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Rev. Bras. Cardiol. Invasiva vol.21 número3

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Academic year: 2018

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Chaves Incorporação de Tecnologias em Saúde no Brasil

Rev Bras Cardiol Invasiva. 2013;21(3):205-6

205

O Complexo Processo de Incorporação de

Tecnologias em Saúde no Brasil

Áurea J. Chaves

Editorial

Rev Bras Cardiol Invasiva. 2013;21(3):205-6

O

implante transcateter da v́lvula ártica (TAVI, do inglês transcatheter aortic valve implantation,

ouTAVR, transcatheter aortic valve replacement), tratamento de escolha para pacientes portadores de es­ tenose ártica grave e considerados inopeŕveis (classe I, ńvel de evidência B) e estrat́gia alternativa para a cirurgia de troca valvar nos indiv́duos com alto risco ciŕrgico (classe IIa, ńvel de evidência B), foi em ­ pregado, at́ o momento, em mais de 700 pacientes no Brasil. Esse procedimento recebeu a liberação do Conselho Federal de Medicina em janeiro de 2012, aṕs avaliar essa pŕtica como não experimental. Essa fase foi subsequente à aprovação do dispositivo utilizado no procedimento pela Agência Nacional de Vigilância Sa nit́ria (ANVISA).

Em nosso sistema de incorporação de tecnologias em sáde, o cumprimento dessas duas primeiras etapas não assegura o reembolso pela Sáde Suplementar ou pelo Sistema Único de Sáde (SUS). Para o reembolso obrigat́rio pelos planos de sáde ́ necesśrio que o procedimento integre o Rol de Procedimentos e Eventos em Sáde elaborado pela Agência Nacional de Sáde Suplementar (ANS), que ́ renovado a cada 2 anos. Pa ra reembolso do SUS, ́ necesśria a aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC), que deve se pronunciar aṕs 180 dias da solicitação da incorporação.

No caso do TAVI, por três oportunidades a ANS não incluiu a t́cnica no Rol de Procedimentos. Na ́ltima atualização, que vigoraŕ a partir de 2014, foi criado o Grupo T́cnico Permanente, o qual podeŕ de liberar pela inclusão de novos procedimentos antes dos 2 anos regulamentares. Na CONITEC, a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencio­ nista (SBHCI) pleiteou a inclusão do TAVI em março de 2013 e recentemente a comissão colocou em consulta ṕblica a incorporação do TAVI com a recomendação, em grau fraco, de não incorporar esse procedimento. Esse parecer, no entanto, pode ser modificado aṕs consulta ṕblica ou ser pasśvel de contestação, em grau de recurso, junto ao ministro da Sáde.

H́ algum tempo a ANS adicionou entre os crit́­ rios para inclusão no Rol a avaliação econômica do procedimento. No âmbito do SUS, apesar do prinćpio

constitucional de que a sáde ́ um direito de todos e dever do Estado, o acesso à sáde est́ condicionado à existência de dotação orçament́ria.

Com o proṕsito de pleitear novamente a inclusão do TAVI na Sáde Suplementar, Queiroga et al., represen­ tando a SBHCI, fizeram um estudo de custo­efetividade com a finalidade de incluir essa intervenção no Rol de Procedimentos. Desenvolveram um modelo preditivo pa ra avaliar o custo­efetividade do procedimento em longo prazo. Observaram que a incorporação do TAVI pela ANS acarretaria impacto orçament́rio incremental nos pŕximos 5 anos compat́vel com o de outras tecnologias j́ incorporadas pela Sáde Suplementar. Siqueira e Abi­ zaid, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo (SP), e Kodali e Leon, do Columbia University Medical Center/New York­Presbiterian Hospital e da Cardiovascular Research Foundation, em Nova Iorque, Estados Unidos, em editorial correspondente, estimam que mais de 45 mil pacientes poderiam se beneficiar da intervenção no Brasil, fato que esbarra na falta de reem­ bolso pela Sáde Suplementar e pelo SUS. Apresentam as evidências do valor cĺnico do TAVI, em especial nos pacientes com risco ciŕrgico proibitivo, do aumento da expectativa e da qualidade de vida, da manutenção dos resultados do procedimento em 5 anos e da di mi nuição das complicações associadas à intervenção com os dis­ positivos de novas gerações. Complementam sua ańlise mostrando resultados de estudos de custo­efetividade de páses como Estados Unidos, Canad́ e Inglaterra que, juntamente do publicado nessa edição, exibem custos que assemelham ­se aos de outros tratamentos ḿdicos j́ incorporados por essas instituições.

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Chaves

Incorporação de Tecnologias em Saúde no Brasil

Rev Bras Cardiol Invasiva. 2013;21(3):205-6 206

em ńvel mi crovascular e que auxilia a reclassificar o risco do paciente, principalmente naqueles com fluxo TIMI 3 ṕs­ICP priḿria. Lembram as metodologias emprega das e seu papel como indicador progństico e ferramenta de pesquisa na era contemporânea.

Complementam o fasćculo outros artigos importan tes que abordam os preditores de insucesso de tromboas­ piração na ICP priḿria; a influência da localização das lesões em enxertos de veia safena nos desfechos cĺnicos aṕs ICP; os resultados da ICP por via radial em pacientes com doença arterial corońria est́vel e inst́vel; os resultados de diab́ticos tratados com stents farmacoĺgicos do Registro Safira; as mudanças

no perfil populacional e resultados da ICP do Registro Angiocardio; a evolução de pacientes com choque car diogênico por IAM com supradesnivelamento do segmento ST; a valvuloplastia ártica em pacientes em condição cĺnica in extremis; a interferência de in tro­ dutores reprocessados na oclusão da art́ria radial aṕs cateterismo card́aco e a utilidade da angiografia co rońria e da ressonância nuclear magńtica no diagństico da cardiomiopatia isquêmica.

Boa leitura!

́urea J. Chaves

Referências

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