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Aula 00 Lei nº 9.455/1997 e suas alterações. Prof. Henrique Santillo. Legislação Especial para Delegado da PC PB. 1 de 58

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(1)

Aula 00 – Lei nº 9.455/1997 e

suas alterações.

(2)

Sumário

LEI Nº 9.455/1997 (CRIMES DE TORTURA). 3

NOÇÕES GERAIS 9

CRIME DE TORTURA 10

Tortura-prova, Tortura Para a Prática de Crime e Tortura Discriminatória (Art. 1º, I) 11

Tortura-castigo 15

Tortura do Preso ou de Pessoa Sujeita à Medida de Segurança 17

Omissão em Tortura ou Tortura-omissão 20

FORMAS QUALIFICADAS 23

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 24

EFEITOS DA CONDENAÇÃO 26

OUTRAS DISPOSIÇÕES 27

LISTA DE QUESTÕES 32

GABARITO 37

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 38

RESUMO DIRECIONADO 54

(3)

Apresentação

Olá, amigo/a!

Caso você não me conheça, sou o professor

HENRIQUE

SANTILLO

do

D

IREÇÃO

C

ONCURSOSe te acompanharei durante a sua caminhada rumo à aprovação.

Vamos falar um pouco sobre mim?

Sou advogado pós-graduado em Direito Processual. Graduei-me pela Universidade Federal de Goiás e obtive aprovação para os cargos de Analista Judiciário dos Tribunais Regionais Eleitorais da Bahia e do Paraná, Oficial de Justiça Avaliador Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, bem como para Escriturário do Banco do Brasil, cargo para o qual fui nomeado, tendo optado por não tomar posse.

Neste tempo de muita luta e muito estudo, pude perceber que algumas técnicas de aprendizagem fazem toda a diferença, dentre elas o estudo direcionado, a resolução de muitas questões e a revisão periódica do conteúdo estudado.

Logo, vamos juntos desbravar as

L

EIS

P

ENAIS

E

SPECIAIS. Aplicarei na sua aprendizagem tudo aquilo que realmente faz a diferença na sua trajetória rumo à tão almejada aprovação.

Conte comigo para você aprender as leis penais de uma maneira leve e descontraída, com muitos exemplos e casos concretos durante o seu curso. Abaixo, você poderá ver como organizamos a aula do seu curso de LEGISLAÇÃO

E

SPECIAL

,

direcionado especialmente para o concurso de provimento dos cargos de

DELEGADO

DA

PC

PB

!

Na aula de hoje vamos estudar o seguinte tópico:

tortura

!

(4)

Como é a nossa primeira aula, faço questão de deixar claro a você, aluno/a, alguns conceitos que serão utilizados em outras aulas e que te deixarão mais familiarizados com a disciplina!

Neste material você encontrará:

Fique à vontade também para me procurar no Instagram ou em meu e-mail. Estarei à disposição para te atender sempre que for necessário:

Curso completo em VÍDEO

teoria e exercícios resolvidos sobre os pontos do edital

Curso completo escrito (PDF)

teoria e MAIS exercícios resolvidos sobre os pontos do edital

Fórum de dúvidas

para você sanar suas dúvidas DIRETAMENTE conosco sempre que precisar

@profsantillo

(5)

Como este curso está organizado

Como eu disse há pouco, vamos estudar o conteúdo exigido no edital lançado para o concurso PC PB. Os tópicos exigidos são os seguintes:

Concurso PC PB – Cargo: Delegado

Disciplina: Legislação Especial

Conteúdo programático: 1 Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei n.º 11.343/2006). 2 Crimes hediondos (Lei n.º 8.072/90). 3 Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei n.º 7.716/89). 4 Apresentação e uso de documento de identificação pessoal (Lei n.º 5.553/68). 5 O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade (Lei n.º 4.898/65). 6 Definição dos crimes de tortura (Lei n.º 9.455/97). 7 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90). 8 Estatuto do idoso (Lei n.º 10.741/2003). 9 Crime organizado (Lei n.º 9.034/95). 10 Escuta telefônica (Lei n.º 9.296/96). 11 Crimes contra o SFN (Lei n.º 7.492/86). 12 Crimes contra a organização do trabalho. 13 Código eleitoral (Lei n.º 4.737/65). 14 Estatuto do desarmamento (Lei n.º 10.826/2003). 15 Execução Penal (Lei n.º 7.210/84). 16 Lei de imprensa (Lei n.º 5.250/67). 17 Código de proteção e defesa do consumidor (Lei n.º 8.078/90). 18 Lavagem de dinheiro (Lei n.º 9.613/95). 19 Crimes contra o meio ambiente (Lei n.º 9.605/98). 20 Juizados especiais (Lei n.º 9.099/96). 21 Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto São José) (Decreto n.º 678/92). 22 Programa de proteção a vítimas e testemunhas (Lei n.º 9.807/99). 23 Identificação Criminal (Lei n.º 10.054/2000). 24 Crimes contra a ordem tributária (Lei n.º 8.137/90). 25 Lei n.º 10.409/2002.

Os tópicos com destaque em vermelho serão ministrados por outros professores!

Para cobrir estes tópicos, o nosso curso está organizado da seguinte forma:

A

ULA

D

ATA

C

ONTEÚDO DO

E

DITAL

00 02/10 9. Lei nº 9.455/1997 e suas alterações (Crimes de tortura).

03/10 Teste de Direção

01 05/10 8. Lei nº 7.716/1989 e suas alterações (Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor).

05/10 Teste de Direção

02 08/10 1. Lei nº 11.343/2006 e suas alterações (Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes). 03 11/10 15. Lei nº 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do

desarmamento).

