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O uso de histórias em quadrinhos/texto ilustrado como material paradidático no ensino de biologia celular e genética

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Academic year: 2021

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Jose Luan de Carvalho

O USO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS/TEXTO ILUSTRADO COMO

MATERIAL PARADIDÁTICO NO ENSINO DE BIOLOGIA CELULAR E

GENÉTICA

CAMPINAS 2019

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Jose Luan de Carvalho

O USO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS/TEXTO ILUSTRADO

COMO MATERIAL PARADIDÁTICO NO ENSINO DE BIOLOGIA

CELULAR E GENÉTICA

Dissertação apresentada ao Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Ensino de Biologia, na Área de Ensino de Biologia.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE A VERSÃO FINAL DA DISSERTÃÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO JOSE LUAN DE CARVALHO, E ORIENTADA PELO PROF. DR. HERNANDES FAUSTINO DE CARVALHO.

Orientador: Dr. Hernandes Faustino de Carvalho

CAMPINAS 2019

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Campinas, 29/07/2019.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Hernandes Faustino de Carvalho

Prof.ª. Dr.ª Juliana Rink

Prof. Dr. Domingos da Silva Leite

Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata de Defesa, que se encontra no processo de vida acadêmica do aluno.

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Gratidão a Deus pela força, coragem e perseverança que me foi dada. Gratidão a Nossa Senhora Aparecida que nos momentos difíceis não me deixou desistir em meio às dificuldades que apareceram no caminho

Aos meus amados e prestativos pais, Juarez e Laudenice por me ajudarem em toda minha vida. Eles são importantes na formação de meu caráter, me ensinando a importância da educação para mudar a vida de uma pessoa pobre. Ao meu irmão Alan Jose de Carvalho, que esteve presente comigo no exame de seleção e na defesa da dissertação

A toda minha família em especial para minha querida avó Irene, que sempre me incentivaram e apoiaram em todas as dificuldades.

Ao professor Dr. Hernandes Faustino de Carvalho, meu orientador, que agradeço pela paciência, apoio e ensinamentos.

E por fim, a todos que colaboraram diretamente e indiretamente de alguma forma para a concretização desta pesquisa, muito obrigado!

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. Paulo Freire

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é de suma importância para a vida do estudante, porque esses conteúdos estão presentes no cotidiano. Esse trabalho teve como objetivo analisar e apresentar as conexões e interseções entre a biologia celular e a genética presentes no livro didático apresentando o conteúdo através de uma apostila paradidática e histórias em quadrinhos/texto ilustrado criadas pelos alunos do ensino médio da Escola Estadual Pedro Moreira Matos, como uma alternativa de material paradidático na prática pedagógica aos professores de biologia do ensino médio visando contribuir no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Uma das estratégias paradidáticas adotas neste trabalho foi a utilização de uma apostila elaborada com os conteúdos de Meiose e Segunda Lei de Mendel junto com um roteiro para elaboração de histórias em quadrinhos (HQs)/texto ilustrado pelos alunos no auxílio de seu aprendizado, fazendo um comparativo da efetividade desse material no ensino de biologia celular e genética. Com os resultados observados da análise dos livros didáticos foi concluído que mesmo com carências referentes a conteúdo, contextualização, interdisciplinaridade e cotidiano do estudante, os livros aqui analisados desempenham um importante papel no meio escolar por serem muita das vezes o único material de apoio do professor e do estudante no processo de ensino-aprendizagem. Podemos concluir que os potenciais das atividades com HQs servem para motivar os alunos a aprender de forma criativa e não reprodutiva. A utilização de HQs contribui para a motivação discente ao proporcionar situações de aprendizagens distintas da rotina que estavam acostumados a realizarem em outras disciplinas, isso favoreceu que os sujeitos dessem novos sentidos para o processo de ensino e aprendizagem, potencializando os seus motivos para aprender, valorizando aspectos característicos da atividade realizada.

Palavras-chaves: Histórias em quadrinhos/texto ilustrado; Ensino de biologia celular e genética; Material paradidático.

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Abstract

The importance of studying and understanding cellular and genetic biology in high school is of paramount importance to the student's life, because these contents are present in everyday life. This work had the objective of analyzing and presenting the connections and intersections between cellular biology and genetics present in the didactic book presenting the contents through a paradídática handbook and comic books / illustrated text created by the high school students of the Pedro Moreira Matos State School , as an alternative of paradidático material in the pedagogical practice to the teachers of biology of the secondary education aiming to contribute in the process of teaching and learning of the students. One of the paradoxical strategies adopted in this work was the use of an elaborate handout with the contents of Meiosis and Mendel's Second Law along with a comic book script (HQs) / illustrated text by the students in aid of their learning, making a comparative study of the effectiveness of this material in the teaching of cellular biology and genetics. With the observed results of the analysis of textbooks we can conclude that even with deficiencies related to content, contextualization, interdisciplinarity and daily life of the student, the books analyzed here play an important role in the school environment because they are often the only support material of the teacher and the student in the teaching-learning process. We can conclude that the potentials of HQ activities serve to motivate students to learn creatively rather than reproductively. The use of comics contributes to student motivation by providing learning situations that are different from the routine they were used to in other disciplines, this allowed the subjects to give new meanings to the teaching and learning process, enhancing their motives for learning, valuing aspects of the activity.

Keywords: Comic books / illustrated text; Teaching of cell biology and genetics; Paradidatic material.

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Relato ... 10 Introdução ... 11 Objetivos ... 13 Material e Métodos ... 14 Resultados e Discussão ... 17 Conclusão ... 46 Referências ... 49 Apêndice 1 ... 53 Apêndice 2 ... 78 Apêndice 3 ... 80 Apêndice 4 ... 84 Apêndice 5 ... 88 Apêndice 6 ... 92 Anexo 1... 96 Anexo 2... 98 Anexo 3... 100 Anexo 4... 104 Anexo 5... 113 Anexo 6... 115

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RELATO

No ano de 2017, quando vi o edital do ProfBio pelo Facebook, naquele momento percebi que poderia melhorar a minha prática pedagógica e o processo de ensino e aprendizagem dos meus alunos. O edital aberto e a oportunidade de estudar na Unicamp me deram forças para estudar para o exame de seleção. Sendo professor da rede pública as oportunidades de formação continuada são praticamente inexistentes, a iniciativa do governo de ofertar um programa de mestrado profissional para professores pôde me dar oportunidade para hoje ser um Mestre em Ensino de Biologia. Todo o processo desde o exame de seleção até a defesa da dissertação foram momentos importantes e de muito aprendizado e desafios. As disciplinas do curso foram ministradas por excelentes professores e materiais de extrema qualidade auxiliaram muito no meu aprendizado. As práticas que foram feitas em sala de aula também adaptei para o meu ambiente escolar para a realidade do meu estudante. Os conhecimentos adquiridos e experiências vivenciadas foram únicas que levarei para toda minha vida. O aprendizado que recebi está sendo muito útil para a minha prática pedagógica, ensino com maior confiança e solidez, uso o conhecimento que recebi em prol do meu estudante que é o protagonista do processor de ensino-aprendizado. Tenho muito que agradecer pela oportunidade, pelos professores, pela universidade, orientador e todos os outros que direta ou indiretamente foram responsáveis pela minha conquista da realização de um sonho.

