogênea
E+ I⇌EI KI = [E][I]
[EI]
ES+ I⇌ ESI KI'= [ES][I]
[ESI]
Os inibidores mais eficientes levam aos menores valores de KI e KI'
E+S ⇌ ka' ka
ES→ kb
P KM= [E][S]
[ES]
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• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Um inibidor I diminui a velocidade da reação ligando-se à
enzima, ao complexo enzima-substrato ou a ambos.
➔ Com a inibição, a lei de velocidade pode ser escrita como:
➔ NotaNota: estas equações têm a forma da equação de Michaelis e do
gráfico de Linewear não inibidos (para os quais α = α' = 1).
Catálise Homogênea
v ≃ vmax
α' +αKM[S]0
−1 ⇔
1
v =
α' vmax
+
(
αKMvmax
)
1
[S]0
α =1+ [I]
KI α' =1+
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Há três formas principais de inibição.
1.
1.Inibição CompetitivaInibição Competitiva: neste caso, o inibidor se liga apenas ao sítio ativo, impedindo a formação de ES e ESI, de modo que: Catálise Homogênea
α =1+ [I]
KI
>1,α'=1+ [I]
KI'
≃1
KI=[E][I] [EI] > 1,KI'=
[ES][I] [ESI] →∞ 1
v =
α' vmax
+
(
αKMvmax
)
1
[S]0
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Há três formas principais de inibição.
2.
2.Inibição Não-CompetitivaInibição Não-Competitiva: neste caso, inibidor e substrato se ligam simultaneamente a sítios distintos, de modo que: Catálise Homogênea
α =1+ [I]
KI
≃1,α'=1+ [I]
KI'
>1
KI=
[E][I]
[EI] →∞ , KI'=
[ES][I] [ESI] > 1 1
v =
α' vmax
+
(
αKMvmax
)
1
[S]0
α =1+ [I]
KI
≃1,α'=1+ [I]
KI'
>1
KI=
[E][I]
[EI] →∞ , KI'=
[ES][I] [ESI] > 1 1
v =
α' vmax
+
(
αKMvmax
)
1
[S]0
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Catálise Enzimática & Inibição Enzimática
–Inibição EnzimáticaInibição Enzimática
➔ Há três formas principais de inibição.
3.
3.Inibição MistaInibição Mista: neste caso, inibidor se liga a sítios de E e de ES, reduzindo a ligação do substrato, de modo que: Catálise Homogênea
α =1+ [I]
KI
>1 ,α'=1+ [I]
KI'
> 1 1
v =
α' vmax
+
(
αKMvmax
)
1
[S]0
KI=
[E][I] [EI] > 1,KI'=
[ES][I] [ESI] > 1
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Catálise Homogênea
• Ex.#2: Inibição Enzimática
– Os seguintes resultados foram obtidos quando a velocidade de uma enzimólise foi acompanhada (a) sem inibidor e (b) com inibidor (na concentração de 15 μmol·L-1):
Determine se a reação é competitiva (com formação de EI), não-competitiva (com formação de ESI) ou mista com formação de EI e ESI).
[S]0/10
-4mol·L-1 1,0 3,0 7,0 12,0
(a): v0/μmol·L
-1s-1 0,49 0,95 1,3 1,5
(b): v0/μmol·L
-1s-1 0,27 0,52 0,71 0,81
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Catálise Homogênea
Fim da Parte 1
Fim da Parte 1
Cinética Química Empírica
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Introdução
– É possível investigar experimentalmente os detalhes estruturais e a composição dos sólidos, que influenciam o mecanismo das reações que ocorrem em suas superfícies.
– Quase toda indústria química moderna depende da aplicação e do desenvolvimento de catalisadores, muitas vezes heterogêneo.
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• Crescimento das Superfícies
– O crescimento das superfícies ocorre a partir da fixação de átomos ou moléculas a superfície de um sólido.
– O processo de fixação é denominado adsorção, e o processo adsorção inverso é a dessorçãodessorção.
