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Educação física nos anos iniciais do ensino fundamental : análise do currículo e da prática pedagógica em Porto Nacional-TO

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUAÇÃO FÍSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE

ABERTA DO BRASIL – PÓLO DE PORTO NACIONAL - TO

Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental:

Análise do Currículo e da Prática Pedagógica em Porto Nacional – TO.

Antônia Reginalva da Silva Marques

Porto Nacional - TO

2012

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUAÇÃO FÍSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE

ABERTA DO BRASIL – PÓLO DE PORTO NACIONAL -TO

ANTÔNIA REGINALVA DA SILVA MARQUES

Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental:

Análise do Currículo e da Prática Pedagógica em Porto Nacional - TO

Trabalho Monográfico apresentado como requisito final para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Licenciatura em Educação Física do Programa UAB da Universidade de Brasília – Pólo EDF 08 de Porto Nacional – TO.

ORIENTADOR: Profº. MSC. DANIEL CANTANHEDE BEHMOIRAS

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus que me permitiu trilhar este caminho, concretizar um sonho uma formação superior, pois sem ELE jamais teria superado os obstáculos e as dificuldades nessa trajetória.

Aos meus primeiros mestres: meus pais.

A meus irmãos que juntos construímos uma história de vida.

A meu esposo, amigo e companheiro de todas as horas.

A meus tesouros preciosos minhas filhas que me motivaram a seguir em frente.

Aos meus queridos educadores e tutores que contribuíram com a minha formação desde os anos iniciais.

A meu grande amigo e irmão Marcone que sempre esteve presente nos momentos mais cruciais da minha vida.

A minhas avós pelo exemplo e experiências de vida.

A meus colegas de trabalho que sempre me incentivaram para a superação dos obstáculos.

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus supremo criador de todas as coisas que está sempre presente na minha vida e que me conduziu nos momentos mais difíceis da minha caminhada.

Aos meus pais exemplos de força, coragem e determinação. Meu estimado pai que já não se encontra no meio de nós, por ter me dado apoio e investido na minha educação, o maior tesouro que poderia ter-me presenteado: os estudos.

A minha mãe grande colaboradora, uma grande mulher que tudo fez para nos proporcionar uma vida melhor.

A todos os amigos e colegas de trabalho e colegas de formação que compartilharam comigo momentos de crescimento; entre tanto: Marcone, Maria do Carmo, Annesmélia, Gisele Cristine, Mayanne, Adaziel, Mêrces, Irisdalva,Delzina, Elivaldo, Hevandro, Maynard, Evanice, Elvirene, Erilene, Welere, Adrienne, Aldair, João.

A amiga Ana Francisca e Diva Portela, que me incentivou nesta caminhada, grandes colaboradoras.

Ao meu querido esposo, por todo o carinho, incentivo, paciência e companheirismo e compreensão pela minha ausência no período de formação.

A minha filha Halane, que muito contribuiu para que eu chegasse até aqui, e infelizmente não se encontra mais no meio de nós.

As minhas filhas Emanuella, Juliana, Samara e Raphaely que conseguiram suportar a minha ausência, e que é a razão do meu viver.

Agradeço em especial ao tutor e orientador Daniel pelo incentivo, apoio e as contribuições para a concretização deste trabalho.

A toda Equipe da UAB/UnB especialmente aos tutores à distância, coordenadora do pólo Ana Lídia e ao tutor presencial Jeremias.

A todos os colegas de caminhada nesta formação.

Aos professores, equipe da secretaria, coordenador, diretor e alunos da escola pesquisada.

Não poderia deixar de agradecer de modo especial ao Sr. Etiene Alves que foi peça fundamental para o meu ingresso na UAB/UnB.

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“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”.

“Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.”

Cora Coralina

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 OBJETIVOS ... 13

2.1 Objetivo Geral: ... 13

2.2 Objetivos Específicos: ... 13

3 REVISÃO DE LITERATURA ... 14

3.1 A Educação e a Escola ... 14

3.2 Educação Física no contexto histórico ... 15

3.3 Educação Física Escolar ... 18

3.4. Educação Física nos Anos Iniciais e as Etapas do Desenvolvimento ... 19

3.5 Objetivos e Conteúdos dos PCNs ... 21

3.6 Currículo e Prática Pedagógica... 23

4 METODOLOGIA ... 25

4.1 Apresentação dos Dados: delineamento da Pesquisa ... 25

4.2 Caracterização do Local da Pesquisa ... 27

4.3 Sujeitos da Pesquisa ... 28

4.4 Técnicas da Pesquisa ... 29

4.4.1 Período de Observação ... 32

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 52

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 58

ANEXOS ... 62

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RESUMO

O presente trabalho vem abordar questões referentes à Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental baseada em dados coletados em uma escola pública estadual, dando ênfase à análise da prática pedagógica de professores atuantes no quarto ano. Desta forma, averiguar a vigente proposta pedagógica almejada para o desenvolvimento da educação. Nesse sentido, o estudo visa analisar as diferenças e similaridades da prática pedagógica dos professores ministrantes das aulas de Educação Física nos anos iniciais nesta fase de ensino na cidade de Porto Nacional - TO. Percebendo as diferenças dos conteúdos e das praticas pedagógicas desenvolvidas no espaço escolar da rede pública por diferentes professores, observando as suas didáticas. Sendo está pesquisa de cunho social e de caráter qualitativo, utilizando-se de instrumentos como observação, entrevistas e questionário, análise documental fundamentado no estudo de caso que permite buscar respostas amplas e detalhadas que possam trazer esclarecimentos para o problema da pesquisa.

Assim visando à obtenção de dados que foram descritos e analisados, conforme os objetivos traçados por essa pesquisa. Diante dos resultados obtidos verifica-se que os professores pesquisados pouco se apropriam dos documentos de apoio existentes na área como PPP, PCNs e Referencial Curricular que servem de embasamento para prática pedagógica, requerendo uma capacitação para subsidiar os quesitos norteados no currículo da Educação Física Escolar nos anos iniciais. Nessa lógica, é preciso que o educador esteja disposto a utilizá-los como ferramenta essencial para uma prática significativa priorizando o desenvolvimento do aluno.

Palavras Chave: Educação Física, anos iniciais, professores, discente, prática pedagógica, currículo, conteúdos.

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ABSTRACT

The present work address issues of physical education in the early years of elementary school based on data collected in a public school, emphasizing the analysis of pedagogic practice of teachers working in the fourth year. Thus, to determine the current pedagogical longed for the development of education. In this sense, the study aims to analyze the differences and similarities of the pedagogical practice of teachers ministering of physical education classes in the early years of teaching at this stage in the city of Porto Nacional - TO.

