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Universidade Federal de São Paulo. Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp Campus Diadema)

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Academic year: 2022

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Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp – Campus Diadema)

Programa de Pós-Graduação em Análise Ambiental Integrada

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

LINHA DE PESQUISA: Avaliação, Prognóstico e Diagnóstico Ambiental

ESTADO DA ARTE DA VALORAÇÃO ECONÔMICA AMBIENTAL DOS IMPACTOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE

DÉBORAH TESSER JANOTTI

Orientadora: Profª. Drª. Simone Georges El Khouri Miraglia Coorientadora: Profª. Drª. Karina Camasmie Abe

Diadema/2021

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DÉBORAH TESSER JANOTTI

ESTADO DA ARTE DA VALORAÇÃO ECONÔMICA AMBIENTAL DOS IMPACTOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE

DIADEMA 2021

Dissertação apresentada, como exigência para obtenção do título de Mestre em Ciências, ao Programa de Pós-Graduação em Análise Ambiental Integrada do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema.

Orientadora: Profa. Dra. Simone Georges El Khouri Miraglia

Coorientadora: Profa. Dra. Karina Camasmie Abe

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DEBORAH TESSER JANOTTI

Estado da arte da valoração econômica ambiental dos impactos da poluição atmosférica na saúde

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA DE DEFESA

___________________________________________________________________________

Presidente e Orientadora: Profa. Dra. Simone Georges El Khouri Miraglia - UNIFESP ___________________________________________________________________________

Coorientadora: Profa. Dra. Karina Camasmie Abe - UNIFESP

___________________________________________________________________________

Membro Titular: Profa. Dra. Rosangela Calado da Costa - UNIFESP

___________________________________________________________________________

Membro Titular: Prof. Dr. Eduardo Luiz Machado - UNIFESP

___________________________________________________________________________

Membro Titular: Profa. Dra. Monica Yukie Kuwahara – UFABC

Dissertação apresentada, como exigência para obtenção do título de Mestre em Ciências, ao Programa de Pós-Graduação em Análise Ambiental Integrada do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema.

Orientadora: Profa. Dra. Simone Georges El Khouri Miraglia

Coorientadora: Profa. Dra. Karina Camasmie Abe

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Mauro e Rosmari, que abdicaram de seus sonhos em prol dos meus.

Pai, você faz muita falta, será sempre lembrado! Mãe, obrigada por ser minha base, meu exemplo e a pessoa mais especial do Mundo!

As minhas irmãs Andrea, Bruna e Renata e ao meu cunhado Ricardo. Amo vocês!

Aos meus cachorros e melhores amigos, Jack e Romeo, cujo processo evolutivo ainda não possibilita a leitura dessa dedicatória, mas que foram essenciais para manter minha sanidade nos momentos difíceis.

Alla mia metà, il mio migliore amico, la mia anima gemella, il mio clone, mio fratello, R.B. Grazie per tutti i momenti condivisi. Grazie per non aver mai lasciato la mia mano.

Grazie per avermi salvato da me stesso così tante volte. Grazie per avermi dato tutto senza chiedere nulla in cambio. Ti amo così tanto, per sempre, in tutte le nostre vite.

Possa la nostra connessione essere eterna!

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AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, Profa. Dra. Simone Miraglia, que acreditou no meu potencial e esteve sempre presente, ensinando, incentivando e sendo o exemplo de ser humano e profissional que desejo me tornar um dia. Todo meu amor e gratidão!

A minha coorientadora, Profa. Dra. Karina Abe, sempre presente e preocupada, ensinando com gentileza, apontando as falhas sem julgamentos, aprimorando meu pensamento crítico como cientista. Obrigada por tudo, Ka!

À Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que, mesmo diante das inúmeras dificuldades diante de um cenário econômico desfavorável e de uma pandemia que destruiu e ressignificou tanta coisa, se fez ainda mais forte, destacando-se como referência de ensino.

A todos os integrantes do Laboratório de Economia, Saúde e Poluição Ambiental (LESPA) pela troca de experiência, conhecimento e pelas risadas. Em especial a Daniela Debone que desde o início me acolheu e auxiliou nos momentos de dificuldade e dúvidas. Um pedacinho dessa conquista é sua também. Obrigada!

A todos os docentes que passaram pela minha vida, desde o ensino básico até o mestrado. Não é fácil ensinar, não é fácil ser pesquisador. Obrigada a todos vocês por dedicarem suas vidas para ensinar com tanto amor. Vocês fazem do mundo um lugar melhor, com mais esperança.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001

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“Construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos.

Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia.”

(Winston Churchill)

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RESUMO

A poluição atmosférica é cada vez mais abordada diante dos seus efeitos adversos nos âmbitos social, econômico e ambiental. Seus efeitos impactam de forma negativa na saúde humana, gerando custos abusivos para o tratamento de populações diretamente afetadas pelos altos índices de concentração dos poluentes.

Considerando a dificuldade em quantificar ou precificar os recursos ambientais, faz- se necessária a utilização de diferentes ferramentas que, em conjunto, poderão atuar de forma efetiva na valoração dos danos, tornando possível a criação de medidas mitigadoras para a sociedade. Assim, a valoração econômica ambiental é uma ferramenta importante para auxiliar na quantificação dos danos e das perdas econômicas relacionadas aos efeitos adversos provocados pela poluição atmosférica, visando medidas que levem principalmente à promoção da saúde pública. O presente estudo teve por objetivo reunir os estudos relevantes relacionados à poluição atmosférica e gastos no setor de saúde, por meio de uma revisão sistemática. As bases de dados eletrônicas PubMed, Web of Science, Scopus and EconPapers foram utilizadas para identificar 661 artigos relevantes para o estudo. 192 artigos de periódicos revisados por pares atenderam aos critérios de elegibilidade e foram utilizados para discussão. Os resultados forneceram embasamento sobre os principais métodos de valoração e abordagens econômicas utilizados, informações sobre os poluentes atmosféricos e a magnitude dos efeitos valorados. Identificou-se diversos métodos de valoração empregados, sendo as análises multi-modelos e a disposição a pagar os mais utilizados, juntamente com a abordagem das funções dose-resposta. Os países que individualmente atuaram majoritariamente como objeto de estudos são China e Estados Unidos. Diversos estudos realizaram avaliações do tipo multi-países, cujas publicações apresentaram um incremento nas publicações a partir de 1985. Os poluentes mais estudados em escala global foram o PM10, PM2,5 e O3, principalmente diante de seus impactos negativos na saúde humana tais como o aumento no número de casos de asma, bronquite e outras doenças respiratórias, citadas recorrentemente nos estudos, cujos valores reportados variaram em US$100- US$600 bilhões.

Palavras-chave: Poluição Atmosférica, Efeitos na Saúde, Valoração Econômica, Revisão Sistemática, Abordagens Econômicas.

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ABSTRACT

Atmospheric pollution is a subject that is being increasingly addressed due to its adverse effects in the social, economic and environmental spheres. However, these effects have a negative impact on human health, generating excessive costs for the treatment of populations directly affected by high levels of pollutant concentration.