– A substância que é adsorvida é o adsorvatoadsorvato, e o material sobre o qual ocorre o processo é o adsorvente ou adsorvente substrato.substrato
➔ A adsorção de partículas possibilita o crescimento da superfície
de um cristal. Catálise Heterogênea
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• Crescimento das Superfícies
– Devido a forças intermoleculares atrativas, as partículas de um gás perdem energia quando colidem com uma superfície.
– No entanto, geralmente escapam antes de ocorrer a sua fixação na superfície.
– Este modelo se altera quando a superfície tem defeitos, devido à existência de arestas e vértices de camadas incompletas. Catálise Heterogênea
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• Crescimento das Superfícies
– Um defeito superficial típico é o degraudegrau, que separa duas camadas planas e regulares de átomos, denominadas terraçosterraços.
– No entanto, o próprio degrau pode conter irregularidades, dando origem a vérticesvértices.
Catálise Heterogênea
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• Tipos de Adsorção
– Átomos e moléculas podem se fixar de duas formas a uma superfície sólida:
1.
1.Adsorção Física (ou Fisissorção) : A fixação ocorre devido a forças Adsorção Física (ou Fisissorção)
intermoleculares entre o adsorvato e o substrato.
➔Forças intermoleculares são fracas, porém de longo alcance,
envolvendo a liberação de pequena quantidade de energia.
➔A energia liberada pode ser absorvida pela rede e dissipada como
movimento térmico.
➔À medida que a espécie se desloca pela superfície ocorre perda
gradual de energia, o que reduz seu movimento até que seja adsorvida (este processo é denominado “acomodação”).
Catálise Heterogênea
67
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Tipos de Adsorção
– Átomos e moléculas podem se fixar de duas formas a uma superfície sólida:
1.
1.Adsorção Física (ou Fisissorção) : A fixação ocorre devido a forças Adsorção Física (ou Fisissorção)
intermoleculares entre o adsorvato e o substrato.
➔Forças intermoleculares são fracas, porém de longo alcance,
envolvendo a liberação de pequena quantidade de energia.
➔A energia liberada pode ser absorvida pela rede e dissipada como
movimento térmico.
➔Entalpias de fisissorção típicas são da ordem de -20 kJmol-1, o que é insuficiente para romper ligações químicas, de modo que o adsorvato mantém sua identidade química (embora possa se deformar devido às interações com a superfície).
Catálise Heterogênea
68
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Tipos de Adsorção
– Átomos e moléculas podem se fixar de duas formas a uma superfície sólida:
2.
2.Adsorção Química (ou Quimissorção) : A fixação ocorre devido a Adsorção Química (ou Quimissorção)
formação de ligações químicas entre o adsorvato e o substrato.
➔Ligações químicas são mais fortes, porém de curto alcance, envolvendo a liberação de maior quantidade de energia.
➔O adsorvato tende a se acomodar em sítios que levem ao número
de coordenação máximo com o substrato.
➔Entalpias de quimissorção típicas são da ordem de -200 kJmol-1, o que é suficiente para romper ligações químicas, de modo que o adsorvato pode se decompor. A formação de fragmentos moleculares é a principal razão do efeito catalítico das superfícies.
73
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ É possível estimar o recobrimento de uma superfície, o que é
essencial a discussão da catálise heterogênea.
➔ O recobrimento de uma superfície na adsorção pode ser
quantificado pelo grau de recobrimentograu de recobrimento θ:
➔ Problema: como medir ou estimar o número de sítios ocupados
e disponíveis? Catálise Heterogênea
θ = N ° sítios de adsorção ocupados
N ° sítios de adsorção disponíveis
74
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ É possível estimar o recobrimento de uma superfície, o que é
essencial a discussão da catálise heterogênea.
➔ É mais conveniente se estimar θ pela razão entre o volume de
gás adsorvido V e o volume máximo de adsorção V∞:
➔ V
∞ é o volume no qual todos os sítios estão ocupados, e é
obtido experimentalmente a partir de isotermas de adsorção.isotermas de adsorção
(V∞ = Vmon = Volume correspondente a uma monocamada)
Catálise Heterogênea
θ = Volume de gás adsorvido(V)
Volume máximo de adsorção(V∞)
75
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ É possível estimar o recobrimento de uma superfície, o que é
essencial a discussão da catálise heterogênea.