Realizing the differences in content and pedagogical practices developed within the public school by different teachers, observing their teaching. Being is a social research and qualitative, using instruments such as observation, interviews and questionnaires, documentary analysis based on the case study that allows ample seek answers and detailed explanations that could bring to the research problem. Thus in order to obtain data that were described and analyzed, according to the goals set by this research. Based on these results it appears that the teachers surveyed somewhat appropriate the supporting documents in the area as PPP, NCP's and Curriculum Reference serving as a foundation for educational practice, requiring a capacity to subsidize questions guided the curriculum of physical education in the early years. In this logic, it is necessary that the teacher is willing to use them as an essential tool for a meaningful practice prioritizing the development of the student.

Keywords: Physical education, early years, teachers, students, educational practice, curriculum, content.

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1 INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa se propõe a investigar a prática pedagógica de professores de Educação Física atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo como base o currículo. Desta forma, averiguar a vigente proposta pedagógica almejada para o desenvolvimento da educação.

Diante do proposto, o estudo visa analisar as diferenças e similaridades da prática pedagógica dos professores ministrantes das aulas de Educação Física nas séries iniciais do ensino fundamental da cidade de Porto Nacional – TO.

Contudo, percebendo as diferenças dos conteúdos e das praticas pedagógicas desenvolvidas no espaço escolar da rede pública por diferentes professores, confrontando suas didáticas.

Esta pesquisa foi idealizada a partir da observação realizada durante a atuação em escolas públicas e no decorrer do estágio supervisionado nas séries/anos do ensino fundamental, por perceber a pouca importância dada à disciplina Educação Física nas séries iniciais de algumas escolas públicas da cidade de Porto Nacional – TO. Ao observar a realidade da Educação Física Escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental que geralmente é ministrada por professores com formação de nível médio, magistério e superior, pedagogo surgiu o interesse de verificar como são ministradas as aulas de Educação Física, que conteúdos são trabalhados? Quais as diferenças e similaridades da prática pedagógica de professores da rede pública estadual? Buscando conhecer quais os conteúdos de Educação Física são trabalhados nos anos iniciais, pelos professores da rede pública da cidade de Porto Nacional - TO, analisando as diferenças e similaridade. Com a finalidade de contribuir para a prática pedagógica de professores que buscam subsídios para aprimorar o seu trabalho, por meio das informações coletadas verificando se há uma concordância entre os conteúdos planejados e os determinados pelo currículo, referencial curricular, e Parâmetros Curriculares Nacionais.

Tendo conhecimento que no âmbito escolar a disciplina Educação Física é assegurada através de leis como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n. 9394/1996 (BRASIL, 1996), que destaca em seu artigo 26, § 3º, que a disciplina de Educação Física, integrada à proposta pedagógica da

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escola, sendo um componente curricular obrigatório da Educação Básica.

Confirmado ainda nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s (BRASIL, 1997). Portanto, a Educação Física é obrigatória fazendo parte da vida escolar do aluno, desde o primeiro ao nono ano do ensino fundamental.

A Educação Física nos anos iniciais é fundamental para o desenvolvimento integral do aluno, cognitivo, psicológico e social. Rodrigues (2005) citado por Silva, et al. (2011) “A educação Física tem a sua devida importância no período da infância dentro do contexto escolar, pois as atividades e brincadeiras vivenciadas levam ao desenvolvimento motor e cognitivo da criança.”

Dada a importância da Educação Física nos anos iniciais deve-se ter uma maior atenção à maneira como ela é tratada e ensinada às crianças, deve ser bem direcionado e planejado conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais e discutidas a partir da formação dos professores.

De acordo com Hernandes (2004), a qualidade da educação está muito vinculada à formação dos professores. Os normalistas e pedagogos merecem atenção especial, pois são eles que têm o primeiro contato com a criança nas séries iniciais. Torna-se necessário um olhar crítico sobre a realidade da disciplina, levando-se em consideração a qualidade do trabalho que vem sendo desenvolvido pelos professores.

Segundo os PCNs é tarefa da Educação Física Escolar, garantir o acesso dos alunos as práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente.

Quais são os conteúdos de Educação Física e como são ministrados nos anos iniciais?

Os conteúdos de ensino são os conjuntos de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos, valores e atitudes de atuação social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos na sua prática de vida.

Englobam, portanto:

Conceitos, idéias, fatos, processos, princípios leis científicas, regras, habilidades cognitivas, modo de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudos, de trabalho e de convivência social; valores, convicções, atitudes. São

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expressos nos programas oficiais, nos livros didáticos, nos planos de ensino e de aula, nas aulas, nas atitudes e convicções do professor, nos exercícios, nos métodos e forma de organização do ensino (LIBÂNEO, 1990, p.128 apud ROCHA, 2009, p. 1).

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (BRASIL, 1997) os conteúdos estão divididos em três blocos articulados envolvendo conteúdos semelhantes, mas que guardam algumas características próprias. 1) O bloco do conhecimento sobre o corpo - fornece atributos que possibilitam aos alunos gerenciar de forma autônoma as suas capacidades corporais; 2) O bloco do esporte jogos, lutas e ginástica - visa proporcionar diversos conhecimentos relativos a este universo, abrangendo não somente questões técnicas, mas todos os elementos que envolvem cada conteúdo; e, 3) O bloco atividades rítmicas expressivas - desenvolvem a expressão e comunicação mediante à estímulos sonoros como referencial da cultura corporal.

Os conteúdos nessa fase de aprendizagem devem abordar a maior diversidade possível de possibilidades, como: correr, saltar, arremessar, receber, equilibrar objetos, equilibrar-se, desequilibrar-se, pendurar-se, arrastar, rolar, escalar, quicar bolas, bater e re-bater com diversas partes do corpo. Os conteúdos devem contemplar, portanto, atividades que evidenciem essas competências de forma a promover uma integração entre meninos e meninas, ocorrendo cooperação, solidariedade, companheirismo e socialização que favorecerá no desenvolvimento de ambos. Com base no exposto surgi o seguinte problema de pesquisa: Quais as diferenças e similaridades da prática pedagógica dos professores que trabalham conteúdos da Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental da cidade de Porto Nacional – TO?

O trabalho foi divido em partes: a introdução e mais quatro capítulos, tendo o primeiro capitulo a revisão literária para a pesquisa, contando teorias de pesquisadores sobre o tema abordado.

O segundo capitulo é constituído do método, onde é feito o delineamento da pesquisa, explanando sobre a metodologia aplicada e os instrumentos de coleta de dados.

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No terceiro capítulo é realizada a análise dos dados, procurando chegar a um resultado, baseada na literatura científica buscou explicitar e analisar os dados coletados.

E por último no quarto capítulo concluímos com as considerações finais.

O trabalho finaliza com as referências bibliográficas e os anexos.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Analisar as diferenças e similaridades das práticas pedagógicas dos professores que trabalham educação física nos anos iniciais.

2.2 Objetivos Específicos:

 Verificar a compreensão sobre a importância da Educação Física nos anos iniciais na visão do professor, coordenador e diretor.

 Constatar as diferenças e similaridades das práticas pedagógicas dos professores que ministram aulas de Educação Física no 4º ano.