Considering the difficulty in quantifying or pricing environmental resources, it is necessary to use different tools that, together, can act effectively in the valuation of the damage, making it possible to create mitigating measures for society. Thus, environmental economic valuation emerges as an important tool to assist in the quantification of economic damages and losses related to the adverse effects caused by air pollution, aiming at measures that mainly lead to the promotion of public health.

This study aimed to bring together relevant studies related to air pollution and expenditures in the health sector, through a systematic review. The electronic databases PubMed, Web of Science, Scopus and EconPapers were used to identify 661 articles relevant to the study. 192 peer-reviewed journal articles met the eligibility criteria and were used for discussion. The results provided a basis for the main valuation methods and economic approaches used, information on air pollutants and the magnitude of the valued effects. Several valuation methods were identified, being the multi-model analyzes and willingness to pay the most used, combined with dose- response functions approach. China and the United States proved to be the most frequent objects of study. Several studies carried out multi-country evaluations, whose publications showed an increase in publications from 1985. The most studied pollutants on a global scale were PM10, PM2.5 and O3, mainly due to their negative impacts on human health, such as the increase in the number of cases of asthma, bronchitis and other respiratory diseases, cited repeatedly in studies, whose reported values ranged from US$100-US$600 billion.

Keywords: Atmospheric pollution, health, environmental economic valuation, descriptive systematic review, economic approaches.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Tipos de valores utilizados na Valoração Ambiental...24

MANUSCRITO FIGURA 1. Types of values used in Environmental Valuation…...……….31

FIGURA 2. Methodologies for the synthesis of Scientific Evidence, according to a quantitative or qualitative approach………...……….33

FIGURA 3. Study selection process summarized by PRISMA flow diagram...……36

FIGURA 4. Published articles by country of study………...…….42

FIGURA 5. Articles by country of publication………...………..43

FIGURA 6. Published articles by year of publication……...……….44

FIGURA 7. Published articles by continent and decade of publication…...………...45

FIGURA 8. Published articles by valuation methods and economic approaches…...46

FIGURA 9. Valuation Methods and Economic Approaches by Decade for the countries in the summary table...55

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Padrões de Qualidade do Ar para MP10, MP2,5, SO2, NO2, O3 e CO vigentes no cenário nacional (Resolução CONAMA 491/2018) e internacional (OMS/2016)...21 MANUSCRITO

TABELA 1. Search strategy and descriptors...32

TABELA 2. Definition of the survey question using the acronym PICO………...34

TABELA 3. Retained studies by author, year of publication, country of study and approach……….37 TABELA 4. Summary Table...49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFCs – Clorofluorcarbonetos CH4 – Metano

CO – Monóxido de Carbono CO2- Dióxido de Carbono

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente EPA – United States Environmental Protection Agency CRD - Centre for Reviews and Dissemination

GEE – Gases de Efeito Estufa HCFCs – Hidroclorofluorcarbonos

IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change

LESPA – Laboratório de Economia, Saúde e Poluição Ambiental MP – Material Particulado

MP2,5 – Material Particulado com diâmetro aerodinâmico até 2,5 μm MP10 – Material Particulado com diâmetro aerodinâmico até 10 μm

MP2,5-10 – Material Particulado com intervalo aerodinâmico entre 2,5-10 μm NAAQS - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar Ambiente

NO2 – Dióxido de Nitrogênio N2O – Óxido Nitroso

ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

OCDE - Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico OMS – Organização Mundial da Saúde

ONG – Organização Não Governamental O3 – Ozônio

Pb – Chumbo

PICO – Acrônimo para População, Intervenção, Controle e Desfecho, do inglês Population, Intervention, Control and Outcome

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PTS – Partículas Totais em Suspensão

SO2 – Dióxido de Enxofre

WHO – World Health Organization

WMO - World Meteorological Organization

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µg/m³ - Micrograma por metro cúbico μm – Micrômetro

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SUMÁRIO

Dedicatória ...iv

Agradecimentos ...v

Epígrafe ...vi

Resumo ...vii

Abstract ...viii

Lista de Figuras ...ix

Lista de Tabelas ...x

Lista de Abreviaturas e Siglas ...xi

1. Introdução ...1

2. Levantamento Bibliográfico ...;...5

2.1. Poluição Atmosférica ... 5

2.1.1. Tipos de Poluição Atmosférica...6

2.1.1.1. Poluição oriunda de ações antrópicas...6

2.1.1.2. Poluição oriunda de ações naturais...7

2.1.2. Classificação dos Poluentes...8

2.1.3. Associação entre mortalidade, morbidade e poluição atmosférica...9

2.1.4. Poluição Atmosférica e Efeitos na Saúde...11

2.1.5. Poluição Atmosférica no Mundo...16

2.1.6. Poluição Atmosférica no Brasil...16

2.1.7. Tratados e Padrões de Qualidade do Ar...18

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2.2. Valoração Ambiental ...21

3. Objetivos 3.1. Objetivo Principal...26

3.2. Objetivos Específicos...26

4. Capítulo 1 – Manuscrito...27

5. Considerações Finais...71

6. Conclusão...73

7. Referências Bibliográficas da Introdução e da Revisão da Literatura...74

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1. INTRODUÇÃO

Com o advento da Revolução Industrial, a substituição do modo de produção manual pelo uso de maquinários e a alteração no modo de vida das populações, influenciadas por fenômenos de industrialização e urbanização ocorrendo concomitantemente em diversos locais do Mundo, a poluição atmosférica que antes reduzia-se a fontes pontuais e causas naturais, tornou-se cada vez mais presente em nossas vidas, principalmente em decorrência do aumento de uso do carvão como gerador de energia (HANLON, 2016).

A poluição atmosférica tem sido discutida em escala global, visto que a exposição aos poluentes atmosféricos ainda que em concentrações bastante baixas, pode gerar impactos negativos significativos ao meio ambiente, economia e saúde.

Estudos realizados pela Global Burden of Disease mostram que as mortes anuais no ano de 2010 decorrentes da poluição do ar são estimadas em 3,1 milhões (NEWBY et al., 2015). Já de acordo com Burnett et al., (2018) que realizou um cálculo mais atualizado da taxa global de mortalidade prematura em decorrência da poluição atmosférica, as mortes chegam anualmente a aproximadamente 8,8 milhões.

Esses impactos negativos são identificados no meio ambiente, visto que fauna e flora são diretamente afetadas. A ocorrência pode se dar de diversas formas, dentre as quais se destacam contaminação da água, do ar, dos alimentos, alteração dos biomas, maior intensificação do efeito estufa, destruição da camada de ozônio, incidência de chuvas ácidas, incapacidade de reposição

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dos recursos naturais não-renováveis e a perda considerável dos serviços ecossistêmicos.

