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Palavras-chave: Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Pecuária. Avicultura.

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1 UMA ANÁLISE A CERCA DA BOVINOCULTURA, SUINOCULTURA E

AVICULTURA NA MESORREGIÃO GEOGRÁFICA DO TRIÂNGULO MINEIRO/ALTO PARANAÍBA/MG NOS ANOS DE 1995 E 2006.

Eduardo Marques Silveira Universidade Federal de Uberlândia – Pontal - UFU marqueseduardos@hotmail.com

Eduardo Souza Oliveira Universidade Federal de Uberlândia – Pontal - UFU esd_eduardooliveirasouza@hotmail.com

Conrado José Maciel Universidade Federal de Uberlândia – Pontal - UFU conrado.maciel@gmail.com

Roberto Barboza Castanho Laboratório de Geotecnologias/FACIP, Campus do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia E-mail: robertocastanho@pontal.ufu.br

Resumo

Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparativo da pecuária bovina e suína e também à criação de aves nos anos de 1995 e 2006 na Mesorregião Geográfica (MSG) do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, tendo como alicerce o mapeamento destes animais da região supracitada. Metodologicamente este trabalho foi dividido em etapas, como primeira etapa realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca dos temas propostos anteriormente; Posterior a isto se realizou uma coleta de dados sobre a região e a criação de animais na região de estugo;

Assim neste ponto foi fundamental a elaboração de dos mapas para uma analise e compreensão da região nos aspectos de bovinocultura, suinocultura e avicultura; Por fim realizou-se um trabalho de campo em 18 municípios da MSG em questão. Assim percebe-se que a região não sofreu muitas mudanças no que tange a criação destes animais.

Palavras-chave: Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Pecuária.

Avicultura.

Introdução

O Brasil ao longo dos anos tem se destacado no cenário mundial, nos aspectos agropecuários, assim através das décadas se tornou um pais com uma grande exportação de produtos pecuários. A carne Brasileira e considerada na Europa uma das melhores do mundo.

Assim não diferente o estado de minas Gerais, esta inserido nesta gama de exportação de gado, um exemplo a Mesorregião do Triangulo Mineira/Alto Paranaíba se destacou

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2 ao longo destas datas como uma grande criadora e exportadora, no que tange os aspectos da pecuária, assim isto possibilitou a região um desenvolvimento econômico, sobre este produto.

Neste sentido a área de estudo desta pesquisa é a Mesorregião Geográfica (MSG) do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, situada em um espaço de crescimento constante ao longo dos anos, esta se destaca com uma economia solida, que desde os anos de 1960 é superior ao do estado de Minas Gerais, desta forma ressalta-se que esta região e uma grande produtora para a economia do mesmo.

A Mesorregião Geográfica do Triangulo Mineiro/Alto Paranaíba é composta por um total de 63 municípios, onde através destes se forma um total de 7 microrregiões geográficas (MRG), sendo elas, Araxá, Frutal, Ituiutaba, Patos de Minas, Patrocínio, Uberaba e Uberlândia.

Algumas regiões se destacam como grandes produtoras de gado, aves e suínos, como por exemplo, a MRG de Uberlândia, que no ano de 2006 é a maior produtora destas criações, isto se explica pelo motivo da presença de uma grande empresa granjeira na região.

Assim com base no que foi citado anteriormente nota-se que a região tem um desenvolvimento econômico estável, é que ao longo dos anos este tem crescido significativamente, o que faz com que a região tenha um destaque no cenário nacional, muita das vezes maior que o estado de Minas Gerais.

A região supracitada possui um solo ligeiramente rico e um clima geralmente seco, o que contribui para o crescimento e a produção de algumas culturas, como, por exemplo, a cana-de-açúcar, o milho e a soja, que são produzidos em grande escala nessa mesorregião. Já a produção de trigo e batata-inglesa teve uma grande diminuição em relação às outras culturas. Já em relação à criação de animais ela tem um destaque nacional, pois em sua maioria os produtores fazem a junção da agrícola é pecuária, ou seja, plantam a cana e na mesma localidade colocam o gado para pastar fazendo desta leguminosa um suplemento alimentar para o boi.

