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BRASIL PERDE UMA POSIÇÃO NO RANKING GLOBAL DE COMPETITIVIDADE 2014 DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

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BRASIL PERDE UMA POSIÇÃO NO RANKING GLOBAL DE

COMPETITIVIDADE 2014 DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

Ranking traz a Suíça em primeiro lugar, seguida de Cingapura e EUA

O Brasil perdeu uma posição no Ranking Global de Competitividade, divulgado hoje pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) que, no Brasil, conta com a parceria da Fundação Dom Cabral, responsável pela coleta e análise dos dados do país. O Brasil ocupa agora a 57ª posição; em 2012, estava na 48ª e é um dos países que mais perderam competitividade nos últimos anos.

O Fórum Econômico Mundial (WEF) lança anualmente o estudo Global Competitiviness Report, que está em sua 35ª edição. As notas e os rankings são calculados a partir de dados estatísticos, econômicos e as opiniões de executivos dos 144 países, cobrindo 12 pilares multitemáticos, dentro dos quais são avaliados vários fatores de competitividade. O WEF ouviu a opinião de mais de 14 mil empresários.

Na edição de 2014, as nações mais competitivas do mundo continuam a ser lideradas pela Suíça pelo 6º ano consecutivo, com Cingapura em 2º lugar. É importante destacar o bom desempenho dos Estados Unidos e do Japão, que aumentaram duas e três posições respectivamente. Os Estados Unidos apresentam avanços significativos, especialmente nos fatores associados aos aspectos institucionais que, na opinião dos entrevistados, fizeram com que a economia americana nestes últimos dois anos se tornasse ainda mais confiável.

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2 10 economias mais competitivas – Global Competitiveness Report 2014

País Posição 2014 Posição 2013 Movimento

Suíça 1 1 0 Cingapura 2 2 0 EUA 3 5 +2 Finlândia 4 3 -1 Alemanha 5 4 -1 Japão 6 9 +3 Hong-Kong 7 7 0 Holanda 8 8 0 Reino Unido 9 10 +1 Suécia 10 6 -4

Entre as economias emergentes, os BRICs e N-11, que englobam Brasil, Rússia, Índia e China e Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, Coreia do Sul, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia e Vietnã, os destaques são a Coreia do Sul (26ª posição), China (28ª) e Indonésia (34ª). No entanto, todos esses países, com exceção da Coreia do Sul, apresentam deficiências significativas no sistema institucional e regulatório. A China está somente na 86ª posição em indicadores de eficiência de mercado.

Brasil: deficiências que inibem o desenvolvimento no longo prazo

Em 2014, o Brasil perdeu mais uma posição no ranking geral. O país é, agora, a 57ª economia mais competitiva do mundo. Os pilares básicos para a competitividade de uma nação – Instituições, Infraestrutura, Ambiente Macroeconômico, Saúde e Educação Fundamental – possuem notas baixas para o Brasil, o que compromete o desenvolvimento da economia no longo prazo e o aumento da competitividade.

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3 O sobe-e-desce da competitividade brasileira é fruto da falta de implementação de medidas emergenciais de eficiência e produtividade, tais como a simplificação do marco regulatório, da legislação trabalhista, do sistema tributário e, claro, da falta de implementação, na sua totalidade, e dentro dos custos originalmente previstos, dos planos públicos e privados de investimentos em infraestrutura, tecnologia, educação e saúde. “Esse diagnóstico foi feito em 2007, quando o Brasil ocupou a sua pior posição no relatório, e se mantém o mesmo até hoje”, comenta Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral e responsável pelos dados do Brasil que compõem o ranking.

Pilares da competitividade brasileira - Global Competitiveness Report

No pilar Instituições, o Brasil ficou na 94a posição. As causas principais são as baixas performances em fatores como Peso da Regulamentação Governamental (posição 143), Confiança nos Políticos (140ª), Desperdício do Governo (137ª), Desvio de Recursos Públicos (135ª) e Transparência do Governo (128ª). Além disso, três fatores associados à criminalidade – Confiabilidade nos Serviços Policiais (83ª), Custo da Violência e Crimes para os Negócios (124ª) e Crime Organizado (119ª), colocam o Brasil entre as últimas posições. “A má performance deste pilar mostra o quanto o

2014 2013 2012 Variação 2014/2013

Variação 2014/2012

Global Competitiveness Index 57 56 48 -1 -9

Requisitos básicos 83 79 73 -4 -10

Instituições 94 80 79 -14 -15

Infraestrutura 76 71 70 -5 -6

Ambiente macroeconômico 85 75 62 -10 -13

Saúde e educação fundamental 77 89 88 +12 +11

Determinantes de eficiência 42 44 38 +2 -4

Educação superior e treinamento 41 72 66 +31 +25

Eficiência do Mercado de produtos 123 123 104 0 -19

Eficiência do Mercado de trabalho 109 92 69 -17 -40

Desenvolvimento do setor financeiro 53 50 46 -3 -7

Prontidão tecnológica 58 55 48 -3 -10

Tamanho do mercado 9 9 9 0 0

Inovação e sofisticação empresarial 56 46 39 -10 -17

Sofisticação empresarial 47 39 33 -8 -14

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4 empresariado brasileiro está descontente com a atuação governamental e com a segurança pública do país”, destaca Carlos Arruda.