Os impactos negativos na saúde, vão desde a morbidade até a mortalidade, são intensificados quando da exposição aos principais poluentes estudados, tais como o Ozônio (O3), Dióxido de Nitrogênio (NO2), Dióxido de Enxofre (SO2), além da exposição ao material particulado (MP) (NEWBY et al., 2015). Doenças cardiorrespiratórias, mortes fetais tardias, incidência de câncer e infecções têm sido cada vez mais detectadas, principalmente nos grandes centros urbanos, onde o contato com níveis mais elevados de poluição atmosférica é evidenciado (CARLETTI et al., 2019).

Estudos recorrentes são capazes de associar o aumento da morbidade e mortalidade aos níveis médios anuais de material particulado liberado na atmosfera, principalmente quando consideram grupos de riscos que englobam crianças e idosos, que estão mais suscetíveis aos efeitos negativos no organismo das partículas inaláveis (DE ANDRADE FILHO et al., 2017).

Muitos são os elementos químicos que podem constituir o material particulado, sendo sua origem, processo de formação e toxicidade variáveis, o que pode resultar em uma gama ainda maior de doenças relacionadas a essas partículas finas (BRITO; ARAÚJO; MARINHO, 2018) .

Não apenas doenças relacionadas ao sistema cardiorrespiratório, mas também doenças mentais (CARLETTI et al., 2019), diabetes (RAJAGOPALAN;

BROOK, 2012), insônia (MINGYING, 2019), alergias (PEDEN, 2018) e até mesmo o suicídio (LIN et al., 2016), consideradas por muitos como as ‘’Doenças do Século XXI’’, vêm sendo associadas ao contato direto e indireto com o

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material particulado (SALDIVA et al., 2008). Além disso, os problemas na saúde associados ou agravados pela exposição à concentração de poluentes geram uma reação em cadeia, trazendo efeitos adversos também no âmbito social e econômico.

Inúmeras são as perdas monetárias associadas aos gastos com saúde pública. Não obstante, existem também as perdas monetárias relacionadas a menor produtividade do indivíduo afetado (MIRAGLIA, S.G.E.K.;GOUVEIA,N., 2014).

Nesse sentido, faz-se necessária a obtenção de dados comparativos para que se avaliem os custos econômicos resultantes destes problemas, visando a proposição de medidas capazes de minimizar não apenas os níveis de poluição como também os efeitos nocivos que impactam diretamente as populações, diminuindo, por conseguinte, os valores monetários dispensados para o tratamento de saúde dos afetados anualmente.

Sabe-se que é bastante difícil quantificar e/ou precificar um recurso ambiental ou neste caso, precificar o quanto seria poupado diante de uma situação com menores níveis de emissões de poluentes (CONSTANTINO et al., 2018). A realização desta análise econômica seria incompleta, baseando-se unicamente na relação entre a oferta e a demanda, pois se deve considerar informações que são de certo modo, intangíveis, tais como o valor de uso de determinado recurso ou serviço ecossistêmico, o valor da vida humana ou o valor de existência de determinada espécie para uma cultura local ou população (MOTTA, 1997).

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Deste modo, a valoração econômica ambiental surge como ferramenta importante para auxiliar na quantificação dos danos e das perdas econômicas relacionadas às externalidades provocadas pela poluição atmosférica na saúde humana, pois vai considerar não apenas os custos sociais, mas os benefícios que podem ser obtidos pela comunidade, considerando diferentes perspectivas (NOGUEIRA et al., 2000).

A valoração subsidia a tomada de decisão, auxiliando na criação de novas políticas públicas e medidas de controle, facilitando e apoiando projetos que, quando executados de forma intersetorial, em conjunto com Governo, Sociedade Civil e Acadêmicos, possam viabilizar um desenvolvimento econômico que ocorra de modo sustentável. Assim, poderá ocorrer maior educação ambiental, preservação dos recursos naturais, minimização dos impactos negativos das ações antrópicas e preservação e manutenção das populações e meio ambiente.

1.1. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação está organizada no formato de manuscrito, sugerido pela Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema, de acordo com o Programa de Pós Graduação em Análise Ambiental Integrada.

Deste modo, após a realização da introdução, dos levantamentos bibliográficos, objetivos, materiais e métodos, poderá ser observado o manuscrito em inglês, resultante dos resultados analisados, seguido pelas considerações finais do trabalho e conclusão.

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2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

2.1. Poluição Atmosférica

De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1989), por meio da Resolução Número 05 de 15 de junho de 1989, os poluentes atmosféricos podem ser definidos como:

‘’Qualquer substância presente no ar e que, pela sua

concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade’’.

Mesmo quando ocorre em baixas concentrações e em valores inferiores àqueles permitidos pelos órgãos responsáveis pelo monitoramento e controle da qualidade do ar, sabe-se que a poluição atmosférica é capaz de afetar de forma bastante significativa a qualidade de vida dos organismos (DE ANDRÉ; VORMITTAG; SALDIVA, 2017), sendo seus efeitos negativos sentidos em escalas variáveis, local ou global de acordo com a concentração, intensidade e modo de dispersão dos poluentes na atmosfera(MAIA et al., 2019).

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2.1.1. Tipos de Poluição Atmosférica

De modo geral, a poluição atmosférica é dividida entre os processos antrópicos (oriundos de ações humanas) e processos naturais (oriundos de fenômenos da natureza), que podem ser resultantes de fontes biogênicas (ocorridas em processos biológicos) ou geogênicas (ocorridas em processos químicos) (DALY; ZANNETTI, 2007).

2.1.1.1. Poluição oriunda de ações antrópicas

No que tange à poluição atmosférica, as ações antrópicas são as mais abordadas na literatura, não apenas por serem as mais frequentemente ocorridas, mas também por serem responsáveis pelos maiores índices de emissões de poluentes.

Nos grandes centros urbanos, até a década de 80, a principal fonte de poluição atmosférica oriunda de ações antrópicas dava-se por meio das emissões industriais. No entanto, a partir da década de 90, ocorreram emissões majoritariamente relacionadas a utilização dos veículos automotores, principalmente no que tange a queima de combustíveis fósseis (MIRAGLIA, S.G.E.K.; GOUVEIA,N., 2014).

A queima de resíduos sólidos urbanos por meio da incineração também pode ser considerada como um grande

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contribuinte para o aumento dos índices de poluição atmosférica, visto que é um processo mais rápido e menos custoso a curto prazo para o tratamento de resíduos sólidos nas grandes cidades (FRANCISCO; DAMASCENO, 2017).

Pode-se destacar também a utilização de agrotóxicos e pesticidas nas atividades agrícolas, cujos resíduos químicos que contaminam não apenas os alimentos, mas também o solo, a água e o ar (DELLAMATRICE;

MONTEIRO, 2014).

Não obstante, têm-se também a atividade pecuária, que desempenha um papel fundamental no aumento da emissão de gases de efeito estufa (GEE), contribuindo com o desequilíbrio térmico (GERBER et al., 2013).

