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Aula 04 Lei nº /2003 (Estatuto do Desarmamento). Prof. Henrique Santillo. Legislação Aplicada para SUSEPE RS

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Aula 04 – Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).

Legislação Aplicada para SUSEPE RS

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Sumário

ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI 10.826/2003) 3

INTRODUÇÃO 4

Conceitos 7

“Armas de Brinquedo” 10

CRIMES PREVISTOS NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO 12

Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido (art. 12) 26

Omissão de Cautela (art. 13) 27

Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido (art. 14) 29

Disparo de Arma de Fogo (art. 15) 36

Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito (art. 16) 39

Comércio Ilegal de Arma de Fogo (art. 17) 47

Tráfico Internacional de Arma de Fogo (art. 18) 49

Disposições Comuns aos Crimes de Comércio Ilegal de Armas de Fogo (art. 17) e de Tráfico Internacional de Armas de

Fogo (art. 18) 50

Causa de Aumento de Pena (Art. 20) 54

Liberdade Provisória (art. 21) 56

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 58

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 60

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 77

GABARITO 83

RESUMO DIRECIONADO 84

ESTATUTO DO DESARMAMENTO NA ÍNTEGRA 97

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Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003)

Um salve, meu amigo! Um salve, minha amiga!

Como tem sido a sua jornada?!

Nesta aula de hoje, abordaremos um assunto bastante polêmico e que tem gerado debates acalorados nos quatro cantos do país:

Estatuto do Desarmamento (nome carinhosamente dado à Lei nº 10.826/03)!

A nossa aula está totalmente atualizada e, portanto, em conformidade com a Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019), vigente desde 23 de janeiro de 2020.

Os dispositivos atualizados estarão marcados desta forma!

A aula de hoje é importante para o seu concurso.

Pensando exclusivamente no seu desempenho, sugiro que dê mais atenção aos seguintes pontos:

Por fim, não vamos esgotar todos os dispositivos da Lei nº 10.826/03: selecionei aqueles que mais importam para a sua prova!

Vem comigo?!

Tópicos Importantes

Crime de Disparo de Arma de Fogo

Posse Irregular x Porte Ilegal

Causas de Aumento de Pena

Jurisprudência do STJ e do STF

Alterações promovidas pela Lei Anticrime

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Introdução

Você já imaginou se no Brasil fosse possível qualquer pessoa com mais de 21 anos andar armada nas ruas, nos bares, no trabalho, em festas, nos carros?

SIM, caro aluno, essa já foi a realidade do Brasil, pois até o ano de 2003 era perfeitamente possível comprar uma arma de fogo em lojas de fácil acesso à população, as quais ofereciam registro grátis das armas e condições facilitadas para a sua aquisição:

1

Contudo, alguns estudiosos da época relacionaram a maior difusão das armas de fogo com o aumento de taxas de homicídio por habitantes em nosso país: segundo estudo feito pelo IPEA

2

, em 1983, o Brasil tinha 14 homicídios por 100.000 habitantes, ao passo que em 2003, foram registrados incríveis 36,1 assassinatos para cada 100.000.

Sim, a marca mais que dobrou!

1 Imagem disponível em https://jornalggn.com.br/crise/na-epoca-do-porte-de-arma-legal-homicidios-cresciam-8-ao-ano-no- brasil/

2 O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é uma fundação pública federal que elabora atividades de pesquisa com a finalidade de oferecer suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação/reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros.

Caso tenha curiosidade, você poderá conferir o relatório completo neste link:

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/mapaarmas.pdf

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3

Minha nossa! Consegue perceber o aumento vertiginoso dos homicídios envolvendo armas de fogo? Diante desse quadro, muitos fizeram o seguinte questionamento:

Posicionamentos políticos à parte, trata-se de um interessante questionamento... Assim, o Estatuto do Desarmamento contém medidas que restringem substancialmente o porte e aquisição de armas no Brasil que versam sobre o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo e munição, além de definir crimes e dar outras providências.

Veja algumas disposições da nossa querida Lei nº 10.826/03:

Somente podem

portar armas, carregando-as consigo em qualquer lugar, integrantes das Forças

Armadas, policiais civis, militares, federais e rodoviários federais, agentes de inteligência, agentes e guardas prisionais, auditores fiscais e agentes de segurança privada em serviço.

