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Expressões do extremismo pentecostal no Brasil durante o decênio 2009-2018: um estudo através de jornais digitais como fonte primária

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

RONALDO ARNOLD

EXPRESSÕES DO EXTREMISMO PENTECOSTAL NO BRASIL

DURANTE O DECÊNIO 2009-2018:

UM ESTUDO ATRAVÉS DE JORNAIS DIGITAIS COMO FONTE PRIMÁRIA

Ijuí, 2019.

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RONALDO ARNOLD

EXPRESSÕES DO EXTREMISMO PENTECOSTAL NO BRASIL

DURANTE O DECÊNIO 2009-2018:

UM ESTUDO ATRAVÉS DE JORNAIS DIGITAIS COMO FONTE PRIMÁRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de História, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em História.

Orientador: Prof. Ms. Josei Fernandes Pereira

Ijuí, 2019.

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RONALDO ARNOLD

EXPRESSÕES DO EXTREMISMO PENTECOSTAL NO BRASIL

DURANTE O DECÊNIO 2009-2018:

UM ESTUDO ATRAVÉS DE JORNAIS DIGITAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de História, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como requisito para obtenção do título de Licenciatura em História.

Banca Examinadora

________________________________________________________ Orientador: Prof. Josei Fernandes Pereira

________________________________________________________ Prof. Dr. Ivo dos Santos Canabarro

Conceito

__________________________________________________ Ijuí _____ de _________________ de 2019.

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a meu professor de Química do Ensino Médio, Professor Ciro Riter, do Instituto Estadual de Educação Odão Felipe Pippi, o qual apresentou em uma de suas aulas, a mim exclusivamente, um artigo ao qual ele havia publicado, intitulado: “Egrégoras e Ciência”; este foi o primeiro artigo científico que li em minha vida, e que certamente foi o que mais me influenciou a pensar o pensar. Devido complicações de saúde o docente supracitado faleceu em 23 de fevereiro de 2013.

(6)

A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o

homem suporte grilhões desprovidos de fantasias ou consolo, mas para

que se desvencilhe deles e a flor viva desabroche. A crítica da religião

desengana o homem a fim de que ele pense, aja, configure a sua

realidade como um homem desenganado, que chegou à razão.

1

Karl Marx

(7)

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma pesquisa documental que investiga as manifestações de extremismo pentecostal no Brasil expressas em jornais digitais no período dos anos de 2009 a 2018. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de estudar o desenvolvimento da pentecostalismo nos EUA durante a primeira década do século XX e a sua notável expansão no Brasil nas décadas seguintes. Após isso, se identificou em fontes de jornais digitais a expressão das ações de extremismo promovido pelos pentecostais no Brasil nos últimos 10 anos. Como resultado da pesquisa, se percebeu 35 registros de expressões que podem ser consideradas como extremistas, sendo que nos últimos 4 anos do período estudado ocorreram 69% dos registros de atos de extremismo, podendo este ser um indício do enfraquecimento da democracia e do desenvolvimento do fascismo em tempos atuais no Brasil.

(8)

ABSTRACT

The present work presents a documentary research that investigates the manifestations of pentecostal extremism in Brazil expressed in digital newspapers in the period from 2009 to 2018. For this, a bibliographical research was carried out to study the development of Pentecostalism in the USA during the first decade of the twentieth century and its remarkable expansion in Brazil in the following decades. After that, the expression of the actions of extremism promoted by Pentecostals in Brazil in the last 10 years has been identified in digital newspaper sources. As a result of the research, we have noticed 35 expression records that can be considered as extremists, in the last 4 years of the study period there were 69% of the records of acts of extremismo, which may be an indication of the weakening and the development of fascism in modern times in Brazil.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...10

2- PENTECOSTALISMO: UM FOGO QUE SE INICIOU NOS EUA E INCENDIOU TODO O BRASIL...15

3- EXPRESSÕES DO FUNDAMENTALISMO PENTECOSTAL NA HISTÓRIA RECENTE DO BRASIL (2009-2018)...19

4- A DEMOCRACIA ESTÁ EM RISCO?...26

CONCLUSÃO...29

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1- INTRODUÇÃO

Os avanços civilizatórios2obtidos nos últimos séculos somados à ideologia do

progresso3 podem ter ocultado uma realidade constante: os avanços humanitários

não são perpétuos; muito pelo contrário, a humanidade pode, como em outros momentos da História, retroceder em termos civilizatórios e reproduzir a barbárie (MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003).

