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XIII ENCONTRO DE RECURSOS HÍDRICOS EM SERGIPE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SOBRE A VARIAÇÃO DO MANEJO E COBERTURA DE UM ARGISSOLO VERMELHO AMARELO

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XIII Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe 1

XIII ENCONTRO DE RECURSOS HÍDRICOS EM SERGIPE

CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SOBRE A VARIAÇÃO DO MANEJO

E COBERTURA DE UM ARGISSOLO VERMELHO AMARELO

Raimundo Rodrigues Gomes Filho1; Igor Leonardo Nascimento Santos2; Ketylen Vieira Santos3; Alceu Pedrotti4; Clayton Moura de Carvalho5 & Gregório Guirada Faccioli6

RESUMO

Este estudo foi realizado dentro de um experimento no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, onde vem sendo estudado, há 15 anos, o impacto da variação de manejo do solo sobre a produção e os atributos físicos do solo cujo solo é do tipo argissolo vermelho amarelo. O trabalho teve como objetivo analisar a condutividade hidráulica (Ko) através dos infiltrômetros de duplos anéis e analisar sua variação em relação aos manejos do solo. A área foi dividida em três parcelas, tratadas como plantio direto, plantio convencional e plantio mínimo e nessa é cultivado milho doce (Zea mays L.) e teve como coberturas o milheto, crotalária, guandu e o girassol. Nos quatros tipos de coberturas, o plantio direto foi mais favorável à condutividade hidráulica, porém todas elas foram classificadas como moderadas ou altas. Os solos que utilizaram como cobertura o girassol e a crotalária obtiveram as maiores condutividades hidráulicas.

Palavras-Chave – duplos anéis infiltrômetros, plantio direto, plantio convencional.

INTRODUÇÃO

A condutividade hidráulica é definida como a medida da resistência da água ao movimento através de um meio poroso (POEHLS & SMITH, 2009) ou como a medida da facilidade com a qual um meio transmite água (FITTS, 2002). Seu significado físico é definido pelo “volume de líquido que flui perpendicularmente a uma unidade de área de um meio poroso sobre influência de um gradiente hidráulico unitário” (DELLEUR, 1999). É função tanto das características do meio, como porosidade, tamanho, distribuição, forma e arranjo das partículas (FEITOSA & FILHO, 2000), quanto das características do fluido, como peso específico e viscosidade cinemática (FETTER, 2001).

1 Prof. Dr. Departamento de Engenharia Agrícola, UFS, São Cristóvão, SE. rrgomesfilho@hotmail.com 2 Doutorando em Engenheiro Agrícola, UFRB, Cruz das Almas, BA. igorsantos1993@gmail.com 3 Mestranda em Recursos Hídricos, UFS, São Cristóvão, SE. ketylenvs@hotmail.com

4 Prof. Dr. Departamento de Engenharia Agronômica, UFS, São Cristóvão, SE. alceupedrotti@gmail.com 5 Prof. Dr. IFBaiano, Campus Serrinha, BA. carvalho_cmc@hotmail.com

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Solos com textura grossa (arenosos) possuem em geral maior quantidade de macroporos do que os de textura fina (argilosa), apresentando maiores condutividades hidráulicas e taxas de infiltração. Como a condutividade hidráulica depende dos espaços porosos, ela varia enormemente de solo para solo dentro de um mesmo solo, com variações estruturais, compactação, entre outros fatores. (REICHARD, 1990).