11/10 Teste de Direção

04 14/10 14. Lei nº 13.869/2019 (Crimes de abuso de autoridade).

05 14/10 Continuação da aula anterior.

(6)

06 17/10 10. Lei nº 9.605/1998 e suas alterações (Crimes contra o meio ambiente).

17/10 Teste de Direção

07 18/10 7. Lei nº 8.072/1990 e suas alterações (Crimes hediondos).

18/10 Teste de Direção

08 21/10

4. Lei nº 8.137/1990 e suas alterações (Crimes contra a ordem econômica e tributária e as relações de consumo). 6. Lei nº 8.176/1991 (Crimes contra a

ordem econômica).

22/10 Teste de Direção

09 25/10 20. Lei nº 9.296/1996 (Interceptação telefônica).

10 29/10 21. Lei nº 12.037/2009 e suas alterações.

30/10 Teste a Sua Direção

11 02/11 27. Lei 10.741/2003 e suas alterações (Crimes cometidos contra idosos).

12 04/11 2. Lei nº 12.850/2013 e suas alterações (Crime organizado).

05/11 Teste de Direção

13 05/11 5. Lei nº 9.613/1998 e suas alterações (Lavagem de dinheiro).

14 07/11 3. Lei nº 7.492/1986 (Crimes contra o sistema Financeiro Nacional).

08/11 Teste de Direção

15 10/11 16 Lei nº 5.553/1968 e suas alterações (Apresentação e uso de documento de identificação pessoal). 16 12/11 17 Lei nº 8.078/1990 e suas alterações (Código de

proteção e defesa do consumidor).

12/11 Teste de Direção

17 14/11 11. Crimes de responsabilidade (Lei nº 1.079/1950 e suas alterações).

18 16/11 11. Crimes de responsabilidade (Decreto-Lei nº 201/1967).

16/11 Teste de Direção

19 19/11 12. Lei nº 11.101/2005 e suas alterações (Crimes falimentares)

20/11 Teste de Direção

20 24/11 13. Lei nº 8.666/1993 e suas alterações (Crimes nas licitações e contratos da administração pública).

(7)
(8)

Lei nº 9.455/1997 (crimes de tortura).

Minhas saudações a você, guerreiro/a!

Hoje vamos prosseguir com o estudo da seguinte lei esparsa exigida pelo edital:

Lei nº 9.455/1997 (Crimes de Tortura)

Trata-se de um tópico bastante explorado pela banca Cebraspe!

Sugiro que se direcione para os seguintes tópicos:

Vamos lá?

CEBRASPE

- O que priorizar?

→ Distinção entre as modalidades do crime de tortura e suas

respectivas penas

→ Causas de aumento de pena

→ Omissão em Tortura

(9)

Noções Gerais

Você, assim como eu, deve imaginar cenas horripilantes quando lê a palavra “tortura” ...

Os métodos de tortura causam dor e/ou sofrimento ao torturado, sendo aplicados ao longo dos séculos com diferentes propósitos: como meio de prova, como fator de intimidação, como aplicação de pena ou castigo e até mesmo para satisfazer o próprio torturador!

Veja só um caso fictício da prática de tortura, extraído do enunciado de uma questão contida na prova para ingresso na carreira de Delegado Federal, cujo concurso foi promovido e organizado pela banca CESPE:

(CESPE – PF – 2018 – Adaptada) Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois

menores. Após breve perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e ameaçaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura.

Como se trata de um ato totalmente repugnante, a Constituição Federal proibiu expressamente a prática da tortura, equiparando-lhe a crime hediondo:

Constituição Federal. Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

(...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Veja que a Constituição Federal não definiu nem tipificou conduta que representasse tortura – o que ela fez foi determinar que o legislador punisse a prática da tortura!

Isso mesmo! A Constituição não criminaliza a conduta, mas “manda” o legislador fazê-lo!

Dito e feito: o Congresso editou o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) que, em um de seus dispositivos, tipificou como o crime a prática de tortura contra crianças e adolescentes:

Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997

(10)

§ 3º Se resultar morte: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :

Pena - reclusão de quinze a trinta anos. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :

Em 1997, entretanto, entra em vigor a Lei nº 9.455/97 – a Lei da Tortura – que, além de revogar o art. 2331 do

ECA e criminalizar a prática da tortura, tipifica a omissão daqueles que deveriam evitá-la ou apurá-la! Vamos iniciar com uma questão:

(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.

O crime de tortura contra pessoa menor de 18 (dezoito) anos não mais se encontra previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

RESOLUÇÃO:

Item corretíssimo. É isso mesmo! A Lei de Crimes de Tortura também se aplica aos atos de tortura praticados contra crianças e adolescentes, tendo revogado expressamente o art. 233 do ECA:

Lei nº 9.455/1997. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da

Criança e do Adolescente.

Crime de Tortura

Como havíamos dito, o crime de tortura foi definido pela Lei nº 9.455/97.

Na realidade, como vamos observar, o crime de tortura comporta várias espécies. Leia comigo: Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

(11)

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Agora vou deixar esses dispositivos bem claros para você, rs. Vamos à primeira espécie do crime de tortura:

Tortura-prova, Tortura Para a Prática de Crime e Tortura Discriminatória (Art. 1º, I)

O art. 1º, inciso I, nos apresenta três modalidades do crime de tortura, as quais se diferenciam apenas pela motivação do agente torturador (dolo específico):

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Vamos agora analisar o núcleo do tipo do crime do art. 1º, inciso I:

Constranger →

o agente obriga a vítima a fazer algo contra a sua vontade, provocando-lhe sofrimento físico e/ou mental e retirando a sua liberdade de autodeterminação.