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Introdução

A grande quantidade de conteúdos de biologia trabalhados no ensino médio e o tempo disponível para as aulas dificultam o desenvolvimento de alguns temas complexos e aprendizado dos estudantes. O que acontece é que o aluno é bombardeado por vários conteúdos em um pequeno intervalo de tempo, não conseguindo assimilar de forma efetiva o conteúdo ministrado. As aulas de biologia tornam-se apresentações mecanizadas, memorização de nomes e processos sem significado na vida do estudante, que esquecem tudo depois das provas, abandonando conhecimentos que poderiam ser úteis para o resto da vida. No ensino de biologia celular isso também pode ser observado. Segundo Rossetto (2010), no ensino de biologia celular a maioria das aulas são teóricas, dialogadas e ilustradas por micrografias e ultramicrografias em imagens apresentadas em livros, ou alguns filmes que apresentam animações e que não são suficientes para auxiliar a compreensão do assunto, mantendo o aluno na passividade, ou seja, o aluno apenas recebe informações sem interagir com ela. Os estudantes do ensino médio sabem muito pouco sobre genética devido a um despreparo dos professores que apresentam dificuldade na hora de passar os conteúdos. Outro motivo para essa ausência de conhecimento sobre genética vem da falta de associação desses conteúdos com outras áreas da biologia como por exemplo a biologia celular. Segundo Barros et al. (2008), a compreensão dos princípios básicos da genética é fundamental para que nossos estudantes estejam preparados para opinar de modo consciente frente às inovações introduzidas por essa ciência na sociedade. Para que o aprendizado seja efetivo é necessário que os conteúdos tenham significado na vida do estudante, associando esse conhecimento com a realidade do aluno. O ensino de genética reveste-se de importância pelo fato de que uma série de tópicos da biologia toma como base os conceitos de herança e o entendimento do fluxo gênico, como é o caso do estudo da evolução e da diversidade dos seres vivos (JIMENÉZ ALEXANDRE, 1992; BANET; AYUSO, 2003).

Uma maneira de minimizar a mecanicidade do sem significado é a atuação do professor na produção de estratégias didáticas e paradidáticas que aproximem o aluno do conhecimento por meio de materiais de interesse dos estudantes. Ao abordar o ensino de Biologia Celular, Linhares e Taschetto (2011) argumentam que apesar de a célula ter dimensões microscópicas é necessário propor diferentes formas de apresentar este conteúdo, levando o aluno a gostar e se interessar, reconhecendo sua importância para o entendimento da vida. Desde o momento que surgiu um dos primeiros microscópios a imagem preliminar observada por Robert Hooke e denominada por ele de célula, em 1665, tornou-se de grande importância no âmbito das Ciências Biológicas e Biomédicas (DE ROBERTIS, 2003).

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O professor terá que adaptar suas aulas tendo como foco o estudante sendo ele o protagonista da aprendizagem utilizando de seus conhecimentos prévios e a sua realidade como base para produzir estratégias didáticas dando significado ao processo de ensino aprendizagem. A ideia de utilizar histórias em quadrinhos (HQs)/texto ilustrado como estratégia didática é de suma importância. Vergueiro (2004, p. 26) afirma que o único limite para o bom aproveitamento das HQ em sala de aula é a criatividade do professor e a sua capacidade de bem utilizá-las para atingir seus objetivos de ensino. Segundo Pizzarro (2009), a ausência de propostas para uma metodologia que envolva quadrinhos e conteúdos científicos abre uma lacuna a ser preenchida por pesquisadores e professores que desejam se aventurar em práticas que fomentem propostas plausíveis de aproveitamento deste material para a divulgação e educação cientifica. A possibilidade de utilizar histórias em quadrinhos como veículos de transmissão e discussão de temas específicos em sala de aula, através de uma aprendizagem lúdica e agradável aos alunos, motivando-os para os conteúdos das aulas, aguçando a curiosidade e desafiando seu senso crítico (RAMA: VERGUEIRO. et al, 2004). Segundo Banti (2012), o uso de HQs diretamente relacionados com o ensino de ciências biológicas melhora a compreensão de termos e conceitos em razão dos seus conteúdos, pois abordam conteúdos formais de ensino e podem servir como texto base para o professor introduzir um tema.

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Objetivos

Objetivo Geral

Desenvolver um material paradidático procurando apresentar as conexões e interseções entre a biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel), utilizando o uso de material ilustrado e HQ, demonstrando a inexistência de barreiras disciplinares impostas nos livros didáticos, auxiliando assim o trabalho do professor e o aprendizado dos alunos do ensino médio.

Objetivo Específico

 Analisar os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel) abordados no livro didático do ensino médio.

 Apresentar uma abordagem multidisciplinar sobre os conteúdos de meiose e genética no ensino médio.

 Relação entre biologia celular e genética no cotidiano dos alunos (utilizando temas atuais e a realidade do aluno, com isso criando cenários educativos para o seu aprendizado).

 Utilizar histórias em quadrinhos/texto ilustrado como uma alternativa de material paradidático no auxílio da prática educativa para os professores de biologia do ensino médio.

 Desenvolvimento de histórias em quadrinhos/texto ilustrado com temas de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel) no ensino médio.

 Criação de uma apostila de apoio pedagógico.

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Material e Métodos

A pesquisa foi realizada inicialmente analisando como os conteúdos de biologia celular e genética são abordados nos três principais livros didáticos adotados no ensino médio da Rede Estadual de Ensino de São Paulo. Os livros em questão foram “Biologia Moderna” da editora Moderna, dos autores; José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho, “Bio” da editora Saraiva, dos autores; Sônia Lopes e Sergio Rosso e “Ser Protagonista” da editora SM, de vários autores. Para efeito de análise o livro “Biologia Moderna” foi adotado como obra “A” o livro “Bio” como obra “B” e o livro “Ser Protagonista” como obra “C”. Essa Primeira parte da pesquisa analisou os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (2ª Lei de Mendel) de cada um dos livros, selecionando como essa abordagem é feita e como esse conteúdo é apresentado ao estudante e como o professor deve ensiná-lo ao aluno, seguindo as orientações da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para o ensino médio. Foi analisado se os conteúdos de biologia celular e genética se comunicam entre essas duas áreas nos livros didáticos analisados para o estudo.

O estudo foi realizado na Escola Estadual Pedro Moreira Matos localizada na zona leste da cidade de São Paulo na região da diretoria de ensino leste 2. Participaram do estudo alunos de duas turmas do 2º ano do ensino médio uma delas do período da tarde (A1), e a outra do período da noite (A2) totalizando 60 estudantes. Foram escolhidas duas turmas para este estudo porque permitem, para efeito de análise e interpretação dos dados, um espectro maior do que se fosse somente uma turma. Além disso pela própria abordagem deste estudo, foram mais bem analisados as características das turmas com a utilização ou não utilização das HQs/texto ilustrado havendo uma possibilidade comparativa. Foi escolhida a escola da rede estadual de ensino pois, como profissional há cinco anos trabalhando na rede, a experiência deste pesquisador poderá contar positivamente no trabalho, facilitando na determinação dos melhores espaços de pesquisa, assim como na decodificação de certos padrões culturais do grupo estudado. Antes que o professor inicie o estudo de determinado assunto, é importante que se conheça os alunos e as concepções trazidas por eles a esse respeito, pois apresentam ideias independentes do ensino formal da escola sendo construídas ativamente no meio social em que vivem (Brasil, 1998). Foi escolhida escola situada na zona leste de São Paulo, pois retratam uma realidade socioeconômica e cultural características daquele segmento da população que necessitam de maior atenção da escola e do poder instituído.

