• Nenhum resultado encontrado

ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Curso de Licenciatura em Enfermagem

Curso de Licenciatura em Enfermagem, ESEnfC (Despacho n.º 7196/2017, de 17 de agosto) 3º Ano – 5º Semestre

ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Equipa Científico-Pedagógica ESMP 2018-19

Modulo 1 Crise

Sumário de Assuntos:

Conceito de Crise

Características das crises

Tipos de Crises

Fases de um estado de Crise

Intervenção em Crise

Bibliografia específica

(2)

O conceito de Crise

“… desequilíbrio psicológico numa pessoa que se defronta com uma circunstância de risco, que constitui para ela um problema importante, do qual ele não pode no momento nem fugir nem resolver com os recursos habituais de resolução de problemas.”

(Taylor, 1992, p.371)

O conceito de Crise no campo da saúde

•Qualquer acontecimento súbito ou inesperado na vida de uma pessoa que altere drasticamente a rotina;

•Estado no qual o corpo não está em equilíbrio homeostático;

•Sentida como uma situação na qual a pessoa pode perder o controlo dos pensamentos e sentimentos;

•Situação que conduz a um estado de agitação interior

(Taylor, 1992)

(3)

NA PRODUÇÃO DE UMA CRISE INTERAGEM

•Um acontecimento

•O seu significado para o indivíduo ou para a sua família

•Incapacidade para resolver o problema

A perceção do acontecimento depende:

Como o acontecimento de crise é avaliado

Estratégias de coping do indivíduo

(Taylor, 1992)

Apoio situacional inclui:

Pessoas a quem a pessoa em crise se pode socorrer Outros recursos

As capacidades de resolução dependem de:

Recursos individuais

Formas de lidar em crises anteriores Capacidades de resolução de problemas

Situações geradoras de stress anteriores (forma como foram resolvidas ou não)

(4)

CARACTERÍSTICAS DAS CRISES

•Universal

•Individualizada

•Eventos identificáveis

•Duração limitada

•Receptividade a ajuda

•Potencial crescimento/deterioração psicológica

(Taylor, 1992)

TIPOS DE CRISES

Crises do desenvolvimento - previsibilidade

•Nascimento de um filho, entrada na escola

•Puberdade, anciania, nascimento de irmãos, casamento

•Morte de pessoa significativa (…)

Crises situacionais

•Perda de emprego, divórcio, violação

•Morte inesperada de pessoa significativa

•Sismos e terramotos, incêndios

•Acidentes de viação (…)

(Taylor, 1992)

(5)

FASES DE UM ESTADO DE CRISE

(Caplan, 1980)

•Fase 1 – Negação (ansiedade)

Situação que ameace a perda de equilíbrio. Mecanismos habituais de resolução de problemas. Dura algumas horas a poucos dias

Negação: funciona como um importante mecanismo de defesa da mente

Na maior parte dos casos as pessoas apresentam boa saúde mental, embora essa realidade seja mais aparente do que real o que

rapidamente conduz à fase dois se não for feita nenhum tipo de intervenção.

Nesta fase, as técnicas de intervenção indicadas são as de domínio cognitivo e de redução da ansiedade.

FASES DE UM ESTADO DE CRISE

(Caplan, 1980)

•Fase 2 – Aumento de tensão (ansiedade crescente)

Mais ansiedade. Mecanismos esgotados. AVD’s alteradas.

Desequilíbrio/desconforto.

Enorme esforço para continuar a manter as suas AVD’s, na tentativa de aprender a lidar com a ansiedade crescente.

A pessoa ou a família permanece funcional, embora os níveis de tensão se mantenham evidentes através da hiperatividade.

As técnicas de gestão/redução do stresse são as mais indicadas para evitar a rotura e consequentemente a desorganização

(6)

FASES DE UM ESTADO DE CRISE

(Caplan, 1980)

•Fase 3 – Desorganização (nível mais elevado ansiedade)

Recursos internos e externos. Re-equacionar o problema ou distorcê-lo.

A pessoa em crise sente-se a desmoronar e abandona todas as AVD’s.

É uma fase privilegiada para a intervenção (se não foi realizada antes) dado que a pessoa se sente mal e procura ajuda profissional.

As intervenções devem ter em consideração a redução da ansiedade

FASES DE UM ESTADO DE CRISE

(Caplan, 1980)

•Fase 4 – Tentativas de reorganização (Ansiedade a um nível intolerável. Desorganização. Distúrbio psiquiátrico)

Com ou sem ajuda, a pessoa desenvolve mecanismos de defesa para lidar com a situação.

Usa experiências anteriores para lidar com a situação atual.

A importância da atuação prende-se com o sucesso pela acumulação de experiência para lidar com a resolução desta e futuras crises.

