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Relatório Final do Projecto PIDDAC nº 842 / 2002

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Relatório Final do Projecto PIDDAC nº 842 / 2002

Influência da época do ano sobre a congelabilidade do sémen de bode da raça Serrana e a sua capacidade fertilizante in vivo e in vitro

Período 2002 – 2004

Responsável: João Pedro de Sousa Santa-Clara Barbas

Equipa: AEM Horta, CM Marques, MC Baptista, MI Vasques, RD Mascarenhas, RM Pereira, SC, Gonçalves

Departamento de Reprodução Animal Estação Zootécnica Nacional

Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas Vale de Santarém

Março 2005

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Influência da época do ano sobre a congelabilidade do sémen de bode da raça Serrana e a sua capacidade fertilizante in vivo e in vitro.

Relatório Final do Projecto PIDDAC nº 842, EZN – INIAP.

JP Barbas, AEM Horta, CM Marques, MC Baptista, MI Vasques, RD Mascarenhas, RM Pereira, SC Gonçalves

Equipa de Investigação

Código Nome Categoria ETI Total

8365 António Eduardo Monteiro Horta Inv Coord 0.60 14245 Carla Maria F.C.V. Marques Inv Aux 0.60 29480 João Pedro S. S-C. Barbas Inv Aux 0.75 47310 Maria da Conceição C. Baptista Inv Aux 0.60 56429 Maria Irene A. M. R. Vasques Inv Aux 0.60 72520 Ramiro Doutel Mascarenhas Inv Prin 0.45

73650 Rosa Maria L.N. Pereira Inv Aux 0.45

77240 Sandra Cavaco Gonçalves Inv Aux 0.60

Localização

Este projecto foi realizado no Departamento de Fisiologia e Reprodução Animal da Estação Zootécnica Nacional localizada no Vale de Santarém. As IA decorreram em explorações de associações de criadores nos concelhos de Santarém, Rio Maior, Alcanena, Torres Novas e Lourinhã.

Cooperação com outras instituições:

As acções de congelação de sémen de bode e fertilização “in vitro” de oócitos foram efectuadas na Estação Zootécnica Nacional. As acções de IA com sémen refrigerado e congelado foram realizadas em efectivos de associados da ACORO (Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Ribatejo e Oeste) e da ACRO (Associação de Criadores de Gado do Oeste).

Cooperação com Faculdade de Medicina Veterinária - UTL, para optimização das técnicas de avaliação seminal in vitro.

Início : Janeiro de 2002 Fim: Dezembro de 2004

1. Objectivos

O objectivo deste projecto prende-se com o estudo da variação sazonal da produção e qualidade espermática do bode de raça Serrana e sua influência na congelabilidade do sémen.

Esta influência sazonária será avaliada ao longo do ano com o objectivo de identificar as

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melhores épocas para proceder à congelação de sémen nesta raça caprina. Paralelamente serão comparados os resultados reprodutivos obtidos após inseminação artificial (IA) com sémen refrigerado e congelado na época reprodutiva tradicional (Primavera) e a capacidade fertilizante in vitro de sémen congelado utilizando oócitos de caprino, obtidos de ovários recolhidos no matadouro. Após identificação dos melhores períodos para a congelação do sémen de caprino, as IA com sémen congelado serão realizadas com o sémen de melhor qualidade. Sem o desenvolvimento da técnica de congelação de sémen e conhecimento das suas características qualitativas após o processo de congelação/descongelação, não poderá ser implementada com sucesso a utilização da técnica de IA com sémen congelado. Esta técnica é indispensável para facilitar o maneio reprodutivo dos rebanhos, a selecção, o melhoramento genético, a difusão do progresso genético e a conservação dos recursos genéticos nomeadamente sémen e embriões. A IA é também indispensável para a troca de material genético entre populações de cabras. O sucesso de um programa de IA depende de um indispensável conhecimento da tecnologia de recolha, processamento e armazenamento do sémen, bem como da identificação das épocas de melhor produção espermática. A utilização desta técnica permitirá aumentar a produção de leite, carne e pelo. Este projecto irá identificar as melhores épocas para proceder à congelação do sémen e permitir a utilização dos melhores ejaculados nos programas de IA.

2. Parâmetros seminais no sémen fresco e descongelado

2.1. Metodologia

2.1.1. Processamento do sémen fresco e congelado

As colheitas de sémen são efectuadas ao longo do ano utilizando o método de recolha com vagina artificial numa cabra ovariectomizada com estro induzido. Após a recolha, o sémen é colocado num banho-maria mantido a 30 ºC procedendo-se à sua imediata avaliação macroscópica (volume e cor) e microscópica, nomeadamente as mobilidades massais, a mobilidade individual (MI) classificada de acordo com a % de espermatozóides móveis com movimentos progressivos e rectílineos, a % de espermatozóides vivos e mortos e % de formas anormais referenciando a sua origem (cabeça, peça intermédia e cauda). A metodologia utilizada na avaliação destes parâmetros seminais encontra-se descrita detalhadamente em várias publicações (Barbas et al, 2001, 2002, 2004). Resumidamente a mobilidade massal é avaliada numa gota de sémen fresco puro sobre platina aquecida, sendo classificada numa escala de de 0 a 5 de acordo com o vigor dos movimentos de onda dos spz. A MI é classificada em valor percentual (0-100 %) numa gota de sémen diluído (1/100) em soro fisiológico. A % de spz vivos é determinada por contagem do nº de spz não corados cerca de 3-4 horas após a realização de um esfregaço utilizando como corante vital a eosina-nigrosina. O mesmo esfregaço é utilizado para contagem do nº de spz normais e anormais. Estes valores são expressos em valor percentual sendo as formas anormais referenciadas à sua origem nomeadamente cabeça, peça intermédia e cauda. A observação dos esfregaços e realizada com objectiva de imersão utilizado 1000 aumentos. A concentração é determinada no sémen diluído (1/400) por contagem do nº de spz/

ml, num espectrofotómetro calibrado para a espécie caprina utilizando um comprimento de onda 550 nanómetros.

2.1.2 Processamento e congelação de sémen

O processo de recolha e avaliação do sémen foi anteriormente descrito. Igualmente são destinados à congelação os ejaculados que em fresco possuam mobilidades massais ≥3, MI ≥ 65

% e concentrações > 2 mil milhões de spz/ml . O sémen recolhido é processado e congelado de

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acordo com o protocolo descrito por Evans e Maxwell (1990) e FAO (1993). Após a recolha, o sémen é suspenso numa solução de Krebs-Ringer-Phosphate (solução de lavagem) contendo glucose. A suspensão obtida será centrifugada para extracção do plasma seminal (lavagem).