Para isso, ele deve se valer de dois meios:

Violência

(socos, chutes, choques elétricos, chicotadas, afogamento temporário etc.).

Grave ameaça

(ameaça de morte, de estupro, de lesões etc.)

Quando pensamos em tortura, logo nos vêm à cabeça atos violentos, sanguinários...

Contudo, ATENÇÃO: o crime de tortura pode ser cometido também com o emprego de grave ameaça,

(12)

Além disso, o agente deverá constranger a vítima com a finalidade de alcançar um dos seguintes objetivos, os quais constituem espécies autônomas do crime do art. 1º, II:

A. Para obter

informação, declaração ou confissão

da vítima ou de terceira pessoa

(tortura-prova)

Não importa a natureza da informação que o torturador deseja obter: pode ser pessoal, criminosa, comercial

etc.

Vou te adiantar algo: a consumação do crime de tortura-prova vai ocorrer independentemente do fornecimento da informação, declaração ou confissão pela vítima ou pelo terceiro.

Infelizmente, essa modalidade de tortura está presente na conduta de alguns agentes policiais – ouso dizer que seja a modalidade mais praticada desse crime!

Exemplos:

1) Credor chicoteia o devedor para que ele assine um termo de confissão de dívida

2) Policial militar dá choques no suspeito para que ele confesse a prática de determinado crime.

3) Esposa coloca uma arma na cabeça do filho na presença do marido para que ele confesse traição – típico

caso de tortura para que terceiro confesse.

B. Para provocar ação ou omissão de

natureza criminosa

(tortura para a prática de

crime)

Por meio de violência ou grave ameaça, o agente constrange a vítima a praticar algum crime comissivo ou omissivo.

Exemplos:

1) O chefe de uma organização criminosa tortura um membro para que ele pratique determinado crime. 2) A enfermeira que tortura o colega médico para ele que não preste socorro ao paciente X, inimigo mortal

da profissional da saúde

A vítima

NÃO responderá pela prática do crime

!

Isso porque o torturador, por meio de coação moral irresistível, retira da vítima a exigibilidade de conduta diversa, excluindo a sua culpabilidade.

Veja o que diz o Código Penal:

(13)

C.

Em razão de discriminação racial ou religiosa (tortura discriminatória)

Nesse caso, o agente, mediante sofrimento físico ou mental, provoca sofrimento na vítima levado por sentimento discriminatório, por puro preconceito em razão de sua raça ou de sua religião!

Membros de um grupo racista empregam violência contra uma mulher negra, causando-lhe sofrimento físico, discriminando-a sob o argumento de que “a raça negra é inferior”.

Ao contrário das outras duas espécies, na tortura discriminatória

NÃO

se exige a prática de

nenhuma conduta ou omissão por parte da vítima.

A tortura-discriminação não abrange outros motivos, como preferência política, situação

econômica etc.

Disposições comuns aos crimes do art. 1º, inciso I

Os crimes de tortura do art. 1º, inciso I são formais, ou seja, se consumam com a prática do

constrangimento, pouco importando se o agente atingiu o objetivo pretendido!

Como o crime é formal, não é necessário que o sujeito ativo atinja o objetivo pretendido (obtenção

da informação, declaração ou confissão almejadas (tortura-prova); realização da ação ou omissão criminosa pelo torturado (tortura-crime); ou do comportamento em razão da discriminação racial ou religiosa (tortura-discriminatória).

Trata-se de crimes comuns, pois não se exige condição especial do sujeito ativo!

Isso mesmo! Cuidado especialmente com questões que afirmem ser próprio o crime de tortura para obtenção de informação, declaração ou confissão!

Vimos que ele pode ser cometido tanto pelo particular (inclusive por você!), quanto pelos agentes públicos – incluindo aí os policiais militares, policiais civis, delegados, juízes, promotores de justiça etc.

Não haverá tortura se o agente obrigar a vítima a praticar CONTRAVENÇÃO PENAL!

Isso porque a lei fala expressamente em ação ou omissão de natureza CRIMINOSA. Poderíamos cogitar, no caso, a prática do crime de constrangimento ilegal (Código Penal):

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a

fazer o que ela não manda:

(14)

Resolva comigo esta questão da banca CESPE:

(CESPE – PF – 2009) Julgue os itens seguintes, relativos a crimes de tortura e ambientais.

A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto, pois se o agente, mediante sofrimento físico ou mental, provocar sofrimento na vítima levado por sentimento discriminatório, por puro preconceito em ração de sua raça ou de sua religião, restará configurado o crime de tortura-discriminação:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Olha só uma questão:

(IBFC – PM/BA – 2017) Assinale a alternativa correta considerando as previsões da Lei federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 (Crimes de tortura) sobre a pena aplicável no caso da conduta de constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. a) Detenção, de quatro a oito anos

b) Reclusão, de três a oito anos c) Detenção, de dois a dez anos d) Reclusão, de dois a oito anos e) Reclusão, de cinco a dez anos. RESOLUÇÃO:

A pena prevista para o crime de tortura-prova é de 2 a 8 anos de reclusão: Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Pena - reclusão, de dois a oito anos.

(15)

Veja mais uma questão:

(FCC – MP/PE – 2014 – Adaptado) Quanto aos crimes de tortura, julgue o item abaixo. Todos são classificados como próprios, segundo expressa disposição legal.

RESOLUÇÃO:

Ainda não vimos as outras modalidades, mas podemos considerar o item incorreto: acabamos de estudar três modalidades do crime de tortura que não exigem condição especial do sujeito ativo. São, portanto, comuns os crimes do art. 1º, inciso I, alíneas a, b e c (tortura-prova, tortura para a prática de crime e tortura discriminatória).