Salienta-se que a região em estudo tem uma importante localização geográfica, como pode ser visto no mapa 1, o MSG Triangulo Mineiro/Alto Paranaíba, faz divisa com estados que estão em plena expansão agro industrial é ainda fica localizada próxima a capital do país, o Distrito Federal.

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3 Mapa 1 - Localização da Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba/MG

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: SILVEIRA, 2010

Por meio disto este trabalho objetiva-se em realizar um estudo comparativo da pecuária bovina e suína e também a criação granjeira de aves nos anos de 1995 e 2006 na MSG do Triangulo Mineiro, alicerçado a esta o mapeamento destes animais na região supracitada.

E importante observar que a área de estudo deste trabalho é a Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, onde será realizada uma analise da produtividade da bovinocultura, da suinocultura e avicultura. Ressalta-se que para o IBGE (2012), aves se subdividem em duas categorias sendo elas, a primeira classe é a dos Galos, Frangas, Frangos e pintos é a segunda variedade é a das galinhas, sendo que ainda existem outros tipos de aves que são criadas industrialmente, como por exemplo, o peru, a codorna e dentre outros, mas neste trabalho será utilizado apenas as duas primeiras categorias.

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4 Ainda destaca-se que a analise da produção destes animais nesta pesquisa, é voltada para o corte, ou seja, para o abate dos mesmos. Assim primou-se apenas por uma analise de animais abatidos.

A produção de Frangos para corte deve seguir um sistema, muito rigoroso denominado,

“todos dentro todos fora” (all-in all-out), onde todas as aves ficam dentro de um mesmo lote, a partir do momento que é começado o abate todas saem destas áreas, ou seja, são retiradas as aves é com isso pode-se limpar o aviário, assim posterior à limpeza do local são inseridos novos animais que deveram seguir o mesmo processo, (EMBRAPA, 2003).

A criação de aves para abate surgiu na década de 1950, nos Estados da região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, se dinamizou de forma rápida, no que tange os aspectos do complexo de carne do Brasil a produção aviaria e uma das mais rentáveis e que seu processo se tornou mais dinâmico.

O processo de criação dos suínos também seque o mesmo sistema de produção dos frangos o “todos dentro todos fora” (all-in all-out), onde se pode fazer a limpeza e desinfecção dos locais onde os porcos estão inseridos, mas ressalta-se a presença de outras formas de criação, como por exemplo, o SISCAL (Suínos Criados ao ar Livre), o agro ecológico, o orgânico e dentre outros.

A produção de suínos no Brasil tem tomado destaque desde os anos de 1990, onde nesta mesma época ate a data de 2001 o abate destes animais cresceu cerca de 45%. Com destaque para os estados da região sudeste e centro-oeste, outros sofreram o processo inverso, como a região sul brasileira, que teve uma imigração ou ate mesmo a redução da produtividade da suinocultura.

O Brasil tem grandes possibilidades de se tornar um grande fornecedor de proteína animal, o custo de produção animal no país e um dos mais baixos do mundo US$0,55/kg.

Metodologia

Os procedimentos metodológicos desta pesquisa foram divididos em dois momentos principais, sendo denominados de levantamento e coletada de dados, elaboração de materiais didáticos e trabalho de campo. Convém salientar que neste trabalho se primou por uma análise de dados e consultas a acervos bibliográficos pertinentes ao assunto e,

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5 em seguida, foi-se a campo para uma constatação das propostas feitas através da observação destas apreciações. Neste sentido, as etapas foram as seguintes:

1° Momento – LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS

1ª etapa: Pesquisas em acervos bibliográficos que correspondem ao assunto, alicerçando assim a obras de temáticas das mais variadas, como por exemplo, os aspectos históricos da região de estudo, pesquisas sobre a bovinocultura, a suinocultura e a avicultura, também se primou por inter-relacionar estas áreas do conhecimento com o geoprocessamento, que através disto pode-se compreender alguns processos que ocorrem nas localidades de estudo. Destaca-se que as áreas de consulta são as mais diversas, desde periódicos a livros, sites e outras ferramentas de análise científica.