Torna-se conveniente fazer duas lavagens de plasma seminal.

Resumidamente a lavagem do plasma seminal inclui as seguintes etapas:

a) Preparação da solução de Krebs-Ringer-Phosphate (FAO, 1993) na véspera da sua utilização.

b) Temperaturas de trabalho: A temperatura do laboratório de tecnologia do sémen é mantida estabilizada a 25 ºC. Depois da recolha do sémen, o tubo colector é colocado num banho- maria à temperatura de 30 Cº. Seguidamente adiciona-se a solução de lavagem que é mantida à mesma temperatura. A 1ª, e a 2ª centrifugação e a adição da 2ª solução de lavagem são realizadas à temperatura ambiente (25 ºC). Após a 2ª centrifugação e eliminação do sobrenadante o diluidor de congelação mantido à temperatura ambiente é adicionado ao sémen de modo a obter a concentração espermática pretendida.

c) Diluição e centrifugação: Após a recolha do sémen determina-se a concentração espermática e o nº de spermatozóides totais do ejaculado obtido, multiplicando o volume pela concentração espermática. O ejaculado é diluído com a solução de lavagem (Krebs-Ringer- Phosphate) de modo a obter uma concentração de 400 milhões de espermatozóides/ml da suspensão a centrifugar. O tubo de recolha é colocado a centrifugar durante 15 minutos a 500-600 g. Depois da centrifugação o sobrenadante é retirado acrescentando-se igual volume de solução de lavagem. Seguidamente é efectuada nova centrifugação durante 15 minutos. O sobrenadante é retirado sendo adicionado o diluidor de congelação numa só etapa (Evans e Maxwell, 1990) de modo a obter uma concentração de 800 milhões de spz/ml, pois pretende- se a obtenção de doses de sémen com 200 milhões de spz totais.

d) Preparação para a congelação: Adiciona-se o volume de diluidor (preparado de véspera) de congelação (Evans e Maxwell, 1990) necessário para acertar a concentração de espermatozóides por dose utilizada na IA (200 milhões). Para efectuar a diluição numa só etapa, o sémen é diluído à temperatura de 30 ºC com o diluidor definitivo (congelação) que tem glicerol (6-8 %), o agente crioprotector mais adequado, e gema de ovo (3-4 %) como protectora da integridade das membranas (Evans e Maxwell, 1990). O diluidor de congelação contém tris e ácido cítrico para tamponização do diluidor, glucose como substracto energético e uma associação de antibióticos (penicilina-estreptomicina) para inibir o desenvolvimento microbiano.

e) Refrigeração do sémen destinado à congelação e respectivo processo - Após a diluição do sémen efectuada a 30 ºC, o sémen é armazenado em palhinhas (0,25 ml) tipo Cassou, de cores diferentes, de acordo com os bodes utilizados na mesma sessão de trabalho. Após o enchimento das palhinhas estas são introduzidas dentro de uma proveta (inserida num copo com água à mesma temperatura) colocada numa bancada de refrigeração mantida a 4 ºC onde irá decorrer a refrigeração gradual do sémen durante um tempo aproximado de 3,5-4 horas.

Decorrida a refrigeração controla-se a % de espermatozóides móveis antes de iniciar o processo da congelação propriamente dito. Na congelação do sémen de carneiro e de bode o método de congelação em duas etapas não tem vantagens comparativamente à congelação realizada com uma só etapa, daí este ser preferencial, devido à simplicidade e menor manuseamento do sémen antes da congelação (Evans e Maxwell, 1990).

f) Congelação - A congelação das palhinhas é efectuada utilizando um equipamento designado por “Floating Semen Freezing Rack” (Minutub GnbH & Co, KG, Germany). Resumidamente este equipamento é composto por uma caixa de aço inoxidável com cerca de 1 m2, um “rack”

duplo do mesmo material aonde são dispostas transversalmente as mini-palhinhas que está ligado a 4 flutuadores (2 de cada lado, unidos por uma barra transversal) que contêm várias aberturas permitindo a entrada do azoto líquido (vertido previamente na caixa metálica) e

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uma caixa de esferovite com cerca 95 x 49 x 35 cm onde é inserida esta estrutura. O processo de congelação devido à acção dos vapores de azoto líquido pode ser dividido nas seguintes etapas:

1) As palhinhas refrigeradas a 4 ºC são dispostas transversalmente no rack metálico através de pinças metálicas mantidas à mesma temperatura. É possível regular a altura das palhinhas relativamente ao nível de azoto líquido (vertido previamente na caixa metálica) afinando a altura de fixação do rack nas caixas flutuadoras.

2) Na caixa de aço inoxidável colocada dentro da caixa de esferovite é vertido azoto líquido até atingir no mínimo 7 cm de altura. Seguidamente o rack, manuseado através de duas pinças metálicas é disposto no interior da caixa metálica.

3) A caixa de esferovite é tapada. As palhinhas dispostas no rack encontram-se a uma altura de cerca de 4 cm relativamente ao nível do azoto líquido detectando-se a esse nível uma temperatura aproximada de -120 ºC. No decurso da congelação o azoto líquido vai penetrando pelas aberturas das caixas flutuadoras permitindo que no final do processo de congelação que dura no mínimo 20 minutos as palhinhas fiquem submersas no azoto.

4) Finalmente as palhinhas são cuidadosamente retiradas e armazenadas nos respectivos canisteres dos contentores aonde permanecem até posterior utilização.

g) Avaliação do sémen descongelado - A apreciação da aptidão dos espermatozóides para suportar o processo de congelação/descongelação é realizada 24 horas mais tarde, retirando uma palhinha do contentor de armazenamento para um copo de vidro com água a 37-38 ºC durante 50 segundos. Seguidamente são cuidadosamente secas e o seu conteúdo é diluído em soro fisiológico (1 ml) contido em tubos de ensaio mantidos no banho-maria à mesma temperatura. Depois de uma breve agitação dos tubos num “vortex” é avaliado a % de espermatozóides móveis, e realiza-se um esfregaço com eosina-nigrosina destinado a avaliar a % de spz vivos e % de formas anormais. A comparação destes parâmetros seminais no sémen fresco e descongelado constituem objectivos do nosso projecto. No SD são realizados testes de endosmose aos 5, 25 e 40 minutos após a descongelação, de acordo com metodologia anteriormente publicada (Ferreira et al., 2001, Brito, 2004). Resumidamente, é diluído 0,1 ml de sémen descongelado em 1 mL de solução hipósmótica (100 mOsm) . O tubo de ensaio é mantido em banho-Maria a 37 ºC . Aos 5, 25 e 40 minutos , sobre uma lâmina a 37 ºC , juntam-se uma gota do conteúdo do tubo de ensaio e uma gota de glutaraldeído a 2%, fazendo-se um esfregaço que é observado 3-4 horas mais tarde. Este esfregaço é observado ao microscópio de contraste de fase, com uma objectiva de imersão (1000 X). Consideram-se endosmoses positivas os spz que apresentam a cauda total ou parcialmente enrolada e endosmoses negativas os spz que não apresentam a cauda enrolada.