Desarmar a população ou limitar o seu acesso às armas de fogo seria a saída para diminuir os

índices de homicídio que delas decorrem?

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O “cidadão comum” está proibido, em regra, de portar armas.

A exceção fica por conta daqueles que residam em áreas rurais e que comprovem a necessidade de portar armas para a sua subsistência alimentar e a de sua família.

O civil que tiver obtido a permissão para possuir armas

deverá deixá-las em casa, ou no local de trabalho.

Confere aí:

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera- se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

Art. 6º, § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva

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necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Conceitos

Antes de efetivamente entrarmos no estudo dos crimes em espécie contidos no ED

tópico realmente relevante para a nossa prova – eu vou te apresentar alguns conceitos para facilitar a sua compreensão!

O que é considerado, de fato, uma arma?

Arma

é qualquer objeto que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas.

Professor, então uma tesoura pode ser considerada uma arma?

Isso aí! Em sentido amplo, a tesoura é um objeto que tem sim potencial para causar danos!

Contudo, costumamos classificar as armas em:

ARMA BRANCA

Artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por peça em lâmina ou oblonga (arredondada).

São as facas, as espadas, os bastões, as tesouras, o soco inglês, dentre inúmeras outras espécies...

ARMA DE FOGO

Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que

tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.

São os revólveres, pistolas, fuzil, canhões etc...

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ATENÇÃO! As armas brancas não são objeto da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento)!

Assim, quando falamos, por exemplo, em porte ilegal de arma, estaremos nos referindo às armas de fogo!

Isso quer dizer que aquele que porta uma arma branca não cometerá ilícito penal?

Não é bem assim... Apesar de não ser abrangida pelo Estatuto do Desarmamento, veja o que determina a

Lei de Contravenções Penais:

Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade:

Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente.

Aquele que andar nas ruas portando um machado

– sem que haja justificativa para tanto –

responderá pela pena correspondente à do art. 19 da Lei de Contravenções Penais.

Dentro do conceito de arma de fogo, o Decreto nº 9844/2019 faz ainda a seguinte subclassificação:

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:

a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;

b) portáteis de alma lisa; ou

c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;

II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição que sejam:

a) não portáteis;

b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;

III - arma de fogo de uso proibido:

a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou

b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

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As armas de fogo de uso permitido podem ser adquiridas

pelo “cidadão comum”, desde que

obedecidos os vários requisitos da legislação.

As armas de fogo de uso restrito, por possuírem maior potencial destrutivo, são de uso privativo das forças armadas e de outras instituições autorizadas pelo Comando do Exército

4

.

As armas de fogo de uso proibido não podem ser utilizadas em hipótese alguma.

Além disso, veja mais definições úteis para a nossa aula:

Bom, você deve ter percebido que as definições e classificações relativas às armas de fogo são feitas em um Decreto Federal, não é mesmo?

Na prática, o Chefe do Poder Executivo Federal (ou seja, o Presidente da República) é o responsável pela edição de ato normativo com a definição e classificação das diferentes armas de fogo e demais produtos controlados, enquadrando os artefatos bélicos nas diferentes espécies de uso (permitido, restrito e proibido).

4 Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

Acessório de Arma de Fogo

É o artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto

visual da arma.

Acessório é, então, tudo aquilo que não integra a arma de fogo, mas que lhe dá alguma utilidade, como a mira a laser;

Munição

É o artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição,

iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais.

Munição é, portanto, aquilo que dá capacidade de funcionamento à arma, para carga ou disparo, como os projéteis, cartuchos, chumbos etc.

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Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército.

Olha aqui uma questão:

(SELECON

– Guarda de Boa Vista/RR – 2020)

Wolff, após longos serviços prestados na área de segurança pública, é convidado para organizar a memória dos armamentos utilizados no Brasil, compondo catálogo e administrando órgão que seria criado para o exercício do seu mister. Nos termos do estatuto do desarmamento, a classificação legal, técnica e geral, bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do:

a) Poder Executivo Federal

b) Departamento de Polícia Federal c) Setor de Armamentos do Exército d) Conselho Nacional de Armas RESOLUÇÃO:

O chefe do Poder Executivo Federal é o responsável por editar ato normativo que contenha a classificação legal, técnica e geral, bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico!

