EDITORIAL
O presente fascículo do Cadernos do Cuidado traz a você, nosso leitor, mais um conjunto de reflexões sobre o projeto Caminhos do Caminhos e, por ora, encerra o primeiro ciclo das produções científicas de autoria daqueles parceiros que viven- ciaram essa caminhada, em diferentes posições e sob perspectivas singulares.
Entre artigos originais, relatos de experiência e ensaio, o que insisti em nos unir é a radicalidade do nosso compromisso com o cuidado, e a alteridade que emana e explode quando nos abrimos para o encontro com o Outro. Isso mesmo, Outro com letra maiúscula. Porque não se trata unicamente daquele que, porventura, se encontra em situação de vulnerabilidade e, por isso, teoricamente, careça de potência de vida. Antes, trata-se, fundamental- mente, da produção de (inter)subjetividade, quando nos abrimos para o encontro com todo e qualquer Outro, onde (re)encontramos nós mesmos.
O Caminhos do Cuidado foi – e é – isso: da ordem do afeto. De ser afetado. De ser revolucionário. Por isso, ele nunca se encerra. É sempre caminho.
Apesar do que pensam certos revolucio- nários, o desejo é, na sua essência, revo- lucionário [...] É desagradável ter que dizer coisas tão rudimentares: o desejo [é uma ameaça] não por ser desejo, mas por ser revolucionário.
Gilles Deleuze e Félix Guattari, Anti-Édipo Boa leitura a todos.
MARIA CRISTINA SOARES GUIMARÃES Membro do Conselho Editorial do Cadernos do Cuidado