Diante disso, aqueles que aspiram a manutenção dos avanços supracitados carecem de sempre estarem vigilantes na resistência à barbárie, e no contexto do objeto de estudo deste trabalho, busca-se compreender o avanço de ações de extremismo religioso, que podem colaborar para longos períodos de relativo obscurantismo, semelhantes aos ocorridos na Idade Média. Assim sendo, o objeto principal de investigação do presente estudo são as manifestações de atitudes extremistas de origem pentecostal no decênio de 2009-2018 no Brasil, registradas em jornais digitais. Cabe ressaltar que este estudo pode colaborar na compreensão das causas e possíveis desdobramentos deste fenômeno que aparentemente, não se coloca unicamente através de casos isolados, mas pode ser resultado de um processo mais amplo e potencialmente trevoso.

Menciona-se isso porque o Brasil possui 25,5 milhões de pessoas com profissão de fé pentecostal, o que representa 13,4% da população total (IBGE, 2010), sendo que desde 2007 o Brasil já é reconhecido como o país com maior número de pentecostais do mundo (BEGUOCI, 2007). Cabe ainda ressaltar que além do crescimento quantitativo deste grupo nas últimas décadas, ocorreu também uma ampla inserção no contexto político de representantes desse grupo4, que ao se

2 Tais como o acesso à direitos e garantias fundamentais previstos na Declaração Universal dos

Direitos Humanos.

3 “[...]um mito [...] interessado em convencer que a história tem destino certo e glorioso” (DUPAS, 2007).

4 Bancada parlamentar evangélica: Embora também hajam católicos na bancada evangélica

(MACHADO, 2017) os pentecostais são uma força hegemônica (CUNHA, 2018). Cabe ressaltar que como a Igreja Universal desde os anos 90 foi adotada estrutura organizada a fim dos candidatos da igreja não competissem entre si (MACHADO, 2017). A bancada evangélica na eleição de 2018 passou a contar com 94 parlamentares (85 deputados e 9 senadores) enquanto em 2014 eram 92 (88 deputados e 4 senadores) (CUNHA, 2018).

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considerar o aparente caráter autoritário, característico dos seus representantes, pode-se teorizar sobre o possível enfraquecimento da democracia brasileira, sobretudo em razão de diversas democracias no mundo terem se enfraquecido nos últimos anos em contextos semelhantes (LEVITSKY; ZIBLATT, 2018).

Há de se mencionar a existência de três palavras-chaves que embora possam ter alguma relação, têm um significado distinto e pode gerar equívocos concernentes à temática deste trabalho. São estas três palavras-chave: fanatismo, fundamentalismo e extremismo. O fanatismo é entendido como um posicionamento que não suporta a racionalidade (PINSKY & PINSKY, 2013). Enquanto isso, o conceito de fundamentalismo significa um retorno aos “fundamentos” da fé, sendo estes conteúdos de fé intocáveis, imunes ao método histórico e à ciência (DREHER, 2005). O extremismo, entretanto, parte sempre de uma postura fundamentalista que passa da esfera individual5 e busca impor-se através da força, seja com a violência

física diretamente, ou através da criação de meios políticos, agindo através do Estado (PEREIRA, 2017).

Enquanto o objeto de estudo deste trabalho é o extremismo, pode-se afirmar preliminarmente, que o fenômeno do extremismo pentecostal pode representar um risco à manutenção aos princípios democráticos da cultura ocidental/latino-americana/brasileira haja vista o viés autoritário, inerentes a estas posturas ideológicas relacionadas ao pensamento pentecostal; o que torna pertinente a reflexão acerca do paradoxo da tolerância6 e da sua expressão no atual contexto,

5 Por exemplo a adoção do celibato, entendido nesse contexto como a não realização de práticas

sexuais sem o casamento; esta é uma atitude fundamentalista pois está na base da fé cristã; o crente pode adotar esta prática por livre e espontânea vontade. Uma atitude extremista neste contexto seria impor aos demais membros da sociedade a prática do celibato. O mesmo se aplica a interrupção da gravidez e a homossexualidade; o crente nessa perspectiva tem a liberdade de seguir os seus fundamentos de fé (ser fundamentalista); a problemática se instaura ao tentar impor essa visão do mundo há outros (ser extremista).