As intervenção cognitivas e comportamentais são necessárias para este sucesso

(7)

INTERVENÇÃO EM CRISE

A resolução de um estado de crise pode ter três consequências possíveis:

•Pseudo-resolução

•Resolução mal sucedida

•Resolução bem sucedida - Resolução eficaz de uma crise

Perceção do acontecimento Recursos disponíveis Mecanismos aprendidos

INTERVENÇÃO EM CRISE

RECONHECIMENTO DOS SINAIS DE CRISE

•Verbalização de incapacidade para lidar com os problemas do dia-a- dia

•Incapacidade real para resolver os problemas

•Utilização ineficaz dos mecanismos de coping

(Taylor, 1992)

(8)

INTERVENÇÃO EM CRISE

OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO

•Ajudar a compreender a situação atual

•Tornar os sentimentos e emoções conscientes

•Estimular os mecanismos individuais de desempenho

•Facilitar a reabertura aos outros

•Ajudar na identificação dos recursos pessoais

•Ajudar a reencontrar auto-estima e auto-confiança

(Taylor, 1992)

INTERVENÇÃO EM CRISE

ETAPAS DA INTERVENÇÃO EM CRISE (Taylor, 1992)

•1ª Etapa – Avaliação da situação/Recolha de dados

•2ª Etapa – Planeamento

•3ª Etapa – Intervenção

•4º Etapa - Avaliação da intervenção

(9)

1ª etapa – AVALIAÇÃO/RECOLHA DE DADOS

•Circunstâncias em que ocorreu o acontecimento

•Questionar a pessoa e/ou familiares

•Identificar fatores precipitantes, …

•Observar a pessoa e as suas reacções

•Explorar a percepção sobre o problema, sistemas de apoio, estratégias de coping

•Identificar os problemas que necessitam de resolução imediata e quais podem ficar para intervenção posterior

•(…)

2ª etapa – PLANEAMENTO

•Estabelecimento das prioridades de acção.

•Balanço dos recursos da pessoa:

- o que dá sentido à sua vida?

- quais os mecanismos de auto-eficácia?

- auto-confiança, auto-estima?

- como gere as dificuldades habitualmente?

- quais os mecanismos redutores de tensão?

- que suporte pode beneficiar?

- quais os recursos materiais?

- Quais as estratégias de rp?

(10)

3ª Fase – IMPLEMENTAÇÃO

•Abordagem orientada para a realidade (aqui e agora)

•Identificação de emoções, sentimentos e formas adequadas como lidar com eles

•Orientação para a positividade

•Discussão sobre mudanças realistas

•Ajuda na consciencialização e clarificação o problema

3ª Fase – IMPLEMENTAÇÃO

• Processo de resolução de problemas (rp)

• Compreensão da crise/desmontar a crise nos seus componentes

• Interpretação objetiva da situação vivenciada, (re)direccionar interpretações erradas/desfocadas acerca da crise

• Apoio, reforçando mecanismos de defesa adaptativos

• Avançar respostas (se necessário), como hipóteses alternativas e nunca como decisões

(11)

4ª Fase – AVALIAÇÃO

•Verificar progresso

•Colaborar com restabelecimento das redes de apoio social que podem estar fragilizadas

•Evidenciam-se melhorias na sua situação ou no comportamento ?

•Desenvolveu estratégias adaptativas? Foram eficazes?

•No futuro, consegue responder de uma forma adaptativa sem entrar em crise?

•Consegue descrever um plano de ação para outras possíveis situações de crise?

INTERVENÇÃO EM CRISE

TÉCNICAS UTILIZADAS

•Manipulação dos factores ambientais

•Trabalho centrado nas emoções

•Relaxamento muscular progressivo

•Relação de ajuda

•(…)

(Taylor, 1992)

(12)

A INTERVENÇÃO EM CRISE

•Facilita a percepção correcta da situação

•Permite a adopção de mecanismos eficazes para lidar com as emoções

•Promove a saúde mental

•Previne a doença mental

Perturbações relacionadas com as crises não resolvidas

1 - Perturbações de adaptação

Reacções mal - adaptativas relacionadas com um agente psicossocial gerador de stress, que ocorrem dentro de 3 meses após a ocorrência do acontecimento e não persistem mais de 6 meses.

A reacção à situação geradora de stress é excessiva e envolve prejuízo social

(13)

Perturbações relacionadas com as crises não resolvidas

2 - Sindroma de Stress Post-Traumático (PTSD)

Desenvolve-se após um acontecimento traumático (ex: guerra, fome, desastres naturais, ataque físico…).

Os sintomas característicos incluem:

Reviver a experiência traumática

* Pesadelos recorrentes com o acontecimento * Diversos sintomas depressivos e ansiosos * Dificuldade em participar na vida de relação

Bibliografia Específica

Caplan, G. (1980). Princípios de psiquiatria preventiva. (A. Cabral Trad.). Rio de Janeiro: Zahar.

Taylor, C. M. (1992). Fundamentos de enfermagem psiquiátrica.

(13ªed.). Artes Médicas: Porto Alegre.

Referências

Documentos relacionados

Este artigo pretende analisar as práticas de itinerância dos aedos gregos a partir dos épicos de Homero, destacando a importância que tais movimentos tiveram para as suas récitas

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

a) Ecocardiograma transtorácico: exame de ultrassom do coração para ver a anatomia e a função detalhadas do coração. b) Ultrassom das artérias do pescoço (ultrassom de

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

Na apresentação dos dados estatísticos, ficou demonstrada à todos os participantes a dimensão da pesquisa, abrangendo o setor produtivo como um todo, enfocando a produção

Note-se que a questão não é qual o percurso mais curto entre os dois pontos, cuja resposta nas condições dadas é, obviamente, a reta que os une, mas sim, qual trajetória é

O fenômeno Air Brooklin repete o seu antecessor em diversos níveis: primeiramente, por ser um projeto objetivamente muito volumoso, que acaba atravessando todas as