Tortura-castigo

Também chamada de tortura-punição, estamos diante da conduta do agente que, por meio de violência ou de grave ameaça, tem por objetivo aplicar:

Castigo

Medida de caráter preventivo

(para evitar comportamentos indesejados)

Submetendo pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade a

INTENSO

sofrimento

FÍSICO

ou

MENTAL

Veja só:

Art. 1º Constitui crime de tortura: (...)

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

A tortura do art. 1º, II é crime próprio, exigindo condição especial do:

Sujeito ativo: só pode ser autor desse crime aquele que tiver a guarda da vítima ou exercer sobre ela algum tipo de poder ou autoridade, momentâneo ou permanente.

Sujeito passivo: por outro lado, só pode ser vítima aquele que está sob a guarda, poder ou autoridade do sujeito ativo!

Exemplos: o pai contra o filho; o professor contra o aluno, o cuidador de idosos contra o idoso,

(16)

O crime de tortura-castigo é caracterizado pelo

INTENSO

sofrimento físico ou mental.

Se o sofrimento causado for leve ou moderado, devemos considerar a ocorrência de outras figuras típicas, como o crime de maus-tratos:

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

Mais uma vez: o intenso sofrimento mental causado para fins de aplicação de castigo ou medida preventiva também configura o crime de tortura-castigo.

Ah, é importante que você visualize as duas elementares dos crimes de tortura do art. 1º:

O dolo específico do crime de tortura-castigo é o animus corrigendi – vontade de aplicar castigo

ou medida preventiva!

Dessa forma, não responderá pelo crime de tortura-castigo o pai que, apenas por sadismo, submete o filho a intenso sofrimento físico mediante o uso de violência.

(17)

Vamos a uma questão do CESPE?

(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes de tortura, julgue o item seguinte.

A babá que, mediante grave ameaça e como forma de punição por mau comportamento durante uma refeição, submeter menor que esteja sob sua responsabilidade a intenso sofrimento mental não praticará crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser acusada apenas de maus tratos. RESOLUÇÃO:

Opa! Veja que a conduta da babá se amolda perfeitamente ao crime de tortura-castigo, pois: Submeteu menor sob sua responsabilidade...

Mediante grave ameaça A intenso sofrimento mental

Como forma de punição por mau comportamento Confere comigo:

Art. 1º Constitui crime de tortura: (...)

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso

sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos. Item incorreto.

Tortura do Preso ou de Pessoa Sujeita à Medida de Segurança

Trata-se da conduta daquele que sujeita o preso ou pessoa que cumpre medida de segurança a determinado comportamento não previsto em lei, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. (...)

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

O crime do art. 1º, §1º

não exige uma finalidade específica

, bastando o dolo simples para a sua

configuração.

(18)

Ao contrário das outras modalidades de tortura que vimos,

NÃO

é necessário haver o emprego

de violência ou grave ameaça.

A vítima será submetida a sofrimento físico ou mental pela prática de ato não previsto em lei ou

não resultante de medida legal!

É o caso do carcereiro que submete o preso a cela escura ou solitária ou que deixa o preso sem alimentos por vários dias.

Além disso, o carcereiro também responderá por esse crime quando colocar o preso em regime disciplinar diferenciado sem autorização judicial.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, embora normalmente figurem como autores o

carcereiro, o agente penitenciário, o diretor do estabelecimento prisional etc.

Contudo, o crime é considerado próprio em relação ao sujeito passivo, que deverá ser sempre pessoa presa ou sujeita a medida de segurança!

Exemplo: pode ser sujeito ativo desse crime um grupo de presos que submete outro detento, que pertence

à facção rival, a sofrimento físico e mental.

Vamos de CESPE?!

(CESPE – PC/ES – 2011) Com relação à legislação especial, julgue o item que se segue.

No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo objetivo.

RESOLUÇÃO:

É isso aí! O crime do art. 1º, §1º não exige uma finalidade específica, bastando o dolo simples de praticar a conduta descrita no tipo objetivo para a sua configuração:

Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. (...)

(19)

Como o meu maior desejo é a sua aprovação, montei um quadro-resumo com as principais características das modalidades de tortura que estudamos até aqui:

Sujeito Ativo e

Passivo

Meio de

execução

Resultado

Finalidade

(Dolo Específico)

Art. 1º, inc I Crime comum Qualquer pessoa Violência ou grave ameaça Sofrimento físico ou mental a) Tortura-prova b) Tortura para a prática

de crime

c) Tortura-discriminação

Art. 1º, inc II

(Tortura-castigo)

Crime próprio Sujeito ativo E passivo

(relação de guarda, poder ou autoridade) Violência ou grave ameaça INTENSO sofrimento físico ou mental Aplicação de castigo ou medida de caráter preventivo Art. 1º, § único (tortura do preso)

Crime próprio quanto ao sujeito passivo, que deve

ser preso ou cumprir medida de segurança.

Prática de ato não previsto em lei ou em medida legal

Sofrimento físico

ou mental

NÃO

exige finalidade

específica

Veja como é importante a compreensão do esqueminha com uma questão da banca CESPE: (CESPE – DEPEN – 2013) Em cada um dos itens de 33 a 36 é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base no disposto na Lei n.º 4.898/1965 e na Lei n.º 9.455/1997.

Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar.

Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou grave ameaça contra José.

RESOLUÇÃO:

Fica evidente que o agente cometeu o crime de tortura contra o preso, que não exige o emprego de violência ou grave ameaça para a sua configuração; na realidade, basta a prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal (permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que

(20)

Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa PRESA ou sujeita a MEDIDA DE SEGURANÇA à sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. (...)

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Professor, ele não cometeu o crime de tortura-castigo?