Os resultados são expressos percentualmente.

2.2. Resultados da avaliação do sémen

Este trabalho foi realizado no Departamento de Reprodução da Estação Zootécnica Nacional tendo início em Março de 2002. Nos primeiros 6 meses decorreu o treino dos bodes de raça Serrana e a afinação das técnicas de recolha e processamento de sémen fresco que seguidamente serão descritas. Os bodes foram mantidos num estábulo anexo ao Laboratório de Tecnologia do Sémen sendo alimentados com fenos de aveia/ervilhaca, silagem de milho e concentrado comercial. Neste período foram igualmente ensaiados os diluidores destinados à congelação do sémen, designadamente a sua composição e concentração dos constituintes e as técnicas de refrigeração e congelação propriamente ditas. Neste estudo que decorreu até Dezembro de 2004, foram utilizados sete bodes em bom estado sanitário e condição corporal, mas nem todos os animais foram utilizados durante todo o período de ensaio. As colheitas de sémen destinadas à execução deste projecto tiveram início em Novembro de 2002, e foram

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realizadas sempre que possível quinzenalmente. Foram utilizados 218 ejaculados para avaliação estatística de resultados. Ejaculados que não tivessem boa qualidade para serem processados foram rejeitados. As variáveis independentes estudadas foram a época do ano, o factor bode e a interacção época x bode. No sémen fresco (SF) foram avaliados o volume (ml), a concentração espermática (spz x 106), a MI (%), a % de spz vivos e a % de formas anormais referenciando a sua origem designadamente cabeça, peça intermédia (PI) e cauda que foram as variáveis dependentes na análise estatística. Nos 7 bodes utilizados e considerando as 4 estações do ano, não foram apreciados estatisticamente os resultados quando o número de ejaculados por época do ano e por bode foram ≤ 3.

2.2.1 Resultados globais das características seminais

Os resultados médios dos parâmetros seminais em SF são apresentados no quadro 1, a variação média ao longo das épocas é apresentada no quadro 2 e por bodes no quadro 3.

No sémen descongelado (SD) foram realizados testes de endosmose aos 5, 25 e 40 minutos após a respectiva descongelação. Os resultados médios dos parâmetros seminais em 218 ejaculados descongelados são apresentados no quadro 5. Paralelamente foram apreciadas as quebras de resultados do SD relativamente ao SF relativamente à MI (Difmi), % de spz vivos (Difvivos) e % de spz normais (Difnormais) por época do ano (Quadro 6) e por bode (Quadro 7).

A variação média dos parâmetros seminais no SD ao longo das épocas do ano apresenta-se no quadro 6.

Foram apreciadas as correlações estatísticas (Pearson) entre os parâmetros seminais no SF, SD e SF vs SD (Quadro 4, Quadro 8 e Quadro 9). Na análise estatística de resultados foram realizadas análises de variância simples (Anova) e multivariada (Manova) e o teste de comparações múltiplas (LSD) recorrendo ao programa Statistica (StatSoft, Inc., 1995).

Quadro 1: Resultados globais médios no sémen fresco Interv de Confiança N Média

-95 % +95 % Min. Max DP

VOLUME (ml) 218 1,09 1,04 1,15 0,30 2,50 0,42

CONCEN (x106) 214 4037,1 3848,7 4225,8 1460,0 11827,9 1399,1

MI (%) 218 65,1 64,4 65,8 50,0 75,0 5,4

VIVOS (%) 216 72,2 70,8 73,6 37,0 90,0 10,4

NORMAIS (%) 216 81,1 80,1 82,1 53,0 94,0 7,5

CABE (%) 216 9,3 8,6 9,9 0,0 29,0 4,8

PI (%) 216 5,2 4,6 5,7 0,0 20,0 4,1

CAUDA (%) 216 4,4 3,9 5,0 0,0 22,0 4,3

No quadro 2 são apresentadas os valores médios das características seminais no SF ao longo do ano, verificando-se que os volumes dos ejaculados e a % de spz normais foram significativamente superiores no Verão e no Outono comparativamente às restantes épocas do ano que não foram diferentes entre si (gráfico 1). A % de spz normais foi significativamente superior no Outono e no Verão. Nesta estação não houve diferenças comparativamente às restantes épocas do ano. Não foi observada uma variação anual da MI, concentração, % de spz vivos , % de anomalias na cabeça e da cauda dos espermatozóides. A % de anomalias da PI foi

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significativamente inferior no Outono e no Verão, não diferindo as restantes épocas do ano entre si (gráfico 1).

Quadro 2. Médias globais dos parâmetros do sémen fresco ao longo das estações do ano

O I P V Variáveis

n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp

Volume

F=15,26;P<0,001 104 1,20±0,39 a 41 0,86±0,36 b 21 0,73±0,43 b 52 1,20±0,38 a MI

F=1,0; P<0,39 104 65,27±5,1 41 64,15±4,86 21 64,29±5,98 52 65,88±5,94 Concentração

F=1,81;P<0,145 100 4202,03

±1356,92

41 4162,96

±1330,77

21 3903,33

±1516,66

52 3675,39

±1450,52 Vivos

F=0,42; P<0,74 102 72,87±10,09 41 72,39±9,26 21 70,67±8,39 52 71,33±12,41 Normais

F=4,87;P<0,003 102 82,83±6,35a 41 78,38±8,79b 21 78,19±6,95b 52 80,98±8,02ab Cabeça

F=2,52; P<0,06 102 8,96±4,37 41 8,32±3,96 21 8,71±4,26 52 10,79±6,17 PI

F=14,26; P<0,001 102 4,01±3,14 a 41 7,26±4,69 b 21 8,67±5,23 b 52 4,44±3,29 a Cauda

F=1,11; P<0,35 102 4,25±4,08 41 5,51±5,62 21 4,43±4,72 52 3,98±3,35

Gráfico 1. Médias globais (± interv. conf.) dos parâmetros do sémen fresco com variações significativas ao longo das estações do ano (volume, normais e anomalias da PI)

V O I P

EPOCA 70

75 80 85

Spz Normais (%)

0 5 10 15 20

Anomalias da PI (%)

NORMAIS(L) PI(R)

V O I P

EPOCA 0,4

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4

Volume (mL)

No quadro 3 e são apresentados os valores médios individuais dos 7 bodes relativamente aos parâmetros seminais no SF. Foram observadas variações individuais significativas em todos os parâmetros seminais exceptuando a MI (P=0,08). O volume médio do ejaculado foi significativamente superior no bode 223, verificando-se que três bodes apresentavam volumes idênticos e superiores a 1 ml (142, 602 e 711). Nestes dois últimos bodes (602 e 711) foram observadas as concentrações espermáticas mais altas que não foram diferentes do bode 223, notando-se uma grande variação entre bodes. Os bodes 5, 107, 223 e 711 apresentaram maiores

% de spz vivos enquanto os bodes 131, 142, 223 e 602 tiveram a maior % de spz normais.

