MÓDULO 01
NOÇÕES GERAIS DO DESENHO TÉCNICO
MÓDULO 01
EAD
Ensino à Distância
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01. Introdução
02. O Desenho Técnico 03. As Normas Técnicas
04. Os Materiais de Desenho Técnico 05. Técnicas de Desenho
NOÇÕES GERAIS DO DESENHO TÉCNICO
Prezado Aluno,
Seja bem vindo ao material de ensino AM Cursos Online!
A partir de agora iniciam seus estudos de um tema que, com toda certeza, agregará muito valor a sua vida profissional. Poderá observar que nossa preocupação foi apresentar os conteúdos de maneira fácil e acessível, para que você tenha uma perfeita compreensão de todos os passos necessários para o entendimento e leitura de um projeto arquitetônico.
Seguindo este princípio, o curso será apresentado com diversas metodologias e didáticas para tornar-se ainda mais atrativo ao aprendizado. Para memorizar melhor o conteúdo, as apostila foram escritas em formato de manual, com vocabulário simples e que vai direto ao tema, além de ilustrações e imagens exemplificando toda a matéria ministrada. Estude este material em conjunto com os vídeos e aplicações de exercícios assim, poderá concluí-lo com a melhor eficiência possível. Bons estudos!
Prof. Arq Amanda Marques
01. INTRODUÇÃO
Desde o principio de suas origens, o homem comunica-se através de grafismos e desenhos. As primeiras representações que conhecemos são as pinturas rupestres, na qual o homem primitivo retratava não apenas o mundo que o cercava, mas também as sensações, como alegrias e medos, e seus costumes, com imagens que retratavam crenças ou danças, por exemplo.
Ao longo da história, a comunicação através do desenho foi evoluindo, dando origem a duas técnicas de desenho: o artístico (que expressa ideias e sensações, estimulando a imaginação do espectador) e o técnico (que tem por finalidade a representação fiel dos objetos, isto é, o mais próximo da realidade, em formas e dimensões).
Desenho Artístico
Fonte: http://midiaeducacao.com.br/?cat=4&paged=3 Data: 21/07/14 14:40
Desenho técnico
Em arquitetura, o desenho é a principal forma de expressão. É através dele que o arquiteto exterioriza as suas criações e soluções, representando o seu projeto, seja ele de um móvel, um espaço, uma casa ou uma cidade.
Desenho Artístico: Croqui
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_sKdkwVVV6kg/R7ZgDgNBn-I/AAAAAAAADIA/A6E-DILbgMg/s1600-h/Partido_02.jpg Data: 21/07/2014 14:49
Desenho técnico: Portas
02. O DESENHO TÉCNICO
O desenho começou a ser usado como referencia de representação do projeto arquitetônico a partir do Renascimento, quando as representações técnicas foram apresentadas nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo Da Vinci. Apesar disso, ainda não existia conhecimentos sistematizados na área, o que tornava o desenho mais livre e sem nenhuma normatização.
Um dos grandes avanços em desenho técnico ocorreu com a geometria descritiva de Gaspard Monge (1746-1818), que apresentou um método de representação das superfícies tridimensionais dos objetos sobre a superfície bidimensional do papel. A geometria mongeana
embasa a técnica do desenho até hoje.
Com a Revolução Industrial, os projetos das máquinas tiveram que ser mais padronizados e com maior rigor na execução e os diversos projetistas necessitaram de um meio comum para que houvesse uma boa comunicação. Desta maneira, foram instituídas a partir do século XIX as primeiras normas técnicas de representação gráfica de projetos.
O Desenho Arquitetônico é uma especialização do desenho técnico normatizado com foco para a execução e representação gráfica de projetos de arquitetura. Portanto, o desenho técnico arquitetônico manifesta-se como um código, uma linguagem, estabelecida entre o desenhista e o leitor do projeto. Com isso, seu entendimento por completo se faz necessário antes de estudar qualquer assunto referente às áreas de arquitetura, design de interiores e engenharia civil. Você pode desenvolver habilidade em desenho técnico arquitetônico a mão, porém este não é o foco deste curso que tem por finalidade, lhe ensinar a ler e interpretar Desenho Técnico Arquitetônicos. Para desenvolver habilidade no desenho técnico a mão sugerimos que busque uma escola de curso
presencial, pois envolve um certo nível de treinamento. Esse tipo de desenho costuma ser uma disciplina base de suma importante já nos primeiros períodos das faculdades e cursos técnicos nas áreas de arquitetura, design de interiores, engenharia e segurança do trabalho. Após este curso você também poderá realizar um curso para desenhar tecnicamente os projetos em ferramentas específicas para tal, como o AutoCAD ou outro programa destinado para desenvolver os desenhos técnicos.