 Perceber como são realizadas as aulas de Educação Física, verificando o grau de importância atribuído pelo docente a está disciplina.

 Analisar o currículo de Educação Física dos anos iniciais do Ensino Fundamental, destacando o planejamento das aulas e a contribuição para o desenvolvimento do estudante.

 Descrever e analisar a prática pedagógica dos docentes, em relação à seleção de conteúdos e a metodologia de trabalho nas aulas de Educação Física.

A intenção é que por meio da pesquisa possa adquirir maior conhecimento e possa contribuir com outras pesquisas já existentes, fornecendo assim subsídios para uma melhor atuação dos profissionais da Educação Física, como forma de reflexão para a prática pedagógica.

Nessa etapa damos inicio ao primeiro capítulo que trata da revisão de literatura na qual foram abordados importantes aspectos inerentes a Educação Física Escolar e a contribuições de estudiosos renomados que traz fatos históricos contextualizados na história da Educação e da Educação Física com uma visão inovadora da Educação Física, que vem ao longo dos tempos sofrendo transformações.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

Nessa parte do trabalho consta a revisão literária, um embasamento teórico que explana teorias de pesquisadores sobre o tema exposto, contribuindo para analise e reflexão, diante de estudos anteriores pertinentes à temática em estudo.

3.1 A Educação e a Escola

A educação é fundamental no processo de formação do cidadão e da sociedade em geral. Tendo em vista a importância da educação na formação do indivíduo o Estado estabelece meios para que todos tenham acesso à mesma. Como está prescrito na Constituição Federal Artigo 205 que diz:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

(BRASIL, 2012 p. 56)

Dessa forma entendo a educação como meio de formação da criança, que se inicia na família estendendo-se a outros grupos sociais. Assim sendo, a escola tem uma função de transmitir o saber. Através de seu trabalho específico, a escola deve levar o aluno a compreender a sua própria realidade, situar-se nela, interpretá-la e contribuir para sua transformação, iniciando a partir das séries/anos iniciais do ensino fundamental. Fica claro, que a educação não se apresenta apenas na escola, mas a partir da inserção no mundo, que inicia com a família na qual é transmitido: costumes, valores, e regras. A educação promove a socialização, transmite cultura e aprendizado conforme define Abbagnano.

“A educação em geral, designa-se com esse termo a transmissão e o aprendizado das técnicas culturais, que são as técnicas de uso, produção e comportamento, mediante as quais um grupo de homens é capaz de satisfazer suas necessidades, proteger-se contra a hostilidade do ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais ou

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menos ordenado e pacífico. Como o conjunto dessas técnicas se chama cultura, uma sociedade humana não pode sobreviver se sua cultura não é transmitida de geração para geração; as modalidades ou formas de realizar ou garantir essa transmissão chama-se educação”. (ABBAGNANO, 2000, p.

305-306)

A educação escolar contempla várias modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e educação superior. Sendo que a educação básica abrange apenas as três primeiras citada. Na LDB no artigo 22 fazendo referência a Educação Básica salienta que a mesma tem por finalidades desenvolver o educando, assegura-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Portanto, a escola precisa ser um lugar que possibilite ao educando meios de construir seus projetos de vida, contribuindo na formação do indivíduo: caráter, personalidade imbuídos de solidariedade, respeito, cooperação no convívio social.

De acordo com Saviani (2000), abordando a Pedagogia Histórico - Crítica, a escola é uma Instituição cujo papel consiste na socialização do saber, do conhecimento elaborado, não do espontâneo, e acrescenta que a escola trata do saber sistematizado e não do fragmentado, à cultura erudita e não a popular.

3.2 Educação Física no contexto histórico

Ao longo da história a Educação Física passou por várias transformações desde o movimento higienista (1889-1930) que se preocupava com a formação de homens sadios, fortes, buscando a saúde e o cuidado com o corpo, tendo por finalidade proporcionar aos alunos o desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito, tornando o homem físico e moralmente sadio e alegre; sofrendo a influência militarista (1930-1945), que entre outros aspectos trabalhou o sentimento nacionalista, impondo padrões de comportamento e conduta disciplinar inerente ao regime militar, que visava à formação de uma juventude apta ao combate e a luta, até a pedagogicista

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(1945-1964) A Educação Física Pedagogicista que visava a Educação Física como um meio de formação do indivíduo. A Educação Física, acima da aquarela da política é capaz de formar cidadãos. Dessa forma, percebemos que a Educação na escola esteve atrelada em diferentes momentos históricos as necessidades de cada época.

Conforme Betti (1991) a partir de meados da década de 1930, a concepção dominante na Educação Física é baseada na perspectiva higienista, sendo que a preocupação central é com os hábitos de higiene e saúde, com a valorização do desenvolvimento físico e moral, tendo o médico higienista um papel destacado.

A partir de 1930, a Educação Física é marcada pela fase higienista.

Essa fase teve como objetivo e preocupação central o desenvolvimento da aptidão física dos indivíduos. Neste mesmo momento histórico todas as aulas de Educação Física eram ministradas por militares e a Educação Física passou a ter como objetivo primordial formar pessoas disciplinadas e obedientes à realidade social da época (COLETIVO DE AUTORES, 1993).

Tanto a concepção higienista quanto a militarista consideravam a Educação Física como uma disciplina essencialmente prática, não necessitando de nenhuma fundamentação teórica para lhe dar suporte. Sendo assim, para ensinar os conceitos da disciplina nesse momento não era preciso dominar conhecimentos teóricos e sim ter sido um praticante das atividades propostas (DARIDO, 2004).

De acordo com Brasil (1997, p.19) “no século passado, a Educação Física esteve estreitamente vinculada às instruções militares e à classe médica”, sofrendo influências nos seus modos de concepção e ensino dessas duas vertentes. A Educação Física ministrada na escola nessa época tinha como objetivo a formação de indivíduos fortes e saudáveis para contribuir com a indústria nascente e defender a pátria (SOARES, et al. 1992).

Segundo Azevedo e Shigunov (2000) citado por Maldonato, (2010) diz:

Que as abordagens pedagógicas da Educação Física são definidas como movimentos que tentam uma renovação teórico - prática, com o objetivo de estruturar os campos de conhecimentos específicos da Educação Física Escolar.

(AZEVEDO & SHIGUNOV, 2000 apud MALDONATO, 2010, p.

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A Educação Física Escolar brasileira teve seu início oficial em 1851, com a Reforma Couto Ferraz, quando foram apresentadas à Assembleia as bases para a reforma do ensino primário e secundário no Município da Corte. Após três anos, em 1854, a sua regulamentação foi expedida e entre as matérias a serem obrigatoriamente ministradas estava, no primário, a ginástica, e no secundário, a dança (BETTI, 1991).

Especificamente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), principal lei relacionada à Educação, já na primeira (lei no 4.024, de 20 de dezembro de 1961), a Educação Física estava presente. Nesta, era considerada obrigatória nos cursos de graus primário e médio até a idade de 18 anos (BRASIL, 1961), porém, tinha como preocupação primordial a preparação física dos jovens para o ingresso no mercado de trabalho de forma produtiva.

