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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

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met r i cconver t er Pr oduct I D16 a16 a . Tur ma

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO TRT/SP Nº 02770.2009.040.02.00-1 16ª. TURMA RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

RECORRIDO: OSCAR DOS SANTOS EMBOABA JUNIOR ORIGEM: 40ª. VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

Inconformado com a r. sentença de fls. 622/633, cujo relatório adoto, que julgou parcialmente procedentes os pedidos da exordial, recorre ordinariamente o reclamado (fls. 637/665) pugnando pela reforma do r. julgado no tocante à rescisão indireta do contrato de trabalho, diferenças salariais, multa do artigo 479 da CLT, anotação de baixa em CTPS e contribuições previdenciárias. Pede provimento.

Procuração outorgada pelo recorrente ao signatário nos exatos termos do art. 654 do Código Civil e do disposto na OJ-SDI1-373, do C. TST às fls. 85.

Custas e depósito recursal pelo reclamado às fls. 666 e 667, respectivamente.

Contrarrazões às fls. 678/695. Procuração outorgada pelo recorrido ao signatário nos exatos termos do art. 654 do Código Civil e do disposto na OJ-SDI1-373, do C. TST às fls. 23.

É o relatório.

V O T O

CONHECIMENTO

Presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, conheço do recurso.

MÉRITO

RESCISÃO INDIRETA

Sustenta o reclamado em suas razões de recurso, a validade do distrato e do novo contrato celebrado, a ausência de prejuízos ao

Processo TRT/SP nº 02770.2009.040.02.00-1

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O r. julgado de origem, em síntese, declarou a nulidade das alterações contratuais decorrentes da celebração, em 05.12.2007, de um novo contrato de trabalho quando ainda vigente o contrato anterior. Nulidade reconhecida face aos prejuízos ocasionados ao autor em razão do novo contrato, o qual elasteceu o prazo de vinculação, postergou a majoração salarial, e aumentou a cláusula penal internacional.

Entendeu ainda o MM. Juízo “a quo”, que o reclamado pagou incorretamente os salários devidos ao reclamante, incorrendo em mora salarial, e que não cumpriu a legislação aplicável acerca do seguro de vida. E, por tais fundamentos, decretou a rescisão indireta do contrato de trabalho, ou seja, reconheceu a resolução contratual por ato culposo do empregador.

Diferentemente do quanto sentenciado, entendo que razão assiste ao reclamado acerca da possibilidade do distrato e celebração de novo contrato. A resilição contratual, ou seja, a extinção do contrato de trabalho por ato de vontade das partes é expressamente prevista no artigo 21 da Lei 6.354/76, que trata da profissão do atleta profissional de futebol, e que assim dispõe:

“art. 21. É facultado às partes contratantes, a qualquer tempo, resilir o contrato, mediante documento escrito, que será assinado de próprio punho, pelo atleta ou seu responsável legal, quando menor, e (2) testemunhas.”

Em não havendo vício de consentimento, não há que ser desconsiderado tal ato (doc. 19, atuado em apartado).

De outro modo, não vejo que o segundo contrato celebrado entre as partes foi prejudicial ao reclamante, mesmo se comparado ao anterior.

No primeiro contrato celebrado, a vigência era de três

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anos, de setembro de 2007 a setembro de 2010, com salários de R$ 7.500,00 no primeiro ano, R$ 8.500,00 no segundo, e R$ 9.500,00 no terceiro.

O segundo contrato, celebrado três meses após a celebração do primeiro e com duração prevista para cinco anos, manteve os valores salariais para os primeiros três anos e para o quarto e quinto ano fixou os salários em R$ 12.000,00 e R$ 16.000,00, respectivamente.

No primeiro contrato o autor recebeu a título de luvas, o valor de R$ 70.000,00 e no segundo R$ 120.000,00. E a cláusula penal internacional que era de quarenta milhões de dólares americanos, passou para quarenta milhões de euros.

Se por um lado, se protelou em três meses os aumentos previstos no primeiro contrato, de outro, o autor obteve um contrato mais duradouro, com aumentos cumulativos e sucessivos, principalmente nos anos adicionais (quarto e quinto) na ordem de aproximadamente, de 26,31 % e 33,33% para o ultimo ano, e com o recebimento do total de R$ 190.000,00 a título de luvas.