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Quadro 3. Médias individuais por bode dos parâmetros do sémen fresco

5 107 131 142 223 602 711 Bode /

Variáveis n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp Volume

F=7,77;P<0,001

57 0,98

± 0,37a

13 0,80

± 0,33 a

50 1,02

± 0,38ab

20 1,29

± 0,38c

13 1,63

± 0,40d

12 1,04

± 0,41abc

53 1,16

± 0,41bc Concentração

F=7,90; P<0,001

57 3666,47

± 1077,35a

13 3457,80

± 902,96a

50 3551,06

± 1174,03a

20 3736,91

± 280,45ab

13 4561,77

± 714,92bc

10 5449,00

± 968,87c

51 4783,33

± 1172,48c MI

F=1,90; P<0,081

57 65,61

± 5,67

13 66,92

± 4,35

50 63,2

± 6,04

20 64,5

± 4,26

13 65,38

± 3,80

12 67,33

± 3,55

53 65,58

± 5,23 Vivos

F=2,88; P<0,01

57 73,05

±10,94bc

13 76,35

± 9,39bc

48 68,31

± 11,29a

20 69,60

± 9,3 ab

13 76,04

± 7,93bc

12 78,29

± 9,06c

53 72,44

± 9,07bc Normais

F=3,73; P<0,002

57 81,46

± 7,09b

13 86,0

± 5,60c

48 82,04

± 5,61bc

20 81,90

± 6,82bc

13 84,23

± 5,64bc

12 81,29

± 4,33abc

53 77,52

± 9,68a Cabeça

F=2,31; P<0,034

57 9,16

± 4,74ab

13 10,0

± 6,27ab

48 10,6

± 4,35b

20 10,6

± 6,51b

13 7,92

± 5,91ab

12 10,21

± 3,82ab

53 7,57

± 3,72a PI

F=8,81; P<0,001

57 6,39

± 3,93 bc

13 1,69

± 1,49a

48 3,90

± 2,76a

20 3,2

± 2,26ab

13 3,31

± 2,25a

12 3,96

± 2,47a

53 7,39

± 5,14c Cauda

F=9,26; P<0,001

57 2,72

± 2,49a

13 2,31

± 2,21a

48 3,45

± 2,61a

20 4,3

± 3,76a

13 4,54

± 2,63a

12 4,54

± 4,83a

53 7,72

± 5,96b

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Os bodes 711 e 5 apresentaram maiores % de anomalias da PI. A maior % de anomalias da cauda foi observada no bode 711 e da cauda, fazendo parte do grupo de bodes que apresentaram menor % de anomalias da cabeça.

No quadro 4 apresentam-se as correlações entre os parâmetros seminais medidos no sémen fresco. De destacar a correlação negativa do volume com a mobilidade e vitalidade espermáticas, e positiva com as anomalias da cabeça (P<0,05). A concentração correlacionou-se positivamente com a mobilidade, vitalidade e anomalias da cauda e negativamente com as anomalias da cabeça (P<0,05). A mobilidade, vitalidade e normalidade espermáticas correlacionaram-se positivamente entre si, sendo a correlação entre a mobilidade e a vitalidade a mais elevada (r=0,72; P<0,05). Os spz vivos correlacionaram-se negativamente com as anomalias da cauda (P<0,05). Os spz normais correlacionaram-se negativamente com todas as anomalias estudadas (P<0,05), como era expectável.

Quadro 4: Correlações entre os parâmetros seminais no sémen fresco (n=212, a itálico P<0,05)

VOLUME CONC MI VIVOS NORMAIS CAB PI CAU

VOLUME 1,00 ,12 -,23 -,24 -,07 ,14 -,12 ,09

CONC 1,00 ,21 ,20 -,02 -,19 ,09 ,21

MI 1,00 ,72 ,39 -,30 -,20 -,13

VIVOS 1,00 ,39 -,38 -,11 -,13

NORMAIS 1,00 -,45 -,64 -,61

CAB 1,00 -,14 -,20

PI 1,00 ,37

CAU 1,00

No quadro 5, são apresentadas as médias globais de todos os parâmetros avaliados no sémen descongelado.

Quadro 5: Resultados globais médios no sémen descongelado

Intervalo de Confiança

N Média -95 % +95 % Min Max DP

MI 218 38,4 37,3 39,4 10,0 55,0 8,1

VIVOS 218 44,5 43,0 46,0 12,0 69,0 11,3

NORMAIS 218 64,9 63,8 66,0 40,0 84,0 8,3

CABE 218 26,8 25,7 27,9 5,0 49,0 8,1

PI 218 2,4 2,0 2,8 0,0 20,0 3,0

CAUDA 218 5,8 5,1 6,4 0,0 30,0 4,9 EPOS5 206 39,2 37,6 40,8 11,0 69,0 11,6 EPOS25 206 41,6 40,0 43,3 10,5 71,0 12,0 EPOS40 206 40,7 38,9 42,6 10,0 79,0 13,2

Difmi 218 -26,8 -27,8 -25,7 -50,0 -10,0 7,8

Difvivos 216 -27,7 -29,4 -26,0 -60,0 0,0 12,8

Difnormais 216 -16,2 -17,5 -15,0 -45,0 0,0 9,2 No quadro 6 são apresentados a variação dos parâmetros seminais no SD ao longo das estações do ano. Não foram observadas diferenças entre épocas do ano nos seguintes parâmetros : MI (%), % de spz vivos e normais, Epos40, Difmi e Difvivos. Foram observadas variações significativas nos seguintes parâmetros: % de anomalias da cabeça, PI e cauda, Epos5, Epos25 e Difnormais (Gráfico 2).