No pilar Infraestrutura (posição 76), o Brasil teve um resultado particularmente ruim na qualidade de infraestrutura dos transportes. Seus piores resultados foram nos fatores Qualidade de Estradas (122ª), dos Portos (122ª), das Ferrovias (95ª) e do Transporte Aéreo (113ª). Quanto à Infraestrutura de Comunicações, o Brasil teve um resultado satisfatório, na posição 37 em assinaturas de telefone móvel por 100 pessoas e na posição 51 no número de linhas de telefone fixo por 100 pessoas. “É um dos maiores gargalos na economia brasileira; enquanto não houver qualidade nos transportes, o país terá dificuldades para competir internacionalmente e se desenvolver”, afirma o professor. O terceiro pilar mostra como está o Ambiente Macroeconômico do Brasil, cuja estabilidade é fundamental para o bom funcionamento dos negócios. Neste pilar, o Brasil ficou na 85a posição em 2014, com uma má performance nos fatores Poupança Nacional Bruta (posição 110), Inflação (110a) e Dívida Bruta do Governo (109ª). Apesar do resultado ruim, o Brasil tem apresentado um bom desempenho no Rating de Crédito (38ª) desde 2011, e sempre esteve entre os 50 melhores países neste tópico.

O Pilar Saúde e Educação fundamental é o último do grupo que integra os requisitos básicos de um país. O Brasil apresentou uma melhora considerável no ranking, alcançando a 77ª posição em 2014. Trabalhadores mais saudáveis e com acesso a uma educação primária de qualidade são importantes para aumentar a produtividade e a eficiência, afetando diretamente a competitividade da nação. “Mas ainda há muito o que melhorar na saúde, especialmente na infraestrutura dos hospitais, postos médicos e na qualidade do atendimento”, pontua Arruda. Na educação, apesar do número de matrículas no ensino primário ser muito bom (18ª), a qualidade do ensino apresenta uma performance ruim, ocupando aposição 126 no ranking.

Para que o país possa avançar nos estágios de desenvolvimento, é necessário que o trabalhador tenha acesso a uma educação de qualidade nos níveis secundário e superior e um bom treinamento no local de trabalho para aprimorar as suas habilidades. É o que mede o pilar Educação Superior e Treinamento, no qual a nota brasileira melhorou de forma considerável, para a 41ª posição. O bom resultado está pautado principalmente pela Qualidade das escolas de negócios (53ª), Disponibilidade de serviços de pesquisa e treinamento (47ª) e Extensão do treinamento de pessoal (44ª). Apesar destes pontos positivos, a qualidade do sistema de educação apresentou um resultado bastante ruim, na 126a posição. A qualidade dos ensinos de matemática e ciências é preocupante, com o país no 131o lugar neste quesito.

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5 O pilar Eficiência no Mercado de Bens foi o que apresentou os piores resultados para o Brasil. Como exemplo, a necessidade de 107,5 dias para se começar um negócio, o que coloca o Brasil na posição 142 do ranking. O excesso de taxações desestimula o investimento (139ª posição no fator ‘Efeito das taxações para investimentos’) e a competitividade fica prejudicada pela prevalência de barreiras para as trocas (115ª) e procedimentos aduaneiros complexos (138ª no fator ‘Fardo dos Procedimentos Aduaneiros’).

Em relação à Eficiência do Mercado de Trabalho, dentre as fraquezas detectadas destacam-se o custo de contratação e produtividade (117ª) e a taxa de mulheres empregadas (86ª). A capacidade de retenção de talento (44ª) e confiança na gestão (44ª) destacaram-se como forças para a competitividade do Brasil. Um dos pontos de destaque deste pilar é a carga elevada de contratação, que prejudica a produtividade e competitividade das empresas no Brasil.

No oitavo pilar, Desenvolvimento do Mercado Financeiro, o Brasil apresentou um desempenho mediano, em que se destacam a solidez dos bancos (13ª) e a regulamentação da bolsa de valores (17ª). A maior fraqueza do Brasil neste pilar é o índice de direitos legais, em que o país teve nota 3 em um índice de 0 a 10, na 113ª posição.