O objetivo do presente trabalho foi analisar a variação da condutividade hidráulica (Ko) em solos, cuja cultura é milho doce, tratados com plantio direto, plantio mínimo e plantio convencional através do teste dos duplos anéis infiltrômetros, com coberturas de milheto, crotalária, guandu e o girassol.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Estação Experimental Campus, da Universidade Federal de Sergipe – UFS, cujas coordenadas geográficas de Greenwich são 10°9236'S de latitude, 37°1993'O de longitude, em solo classificado como ARGISSOLO VERMELHO Amarelo. A região possui clima chuvoso com verão seco e pluviometria em torno de 1200 mm anuais, com chuvas concentradas nos meses de abril a setembro. Um experimento para estudo da ação do manejo no solo cultivado por milho doce (Zea mays L.) foi instalado no local no ano de 2001, onde vem sendo estudado o comportamento dos sistema de cultivo: cultivo convencional (composto de gradagem com grade niveladora de discos + aração com arado de discos + gradagem), cultivo mínimo (composto de 1 ou 2 gradagens com grade niveladora de discos, sendo que a segunda As plantas utilizadas como cobertura do solo foram:, milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.), girassol (Helianthus annuus), guandu (Cajanus cajan) e crotalária (Crotalaria juncea), representadas ,respectivamente, nas figuras 1, 2, 3 e 4..Utilizou-se o esquema de faixas experimentais sendo os tratamentos de manejo de solo dispostos como faixas e os de culturas em sucessão como subparcelas com três repetições distribuídas ao acaso.

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Figura 3- Parcela com cobertura de Guandu. Figura 4- Parcela com cobertura de

Crotalária.

O método de obtenção de dados foi o dos duplos anéis infiltrômetros, esse teste possibilita a determinação da velocidade de infiltração de água no solo e a condutividade hidráulica da superfície do solo ate a profundidade em que eles foram instalados, os testes foram realizados apenas nas parcelas que tinham tais coberturas, no período entre setembro e outubro de 2014 logo após a colheita do milho. Esse teste consiste em utilizar dois anéis concêntricos cravados no solo, sendo o maior com diâmetro de 50 cm e o menor com diâmetro de 25 cm, ambos com altura de 40 cm. Nesse experimento todos os discos foram sempre instalados a 50 mm de profundidades, de acordo com a Figura 5.

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A altura de água é medida no cilindro menor (interno) em tempos sucessivos de leituras, que foram espaçados da seguinte maneira: 2, 5, 5, 10, 10, 15, 15, 20, 20, 20 minutos. O cilindro externo tem a função de eliminar a infiltração lateral do cilindro interno. Os testes foram realizados até que a taxa de infiltração, ou seja, a diferença de altura em um intervalo de tempo observada no anel interno torne-se aproximadamente constante com o tempo, o que indica que o solo está saturado. O critério adotado para finalizar o teste foi à obtenção de três leituras de mesma variação de altura no mesmo intervalo de tempo. A Equação 1 estima as condutividades hidráulicas (Ko) a partir dos valores obtidos em campo.

Ko = 𝑙 ∆𝑡ln⁡( ℎ0 ℎ𝑓) (1) em que:

l - profundidade em que os discos foram instalados;

∆𝑡 – intervalo de tempo entre leituras; 0– altura de água no início do intervalo;

𝑓- altura de água no final do intervalo;

Para tornar o processo mais eficiente, utilizou-se o software VIBK, desenvolvido no software Matlab, onde os dados de entrada foram: a variação do tempo, em minuto; lâmina infiltrada, em milímetros; e a profundidade em que os discos foram instalados. O resultado obtido da condutividade hidráulica (Ko) foi dado em m dia-1, além disso, o programa disponibilizou os valores da VIB, em mm h-1.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao se manter a profundidade dos discos e o intervalo entre leituras finais iguais em todos os testes, as condutividades dependeriam apenas da variação da lamina d’água no intervalo final. Podem-se verificar, na Tabela 1, as condutividades hidráulicas calculadas para as três coberturas utilizadas em deferentes formas de manejo do solo.

Tabela 1- Valores da condutividade hidráulica nos três tipos de plantios e para as diferentes coberturas Ko (m.dia-1).

Pela maneira em que o experimento foi conduzido, mantendo a profundidade dos discos de 50 milímetros em todos os testes e o intervalo entre leitura final de 20 minutos, as condutividades dependeriam exclusivamente da variação da lâmina no intervalo final, isso remente que a condutividade nessa situação vai ter uma relação com a velocidade de infiltração, que é outro

Plantio Direto Mínimo Convencional Crotalária 1,14 0,77 0,14

Guandu 0,68 0,22 0,07 Girassol 1,14 0,43 0.57 Milheto 0,46 0,43 0,46

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parâmetro importante para a irrigação e drenagem, e que também revela, de forma indireta, como está a saúde do solo.