2ª etapa: Esta segunda fase baseia-se em uma coleta de dados censitários, ou seja, uma pesquisa amostral sobre os municípios da MSG do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba.

Com base na análise desses dados, pode-se compreender os mais diversos processos que ocorrem tanto na região quanto com os animais em estudo. Para uma melhor espacialização destes dados utilizou-se cartas topográficas e imagens de satélite, através das quais foi possível compreender as principais atividades desenvolvidas nesta, alguns fatores também puderam ser analisados através destes materiais, como por exemplo, relevo, clima, solo, dentre outros.

Com isto deve-se enfatizar que as informações foram obtidas através do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (www.ibge.gov.br) no ano de 2012, mais especificamente no sistema de dados agregados, SIDRA (www.sidra.ibge.gov.br).

Assim, em posse destas informações devidamente organizadas, pode-se, em uma etapa posterior, elaborar materiais didáticos pedagógicos para uma melhor compreensão destas.

2° Momento - ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS E TRABALHO DE CAMPO

3ª etapa: Com os dados censitários em mãos, pode-se ter uma ideia dos principais animais que são criados nos municípios da MSG em questão. Desse modo, a terceira etapa está centrada na elaboração dos mapas com as temáticas propostas anteriormente.

Deve-se enfatizar que a criação destes só foi possível por meio de duas ferramentas,

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6 sendo a primeira a malha da região digital fornecida pelo IBGE do ano de 2012 e o software Arcview. Nesta fase necessitou-se de se ter uma compreensão de forma mais abrangente no que tange os aspectos de estatística, pois apenas os dados não foram suficientes para uma compreensão espacial da área de estudo.

4ª Etapa: Como parte final deste trabalho foi realizada uma análise de campo, ou seja, necessitou-se da elaboração de um trabalho de campo no qual cerca de 30% da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba foi visitada, perfazendo um total de 18 municípios. Os materiais utilizados foram cartas topográficas, GPS, máquinas fotográficas, pranchetas, entre outros.

A partir deste estágio, pode-se compreender alguns processos que ocorrem nesta região e assim constatar algumas das hipóteses que foram propostas anteriormente.

Resultados

A área de estudo, desde o inicio do século XIX, tem sido marcada pelo vasto desenvolvimento na agropecuária, neste sentido o Triangulo Mineiro se insere definidamente na criação de gado a partir da década de 1858, graças à consolidação da coroa portugueses é instalação definitiva da capital do Império, no Rio de janeiro, isto possibilitou que o Estado de Minas Gerais e outros Estados como, Goiás e Mato Grosso, se desenvolvessem gradativamente.

Áreas como as MSG da Zona da Mata e Sul/Sudoeste de Minas Gerais ficaram com o papel de produzir os mais variados produtos como tecidos, mineração, entre outras.

Desta forma região de estudo tomo frente na criação gado, tornando-se assim uma grande produtora pecuarista.

Vale também destacar que a migração que houve para a região de agricultores com poder aquisitivo elevado, partidos do sul do país, foi o principal para essa reestruturação. Dessa forma, os cultivos de grãos a partir da década de 1970 foram responsáveis pela maior mudança que aconteceu no Pontal do Triângulo, transformando as estruturas tradicionais de produção.

Junto a este fator houve implantações e criação das grandes indústrias para região beneficiando assim as culturas de grãos, exemplo desta a Cargil e a Resende, situada em Uberlândia. Portanto a região em questão passa por transformações no seu ambiente, e com isso o espaço começa a ser utilizado para empreendimentos de pequeno, médio e

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7 grande porte. Também empresas distribuidoras de bens de consumo, armazenamento de grãos, transportadoras, construtoras.

A criação de gado no país teve inicio durante o século XVI, sendo usada principalmente nos engenhos, para transporte e como forma de energia, levando em consideração que estas áreas açucareiras tinham força motora a tração animal.