Quando se faz a elaboração do projeto, cria-se um documento que contém, na linguagem de desenho, informações técnicas relativas a uma obra arquitetônica – é a maneira com que o arquiteto se comunica tanto com o cliente como com as pessoas que farão a obra. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, círculos e retângulos, assim como outros elementos que nele aparecem. Dessa forma, poderão ser perfeitamente lidos e interpretados pelos demais profissionais envolvidos na execução.
No modo convencional, a mão, os desenhos são executados sobre pranchetas, com uso de réguas, esquadros, lapiseiras, escalas, compassos, canetas de nanquim, etc. Esses desenhos são desenvolvidos sobre uma superfície de papel, as quais chamaram de prancha. Na maioria das vezes, quando desenvolvemos o desenho com grafite ou lapiseira utilizamos o papel sulfurizê ou o vegetal para desenhos a tinta como o nanquim.
Desenho técnico à mão
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/missaocasa/files/2013/05/DSC03105.jpg Data: 21/07/2014 16:33
Já com os projetos digitalizados através da computação gráfica, em programas de computador específicos, como o Auto CAD ou outros, ocorre à impressão do desenho o qual chamamos de plotagens. Quando
reproduzidos no computador devem ter as mesmas informações contidas nos convencionais. Ou seja, os traços e demais elementos apresentados deverão transmitir todas as informações necessárias, para a construção do objeto.
Desenho técnico digitalizado
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_10nisl6ykrQ/TO6NfR5QlDI/AAAAAAAAAR8/UcJpT5-x0Ks/s1600/TELA_CAD2.jpg Data: 21/07/2014 16:37
03. AS NORMAS TÉCNICAS
Como foi citado, o desenho é a principal forma de comunicação e transmissão das ideias do arquiteto, e é fundamental que os demais profissionais envolvidos possam compreender perfeitamente o que está representado em seus projetos. Da mesma maneira, se faz necessário que o arquiteto consiga ler e interpretar qualquer outro projeto que seja complementar ao arquitetônico, sendo ele um projeto de qualquer teor, mobiliário, paginações de gesso, piso, revestimento, elétrica, luminotécnico, decoração, paisagismo entre outros, possibilitando a compatibilização entre estes.
A normatização para os desenhos de arquitetônicos tem como principal função, estabelecer regras e conceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia específica e pré-determinada, fazendo com que o desenho técnico atinja o objetivo de representar o que se quer tornar real.
A representação gráfica do desenho corresponde a uma norma internacional (supervisionada pela ISO – International Organization for
Standardization). Porém, geralmente, cada país costuma ter suas próprias normas, adaptadas a suas necessidades, estabelecidas por diversos motivos. No Brasil, as normas são definidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Para desenho técnico arquitetônico, a principal norma é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura. As recomendações dessa apostila são baseadas nesta norma. Porém temos outras normas que serão citadas ao longo deste material.
04. OS MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO
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04.1. LÁPIS OU LAPISEIRAS
04.1.1. Lapiseira Mecânica: Utiliza uma mina de grafite, que não precisa ser apontada. Ela é utilizada para o traçado de linhas nítidas e finas se posicionada em 90º sob o papel e girar durante o traçado. Para linhas relativamente espessas e fortes, deve ser utilizado diversas vezes o traçado, isto é, uma série de linhas uma sobre a outra, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Utilizamos as lapiseiras com minas de grafites 0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm principalmente.
O ideal são as lapiseiras que tenham um pontalete de aço, com a função de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da graficação.
04.1.2. Lápis: O lápis comum de madeira e grafite também pode ser usado para desenho. Uma dica é apontar o lápis e depois afiá-lo com uma lixa pequena e limpá-lo com algodão, pena ou papel. Costuma se classificar o lápis através de letras ou números, de acordo com o grau de dureza do grafite.
A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores:
O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio), ou Nº 1 (macio) a Nº 3 (duro);
Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero um papel, mais duro deve ser o grafite;
A superfície de desenho: quanto mais dura a superfície, mais macio parece o grafite;
Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite.