2.1.1.2. Poluição oriunda de ações naturais

É importante considerar também os processos naturais ao analisar a poluição atmosférica, visto que esses colaboram significativamente com os impactos negativos resultantes da poluição.

Dentre os processos naturais que mais contribuem para eventos de poluição atmosférica, pode-se destacar as erupções vulcânicas, emissão de Metano (CH4) dos pântanos, os incêndios florestais e a queda de raios durante tempestades, que eliminam gases e partículas que irão se

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dispersar, atingindo a atmosfera posteriormente (DALY;

ZANNETTI, 2007; STEVENS, 2020).

2.1.2. Classificação dos Poluentes

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados de diferentes maneiras, considerando sua constituição, origem ou modo de emissão.

Quanto ao seu modo de emissão, os poluentes podem ser primários (emitidos na atmosfera diretamente pelas fontes de emissão) ou secundários (formados posteriormente na atmosfera por meio da reação química entre os poluentes primários, gases e os componentes que existem naturalmente na atmosfera) (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO., 2020);

COLOMBINI, 2008).

Não obstante, podem ser classificados também quanto à sua origem interna ou externa (COLOMBINI, 2008). Os poluentes externos possuem suas fontes na combustão, ressuspensão de partículas, aquecimento, liberando como produtos dióxido de carbono (CO2), aldeídos, monóxido de carbono (CO), entre outros.

Já os poluentes internos, possuem suas fontes nas atividades industriais, comerciais e urbanas, liberando como produtos principais SO2, NO2 e material particulado (BO et al., 2017). Por fim, é possível classifica-los também quanto a sua constituição em

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gasosos ou particulados e partículas ultrafinas (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO., 2020).

2.1.3. Associação entre mortalidade, morbidade e poluição atmosférica

A morbidade está em geral associada ao termo genérico ‘’doença’’, referindo-se a um único indivíduo ou a uma população que se encontra doente ou pouco saudável (SAMET et al., 2000), estando diretamente relacionada ao nosso nível de bem-estar e saúde. Por meio do coeficiente de prevalência, pode-se estimar o número total de casos de uma doença em determinada população em determinado período (BUENO, 2019).

Já a mortalidade está associada ao número de óbitos por determinada doença, referindo-se tanto a um único indivíduo quanto a uma população (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018). Por meio do Coeficiente de Mortalidade Geral, é possível medir o risco de morte por todas as causas em determinada população num dado período. (BUENO, 2019).

A associação entre morbidade, mortalidade e poluição atmosférica já ocorre há bastante tempo e pôde ser estabelecida a partir de episódios mundialmente conhecidos, tais como o ‘’Smog do Vale de Meuse, na Bélgica’’ em 1930, o ‘’Smog de Donora’’ em 1948, nos Estados Unidos, o

‘’Grande Nevoeiro de Londres” em 1952 (FREITAS et al., 2004).

O episódio conhecido como o Smog de Londres, ou simplesmente

‘’Grande Nevoeiro de Londres’’, é um dos episódios mais conhecidos

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mundialmente, quando se pôde relacionar a poluição atmosférica com a saúde humana.

Ocorrido em 05 de dezembro de 1952, o Grande Nevoeiro de Londres tomou os céus da capital inglesa, visto que as condições climáticas pré-existentes na área de neblina, contribuíram para o acúmulo de Ácido Sulfúrico, Sulfato e Particulados na atmosfera, extremamente tóxicos para os organismos vivos. Além de um aumento significativo nos níveis de poluição atmosférica, houveram aumentos significativos na morbidade e mortalidade da região (BELL; DAVIS; FLETCHER, 2004).

Estima-se que o número de mortes associadas direta ou indiretamente aos episódios de ‘’smog’’ londrino tenha sido cerca de 4.000 pessoas, além de seus efeitos na saúde da população terem se prolongado por muitos meses após a ocorrência do acontecimento em questão com a ocorrência de gripe e outras doenças respiratórias (BELL;

DAVIS; FLETCHER, 2004; FREITAS et al., 2004).

Posteriormente aos casos acima citados, medidas de controle de emissões de poluentes bem como legislações ambientais tornaram-se mais presentes em diversos países, com a finalidade de reduzir os níveis de poluição atmosférica e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida da população para evitar novos casos de morbidade e mortalidade em âmbito mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS), tornou-se mais frequentemente ativa nessa questão, com atualizações frequentes e relatórios sobre os padrões de qualidade do ar (WHO, 2015).

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Diversos são os estudos capazes de associar o aumento nos índices de mortalidade e morbidade com a poluição atmosférica, principalmente no que tange a grupos populacionais mais suscetíveis, tais como crianças (LELIEVELD; HAINES; POZZER, 2018) e idosos (DI et al., 2017). No entanto, é importante lembrar que os grupos menos suscetíveis também são severamente afetados com os elevados índices de poluição, o que acaba gerando inclusive, a diminuição da expectativa de vida das populações que residem nos grandes centros urbanos (EBENSTEIN et al., 2017).

2.1.4. Poluição Atmosférica e Efeitos na Saúde

A poluição atmosférica traz, dentre outros impactos negativos ao meio ambiente, diversos efeitos deletérios à saúde humana, dentre os quais é possível destacar doenças ligadas ao aparelho respiratório (asma, câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica), aumento no número de mortes súbitas, a alteração da coagulação sanguínea, agravamento das doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca), alergias, entre outras doenças (COHEN et al., 2006; COLOMBINI, 2008; MANNUCCI et al., 2015).

Em seu estudo, Gouveia et al., (2017) foi capaz de estimar o risco de adoecimento em decorrência de eventos de poluição do ar no conjunto de Municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Para tal, utilizou o MP10 como indicador de poluição principal e as internações por doenças respiratórias e cardiovasculares como indicadores de efeito. Os resultados obtidos demonstraram que os riscos relativos para internação,

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considerando um aumento nos níveis de MP10 variaram, e de todos os municípios analisados apenas São Paulo e São Bernardo do Campo mostraram resultados positivos ao considerar o número de internações por doenças cardiovasculares relacionadas a poluição atmosférica. No entanto, ao considerar as doenças respiratórias, a maioria dos municípios, exceto Santo André e Taboão da Serra apresentaram um aumento considerável no número de hospitalizações.

É possível inferir também que grupos mais vulneráveis tais como crianças e idosos estão mais suscetíveis ao contágio e desenvolvimento de doenças respiratórias, principalmente quando associadas ao MP. Em estudo realizado na cidade de Vitória, no Espírito Santo, Nascimento et al., (2017), analisou a relação entre o aumento da concentração de material particulado fino com o consequente aumento no número de atendimento hospitalares de crianças por doenças respiratórias agudas.

Os resultados indicaram que o aumento em 4,2 µg/m³, na concentração de material particulado fino, aumentou em 3,8% o número de atendimentos hospitalares, e em 5,6% o número de internações para crianças de até 12 anos. Esse estudo corrobora resultados semelhantes obtidos por Zhou et al., (2019) que analisou a associação entre poluentes atmosféricos e internações diárias de crianças por doenças respiratórias na região de Guiyang, China, concluindo que existe uma forte associação entre o aumento na concentração de MP10 e o aumento no número de internações de crianças e adolescentes entre 2 a 18 anos, decorrentes de doenças respiratórias.