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército.

Resposta: A

“Armas de Brinquedo”

Professor, como fica a situação das armas de brinquedo? Elas podem ser consideradas objeto material dos crimes do Estatuto do Desarmamento?

O Estatuto do Desarmamento NÃO considera crime portar arma de brinquedo!

O que ele veda, na realidade, é somente a fabricação, a venda, a comercialização e a importação

de brinquedos, réplicas e simulacros de arma de fogo, que com estas se possam confundir, sem

que tais fatos constituam crime.

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Veja só:

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.

Professor, então a venda daquelas arminhas que jogam água passou a ser proibida pelo Estatuto do Desarmamento?

NEGATIVO! Releia o caput do art. 26. Leu? Pois então: a expressão “que com estas se possam confundir”) faz com que não se proíba a venda de qualquer arma de brinquedo, mas apenas daquelas que possam realmente se confundir com uma arma de fogo, o que não é o caso disto aqui, por exemplo:

Fixe esta informação:

Tenho certeza que você não confundiria esses brinquedos com uma arma de fogo verdadeira!

O Estatuto do Desarmamento

NÃO abrange

Uso de armas brancas (faca,

machado etc.)

Uso de simulacros de arma de fogo

(armas de

brinquedo)

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Crimes Previstos no Estatuto do Desarmamento

Os crimes previstos no Estatuto são classificados como crimes de perigo abstrato.

Como assim?

Os crimes de perigo abstrato são aqueles que se configuram com a mera possibilidade de ocorrência do dano, não se exigindo a efetiva lesão ao bem jurídico que se pretende proteger.

Isso quer dizer que o perigo é presumido, ou seja, não é preciso demonstrar que uma pessoa que anda armada na rua ou que dispara arma de fogo em local habitado, por exemplo, pratica uma conduta perigosa, pois isso já fica presumido.

Assim, o objeto jurídico

5

dos crimes do Estatuto do Desarmamento é a

incolumidade pública, ou seja, a

segurança de toda a sociedade a qual deve ser preservada, evitando-se alguns bens juridicos como a vida, a segurança e a integridade física das pessoas sejam expostas a perigo de dano.

O Estatuto do Desarmamento parte do pressuposto de que a mera posse ou o porte ilegal de armas de fogo, acessórios ou munições, além de outras condutas correlatas, colocam em risco a coletividade

Ah, antes de avançarmos, é muito importante que você saiba a diferença entre o porte e a posse de arma de fogo!

De modo geral, aquele que pretende adquirir uma arma deve observar algumas restrições, como ter no mínimo 25 anos

6

e atender a uma série de requisitos estabelecidos pelo art. 4º do Estatuto do Desarmamento e do art. 12 do Decreto nº 9.847/2019, tais como a declaração de efetiva necessidade, a comprovação de idoneidade, ocupação lícita e residência, capacidade para manusear a arma, dentre outros.

Estatuto do Desarmamento. Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

5 Objeto jurídico do tipo penal é o interesse protegido pela norma.

6 Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei.

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Decreto nº 9.847/19. Art. 11. A comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e de insumos para recarga só poderá ser efetuada em estabelecimento comercial credenciado pelo Comando do Exército.

Art. 12. Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do Certificado de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá:

I - ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade;

II - apresentar original e cópia de documento de identificação pessoal;

III - comprovar a idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou processo criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais das Justiças Federal, Estadual, Militar e Eleitoral;

IV - apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência fixa;

V - comprovar, periodicamente, a capacidade técnica para o manuseio da arma de fogo; e VI - comprovar a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela Polícia Federal.

E o que ocorre depois da demonstração de todos esses requisitos?

Demonstrados os requisitos, o SINARM (Sistema Nacional de Armas) vai expedir uma autorização para a compra da arma em nome da pessoa física que fez o requerimento. Ah, importante dizer também que a munição que porventura seja adquirida só pode ser feita no calibre que corresponda à arma!

O art. 3º diz que é obrigatório o registro de arma de fogo de órgão competente. O órgão competente é a

POLÍCIA FEDERAL, que emitirá um

certificado de registro de arma de fogo. Esse certificado vai autorizar o

proprietário da arma ter a posse de arma EXCLUSIVAMENTE na sua residência ou no seu local de trabalho,

desde que seja o titular ou responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

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Art. 4º § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.