Em 1971, com a reformulação na LDB, surge a (lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971), a obrigatoriedade da Educação Física foi ampliada a todos os níveis e ramos de escolarização, mas, ainda, com a intenção de preparação física de trabalhadores. Isto se evidencia com as opções de facultabilidade apresentadas pela lei: estudar em período noturno e trabalhar mais de 6 horas diárias; ter mais de 30 anos de idade; estar prestando serviço militar; estar fisicamente incapacitado (BRASIL, 1971).

Nesse sentido nos dias atuais a Educação Física assumiu uma posição de destaque perante a proposta pedagógica da escola, contida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada em 20 de dezembro de 1996 estando contido em seu texto no art. 26 § 3º:

“A Educação Física, integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e à condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”.

Portanto, fica claro, que ela deve ser contemplada em toda a vida escolar do aluno desde o 1º ano até o Ensino médio. Embora a Educação Física seja reconhecida como uma área importante na escola, ainda vem sendo relegada à segundo plano, sendo colocada nas últimas aulas, com duas aulas na carga horária, se faz necessário uma maior integração, onde as outras disciplinas interajam com ela, pois o professor de educação física é aquele que tem uma maior proximidade com os alunos no campo afetivo e social.

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3.3 Educação Física Escolar

A Educação Física escolar tenta romper com as concepções atribuídas no passado surgindo em oposição às concepções higienista, militarista, tecnicista, etc. buscando uma renovação teórico - prática com ênfase numa Educação Física Escolar centradas na formação integral do aluno, baseado em conhecimentos historicamente construídos.

De acordo com o acompanhamento da história da Educação Física na década de 70 percebe-se que ela passa por uma esportivização, a valorização do esporte inserida no espaço escolar.

Segundo Bracht (2000/1), o esporte foi escolarizado devido a diversos interesses: o interesse do sistema esportivo de conquistar consumidores e ajudar na produção de futuros atletas, o interesse do poder público de que o esporte fosse bem representado em competições internacionais. Portanto, para que esse interesse fosse atendido era necessário que o esporte aplicado na escola se assemelhe ou se aproxime do esporte de alto rendimento.

Apesar de ter ocorrido inovações na área da educação física, a prática docente em muitas escolas ainda estão voltada ao ensino da prática esportiva, sem muita reflexão.

Oliveira (1992) diz que a prática pedagógica realizada pelos professores de Educação Física Escolar tem se baseado em autoritarismo e pouca reflexão, fazendo com que os alunos não participem de forma ativa das aulas.

Além disso, o autor relata que as aulas de hoje em dia ainda estão sendo aplicadas apenas para ensinar a prática esportiva e preparar os alunos a jogar o esporte competitivo.

A Educação Física Escolar tem atualmente baseado suas perspectivas e propostas nas abordagens que surgiram visando uma mudança de concepção da área. Conforme Darido, (2003) na busca de romper com os moldes tradicionais, surgem várias abordagens, algumas com enfoque mais Psicológico (Psicomotricista, Desenvolvimentista, Construtivista e Jogos Cooperativos), outras com enfoque mais sociológico e político (Crítico- superadora, Crítico-emancipatória, Cultural, Sistêmica, e baseada nos PCNs), e também biológico, como a da Saúde Renovada.

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3.4. Educação Física nos Anos Iniciais e as Etapas do Desenvolvimento

A Educação Física é um componente curricular obrigatório da Educação Básica. Nos anos iniciais, geralmente é ministrada, nas redes de ensino, por docentes habilitados em magistério e/ou pedagogia, que em sua maioria trabalham com todos os componentes curriculares, já que na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não especifica de forma clara se apenas um professor especializado em Educação Física possa ministrá-la nessa fase de ensino. Partindo desse pressuposto nosso campo de pesquisa buscará explicitar como os professores ministram as aulas de educação física, como são relacionadas às aulas, suas práticas pedagógicas, que conteúdos são ministrados, sabendo que nos anos iniciais o educador tem um papel fundamental na formação do educando.

Rodrigues (2005) citado por SILVA, et al. (2011):

Destaca que, ao longo do desenvolvimento da criança no contexto escolar, a Educação Física tem seu papel de importância, uma vez que as atividades, exercícios e brincadeiras, dentre outras vivenciadas nas aulas, promovem o desenvolvimento e aprimoramento das esferas cognitivas, motora e auditiva. RODRIGUES (2005) apud SILVA, et al.

(2011 p. 1):

Dessa forma, percebe-se o quanto é necessária às atividades contempladas nessa disciplina e essencial para o desenvolvimento da criança em cada estágio da sua vida.

Segundo Piaget, citado por Ferreira (2010 p. 49), o desenvolvimento cognitivo se divide em quatro estágios:

 Sensório-motora (0 a 2 anos)- a criança não possui noção de tempo, seus conceitos vão sendo formados a partir de reflexos inatos e modificados de acordo com a experiência.

 Pré-operatória – (2 a 7 anos) inicio da linguagem oral. Fase egocêntrica.

A criança não possui noção de conservação, quantidade, volume, massa, peso.

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 Operação-concreta- (7 a 11 anos)- pensamento lógico, ações mentais mais reversíveis e flexíveis; ainda precisa do auxílio de materiais e exemplos concretos.

 Operatório formal (a partir dos 12 anos) já possui pensamento lógico e correto com base em possibilidades e hipóteses.

O Educador deve está atento a cada estágio do aluno para viabilizar a aprendizagem, proporcionando meios de a criança interagir como meio sem frustrações acompanhando o seu desenvolvimento.

A Educação Física deve está inserida desde o primeiro ano escolar, sabendo que a vivência das práticas corporais é essencial para o desenvolvimento da criança. Conforme explicita os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (BRASIL, 2001, p. 15)

O trabalho de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental é importante, pois possibilita aos alunos terem, desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções.

A prática do movimento nos anos iniciais é um caminho para que a criança possa compreender melhor suas habilidades e consiga adaptá-las a outras atividades dentro e fora da escola. A Educação Física deve desenvolver a consciência da importância do movimento humano, suas causas e objetivos, e criar condições para que o aluno possa vivenciar o movimento de diferentes formas, tendo, cada uma, um significado e uma relação com seu cotidiano (ETCHEPARE, 2000). CANFIELD (2000) reforça que não se pode negar a importância do aspecto motor ser trabalhado no decorrer da infância do ser humano.

Freire(1989) por sua vez afirma que o significado das coisas, nessa primeira fase da vida da criança, depende, acima de tudo, da ação corporal, o jogo e a atividade física tornam-se um importante recurso pedagógico para ser utilizado pela escola. Nesta perspectiva que ele entende a Educação Física como a disciplina do currículo escolar que tem a responsabilidade de trabalhar pedagogicamente a cultura infantil, aproximando a realidade da escola com a realidade da criança. Segundo o autor, esse fazer pedagógico, que leve em

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consideração o conhecimento que a criança já possui, garante o seu interesse e a sua motivação para aprender.

