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Rev. esc. enferm. USP vol.14 número3

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Academic year: 2018

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E D I T O R I A L

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Tenho em mãos "Processo de Enfermagem", livro escrito pela Prof a. Wanda de Aguiar Horta, em colaboração com sua assistente Brigitta E.P. Castellanos, ambas docentes da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EPU e EDUSP, 1979).

Quem se inicia na Enfermagem, necessita conhecer algo de sua filosofía. Como a Medicina, vive a mesma do sofrimento humano, devendo os profissionais nela engaja-dos saber entender a linguagem da dor, do sofrimento e da angústia, para falar à alma de seu semelhante. A Enfermagem elege, por assim dizer, os seus preferidos, através de um convite, de uma intimaçãò. Só os que ela assim escolhe poderão efetivamente sentir-se realizados como enfermeiras, por mais extenuantes as canseiras que suportem. A Enfermagem, como a Medicina, é ciência e arte.

Aristóteles afirmava ser o conhecimento científico tudo aquüo que é suscetível de ser ensinado e demonstrado com base em conhecimentos acumulados de antemão. Através de cinco formas de atividades, a alma exprime a verdade, seja por afirmação ou negação: a arte, o conhecimento científico, a sabedoria prática, a sabedoria filosó-fica e a razão unifilosó-ficadora de todo o conhecimento. A Medicina e a Enfermagem se alimentam obrigatoriamente das cinco expressões acima enumeradas. Na prática, a Enfermagem é, fundamentalmente, conhecimento científico, ou como dizia Aristóteles, "tudo aquilo que é suscetível de ser ensinado e demonstrado, com base em conheci-mento acumulado de antemão" e também, arte, isto é, um "pendor que predispõe à criação, acompanhado de razão verdadeira". Arte, refere Walter Benevides, é a ação concreta, individual, como u m ofício. Ciência é o saber impessoal, que usa a experi-mentação para prever.

A enfermeira, como o médico, tem o dever precipuo de cuidar do paciente a ela confiado. Para isto, terá que se identificar com o doente no seu sofrimento, saber ouvir com paciência todas as suas queixas e lamúrias, suavizá-lo com a palavra, tranquilizá-lo face à sua angústia.

A função específica da enfermagem é assistir os indivíduos com problemas de saúde ou ajustá-los nas interferências em seus estados de enfermidade.

Dagmar E. Brodt, em 1969, prestando assistência a paciente portadora de um tumor inoperável, estabeleceu a teoria sinergística da ação da enfermagem, através de seis dimensões, a saber: a preservação das defesas do corpo; a prevenção das complica-ções; o restabelecimento do relacionamento do paciente com o mundo exterior; a detecção de mudanças no sistema regulador do organismo; a implementação da tera-pêutica prescrita pelo médico e outras atividades do diagnóstico e a provisão de con-forto.

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equilí-brio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilibrios pela assis-tência ao ser humano, no atendimento de suas necessidades básicas, procurando sempre reconduzí-lo à situação de equilíbrio dinámico, no tempo e espaço.

O método de atuação da enfermagem, objeto do livro em boa hora publicado pelas docentes da Escola de Enfermagem e que tanto dignificam aquela Casa de Ensino, é denominado "processo de enfermagem", consistindo fundamentalmente na dinámica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano.

Para nós, a Medicina e a Enfermagem possuem valores transcendentais que merecem ser respeitados: o culto desinteressado ao doente, o amor à profissão e a observância à magnitude de sua função social. O livro que ora focalizamos destaca o lado humano e científico da Enfermagem, que não é simplesmente uma profissão, como também no caso da Medicina, mas um estado de espírito, um ideal de vida, uma destinação.

Referências

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