§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.

§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.

§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida.

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será EXPEDIDO PELA POLÍCIA FEDERAL e será precedido de autorização do Sinarm.

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:

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I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade.

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera- se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

Já as armas de fogo de uso restrito devem ser registradas no COMANDO DO EXÉRCITO.

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

Então aquele que tem a posse da arma não poderá sair com ela para as ruas, transportá-la para onde for?

Perfeito! O registro da arma autoriza o indivíduo a possuir a arma, mas não a portar.

Dessa forma, aquele que possui apenas o registro o sujeito não pode sair pelas ruas com a arma.

Assim sendo, o porte de armas é a autorização para que o indivíduo possa andar armado fora de sua casa ou de seu local de trabalho - os agentes de segurança pública, membros das Forças Armadas, policiais e agentes de segurança privada, de modo geral, têm autorização para portar armas de fogo:

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta

REGISTRO de arma de fogo de uso PERMITIDO

POLÍCIA FEDERAL

REGISTRO de arma de fogo de uso RESTRITO

COMANDO DO

EXÉRCITO

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IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)

V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando- se, no que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1.º-A (Revogado pela Lei n.º 11.706, de 2008)

§ 1.º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei n.º 12.993, de 2014)

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei n.º 12.993, de 2014)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei n.º 12.993, de 2014)

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei n.º 12.993, de 2014)

§ 1.º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n.º 12.993, de 2014)

§ 2.º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4.º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei n.º 11.706, de 2008)

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§ 3.º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei n.º 10.884, de 2004)

§ 4.º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art.

4.º, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.

Art. 7.º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6.º serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

§ 1.º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

§ 2.º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

§ 3.º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4.º desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

§ 4.º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

§ 5.º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

(18)

Vamos esquematizar?

Podem portar arma de fogo FORA DE SERVIÇO E EM TERRITÓRIO NACIONAL

◽ Integrantes das Forças Armadas

◽ Integrante da: PF + PRF + PFF + PC + PM + CBM

◽ Integrantes da ABIN e Seguranças do Gabinete

da Presidência

◽ Policiais Legislativos.

Podem portar arma de fogo FORA DE SERVIÇO

Guardas Prisionais (se regime de dedicação exclusiva).

Podem portar arma de fogo APENAS EM

SERVIÇO

Guardas prisionais (não estando em regime de dedicação exclusiva)

◽ Servidores da segurança do Poder Judiciário (no

máximo 50% dos servidores da segurança terão porte de arma)

◽ Auditores Fiscais do Trabalho, Auditores Fiscais

da Receita Federal e Analistas Tributários da Receita Federal.

ATENÇÃO!

O Plenário do STF, ao julgar a ADC 38 e as ADIns 5.538 e 5.948, em 21/03/2021, decidiu ser inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de guardas municipais das capitais dos estados e dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes e de guardas municipais dos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço.

Dessa forma, na prática, o STF autorizou o porte de arma para as guardas municipais de todos os municípios, inclusive fora de serviço!

Veja trecho da fundamentação do voto do Relator Min. Alexandre de Moraes, que foi seguido pela maioria dos integrantes:

"Na presente hipótese, o tratamento exigível, adequado e não excessivo corresponde a conceder idêntica possibilidade de porte de arma a todos os integrantes das guardas civis, em face da efetiva participação na segurança pública e na existência de similitude nos índices de mortes violentas nos diversos municípios, independentemente de sua população".

(19)

Professor, e os integrantes da Polícia Penal, órgão criado em 2019 por emenda constitucional? Assim como os integrantes dos outros órgãos de segurança pública, eles têm o direito de portar arma de fogo fora de serviço e em todo o território nacional?

EM TESE, sim, pois a Emenda Constitucional nº 104/2019 passou a prever a criação das polícias penais federais, estaduais e distritais e a sua equiparação aos demais órgãos de segurança pública do art. 144, da Constituição Federal.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

Agora, quero que preste atenção ao que vou te dizer: muito embora vários Estados e o DF também tenham aprovado emendas constitucionais prevendo a criação da Polícia Penal, a aplicabilidade dessas emendas e da EC nº 104/2019 é indireta, mediata e reduzida, produzindo efeitos somente a partir da edição de legislação ordinária que desenvolva a sua eficácia. Isso quer dizer que, enquanto não sobrevier legislação infraconstitucional (federal e estadual) que regulamente a carreira e transforme cargos, os agentes penitenciários não estão automaticamente "recategorizados" como policiais penais.

