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SUMÁRIO EXECUTIVO DO PROJECTO

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Academic year: 2021

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SUMÁRIO EXECUTIVO DO PROJECTO

A Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa - APCL propõe-se desenvolver um projecto, designado CLEAN, que consiste na criação de um Centro de Limpeza Ecológica de Automóveis – “Natureza”, possibilitando o acesso ao mercado aberto de trabalho a pessoas em situação de desvantagem, concretamente pessoas com deficiência. Acreditamos ser um passo decisivo para a integração e desenvolvimento da vertente profissional no percurso de vida destas pessoas. É essa crença na igualdade de direitos no acesso à integração socioprofissional que está na génese da criação desta actividade social com vista à sustentabilidade dos nossos projectos de reabilitação.

Este projecto desenvolver-se-ia no Centro José de Azeredo Perdigão – CJAP, em Odivelas, onde existe um espaço de garagem (para futura utilização de residentes na zona) e onde se alocará um espaço (conforme planta em anexo) onde seja possível efectuar serviços de lavagem (exterior e interior), aspiração e outros serviços compatíveis com o projecto.

MISSÃO

Prestar serviços de lavagem de carros com profissionalismo e qualidade em que se maximize a satisfação do cliente e onde os colaboradores se sintam cidadãos integrantes de uma sociedade e, desta forma, social e economicamente produtivos.

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

Lavagem de carros utilizando uma quantidade mínima de água, o que faz com que seja reconhecida como lavagem a seco.

Serão prestados serviços de limpeza externa e interna. A lavagem externa será feita através do uso de máquina de lavagem a frio de alta pressão com produtos que removem as impurezas do veículo com eficácia, sem danificar a pintura e com factor de protecção anti risco. Oferecerá também cuidados especiais com os pára-brisas, pneus e outras partes exteriores. No interior do carro serão levados em consideração todos os detalhes específicos de cada marca para ir de encontro às expectativas dos clientes.

ENQUADRAMENTO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial possui alguma deficiência, distribuídos em 5% com deficiência mental, 2% com deficiência física, 1,5% com deficiência auditiva, 1% com deficiência múltipla e 0,5%

com deficiência visual.

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Em Portugal, com base nos dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nos Censos de 2011, estima-se que 6,1% da população tenha alguma incapacidade ou limitação, totalizando 634.408 de habitantes.

A conhecida taxa de erro destes dados permite concluir que a percentagem da população com deficiência será muito superior.

A qualidade de vida e as oportunidades das pessoas designadas por pessoas com deficiência reflectem não só as condições gerais de vida e as políticas socioeconómicas que têm caracterizado as diferentes épocas ao longo da história, como também as representações e construções sociais que vigoram acerca da deficiência.

As questões relacionadas com a deficiência, tratam-se essencialmente de direitos humanos e da consequente dignidade da pessoa humana. Para além do reconhecimento deste princípio, as políticas públicas deveriam ter subjacente a necessidade de encarar a solidariedade como um valor e não como uma técnica ou instrumento.

Não obstante, actualmente há um maior reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência, que se encontram elencados na Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, nomeadamente no art.º27, “Os Estados Parte reconhecem o direito das pessoas com deficiência a trabalhar, em condições de igualdade com as demais; isto inclui o direito à oportunidade de ganhar a vida através de um trabalho livremente escolhido ou aceite num mercado e ambiente de trabalho aberto, inclusivo e acessível a pessoas com deficiência”.

Encontra-se também em curso uma mudança na forma como se desenvolve o processo de inclusão, seja educativa, social ou profissional. É cada vez mais, consensual que uma das principais vias para a promoção da inclusão social é o acesso a oportunidades de emprego, sendo este um dos caminhos mais potentes na conquista da independência, muito especialmente quando se fala na inclusão social de pessoas com deficiência. Contudo, e apesar da importância que a sociedade coloca na necessidade dos seus membros desenvolverem uma actividade profissional, o emprego tem sido reconhecido como uma das mais importantes áreas de vida que se mantém inacessível a pessoas com deficiência.

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PROBLEMAS A RESOLVER

As taxas de actividade e de emprego na Deficiência são normalmente bem inferiores à média nacional e por diferenças significativas. O valor da taxa de actividade das pessoas com deficiência e incapacidades (entre os 18 e 65 anos) é menos de metade da taxa de actividade global e a taxa de desemprego é duas vezes e meia superior à média nacional. Adicionalmente, quando acontece a inserção no mercado de trabalho verifica-se que é precária, que os salários são muito inferiores à média e que os rendimentos das famílias são reduzidos.1

Constatamos essa realidade na nossa resposta social “Formação Profissional”, a colocação em contexto real de trabalho muito raramente se atinge. Deste modo, temos como objectivo promover a normalização das experiências profissionais e integração socioprofissional, possibilitando o acesso a opções de emprego que tradicionalmente lhes estariam vedadas.