Não, pois não houve o emprego de violência ou de grave ameaça, elementares desta modalidade de tortura:

Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou

medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos. Item correto.

Mais uma questão da banca CESPE:

(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes de tortura, julgue o item seguinte.

O crime de tortura admite qualquer pessoa como sujeitos ativo ou passivo; assim, pelo fato de não exigirem qualidade especial do agente, os crimes de tortura são classificados como crimes comuns. RESOLUÇÃO:

De uma forma geral, o crime de tortura pode ser cometido tanto por particulares como por agentes públicos, sendo, em regra, comum.

Contudo, quando a banca coloca no “bolo” os crimes de tortura, no plural, subentende-se que ela esteja incluindo também as modalidades específicas do crime de tortura-castigo e do tortura do preso, que exigem uma qualidade especial dos sujeitos ativos e/ou passivos, o que torna a questão incorreta.

Omissão em Tortura ou Tortura-omissão

Vimos, bem no comecinho da nossa aula, que a Constituição Federal estabeleceu que responderá também pela prática da tortura aquele que se omitiu, quando poderia tê-la evitado!

A Lei nº 9.455/97 foi além e determinou o seguinte:

(21)

É sujeito ativo do crime de omissão em tortura:

O agente que tinha o

dever de EVITÁ-LA

(omissão imprópria)

Temos aqui um típico caso de crime comissivo por omissão, em que será responsabilizado criminalmente o agente que figura na qualidade de garantidor da integridade da vítima e que, sendo possível, deveria ter agido para evitar a tortura contra ela, mas não o fez.

Exemplo: Eduardo passou a morar com Marilene, que possuía 3 filhas de outro pai.

Eduardo, exercendo autoridade sobre as meninas, passou a lhes aplicar um método de correção cruel, amarrando-as em uma árvore e queimando partes do corpo com cigarros em brasa.

Mesmo estando a par de toda essa crueldade, a mãe das vítimas deixou de tomar qualquer providência para evitar o resultado.

Quero que você perceba que Marilene será punida (detenção, de 1 a 4 anos) não por efetivamente ter praticado ato de tortura, mas por ter se omitido, permitindo que o outro a realizasse!

O agente que tinha o

dever de APURÁ-LA

(omissão própria)

Nesse caso, o agente ficou da sabendo da tortura, mas “deu de ombros” e, mesmo devendo, não determinou a sua apuração e investigação.

Exemplo: a mãe de um suspeito relatou ao Delegado de Polícia que um dos agentes lotados na delegacia

praticou tortura contra o seu filho.

Se a autoridade policial tomar conhecimento do fato e não determinar a investigação para a apuração da prática do crime, ela responderá pelo crime do art. 1º, §2º.

ATENÇÃO! A omissão em tortura

NÃO

é crime equiparado a hediondo!

Isso porque a Constituição Federal equiparou a crime hediondo a PRÁTICA da tortura, o que não se observa no crime do art. 1º, §2º!

(22)

Resolve pra mim esta questão CESPE:

(CESPE – PC/GO – 2016 – Adaptada) À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes de tortura, julgue o item seguinte.

O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe é subordinado, não impedindo que este torture preso que esteja sob a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao torturador.

RESOLUÇÃO:

É isso aí! Muito embora não seja punido com a pena dos crimes de tortura (reclusão, de dois a oito anos), o delegado estará sujeito à pena do crime de omissão em tortura, cuja pena é mais branda: Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

Veja mais uma questão:

(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.

O agente que deixa de agir em face do crime de tortura, quando era possuidor do dever jurídico de apurar o ilícito ou de evitar o seu advento, incorre na pena de 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção. RESOLUÇÃO:

É isso mesmo! O item enunciou corretamente o crime de omissão em tortura, cuja pena prevista é de 1 a 4 anos de detenção.

Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de EVITÁ-LAS ou

APURÁ-LAS, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

(23)

Formas Qualificadas

A Lei nº 9.455/97 estabeleceu dois resultados que aumentam a pena prevista em abstrato para o crime de tortura, tornando-a mais grave que a modalidade simples:

Art. 1º (...) § 3º Se resulta lesão corporal de natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta MORTE, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Professor, quer dizer então que se o agente tem a intenção de tortura e matar, ele vai responder pela tortura

qualificada?

NÃO!

O § 3º é uma forma preterdolosa do crime de tortura!

Isso quer dizer que, nas formas qualificadas pelo resultado, o dolo ou a vontade do agente é de somente torturar a vítima – as lesões ou a morte decorrem de culpa, ou seja, o agente não as queria!

Se o agente queria praticar tortura como meio de provocar a morte da vítima, ele poderá responder pela prática do crime de homicídio qualificado pela tortura, cuja pena é bem mais “salgada”: reclusão, de 12 a 30 anos!

CÓDIGO PENAL

Homicídio qualificado

Art. 121 (...) § 2° Se o homicídio é cometido:

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

(24)

Questão da banca CESPE:

(CESPE – TJDFT – 2014 – Adaptada) Considerando a lei de trata da tortura, julgue o item abaixo. O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima é punível conforme as penas previstas para esse delito, acrescidas das referentes ao delito de lesão corporal grave ou gravíssima.

RESOLUÇÃO:

O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima será punido a título de tortura preterdolosa, cuja pena em abstrato é de reclusão, de 4 a 10 anos:

Art. 1º (...) § 3º Se resulta lesão corporal de natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, a pena é de reclusão de quatro a

dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Item incorreto.

Causas de Aumento de Pena

A Lei de Tortura estabeleceu algumas causas que fazem aumentar a pena de um sexto a um terço: Art. 1º (...) 4º Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO:

I - se o crime é cometido por agente público;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;

III - se o crime é cometido mediante sequestro.