Quando o cargo for transformado ou provido por concurso público, após a alteração legislativa, aí sim será razoável incluir os integrantes da Polícia Penal. Há, inclusive, projeto de lei visando acrescentar menção ao inciso VI do art. 144 da CF ao seguinte dispositivo do Estatuto do Desarmamento:

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V (+VI) do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);

Temos, inclusive, um parecer da Coordenação Geral de Controle de Serviços e Produtos da própria Polícia Federal reforçando esse entendimento. Confere aí um trecho:

7. Sobre o porte de agente penitenciário, verifica-se, da leitura do inciso II do artigo 6º do Estatuto do Desarmamento, que ali não consta menção ao inciso VI do artigo 144 da CF/1988 (que dispõe sobre as polícias penais federal, estadual e distrital), obviamente por uma questão meramente temporal, já que a EC nº. 104/2019 foi promulgada 2 (dois) anos após a alteração feita pela Lei nº. 13.500/2017 no inciso II da Lei nº. 10.826/2003 (que incluiu no texto os integrantes da Força Nacional de Segurança Pública). O inciso II do artigo 6º assegura o porte de arma de fogo aos integrantes dos órgãos referidos nos incisos I ao V do caput do artigo 144 da CF/1988 e aos da Força Nacional de Segurança Pública, sem mencionar os agentes penitenciários. Eis o texto do inciso II do artigo

(20)

"[...] Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: [...] II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do artigo 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº. 13.500/2017) [...]"

8. Contudo, o porte de arma de fogo funcional foi assegurado aos agentes penitenciários e aos guardas prisionais com a promulgação da Lei nº. 12.993/2014, que alterou o Estatuto do Desarmamento, conferindo-lhes porte de arma de fogo desde que integrassem o quadro efetivo do Estado, Distrito Federal ou União; estivessem submetidos a regime de dedicação exclusiva; estivessem sujeitos a cursos de formação funcional e estivessem subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno;

9. De qualquer sorte, esse lapso textual no inciso II do artigo 6º da Lei nº. 10.826/2003 é temporário, uma vez que já existe projeto de lei em tramitação para seu ajuste mediante a inclusão do inciso VI do artigo 144 da CF/1988 ao texto. E será com base nessa alteração que o porte de arma funcional dos “futuros ex-agentes penitenciários” se dará, já que serão transformados em policiais penais. Assim disse a Lei nº. 12.993/2014: "[...]

Art. 1º O art. 6º da Lei nº. 10.826/2003 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 1º-B e 1º-C: "Art. 6º. É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

[...] §1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. [...]"

Resumo da ópera: sugiro que ainda sigamos a literalidade do Estatuto do Desarmamento, pois a carreira de Guarda Prisional/Agente Penitenciário/Agente de Execução Penal ainda existe e segue a disciplina do Estatuto do Desarmamento e das respectivas normas regulamentadoras.

Se a questão mencionar, de forma hipotética, o cargo específico de policial penal, aí sim teríamos margem para discutir a equiparação do regime de porte de arma de fogo às demais carreiras de segurança pública.

O parecer pode ser acessado pelo site do Ministério da Justiça e da Segurança Pública: Parecer DELP - Polícia Penal - SEI_PF - 13531917.pdf — Português (Brasil) (www.gov.br)

Muito provavelmente você deve morar em uma cidade e tem à sua disposição mercados, padarias e outros estabelecimentos dos quais adquire os alimentos destinados à sua sobrevivência.

Contudo, há várias famílias residentes em áreas rurais que dependem da caça de animais para extrair o seu alimento.

Diante dessa realidade, a POLÍCIA FEDERAL poderá conceder o porte de arma de fogo de uso permitido ao caçador para subsistência, desde que tenha mais de 25 anos e que cumpra os requisitos dos incisos I, II e III:

Art. 6º (...) § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos:

(21)

I - documento de identificação pessoal;

II - comprovante de residência em área rural; e III - atestado de bons antecedentes.

§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido.