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As turmas de 2º anos escolhidas para o estudo receberam terminologias diferentes. A turma de segundo ano da tarde foi identificada por “A1” e foi adotada como nosso grupo controle. A turma “A1” nosso grupo controle o professor-pesquisador responsável pela pesquisa ministrou os conteúdos do livro didático do ensino médio adotado pela escola, através de aulas convencionais (aulas expositivas, discussões, atividades e exercícios) sobre os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel). Nessa turma os conteúdos de biologia celular e genética não foram associados, utilizando como regra a hierarquia dos conteúdos do Currículo do Estado de São Paulo.

A turma de 2º ano da noite foi identificada por “A2”, essa turma foi escolhida como nosso grupo de intervenção. Nessa turma os conteúdos de biologia celular e genética foram associados, unindo essas duas grandes áreas e rompendo com a ideia de que os conteúdos são independentes, pensamento herdado do ensino superior que trabalha tais conteúdos em disciplinas isoladas. Essas aulas com a associação dos conteúdos foram produzidas a partir dos livros didáticos analisados na primeira parte da pesquisa pelo professor responsável pela condução do estudo. A partir dessa análise foi elaborada a apostila de apoio paradidático com os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel). Essa apostila foi entregue para os estudantes da turma “A2” que utilizaram durante as aulas.

Além dos conteúdos das aulas com a apostila, utilizamos como recurso paradidático HQs/texto ilustrado como material complementar nas aulas. Os temas utilizados para desenvolver as HQs/texto ilustrado foram a partir dos livros didáticos analisados no primeiro momento da pesquisa separando os conteúdos de Meiose e Segunda Lei de Mendel. Os conteúdos de biologia celular e genética foram interligados com o objetivo na produção de material paradidático como estratégia de ensino. Após a análise dos livros didáticos o professor responsável pela pesquisa separou todos os conteúdos e produziu aulas associando os temas. Para produzir a parte da apostila sobre as histórias em quadrinhos o professor-pesquisador recolheu informações e realizou o curso ofertado pela Fundação Demócrito Rocha, da Coleção Quadrinhos em Sala de Aula: estratégias, instrumentos e aplicações. A apostila conta ainda com um roteiro de aula prática para confecção de HQs junto com o roteiro de aula prática está presente o storyboard para facilitar o desenvolvimento da atividade.

Os alunos da turma “A2” participaram de oficinas de confecção de HQs/texto ilustrado com mediação do professor, essas oficinas ocorreram nos horários regulares de aula toda quarta-feira. Ao todo foram 6 oficinas com duração de 45 minutos cada, ao longo de 1 mês. Nessas

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oficinas o aluno seguiu o roteiro (storyboard), criado pelo professor, onde recebeu todas as orientações para a sua produção. Nas oficinas os alunos produziram histórias em quadrinhos/texto ilustrado baseadas nos conteúdos abordados em sala de aula, utilizando além disso seus conhecimentos prévios e a sua realidade para criar histórias em que tenha um significado no seu aprendizado. Todas as obras produzidas e que foram autorizadas pelos alunos (ou seus responsáveis), foram divulgadas em material impresso e/ou por meio de outros meios de divulgação e da página de Facebook: Biologia e Biólogos.

As informações foram coletadas por pesquisas dos livros didáticos por meio de registro no diário de campo do professor das observações em aula, das conversações informais com os alunos e aplicação de um questionário de aceitabilidade (apêndice 2), no final do trabalho. As conversações informais parecem ser um mecanismo adequado para a coleta de dados dentro da perspectiva da pesquisa; não direcionam rigidamente para o tema, tangenciam-no e a ele retornam sem denunciá-lo, é possível situá-lo em meio a outros temas significativos que sirvam de estimulo ao entrevistado, possibilitando coleta de informações complementares que favoreçam ao pesquisador a percepção da visão dos entrevistados. O questionário (apêndice 2) teve questões sobre HQs e seu uso em sala de aula. Ao todo foram 11 questões das quais ambas as turmas (A1 e A2) responderam as de número 1, 2, 3 e 4 as demais questões de número 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 apenas os alunos da turma “A2” responderam. Após o questionário de aceitabilidade e a avaliação final os resultados das respectivas turmas foram comparados e analisados. Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa.

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Resultados e discussão

Análise dos livros didáticos

O material didático indicado foi comparativamente analisado, verificando-se capa e encadernação, espaço entre linhas, tamanho da letra, ilustrações, quadros e tabelas (1 análise geral).

Efetuou-se, também, uma análise do conteúdo de Biologia Celular e Genética, com base na adequação dos conteúdos teóricos seguindo e analisando os seguintes parâmetros (2 análise específica); Conceitos gerias e específicos, Clareza do texto, Forma de apresentação do conteúdo, Grau de atualização do conteúdo, Relação entre a biologia celular e genética, Possibilidade de contextualização com a realidade do aluno, Grau de inovação, Enfoque multidisciplinar, Priorização a problematização, Indicação de fontes complementares de informação ( tabela 1).

1) Análise geral

No contexto analisado as obras apresentaram poucas diferenças na sua estrutura. Os aspectos gráficos e editorias se referem à qualidade geral da impressão e organização da obra, à adequação das ilustrações para os fins pedagógicos pretendidos, à presença de referências na obra.

1.1 Capa

A capa em todos os materiais analisados (A Fig.1, B Fig.2 e C Fig.3) apresentou uma boa diagramação, imagens coloridas com boa resolução deste modo despertando a atenção do estudante para os detalhes visuais.

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Figura 1: Livro “Biologia Moderna” da editora Moderna, dos autores; José Mariano Amabis e

Gilberto Rodrigues Martho.

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Figura 3: Livro “Ser Protagonista” da editora SM, de vários autores.

1.2 Encadernação, espaço entre as linhas e tamanho das letras

Os materiais analisados apresentaram encadernação em forma de brochura, de formato resistente onde o uso por longos períodos de tempo não altera o material. Referente ao texto possui espaçamento entre linhas e tamanho de letras que permite razoavelmente a visualização e leitura. Essas características ajudam aos estudantes para o desenvolvimento das atividades.

1.3 Ilustrações, quadros e tabelas

Todas as obras analisadas apresentaram um número suficiente de fotografias e ilustrações, que complementam o texto de forma clara, didática e de tamanhos, cores e definições de qualidade consideravelmente agradáveis para o estudante.

Quadros e tabelas aparecem de forma comparativa abordando aspectos gerias dos conteúdos.

Segundo Vasconcelos (2003) uma figura adequada desse ser compreensível, possuir legenda autoexplicativa, ter relação direta com o texto, e ser inserida à medida que a informação é

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apresentada. A ilustração deve conter ainda o nome do autor e a fonte, caso não seja original. É preciso cuidado em não permitir que a ilustração “confunda” o leitor, levando-o a uma interpretação errônea da realidade. As imagens aqui analisadas não contiveram ilustrações que veiculassem ideias erradas sobre conceitos, ideias incorretas sobre as dimensões ou cores representadas sem indicação apropriada de escalas ou cores-fantasias.