É nos primeiros anos escolares que a criança se apropria de um saber organizado, sistematizado, que aprende a conhecer, a tomar consciência do seu próprio corpo.

Freire (2002) citado por SILVA, et al. (2011, p. 1) é um dos grandes incentivadores da Educação Física Escolar considerando que o movimento corporal deve ser utilizado como recurso pedagógico no Ensino Fundamental, principalmente no primeiro segmento de ensino, já que algumas crianças apresentam dificuldades do ponto de vista motor, numa fase que a ação corporal deveria predominar sobre a ação mental e a criança deveria ser especialista em brinquedoe movimento.

O simples fato de brincar, correr, pular, subir, descer, movimentar-se contribui e muito para o aprimoramento dos movimentos motores da criança.

3.5 Objetivos e Conteúdos dos PCNs

A abordagem contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) refere-se a ciclos é preciso entender que cada ciclo abrange séries distintas do ensino fundamental:

1º ciclo - 1º ano, 2º ano e 3º ano (a alfabetização, 1º série e 2º série)

2º ciclo - 1º ano, 2º ano e 3º ano ( corresponde a 3º série, 4º série e 5º série).

Segundo os PCNs são objetivos da Educação Física para o 1° ciclo:

 Participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais;

 Conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais de forma a poder estabelecer algumas metas pessoais (qualitativas e quantitativas);

 Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corporal presentes no cotidiano;

 Organizar automaticamente alguns jogos brincadeiras ou outras atividades corporais. (PCNs- Educação Física 2001, Vol.7 p. 63)

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22 Objetivos da Educação Física para o 2° ciclo:

 Participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas de suas características físicas e de desempenho motor, bem como as de seus colegas, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais;

 Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade, solidariedade em situações lúdicas e esportivas, buscando solucionar os conflitos de forma não violenta;

 Conhecer os limites e possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas atividades corporais com autonomia e a valorizá-las como recursos para manutenção de sua própria saúde;

 Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corporal adotando uma postura não- preconceituosa ou discriminatória por razões sociais,sexuais ou culturais;

 Organizar jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais valorizando- as como recurso para usufruto do tempo disponível;

 Analisar alguns dos padrões de estética, beleza e saúde presente no cotidiano, buscando compreender sua inserção no contexto em que são produzidos e criticando aqueles que incentivam o consumismo. (PCNs - Educação Física 2001, Vol.7 p. 71, 72)

Os conteúdos explicitados no PCNs referente à Educação Física foram organizados seguindo alguns critérios de seleção com a finalidade de atingir os objetivos propostos. Tendo como base a relevância social, as características dos alunos e as características da própria área. Esses critérios são muito importantes à medida que possibilita ao professor trabalhar dentro de uma pluralidade cultural e a diversidade existente no nosso país, dada as diferenças entre as regiões, localidades e suas populações. E recorte da cultura corporal dada uma vasta gama de conhecimentos pertinentes à área.

Os conteúdos foram organizados em três blocos: esportes, jogos, lutas, e ginásticas; atividades rítmicas e expressivas e conhecimento sobre o corpo.

Cada bloco tem suas especificidades, embora contemplem conteúdos em comum que se interligam.

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No primeiro ciclos conteúdos devem ser voltados para brincadeiras de cunho simbólico e individual evoluindo para as brincadeiras sociais e com regras simples. Já no segundo ciclo os conteúdos serão mais elaborados dando sequência aos dos primeiro ciclo.

Os conteúdos trabalhados pelos educadores devem está de acordo com a proposta curricular da escola, coerente com o Projeto Político Pedagógico, mas cabe ao educador organizá-lo de forma coerente para atender as necessidades do aluno de acordo com a sua faixa etária, proporcionando ao aluno por meio da cultura corporal fazer uma leitura da realidade.

Na Educação Física, a seleção e organização desses conteúdos para as aulas devem ser coerentes com os objetivos da escola em promover essa leitura da realidade. “Esses conteúdos surgem de grandes temas da cultura corporal e podem ser vistos quase como uma grande e abrangente classificação, suscetível de ser sistematizada em nível escolar, em todos os graus do ensino fundamental e médio” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.

64).

Entende-se, como conceito de cultura corporal, que as práticas corporais só podem ser entendidas no contexto mais abrangente de cultura. Sendo assim, a Educação Física é: “uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 50).

3.6 Currículo e Prática Pedagógica

É através do currículo escolar que poderemos identificar às concepções de educação, valores, cultura e conhecimento presentes na comunidade escolar, podemos dizer que o currículo constitui a identidade da escola.

A Pedagogia, como ciência da educação, objetiva produzir conhecimentos acerca do processo de educação. A palavra pedagogia deriva do grego Paidagogia, referindo-se a direção ou educação de crianças (HOUAISS e VILLAR, 2001). Essa palavra sugere que as crianças devam ter alguém que possa orientá-la no caminho do saber.

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Bracht, (1999) relata que a prática pedagógica na Educação Física ainda está muito resistente a mudanças, pois os professores de Educação Física ainda apresentam pensamentos relacionados à aptidão física para a esportivização.

Darido, (2003) afirma que apesar de todas as mudanças sócio-políticas vivenciadas nas ultimas décadas, por um discurso que supervaloriza a Educação, encontramos um cenário sombrio nas escolas nos dias de hoje, principalmente por que esse discurso não influenciou a prática pedagógica.

De repente o professor de Educação Física nos anos iniciais se torna apenas alguém que transmite o conhecimento, dando algo pronto sem levar o aluno a refletir sobre o que aprende, para que aprende e por que aprende.

Neira, (2006) acredita que a prática pedagógica da Educação Física Escolar nos dias atuais está baseada em conteúdos pré-selecionados retirados de livros didáticos e esportes, fazendo com que o professor se torne um mero transmissor de conteúdos sem a participação efetiva dos alunos nas aulas, tornando a Educação Física uma disciplina fadada ao fracasso.

A prática pedagógica poderá ser entendida, conforme Neira (2005), pelo agrupamento de tarefas que caracteriza a ação educativa implementada pelo professor na escola: avaliação diagnóstica dos alunos, planejamento das atividades de ensino, organização e implementação das atividades de ensino, avaliação reguladora, replanejamento das atividades de ensino e avaliação final.

Diante da citação de Neira conclui-se que a prática pedagógica é a maneira pela qual o professor planeja, seleciona, organiza os conteúdos e metodologias para que haja uma aprendizagem significativa.

O capítulo dois apresenta os dados obtidos através da pesquisa de campo que se utilizou de instrumentos como observação, entrevista, questionário e análise documental para tentar compreender a problemática aqui tratada.

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4. METODOLOGIA

4.1 Apresentação dos Dados: Delineamento da Pesquisa

Tendo como base da pesquisa o estudo de caso devido buscar respostas amplas e detalhadas que possam trazer esclarecimentos para o problema da pesquisa. Abrindo um leque de metodologias como; entrevistas, questionários, observações, fotografias, documentos, anotações de campo entre outros.