É interessante mencionar também que a POLÍCIA FEDERAL é o órgão competente para a concessão da autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, após autorização do Sinarm, àqueles que demonstrarem a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física, além de atender as demais exigências do art. 10:

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Se o cidadão autorizado a portar arma de fogo de uso permitido for detido portando sua arma em estado de notória embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas, ele perderá AUTOMATICAMENTE a eficácia da autorização do porte de arma de fogo, não sendo necessário qualquer procedimento administrativo para tanto.

É importante que você saiba que temos hipóteses de competência do Ministério da Justiça e do Comando do Exército para a autorização, registro ou concessão do porte de arma:

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

(22)

PORTE DE ARMA

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA AUTORIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil

COMANDO DO EXÉRCITO

REGISTRO E A CONCESSÃO DE PORTE DE TRÂNSITO DE ARMA DE FOGO para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional

Veja aqui uma questão:

(SELECON

– Guarda de Boa Vista/RR – 2020)

Teotônio é proprietário rural, atuando em área de pequeno porte onde habita com sua família e colhe para subsistência. E com pequeno excesso de produção, atua vendendo os produtos nas feiras próximas. Tendo em vista que não existem órgãos de segurança pública no distrito onde exerce a agricultura, requer autorização para portar arma. Nos termos do estatuto do desarmamento, aos residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, comprovados os requisitos legais, na categoria:

a) atirador amador b) competidor eventual c) caçador para subsistência d) profissional de segurança RESOLUÇÃO:

Questãozinha tranquila, hein? Os residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar entram na categoria de caçador para subsistência!

Art. 6º (...) § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos:

I - documento de identificação pessoal;

II - comprovante de residência em área rural; e

(23)

III - atestado de bons antecedentes.

Resposta: c)

Resolva esta:

(FCC – TRT/RJ – 2011) Segundo a Lei nº 10.826/2003, a idade mínima para se adquirir uma arma de fogo, excetuando-se os integrantes das entidades constantes do artigo 6º da lei, é de

a) vinte e um anos.

b) dezoito anos.

c) vinte e cinco anos.

d) vinte e seis anos.

e) vinte anos.

RESOLUÇÃO:

Essa você não pode esquecer: com exceção dos integrantes das entidades listadas pelo art. 6º, a idade mínima para a aquisição de uma arma de fogo é de VINTE E CINCO (25) anos!

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei.

Resposta: C

Mais uma:

(CESPE

– ABIN – 2018) À luz do disposto no Estatuto do Desarmamento — Lei n.º 10.826/2003 —,

julgue o item que se segue.

É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente, sendo o comando do Exército o responsável pelo registro de armas de uso restrito.

RESOLUÇÃO:

Irretocável! Item correto. A arma de fogo deverá ser obrigatoriamente registrada no órgão competente. Especificamente em relação às armas de fogo de uso restrito, o órgão competente para registrá-las é o COMANDO DO EXÉRCITO, de modo que a assertiva está correta.

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

Veja esta questão:

(Instituto AOCP

– TRT/RJ – 2018)

Um Técnico Judiciário Especialidade Segurança do Tribunal

Regional do Trabalho está portando uma arma de fogo durante o seu serviço e reclama com um amigo

(24)

da periculosidade criminal de seu bairro, dizendo estar propenso a manter-se com a arma mesmo após o cumprimento de sua escala, a fim de se deslocar até a sua residência com segurança. Nessa situação, é correto afirmar que

a) ele pode se manter com a arma, já que possui documento de porte funcional.

b) ele poderá se deslocar com a arma da instituição porque seu bairro é perigoso.

c) ele deverá entregar a arma na seção responsável do Tribunal após o serviço, já que não possui autorização expressa para carregá-la consigo para além das atividades funcionais.

d) mesmo entregando a arma, ele poderá ficar com o porte funcional para poder usar sua arma particular no deslocamento.

e) ele poderá deixar de dar saída formal de seu turno de serviço, justificando o deslocamento à sua residência armado.

RESOLUÇÃO:

Prezados, o Técnico Judiciário Especialidade Segurança do Tribunal Regional do Trabalho terá o porte de arma autorizado SOMENTE QUANDO EM SERVIÇO, de modo que deverá entregar a sua arma na seção responsável do Tribunal após o serviço, pois não possui autorização expressa para carregá-la consigo para além das atividades funcionais:

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.