(10)

Quadro 6. Médias globais dos parâmetros do sémen descongelado ao longo das estações do ano O I P V Variáveis

n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp MI

F=0,13; P<0,94

104 38,03

±8,13

41 38,44

± 7,90

21 39,00

± 7,21

52 38,69

± 8,72 Vivos

F=1,87; P<0,13

104 43,0

± 11,89

41 47,80

± 10,49

21 45,55

± 9,28

52 44,61

± 11,09 Normais

F=1,42; P<0,24

104 64,09

± 8,05

41 64,05

± 8,23

21 66,71

± 8,35

52 66,46

± 8,84 Cabeça

F=6,26;P<0,001

104 28,96

± 7,27c

41 24,78

± 9,10ab

21 22,07

± 7,51a

52 26,04

± 8,0ab PI

F=5,02;P<0,002

104 1,79

± 1,87 a

41 3,44

± 4,03 bc

21 3,9

± 4,88c

52 2,23

± 2,77 ab Cauda

F=2,85;P<0,038

104 5,16

± 4,18a

41 7,27

± 7,01c

21 7,31

± 5,11c

52 5,1

± 3,90a Epos5

F=3,39; P<0,02

96 37,09

±11,37a

41 43,77

± 11,99b

21 40,31

±13,17ba

48 38,93

± 9,90a Epos25

F=3,93;P<0,009

96 39,74

±11,57a

41 46,96

± 12,52c

21 42,76

±11,64abc

48 40,24

± 11,52ab Epos40

F=2,55; P<0,06

96 39,16

±12,55

41 45,10

± 13,30

21 43,36

± 15,17

48 39,02

± 12,80 Difmi

F=0,67; P<0,57

104 -27,24

± 7,50

41 -25,71

± 8,13

21 -25,29

± 7,63

52 -27,19

±8,42 Difvivos

F=2,38; P<0,07

102 -30,03

±12,07

41 -24,59

± 11,21

21 -25,12

± 12,34

52 -26,72

±13,62 Difnormais

F=6,36;P<0,001

102 -18,87

±8,20a

41 -14,33

±9,18bc

21 -11,48

±8,92bc

52 -14,52

±9,65b

Gráfico 2 – Médias globais (± interv conf) dos parâmetros do sémen descongelado com variações significativas ao longo das estações do ano (anomalias da cabeça, PI e cauda, difnormais e EPOS5 / EPOS25)

V O I P

EPOCA -30

-20 -10 0 10 20 30 40

Percentagem

CABE PI CAUDA DIFNORM

V O I P

EPOCA 32

34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54

Percentagem

EPOS5 EPOS25

(11)

Quadro 7. Médias individuais (bode) dos parâmetros do sémen descongelado

5 107 131 142 223 602 711

Variáveis

n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp MI

F=5,85;P<0,001

57 41,54

± 6,7bc

13 44,23

± 7,34c

50 35,18

± 8,87a

20 41,15

± 7,03bc

13 35,46

± 4,14a

12 35,17

± 6,9a

53 36,9

± 8,2a Vivos

F=5,50;P<0,001

57 47,33

±10,77b

13 42,5

± 11,24ab

50 39,12

± 12,27a

20 41,53

± 8,9a

13 38,70

±11,40a

12 49,7

±11,09b

53 48,51

± 8,9 b Normais

F=0,882;P<0,55

57 66,46

± 7,43

13 63,31

± 6,7

50 63,75

± 7,78

20 64,6

± 8,62

13 67,23

± 8,96

12 63,33

± 12,27

53 64,6

± 8,87 Cabeça

F=3,45; P<0,003

57 26,21

± 7,67b

13 30,92

± 7,51c

50 28,92

± 8,74bc

20 29,25

± 7,06bc

13 27,0

± 8,58bc

12 28,0

± 9,64bc

53 23,24

± 6,86a PI

F=1,52; P<0,17

57 2,58

± 3,72

13 2,0

± 1,73

50 1,77

± 1,8

20 1,9

± 3,75

13 1,38

± 1,19

12 3,08

± 3,15

53 3,22

± 1,8 Cauda

F=5,18;P<0,001

57 4,58

± 4,39a

13 3,77

± 3,22a

50 5,56

± 3,38a

20 4,25

± 3,92a

13 4,0

± 2,94a

12 5,58

± 3,96a

53 8,71

± 6,61b Epos5

F=6,82;P<0,001

57 45,45

± 9,94d

13 38,69

±12,63 bc

49 36,42

± 10,61bc

19 36,29

± 9,97bc

12 31,83

±12,02ab

9 27,5

± 12,17 a

47 39,84

± 10,77 c Epos25

F=5,25;P<0,001

57 46,14

±11,36e

13 45,58

± 7,84de

49 38,98

± 13,07bcd

19 37,68

± 9,63bc

12 34,08

± 9,68b

9 30,06

± 11,2a

47 43,44

± 11,09cde Epos40

F=4,71;P<0,001

57 45,99

±12,80d

13 40,81

± 10,31bcd

49 37,18

± 14,53b

19 38,11

± 9,34bc

12 32,75

±10,77b

9 29,88

± 9,96a

47 43,24

± 12,34cd Difmi

F=4,87;P<0,001

57 -24,07

± 6,96b

13 -22,69

± 7,88b

50 -28,02

± 6,76a

20 -23,35

±7,40b

13 -29,92

± 6,0a

12 -32,17

± 7,47a

53 -28,72

± 8,71a Difvivos

F=3,12; P<0,006

57 -25,72

± 11,0cd

13 -33,85

± 14,80ab

48 -29,66

± 13,27bc

20 -28,03

±14,55bcd

13 -37,35

±12,45a

12 -28,63

± 9,88bcd

53 -23,93

± 11,95d Difnormais

F=3,25;P<0,004

57 -15,00

± 8,79b

13 -22,69

± 8,76a

48 -18,57

± 9,53a

20 -17,25

±8,90ab

13 -17,00

± 9,0ab

12 -17,96

± 11,8ab

53 -12,92

± 7,50b

(12)

A % de anomalias da cabeça no Outono foi superior relativamente às restantes épocas do ano. A % de anomalias da PI e da cauda foi mais alta na Primavera e no Inverno e menor no Outono e Verão. A % de Epos5 e Epos25 foi mais alta no Inverno e na Primavera, não variando as restantes épocas entre si. A % de difnormais foi superior no Outono relativamente às restantes épocas do ano que não foram diferentes entre si. Esta maior quebra deve-se a um aumento da % de spz normais no sémen fresco no Outono e não a uma menor percentagem no sémen descongelado. No Inverno e na Primavera foi observada a maior % de endosmoses positivas, coincidindo com a menor % de anomalias da cabeça (I, P, V).