Segundo a Conferência de Cambridge (ADELMAN et. al., 1976) o estudo de caso é um termo amplo, incluindo “uma família de métodos de pesquisa cuja decisão comum é o enfoque numa instância” (p. 2).

Assim o estudo de caso fica entendido como uma investigação sistemática de uma instância específica que pode ser um grupo, um indivíduo, uma escola, uma instituição, entre outros.

Gil (1999 p.72-73) vem corroborar neste sentido quando coloca que o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamento considerados.

De acordo com Yin (1981, p.23) citado por Gil (1999):

O estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos e no qual são utilizadas várias fontes de evidências. (GIL, 1999 p. 73)

Percebe-se que o estudo de caso é um dos instrumentos mais utilizados na pesquisa social.

Fica claro, que o estudo de caso permite ao pesquisador observar, entender, analisar e descrever uma situação real, que trará conhecimentos e experiências lhe dê embasamento para tomadas de decisões futuras e resoluções de problemas. Implicando também em um compromisso junto aos envolvidos, em manter a fidelidade das informações coletadas.

A presente pesquisa se caracteriza como descritiva tendo caráter qualitativo baseada em estudo de casos. Através de instrumentos de coleta de

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dados como: a observação, sendo estas de duas aulas de Educação Física trabalhadas, dando ênfases aos aspectos pedagógicos adotados nas aulas, foi feita também uma análise documental através de documentos que ora norteia o ensino da Educação Física Escolar, ainda foi utilizado como instrumentos entrevista face a face direcionada as professoras das turmas pesquisadas, e dois questionários com perguntas abertas aplicadas a coordenadora e ao diretor da escola.

Triviños (1987, p.128) destaca que a pesquisa qualitativa é essencialmente descritiva, pois "as descrições dos fenômenos estão impregnadas dos significados que o ambiente lhe outorga, e como aquelas são produto de uma visão subjetiva, rejeita toda a expressão quantitativa, numérica, toda medida".

É percebido que um número considerável de pesquisas no campo da educação é de caráter descritivo, que visa conhecer os anseios da comunidade, seus interesses, suas características, seus problemas etc.

A pesquisa descritiva é aquela que procura obter informação do que existe com o intuito de poder descrever e interpretar a realidade. Com isso, permite relaciona condições, informações que não consistem apenas na tabulação de dados, mas inclui a interpretação e a conclusão.

Ainda de conformidade com as considerações acima encontramos em Gil (1999) o reforço de que as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

Nesse sentido a pesquisa aqui realizada segue este delineamento pautado em observações, registros e análise sobre fatos sem manipulação ou interferência do pesquisador.

Sendo assim, vemos nesse tipo de pesquisa a possibilidade de um estudo mais detalhado embasados nas coletas de dados, proporcionando a descrição precisa das situações, e estudo e análise das informações obtidas.

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4.2 Caracterização do Local da Pesquisa

A escolha do campo de pesquisa se deu por ter passado recentemente por um estágio no quinto ano na área da Educação Física nesta instituição de ensino.

A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Dr. Pedro Ludovico Teixeira, localizada a Av. Sergipe S/Nº, no setor Novo Planalto, zona urbana e periférica da cidade de Porto Nacional - Tocantins. O mesmo iniciou as suas atividades no ano de 1979. Sendo reconhecido em1981 através da Lei de Criação Nº 897/81 atendendo da1ª a 4ª série com ensino multisseriado1. Com a Portaria de Nº 4150 de 20 de dezembro de 2000 foi regularizado o Ensino Fundamental de 1ª a 8ª série. Posteriormente foi reconhecido o Ensino Médio através da Portaria de Nº 5548. E em 2003 foi implantado o Ensino Médio - EJA com a portaria de Nº 2078.

Atualmente o colégio tem o seu funcionamento no período matutino e vespertino oferecendo as seguintes modalidades de ensino:

Ensino Fundamental- 1ª Fase do 2º ao 5º ano contando com 260 alunos;

Ensino Fundamental – 2ª Fase de 6º ao 9º ano com 425 alunos;

Aceleração da Aprendizagem do 6º ao 9º ano com 20 alunos;

Ensino Médio contando com 169;

Projeto Mais Educação do 4º ao Ensino Médio com 150 alunos.

A escola apresenta uma estrutura física composta por um prédio principal (em reforma, construção de novas salas),quatro anexos,onde estão distribuídas as salas de aula, cozinha,depósito e banheiros simples e adaptados para portadores de necessidades especiais,parte administrativa (sala dos professores, secretaria,sala da direção, sala da coordenação pedagógica e um depósito para materiais de expedientes e um pátio coberto,onde são realizadas boa parte das aulas de educação físicas ,reuniões e eventos. Ainda conta com uma área sem piso na frente do bloco principal e laterais que são arborizadas. Vale ressaltar que a escola possui rampa de acesso para facilitando a inclusão dos portadores de necessidades no ambiente escolar.

A mesma não possui espaço físico específico destinado às aulas de Educação Física, estas são realizadas dentro das salas de aula ou no pátio

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coberto e ainda em pequena área em frente e nas laterais dos blocos de sala de aula. Sendo em boa parte priorizado o pátio para as aulas do 6º ao 9º ano e do Ensino Médio.

4.3 Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos participantes da pesquisa foram 2 (duas) professoras, uma do período matutino e outra do período vespertino, do 4º ano do Ensino Fundamental, uma coordenadora pedagógica, o diretor da escola e os alunos do 4º ano matutino e vespertino. A turma do matutino 4º ano composta por 24 alunos sendo 12 masculinos e 12 femininas, tendo sua regência polivalente, ministradas as aulas pela professora A. considerada generalista ou polivalente, pois ministra todas as disciplinas para a turma. Já a turma do vespertino tem um total de 23 alunos, sendo13 masculinos e10 femininos; Sendo ministrante das aulas a professora B, também polivalente, posto que o sistema utilizado nas turmas dos 4º anos é a unidocência.

A professora A, idade 42 anos, e que ministra aulas na turma do matutino, tendo concluído no Ensino Médio o curso de magistério, tem formação em Normal Superior, pós-graduada em Educação Infantil, atua na Educação e na Educação Física a nove anos. Já a professora B, 52 anos, ministrante das aulas na turma do vespertino, tem formação em Normal Superior, atua na Educação e na Educação Física há 22 anos, ainda quando era denominada de dinamizadora, a educadora que ministrava as aulas de Arte, Educação Física e Ensino Religioso.

A coordenadora pedagógica, idade 45 anos, tem formação em Licenciatura em História e Pedagogia, tendo concluído a 1ª em 1991 e a 2ª em 2008, também tem curso de especialização em Gestão Educacional. Na educação já trabalhou em várias áreas como: Professora, Coordenadora Pedagógica (dos anos iniciais) Supervisora Pedagógica, Diretora Administrativa Adjunta, Diretora Geral. Atua nesta escola há quatro anos como coordenadora pedagógica dos anos iniciais.