Art. 7.º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6.º serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei n.º 12.694, de 2012)

Resposta: C

Outra:

(Instituto AOCP – TRT/RJ – 2018) A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional e após prévia autorização do SINARM (Sistema Nacional de Amas), é de competência de qual entidade?

a) Polícia Federal.

b) Polícia Rodoviária Federal.

c) Agência Brasileira de Inteligência.

d) Polícia Militar dos Estados-Federados.

(25)

e) Forças Armadas.

RESOLUÇÃO:

Amigos, a POLÍCIA FEDERAL é o órgão competente para a concessão da autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, após autorização do Sinarm:

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

Gabarito: A

Agora, uma última questão:

(IBFC – Guarda Municipal de Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) De acordo com o Artigo 10 do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM), a autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da _____.

Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.

a) Polícia Civil b) Polícia Federal c) Polícia Estadual d) Polícia Militar RESOLUÇÃO:

Amigos, a POLÍCIA FEDERAL é o órgão competente para a concessão da autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, após autorização do Sinarm:

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

Gabarito: B

(26)

Veja a diferença entre autorização para posse e porte de arma:

Começaremos a estudar, enfim, os crimes em espécie!

Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido (art. 12)

E se o agente possuir uma arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido dentro de sua residência ou local de trabalho, mas sem cumprir com as exigências da lei e dos regulamentos?

Tal conduta poderá ser enquadrada como posse irregular de arma de fogo de uso permitido:

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Posse de Arma

Intra muros

Arma deve permanecer no interior da residência

ou em local de trabalho

Porte de Arma

Extra muros

Arma pode ser levada (transPORTADA) para as ruas, fora da residência ou do local

de trabalho

(27)

Assim, o art. 12 criminaliza a conduta daquele que possui ou tem sob sua guarda arma de fogo, acessório

ou munição de uso permitido dentro de sua casa ou em seu trabalho em desacordo com o que determina a lei e

os regulamentos:

Possuir: ter a posse, como proprietário ou o possuidor, de forma prolongada.

Não confunda com o verbo portar!

Ter sob sua guarda: reter o objeto material consigo em nome de terceiro.

Perceba que o sujeito não é o proprietário nem o possuidor do objeto, mas, por algum motivo, guarda-o para o seu verdadeiro proprietário.

Veja só esta questão:

(CESPE

– MP/AC – 2014)

A respeito dos crimes previstos no Estatuto do Desarmamento (Lei n.º 10.826/2003), assinale a opção correta com base no entendimento dos tribunais superiores.

Responde pelo crime de porte ilegal de arma de fogo o responsável legal de empresa que mantenha sob sua guarda, sem autorização, no interior de seu local de trabalho, arma de fogo de uso permitido.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto! O responsável legal de empresa que mantém sob sua guarda, sem autorização, no interior de seu local de trabalho, arma de fogo de uso permitido responderá, na realidade, pelo crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, tipificado pelo art. 14 da Lei n.º 10.826/2003:

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

IMPORTANTE!

O Estatuto do Desarmamento equiparou a posse irregular de acessórios ou munição à posse irregular da arma de fogo.

Aquele que for detido em posse somente de munição incidirá nas mesmas penas que aquele que possuir a própria arma municiada, por exemplo.

Omissão de Cautela (art. 13)

Aquele que possui uma arma de fogo deve ser muito cuidadoso na sua guarda. Se ele quebra esse dever de cautela, pode permitir que um menor de idade ou uma pessoa com deficiência mental se apodere da arma de fogo, o que configura o crime de omissão de cautela:

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

(28)

Para a consumação do crime de omissão de cautela, basta que haja o apoderamento da arma de fogo

7

pelo:

Menor de idade OU

Deficiente mental

Se o agente deixar a arma em cima da mesa, e o menor ou deficiente mental não mexer, não fica configurado o crime de omissão de cautela. É preciso que esses sujeitos se apoderem da arma, pouco importando se ela foi utilizada, se estava carregada ou se causou alguma consequência, grave ou não.

IMPORTANTE!

A omissão de cautela é o único crime culposo previsto no Estatuto do Desarmamento.