6“[...] paradox of tolerance : Unlimited tolerance must lead to the disappearance of tolerance. If we extend unlimited tolerance even to those who are intolerant, if we are not prepared to defend a tolerant society against the onslaught of the intolerant, then the tolerant will be destroyed, and tolerance with them. In this formulation, I do not imply, for instance, that we should always suppress the utterance of intolerant philosophies ; as long as we can counter them by rational argument and keep them in check by public opinion, [...]” (POPPER, 1943, p. 226)

“[...] paradoxo da tolerância: tolerância ilimitada deve levar ao desaparecimento da tolerância. Se ampliarmos a tolerância ilimitada mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estamos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque do intolerante, então o tolerante será destruído e a tolerância com eles. Nesta formulação, não implica, por exemplo, que devamos

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que aparenta ter permitido a existência de formas de pensamentos excludentes, extremistas.

Popper (1943) trata do paradoxo da tolerância como um contexto no qual, paradoxalmente, a existência de uma tolerância ilimitada pode atuar passivamente para a extinção da tolerância, ao tolerar formas de pensamento intolerantes, que agiriam, estas últimas, de forma predatória ao pensamento que se propõem como tolerante. Desta forma, a manutenção da tolerância de pensamento exige a não tolerância a qualquer forma de pensamento que nega a existência do outro ou que exige a sua destruição.

Contudo, rememora-se que toda a investigação científica deve partir de um problema científico (VERGARA, 2013), podendo este problema ser conceitual ou prático. Assim se construiu o seguinte problema para fomentar esta pesquisa: Como tem se expressado o extremismo pentecostal nos últimos anos no Brasil?

Diante disso produziu-se um objetivo geral para este estudo, que é compreender relativamente como tem se expressado no Brasil o fenômeno do extremismo pentecostal no período de 2009 a 2018. Para que esse objetivo fosse cumprido foram elaborados três objetivos específicos, os quais são:

- Estudar o processo formativo do movimento pentecostal no Brasil e sua origem norte-americana.

- Identificar em jornais digitais a expressão de atos de extremismo pentecostal no período de 2009 a 2018.

- Refletir acerca dos riscos de uma sociedade democrática que se torna demasiadamente influenciada por políticas religiosas extremistas.

A pesquisa científica pode ser classificada quanto aos seus meios e aos seus fins (VERGARA, 2013). Quanto aos seus fins esta é uma pesquisa exploratória e descritiva. É exploratória no sentido que buscou inicialmente a produção teórica, principalmente em artigos científicos que tratem sobre a história do pentecostalismo; e descritiva, pois através da pesquisa documental investiga os relatos que

sempre suprimir o enunciado de filosofias intolerantes; Contanto que possamos contorná-los por argumentos racionais e mantê-los em cheque pela opinião pública” (Tradução do Google Tradutor).

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manifestem o extremismo pentecostal brasileiro no decênio de 2009-2018. Quanto os seus meios é de natureza bibliográfica e documental. Bibliográfica principalmente através de registros historiográficos, pois buscou constatar o surgimento do pentecostalismo, desde suas origens nos EUA e a sua expansão no Brasil. E ainda documental, pois através da pesquisa em jornais digitais e demais periódicos eletrônicos fez-se a análise das ocorrências da expressão de atos de extremismo pentecostal no decênio 2009-2018.

Destaca-se que o historiador pode aproveitar as facilidades técnicas proporcionadas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação para o desenvolvimento de suas pesquisas (ALMEIDA, 2011). Cabe também ressaltar que para o desenvolvimento da escrita historiográfica baseada em fontes documentais digitais deve-se atentar sempre para a qualidade das fontes (LUCCHESI, 2014), e em especial, para a particularidade da presente pesquisa, se utilizou para este trabalho unicamente as fontes oficiais de jornais, haja vista a grande propagação de conteúdo falso divulgado na internet.

O mecanismo de busca principal foi o buscador Google, sob o qual foi utilizada a ferramenta de busca com os filtros “Notícias” e a palavra-chave: “pentecostal”. Entretanto, no decorrer da pesquisa, se percebeu que haviam duas fontes muito recorrentes, que eram de sites de notícia, no formato “site de fofocas”, então logo à palavra-chave “pentecostal” foi adicionado o termo “-gospel”, que passou a agir como excludente do termo “gospel”, diminuindo os resultados da pesquisa, dando mais objetividade ao trabalho, removendo resultados irrelevantes7.

Para essa pesquisa utilizou-se também o filtro de período de publicação da notícia, sob o qual selecionou-se os resultados do período de 2009 a 2018.