Guimarães (2004), afirma que a comunicação por imagens, por si só, possui enorme força apelativa e as imagens que apresentam cores têm uma força ainda maior.

Para a imagem apresentar funcionalidade o professor tem papel crucial, pois como em qualquer outro recurso, cabe ao professor, direcionar a observação do aluno para a percepção da importância da imagem no contexto da aula (SILVA et al, 2006).

2) Análise específica

Tabela 1. Critério para análise do conteúdo teórico de biologia celular e genética.

Parâmetro Inexistente Fraco Regular Bom Excelente

Conceitos gerias e específicos Clareza do texto Forma de apresentação do conteúdo Grau de atualização do conteúdo Relação entre a biologia celular e genética. Possibilidade de contextualização com a realidade do aluno Grau de inovação

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Enfoque multidisciplinar Priorizam a problematização Indicação de fontes complementares de informação

2.1 Conceitos gerais e específicos

Os conceitos gerais e específicos apresentados nas obras A, B e C foram considerados excelentes com base nos conteúdos analisados em comparação com livros do ensino superior. Boas definições e um contexto geral foram utilizados nas obras, fortalecendo assim esses termos para o estudante.

Estudos avaliativos de coleções didáticas realizadas por Amaral e Megid Neto (1997), consideram que os autores de livros didáticos procuram incorporar os fundamentos conceituais e os avanços educacionais na área de ciências, tanto nas páginas iniciais das coleções, quanto nas explicações e na introdução da obra ao professor e aluno. Contudo, a implementação dessas ideias usualmente não se efetiva no texto do livro, nas atividades propostas, nem ao menos nas orientações metodológicas explicitadas ou implícitas na obra.

Quanto ao conhecimento científico veiculado nos livros didáticos de biologia, não se nota qualquer mudança substancial nas últimas décadas. As coleções enfatizam sempre o produto final da atividade científica, apresentando-o imutável e desprovido de suas determinações históricas, político, econômicas, ideológicas e socioculturais. Realçam sempre um único processo de produção científica em detrimento da apresentação da diversidade de métodos e ocorrências na construção histórica do conhecimento científico (PRETTO, 1985; FRACALANZA, 1993; BRASIL, 1994; AMARAL et al. 1999).

As obras aqui analisas não conteve conceitos formulados erroneamente não oferecendo informações básicas erradas; e/ou mobilizasse conceitos e informações de modo inadequado, levando os estudantes a construir uma compreensão incorreta das explicações e/ou descrições apresentadas.

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É possível afirmar que; nos últimos anos as coleções de obras didáticas não sofreram mudança substancial nos aspectos essenciais que derivam de fundamentos conceituais e isso, muitas vezes, acaba por dificultar o processo de aprendizagem dos alunos, pois o conteúdo presente nos livros não se relaciona com a realidade vivenciada (FRACALANZA, 2006). Podemos concluir que, nos últimos anos, as coleções de obras didáticas não sofreram mudanças importantes nos aspectos que derivam de fundamentos conceituais, tanto nos gerias quanto nos específicos e muito menos conteúdos voltados para o meio sócio-histórico-cultural do estudante tais conteúdos devem ser incluídos nos livros didáticos.

2.2 Clareza do texto

Os textos analisados das obras do estudo apresentaram clareza na forma de tratar o conteúdo para estudantes do ensino médio. Mas ainda existe uma grande dificuldade por parte dos estudantes de compreender a nomenclatura e os processos dos eventos biológicos devido a termos ou escrita muito complexa, que não relacionam os conteúdos trabalhados com o cotidiano do aluno.

Podemos observar o que diz Vasconcelos e Souto (2003); não é suficiente um livro ter linguagem clara e coerente se ele não priorizar o reconhecimento do universo do estudante em suas páginas.

2.3 Forma de apresentação do conteúdo

As três obras analisadas apresentam de forma ordenada os conteúdos de biologia celular e genética. Seguindo uma hierarquização que pode ser observada também em livros didáticos do ensino superior.

Segundo Pacheco (1983, p.15), todo livro didático apresenta uma proposta metodológica de ensino. Essa se caracteriza pela descrição dos conceitos, pela sequência em que são apresentados, pelos recursos utilizados para tentar convencer os alunos do que o que está sendo apresentado é “verdade” ou pelos tipos de exercícios apresentados como proposta de avaliação.

Todos os livros analisados apresentam o conteúdo biológico praticamente na mesma sequência, com apenas pequenas variações entre elas. Os livros de primeiro ano iniciam-se com biologia celular e desenvolvem tópicos de genética apenas no livro de terceiro ano o último volume da coleção.

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Segundo Fracalanza (1985, p.144), essa quase identidade sequencial dos conteúdos parece corresponder ao conteúdo básico. Matriz neutralizada, sobre a qual os diversos autores organizam seus argumentos na defesa de seus pontos de vista.

Podemos concluir que em termos da distribuição dos conteúdos analisados de biologia celular e genética ao longo das diferentes obras analisadas, ela acontece de maneira semelhante, seguindo o modelo desenvolvido na academia. O que prejudica o trabalho do professor na rede estadual de ensino de São Paulo é o fato de que os conteúdos presentes nos livros didáticos não correspondem com a proposta curricular do seguinte ano ou série. Os conteúdos de biologia celular e genética estão presentes respectivamente nos livros de 1º e 3º, sendo que esses conteúdos são cobrados no 2º do ensino médio, causando uma dificuldade na hora do professor utilizar o material didático.

2.4 Grau de atualização do conteúdo

As referências utilizadas pelas obras A e C datam de 2016. A obra com referências mais atuais é a obra B com referências de 2017. Sendo que todos eles têm uma validade até 2020.

De modo geral verificamos que os conteúdos analisados apresentam-se um pouco desatualizados, descontextualizados e de modo bastante fragmentado, evidenciando apenas conteúdos universalmente aceitas dos fenômenos biológicos, completamente isentos de contradições ou conflito. Para os estudantes que são de uma era digital onde as informações são praticamente instantâneas a leitura de um texto desatualizado causa uma estranheza e desestimulo para o estudo.

2.5 Relação entre a Biologia celular e a Genética

Nas obras analisadas o único momento que ocorre uma comunicação entre a biologia celular e a genética é nos livros do 3º ano na parte do capítulo voltado para a genética com o tema a relação entre a meiose e a segunda lei de Mendel. Isso demonstra que não existe uma preocupação dos autores em associar essas duas grandes áreas da biologia nos materias analisados. Causando nos alunos a interpretação que tais conteúdos devem ser tratados e aprendidos de maneira isolada, sem a relação entre eles. Outro fato preocupante é que o professor responsável por ensinar acaba seguindo essa sequência limitante, tratando os conteúdos de forma isoladas.

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2.6 Possibilidade de contextualização com a realidade do aluno

Em nenhuma das obras analisadas foram encontrados temas que pudessem ser inseridos na realidade do estudante. Ausência de notas ou pequenos textos com orientações aos professores para como abordar esse conteúdo é um fator preocupante. O ensino é visto pelos estudantes como algo não útil já que os conteúdos ali trabalhados não serviram para entender fenômenos que ocorrem no seu dia a dia.