Na cobertura do girassol, a maior condutividade foi obtida no plantio direto e a menor no cultivo mínimo. TORMENA et al. (2003), verificou maior porosidade e menor densidade em cultivo convencional em um Latossolo Vermelho, em comparação aos outros preparos do solo. Apesar da maior densidade, a estabilidade de agregados do sistema conservacionista (plantio direto) é maior, o que lhes confere melhor qualidade do solo em relação ao cultivo convencional (D'ANDRÉA et al., 2002). Também é perceptivo o aumento de matéria orgânica em plantio direto, que pode ser um fator determinante na condutividade hidráulica do solo.

Analisando a cobertura da crotalária, obtemos os seguintes resultados: A maior condutividade foi obtida no plantio direto e a menor no cultivo convencional, o que já era esperado. Pois trabalhos anteriores como de STONE (2001) e ALBURQUERQUE (2001), demostram que solos tratados de maneiras mais brandas tem mais macroporos que solos tratados agressivamente, o que pode ser causado pelo uso de máquinas, que destroem os macroporos e aumentam a densidade do solo. Também é perceptivo o aumento de matéria orgânica em plantio direto, que pode ser um fator determinante na condutividade hidráulica do solo.

Já na cobertura do milheto, a maior condutividade foi obtida no plantio direto e a menor no cultivo mínimo, o que já era esperado. Também é perceptivo o aumento de matéria orgânica em plantio direto, que pode ser um fator determinante na condutividade hidráulica do solo.

Nos testes com o guandu, houve a diferença no fluxo de água no respectivo perfil de umidade do solo, sendo o plantio direto com a maior condutividade hidráulica e o cultivo convencional o menor. Resultado que corrobora como estudo feito por Arzeno (1990), que encontrou também resultados superiores do plantio direto em relação ao plantio convencional. A explicação possível deve-se à continuidade de poros, à tortuosidade dos interstícios e à maior atividade biológica que facilita a movimentação tridimensional da água, dados também encontrados por Chan & Heenan (1993).

CONCLUSÕES

1- Nos quatros tipos de coberturas, o plantio direto foi mais favorável à condutividade

hidráulica, porém todas elas foram classificadas como moderadas ou altas.

2- Os solos que utilizaram como cobertura o girassol e a crotalária obtiveram as maiores

condutividades hidráulicas.

3- De forma geral, o plantio direto proporcionou as mais altas taxas de condutividade

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, J. A.; SANGOI, L.; ENDER, M. “Efeitos da integração lavoura-pecuária

nas propriedades físicas do solo e características da cultura do milho”. Revista Brasileira de

Ciência do Solo, v. 25, n. 3, p. 717-723, 2001.

D'ANDRÉA, A. F.; SILVA, M. L. N.; CURI, N.; FERREIRA, M. M. “Atributos de

agregação indicadores da qualidade do solo em sistemas de manejo na região dos Cerrados no Sul do Estado de Goiás”. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 26, n. 4, p. 1047-1054,

out./dez. 2002.

DELLEUR, J. W. The Handbook of Groundwater Engineering. Boca Raton: CRC Press LLC, 1999. 969 p.

FEITOSA, F. A .C.; FILHO, J. M. (Coords.). 2 ed. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. Fortaleza: CPRM, LABHID-UFPE, 2000. 412 p.

FETTER, C.W. Applied Hydrogeology. 4 ed. New Jersey: Prentice-Hall Inc.. 2001. 691p. FITTS, C. R. Groundwater Science. London: Academic Press, 2002. 450 p.

POEHLS, D.; SMITH, G. Encyclopedic Dictionary of Hydrogeology.Boston: Academic Press/Elsevier, 2009. 528 p.

REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo: Editora Manole Ltda, 1990. 188p.

TORMENA, C. A.; VIDIGAL FILHO, P. S.; GONÇALVEZ, A. C. A.; ARAÚJO, M. A.; PINTRO, J. C. “Influência de diferentes sistemas de preparo do solo nas propriedades físicas de

um Latossolo Vermelho distófico”. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,

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