A bovinocultura começa se desenvolver quando a cana de açúcar perde seu valor, ou seja, alguns senhores de engenho percebendo que a cultura canavieira não é mais rentável mudam para o litoral, assim para de produzir cana e compram gado, onde os vaqueiros cuidam das mesmas, o dono da instancia faz uma ou duas visitas durante um ano apenas para verificar sua produção.

Deste modo Andrade (1993 147 p.)

O vaqueiro era responsável pela fazenda não recebia salário em dinheiro. Sua remuneração correspondia a um quarto da produção da fazenda, pois em cada quatro bezerros que nasciam, um lhe pertenciam e os outros três eram do proprietário. Ao partar, podia o vaqueiro vender os animais de sua propriedade. Às vezes, em grandes fazendas, devido à elevada produção, o vaqueiro terminava também fazendeiro;

Ao longo dos anos a bovinocultura se desenvolveu significativamente, assim o Brasil passou a ser considerado um grande produtor no mundo deste animal, sendo considerado o 2º maior rebanho do mundo, ficando atrás apenas da Índia. Entretanto o país e considerado o maior produtor de gado para corte do mundo.

A região em questão ao longo dos anos sempre se destacou como criadora de animais.

Deste modo observa-se que na figura 2, a quantidade de gado abatido ultrapassa a 3 milhões de cabeças. A MSG em questão passou por diversas transformações no âmbito de incentivos a instalação de novos frigoríficos, como exemplo no município de Ituiutaba o frigorífico Bertim.

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8 Figura 2 - Quantidade de Bovinos abatidos no ano de 2006.

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

A produção de bovinos, suínos e equinos tem se destacado nessa região. Algumas cidades como Uberaba sobressaem no cenário nacional na criação de bovinos. Para que essa criação fique mais conhecida, todos os anos são realizados uma festa agropecuária denominada EXPOZEBU (Exposição de Zebu), para que criadores da raça mostrem um pouco de seus animais, não só os da raça Zebu, mas também equinos e suínos. Nessa festa há leilões dos mais variados animais e apresentação de novas tecnologias que vão auxiliar o produtor na criação destes animais. Assim, as geotecnologias destacam-se cada vez mais nessas feiras.

Outras criações, como a bovina, por exemplo, têm aumentado constantemente, pois o Brasil se tornou um grande exportador da carne deste tipo de animal. A qualidade das carnes exportadas proporciona um grande prestígio ao país no cenário internacional.

Assim observa-se que o rebanho da Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e bem significativa, sendo considerada a maior criadora do Estado de Minas Gerais com quase 23% da produção do Estado, isto equivale a um numero de 5.390.943 cabeças no ano de 2006, sendo observado na figura 3.

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9 Figura 3 - Quantidade de Bovinos abatidos no ano de 2006.

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

Deste modo, neste período o Pontal do Triângulo Mineiro reestruturou e fortaleceu suas bases na pecuária e na agricultura de grãos, que se instalavam. Deve ser lembrado que outras culturas ligadas à produção agrícola existiam na mesma como a de hortifrúti, entretanto esta não ofereciam força produtiva que ultrapassassem a atividade de pecuária e de grãos.

Os primeiros suínos foram importados para o Brasil ainda na fase de descobrimento do mesmo, tem-se datado que as primeiras criações destes animais no país foram na cidade de São Vicente/São Paulo no ano de 1532.

Ao longo dos anos houve um descaso quanto a este animal, pois não havia o controle e nem a preocupação do tipo de raça que se estava criando, isto mudou apenas no inicio do século XX, quando se inicia o processo de melhoramento genético dos porcos.

No Estado de Minas Gerais a carne suína esta intimamente ligada a sua historia, desde a época da sua colonização esta carne esta inserida na cozinha mineira. SEBRAE (2008, p. 9) relata sobre como se porta a suinocultura economicamente.

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10 A suinocultura passou por profundas alterações tecnológicas nas últimas décadas, visando principalmente o aumento de produtividade e a redução dos custos de produção. Hoje é uma atividade importante para a economia brasileira, pois gera emprego e renda para cerca de 2 milhões de propriedades rurais, e o setor fatura mais de R$ 12 bilhões por ano.