Para Fracalanza (1985, p.141), os livros didáticos respondem positivamente às alterações curriculares introduzidas nas escolas, alterações estas atreladas ao modelo econômico vigente. Dessa forma, os conteúdos apresentados em obras didáticas nunca ultrapassam os limites estreitos dos conceitos básicos e muito menos se preocupam em apresentar à discussão temas polêmicos relacionados a uma realidade nacional. Tudo fazem para cumprir a visão de uma ciência e de técnica desvinculadas de contextos particulares de surgimento e apropriação, mas, antes, universalizados e transcendentes à história que não a dos acontecimentos factuais da própria descoberta.

Segundo Megid (2003) apesar de todos os esforços empreendidos até o momento, ainda não se alterou o tratamento dado ao conteúdo, presente no livro que configura erroneamente o conhecimento cientifico como um produto acabado, elaborado por mentes privilegiadas, desprovidas de interesses políticos econômicos e ideológicos, ou seja, que apresenta o conhecimento sempre como verdade absoluta, desvinculado do contexto histórico e sociocultural. Aliás, usualmente o presente atemporal (presente do indicativo) para veicular os conteúdos. Desse modo, apresenta-os como verdades que uma vez estabelecidas, serão sempre verdades (AMARAL e MEGID, 1997).

O contexto com a realidade do aluno nas obras analisas deixou lacunas a serem preenchidas pelo professor, o fato da ausência de associação do cotidiano com os conteúdos do livro didático concebe o aluno como ser passivo, depositário de informações desconexas de descontextualizadas da realidade. Parece ser necessário, em quase todos os casos que os livros didáticos de cada coleção sejam atualizados com temas geradores de conhecimento associando os conteúdos com a realidade do estudante e o seu cotidiano. Tornando disponível pelo mercado editorial aos professores e seus alunos temas geradores de aprendizado. O professor terá que desempenhar o papel de aproximar esses conteúdos com a realidade de seus alunos e fazer que esses estudantes associem esses temas com o seu cotidiano e as vivências no ambiente escolar com objetivo de criar uma sociedade em que os conhecimentos biológicos sejam de livre acesso a todos.

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2.7 Enfoque multidisciplinar

Nas obras A, B e C não foi citado em nenhum momento um enfoque multidisciplinar. O que demonstra que existe uma necessidade de maior comunicação entre as áreas do saber. O ensino médio necessita uma maior comunicação entre as disciplinas esse isolamento desnecessário prejudica o andamento do processo de ensino-aprendizagem. Separar as ciências nesse caso é separar a oportunidade de o aluno relacionar os temas trabalhos de absorver e interpretar o conteúdo como um todo, perceber que a ciências estão interligadas.

2.8 Priorização a problematização

Analisados os textos e as questões no final de cada capítulo nenhuma das atividades propostas priorizavam a problematização.

O que pode ser analisado é que todas as obras apresentam uma grande preocupação com os vestibulares e o Enem, o que pode ser confirmado mediante a observação das questões apresentadas ao final do capítulo que são de testes de vestibulares de grandes universidades públicas do país e do próprio Enem.

Referente às questões problematizadoras ou investigativas não foi observada em nenhuma das obras. O que foi verificou é que os exercícios presentes apenas confirmam de forma direta, os conteúdos desenvolvidos são colocados de uma forma que a resolução não exige nenhum esforço por parte do aluno; essas resoluções estão apresentadas no capítulo.

Referente aos exercícios eles apenas refletem os conteúdos dos livros sem envolver nenhuma problematização. A metodologia empregada privilegia memorização e aprendizagem mecânica de conteúdos e terminologias, em vez de estimular o desenvolvimento do pensamento autônomo e crítico, e a compreensão das relações entre o conhecimento científico e as vidas dos estudantes o uso adequado dos conhecimentos prévios e das experiências culturais dos estudantes.

2.9 Indicações de fontes complementares de informação

As três obras analisadas apresentaram indicações de fontes complementares de informação.

Os textos complementares presentes nas obras A, B e C garantem uma abordagem mais diferenciada, uma vez que tratam de questões mais atuais e reportagens que dificilmente estão

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presentes no currículo oficial. Proporcionando ao estudante um amparo maior a temas diversos relacionados com a biologia. Os impactos dessas fontes complementares para o ensino são positivos porque levam o aluno a buscar outras informações além do texto do livro didático.

3. A condução do trabalho na turma “A1”

As aulas na turma “A1” foram realizadas com os conteúdos do livro didático, adotando uma didática tradicional com aulas convencionais (aulas expositivas, discussões, atividades e exercícios). Os conteúdos abordados foram sobre biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel). Inicialmente o conteúdo abordado sobre meiose foi apresentado seguindo o capítulo do livro adotado pela escola que é o livro “Biologia Moderna” da editora Moderna dos autores; José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho. No livro didático a sequência que aparece os tópicos são;

 Meiose e reprodução.  Etapas da meiose.

 Semelhanças e diferenças entre mitose e meiose.  Meiose I.

 Meiose II.

Como leitura complementar no capítulo aparece um texto (Anexo 2) sobre falhas na meiose e alterações cromossômicas. Nesse momento os alunos começaram a discutir como pequenos erros na meiose poderiam causar efeitos nocivos na estrutura de um organismo.

Esses conteúdos foram trabalhados com aulas expositivas detalhadas com os respectivos tópicos do capítulo. A todo momento houve discussões sobre o tema, duvidas tiradas, atividades e questões para exercitar o pensamento.

O livro didático foi utilizado como nosso único recurso porque essa é a realidade da maioria dos professores do Brasil onde a única ferramenta de trabalho no caso apoio pedagógico é o livro didático. O fato de utilizar apenas aulas tradicionais serve como exemplo do que é realizado no decorrer do ano letivo onde o professor não tem nenhum material paradidático. Essa dificuldade de o professor possuir material paradidático é proveniente da falta de estruturação do nosso sistema de ensino onde falta material de apoio, falta tempo ao professor planejar suas aulas, buscar material e produzi-los devido a uma carga horaria excessiva proveniente de salários defasados. O professor precisa trabalhar mais para ter um padrão de vida razoável.

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Lembrando nessa turma não houve o uso de da apostila paradidática (Apêndice 1) e nem das oficinas de HQs. A turma “A1” teve as mesmas quantidades de aulas da turma “A2”.

Os conteúdos abordados da Segunda Lei de Mendel também foram retirados do livro didático “Biologia Moderna”. Foi seguido a mesma aula tradicional com as exposições dos conteúdos. A sequência dos conteúdos é apresentada nos seguintes tópicos;

 As bases cromossômicas da herança.  A segregação independente dos genes.

 A base celular da segregação independente: meiose.

