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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO. Aula Ministrada pelo Prof. Rogério Martir (Aula 61-22/05/2019)

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.

Aula Ministrada pelo Prof. Rogério Martir (Aula 61 - 22/05/2019)

AÇÃO RESCISÓRIA

A Ação Rescisória é destinada a desconstituir a coisa julgada material e está destacada no artigo 836 da Consolidação das Leis do Trabalho e seu cabimento está inserido no artigo 485 do Código de Processo Civil. Seu prazo prescricional é de 2 anos do trânsito julgado da decisão.

No Direito Processual Civil brasileiro, a ação rescisória é uma ação autônoma, que tem como objetivo desfazer os efeitos de sentença já transitada em julgado, ou seja, da qual já não caiba mais qualquer recurso, tendo em vista vício existente que a torne anulável, é um meio autônomo de impugnação, dando origem a uma relação processual distinta daquela em que fora proferida a decisão que ora se está atacando, haja vista que não é arrolada no rol de recursos e exige-se o trânsito em julgado.

Hipóteses de cabimento da ação rescisória

Para que seja possível a rescisão da decisão judicial sobre a qual já tenha recaído a coisa julgada, o vício deve estar elencada no rol taxativamente previstos no artigo 966 do Código de processo Civil.

“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

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III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar manifestamente norma jurídica;

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;

VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:

I - nova propositura da demanda; ou

II - admissibilidade do recurso correspondente.

§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

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§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.

§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.”

A primeira hipótese trazida pelo inciso primeiro versa sobre atos tipificados no Código Penal como crimes contra a administração pública, indicando que a decisão decorreu de ato criminoso do julgador.

Assim, para sua configuração é necessária que estejam previstos todos os requisitos do tipo penal, porém não é necessário que haja condenação prévia.

Prevaricar é “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, artigo 319 do Código Penal.

Concussão liga-se à ideia de “exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”, artigo 316 do Código Penal.

Corrupção passiva é “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”, artigo 217 do Código Penal.

Assim, independente do fato de haver ou não a condenação no âmbito penal, poderá ser proposta ação rescisória quando tipificado a conduta do julgador neste artigo. E ainda que este seja absolvido na esfera penal, no âmbito civil a ação poderá ser julgada procedente.

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A segunda hipótese é sobre decisão proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incapaz. O juiz é impedido quando se configura alguma das previsões do artigo 144 do Código de Processo Civil.

“Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

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§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.”

A imparcialidade do juiz é um pressuposto processual de validade. Se faltante a imparcialidade este estará impedido, e assim encontra-se diante de uma nulidade que se reflete nos atos do processo e na própria decisão final.

Assim, são passíveis de ação rescisória decisões proferidas por juízes impedidos.

O segundo aspecto deste artigo é a decisão proferida por juiz absolutamente incompetente, ou seja incompetente por razão da matéria, da pessoa ou da função, nos casos da incompetência relativa, ocorrerá sua prorrogação caso não seja alegado oportunamente, artigo 65 do Código de Processo Civil.

“Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.

Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.”

A terceira hipótese baseia-se na conduta inadequada das partes, por entender que uma das partes agiu contra a boa-fé, o que dificultou a atuação da parte contrária ou afasta o julgador da verdade dos fatos.

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Para configurar esta hipótese há que ocorrer o dolo, há que se demonstrar que houve a conduta ardilosa, consistente na circunstância de haver nexo causal entre aquele e a decisão.

A coação é uma inovação trazida pelo novo código que se caracteriza pelo constrangimento praticado sobre a parte vencida

A decisão resultante de simulação e colusão entre as partes a fim de fraudar a lei também é passível de ser rescendida. Na colusão o objetivo é obter situação jurídica proibida pela lei, e na simulação as partes não em interesse em se aproveitar dos resultados do processo, mas apenas, de utiliza-lo como simulacro para prejudicar terceiros.

A quarta hipótese versa sobre ofender a coisa julgada, como já dito, o pedido da sentença proferida sobre a qual recai a coisa julgada não pode ser motivo de outra ação entre as mesmas partes, assim, caso esta isto ocorra a nova decisão pode ser tida como nula, e, portanto, rescindível.

“Não há ofensa à coisa julgada quando o juízo monocrático determina a incidência dos juros de mora desde a citação e o acórdão proferido pelo STJ apenas se manifesta acerca da atualização monetária” (STJ, EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp 10.119/SP, 3.ª T., j. 06.08.2013, rel. Min. João Otávio De Noronha, DJe 19.08.2013).

O inciso quinto trata-se sobre a violação manifesta da norma jurídica, essa violação não necessariamente deve ocorrer na decisão, podendo ocorrer durante o curso do processo.

Em relação a norma jurídica que foi violada, de forma unanime, há o entendimento de que tanto pode ser de norma material ou processual, em ambos os casos será passível propor ação rescisória.

Em relação as normas processuais que foram violadas, somente as violações que acarretarem em nulidade absoluta serão passiveis de seres rescindidas pela ação rescisória, excluindo assim, as violações que consistirem em anulabilidade.