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Os efeitos negativos da exposição direta aos poluentes atmosféricos podem também ser evidenciados durante o período gestacional. Em uma revisão realizada por Veras et al., (2017), foi indicado que a exposição da mãe ainda na fase gestacional aos poluentes atmosféricos pode trazer alterações no desenvolvimento pulmonar do feto além de doenças respiratórias que podem perdurar durante toda a vida adulta do bebê.

Os mesmos efeitos adversos podem ser observados nos idosos.

Em estudo conduzido por Ferreira et al., (2016), investigou-se a associação entre as concentrações de material particulado grosso e fino bem como os constituintes químicos inorgânicos com as internações hospitalares decorrentes de doenças respiratórias e circulatórias em idosos na cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo. Os autores encontraram associações entre MP10 e MP2,5-10 para doenças respiratórias e entre MP2,5 e doenças circulatórias. Outro resultado bastante interessante obtido nesse estudo diz respeito aos diferentes efeitos adversos na saúde, que se tornam variáveis em decorrência das frações e composições químicas distintas do MP10 em diferentes regiões.

Di et al., (2017) realizou uma estimativa visando a associação entre exposições de curto prazo ao MP2,5 e O3, em níveis abaixo dos Padrões Nacionais de Qualidade do Ar Ambiente (NAAQS) e a mortalidade nos Estados Unidos para a população idosa. Os resultados do estudo mostraram que as exposições a curto-prazo ao MP2,5 e ao O3 elevavam consideravelmente o risco de mortalidade para a população idosa, ainda que as concentrações estivessem abaixo dos índices permitidos pelo

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NAAQS, o que demonstra não apenas uma alta suscetibilidade do grupo analisado como também uma necessidade eminente de reavaliação dos índices e padrões de qualidade do ar praticados atualmente. Os resultados corroboram com estudos realizados na França por Filleul et al., (2004), trazendo uma correlação entre poluição atmosférica e mortalidade não acidental para todas as idades, mas principalmente, para subgrupos mais suscetíveis como os idosos.

Não obstante, diabetes, obesidade, doenças mentais tais como depressão e ansiedade também vêm sendo associadas a eventos de poluição atmosférica e a exposição a fatores ambientais, principalmente no que tange a inalação do material particulado (DUBOWSKY et al., 2006;

KIM et al., 2018; LIANG et al., 2019).

Em seus estudos, Dubowsky et al., (2006) mostrou uma maior suscetibilidade de pessoas já portadoras de doenças tais como diabetes, hipertensão e obesidade aos efeitos da inalação de material particulado, o que corrobora com dados obtidos anteriormente por Bateson; Schwartz, (2004) que demonstram que os impactos negativos cardiovasculares da poluição do ar se mostram mais intensificados em indivíduos com condições associadas a inflamações crônicas tais como diabetes, infarto do miocárdio e doença arterial coronariana.

Ademais, Rajagopalan; Brook (2012) também reuniram evidências capazes de associar o aumento no número de casos de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares não apenas a fatores genéticos, mas também a fatores ambientais, tal como a exposição aos poluentes atmosféricos.

(30)

Alguns artigos também evidenciam uma forte relação entre poluição atmosférica e o aumento nas taxas de suicídio (SZYSZKOWICZ et al., 2010). Estudos realizados em Tóquio, por Ng et al., (2016) utilizaram dados de mortalidade por suicídios entre 2001 à 2011, bem como taxas de emissões de MP2,5, material particulado suspenso (SMP), SO2 e NO2

no mesmo período. Constatou-se que, em alguns subgrupos populacionais de Tóquio, níveis mais altos de poluição atmosférica estão diretamente associados ao aumento na taxa de suicídios.

Em estudos semelhantes realizados na República da Coréia, Kim et al., (2015) testou de 2006 à 2011 associações entre os principais poluentes atmosféricos e as taxas de suicídio, concluindo que, as maiores associações entre índices de poluição e o aumento das taxas de suicídio foi evidenciada pelo O3. Não obstante, a poluição atmosférica também está associada a transtornos depressivos e alterações de humor (GŁADKA; RYMASZEWSKA; ZATOŃSKI, 2018).

Por conseguinte, é possível inferir que são diversas as doenças e agravos causados ou intensificados em decorrência da exposição à poluição atmosférica, especialmente ao que tange os subgrupos mais suscetíveis. Os estudos existentes bem como estudos futuros são de extrema importância não apenas para reavaliar os índices e padrões de qualidade do ar normatizados pelos órgãos competentes, mas também para reavaliar nosso modo de sobrevivência, em busca de maior qualidade de vida.

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2.1.5. Poluição Atmosférica no Mundo

A poluição atmosférica é hoje uma das principais causas de preocupação em âmbito mundial, principalmente em decorrência dos impactos negativos gerados a saúde, economia e meio ambiente pelos poluentes atmosféricos, tais como O3, MP, SO2e outros.

De acordo com dados da “World Health Organization – WHO”

(Organização Mundial da Saúde - OMS), a poluição atmosférica é responsável pela mortandade prematura de aproximadamente sete milhões de pessoas no mundo por ano. Os dados mostram ainda que 9 a cada 10 pessoas em âmbito global estão diretamente em contato com ambientes extremamente poluídos, respirando um ar com altos níveis de poluentes (WHO, 2018).

A poluição atmosférica é, em âmbito mundial, a principal causa das mortes relacionadas a complicações cardiorrespiratórias relacionadas ao meio ambiente (WHO, 2015). Ainda, de acordo com estudos de 2016 realizados pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), estima-se que até o ano de 2060, cerca de 6 a 9 milhões de mortes prematuras poderão ocorrer em decorrência da poluição atmosférica externa (DE ANDRÉ; VORMITTAG; SALDIVA, 2017).

2.1.6. Poluição Atmosférica no Brasil

No Brasil, grande parte da emissão de poluentes, decorre não apenas das emissões automotivas, mas também da queima de biomassa

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em decorrência das plantações, fator este que resulta em grande liberação de material particulado na atmosfera (CESAR; NASCIMENTO;

DE CARVALHO, 2013).

De acordo com pesquisas realizadas por Fajerstajn et al., (2016), o simples ato de respirar na região metropolitana de São Paulo se equipara ao ato de fumar, em média, quatro cigarros por dia. Em outra grande metrópole brasileira, Belo Horizonte (MG), um estudo de Gouveia et al., (2019) mostrou uma associação direta relacionada as internações respiratórias totais em decorrência da poluição atmosférica para crianças menores de cinco anos e por doenças cardiovasculares em adultos. No entanto, esses impactos negativos não são exclusivos das grandes metrópoles, atingindo também pequenas cidades e municípios.