➔ Adsorção: A técnica comumente utilizada na determinação de
θ consiste na medida do volume de afluência e efluência do
gás no sistema: a diferença entre os volumes é devida a adsorção do gás pela superfície investigada.
➔ Dessorção: Mede-se o aumento da pressão sobre a superfície,
provocado por um aumento de temperatura, aquecendo-se a superfície com um pulso elétrico: o aumento de pressão é devido a quantidade de adsorvato liberado pela amostra. Catálise Heterogênea
76
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ É possível estimar o recobrimento de uma superfície, o que é
essencial a discussão da catálise heterogênea.
➔ O gás livre e o adsorvido entram em equilíbrio dinâmico, de
modo que o grau de recobrimento depende da pressão do gás.
➔ O gráfico da variação de θ com a pressão, sob temperatura
constante, é denominado isoterma de adsorçãoisoterma de adsorção.
➔ Diferentes modelos são adotados na descrição teórica das
isotermas de adsorção experimentais. Catálise Heterogênea
77
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
➔ É o modelo mais simples e se baseia nas seguintes hipóteses:
1. Todos os sítios são equivalentes; (superfície uniforme, sem defeitos)
2. A ocupação de um sítio é independente da dos demais; (ausência de interações entre moléculas de adsorvato)
3. A adsorção satura quando todos os sítios são ocupados. (adsorção em monocamada)
Catálise Heterogênea
78
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
➔ A equação da isoterma pode ser obtida a partir da condição de
equilíbrio dinâmico, que pode ser representado da forma:
onde ka e kd são as constantes de velocidade da adsorção e
dessorção, respectivamente. Catálise Heterogênea
A(g)+M(superfície) ⇌
kd ka
79
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
➔ A velocidade de adsorção é proporcional a pressão parcial p do
adsorvato A e do número de sítios livres N(1-θ).
➔ A velocidade de dessorção é proporcional ao número de sítios
ocupados Nθ, onde N é o número total de sítios.
➔ No equilíbrio:
Catálise Heterogênea
+dθ
dt =ka
⏟
[pN(1−θ)] Adsorção−kd
⏟
[Nθ] Dessorção≈0⇒θ = Kp
1+ Kp, K = ka kd
80
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
➔ Se ocorrer dissociação, deve-se levar em conta a probabilidade
dos fragmentos ocuparem um número maior de sítios.
➔ Ex.: No caso de dois fragmentos por adsorvato, assume-se
que o processo é de segunda ordem (quanto aos sítios).
➔ No equilíbrio:
Catálise Heterogênea
+dθ
dt =kap[N(1−θ)] 2
⏟
Adsorção
−kd(Nθ)2
⏟
Dessorção
≈0⇒θ = (Kp)
1/2
1+(Kp)1/2, K= ka kd
83
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
Isoterma de Langmuir de adsorção não-dissociativa para diferentes valores de K.
Nota
Nota: as curvas mostradas, bem como o valor de K, são válidas para uma dada temperatura. Catálise Heterogênea
θ = Kp
1+ Kp
84
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
Isoterma de Langmuir de adsorção dissociativa para diferentes valores de K.
Nota
Nota: as curvas mostradas,
bem como o valor de K, são
válidas para uma dada temperatura. Catálise Heterogênea
θ = (Kp)
1/2
1+ (Kp)1/2
85
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Medida da Adsorção
–Grau de Recobrimento e Isotermas de AdsorçãoGrau de Recobrimento e Isotermas de Adsorção
➔ Isoterma de Langmuir
➔ Para a determinação de V
mon, utiliza-se a definição para θ na
equação de Langmuir, de modo que, no caso não-dissociativo:
➔ Portanto, o gráfico de p/V versus p deve ser uma reta de
coeficiente angular 1/Vmon e coeficiente linear 1/KVmon. Catálise Heterogênea
θ = V
Vmon =
Kp
1+Kp ⇒ p
V =
p
Vmon +
1
K Vmon
87
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Catálise Heterogênea
• Ex.#3: Aplicação da Isoterma de Langmuir
– Os dados da tabela seguinte são os da adsorção do CO sobre carvão a 273 K. Verifique se é válida a isoterma de Langmuir e
calcule a constante K e o volume de gás correspondente ao
recobrimento completo. Em cada caso, o volume V foi corrigido
para a pressão de 1,00 atm (101,325 kPa).