No quadro 7 são apresentadas as variações individuais em todos os bodes dos parâmetros seminais no SD. Não foram observadas variações individuais na % de spz normais e de anomalias na PI. Verificou-se que a MI foi melhor em três animais (5, 107 e 142), sendo a % de spz vivos mais alta também no bode 5 e em dois outros animais (107, 602 e 711). O bode 711 apresentou a menor e a maior % de anomalias da cabeça e da cauda respectivamente. Os bodes 5, 107 e 711 apresentaram os melhores resultados nas endosmoses positivas observadas, destacando-se o bode 5 na Epos5 relativamente a todos os animais. A apreciação da aptidão a congelação pode ser avaliada pelas quebras de mobilidade individual, % de spz vivos e normais do SD comparativamente ao SF. Observamos que os bodes 5, 107 e 142 apresentaram as menores quebras de MI, e que as quebras da % de spz vivos e normais foram menores nos bodes 5, 602 e 711. Após a observação dos registos dos parâmetros seminais no SD pensamos que o bode 5 revelou a melhor aptidão para a produção de sémen congelado tendo o bode 142 igualmente bom desempenho.

No quadro 8 apresentam-se as correlações entre os parâmetros medidos no sémen descongelado. Os spz móveis, vivos e normais, apresentam correlações positivas e significativas entre si. As endosmoses positivas medidas aos 40 minutos, correlacionaram-se positivamente com a mobilidade, vitalidade e normalidade espermáticas (P<0,05). Embora com correlações mais baixas, as endosmoses dos 5 e dos 25 minutos, correlacionaram-se positivamente com a motilidade e a vitalidade (P<0,05). Quanto maiores as quebras havidas no número de spz móveis, vivos e normais devido ao processo de congelação, menores são as percentagens de spz móveis, vivos e normais encontradas no sémen descongelado (-0,77, -0,64 e -0,63, respectivamente;

P<0,05). A percentagem de spz normais correlacionou-se negativamente com a percentagem de anomalias da cabeça, da peça intermédia e da cauda (P<0,05), como seria de esperar. As endosmoses positivas medidas aos 25 e 40 minutos, correlacionaram-se negativamente com as anomalias da cabeça (P<0,05). As anomalias da cabeça correlacionaram-se negativamente com as da peça intermédia e da cauda (P<0,05), apresentando estas duas uma correlação positiva entre si (P<0,05).

Quadro 8: Correlações entre os parâmetros seminais no sémen descongelado (n=206, a itálico P<0,05)

MI VIVOS NORM CAB PI CAU EPOS

5 EPOS

25 EPOS 40 Q

MI Q VI Q

NO MI 1,0 ,55 ,32 -,27 -,05 -,05 ,30 ,33 ,42 -,77 -,27 -,17 VIVOS 1,0 ,43 -,38 -,07 -,02 ,16 ,24 ,32 -,30 -,64 -,32

NORM 1,0 -,67 -,24 -,41 ,06 ,09 ,16 -,06 -,16 -,63

CAB 1,0 -,35 -,33 -,16 -,25 -,27 ,11 ,19 ,71

PI 1,0 ,35 ,14 ,15 ,06 -,05 -,04 -,14

CAU 1,0 ,09 ,16 ,15 -,04 ,01 ,01

EPOS5 1,0 ,66 ,63 -,32 -,13 -,13

EPOS25 1,0 ,75 -,28 -,15 -,19

EPOS40 1,0 -,34 -,17 -,18

QMI 1,0 ,46 ,17

QVI 1,0 ,36

QNO 1,0

(13)

No quadro 9 apresentam-se as correlações entre os parâmetros seminais do SF e do SD.

Todos os parâmetros homólogos apresentaram correlações positivas e significativas entre o SF e o SD, destacando-se a MI e as anomalias da peça intermédia e da cauda (0,37, 0,43 e 0,52, respectivamente). As correlações não homólogas entre os spz móveis, vivos e normais do SF e SD são positivas e significativas, exceptuando-se as dos normais em sémen fresco. As correlações significativas entre os parâmetros não homólogos do SF e SD estão de acordo com os resultados esperados, exceptuando-se as anomalias da peça intermédia e da cauda em fresco com as anomalias da cabeça no SD, que são negativas relativamente ao esperado.

Quadro 9. Correlações entre parâmetros seminais do sémen fresco e descongelado (n=216;

itálico: P<0,05; negrito: variáveis homólogas)

MID VID NORD CABD PID CAUD

MIF ,37 ,39 ,38 -,27 -,13 -,11 VIF ,24 ,31 ,25 -,21 -,10 -,00 NORF ,13 ,08 ,34 ,12 -,43 -,45 CABF -,13 -,14 -,17 ,18 ,06 -,05 PIF -,01 ,01 -,14 -,25 ,43 ,35 CAUF -,07 ,03 -,26 -,17 ,26 ,52

As correlações das endosmoses medidas no SD com os parâmetros seminais do SF foram geralmente baixas e não significativas. Contudo, as endosmoses do SD aos 40 minutos apresentaram uma correlação significativa com a MIF e VIF (r=0,14, P<0,05).

A congelação de sémen provoca um decréscimo normalmente significativo no valor dos parâmetros seminais do sémen congelado. No gráfico 3 são representadas as interacções época x tipo de sémen na MI, % de spz vivos e normais e no gráfico 4 as correspondentes interacções sobre as anomalias da cabeça, PI e cauda. Em todas estas variáveis foi observado um efeito específico do sémen congelado na diminuição significativa dos parâmetros seminais referidos.

Gráfico 3. Interacção entre a época e o tipo de sémen, para a MI, Vivos e Normais

Interacção Época x Sémen Barras verticais = 0,95 int. conf.

Sémen Fresco

V O I P

30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

Percentagem

Sémen Descongelado

V O I P

MI VI NORM

Normais: F[3,426]=3,86; P<0,01

(14)

Gráfico 4. Interacção entre a época e o tipo de sémen, para as anomalias da cabeça, peça intermédia e cauda

Interacção Época x Sémen Barras verticais 0,95 int. conf.

Sémen Fresco

V O I P

-5 0 5 10 15 20 25 30 35

Formas anormais (%)

Sémen Descongelado

V O I P

CAB PI CAUDA

Cabeça: F[3,426]=5,18; P<0,002 PI: F[3,426]=2,57; P<0,05

A interacção entre a época do ano e tipo de sémen (sémen fresco e descongelado), foram significativas para os spz normais (gráfico 3) e para a % de anomalias da cabeça e da PI (gráfico 4). Nos gráficos 5 e 6 são apresentadas as interacções entre o bode e tipo de sémen, que foram significativas para a MI, Vivos e anomalias da PI. Nas restantes variáveis (normais, anomalias da cabeça e da cauda) observou-se um efeito específico da congelação no decréscimo dos resultados.

Gráfico 5. Interacção entre o bode e o tipo de sémen, para a MI, Vivos e Normais

Interacção Bode x Sémen Barras verticais = 0,95 int. conf.