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Encartam-se também as violações à lei processual que digam respeito à própria sentença, ou seja vícios relativos à sua fundamentação, que pode ser ausente, insuficiente ou inadequada e à extensão do decisório, devendo a mesma se ater ao pedido, sem que haja sentenças ultra, extra ou infra petita.

As sentenças infra petita, ao deixarem de julgar o pedido do autor, não deve ser considerada nula, mas sim, inexistente, não viciando as outras decisões.

Em relação as sentenças ultra petita, a jurisprudência tem temperado de maneira acentuada a possibilidade de se desconstituírem as sentenças reduzindo-as ao pedido e não anulando-as ou rescindindo-as.

No que tange a expressão literal violação da lei, somente deverá ser levado em conta leis cuja aplicação possuem apenas uma interpretação jurisprudencial ou mesmo com uma interpretação predominantemente aceita.

Portanto não é possível propor ação rescisória frente a decisões proferidas com base na violação literal da lei caso esta lei possua diversas interpretações jurisprudenciais, como prevê a sumula 343 do STF.

“Súmula 343 - Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.”

Outro ponto a se destacar é a respeito da possibilidade de se rescindir a decisão sobre a qual pese a autoridade da coisa julgada, decidida com base em lei, que posteriormente foi tida como inconstitucional, pelo controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal, caso seus efeitos não tenham sido modulados.

Esta questão somente é possível ser abordada caso o STF não tiver em sua decisão declarado que esta deve produzir efeitos ex-nunc.

O inciso sexto traz a hipótese de propor a rescisória quando a sentença for baseada em uma prova falsa, cuja anautenticidade seja apurada em processo criminal ou durante a própria ação rescisória.

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Para que ação seja fundamentada neste inciso, é necessário haver nexo causal entre a prova falsa e a decisão rescindenda, isto é, se não houvesse tal prova a decisão teria sido outra.

O inciso sétimo diz respeito a prova nova, se posteriormente ao encerramento do processo, a parte obtiver novo elemento probatório que lhe poderia assegurar resultado favorável, admite-se a rescisão da decisão judicial.

Por prova nova deve-se entender não aquela surgida após o encerramento do processo, mas aquela prova que já existia ao tempo do julgamento do mérito que a parte ignorava ou tenha ficado impossibilitado de utilizar.

O inciso oitavo e o parágrafo primeiro expressam sobre o ajuizamento da ação rescisória com base no erro de fato verificável nos autos.

Com base na própria lei há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

O parágrafo segundo do inciso oitavo, versa sobre a rescindibilidade de decisão que não seja de mérito, que transitem em julgado e que não permitem a repropositura da demanda, salvo se foi corrigido o vício como por exemplo no caso que extingue o processo por que há coisa julgada ou litispendência.

O inciso segundo resolve um problema bem específico pois uma vez que a decisão que inadmite recurso não é de mérito, sob a égide do antigo Código de Processo Civil, esta decisão não era passível de ser rescindida através de ação rescisória.

Assim, neste caso, o pedido é formulado para que haja a admissibilidade do recurso que foi indevidamente obstada por decisão ilegal.

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O parágrafo terceiro aduz que esta ação somente poderá ter por objeto um capítulo da decisão. As sentenças e decisões podem ter mais de um capitulo, correspondente a diferentes méritos, como dano moral e material por exemplo.

Os capítulos são partes da decisão estruturalmente autônomos, com fundamentos e decisum próprios, porém muitas vezes por estarem interligadas a impugnação de um capitulo faz derrubar os demais por decorrência lógica

O parágrafo quarto é literal em dizer que os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei, não cabendo assim ação rescisória.

O parágrafo quinto alonga o cabimento das ações rescisórias com fundamento no inciso V para incluir a possibilidade de ajuizar esta ação decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.

O parágrafo sexto também é bastante literal e expressa que quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica

“Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;

II - o terceiro juridicamente interessado;

III - o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;

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b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.”

O inciso primeiro diz que são legitimadas as partes do processo e os seus respectivos sucessores. Há entendimentos contrários no que diz respeito a legitimidade das partes. Também são legitimados para propor a ação rescisória aquele que tenham atuados como assistentes no processo, ou poderiam tê-lo sido.

O inciso segundo versa sobre o terceiro, o conceito de terceiro é todo aquele que não é parte do processo, o terceiro desinteressado juridicamente, é aquele que nada tem a ver com a lide, nem direta, nem indiretamente, assim, este não pode propor ação rescisória.

Os terceiros são os interessados, e podem ser aqueles que deveriam ter sido partes do processo mais não participaram, ocorre nos casos em que a decisão diz respeito a direitos os quais estes são titulares.

Há também os terceiros que possuem relação jurídica ligada àquela sobre a qual se discute no processo, e, portanto, serão ou terão sido atingidos indireta ou reflexamente pela decisão.

O inciso terceiro garante a possibilidade do Ministério Publico poder propor a ação, isso ocorrerá naquelas situações previstas, porém o legislador não deixou este rol taxativo, dando margem a possibilidade de intervenção do Ministério Público para rescindir decisões viciadas as quais decorra a sua necessidade de agir.