O pilar Prontidão Tecnológica considera o posicionamento do país, com sua infraestrutura e empresas, na fronteira tecnológica global. De acordo com o relatório, o Brasil encontra-se em uma posição defasada, apesar dos índices médios. As posições são baixas no nível de absorção tecnológica (59ª) e disponibilidade de tecnologias recentes (77ª), mas o índice para investimentos diretos estrangeiros e transferência de tecnologia rendeu ao país a 39ª colocação. O Ranking WEF, junto com pesquisadores e professores da Universidade de Cornell, dos EUA, faz uma análise complementar da qualidade da infraestrutura de tecnologia de informação e comunicação dos países. Em 2014, o Brasil aparece na 69ª posição nesta análise, perdendo nove posições por deficiências nos sistemas educacionais e no mercado de trabalho, voltado para profissões consideradas “knowledge intensive” – ou intensivas em conhecimento.

O décimo pilar no grupo de eficiência analisa o Tamanho do Mercado, que tem se mostrado uma das principais vantagens do Brasil. Considerado o 6º maior mercado doméstico do mundo, o 7º maior PIB e com um potencial de exportação classificado na 24ª posição, o país tem um potencial alto de crescimento. No entanto, a taxa de exportação em relação ao PIB ainda é muito baixa, uma das piores do mundo (140ª posição). Este resultado reflete a baixa competitividade do país em relação aos outros países. “Ainda que o Brasil apresente ótimas condições internas e um potencial de exportação alto, essas vantagens não são revertidas em resultados concretos para a economia brasileira”, adverte Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.

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6 O pilar Sofisticação dos Negócios diz respeito à qualidade e eficiência das cadeias produtivas e do processo de produção. O Brasil apresentou diversidade nos fornecedores (21ª posição), porém uma das principais fraquezas deste pilar é a natureza da vantagem competitiva (99ª posição).

Por fim, o pilar da Inovação analisa o potencial e a eficiência do processo de inovação no Brasil, cuja capacidade de inovação ficou na 44ª posição. Este resultado é reflexo da qualidade das instituições de pesquisa (50ª posição) e o gasto de empresas em P&D, que alcançou a 43ª posição. No entanto, a disponibilidade de engenheiros e cientistas não responde à estrutura descrita, resultando na 114ª colocação neste quesito.

Fatores mais problemáticos para se fazer negócios no Brasil

Além de acesso a uma ampla base de dados estatísticos, econômicos e sociais, cerca de quatro mil executivos que trabalham no país são convidados a responder um extenso questionário que avalia as condições competitivas do Brasil no dia a dia. O objetivo é captar suas percepções sobre a realidade econômica, regulatória e educacional do país. De uma lista de 16 indicadores, os executivos escolhem cinco que consideram os mais atrativos da economia brasileira e, em seguida, os colocam em ordem, sendo o primeiro item o mais problemático. No esquema abaixo, percebe-se que os Regulamentos Tributários, a Infraestrutura Inadequada e as Regulações Trabalhistas Restritivas são considerados pelo empresariado brasileiro os três principais fatores que trazem empecilhos para os negócios. Estes são os mesmos três fatores que há muitos anos aparecem em destaque no relatório. Em 2012 e 2013, vieram acompanhados do fator ineficiência da burocracia pública.

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7 Sobre a Fundação Dom Cabral

A Fundação Dom Cabral é uma escola de negócios brasileira que há 38 anos tem a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade, por meio da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. Circulam anualmente pelos seus programas abertos, fechados, de parcerias e de pós-graduação (especialização, MBA e mestrado) cerca de 35 mil executivos de empresas e organizações de pequeno, médio e grande porte do Brasil e de vários países. No campo social, a FDC desenvolve iniciativas de desenvolvimento, capacitação e consolidação de projetos, líderes e organizações sociais, contribuindo para o fortalecimento e o alcance dos resultados pretendidos por essas entidades. A FDC é a melhor escola de negócios da América Latina segundo o Ranking da Educação Executiva 2014 do jornal inglês Financial Times e o Ranking das Melhores Escolas de Educação Executiva da América Latina da revista AmericaEconomia (2013).

Sobre o WEF

O World Economic Forum é uma organização internacional e independente compromissada em melhorar as condições do mundo, envolvendo lideranças empresariais, políticas e acadêmicas e outros líderes da sociedade civil para estruturar agendas locais, regionais e globais. Incorporada como uma fundação sem fins lucrativos, em 1971, e sediada em Genebra, na Suíça, o Forum não está ligado a interesses políticos, partidários ou nacionais (http://www.weforum.org).

Assessoria de imprensa FDC

Leonardo Coelho – leonardo.coelho@br.mslworldwide.com – (11) 3169-9336 Tatiana Vieira – tatiana.vieira@br.mslworldwide.com – (11) 3169-9363 Assessoria de imprensa IMD

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