A avaliação final (Anexo 3), que foi aplicada para ambas as turmas o grupo controle teve em média de 54,5% acertos, demonstrando nesse caso um desempenho considerado baixo. Os resultados demonstram que existe uma dificuldade do estudante principalmente em aprender as fases da meiose I e meiose II que envolve as representações esquemáticas das fases. A dificuldade surge da ausência de atividades que incentive o estudante a abstração a representação dessas fases da meiose na sua vida escolar de diversas formas. Outra dificuldade apresentada na avaliação foi a dificuldade dos alunos em entender como ocorrem as proporções genéticas da Segunda Lei de Mendel, demostrando mais uma vez a carência de como esses temas são trabalhos em sala de aula. O estudante precisa ser mais ativo nas aulas, sendo incentivado a produzir seu conhecimento a partir dos temas propostos pelo livro didático, currículo e a BNCC. Os conteúdos de Meiose e Segunda Lei de Mendel são considerados difíceis pelos estudantes e apenas aula tradicional não se mostrou efetiva para o processo de aprendizagem onde maioria dos estudantes tiveram resultados pífios decorrente de um ensino mecânico e “decorébico” levando o aluno a passividade.

3.1 A condução do trabalho na turma “A2”

As aulas da turma “A2” o nosso grupo de intervenção foram ministradas com os conteúdos dos livros didáticos “Biologia Moderna” da editora Moderna, dos autores; José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho, “Bio” da editora Saraiva, dos autores; Sônia Lopes e Sergio Rosso e “Ser Protagonista” da editora SM, de vários autores.

Os principais conteúdos dessas três obras foram separados onde houve como critério utilizar o que era mais necessário na facilitação do ensino. Com esses conteúdos selecionados o professor-pesquisador elaborou uma apostila (Apêndice 1) que facilitasse o entendimento do estudante e provocasse uma participação ativa do nosso aluno na produção do seu material. Além dos conteúdos da apostila serem mais resumidos e diretos existe partes na apostila em

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28

que o estudante tem que produzir desenhos esquemáticos com os respectivos processos pedidos no decorrer da aula. O aprender fazendo nessa parte da apostila é de suma importância no processo de ensino-aprendizagem. Diferente da aula tradicional na qual o estudante é um ser passivo na aula com a utilização da apostila ele se torna um ser ativo, produzindo conhecimento, interagindo com a aprendizagem e estimulando seu lado lúdico.

3.2 O uso da apostila para o Ensino de Biologia Celular (Meiose) e Genética (Segunda Lei de Mendel).

Após a análise dos livros didáticos foi produzido uma apostila associando os temas de Meiose e a Segunda Lei de Mendel. A forma como esses conteúdos foram apresentados para os estudantes seguiu a seguinte ordem;

 Meiose e Segunda Lei de Mendel.  Etapas da meiose.

 Primeira divisão meiótica ou meiose I (R!).  Prófase I

 Metáfase I  Anáfase I  Telófase I

 Segunda divisão meiótica ou meiose II (E!).  Prófase II

 Metáfase II  Anáfase II  Telófase II

Todas as fases da meiose I e meiose II tiveram que ser representadas através de desenhos produzidos pelos estudantes.

As representações realizadas pelos estudantes seguiram os seguintes modelos destas obras selecionadas:

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30

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(32)

32

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Na parte da apostila destinada ao ensino de genética referente a Segunda Lei de Mendel, o conteúdo foi apresentado seguindo a seguinte ordem;

 Mendel e a descoberta da Lei da Segregação Independente.  Detalhes sobre a meiose na Lei da Segregação Independente.

Os conteúdos foram inseridos na realidade do aluno, trazendo para ele os temas com utilização de exemplos práticos no seu cotidiano.

O aluno foi incentivado a produzir e desenhar os esquemas propostos com objetivo que o conteúdo fosse melhor aprendido.

As representações realizadas pelos estudantes seguiram os seguintes modelos destas obras selecionadas produzidas por um aluno:

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34

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36

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Justina e Rippel (2003, p.4), defendem a importância do estudo da genética para além da sua problematização e aplicação na vida cotidiana dos discentes para que promova o entendimento de mecanismos genéticos o que gera uma maior significação destes conceitos para os alunos. Desta forma o estudo da genética se constitui como uma prática que possibilita o letramento cientifico uma vez que possibilita o exercício da reflexão teórica e ética das atuais tecnologias envolvidas na manipulação do material genético.

No decorrer das atividades foi observado que no momento da produção dos desenhos pelos alunos houve uma participação ativa. Os alunos relataram que se sentiram importantes e úteis na hora que estavam produzindo sua arte na apostila. O desenho teve como função estimular o lado criativo dos alunos ajudando no entendimento dos processos de divisão celular e genéticos.

3.3 O uso da apostila como meio introdutório para o ensino de Biologia com a utilização de HQs em sala de aula

As aulas que foram produzidas na apostila sobre histórias em quadrinhos foram baseadas principalmente do curso ofertado pela Fundação Demócrito Rocha, da Coleção Quadrinhos em Sala de Aula: estratégias, instrumentos e aplicações.

Os alunos foram apresentados as HQs através dos conteúdos presentes na apostila que estão distribuídos nos seguintes tópicos:

 As HQs no Brasil.

 Motivos para usar as HQs em sala de aula.  Por que o professor deve usar a HQ?  Leituras e interpretações de HQs.  Elementos importantes nas HQs.  As HQs e o ensino de Biologia.

Os desenvolvimentos dos tópicos seguiam os horários normais de aula. Foi realizado leituras coletivas, aulas com auxílio multimídia e principalmente o ponto principal que foi uma aula pratica de produção de HQs pelos estudantes.

3.4 As oficinas de HQs

Após os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel) terem sido trabalhados e as aulas de ensino de HQs serem ministradas os alunos participaram das oficinas de confecção de HQs onde com o auxílio do professor e seguindo o roteiro desenvolveram HQs com a temática dos conteúdos trabalhados.

O roteiro foi composto dos seguintes elementos;  Introdução

 Objetivo  Materiais

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38

 Procedimentos

 Questões  Storyboard

As obras (Anexo 4) produzidas pelos estudantes foram expostas no mural da escola e divulgadas na página do facebook: Biologia e Biólogos.

Essas aulas segundo os estudantes em relatos informais através de conversação, foram extremamente importantes para o desenvolvimento do aprendizado. Muitos alegaram que desconheciam o processo de produção de HQs e como poderiam ser tão importantes para a educação. Os alunos demonstraram uma grande surpresa da resistência que as HQs sofreram para pertencerem ao ambiente escolar. Mas segundo os estudantes o momento mais difícil e importante da aula foi quando tiveram que produzir sua primeira HQ como atividade na apostila. Associar os conteúdos e a partir deles produzir HQs foi uns dos momentos mais importantes do trabalho, naquele momento o aluno produzia algo único de sua autoria, que nesse caso tinha como função auxiliar no aprendizado.

A mesma avaliação final (Anexo 3), que foi aplicada para a turma “A1” também foi aplicada para nossa turma “A2” o grupo de intervenção. A média do nosso grupo “A2” foi de 78,9% de acertos, um resultado consideravelmente positivo em relação a turma “A1”, que apresentou em média de 54,5% de acertos. Mesmo as duas turmas tendo a mesma quantidade de horas aulas a metodologia aplicada na turma “A2” demonstrou ser melhor aceita pelos estudantes. O uso da apostila atrelada as oficinas de HQs puderam proporcionar melhores resultados no processo de ensino- aprendizagem.

Os resultados dos questionários de aceitabilidade (Apêndice 2) demonstraram que;

3.5 Questionário

Obs: as questões 1, 2, 3 e 4 todos os alunos de ambas as turmas (A1 e A2) responderam, das questões 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 apenas os alunos da turma A2 responderam.