Segundo a ONG Instituto de Energia e Meio Ambiente, por meio de sua Plataforma da Qualidade do Ar, que permite o acesso a dados de concentração dos poluentes por estado e por poluente, é possível verificar uma defasagem significativa com relação ao monitoramento das emissões, sendo que apenas os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo realizam atualmente o monitoramento de MP2,5. Dados mais alarmantes mostram que dos 27 estados que compõem nosso país, somente nove monitoram a qualidade do ar para qualquer outro poluente (INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, 2019).

Deste modo, faz-se necessário não apenas um maior controle com relação à concentração de poluentes emitidas diariamente, mas também

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um maior cuidado com relação ao planejamento urbano e melhorias nas políticas de controle nacionais.

2.1.7. Tratados e Padrões de Qualidade do Ar

As questões ambientais e os impactos negativos das ações antrópicas começaram a ser amplamente discutidas a partir de 1985, quando ocorreu a formalização da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, trazendo as primeiras diretrizes e promovendo de modo global meios de proteção do ozônio estratosférico (PROGRAMA BRASILEIRO DE ELIMINAÇÃO DOS HCFCs, 2017).

As discussões referentes aos poluentes atmosféricos aumentaram após o surgimento do primeiro Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) e pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) (SANTOS, 2007). Por meio deste relatório foi possível inferir que as concentrações de Gases de Efeito Estufa (GEE) representam um papel fundamental para o aumento significativo da temperatura global (SILVA; VIEIRA, 2017).

Não obstante, em 1 de janeiro de 1989, entrou em vigor o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, protocolo este que conta em 2020 com 197 países participantes e que impõe a redução progressiva da redução bem como do consumo de substâncias destrutivas para a Camada de Ozônio, como objetivo

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principal a sua eliminação no futuro (PROGRAMA BRASILEIRO DE ELIMINAÇÃO DOS HCFCs, 2017).

Em 1997 surgiu um dos principais protocolos tratando-se da proposição de mudanças para a melhoria ambiental, o Protocolo de Quioto, um tratado internacional de proteção e defesa ao meio ambiente, cujo objetivo principal está na redução das concentrações de GEE na Atmosfera (PROGRAMA BRASILEIRO DE ELIMINAÇÃO DOS HCFCs, 2017). O Protocolo de Quioto não apenas propôs a redução de concentração de GEE como também concederia créditos de carbono para os signatários que cumprirem de forma efetiva as reduções propostas, principalmente no que tange a emissão do óxido nitroso (N2O), CO2, CH4, além dos HCFCs e clorofluorcarbonetos (CFCs) (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION - UNIDO, 2009). Apesar das metas importantes em que os países industrializados se comprometeriam com a redução das emissões de GEE em aproximadamente 5% até 2012 quando comparado aos níveis de 1990, o tratado fracassou, visto que apenas os países industrializados precisavam cumprir as metas, o que resultou em diversos países deixando o tratado e em metas distantes de terem seu objetivo principal alcançado (KAARKOSKI, 2019).

Por meio da Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA), criada na década de 60, os Estados Unidos da América começaram a estabelecer padrões de qualidade do ar, baseados nas emissões de partículas totais de SO2, CO, NO2, O3 e chumbo (Pb). Na

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Europa, apenas em 1976 ocorreu a união de alguns países para o estabelecimento de padrões de qualidade do ar (DE ANDRE et al., 2017).

Com o passar dos anos e a necessidade eminente de maior controle nas emissões, uma gama maior de países começou a estabelecer padrões de qualidade do ar e esses padrões foram sendo aprimorados.

No Brasil, os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos por meio da Resolução CONAMA n°491/2018, que substitui a Resolução CONAMA 3/1990, segundo a qual o padrão de qualidade do ar torna-se um instrumento de extrema importância para a gestão da qualidade do ar, para preservar não apenas o meio ambiente, mas também, a saúde da população no que tange aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica. Nela, os parâmetros analisados referem-se PTS, fumaça, partículas inaláveis (MP10 e MP2,5), SO2, CO, O3, NO2 e Pb (BRASIL, 2018).

É possível inferir, deste modo que, no Brasil, houve um atraso considerável com relação a preocupação ambiental no que tange às regulamentações e padrões de qualidade do ar se comparado com as ações realizadas em outros países desenvolvidos.

Os padrões de qualidade do ar vigentes no cenário nacional referentes a Resolução CONAMA n°491 de 19 de novembro de 2018 bem como os valores padronizados pela OMS em 2016 para o cenário mundial, podem ser observados na tabela 1.

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Tabela 1. Padrões de Qualidade do Ar para MP10, MP2,5, SO2, NO2, O3 e CO vigentes no cenário nacional

Fonte: Elaborada pela autora com base nos padrões de qualidade do ar estabelecidos pela OMS (OMS/2016) e pela Resolução CONAMA 491/2018 (CONAMA, 491/2018;

WHO, 2015).

A partir dos dados disponibilizados na tabela 1, é possível inferir que a padronização sugerida pelo CONAMA ainda é mais permissiva e mais branda se comparada a padronização da OMS, fator este que evidencia a necessidade de revisão da legislação brasileira, visando uma padronização mais rígida e restritiva.

2.2. Valoração Ambiental

Cada vez mais as questões ambientais estão presentes em nosso dia a dia, seja no âmbito social ou econômico. A urgência em proteger os recursos naturais e o meio ambiente das ações antrópicas e dos impactos ambientais negativos relacionados ao avanço econômico, tornou essencial o surgimento de novas pesquisas, projetos e medidas protetivas que visem a conservação ambiental.

OMS (µg/m³) Período de Referência

24 horas 120 100 -

Anual 40 35 20

24 horas 60 50 -

Anual 20 17 10

24 horas 125 50 20

Anual 40 30 -

1 hora 260 240 -

Anual 60 50 40

O3 8 horas 140 130 100

CO 8 horas 10000 10000 100

CONAMA 491/2018 (µg/m³) Poluente

Atmosférico

Padrão Primário/Secundário

NO2

Padrão Primário

Padrão Secundário MP10

MP2,5

SO2

OMS (µg/m³) Período de Referência

24 horas 120 100 -

Anual 40 35 20

24 horas 60 50 -

Anual 20 17 10

24 horas 125 50 20

Anual 40 30 -

1 hora 260 240 -

Anual 60 50 40

O3 8 horas 140 130 100

CO 8 horas 10000 10000 100

CONAMA 491/2018 (µg/m³) Poluente

Atmosférico

Padrão Primário/Secundário

NO2

Padrão Primário

Padrão Secundário MP10

MP2,5

SO2

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Estudos capazes de correlacionar os sistemas econômicos com os sistemas ecológicos, atribuindo valores econômicos aos serviços ambientais tornaram-se deste modo, bastante recorrentes. Esta atribuição de valor monetário a um recurso ambiental é caracterizada como Valoração Ambiental (MARQUES, 1997).