Pro ser considerada uma cultura altamente rentável, esta desde os tempos remotos tem sido utilizada como forma de completar renda das famílias da MSG em questão

A região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e uma grande produtora da carne suína, com um total de cerca de 44.310 cabeças, como pode ser visto na figura 4.

Figura 4 - Quantidade de Suínos abatidos no ano de 1995

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

Salienta-se que a criação destes animais na região e maior do que a quantidade de animais abatidos ao longo dos anos.

Com o passar dos anos o campo passou a se desenvolver de forma mais gradual, beneficiando assim a produção dos animais e agrícola, como um todo, no ano de 2006 o

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11 números de suínos abatidos deu salto de quase 100% de aumento em relação à década de 1995 como se pode perceber na figura 5.

Figura 5 - Quantidade de Suínos abatidos no ano de 2006.

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

Observa-se que o Estado de Minas Gerais tem uma produção muito elevada de suínos, no ano de 2010 ele produziu aproximadamente 5.03 milhões de cabeças, já a Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, criou cerca de 2. 09 milhões de cabeças, quase 50% da produção do Estado.

A partir da década de 1999, esse cenário viria a lidar alteração vinda de um agenciamento do setor sucroalcooleiro em nível nacional, causado pelas inovações necessárias para a produção de bicombustíveis, como o álcool. Portanto áreas agricultáveis do Estado, na sua maioria grãos, foram estimuladas modificarem sua produção para a cana-de-açúcar.

A criação de Galinhas inicia-se como forma de ornamentação, ou seja, esta era um animal de estimação, somente com o passar dos anos estas aves passaram a serem consumidas, tanto os ovos quanto a sua carne.

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12 No Brasil a avicultura sempre esteve inserida na vida das famílias brasileiras, esta criação foi denominada popularmente de “galinha caipira”, onde os frangos eram soltos em um quintal, sendo presente ate os dias atuais, com maior presença em cidade de interior do país, este tipo de produção era apenas para consumo próprio, de carne e ovos.

No ano de 1995 percebe-se que a avicultura já e bem presente na região (Figura 6), ou seja, a criação de aves para abate em larga escala é visível na MSG em questão. Nota-se que a uma grande concentração desta produção na área central da mesorregião.

Figura 6 - Quantidade de Aves abatida no ano de 1995.

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

Com o passar dos anos necessitou-se de uma demanda maior para a produção destes animais, assim a avicultura passou a ser mais tecnológica e consequentemente mais rentável.

No ano de 2006 o Brasil ocupava a 3º posição no ranking mundial de produção de aves, ficando apenas atrás apenas dos Estados Unidos e da China, segundo a ABEF (2006 14 p.), o Estado de Minas Gerais produziu aproximadamente cerca de 90 milhões de cabeças, sendo considerado as duas categorias citadas anteriormente, a MSG em

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13 questão teve uma produção de 21% em relação ao Estado, aproximadamente 20 milhões de cabeças.

Figura 7 - Quantidade de Aves abatidas no ano de 2006.

Fonte: Malha digital do IBGE, 2012. Org.: MACIEL, 2010

Por meio disto, com as inovações tecnológicas adentrando no meio rural, possibilitou com que cada vez mais o produtor rural tivesse acesso a essas novas tecnologias, assim tanto o campo quanto o urbano se desenvolveram ao longo do recorte temporal.

Cada vez mais outras ferramentas são utilizadas no campo e na cidade, tanto no que tange aos aspectos de criação de animais e de plantio quanto no transporte dos mesmos.

Ferramentas como o GPS – Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global – se tornaram útil no dia a dia dos cidadãos.

Dentre outras funções, o GPS pode ser utilizado no campo para o rastreamento do gado, pois as raças rastreadas apresentam um valor agregado maior no mercado; sendo assim, esse rastreamento funciona de forma que se possa acompanhar sua alimentação, vacinação e possíveis doenças, bem como o local que o animal frequenta. Raças como

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14 Red Angus, Herford, entre outras, se destacam nessa tecnologia tanto no Brasil quanto em outros países.