Conduta Equiparada - Omissão de Comunicação de Perda ou Subtração de Arma de Fogo

O parágrafo único do art. 13 nos trouxe uma conduta equiparada que poderá ser praticada pelo proprietário ou pelo diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores:

Art. 13. (...) Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

O art. 7º diz que as armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, devem ficar no nome dessas empresas, devendo a empresa apresentar ao Sistema Nacional de Armas (SINARM)

8

, semestralmente, a lista de seus empregados habilitados:

Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.

7 Perceba que o artigo fala somente em arma de fogo, não citando munição ou acessório de arma.

8 O Sistema Nacional de Armas - Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com circunscrição em todo o território nacional, é responsável pelo controle de armas de fogo em poder da população.

(29)

§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Esses empregados poderão portar armas de fogo, mas apenas em serviço.

Caso haja a perda ou subtração da arma, o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores deverá, em 24 horas, comunicar a Polícia Federal e registrar o respectivo boletim de ocorrência.

ATENÇÂO! Perceba que o dispositivo menciona “nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato”. Isso quer dizer que o crime só se consumará após 24h da ocorrência da perda ou do

extravio, sem que tenha havido a comunicação à Polícia Federal e o registro do BO!

Temos aqui um típico exemplo de crime a prazo, que só se consuma após determinado prazo!

Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido (art. 14)

Com a finalidade de impedir que as armas de fogo (além de acessórios e munições) fossem livremente portadas e comercializadas, o Estatuto do Desarmamento tipificou as seguintes condutas:

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Quero que você perceba algo: ao contrário do crime do art. 12 (posse irregular), o delito de porte ilegal de

arma de fogo de uso permitido traz uma imensidão de verbos nucleares.

(30)

Temos aqui um típico caso de crime de ação múltipla ou de tipo misto alternativo: com a prática de qualquer dos verbos, o crime estará configurado, ou seja, ainda que o agente pratique mais de uma conduta em um mesmo contexto, ele responderá por apenas um crime.

Veja: Marina adquiriu uma arma de fogo, a qual foi transportada e emprestada para Cibele, conhecida traficante da Região Metropolitana de São Paulo/SP. Assim, ela responderá apenas por um único crime de porte ilegal de arma de fogo.

Além do mais, só comete o crime só comete o crime o sujeito que porta arma de fogo e não possui autorização para tanto, ou o faz em desacordo com as normas que disciplinam o porte de armas.

IMPORTANTE! O Estatuto do Desarmamento equiparou o porte ilegal de acessórios ou munição

ao porte ilegal da arma de fogo.

Aquele que for detido transportando somente a munição de uma determinada incidirá nas mesmas penas que aquele que transportar uma arma municiada.

Porte Ilegal (Art. 14)

Portar

Deter

Adquirir

Fornecer

Receber

Ter em Depósito

Ceder

Transportar

Emprestar Remeter

Empregar

Manter sob sua guarda

Ocultar

(31)

Veja só esta questão:

(CESPE

– Câmara dos Deputados – 2014) Julgue o seguinte item, acerca de crimes relacionados a

arma de fogo e à propriedade industrial.

Se um indivíduo que não possua porte de arma de fogo transportar, a pedido de um amigo que possua o referido porte, munição de uma arma de fogo e, estando sozinho nessas circunstâncias, for encontrado pela polícia, tal fato configurará crime previsto em lei.

RESOLUÇÃO:

Quem tem a autorização para o porte de arma de fogo é o amigo, não o indivíduo que a transportou, o qual responderá pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido por ter transportado ilegalmente a arma:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Item correto.

Vamos a uma outra?

(CESPE

– STF – 2013 - Adaptada) Ainda a respeito do Estatuto do Desarmamento, julgue os itens

subsequentes.

Incorrerá em contravenção penal por portar munição em desacordo com a legislação vigente uma pessoa que, durante abordagem em barreira policial, for surpreendida com munições de uso permitido sem que esteja autorizada a portá-la.

RESOLUÇÃO:

Negativo! Acabamos de ver que a pessoa que portar munição em desacordo com a legislação vigente também responderá pelo crime do art. 14 – tipificado como crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Item incorreto.

Jurisprudência dos Tribunais Superiores

Professor, eu pratico a conduta de porte ilegal de arma de fogo (art. 14) se eu portar uma arma desmuniciada

(sem munição)?

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