O elevado crescimento populacional concomitantemente com a busca incansável por novas tecnologias resultou no aumento da utilização dos combustíveis fósseis e, por conseguinte, na utilização desenfreada dos recursos naturais. Deste modo, preocupações surgiram no sentido de desenvolver-se, mas ao mesmo tempo preservar os recursos naturais para as gerações futuras, surgindo assim o conceito de desenvolvimento sustentável (BARBOSA, 2008).

Antes do surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, quaisquer dados estatísticos relacionados ao meio ambiente eram separados da economia, mas em 1992, durante a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, começaram a mensurar o desenvolvimento sustentável de modo mais efetivo e englobando outros aspectos que fossem além do econômico (MAIA, 2002). Nesse sentido, a valoração ambiental surgiu da necessidade de se desenvolver sistemas para monitorar e avaliar o desenvolvimento sustentável com a adoção de indicadores que considerassem também os âmbitos sociais e ambientais (BARBOSA, 2008).

É uma ferramenta extremamente útil para a formulação de políticas ambientais mais eficazes, no entanto, para que um processo de valoração

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ambiental seja bem-sucedido, deve-se considerar análises multifatoriais, visto que os recursos naturais possuem múltiplas dimensões de valor (ROMEIRO; MAIA, 2011).

Apesar de os recursos ambientais não contarem com um valor monetário pré-estabelecido ou reconhecido, o seu valor econômico pode ser estimado indiretamente, considerando-se o modo como a sua utilização irá alterar o bem-estar social (MOTTA, 1997). Vale lembrar também que ao valorar ambientalmente, não se pode considerar unicamente o valor econômico resultante da utilidade de determinado recurso ambiental (valor de uso).

O valor de uso pode ser dividido em duas categorias: valor de uso direto (derivados do uso direto da biodiversidade tais como atividades de recreação, lazer, caça, pesca) e valor de uso indireto (contemplam as funções ecológicas da biodiversidade tais como proteção de bacias hidrográficas, preservação de habitat para espécies migratórias, estabilização climática) (BARROS; AMIN, 2007). O valor de opção refere- se ao valor dado à disponibilidade de um determinado recurso para uso direto ou indireto no futuro (MARQUES; COMUNE, 1997).

Existem também, recursos ambientais que, apesar de não possuírem um valor de uso concreto, possuem um ‘’valor de existência’’, ou seja, ainda que não haja nenhum benefício econômico envolvido, ainda existe a disposição de se pagar por eles (valor de não uso) (ROMEIRO;

MAIA, 2011). Na figura 1, é possível observar mais detalhadamente os tipos de valores considerados nas questões ambientais.

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Figura 1. Tipos de valores utilizados na Valoração Ambiental. Fonte: (ROMEIRO;

MAIA, 2011).

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2020), os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), também conhecidos como Objetivos Globais são 17 metas adotadas pelos Estados- Membro das Nações Unidas em 2015, a fim de erradicar a pobreza, protegendo o planeta e garantindo uma vida mais próspera para os seus habitantes até 2030.

Dentre esses objetivos está a promoção da saúde e bem-estar (ODS 3) e de energias acessíveis e limpas (ODS 7), a transformação das cidades e comunidades em áreas mais sustentáveis (ODS 11), a criação de medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos (ODS 13) e a recuperação e uso sustentável dos ecossistemas terrestres (ODS 15) estão diretamente associados a emissão de poluentes atmosféricos em concentrações cada vez menores para que de fato os objetivos sejam alcançados.

Deste modo, sabendo que a poluição atmosférica é uma das maiores ameaças ao meio ambiente e saúde pública, a valoração ambiental pode ser uma ferramenta interessante para auxiliar na quantificação das perdas econômicas relacionadas aos danos provocados pela poluição atmosférica,

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principalmente no que tange à saúde pública, que pode vir a possibilitar também que os objetivos de desenvolvimento sustentável sejam alcançados no futuro.

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3. Objetivos

3.1. Objetivo Principal

O presente estudo teve como objetivo principal realizar um levantamento de modelos de valoração ambiental e abordagens econômicas relacionadas à problemática da exposição à poluição atmosférica no mundo por meio de uma revisão sistemática descritiva, com os objetivos específicos destacados a seguir.

3.2. Objetivos Específicos

O presente estudo definiu como objetivos específicos:

• Organizar os resultados da revisão sistemática para a comparação de desfechos ambientais e métodos de análise;

• Construir uma tabela síntese com os principais métodos de valoração e abordagens econômicas utilizados, os poluentes analisados, os desfechos na saúde pública e a magnitude dos eventos valorados;

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4. CAPÍTULO 1 – MANUSCRITO

State of the Art of Environmental Economic Valuation and Economic Approaches of Air Pollution Impacts on Health: A systematic review Déborah Tesser Janotti, Daniela Debone, Karina Camasmie Abe, Simone

Georges El Khouri Miraglia

(Artigo submetido ao periódico Urban Climate.)

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ABSTRACT

Atmospheric pollution is a subject that is being increasingly addressed due to its adverse effects in the social, economic and environmental spheres. However, these effects have a negative impact on human health, generating excessive costs for the treatment of populations directly affected by high levels of pollutant concentration. Considering the difficulty in quantifying or pricing environmental resources, it is necessary to use different tools that, together, can act effectively in the valuation of the damage, making it possible to create mitigating measures for society. Thus, environmental economic valuation emerges as an important tool to assist in the quantification of economic damages and losses related to the adverse effects caused by air pollution, aiming at measures that mainly lead to the promotion of public health. This study aimed to bring together relevant studies related to air pollution and expenditures in the health sector, through a systematic review. The results provided a basis for the main valuation methods used, information on air pollutants and the magnitude of the valued effects. The electronic databases PubMed, Web of Science, Scopus and EconPapers were used to identify 651 articles relevant to the study. 192 peer-reviewed journal articles met the eligibility criteria and were used for discussion. Several valuation methods and economic approaches were identified, being the multi-model analyzes and willingness to pay the most used, combined with dose-response functions. China and the United States proved to be the most frequent objects of study. Several studies carried out multi-country evaluations, whose publications showed an increase in publications from 1985. The most studied pollutants on a global scale were PM10, PM2.5 and O3, mainly due to their negative impacts on human health, such as the increase in the number of cases of asthma, bronchitis and other respiratory diseases, cited repeatedly in studies, whose reported values ranged from US$100- US$600 billion.

Keywords: Atmospheric pollution, health effects, environmental economic valuation, valuation methods, systematic review, economic approaches.

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Introduction

Air pollution has been one of the most important problems nowadays. Even when it occurs at low concentrations and at values lower than those allowed by the agencies responsible for monitoring and controlling air quality, it significantly affects the quality of living organisms (DE ANDRÉ et al., 2017; BALOGUN et al., 2021). The negative effects can be felt at varying scales, locally or globally, according to the concentration, intensity and mode of dispersion of pollutants in the atmosphere(MAIA et al., 2019), reaching beyond health, the social, economic and environmental spheres.