Dentre essas causas, a do inciso I merece alguns comentários:

Tortura cometida por agente público

Vimos que, de forma geral, não se exige do sujeito ativo do crime de tortura a condição de agente público – ela será causa de aumento de pena!

É considerado agente público o funcionário público do art. 327 do Código Penal:

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

Questão!

(FCC – AGEPEN/BA – 2010) NÃO constitui causa de aumento da pena prevista para o crime de tortura ser este cometido

(25)

d) por agente público.

e) contra pessoa sob custódia do Estado. RESOLUÇÃO:

Dentre as hipóteses apresentadas, a única que não aumenta a pena do crime de tortura é a da alternativa ‘e’ – cometido contra pessoa sob custódia do Estado.

Art. 1º (...) 4º Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO: I - se o crime é cometido por agente público;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60

(sessenta) anos;

III - se o crime é cometido mediante sequestro. Resposta: e) Vamos esquematizar?

Causas de

Aumento

de Pena

1/6

a

1/3

Cometido por Agente Público

Cometido

Contra

CRIANÇA GESTANTE PORTADOR DE DEFICIÊNCIA ADOLESCENTE MAIOR DE 60 ANOS

(26)

Efeitos da Condenação

Além de ver a sua pena aumentada de 1/6 a 1/3, o agente público que for condenado pelo crime de tortura “sentirá na pele” os seguintes efeitos:

Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a PERDA do cargo, função ou emprego público e a INTERDIÇÃO para seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada.

É muito importante que você memorize o esquema abaixo, pois o §5º é muito cobrado em provas:

É isso aí: a condenação do agente público pela prática de tortura deixa clara a grave violação de seus deveres funcionais, de forma que a sociedade e o Estado perderam totalmente a sua confiança!

Por esse motivo, além de ser “extirpado” da Administração Pública, a Lei de Tortura ainda estabelece contra ele a impossibilidade de ocupação de qualquer cargo público (em sentido amplo) pelo DOBRO do prazo da pena aplicada – policial militar condenado a 6 anos de reclusão por praticar tortura: ele vai perder

o seu cargo e vai ficar proibido de ingressar nos quadros da Administração Pública pelo prazo de 12 anos!

ATENÇÃO!

Para o STJ, a perda do cargo, função ou emprego público é

EFEITO

AUTOMÁTICO

da condenação pela prática do crime de tortura!

Sendo assim, não é necessário que o juiz fundamente de forma concreta para que tal efeito seja aplicado! RECURSO ESPECIAL. PENAL. TORTURA. POLICIAL MILITAR. PERDA DO CARGO PÚBLICO.

EFEITO AUTOMÁTICO. VIOLAÇÃO DOS DEVERES FUNCIONAIS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, PROVIDO. (...) 3. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, uma vez reconhecida a prática do crime de tortura, de acordo com a legislação especial aplicável a este delito, a perda do cargo público é efeito automático e obrigatório da condenação. 4. Embora fosse dispensável na hipótese, o Juízo de origem fundamentou concreta e pormenorizadamente a necessidade da imposição da sanção de perda do cargo público em razão da violação dos deveres do funcionário estatal (policial militar) para com a Administração Pública. (STJ, REsp nº 1.762.112/MT - 2018/0218898-8)

Efeitos da

Condenação

PERDA

do cargo/emprego/função pública

INTERDIÇÃO

para o

seu exercício

pelo

DOBRO

(2x)

da pena

(27)

Veja só uma questão:

(IBFC – PM/PB – 2018 – Adaptada) Com relação ao crime de tortura, julgue o item abaixo.

Para que a condenação por crime de tortura possa importar na perda do cargo público, o juiz deve fazer constar tal efeito na sentença condenatória.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto, pois a perda do cargo, função ou emprego público é EFEITO AUTOMÁTICO da condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessário que o juiz o aplique, de forma fundamentada, na sentença.

Outras disposições

O §6º estabeleceu algumas vedações:

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

Bom, esse dispositivo vai ao encontro do que estabelece a Constituição Federal e a Lei de Crimes Hediondos (não se esqueça de que a prática da tortura é crime equiparado a hediondo):

Constituição Federal. Art. 5º (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Lei de Crimes Hediondos. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

Professor, a Lei da Tortura não veda a concessão do indulto...

O STF entende que a palavra “graça”, na Constituição Federal, abrange o indulto!

Confere aí a decisão:

O inciso I do art. 2º da Lei n. 8.072/90 retira seu fundamento de validade diretamente do art. 5º, XLII, da Constituição Federal. III — O art. 5º, XLIII, da Constituição, que proíbe a graça, gênero do qual o indulto é espécie, nos crimes hediondos definidos em lei, não conflita com o art. 84, XII, da Lei Maior.

STF — HC 90.364, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 31/10/2007, public. 30/11/2007, p. 29).

(28)

Além disso, o §7º determina que o condenado por tortura (exceto por tortura imprópria ou omissiva) deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado:

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

O STF e STJ entendem que não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o

cumprimento da pena em regime fechado.

Assim, o juiz deverá levar em conta as circunstâncias judiciais para estabelecer o regime inicial de cumprimento da pena, que poderá ser o aberto, o semiaberto ou o fechado.

DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA.

(29)

Por fim, temos duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, já que a Lei de Tortura será aplicada até mesmo a atos de tortura praticados no exterior, desde que:

A vítima seja brasileira

OU

O agente esteja em local sujeito à jurisdição brasileira

Pelo princípio da territorialidade, a lei brasileira deve ser aplicada aos crimes cometidos no

território nacional.