O presente estudo desenvolveu uma pesquisa do tempo presente, o que por muito tempo foi objeto de resistências e ainda é um tema desafiador aos historiadores (DELGADO & FERREIRA 2003). A história do tempo presente relaciona o imediato aos períodos de longa duração na história, entretanto se

7 A maioria dos resultados verificados nesses sites de fofoca gospel era do teor: Pastor XYZ foi

encontrado no motel com a irmã na Igreja Pentecostal ABC; ou, cantor ASDF é hospitalizado após o evento na Igreja Pentecostal FGHI devido overdose de cocaína; o que eram os resultados não relevantes para pesquisa.

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distingue da história imediata porque exige uma mediação de um historiador neste processo (DOSSE, 2012).

Esta perspectiva destoa da tradição historiográfica predominante dos últimos dois séculos, que exigia demasiado distanciamento temporal por parte do historiador a fim de realizar as suas pesquisas (FERREIRA, 2018). Neste contexto os Annales8

colocaram em dúvida perspectiva da história como ciência do passado. (DOSSE, 2012)

Desta forma, o presente trabalho foi organizado em capítulos, com as seguintes nomenclaturas: “Pentecostalismo: um fogo que se iniciou nos EUA e incendiou todo Brasil” apresenta uma retrospectiva histórica do surgimento do pentecostalismo e da sua expansão. O capítulo, de nome “Expressões do fundamentalismo pentecostal na história recente do Brasil (2009-2018)” investiga em sites de jornais digitais registros de fatos que podem ser considerados como atos de extremismo por motivação religiosa pentecostal no período de 2009-2018, e, neste contexto, organiza por ordem cronológica e temática casos semelhantes dessas ocorrências. Nominado de "A Democracia está em risco?" o capítulo apresenta reflexões sobre as implicações de uma sociedade demasiadamente influenciada por políticas religiosas extremistas, sobretudo quanto à ruptura da democracia e um possível antídoto a esse fenômeno, a Alfabetização Científica.

8 Importante corrente teórica de historiadores do séculos XX, tais como Marc Bloch, Fernando

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2- PENTECOSTALISMO: UM FOGO9QUE SE INICIOU NOS EUA E INCENDIOU

TODO O BRASIL

Eu calcei sapato de fogo, não posso me controlar!10

Paulo André Talvez uma das mais antigas experiências humanas seja a experiência religiosa (KARNAL, 2017) e associada a elas as crenças em divindades; entretanto a dúvida sobre a existência de divindades é tão antiga quanto a crença na existência delas11 (MINOIS, 2017). Não obstante, a crítica às religiões começa a ficar mais

evidente durante o Iluminismo, quando a elite intelectual passa a associar a religião à Inquisição, à censura e ao atraso; e neste contexto, formas de pensamento como o criacionismo passam a ser concebidos como contos de fadas (KARNAL, 2017). Neste meio, pensadores do século XIX, anunciavam o fim de um mundo sob o qual a religião exercia papel quase dominante na sociedade12. Porém nos dias atuais

percebe-se um aparente crescimento da força das religiões e a liquidez13 do mundo

9 Fogo é uma forte referência para o movimento pentecostal, em especial ao dia de pentecostes (festividade judaica da colheita), momento em que ocorre a “descida” do Espírito Santo que se manifestou através de línguas de fogo junto aos cristãos primitivos que estavam reunidos em Jerusalém. Nesta ocasião relatada no livro de Atos dos Apóstolos, Capítulo 2, inclusive estes cristãos foram confundidos com bêbados em razão da extravagância que estavam promovendo. Nos dias atuais no contexto do movimento pentecostal, este tipo de manifestação do “fogo” é associado com rodopios, gritos, movimentos extravagantes; o que seriam uma evidência da manifestação do Espírito Santo, e em última análise, do poder de Deus.

10O fragmento desta música pentecostal, ressalta um importante fenômeno da música como um dos aspectos de destaque da liturgia pentecostal, sendo ela, a música, um instrumento fundamental para conduzir os crentes (auto nomenclatura adotadas pelos evangélicos pentecostais) à estados não ordinários da consciência (ENOC) ou estados alterados da consciência (EAC) (SILVA; LANZA, 2015) (KRIPPNER, 2007). Desta forma ao vivenciar o “fogo” comportar-se de modo a “perder o controle” em razão do êxtase da experiência, que é habitual e esperado pelos crentes.

11 Minois (2017) investiga expressões da dúvida do status quo religioso na cultura ocidental e faz referência ao caso de Protágoras, que teve sua produção escrita destruída por questionar a existência das divindades gregas em 415 a.C., desta forma se verifica já na antiguidade grega a ocorrência de punições a uma estrutura de pensamento que fosse divergente ao establishment religioso. A mesma obra de Minois se dedica a estudar as demais expressões do ceticismo à religião no decorrer da História da Cultura Ocidental.