A duração maior do contrato, não obstante estar dentro do limite que a lei autoriza, pode até ser vista como prejudicial. Principalmente, se o atleta passa a ser uma revelação no clube, ou um dos destaques do time; despertando interesses de outros clubes com propostas milionárias. Porém pode ocorrer que tal sucesso não aconteça ou que seja efêmero. Como inclusive se verifica com certa frequência. Casos em que jovens atletas chegam até a jogar algumas partidas no time principal, e depois, não conseguem se firmar na equipe, e voltam a jogar nas equipes de base, ou são emprestados, até mesmo, para jogarem em divisões inferiores.

Porém, tais circunstâncias pessoais de sucesso ou insucesso do atleta, não podem servir de parâmetro para a verificação da ocorrência ou não de prejuízo decorrente da prorrogação do prazo contratual. Até porque, a prorrogação do contrato, em regra, é benéfica ao empregado.

Quanto à questão do aumento da cláusula penal internacional de quarenta milhões de dólares para quarenta milhões de euros, entendo que referido aumento, por si só, não configura prejuízo ao autor, primeiro porque referida multa é geralmente paga pelo clube do exterior interessado na contratação do jogador; segundo, que não houve somente alteração da cláusula de forma isolada, mas a celebração de um novo contrato

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Entendo assim, que o segundo contrato pode até ter se tornado desinteressante para o autor, em razão da reconhecida evolução do desempenho do mesmo e do eventual aparecimento de outras propostas, mas não vejo motivo, do ponto de vista objetivo, que enseje sua rescisão por falta cometida pelo empregador, que se limitou a cumprir o quanto livremente pactuado.

Em consequência, não há como se imputar ao reclamado conduta faltosa, cuja gravidade pudesse ensejar a extinção do contrato de trabalho, vez que, conforme acima decidido, não houve mora salarial, mas cumprimento dos termos regulados pelo segundo contrato, acerca da época para os reajustes salariais.

E no que se refere ao seguro de vida, o reclamado juntou aos autos comprovação da contratação somente em relação ao período de novembro de 2009 a agosto de 2010 (fls. 37, volume autuado em apartado). Não juntou comprovação de todo o período contratual, a fim de demonstrar o efetivo cumprimento da exigência contida no artigo 45 da Lei 9.615/98. Porém, tal fato, não enseja rescisão do contrato por culpa do empregador, vez que, não se trata de infração cuja gravidade, impossibilite a continuidade do contrato, sendo passível de regularização, como de fato restou demonstrada.

De outro modo, o autor quando interrogado, declara que havia promessa por parte do reclamado no sentido de novo contrato ser celebrado quando passasse a atuar no time profissional. E que após ter atuado em alguns jogos, teria procurado seu empresário para conversar sobre a possibilidade de negociação, o qual ao saber do contrato lhe disse que havia “coisas erradas” e passou a negociar com o clube, porém não obteve êxito. Afirma que também procurou a diretoria do reclamado para conversar, mas que não foi atendido e decidiu ingressar com a presente ação. Esclarece ainda o depoente que desejava que seu salário fosse aumentado e que houvesse um

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percentual de participação de venda (fls. 596/597).

Não se infere do depoimento do reclamante, que o reclamado tivesse cometido as condutas faltosas alegadas, e que as mesmas seriam motivadoras da extinção do contrato. Ao contrário, verifica-se que a propositura da ação decorreu mais do insucesso da negociação entre seu empresário e o reclamado, e do fato de não ter sido atendido pela diretoria para viabilizar o pretendido aumento de salário e o percentual na participação de venda.

Assim, entendo que não houve conduta faltosa grave por parte do reclamado a ensejar a resolução do contrato. Provejo o recurso, para reconhecer a validade do contrato celebrado em 05.12.2007, e afasto a rescisão indireta do contrato de trabalho, absolvendo o reclamado dos demais títulos decorrentes, diferenças salariais, multa do artigo 479 da CLT e anotação de baixa na CTPS. Julgo a reclamação improcedente. Prejudicada a apreciação da matéria acerca das contribuições previdenciárias.

É o voto.

CONCLUSÃO

Isto posto ACORDAM os Magistrados da 16ª. Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª. Região em: conhecer e, no mérito, dar

provimento ao recurso do reclamado para afastar a rescisão indireta do

contrato de trabalho, absolvendo o reclamado dos demais títulos decorrentes e julgar IMPROCEDENTE a reclamação, restando prejudicada a apreciação da matéria acerca das contribuições previdenciárias, nos termos da fundamentação. Custas em reversão.

NELSON BUENO DO PRADO Juiz Relator

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