Contudo, a Lei nº 9.455/97 será aplicada nos casos em que o crime de tortura não for cometido no Brasil, mas a vítima é brasileira, ou quando o crime não for cometido no Brasil, mas o torturador vem “passar férias” no Brasil.

Confere:

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

Resolva esta questão CESPE:

(CESPE – MPCE – 2020) A respeito da Lei de Crimes de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), julgue o próximo item.

A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência mesmo sobre crimes que tenham sido cometidos fora do território nacional, estabelece hipótese de extraterritorialidade incondicionada.

(30)

RESOLUÇÃO:

Amigo/a, muito embora a regra seja a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no território brasileiro, o nosso sistema escolheu algumas situações em que há maior nível de reprovação, as quais é aplicada a legislação brasileira nos crimes praticados em outro território.

A Lei de Tortura prevê duas hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, tendo em vista que será aplicada aos crimes de tortura cometidos no exterior sem a exigência de qualquer outra condição: → quando a vítima for brasileira OU

→ quando o agente estiver em local sujeito à jurisdição brasileira (existe, neste último caso, polêmica

quanto à natureza da extraterritorialidade: se condicionada ou incondicionada – contudo, a maioria doutrinária adota a última corrente).

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira OU encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

Mesmo se desconsiderássemos a polêmica, a questão permaneceria correta, eis que a lei efetivamente adotou hipótese de extraterritorialidade incondicionada.

Assim, nosso item está correto.

Veja comigo esta questão para encerrarmos nossa aula!

(FGV – PC/RJ – 2009) Com relação ao crime de tortura, previsto na Lei 9.455/97, analise as afirmativas a seguir:

I. A condenação pelo crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

II. Constitui crime de tortura submeter alguém sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso sofrimento mental como forma de aplicar medida de caráter preventivo.

III. O disposto na Lei de Tortura (Lei 9.455/97) aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira.

Assinale:

a) se nenhuma afirmativa estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

RESOLUÇÃO:

Vamos analisar as afirmativas:

(31)

Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a PERDA do cargo, função ou emprego público e a INTERDIÇÃO para

seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada.

II. Também está correta, pois a grave ameaça e o intenso sofrimento mental configuram a tortura-castigo, se cometida contra pessoa sob guarda do agente:

Art. 1º (...) II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. III. Perfeito! A Lei nº 9.455/97 também se aplica aos casos de tortura cometidos no exterior contra vítima brasileira:

Todas as afirmativas estão corretas.

(32)

Lista de Questões

1.

(CESPE – DEPEN – 2021)

Com base na legislação especial, julgue o próximo item.

O crime de tortura é inafiançável, devendo o condenado por esse crime iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

2.

(CESPE – PRF – 2021)

A respeito da identificação criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue.

Praticam o crime de tortura policiais rodoviários federais que, dentro de um posto policial, submetem o autor de crime a sofrimento físico, independentemente de sua intensidade.

3.

(CESPE – PRF/CFO – 2020)

No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir.

Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada cometendo infração, praticar intencionalmente algum ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa conduta poderá ser caracterizada como tortura.

4.

(CESPE – PF – 2018)

Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item que se segue.

A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.

5.

(CESPE – PM/DF – 2010)

Julgue os próximos itens, relativos aos crimes hediondos e à definição dos crimes de tortura.

Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, ainda que de terceira pessoa.

6.

(CESPE – PM/DF – 2010)

Em relação às normas penais especiais, julgue o item subsecutivo. O delito de tortura também pode ser praticado na forma omissiva.

7.

(CESPE – PC/PE – 2016)

(33)

abordagem, verificaram que José portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o celular e, à medida que José negava que o celular lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua mochila, começou a receber empurrões do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no chão e começou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, José foi colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por horas com ele, com o intuito de descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente levando-o para a delegacia no dia seguinte.

Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade e dos crimes hediondos,

a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime de lesão corporal. b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e lesão corporal.

c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminuição de pena. d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo.

e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança.

8.

(CESPE – DEPEN – 2015)

Com base na Lei Antitortura e na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária, colocou em perigo a

saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina, com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento. ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.

9.

(CESPE – Polícia Federal – 2004)

Em cada um do item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves conseqüências caso não entregasse imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave.

10.

(CESPE – PCDF – 2013)

Julgue o item que se segue, acerca da legislação especial criminal.

O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura.

11.

(CESPE – DEPEN – 2013)

(34)

Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida função pelo prazo de seis anos.

12.

(CESPE – TJDFT – 2013)

A respeito dos crimes contra a fé pública, contra a administração pública, de tortura e de abuso de autoridade, julgue os itens subsecutivos.

O crime de tortura é considerado crime comum, uma vez que não se exige qualidade ou condição especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa pode ser considerada sujeito ativo desse crime.

13.

(CESPE – PC/BA – 2013)

Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado de polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e mental.

Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente. O delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura somente pode ser praticado de forma comissiva.

14.

(CESPE – PC/BA – 2013)

Considerando a situação hipotética da questão anterior e o disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente.

Para a comprovação da materialidade da conduta do policial, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito que confirme as agressões sofridas por Luciano.

15.

(CESPE – PF – 2012)

A respeito das leis especiais, julgue os itens a seguir.

O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá automaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante motive a perda do cargo.

16.

(CESPE – TJAC – 2012)

(35)

Suponha que João, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta Sebastião, com emprego de violência, a contínuo e intenso sofrimento físico, provocando-lhe lesão corporal de natureza gravíssima. Nessa situação, João deverá responder pelo crime de tortura e, se condenado, deverá cumprir a pena em regime inicial fechado.

17.

(CESPE – MPU – 2010)

Com relação aos crimes de tortura, julgue os próximos itens. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

18.