Sémen Fresco

5 107 131 142 223 602 711

20 30 40 50 60 70 80 90 100

Percentagem

Sémen Descongelado

5 107 131 142 223 602 711

MI VI NORM

MI: F[6,422]=3,15; P<0,005 VI: F[6,420]=2,16; P<0,05

(15)

Gráfico 6. Interacção entre o bode e o tipo de sémen, para as anomalias da cabeça, peça intermédia e cauda

Interacção Bode x Sémen Barras verticais = 0,95 int. conf.

Sémen Fresco

5 107 131 142 223 602 711

-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Formas anormais (%)

Sémen Descongelado

5 107 131 142 223 602 711

CAB PI CAUDA

PI: F[6,420]=2,97; P<0,008

2.2.2. Variação das características seminais em função da época e do bode (Interacções) a) Sémen fresco

A interacção entre a época do ano (O, I, P e V) e o bode não foi possível ser estudada para todas as épocas com todos os animais. A análise multivariada (Statsoft, Inc, 1995) para avaliar a interacção época x bode, incluindo todas as estações só foi possível estudar em 3 animais. Foi observado um efeito específico significativo da época sobre o volume e % de anomalias da PI. O volume médio dos ejaculados foi superior no Outono e Verão comparativamente às restantes épocas do ano que não foram diferentes. A % de anomalias da PI foi superior na Primavera e no Inverno comparativamente às restantes épocas que não foram diferentes (Quadro 10).

Quadro 10. Efeitos específicos da época (4 épocas x 3 bodes)

O I P V Variáveis

n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp

Volume

F=18; P<0,001 64 1,21 ± 0,31 a 38 0,86 ± 0,36 b 21 0,73 ± 0,43 b 37 1,15 ± 0,35 a PI

F=7,8; P<0,001 62 4,76 ± 3,47 a 38 7,47 ± 4,71 b 21 8,67 ± 5,23 b 37 4,91 ± 3,52 a No quadro 11 são apresentados os efeitos específicos significativos do bode sobre o volume, concentração, spz normais e % de anomalias da cabeça, PI e cauda. No bode 5 o volume do ejaculado foi menor. No bode 711 foram observadas maiores concentrações espermáticas e %

(16)

de anomalias da cauda e menor % de spz normais. Nos bodes 5 e 131 foram observados maiores

% de anomalias da cabeça, tendo este último a menor % de anomalias da PI.

Quadro 11. Efeitos específicos do bode (3 bodes x 4 épocas)

5 131 711

Variáveis

n x ± dp n X ± dp n x ± dp

Volume

F=5,17; P<0,006 57 0,98± 0,37 a 50 1,02 ± 0,38ab 53 1,16 ± 0,41b Concentração

F=14,08; P<0,001 57 3666,47±

1077,35a

50 3551,06±

1174,03a

51 4783,33±

1172,48b Normais

F=3,27; P<0,041 57 81,46± 7,09b 48 82,04 ± 5,61b 53 77,52± 9,68a Cabeça

F=4,80; P<0,009 57 9,16± 4,74ab 48 10,60± 4,35b 53 7,57 ± 3,72a PI

F=9,74; P<0,001 57 6,4 ± 3,93b 48 3,90 ± 2,76a 53 7,39± 5,14b Cauda

F=16,00; P<0,001 57 2,72± 2,49a 48 3,45± 2,61a 53 7,72± 5,95b

Foram observadas interacções significativas época x bode para a MI, % de spz vivos e de anomalias da cauda (Quadro 12). Neste quadro são apresentadas as variações entre bodes em cada estação do ano bem como a variação estacional de cada bode ao longo do ano.

Quadro 12. Interacções significativas entre a época e o bode no sémen fresco

MI Vivos Cauda

Época Bodes

n x ± dp n X ± dp n x ± dp

OUT

5 131 711

24 22 18

66,5 ± 4,3 a2 62,3 ± 6,3 b1 65,4 ± 5,3 ab12

24 20 18

74,6 ± 10,3 a1 66,8 ± 9,4 b12 71,8 ± 10,9 ab1

24 20 18

2,0 ± 1,6 a1 3,1 ± 1,8 a1 9,0 ± 4,7 b2 INV

5 131 711

14 9 15

65,0 ± 5,2 a12 65,0 ± 4,3 a12 63,3 ± 5,2 a1

14 9 15

72,5 ± 11,9 a1 76,7 ± 8,4 a3 71,0 ± 7,1 a1

14 9 15

2,6 ± 1,7 a1 3,4 ± 2,1 a1 9,8 ± 7,2 b2 PRIM

5 131 711

5 8 8

60,0 ± 7,9 a1 66,9 ± 5,3 b2 64,4 ± 4,2 ab1

5 8 8

65,0 ± 4,7 a1 71,5 ± 9,5 a23 73,4 ± 8,1 a1

5 8 8

3,4 ± 3,1 a1 4,3 ± 4,5 a1 5,3 ± 6,0 a1

VER 5

131 711

14 11 12

66,8 ± 6,7 a2 60,9 ± 6,3 b1 69,4 ± 4,0 a2

14 11 12

73,9 ± 12,2 a1 61,9 ± 13,8 b1 74,5 ± 9,6 a1

14 11 12

3,8 ± 3,7 a1 3,6 ± 2,7 a1 4,8 ± 4,7 a1 Interacção 160 F[6;148]=3,52

P<0,027

158 F[6;146]=2,56 P<0,021

158 F[6;146]=2,68 P<0,016 Letras diferentes = diferenças entre bodes dentro de cada época

Números diferentes = diferenças entre épocas para o mesmo bode

(17)

Época x Bode (MI): F(6, 148)=3,5154, p=,00279 Barras Verticais = 0,95 interv conf

V O I P

EPOCA 52

54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76

Mobilidade Individual (%)

BODE 5

BODE 131 BODE 711

Época x Bode (Vivos): F(6, 146)=2,5604, p=,02184 Barras Verticais = 0,95 interv conf

V O I P

EPOCA 50

55 60 65 70 75 80 85 90

VIVOS (%)

BODE 5

BODE 131

BODE 711

Época x Bode (Cauda): F(6, 146)=2,6803, p=,01695 Barras Verticais = 0,95 interv conf

V O I P

EPOCA -2

0 2 4 6 8 10 12 14

Anomalias da Cauda (%)

BODE 5

BODE 131

BODE 711

Gráfico 7. Interacção época x bode para a mobilidade individual

Gráfico 8. Interacção época * bode para os espermatozóides vivos

Gráfico 9. Interacção época * bode para as anomalias da cauda

(18)

Nos gráficos 7, 8 e 9 são apresentadas, respectivamente, as interacções significativas época x bode para a MI, % de spz vivos e de anomalias da cauda, no sémen fresco.