12 Com destaque a expressão “Deus está morto” em NIETZSCHE, F. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

13 Transformações sociais que culminam na rápida metamorfose de estruturas institucionais, princípios que antes era davam “solidez” a estas estruturas que por vezes tem seu sentido de outrora esvaziados.

(16)

moderno pode ter contribuído para este particular14 (KARNAL, 2017). No caso

particular do Brasil apresenta-se o pentecostalismo, que é investigado neste capítulo. Assim sendo, este capítulo apresenta uma síntese do desenvolvimento histórico do pentecostalismo, desde sua origem nos EUA no início do século XX, sua chegada e rápida disseminação no Brasil após a primeira década mesmo século. Também apresenta uma nova expressão do pentecostalismo que teve grande sucesso no Brasil, o Neopentecostalismo.

O surgimento do pentecostalismo15 é diretamente relacionado com o

desenvolvimento do “Avivamento da Rua Azusa”, fenômeno religioso iniciado em Los Angeles - Estado da Califórnia EUA - em 1906, sendo este o marco inicial do surgimento do pentecostalismo (CURTIS; LANG; PETERSEN, 2003). Foram a partir das atividades desenvolvidas na Rua Azusa16 que se passou a adotar a liturgia17

característica do pentecostalismo.

O principal responsável por esse movimento foi Charles Fox Parham, e posteriormente por seu aluno William J. Seymour, ambas personalidades carismáticas (CURTIS; LANG; PETERSEN, 2003). Cabe ressaltar que a participação de William J. Seymour, que era negro, passou a ser mal vista pelo movimento, em especial por sua notoriedade e pelo fato de seu mestre, Parham, também ser ativo18 14 Karnal menciona o fenômeno da “customização da fé”, segundo ele, sintoma da liquidez da modernidade, na qual cada indivíduo adapta a fé institucionalizada à suas crenças individuais, moldando a fé a seu bel prazer podendo assim se apropriar apenas dos aspectos da religião que lhe agradam, em detrimento a uma moral amplamente estruturada pelas religiões oficiais e razoavelmente coerente em seus diversos aspectos. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=vnjVu5q5C1cAcesso em: 3 mar. 2018.

15O pentecostalismo é considerada a terceira “onda” do protestantismo, precedido pelo puritanismo e pelo metodismo, respectivamente. MARTIN, D. Tongues of Fire: The Explosion of Protestantism in Latin America. Oxford: Blackwell, 1990 In: MARIANO, R. Neopentecostais. Sociologia do novo Pentecostalismo no Brasil. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2005.

16 Que passou a utilizar um prédio outrora da Igreja Metodista para as atividades da “Missão Evangélica da Fé Apostólica” local que por vários anos, foi centro do crescente pentecostalismo. (CURTIS; LANG; PETERSEN, 2003).

17 Dentre as características do pentecostalismo clássico tem-se um culto fortemente emocional,

voltado para o êxtase, com papel de destaque para a glossolalia, o exorcismo e o milagres e curas (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000).

18 Assim como demais eminentes membros do movimento pentecostal que vieram posteriormente como Aimee Aimee Semple Mcpherson, fundadora da International Foursquare Gospel (Igreja do Evangelho Quadrangular) THE PAST: Historical Roots of Racial Unity and Divisionin American Pentecostalism Disponível em: http://www.pctii.org/cyberj/cyberj14/Robeck.pdf Acesso em: 02 jul 2019.

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na Ku Klux Klan19. Sendo que no início do movimento Seymour era submetido a

assistir as reuniões de Parham do lado de fora da sala de reuniões, dado o contexto racista (CAMPOS, 2005).

Enquanto isso, o surgimento do pentecostalismo no Brasil se dá nas primeiras décadas do século XX, surgindo em São Paulo e no Paraná a Congregação Cristã do Brasil. Logo em 1911, em Belém do Pará, a Assembleia de Deus é fundada (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000). Essas igrejas também podem ser chamadas de pentecostalismo de primeira onda (PEREIRA, 2010).

Com o passar de mais algumas décadas novas igrejas são fundadas ou implantadas no Brasil, dentre as quais menciona-se por sua ainda atual relevância a Igreja do Evangelho Quadrangular (International Foursquare Gospel dos EUA) que foi implantada em 1953; a Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo foi fundada em 1955; e a Igreja Deus é Amor, fundada no Brasil em 1962. (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000) As igrejas fundadas ou implantadas neste período podem ser chamadas de igrejas de pentecostalismo de segunda onda (PEREIRA, 2010).