Para a prossecução desse projecto apontamos o desafio da inclusão e não de exclusão, de capacidades e não de desvantagens, de participação e não de mero assistencialismo, de intervenção e não apenas de reparação.

Aliado ao facto da criação de postos de trabalho para pessoas com deficiência está uma questão ecológica. Uma das grandes vantagens deste tipo de centro é a poupança de água que os equipamentos permitem.

Estudos comprovam que o desperdício e contaminação podem levar à escassez de água. Numa lavagem normal podem gastar-se entre 200 a 500 litros de água e os produtos utilizados são na sua maioria químicos que contaminarão os lençóis freáticos.

Aqui reside a grande diferença do centro proposto, efectivamente há economia de água (estimada em 150 litros por lavagem) e não há contaminação dos recursos hídricos, reduzindo drasticamente o impacto ambiental provocado pela lavagem tradicional.

OBJECTIVO GERAL

Integração no mercado de trabalho de pessoas com deficiência inseridas num projecto socialmente responsável e com uma grande preocupação ambiental.

___________________

1 “Mais Qualidade de Vida para as Pessoas com Deficiência e Incapacidades – Uma Estratégia para

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OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar pessoas com deficiência que não se encontrem no mercado de trabalho;

- Analisar o interesse das pessoas com deficiência na sua inserção plena no mercado de trabalho;

- Criar postos de trabalho para pessoas com deficiência na área administrativa e na área técnica;

- Criar oportunidades para o desenvolvimento pessoal, valorização da identidade e auto estima dos colaboradores;

- Analisar o desempenho dos colaboradores numa óptica de trabalhador deficiente versus trabalhador não deficiente;

- Descrever e comunicar as conclusões sobre inserção das pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho.

ACTIVIDADES

- Estabelecimento de contactos e parcerias locais;

- Criação e regulamentação do Centro de Limpeza Ecológica de Automóveis;

- Criação do Guia de Deveres e Direitos dos colaboradores;

- Estabelecimento de parceria com a Cepsa;

- Formações específicas nas diferentes áreas;

- Campanhas de divulgação junto da comunidade.

RESULTADOS ESPERADOS

- Programa de Integração no mercado de trabalho de pessoas com deficiência implementado;

- Três postos de trabalho criados (1 na área administrativa e 2 na área técnica);

- Relatório sobre inserção das pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho elaborado.

GRUPOS ALVO A IMPLICAR

Os colaboradores do Centro de limpeza serão em primeira instância os beneficiados.

No entanto gostaríamos de salientar que toda a comunidade envolvente beneficiará deste projecto, não só através da prestação de serviços como também da interacção que este projecto proporcionará.

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PARCEIROS

É nossa intenção convidar colaboradores da Cepsa a participarem activamente na elaboração e coordenação de formações destinadas ao desenvolvimento de aptidões específicas dos futuros colaboradores, ficando a APCL responsável pela coordenação de recursos e formação de estruturas administrativas de apoio.

MONITORIZAÇÃO DO PROJECTO

A monitorização do projecto será feita com uma avaliação dos impactos sociais de acordo com a metodologia LBG.

O sucesso deste projecto depende em grande parte do envolvimento objectivo dos utentes na tomada de decisão relativamente às escolhas feitas e sua avaliação relativamente à satisfação das suas necessidades. É fundamental ouvir e conhecer o que dizem, tentar perceber o que sentem sobre a sua situação, o que gostam ou não, o que representa para eles o salário que recebem, se sentem que têm um papel activo na sociedade, enfim se se sentem felizes com a sua integração no mercado de trabalho. Afinal isto é o direito de todos nós, tenhamos ou não alguma limitação.

Pretendemos, em última análise, avaliar a eficácia deste projecto percepcionada, pelas pessoas com deficiência integradas, partindo da sua perspectiva e do nível de satisfação que expressam, tentando perceber:

- O que pensam sobre o vencimento e regalias que têm no seu trabalho;

- Como consideram a forma como se relacionam com as chefias e com os colegas de trabalho;

- Se estão satisfeitos com as condições de trabalho que têm e com o trabalho em si;

- Como percepcionam o seu envolvimento no processo de inclusão no mercado de trabalho;

- O que sentem relativamente ao papel dos colaboradores da CEPSA no seu processo de aprendizagem;

- O que sentem relativamente ao papel da APCL no processo de inclusão profissional;

- Como se sentem relativamente ao projecto em que se inserem.

Referências

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