The negative impacts on health range from morbidity to mortality, especially when there is direct or indirect exposure to air pollutants (NEWBY et al., 2015). Cardiorespiratory diseases, late fetal mortality, the incidence of cancer and infections have been increasingly detected, especially in large urban centers, where the contact with higher levels of air pollution is evident (DASTOORPOOR et al., 2018; FALLAHIZADEH, 2021). Currently, not only diseases related to the cardiorespiratory system, but also mental illnesses (CARLETTI et al., 2019), diabetes (RAJAGOPALAN & BROOK, 2012), insomnia (MINGYING, 2019), allergies (PEDEN, 2018) and even suicide (LIN et al., 2016), considered by many as the '21st Century Diseases', have been associated with direct and indirect contact with particulate matter (PEREIRA FILHO et al., 2008). In addition, health problems associated or aggravated by exposure to concentrations of pollutants end up generating a chain reaction, resulting in adverse effects also in the social and economic compass.

Data from the World Health Organization (WHO) show that air pollution is responsible for the premature death of approximately seven million people in the world per year. The data also show that nine out of ten people globally are directly in contact with extremely polluted environments, breathing air with high levels of pollutants (WHO, 2018).

It is estimated that by the year 2060, around 6 to 9 million premature deaths could occur globally, as a result of external air pollution (DE ANDRÉ et al., 2017; WHO, 2018).

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In Brazil, in addition to automotive emissions, there is still a large proportion of pollutant emissions resulting from the burning of the biomass from the Amazon forests, resulting in the release of pollutants into the atmosphere (BALLESTEROS-GONZÁLEZ et al., 2017). Other polluting sources are also present, mainly from industrial poles, livestock and energy production (GOUVEIA et al., 2019).

Studies capable of correlating economic and ecological systems, attributing financial values to environmental services, have thus become quite recurrent. The Economic Valuation tool, emerged from the economic theory, when combined with the use of a geographic information system, can contribute to decision-making regarding the use of natural resources, as it is capable of assigning monetary value to a given environmental resource (ANSOLIN et al., 2018). Although environmental resources do not have a pre-established or recognized monetary value, their economic value can be estimated indirectly, considering how their use will change the social well-being (MOTTA, 1997).

Since the occurrence of Economic Valuation, several methods of environmental valuation have emerged, capable of estimating the total value of a given natural resource. The methods when used separately have some limitations that can be remedied and/or minimized when used together, providing results closer to reality in the valuation of the resource (LYNCH et al., 2020).

The Economic Valuation can consider several elements, for example the use value, which can be split into two categories: the direct use value (derived from the direct use of biodiversity, such as recreational, leisure, hunting and fishing activities) and the indirect use value (which contemplate the ecological functions of biodiversity such as watershed protection, habitat preservation for migratory species, climate stabilization) (BARROS; AMIN, 2007; MAHLATINI et al., 2020). There is also another component of use value, such as option value, which refers to the value given to the availability of a particular resource for direct or indirect use in the future (BARTKOWSKI, 2017; MARQUES & COMUNE, 1997).

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Additionally, there are environmental resources that, despite not having a direct use value, have an ''existence value'', in other words, even if there is no economic benefit involved, there is still a willingness to pay for them (value of non-use), since the appreciation of a particular resource or species can also be valued (ROMEIRO; MAIA, 2011; SANAÚ et al., 2020). Figure 1 shows in detail the types of values considered for the Economic Valuation.

Figure 1. Types of values used in Environmental Valuation. Adapted from:(MOTTA, 1997;

ROMEIRO; MAIA, 2011).

Thus, knowing that air pollution is one of the biggest threats to the environment and public health, environmental economic valuation can be an interesting tool to help quantify the economic losses related to damage caused by pollution, especially regarding the human health (LYNCH et al., 2020).

Thus, this study had as its main objective to carry out an investigation and synthesis of environmental valuation models and economic approaches related to the problem of exposure to air pollution and its impacts on health through a systematic review. This investigation arose from the need to identify the main methods and approaches used, estimate the magnitude of the effects and values obtained, and provide support for the development of effective public policies.

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Material and Methods

The present study consisted of a systematic review developed from studies related to air pollution in the world, its impacts on human health and methods of environmental economic valuation and economic approaches applied to the problem since the appearance of the term.

Database

Public access secondary databases were used. The publications were selected using the databases Medline (PubMed), Capes Journal Portal/MEC (Web of Science), SciVerse Scopus (Scopus) and EconPapers. The descriptors and the search strategy are presented in Table 1. Scientific articles were selected considering the first publications related to environmental valuation and economic approaches until 2020, in three languages: English, Portuguese and Spanish, accessed on May 4th, 2021.

Table 1. Search strategy and descriptors

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Systematic Review

The systematic review is a secondary study that uses as its database the literature developed on a determined topic and, through the application of systematic search methods, it synthesizes the selected information, enabling a greater number of relevant results, which do not limit our conclusions to a few studies only (SAMPAIO; MANCINI, 2007). It may be accompanied, on a non- mandatory basis, by statistical analysis. When in the presence of this analysis, it is called Systematic Review with meta-analysis. In the absence, it is characterized as Descriptive Systematic Review (DE-LA-TORRE-UGARTE- GUANILO et al., 2011). The use of statistical methods, in general, brings more credibility to the results and, therefore, a greater precision in the interpretation and the conclusions of the study. According to the Ministry of Health of Brazil, in its Manual of Methodological Guidelines for conducting systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012), the main steps of the systematic review are: the definition of the research question, the definition of the eligibility criteria, the literature review with justification for the use of the systematic review, and finally, the documentation of the methodology (BRASIL - MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012), as shown in the Figure 2.

Figure 2. Methodologies for the synthesis of Scientific Evidence, according to a quantitative or qualitative approach. Adapted from (DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO et al., 2011).

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The systematic reviews differ from other types of reviews’ studies, mainly because it refers to a replicable, scientific and transparent process. Furthermore, it is a very common scientific practice in the medical field that has recently migrated to other disciplines, such as environmental science (TRANFIELD et al., 2003; BABATUNDE et al., 2017; SOHN et al., 2019; DEBONE et al., 2021).

Definition of the Research Question

At this stage it was necessary to formulate the research question in a clear and objective way. Thus, the acronym PICO was used as a guide to answer all the components of the question, namely: P (population), the population to be included in the study; I (intervention), which intervention would be investigated;

C (comparison) enabling a defined control for each intervention and, O (outcome) which refers to the conclusion for the studied question, as can be seen in Table 2.

Table 2. Definition of the survey question using the acronym PICO.

P (Population) Population affected by air pollution negative effects

I (Intervention) Use of environmental economic valuation models and/or economic approaches

C (Comparison) Non-use of environmental economic valuation models and/or economic approaches

O (Outcome) Assessment of the reduction or not of negative health effects due to the use of environmental economic valuation and/or economic approaches

In this way, it was possible to define the research question as: What are the most used environmental economic valuation models and economic approaches to detect the direct and indirect negative effects on the population's health due to air pollution?

Referências

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