(CESPE – PCES – 2009)

No que tange aos crimes de tortura, julgue o item subseqüente.

O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena.

19.

(CESPE – PCPB – 2009 – Adaptada)

César, oficial da Polícia Militar, está sendo processado pela prática do crime de tortura, na condição de mandante, contra a vítima Ronaldo, policial militar. César visava obter informações a respeito de uma arma que havia sido furtada pela vítima.

Considerando a situação hipotética acima e a lei que define os crimes de tortura, julgue a assertiva abaixo. O tipo de tortura a que se refere a situação mencionada é a física, pois a tortura psicológica e os sofrimentos mentais não estão incluídos na disciplina da lei que define os crimes de tortura.

20.

(CESPE – DPE/BA – 2010)

Com base no direito penal, julgue o item que se segue.

Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu, no ordenamento jurídico brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob a jurisdição nacional.

21.

(CESPE – MP/RR – 2008)

No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa à tortura.

(36)

Nessa situação, o delegado praticou o crime de tortura, de forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, automaticamente, a perda do cargo.

22.

(CESPE – TJRR – 2006 – Adaptada)

Acerca da Lei n.º 9.455/1997, que define os crimes de tortura, julgue o item seguinte.

O crime de tortura visando a obtenção de informação, declaração ou confissão da vítima é crime próprio, pois somente pode ser cometido por agentes públicos.

23.

(CESPE – TJRR – 2006 – Adaptada)

Acerca da Lei n.º 9.455/1997, que define os crimes de tortura, julgue o item seguinte.

A denominada tortura para a prática de crime ocorre quando o agente usa de violência ou grave ameaça para obrigar a vítima a realizar ação ou omissão de natureza criminosa. Assim, essa forma de tortura não abrange a provocação de ação contravencional.

24.

(CESPE – PF – 2004)

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Como forma de punir um ex-membro de sua quadrilha que o havia delatado à polícia, um traficante de drogas espancou um irmão do delator, em plena rua, quando ele voltava do trabalho para casa. Nessa situação, o referido traficante praticou crime de tortura.

25.

(CESPE – PF – 2004)

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Um agente penitenciário submeteu a intenso sofrimento físico um preso que estava sob sua autoridade, com o objetivo de castigá-lo por ter incitado os outros detentos a se mobilizarem para reclamar da qualidade da comida servida na penitenciária. Nessa situação, o referido agente cometeu crime inafiançável.

26.

(FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015)

No que diz respeito à legislação penal extravagante, segundo entendimento do STJ e do STF, julgue o item. Pratica crime de tortura o agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua autoridade, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de meios de correção ou disciplina.

27.

(FUNIVERSA – AGEPEN/DF – 2015)

Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item que se segue.

(37)
(38)

Questões Comentadas Pelo Professor

1.

(CESPE – DEPEN – 2021)

Com base na legislação especial, julgue o próximo item.

O crime de tortura é inafiançável, devendo o condenado por esse crime iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

RESOLUÇÃO:

Questão polêmica! Como a banca exigiu o julgamento do item “com base na legislação especial”, devemos nos ater ao que diz a letra da lei.

No caso, sobre o regime inicial de cumprimento da pena pelo crime de tortura, a Lei nº 9.455/1997 afirma que o condenado por esse crime deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

Além disso, o crime de tortura é inafiançável, de modo que a assertiva está correta. Art. 1º (...) § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Resposta: C

2.

(CESPE – PRF – 2021)

A respeito da identificação criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue.

Praticam o crime de tortura policiais rodoviários federais que, dentro de um posto policial, submetem o autor de crime a sofrimento físico, independentemente de sua intensidade.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto. Poderíamos considerar, em tese, a prática do crime de tortura-castigo, mas falta à conduta um elemento para a sua configuração: a submissão do sujeito passivo a INTENSO sofrimento físico, como forma de aplicar castigo pessoal.

Art. 1º Constitui crime de tortura:

II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

(39)

Convenhamos… O fato de estar dentro de um posto policial da PRF não significa que o autor do crime necessariamente estava preso.

Art. 1º (...) § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

Resposta: E

3.

(CESPE – PRF/CFO – 2020)

No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir.

Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada cometendo infração, praticar intencionalmente algum ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa conduta poderá ser caracterizada como tortura.

RESOLUÇÃO:

Isso mesmo! O crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua prática mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que diga respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa.

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

Resposta: C

4.

(CESPE – PF – 2018)

Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item que se segue.

A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto, pois a prática de tortura resulta na perda do cargo, função ou emprego público, bem como na interdição para o seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada:

Art. 1º (...) § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

(40)

5.

(CESPE – PM/DF – 2010)

Julgue os próximos itens, relativos aos crimes hediondos e à definição dos crimes de tortura.

Considera-se tortura constranger alguém com grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, ainda que de terceira pessoa.

RESOLUÇÃO:

Vimos que o crime de tortura não exige, necessariamente, a utilização de meios físicos, sendo possível a sua prática mediante grave ameaça da qual resulte sofrimento mental e com o objetivo de obter informação que diga respeito ao próprio torturado e/ou à terceira pessoa.

Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever de evitar ou de apurar a sua prática:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Dessa forma, a nossa assertiva está correta, pois de acordo com art. 1º, I, a). Resposta: C

6.

(CESPE – PM/DF – 2010)

Em relação às normas penais especiais, julgue o item subsecutivo. O delito de tortura também pode ser praticado na forma omissiva.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! Vimos que o crime de tortura também prevê a figura omissiva, a qual recai sobre aquele que tinha o dever de evitar ou de apurar a sua prática:

Art. 1º (...) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

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