CLASSIFICAÇÃO USO
No. 1 Por ser um lápis com grafite macio, é geralmente utilizado para esboçar e destacar traços que devem sobressair.
No. 2 Este lápis possui um grafite médio, e é utilizado para qualquer traçado e escrita em geral.
No. 3 O grafite deste lápis é mais duro, sendo usado em desenho geométrico e técnico.
HB É um grafite mais macio e pode ser utilizado para traçados de linhas densas, fortes e de letras. Requer controle para um traçado de linhas finas; é facilmente a pagável, copia bem, mas
tende a borrar com muito manuseio.
4H Possui um grafite mais duro e denso, por isso é indicado para layouts precisos. Evite utilizá-lo para realizar desenhos finais e também procure não usar com a mão pesada, já que ele produz sulcos no papel de desenho e fica difícil de apagar. Esse tipo de
lápis também não faz boas cópias.
2H Este tipo de lápis possui um grau de dureza mais alto e é utilizado para desenhos finais. Ele não apaga facilmente quando
usado com muita pressão.
FH Possui um grafite médio e é excelente para o uso geral, assim como para fazer layouts, artes finais e escrita.
OBSERVAÇÃO: atualmente é mais prático o uso de lapiseira para alguns trabalhos. Recomenda-se lapiseiras 0,5mm, 0,7mm ou 0,9mm, com grafite HB.
04.1.3. BORRACHA: Procure sempre utilizar uma borracha macia e compatível com o trabalho para evitar danificar a superfície do desenho. Evite o uso de borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas para a superfície de desenho.
04.1.4. ESQUADROS: É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular; uma possui ângulo de 45º e a outra os ângulos de 30º e 60º (obviamente, além do outro ângulo reto – 90º). O esquadro é utilizado para o traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas.
Com a combinação dos esquadros, torna-se possível traçar linhas com outros ângulos conhecidos, como se vê na figura abaixo:
Os esquadros devem ser de acrílico, espessos, rígidos e, preferencialmente, não possuir marcação de sua gradação.
DICAS:
Não use o esquadro como guia para corte;
Também não os utilize com marcadores coloridos;
Mantenha os esquadros limpos com uma solução diluída de sabão neutro e água. Não utilize álcool na limpeza:isso pode deixar o esquadro esbranquiçado.
04.1.5. COMPASSO: Serve para traçar circunferências de qualquer raio ou arcos de circunferência. Deve oferecer um ajuste perfeito, não permitindo folgas
A melhor maneira para utilizar um compasso é da seguinte forma: aberto com o raio desejado, fixa-se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e, segurando o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de rotação até completar a circunferência.
04.1.6. GABARITOS: São chapas em plástico ou acrílico que possuem elementos diversos vazados e que possibilitam a reprodução destes nos desenhos.
O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos. Existe ainda outros gabaritos úteis que trazem formas de equipamentos sanitários ou hidráulicos, formas geométricas e mobiliário.
04.1.7. ESCALÍMETRO: É o instrumento destinado à marcação de medidas na escala do desenho. Pode ser encontrado com duas gradações de escalas, mas a mais utilizada e recomendável em arquitetura é o que marca as escalas de 1:20 a 1:125.
Atenção: o escalímetro não deve ser utilizado para o traçado de linhas.
Escala triangular: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125
Escala de bolso DICAS:
O escalímetro utilizado para desenho arquitetônico é o do tipo 1;
Você encontrará diversas nomes para este instrumento, como: Régua graduada, escalímetro ou escala.
04.1.8. TRANSFERIDOR: É uma régua especial que serve para medir os ângulos ao longo de uma circunferência.
04.1.9. PRANCHETA: Geralmente de madeira e em formato retangular, é onde se fixam os papéis para os desenhos. É importante que a prancheta, bem como o banco, possibilite uma postura correta ao se sentar. Uma iluminação adequada também é importante para um bom trabalho.
Para cobrir as pranchetas, pode-se usar:
1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam naturalmente encobertos.
2. Revestimento em fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície.
04.1.10. RÉGUA PARALELA: é destinada ao traçado de linhas horizontais no sentido do comprimento da prancheta, além de servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta.
Régua paralela Prancheta com a régua paralela fixada
A régua paralela substituiu a régua “T”, que era utilizada com a mesma função.
Régua “T” Prancheta com a régua “T” fixada
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