1) Você gosta de histórias em quadrinhos (HQs)? ( 49 ) sim (11 ) não

Na primeira pergunta do questionário que foi aplicado para ambas as turmas 49 alunos responderam que gostam de HQs, enquanto apenas 11 responderam que não. Essa informação é extremamente importante porque demonstra que os estudantes se interessam pelo tema.

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2) Você já leu alguma HQ de qualquer gênero na sua vida? ( 55 ) sim ( 5 ) não

Na segunda pergunta sobre a leitura realizada pelos estudantes de HQ, 55 alunos responderam que já leram e 5 alunos responderam que nunca leram nenhum gênero de HQ na vida. Essa demonstração de uma pequena parte que nunca teve contato com as HQ abre um questionamento sobre a ausência dessa linguagem no ambiente escolar.

3) Alguns dos seus professores já utilizaram HQs como material paradidático em suas aulas? ( 2 ) sim ( 58 ) não

49; 82% 11; 18%

Respostas dos estudantes

Sim Não

55; 92% 5; 8%

Respostas dos estudantes

Sim Não

(40)

40

Dos 60 alunos que responderam à questão de número três apenas 2 já tiveram aulas com a utilização de HQ. Essa resposta demonstra como ainda existe uma certa resistência dos professores da Educação Básica em utilizar as histórias em quadrinhos.

4) A proposta do professor de associar os conteúdos de biologia celular e genética criando uma comunicação entre os assuntos como um todo na sua opinião facilitou o processo de ensino e aprendizagem?

( 48 ) sim ( 12 ) não

O fato de associar essas duas áreas que são a biologia celular e a genética no ensino foi bem aceita por 48 dos alunos entrevistados entorno de 80 % do total aceitando a união dessas duas grandes áreas. Essa resposta ajuda a fortalecer a nossa tese que é importante os professores da educação básica associarem os conhecimentos das áreas da Biologia e produzirem conteúdos mais próximos com a realidade do estudante.

5) O uso de HQs no ensino de biologia foi importante no seu aprendizado?

55; 3%

5; 97%

Respostas dos estudantes

Sim Não

55; 80% 5; 20%

Respostas dos estudantes

Sim Não

(41)

( 27 ) sim ( 3 ) não

A questão de número 5 foi respondida apenas por estudantes da turma “A2” nosso grupo de intervenção. Dos 30 alunos 90% respondeu que o uso de HQs foi importante para o ensino de biologia. Reforçando que o ensino de Biologia e as HQs são ferramentas importantes no processo de formação de processos de aprendizagem.

6) Você prefere a aula com ou sem HQs? ( 27 ) com ( 3 ) sem

Sobre a preferência de utilização de HQs 27 alunos preferem o seu uso como meio de ensino. A aceitação das HQs pelos estudantes é algo que deve ser considerado pelos professores e pesquisadores como meios futuros de produção de novos materiais utilizando essa linguagem em prol do ensino-aprendizagem.

55; 90% 5; 10%

Respostas dos estudantes

Sim Não

55; 90% 5; 10%

Respostas dos estudantes

Sim Não

(42)

42

7) Produzir a própria HQ foi uma experiência válida no processo de aprendizagem? ( 28 ) sim ( 2 ) não

Na resposta de número 7 conseguimos observar como a produção das próprias HQs pelos estudantes foram importantes no processo de aprendizagem onde 93% responderam positivamente para o seu uso. Incentivar o aluno na produção da sua própria HQ é fundamental para que os conteúdos das aulas sejam melhores entendidos e internalizados pelo estudante. O aprender fazendo aqui é de suma importância tanto para o professor que é um mediador e o aluno ser ativo do processo.

8) O professor foi importante na orientação da produção da HQ? ( 28 ) sim ( 2 ) não

Dos 30 estudantes 28 responderam que a participação ativa de seu professor na orientação das oficinas de produção de HQs foi de suma importância. O papel do professor será orientar seus estudantes na confecção e etapas de produção das HQs.

55; 93% 5; 7%

Respostas dos estudantes

Sim Não

55; 93% 5; 7%

Respostas dos estudantes

Sim Não

(43)

9) Sem o uso das HQs com apenas as aulas tradicionais o seu entendimento dos conteúdos seriam os mesmos?

( 5 ) sim ( 25 ) não

Outra questão que demonstra a importância do uso das HQs, 83% dos estudantes disseram que a sua utilização em sala de aula facilitou o aprendizado dos conteúdos. O ensino por HQ desperta no aluno o seu lado criativo e reflexivo.

10) Houve uma boa aceitação sua e de seus colegas com o ensino utilizando HQs? ( 28 ) sim ( 2 ) não

Dos 30 alunos, 28 (93%), responderam que sim para a aceitação deles e de seus colegas para o uso das HQs. Essa pergunta foi importante porque analisa a aceitação através do olhar do aluno.

55; 17%

5; 83%

Respostas dos estudantes

Sim Não

(44)

44

11) Você preferiria que outras disciplinas também utilizassem as HQs no ensino? ( 29 ) sim ( 1 ) não

Essa reposta demonstra uma necessidade que os alunos apresentam e um desejo pelo o uso de HQs em outras disciplinas, porque em torno de 97% dos 30 alunos responderam que querem utilizar as HQ em outras disciplinas além da Biologia.

Segundo Dell Prette et al. (1998, p. 56), os contextos tradicionais de ensino situam, geralmente, o professor como transmissor e o aluno como um receptor pensamento mito semelhante da educação bancária onde o aluno é considerado um ser passivo exigindo apenas atenção e cumprimento das tarefas. Nessa prática pedagógica, a participação do aluno, essencialmente passiva é extremamente nociva ao aprendizado. Os alunos apresentam dificuldades na aprendizagem da Biologia decorrentes do fato de os educadores ignorarem os conhecimentos da vida cotidiana dos seus estudantes, os conhecimentos prévios uma vez que

55; 93% 5; 7%

Respostas dos estudantes

Sim Não

55; 97% 5; 3%

Respostas dos estudantes

Sim Não

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os educadores relatam ser grande a quantidade de conteúdos nos livros didáticos não dando tempo para realizar outras atividades mais lúdicas. Segundo Ausubel (1982), se os conteúdos apresentados não forem significativos, se não se conectar aos seus conhecimentos prévios, o aluno desenvolverá uma aprendizagem mecânica ou repetitiva que será armazenada isoladamente ou por meio de associações arbitrárias nas estruturas cognitivo, podendo ser facilmente esquecida.

A importância de usar a HQ na sala de aula foi proveniente de uma necessidade porque o estudante na atualidade segundo Gadotti (2004) é formado na era imagética, não têm mais o hábito de ficarem 40 minutos concentrados em torno de algum árduo raciocínio, sendo difícil para um professor “dar aulas” sem apelar para o sensitivo.

A utilização das HQs em sala de aula pelas mãos do professor, pode levar o aluno a uma melhor relação com o conteúdo da disciplina, sem falar que pode potencializar para sensibilizar o aluno quanto a questões ou problemas referentes ao seu meio social.