Relativamente à MI, no Inverno não foram detectadas variações significativas entre bodes contrariamente às restantes épocas do ano. As diferenças entre bodes foram mais evidentes no Verão e na Primavera. Nos três bodes analisados, houve dois (5 e 711) que apresentaram um comportamento semelhante detectando-se um decréscimo significativo da MI entre o Verão e a Primavera subsequente. Contrariamente no bode 131 observou-se um acréscimo da MI entre o Verão e a Primavera, registando-se variações significativas entre estas duas estações.

No Inverno e na Primavera não houve variações individuais relativamente à % de spz vivos. O bode 5 apresentou uma variação anual semelhante à MI, isto é um decréscimo da % de spz vivos entre o Verão e Primavera, embora não significativa devido à grande dispersão de resultados. No bode 131 observou-se um aumento significativo da % de spz vivos entre o Verão e o Inverno (tal como observado na MI) seguido de um decréscimo gradual até à Primavera. No bode 711 não foram observadas variações significativas ao longo do ano. As diferenças individuais observadas na MI e % de spz vivos durante o Verão dependem do bode 131.

Os bodes 5 e 131 apresentam uma variação anual idêntica relativamente à % de anomalias da cauda. No Verão e na Primavera não foram observadas variações entre bodes relativamente à % de anomalias da cauda contrariamente ao verificado na MI e % de spz vivos.

As variações individuais encontradas no Outono e Inverno dependem do bode 711.

b) Sémen descongelado

A interacção entre a época do ano (O, I, P e V) e o bode não foi possível ser estudada para todas as épocas com todos os animais. A análise multivariada (Statsoft, Inc, 1995) para avaliar a interacção época x bode, incluindo todas as estações só foi possível estudar em 3 animais. Foi observado um efeito específico da época sobre a % de spz normais, % de anomalias da cabeça e da PI, Difnormais, e Epos aos 5 e 25 minutos após a descongelação. No Inverno, Primavera e Verão a % de spz normais foi semelhante, existindo diferenças entre o Verão e o Outono. No Inverno e na Primavera foi detectada maior % de anomalias da PI, verificando-se no Outono a maior % de Difnormais e anomalias da cabeça. As endosmoses positivas aos 5 e 25 minutos apresentaram os valores mais elevados no Inverno e na Primavera não havendo diferenças nas restantes épocas (Quadro 13).

Quadro 13. Efeitos específicos da época no sémen descongelado

O I P V Variáveis

n x ± dp n x ± dp n x ± dp n x ± dp

Normais

F=3,18; P<0,03 64 63,22 ± 7,8a 38 64,29± 8,03ab 21 66,71±8,35ab 37 67,81±7,79b Cabeça

F=5,85;P<0,001 64 29,08±6,98b 38 24,05 ± 8,78a 21 22,07 ± 7,51 a 37 25,22±7,78a PI

F=5,92;P<0,001 64 1,86 ± 1,93a 38 3,63 ± 4,13 b 21 3,91 ± 4,88 b 37 1,81 ± 1,50a Difnormais

F=5,94;P<0,001 62 -18,91±7,81a 38 -13,99± 8,85b 21 -11,48± 8,92b 37 -13,15±8,77b Epos5

F=3,19; P<0,03 59 39,98±10,00a 38 44,93± 11,61b 21 40,31±13,17ab 35 38,14± 9,83a Epos25

F=3,86; P<0,01 59 41,89±11,3a 38 48,25± 12,07b 21 42,76±11,64ab 35 39,3±12,55a

(19)

Foram observados efeitos significativos dos bodes na MI, % de vivos, anomalias da cabeça, PI e cauda, Difmi, Difnormais e Epos5 (Quadro 14). Globalmente o bode nº 5 apresentou melhores características seminais no SD comparativamente aos restantes. Resumindo apresentou maior MI, , Epos5 e menores quebras relativamente ao SF na MI (Difmi). Os restantes bodes (131 e 711) apresentaram um comportamento semelhante nalgumas variáveis exceptuando as anomalias da PI e da cauda que foram superiores no bode 711.

Quadro 14. Efeitos específicos do bode no sémen descongelado

5 131 711 Variáveis

n x ± dp n X ± dp n x ± dp

MI

F=3,2; P<0,043 57 41,54±6,77a 50 35,18 ± 8,87b 53 36,87 ± 8,21b Vivos

F=6,51; P<0,002 57 47,33±10,7b 50 39,12± 12,27a 53 48,51± 8,89b Cabeça

F=4,76; P<0,001 57 26,21±7,67a 50 28,92 ± 8,74a 53 23,24± 6,86b PI

F=5,06; P<0,007 57 2,58±3,72ab 50 1,77 ± 1,80a 53 3,22± 3,29b Cauda

F=4,75; P<0,01 57 4,58 ± 4,39a 50 5,56 ± 3,38a 53 8,71± 6,61b Difmi

F=4,32; P<0,02 57 -24,07±6,96a 50 -28,02± 6,76b 53 -28,72± 8,71b Difnormais

F=4,30; P<0,02 57 -15,0± 8,79a 48 -18,57± 9,53b 53 -12,92± 7,50a Epos5

F=5,99; P<0,003 57 45,45±9,94a 49 36,42± 10,61b 47 39,84±10,77b Foram observadas interacções significativas época x bode sobre a MI, vivos, normais (Quadro 15), anomalias da PI e endosmoses positivas aos 25 e 40 minutos após a descongelação (Quadro 15-A).

Não foram observadas variações individuais entre bodes na Primavera, todavia no Outono todos os bodes foram diferentes relativamente à MI. No Verão e no Inverno foram igualmente registadas variações entre bodes encontrando-se o bode 5 entre os melhores. Este animal tal como o bode 711 não apresentaram variações estacionais da MI. No bode 131 registou-se um aumento significativo da MI entre o Verão e o Inverno e um decréscimo significativo entre a Primavera e o Verão.

No Inverno e na Primavera não foram detectadas variações entre bodes relativamente à % de spz vivos. No bode 5 não foram observadas variações estacionais, verificando-se no bode 711 um decréscimo significativo da MI do Verão para o Outono, não sendo observadas diferenças nas restantes épocas. No bode 131 observou-se um aumento significativo do Outono para o Inverno não sendo diferentes as restantes épocas do ano. Nos bodes 5 e 131 as variações estacionais da % de spz vivos foram semelhantes à da MI, exceptuando o decréscimo significativo entre a Primavera e o Verão observado na MI que não teve correspondência na % de spz vivos.

Referências

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