O diretor da escola tem 37 anos, atua na educação há 15 anos, tem formação superior em matemática, e especialização em Gestão Escolar. Já exerceu a função de professor, coordenador e diretor em outra escola. Como

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professor ministrou aulas no Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano, todas as disciplinas por 5 anos, e no Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano, matemática por 4 anos. Está nesta escola há dois anos, assumindo a direção no ano em curso, 2012.

Os alunos do quarto ano têm em média entre 8 a 10 anos, vindo de setores periféricos, com situação sócio econômicas precárias.

Buscou os sujeitos da pesquisa tendo como critério a sua importância no processo ensino e aprendizagem, aja vista que todos participam como agentes do processo.

Os sujeitos da pesquisa acima citados aceitaram participar da mesma assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido entregue desde o primeiro contato (ANEXO).

4.4 Técnicas da Pesquisa

A Técnica e instrumentos de coleta aplicada foram:

 Observação simples (sem a participação do pesquisador para que não interfira nas ações dos sujeitos) e estruturada – pois seguiu um roteiro previamente organizado sobre o que observar.

 Entrevista face a face que permitirá uma cobertura mais profunda, pois muitos têm mais facilidade na expressão verbal, otimizando também o tempo.

 Questionário: por permite que as pessoas o respondam no momento em que achar mais oportuno e porque não expõe o pesquisador à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

 Análise documental por ser uma evidência escrita que reforçará as informações dos sujeitos entrevistados. Os documentos estudados tiveram como base: Projeto Político Pedagógico, planejamento e plano de aula do professor, Referencial Curricular do Estado, Parâmetros Curriculares Nacionais.

A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2012 no período de outubro a novembro.

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O trabalho de campo iniciou com o pedido de autorização ao diretor da escola para a realização da coleta de dados da pesquisa, apresentando lhe o TCLE, que especifica a proposta da pesquisa, a metodologia a ser aplicada e o objetivo principal do estudo. Fui informada da realização do planejamento coletivo que acontecia terça-feira a partir das 17h e 30 minutos.

Dessa forma, na terça-feira compareci a escola apresentei-me a coordenadora Pedagógica, ciente do meu trabalho após a leitura do TCLE, permitiu o contato com as professoras do quarto ano, expliquei a natureza da pesquisa de campo e se elas poderiam contribuir com esse trabalho, ambas aceitaram assinando as duas vias do TCLE. Estive presente em dois planejamentos semanais, onde pude observar a elaboração dos planos de aula que ocorre de forma coletiva. Observei os professores que planejaram de acordo com a sua área. As professoras do 4º ano (alvo da pesquisa) planejaram todas as disciplinas, pois no quarto ano há apenas uma professora regente, denominada generalista ou polivalente que ministram todas as aulas sendo assim:

Disciplinas Número de aulas Duração

Português 05 5 horas

Matemática 04 4 horas

Ciências 03 3 horas

História 02 2 horas

Geografia 02 2 horas

Arte 01 1 hora

Educação Física 01 2 horas

Ensino Religioso 01 1 hora

O plano de aula de Educação Física, arte e ensino religioso foram o mesmo para as turmas do quarto ano, o mesmo conteúdo, as mesmas habilidades e as mesmas metodologias. Segundo as professoras foram planejadas com base na Proposta Curricular do Ensino Fundamental, e no Referencial Curricular do Ensino Fundamental documento elaborado pela equipe da SEDUC-TO.

Na oportunidade foi utilizado o Referencial Curricular. O plano de aula foi digitado e impresso cada professor ficou com uma cópia, solicitei uma cópia e

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fui prontamente atendida. Neste período fiz uma primeira análise documental do PPP, do Referencial Curricular e dos PCNs de Educação Física dos anos iniciais e do plano de aula das professoras. Foram agendadas as observações das aulas de duas semanas como também as entrevistas.

Plano de Aula elaborado pelas professoras:

Conteúdo: Exercício físico, como correr, pular corda e corrida de saco, trabalho em grupo, coordenação motora, deslocamento, agilidade e velocidade.

Habilidades: O exercício físico como meio de interação entre alunos, desenvolvendo nos participantes a socialização e o trabalho em grupo.

Metodologia: a professora levará as crianças para o pátio da escola para fazer vários tipos de brincadeiras e exercícios físicos interagindo com a turma.

Referência Bibliográfica:

Referencial Curricular e internet.

Este plano de aula veio abaixo dos planos das aulas de arte e ensino religioso também ministrado antes da aula de Educação Física que seguiam o modelo de plano de aula disponibilizado pela Diretoria Regional de Ensino, que dar um suporte através da supervisora que acompanha periodicamente as turmas do 1º ao 5º ano.

Modelo de Plano de Aula – Passos a passo do Planejamento seguido pelas escolas Estaduais de Porto Nacional nos anos iniciais (1º ao 5º ano):

1. ACOLHIDA

2. CURTINDO A LEITURA 3. CORREÇÃO DO PARA CASA 4. DESENVOLVIMENTO DA AULA

4.1 HABILIDADES (A SEREM DESENVOLVIDAS) QUAIS? (CONSIDERAR OS EIXOS TEMÁTICOS)

4.2 CONTEÚDOS QUAIS CONTEÚDOS

SERÃO UTILIZADOS PARA DESENVOLVER AS HABILIDADES

4.3 METODOLOGIA COMO OS CONTEÚDOS

SERÃO TRABALHADOS

PARA O

DESENVOLVIMENTO

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DAS HABILIDADES/

5. RECURSOS PEDAGÓGICOS QUAIS RECURSOS

SERÃO TRABALHADOS

PARA O

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES?

6. PARA CASA

7. REVISÃO DO DIA (AVALIAÇÃO)

8. FONTE (Referências Bibliográficas)

O segundo plano foi uma cópia do segundo só que as quatro aulas observadas não têm muita relação com o plano de aula escrito. Percebe-se que os passos não estão bem de acordo com o modelo destinado para o planejamento, referindo-se as aulas de Educação Física.

4.4.1 Período de Observação

Fui informada que as aulas de Educação Física aconteciam sempre na sexta-feira após o recreio, pela manhã a partir das 9 horas e 45 minutos e à tarde a partir das 15 horas e 45 minutos. Ficou combinado que observaria duas aulas da turma do matutino e da turma do vespertino.

A observação foi realizada em duas aulas, utilizando a técnica de observação simples, sendo observada a execução do plano de aula, a metodologia utilizada pela professora, bem como a didática e que conteúdos estavam sendo abordados.