Segundo Mendonça (2002 p. 202), apesar das HQs já serem aceitas como objeto de leitura fora das salas de aula, ainda não foram de fato incorporadas ao elenco de textos com que a escola trabalha. Tampouco alcançaram a devida atenção das pesquisas acadêmicas.

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Conclusão

Com as análises realizadas, deve-se reforçar que é condição necessária para definir procedimentos e ações que permitam implementar corretas políticas públicas de escolhas dos livros escolares, visando à melhoria do ensino praticado em nossas escolas. Diante das pequenas falhas apresentadas nos livros didáticos cabe ao professor criar critérios críticos em prol da escolha do material didático a ser utilizados no estabelecimento de ensino com características específicas de seus alunos. Para melhora as escolhas dos livros didáticos é necessário de primeiro momento alterações nos livros didáticos produzidos no país e adquiridos para os alunos. Mais do que isso, entretanto, será imprescindível a elaboração de propostas alternativas ao livro escolar convencional.

É importante que as críticas a esses programas de livros didáticos sejam ponderadas, reconhecendo, como fazem Batista et al. (2004), que eles têm apresentado impacto positivo, com ganhos educacionais, sociais e políticos, mas, ao mesmo tempo, mostram limitações. A distribuição do livro didático foi de suma importância para os alunos e escolas mais carentes e apoiamos essa iniciativa do governo, o que queremos são mais livros apropriados com o público da escola pública com a sua grande heterogeneidade. Entre os ganhos positivos, os mais visíveis, significativos e, em nosso entendimento, inegáveis, dizem respeito à melhoria da qualidade dos livros didáticos nas salas de aula da rede pública e ao impacto social da distribuição gratuita de materiais didáticos para as camadas de baixa renda da população.

Atualmente, acentua-se a difusão de princípios educacionais como por exemplo: flexibilidade curricular; abordagem temática interdisciplinar; vínculo com o cotidiano (real) do aluno e seu entorno sócio-histórico; atendimento à diversidade e à resolução de problemas (BRASIL, 1997/1998). Encontrar um livro ideal para todos esses itens é cada vez mais difícil por isso a ação crítica e reflexiva do professor no momento da escolha é importante. Bons livros didáticos favorecem a aprendizagem (LEE et al., 1993; FRANZOLIN; BIZZO, 2007).

É claro que não podemos negar que se mantêm no livro didático de Biologia do ensino médio problemas importantes, como a valorização excessiva de um ensino informativo e teórico como aponta Krasilchik (2004). Na maioria dos livros permanece também a apresentação de uma ciência descontextualizada, separa da sociedade e do cotidiano, como criticam Campos e Cachapuz (1997), ainda que mudanças possam vir a ocorrer no futuro.

Tanto no Brasil quanto em outros países, tem sido mostrado que o livro didático se tornou o principal controlador do currículo, sendo usado pelos professores para a seleção de conteúdos, atividades de aprendizagem e modos de avaliação (BALL et al. 1988). Assim, a

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participação ativa e democrática do professor em sua seleção é um aspecto essencial da política do livro didático (Nuñez et al. 2003). Deve-se observar que a escolha do livro didático é de fundamental importância no ambiente escolar e a necessidade de materiais de apoio paradidático para complementar esses conteúdos também são extremamente importantes.

Com os resultados observados da análise dos livros didáticos podemos concluir que mesmo com carências referentes a conteúdo, contextualização, interdisciplinaridade e cotidiano do estudante, os livros aqui analisados desempenham um importante papel no meio escolar por serem muita das vezes o único material de apoio do professor e do estudante no processo de ensino-aprendizagem.

A partir dos dados e reflexões apresentadas na parte da pesquisa com as turmas “A1” e “A2” é possível e necessário a realização de atividades didáticas com histórias em quadrinhos, como é essencial que essas atividades apresentem dados que apontem sugestões na elaboração de metodologias que utilizem as HQs de forma a participação do estudante na sua produção priorizando a reflexão e percepção da sua realidade para além do humor e entretenimento.

O reconhecimento do uso de HQ como recurso didático relevante para o ensino em todos os níveis é de suma importância. O professor como foi apresentado aqui é engrenagem fundamental para o trabalho de análise, triagem, produção e uso desse material para o estudante. As HQs devem ser utilizadas como instrumento a serviço de práticas motivadoras no ensino de Biologia que planejadas com o intuito de promover no aluno um olhar crítico e reflexivo sobre os conteúdos de biologia celular (Meiose) e genética (Segunda Lei de Mendel) facilitando seu aprendizado e entendimento de temas centrais das Ciências Naturais.

A produção das HQs pelos estudantes proporcionou a proximidade dos conhecimentos científicos com o seu cotidiano. A grande preocupação com a memorização de conteúdos celulares e genéticos deu lugar a atitudes de reflexão e produção de HQs que demonstrou ser um motivador para o aprendizado. A motivação manifestada pela participação efetiva do estudante foi devido ao apoio e produção da apostila pelo professor que culminou em uma atividade diferenciada promotora de conhecimento.

Podemos concluir que os potenciais das atividades com HQs servem para motivar os alunos a aprender de forma criativa e não reprodutiva. A utilização de HQs contribui para a motivação discente ao proporcionar situações de aprendizagens distintas da rotina que estavam acostumados a realizarem em outras disciplinas, isso favoreceu que os sujeitos dessem novos sentidos para o processo de ensino e aprendizagem, potencializando os seus motivos para aprender, valorizando aspectos característicos da atividade realizada.

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A falta de propostas para utilizar as HQs em salas de aula no ensino de Biologia é uma lacuna que deve ser preenchida por pesquisadores e professores que desejam produzir práticas e materiais para o ensino-aprendizagem além da divulgação e educação cientifica.

A temática da apostila unida com as oficinas de HQ vem para melhorar significativamente a metodologia empregada pelo professor que em muitas escolas apenas possuem o livro didático para preparação de suas aulas. O caráter lúdico da apostila proporciona aos alunos um maior nível de autonomia que aquele verificado nas aulas tradicionais de biologia, fato de terem que desenhar e esquematizar foi um aspecto que contribuiu significativamente na aceitação com benéficos positivos na aprendizagem.

Acreditamos que nossos resultados trazem uma perspectiva positiva para o uso da apostila e oficina de HQ como uma abordagem auxiliar e complementar dos conteúdos específicos dentro de diferentes temas trabalhados nas aulas de Biologia no ensino médio. A dinâmica das aulas, auxiliado pelo material desenvolvido, provocou um movimento que auxiliou os alunos na compreensão da relação entre esses conceitos e alguns fenômenos observáveis em seu cotidiano. Entretanto ficou evidente quando o professor for tratar de assuntos tidos como mais complexos da Biologia tendo aqui como exemplo a meiose e a segunda lei de Mendel, é preciso buscar estratégias diferenciadas daquelas de uma aula puramente tradicional, para que a aprendizagem se estabeleça. As HQs deveriam ser mais utilizadas com maior frequência no cotidiano escolar, ascendendo à curiosidade do discente assim a transmissão de conhecimentos fluirá com mais intensidade.

Desejo que essa pesquisa venha contribuir com professores de Biologia que buscam formas de trabalhar com histórias em quadrinhos em sala de aula, para que percebem as carências existentes nas pesquisas, instigando-os a desenvolver novas formas de utilizar as HQs.

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Referências

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