➔ A partir dos dados:
p
(kPa) 13,3 26,7 40,0 53,3 66,7 80,0 93,3
V
(cm3) 10,2 18,6 25,5 31,5 36,9 41,6 46,1
p
(kPa) 13,3 26,7 40,0 53,3 66,7 80,0 93,3
p/V
89
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Catálise Heterogênea
• Ex.#3: Aplicação da Isoterma de Langmuir
➔ O tratamento gráfico leva a:
Coef. Angular = 0,009
1/Vmon = 1/(0,009 cm -3)
1/Vmon = 111 cm 3 →θ
Coef. Linear = 1,20
1/KVmon = 1,20
1/K = 1/(111 cm3)x(1,20 kPa cm-3) 1/K = 7,51x10-3 kPa-1
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1,20
1,40 1,60 1,80 2,00 2,20
f(x) = 0,009 x + 1,197 R² = 0,998
p (kPa)
p
/V
(
k
P
a
/c
m
3
)
118
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Energética da Adsorção/DessorçãoEnergética da Adsorção/Dessorção
➔ Quando uma molécula se aproxima da superfície e sofre a ação
de interações atrativas, a sua energia diminui.
➔ Este processo, que sempre está presente nos processos de
superfície, corresponde à fisissorção.
➔ Na quimissorção, que pode levar a dissociação da molécula,
esta estabilização inicial é chamada “estado precursor”.
➔ Entre o “estado precursor” e o “estado quimissorvido” ocorre
uma elevação na energia da molécula, devida ao rearranjo da geometria molecular, mesmo que não ocorra a fragmentação. Catálise Heterogênea
119
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Energética da Adsorção/DessorçãoEnergética da Adsorção/Dessorção
➔ Entretanto, há duas situações:
a) A barreira entre os estados pode ser menor que a energia de estabilização inicial, de modo que a quimissorção não é um processo ativado, devendo ser uma etapa rápida;
b) A barreira é maior que a energia de estabilização, de modo que a quimissorção é um processo ativado, podendo ser a etapa lenta de uma reação.
Catálise Heterogênea
120
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Energética da Adsorção/DessorçãoEnergética da Adsorção/Dessorção
➔ Entretanto, há duas situações:
Catálise Heterogênea
125
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Velocidades de DessorçãoVelocidades de Dessorção
➔ A dessorção, tanto física quanto química, é sempre um
processo ativado, pois as partículas adsorvidas têm que sair de um poço de potencial. Quanto mais raso o poço, mais rapidamente as partículas sofrem dessorção.
➔ Assumindo que o processo seja de primeira ordem e que a
constante de velocidade tenha uma dependência com a temperatura dada pela equação de Arrhenius, com energia de dessorção Ed, o tempo de meia-vida t1/2 da adsorção é: Catálise Heterogênea
t1/2=
ln2
kd, kd=Ae
−Ed/RT ⇒ t1/2= τ0e
+Ed/RT
, τ0= ln2
A
126
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Velocidades de DessorçãoVelocidades de Dessorção
➔ Este resultado possibilita estimar o tempo de meia-vida da
dessorção para alguns processos.
➔ Dessorção Física: τ0 ≈ 10-12 s e Ed ≈ 25 kJ/mol
Dessorção Física: t1/2 ≈ 1 ns (sob T = 298 K)
Dessorção Física: t1/2 ≈ 1 s (sob T = 100 K) Catálise Heterogênea
t1/2=
ln2
kd
, kd=Ae
−Ed/RT ⇒ t 1/2 =τ0e
127
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Velocidades de DessorçãoVelocidades de Dessorção
➔ Este resultado possibilita estimar o tempo de meia-vida da
dessorção para alguns processos.