Durante a realização das observações foi dado enfoque a vários aspectos distintos. Primeiro para a forma como era trabalhada a Educação Física nas turmas em análise, verificando a realização das aulas, onde foi observado se estava de acordo com o plano de aula elaborado, e condizente com a proposta curricular e os parâmetros Curriculares Nacionais, o envolvimento dos alunos, e a duração do tempo determinado para cada aula; o envolvimento dos alunos, o interesse e a motivação durante as aulas; a metodologia e a organização da prática pedagógica, analisando os objetivos traçados para cada atividade executada; quanto ao espaço físico no qual

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aconteciam as aulas, como também a utilização de materiais didáticos relativos à Educação Física.

Segundo Gil, a observação simples (ou direta como cita certos autores), é aquela em que o pesquisador, permanecendo alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem (GIL, 1999 p. 111). Este tipo de observação foi escolhido para o presente estudo, por apresentar características e vantagens, como cita Gil (1999) ela possibilita a obtenção de elementos para delimitação do problema:

favorece a construção de hipóteses acerca do problema; facilita a obtenção de dados sem produzir ou suspeitas nos membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo estudadas.

Entretanto, esse tipo de pesquisa também apresenta algumas delimitações como é o caso é canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador. Muitas vezes sua atenção é desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro do fenômeno; o registro das observações depende, frequentemente, da memória do investigador; e dá ampla margem à interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno estudado.

Nessa perspectiva a observação se torna uma forma de utilizar o sentido visual, direcionar o olhar para captar, abstraindo conhecimentos necessários para a construção da pesquisa.

Para melhor sistematização os dados coletados através da observação foram registrados em um diário de campo, para análise dos conteúdos ministrados pelas duas professoras, de que forma são tratados esses conteúdos e ao final confrontá-los com os outros dados registrados: entrevista e questionário.

As entrevistas ficaram agendadas com a professora do 4º ano matutino na terça-feira, às14 horas no próprio colégio. E da professora do 4º ano vespertino na terça-feira ás17horas e 30 minutos, após a aula na sala de aula da escola.

Segundo Gil (1999, p.118) a entrevista apresenta diversas vantagens na sua utilização, dentre elas destacam-se a de que “possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social” e que “é uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano”.

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A entrevista tem uma aplicabilidade reconhecida em diversos estudos, sendo “uma das técnicas de coleta de dados mais utilizadas no âmbito das ciências sociais” (GIL, 1999, p. 117).

De conformidade como exposto acima a entrevista foi semi estruturada, oportunizando o diálogo entre o entrevistado e o investigador. Tendo um ambiente propicio.

As entrevistas foram realizadas no dia 23 de outubro de 2012, no espaço escolar em um ambiente tranquilo, longe da presença dos alunos, para uma maior interação e concentração nas perguntas lançadas e consistência nas respostas.

A entrevista com a professora A teve uma duração de uma hora e 10 minutos enquanto que com a professora B, quarenta e cinco minutos.

Como instrumento para a coleta de dados, foi aplicado ainda o questionário, contendo perguntas em sua maioria abertas (anexo), com foco na orientação do trabalho realizado pelas professoras, PPP e PCNs e a capacitação das mesmas para desenvolverem aulas de Educação Física na escola, quanto à visão e conhecimentos de ambos em relação à Educação Física nos anos iniciais. Instrumento esse direcionado para a coordenadora pedagógica e ao diretor que responderam e entregaram sem demora.

O questionário é definido por Gil (1999) como sendo a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas etc.

O questionário assim como outros instrumentos de pesquisa possui também suas vantagens e limitações, Para Gil (1999) as vantagens deste instrumento de pesquisa quando comparadas a entrevista são: possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio;

implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores;garante o anonimato das respostas;permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais

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conveniente;não expõe os pesquisador à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

Entendemos que o questionário se caracteriza como um instrumento que oferece mais liberdade a quem responde, não havendo interferência da subjetividade do pesquisador, o indivíduo pesquisado tem mais tempo para responder e de forma mais refletida.

Após tivemos um segundo contato com os documentos presente na escola estudando com um olhar e percepção mais aguçados, partindo para análise documental do PPP, Referencial Curricular do Estado e PCNs.

A Análise documental é uma das técnicas de maior confiabilidade, entendida como sendo um conjunto de operações, registros escritos.

Ainda sobre análise documental partindo de uma concepção de análise enquanto processo de decomposição de um todo em suas partes constitutivas, Fox (2005, p.22-23), em linha similar a estudos anteriores de Pinto Molina (1992) e de Ruiz Perez (1992), citado por GUIMARÃES E SALES (2010 p.1), refere-se à análise documental de maneira mais abrangente, enquanto operação de “reconhecimento e de estudo de um documento” ocorrível em dois níveis – de forma (relativa à dimensão material) e de conteúdo (relativa ao conteúdo documental, tanto nos aspectos inerentes a sua própria estrutura quanto naqueles que podem interessar ao processo de recuperação da informação).

A análise documental é considerada um importante instrumento de coleta de dados, pois, representa uma lógica interna, uma sequência coerente de etapas que visam a uma análise do documento que confirmará e subsidiará o processo de informações.

Após a coletas dos dados foram analisados todo o conteúdo e organizado de forma clara e coerente possibilitando uma catalogação das informações, estruturando assim a pesquisa para que possa ocorrer uma interpretação teórica, um diálogo entre o conteúdo coletado e as informações já existentes na área.

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36 3. ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS

Nesta parte do trabalho busca-se analisar as dimensões das questões que estão Inseridas no processo ensino e aprendizagem, dando ênfase a prática pedagógica dos professores que ministra as aulas de Educação Física no 4º anos do Ensino Fundamental, tendo como pontos relevantes os conteúdos e o referencial utilizado para a elaboração do planejamento e dos planos de aulas.

3.1 Práticas Pedagógicas Diferenças e Similaridades

É bem visível no meio educacional que a prática pedagógica do professor torna-se significativa para o educando quando o professor tem em mente qual é, efetivamente, o seu papel social e sua importância no processo de aprendizagem.

A Educação Física vem ao longo dos anos sofrendo mudanças significativas, vale aqui repensar e ter um olhar crítico de como está se processando essas mudanças no ambiente escolar, em especial nos anos iniciais. Será que todos os educadores que trabalham nessa modalidade estão tendo uma prática diferenciada?

As professoras que ministram as aulas de Educação Física não são formadas na área, sendo uma com formação em Normal Superior e com complementação em Educação Infantil e a outra com formação em Normal Superior, as duas não possui nenhuma formação em Educação Física e não passaram por uma capacitação para atuarem nessa área.

Partindo das observações inicialmente de dois planejamentos coletivos que ocorreram das 17horas e 15 minutos até as 21horas e15 minutos, e das aulas que foram em número de duas, tanto no período matutino quanto no vespertino. Pudemos constatar que os planejamentos das aulas ocorrem de maneira coletiva, a coordenadora pedagógica se faz presente, mas o suporte só acontece em relação a preparação de materiais, recursos como deixa claro as professoras A e B em sua fala:

Professora A – Ela observa o nosso plano de aula e nos fornece materiais, o pouco que nós temos é sempre disponibilizado, na medida do possível, embora nossos

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