Ainda em relação ao Ministério Público, o parágrafo único deste artigo nada acrescenta ao ordenamento jurídico pois apenas diz que o artigo 178 deve ser seguido.

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“Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.”

A ação rescisória é de competência originária do segundo grau de jurisdição, e, portanto, a demanda é intentada diretamente nos tribunais de segundo grau, com exceção dos casos em que a competência cabe originariamente aos tribunais superiores.

O depósito prévio no percentual de 20%, do valor envolvido, conforme o artigo 836 da CLT, Caso a Ação Rescisória seja julgada improcedente, o valor depositado reverterá em favor do réu, a título de multa. Não esquecer de falar na inicial e juntar o deposito. Mais se tiver justiça gratuita não precisa ser recolhido.

Deve ainda indicar no bojo da inicial (causa de pedir): 1) a existência da decisão definitiva (acórdão ou sentença) transitada em julgado e a invocação de alguma das hipóteses. Como o ordenamento jurídico não admite a ação rescisória preventiva, mesmo que ocorra o trânsito posteriormente ao ajuizamento, cabe ao autor da ação comprovar o trânsito em julgado da decisão que pretende ver o corte rescisório, sendo indispensável (Súmula 299).

Se o réu citado não contestar, embora revel, não se produzirá os efeitos da confissão ficta previsto no art. 844 da CLT, não havendo presunção de veracidade dos fatos, vez que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, à revelia não produz confissão na ação rescisória

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MANDADO DE SEGURANÇÃ

O mandado de segurança consiste em uma ação constitucional, de natureza civil, contenciosa e mandamental, regida por lei especial que tem por escopo proteger direito líquido e certo contra ato praticado por autoridade pública.

De acordo com o artigo 5°, inciso LXIX, da Constituição Federal: “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por ‘habeas- corpus’ ou ‘habeas-data’, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.

Sempre procurar nas jurisprudências.

O artigo 1°, da Lei n° 12.016/09: “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1° Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

§ 2° Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

§ 3° Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.”

Conforme preconiza o novel diploma legal, a ilegalidade pode ser proveniente de qualquer autoridade pública, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções.

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Os mandados de segurança passaram a ser cabíveis contra atos de outras autoridades, além das judiciárias, tais como nas hipóteses dos incisos III e IV do art. 114, da CF, e face dos auditores fiscais e delegados do trabalho, oficiais de cartório que recusam o registro de entidade sindical e até mesmo de atos praticados por membros do Ministério Público do Trabalho em inquéritos civis, já que o inciso IV do art. 114 reza ser da competência da justiça trabalhista o mandamus quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.

Há que se destacar que na Justiça do Trabalho, após a EC n° 45/04, a fixação da competência para apreciação e julgamento do mandado de segurança se estabelece em razão da matéria, isto é, que o ato praticado tido como abusivo e ou ilegal esteja submetido à jurisdição trabalhista, sendo irrelevante para tal a qualidade da autoridade coatora.

Atualmente, o mandado de segurança pode ser impetrado não somente nos TRTs ou TST, podendo ser impetrado na Vara do Trabalho, ou seja, Juiz de primeira instância. Outra mudança de alta relevância é que o mandado de segurança pode ser usado em desfavor de atos de outras autoridades, além das judiciárias trabalhistas, que eram as únicas que poderiam ser atingidas com tal ação.

Além do mandado de segurança individual existe também o mandado de segurança coletivo que tem por finalidade garantir o direito inquestionável de entidades ou associações legalmente constituídas quando o direito de seus associados ou membros forem violados. O autor Teixeira Filho preceitua em sua obra que

A Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso LXX, alínea b, concede legitimidade à organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há no mínimo um ano, para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interesses de seus membros ou associados

A competência para julgar o mandado de segurança será fixada em observância a quem realizou o ato de ilegalidade ou abuso de poder, que constitui o objeto do mandado de segurança. Sendo assim, no caso de ser o mesmo impetrado contra auditor fiscal do trabalho ou delegado regional do trabalho, a competência será do juiz de primeira instância;

e no caso de ser contra funcionário ou juiz do trabalho, a competência será dos Tribunais Regionais, também sendo o auferido tribunal competente nos casos de ato praticado por juiz de direito com jurisdição trabalhista.

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OBS: Mandado de segurança é a ação impetrada no Poder Judiciário que tem por finalidade corrigir os danos causados por atos de abuso de poder ou ilegalidade, que ameaça o direito líquido e certo oprimido, individual ou coletivo; e o mandado de segurança também se caracteriza por ser a ação, a qual o pedido que a constitui não foi amparado por habeas corpus ou habeas data.

Na Justiça do Trabalho é clara a possibilidade de aplicação do mandado de segurança em desfavor de autoridades públicas que cometerem atos de ilegalidade ou abuso de poder que ocasionem assim a violação de direito líquido e certo, inclusive o próprio Tribunal Superior do Trabalho pode ser alvo do mandado de segurança, nos casos de ato administrativo do referido Tribunal.

Dúvidas estou à disposição sempre.

Bons Estudos!!! Prof.ª Filomena Oliveira.

Referências

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