➔ Dessorção Química: τ0 ≈ 10-14 s e Ed ≈ 100 kJ/mol
Dessorção Química: t1/2 ≈ 1 h (sob T = 298 K)
Dessorção Química: t1/2 ≈ 1 s (sob T = 350 K) Catálise Heterogênea
t1/2= ln2 kd
, kd=Ae−Ed/RT
⇒t1/2 =τ0e
+Ed/RT
, τ0=ln2
A
134
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Langmuir-Hinshelwood
➔ Neste mecanismo se assume que a reação ocorre pelos
encontros promovidos pela difusão das espécies adsorvidas.
➔ Dessa forma, a lei de velocidade deve ser a de um processo de
segunda ordem no recobrimento da superfície: Catálise Heterogênea
A(ads)+B(ads)→P, v=kθAθB
135
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Langmuir-Hinshelwood
➔ A inclusão das isotermas apropriadas dá a expressão da
velocidade a partir das pressões parciais dos reagentes.
➔ Por exemplo, assumindo que os reagentes A e B obedeçam a
isoterma de Langmuir e não sofram dissociação:(*)
Catálise Heterogênea
θA= KApA
1+KApA+ KBpB
, ...⇒ v = k KAKBpApB (1+KApA+ KBpB)
2
(*) O grau de recobrimento de A (função de pA) e de B (função de pB) estão interligados.
141
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Langmuir-Hinshelwood
➔ Se houver mais de duas espécies adsorvidas, a equação é
válida se o encontro entre A e B for a etapa lenta da reação.
➔ Os parâmetros k eK's são dependentes da temperatura, de
modo que a velocidade não segue a equação de Arrhenius.
➢ Este mecanismo é o predominante na oxidação catalítica de
CO à CO2. Catálise Heterogênea
142
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Eley-Rideal
➔ Neste mecanismo se assume que a reação ocorre pela colisão
com uma molécula da fase gasosa com outra adsorvida.
➔ Assume-se que a velocidade é proporcional a pressão do gás
não-adsorvido e ao recobrimento da espécie adsorvida: Catálise Heterogênea
A(g)+ B(ads)→P, v =k pAθB
143
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Eley-Rideal
➔ A inclusão das isotermas apropriadas dá a expressão da
velocidade a partir das pressões parciais dos reagentes.
➔ Por exemplo, assumindo que a espécie adsorvida B obedece a
isoterma de Langmuir e não sofre dissociação: Catálise Heterogênea
θB=
K pB
1+K pB,... ⇒v= kK pApB
144
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Eley-Rideal
➢ Limite 1:Limite 1: Quando Kp
B >> 1, tem-se θB ≈ 1, de modo que a
superfície é quase completamente recoberta e a velocidade depende apenas da pressão parcial da espécie não-adsorvida; ou seja, a etapa determinante é a colisão entre A e B. Catálise Heterogênea
θB= K pB
1+K pB
,... ⇒v = kK pApB
1+ K pB
≈ k pA
145
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≈ kK pApB
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
• Velocidades de Processos nas Superfícies
–Adsorção e Atividade Catalítica HeterogêneaAdsorção e Atividade Catalítica Heterogênea
➔ Mecanismo de Eley-Rideal
➢ Limite 2:Limite 2: Quando Kp
B << 1, a velocidade é função das
pressões parciais das duas espécies, de modo que o grau de recobrimento da superfície do catalisador é importante para a velocidade da reação.
Catálise Heterogênea
θB= K pB
1+K pB
,... ⇒v = kK pApB
1+ K pB
150
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Catálise Heterogênea
Fim da Parte 2
Fim da Parte 2
Cinética Química Empírica
187
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 8:
– Uma monocamada de moléculas de CO (área efetiva de
0,165 nm2) é adsorvida sobre a superfície de 1,00 g de
catalisador de Fe e Al2O3 (alumina) a 77 K (temperatura de
ebulição normal do nitrogênio líquido). O volume do gás
dessorvido pelo aquecimento da amostra é de 4,25 cm3,
medidos a 0 °C e 1,00 bar. Qual é a área superficial do catalisador?