A função do rastreamento do gado, que já pode ser feita através do GPS, é impedir que os animais invadissem áreas proibidas, como Áreas de Preservação Permanente (APP) e que o proprietário não perca seus bois. O aparelho aciona um som, quando o gado está se aproximando da cerca eletrônica, definida em um software especifico, caso o animal não pare, o equipamento em forma de colar ou brinco libera um leve choque.

Com isso, o criador poderá enviar aos clientes um relatório de rastreabilidade de onde o gado foi criado, garantindo a qualidade e a procedência dos seus animais. Indústrias do ramo de calçados, não aceitam couros de gados criados na floresta Amazônica, devido à degradação do meio ambiente, que estes animais causam. Outro exemplo, a maior produtora de proteína animal do mundo assinou um protocolo onde deixa de comprar carne de gados criados em áreas recém-desmatadas. Dessa forma, o uso do rastreador de bois vem agregar valor de mercado aos animais abatidos.

Neste contexto, indiretamente, os gastos com delimitações físicas, também serão reduzidos, pois com o uso do GPS e de softwares delimitando cercas invisíveis através de satélites, não se necessita de tantas cercas e porteiras.

Como o desenvolvimento destas tecnologias e o aumento da produção tanto de animais quanto agrícola necessitaram de uma ferramenta que se possibilita uma coleta, armazenamento e analise de dados, Rosa (2009, 259 p.), trabalha sobre a ideia deste mecanismo,

O sensoriamento remoto e o SIG, aliados a tecnologia computacional, demonstram que podem auxiliar na coleta, armazenamento e análise do volume e complexidade dos dados necessários para os estudos ambientais.

O SIG se tornou uma importante forma de analise e coleta de dados e dentre os mais utilizados pode-se destacar, o ARCGI, GRASS, SPANS, SIG/INPE, SPRING, MAPAINFO, ARCVIEW, AUTODESK MAP, IDRISI e dentre outros. A material que se primou por utilizar neste trabalho foi o ARCVIEW, tanto para analise quanto para armazenamento de dados.

Como resultados principal tem-se os 6 mapas sobre o abate de animais, e com os mesmo pode-se perceber que ao longo do recorte temporal o crescimento da

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15 bovinocultura, da suinocultura e da avicultura foi considerável, tendo muito das vezes aumentado a criação deste nas cidades que já produziam em larga escala.

Considerações

A pesquisa primou-se em demonstrar sobre a ampla e diversidade da produção de corte da Mesorregião do Triangulo Mineiro/ Alto Paranaíba, pois esta se destaca nos conceitos da agropecuária em todo o Estado, ressaltam também algumas peculiaridades da atividade de corte que a tornam especial no contexto da produção e exportação da mesma.

Deste modo nota-se que a quantidade de aves abatidas no ano de 2006 foi superior ao ano de 1995, onde podemos amostrar que alguns municípios diminuíram sua produção.

Deve-se levar em conta os município com maior produção, pois houve incentivos para que a criação de aves aumentasse, empresas como Resende e Sadia principalmente proporcionou este aumentarem sua produção.

Outra produção destacada nos mapas foi a bovina, está podemos observar que de modo geral a criação e corte deste animal aumento gradativamente em toda a Mesorregião.

Esta criação esta diretamente ligada na produção de leite, pois muitas são as fazendas que tem como foco a criação de gado para corte e também para produção do leite.

A criação de suínos na MSG se destacou pela decréscimo no corte do mesmo, pois no ano de 1995 quase toda região possuía uma ampla criação e manejo para corte do animal, já no ano de 2006 o corte do mesmo passou a se concentrar principalmente em dois municípios, estes se destacam pela empresa da Sadia uma das maiores exportadores de carne suína no mundo.

Em linhas gerais a Mesorregião em questão se destaca no corte de carnes para exportação. Deve-se salientar que a mesma e a principal produtora de produtos relacionados à agropecuária, pois está localizada geograficamente nos principais eixos rodoviários. Além desta região receber constantes incentivos para modernização e mecanização da mesma.

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