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Radiol Bras vol.37 número1

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Academic year: 2018

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Radiol Bras 2004;37(1):34 Quando a apendicite é suspeitada em

crian-ças.

Sivit CJ, Siegel MJ, Applegate KE, Newman KD. When appendicitis is suspected in children. RadioGraphics 2001;21:247–62.

Apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo na infância, e o diagnóstico tar-dio pode trazer sérias conseqüências, como perfuração, formação de abscesso, peritonite, sepse, obstrução intestinal e morte.

A radiografia abdominal convencional mos-tra-se relativamente pouco sensível e inespecí-fica para elucidar o diagnóstico, tendo valor quando há suspeita de obstrução intestinal ou perfuração do apêndice.

As vantagens do corte tomográfico incluem o diagnóstico precoce ou a visualização de ou-tra condição que mimetize apendicite, reduzin-do as laparotomias brancas e as taxas de per-furação e diminuindo os custos.

Ultra-sonografia (US) com compressão dosada

Sensibilidade de 85% e especificidade de 92% foram relatadas em uma meta-análise de estudos em adultos e crianças, entre 1986 e 1994.

Os exames são realizados com alta resolu-ção e transdutor linear. Faz-se compressão do-sada na parede anterior do abdome, resultando no deslocamento e compressão do intestino, com a visualização da veia ilíaca e do músculo psoas, com o apêndice anterior a essas estru-turas. Primeiramente, deve-se identificar o có-lon ascendente (aperistáltico e com gás e líqui-do), seguindo para íleo terminal (com peristalse ativa) e 1–2 cm abaixo para o apêndice. A téc-nica adequada pode ser realizada em 95% dos pacientes, sendo limitada quando há presença de dor intensa ou de obesidade.

O apêndice não perfurado aparece preenchi-do por líquipreenchi-do, não comprimipreenchi-do e como estru-tura tubular em fundo cego. O diâmetro máxi-mo é de 6 mm; a mucosa é representada por uma linha ecogênica interna. Tendo líquido no lúmen apendicular, uma imagem em alvo é caracterizada por mucosa e submucosa ecogê-nicas no plano axial. Pode ainda ocorrer o apa-recimento de apendicolito, como um ponto eco-gênico com sombra acústica, líquido pericecal ou periapendicular, aumento da ecogenicidade periapendicular representando infiltração, e nódulos linfáticos aumentados. O único sinal específico para apendicite aguda é o apêndice aumentado, não comprimido e medindo mais que 6 mm.

A perfuração ocorre em 23% a 73% das crianças. Os achados ultra-sonográficos incluem camada submucosa menos ecogênica, presen-ça de líquido periapendicular ou pélvico, ou abs-cesso.

O uso da US com Doppler colorido auxilia no diagnóstico; embora não aumente a sensibili-dade, pode aumentar a confiança do examina-dor. Em apendicite não perfurada mostra hipe-remia de parede devido a hiperperfusão infla-matória. O fluxo colorido pode estar ausente no início do quadro ou limitado à ponta do apêndi-ce. Na perfuração observa-se hiperemia no te-cido periapendicular ou dentro de um absces-so bem definido.

Tomografia computadorizada (TC) helicoidal Tem-se mostrado de alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de apendicite aguda, com sensibilidade de 87% a 100% e especificidade de 89% a 98%, tendo ainda, como vantagens sobre a US, sensibilidade su-perior de contraste, ser pouco examinador de-pendente, e capacidade de visualização do ar, tecidos, gorduras e osso. A TC também é mais Resumo de Artigo

útil na avaliação das complicações, como flei-mão e abscesso, podendo ainda identificar co-leções líquidas e abscesso interalças.

As características tomográficas de apendi-cite aguda incluem um apêndice maior que 7 mm, parede espessada e apendicolito, ápice do ceco circunferencial ou focal espessado, gordura pericecal, parede intestinal adjacente espessa-da, líquido peritoneal livre, linfonodopatia me-sentérica, fleimão intraperitoneal, ou abscesso, sendo específicos para apendicite o aumento do apêndice e a alteração no ápice cecal. A iden-tificação do apendicolito não deve ser confun-dida com retenção de bário.

Douglas Teixeira Freire

Monitor de Radiologia da Faculdade de Medicina de Teresópolis (FMT) – Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO)

Comentário sobre o artigo

Neste artigo é revisado o papel da imagem, a eficácia do diagnóstico ultra-sonográfico sob compressão dosada, o uso da TC para o diag-nóstico, e as características das imagens na US e na TC.

Dessa forma, foi observado que a US sob compressão dosada e a TC helicoidal mostra-ram-se úteis na suspeita de apendicite aguda na criança, tendo a US, como principais vanta-gens, o baixo custo, a ausência de radiação ionizante e o acesso à vascularização apendi-cular pelo Doppler, além de ajudar no diagnós-tico diferencial de doenças ginecológicas, en-quanto a TC possui maior acurácia, não é tão dependente do examinador, revela a extensão da doença e possui boa utilidade em pacientes obesos, ao contrário da US.

Marcelo Souto Nacif

Referências

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