Nota: A área efetiva é a área ocupada por uma molécula na superfície do substrato.
Resp.: 18,8 m2.
189
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 9:
– O volume do oxigênio gasoso, medido a 20 °C e 1,00 bar, adsorvido em 1,50 g de sílica, a 0 °C, é de 1,60 cm3 a
52,4 kPa e 2,73 cm3 a 104 kPa. Qual o valor de Vmon,
admitindo que a adsorção do gás seja descrita pela isoterma de Langmuir?
Resp.: 9,65 cm3.
191
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 10:
– A entalpia de adsorção da amônia sobre o níquel é de -155 kJmol-1. Estime a vida média t1/2 de uma molécula de NH3
sobre a superfície do substrato, a 500 K.
Nota: assuma quimissorção, devido à ordem de grandeza do ΔHads, e considere τ0 ≈ 10-14 s
193
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 11:
– A adsorção química do hidrogênio no manganês é fracamente ativada. Medidas cuidadosas mostraram que a velocidade de adsorção a 1000 K é 35 % mais elevada do que a 600 K. Qual é a energia de ativação da adsorção química?
Resp.: 3,7 kJ·mol-1.
Ed
195
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 12:
– A adsorção de um gás é descrita pela isoterma de Langmuir, com K = 0,777 kPa-1 a 25 °C. Calcule a pressão em que o grau
de recobrimento da superfície é (a) 0,20 e (b) 0,75.
Resp.: (a) 0,32 kPa; (b) 3,9 kPa.
197
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 13:
– Uma certa amostra sólida adsorve 0,63 mg de CO quando a pressão do gás é de 36,0 kPa e a temperatura é de 300 K. A massa do gás adsorvido, quando a pressão é de 4,0 kPa e a temperatura é de 300 K, é de 0,21 mg. A adsorção é descrita pela isoterma de Langmuir. Determine, em cada pressão, o grau de recobrimento da superfície.
Resp.: 0,75; 0,25.
199
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 14:
– Durante que intervalo de tempo, em média, um átomo ficará retido em uma superfície a 400 K, se a energia de ativação da dessorção for (a) 20 kJmol-1 e (b) 200 kJmol-1? Durante quanto
tempo, em média, ficam adsorvidos os mesmos átomos a 800 K? Considere τ0 = 0,12 ps.
Resp.: (a)(i) 4,9x10-11 s; (ii) 2,4x10-12 s; (b)(i) 1,6x1013 s; (ii) 1,4 s.
201
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 15:
– Um sólido está em contato com um gás, a 8,86 kPa e 25 °C, e adsorve 4,67 mg do gás. A isoterma de adsorção é a de Langmuir. A variação de entalpia quando 1,00 mmol do gás é dessorvido é +12,2 J. Qual a pressão de equilíbrio para a adsorção da mesma massa do gás, a 45 °C?
Resp.: 12,1 kPa. (Gabarito: 6,50 kPa [Errado!])
204
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Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 16:
– O nitrogênio gasoso é adsorvido pelo carvão na razão de
1,242 cm3g-1, a 350 kPa e 180 K. A 240 K, a mesma razão de
adsorção só é atingida na pressão de 1,02 MPa. Qual a entalpia de adsorção do nitrogênio na superfície?
206
Otávio Santana Otávio Santana
Catálise Homogênea & Heterogênea Catálise Homogênea & Heterogênea
Exercícios Adicionais
• Questão 17:
– Numa experiência de adsorção de eteno sobre o ferro, verifica-se que o volume de gás dessorvido, em 1856 s e a 873 K, é igual ao volume dessorvido em 8,44 s e a 1012 K. (a) Qual a energia de ativação da dessorção? (b) Durante quanto tempo será dessorvido o mesmo volume (i) a 298 K e (ii) a 1500 K? Nota: admita que o processo seja de 1ª ordem.
Resp.: (a) Ed = 2,85x10
5 J·mol-1; (b)(i) 1,48x1036 s; (ii) 1,38x10-4 s.
211
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Exercícios Adicionais
Fim da Parte 4
Fim da Parte 4
Cinética Química Empírica