Mais recentemente no Brasil passou-se a classificar o pentecostalismo em pentecostalismo clássico, fazendo alusão ao pentecostalismo surgido até meados dos anos 60, e o neopentecostalismo20, no período posterior ao citado. São

exemplos de igrejas neopentecostais a Igreja Universal do Reino de Deus (com fundação em 1977); a Igreja Internacional da Graça de Deus (com fundação em 1980), e a Igreja Renascer em Cristo (com fundação em 1986) (GAARDER; HELLERN; NOTAKER, 2000). As igrejas neopentecostais também são chamadas de pentecostais de terceira onda21(PEREIRA, 2010).

19 Movimento norte-americano de orientação política extrema-direita e religiosa protestante que se desenvolveu em 3 etapas (1865–1870) (1915–1944) (1946 até os dias atuais). Tornou-se bastante conhecido por promover a perseguição e atentados a grupos étnicos negros. Fonte:

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/ku-klux-klan.htm

20As igrejas neopentecostais tem as características do pentecostalismo clássico, acrescida a teologia

da prosperidade como doutrina (ORO, 2001). A Teologia da Prosperidade surge nos EUA na década de 1960 e dá ênfase na prosperidade economico-financeira do crente. (RIBEIRO, 2006)

21Há ainda de se mencionar que embora haja diferenças significativas entre as práticas litúrgicas e

doutrinárias entre as 3 ondas do pentecostalismo, há igrejas que sintetizam aspectos de outras vertentes. Talvez o exemplo mais notável seja o da Igreja do Evangelho Quadrangular, que embora historicamente tenha surgido na segunda onda do pentecostalismo, do decorrer de sua história aglutinou características próprias da terceira onda, mais exatamente, a teologia da prosperidade.

(18)

A fim de expressar graficamente os dados apresentados construiu-se a seguinte fluxograma:

(19)

3- EXPRESSÕES DO FUNDAMENTALISMO PENTECOSTAL NA HISTÓRIA RECENTE DO BRASIL (2009-2018)

"Bíblia sim, Constituição não." Tupirani da Hora Lores22

O presente capítulo apresenta os dados coletados através da pesquisa realizada no Google Notícias, visando encontrar as ocorrências de eventuais fatos que poderiam ser considerados uma expressão do extremismo pentecostal. Estas ocorrências após tabuladas apresentaram a seguinte recorrência:

Ano Ocorrências 2009 3 2010 1 2011 3 2012 1 2013 5 2014 0 2015 6 2016 4 2017 6 2018 7

22Pastor condenado por preconceito religioso. VASCONCELLOS, M. de."Bíblia, sim, Constituição,

não", prega pastor condenado por preconceito religioso. [2017] Disponível em:

< https://www.conjur.com.br/2017-out-04/biblia-sim-constituicao-nao-prega-pastor-condenado-preconceito> Acesso em: 10 jun 2019.

(20)

Com os dados da tabela acima construiu se o seguinte gráfico:

Buscou-se também agrupar resultados com temáticas semelhantes em especial as extremismos voltados a grupos minoritários específicos conforme demonstrado na tabela e gráfico a seguir:

Expressão Ocorrências Afro 8 Indígenas 3 LGBT+ 4 Crianças e adolescentes 4 Mulheres 3 Católicos 1 Muçulmanos 1 Outros 12

(21)

Diante disso organizou-se de forma cronológica uma breve descrição dos resultados observados no período:

2009

O pesquisador de religiões afro Reginaldo Prandi é entrevistado e relata a redução do candomblé e umbanda em comunidades, em especial porque quadrilhas se associariam a pastores que os influenciam a extirpar os terreiros das favelas. Também menciona que o presidente da república teria simpatia por umas das igrejas mais agressivas (MONTEAGUDO, 2009).

Igreja pentecostal produz documentário expondo o fenômeno do infanticídio em comunidades indígenas. Entretanto o jornal menciona que embora a obra se proponha a defender os direitos humanos, ela traz como implícito a ideia de demonizar a cultura indígena e promover o proselitismo religioso pentecostal (SWI, 2009).

(22)

Em entrevista Marília de Camargo César, autora do livro “Feridos em nome de Deus”, divulga em sua obra os abusos realizado por pastores pentecostais aos frequentadores das igrejas (MELLO, 2009).

2010

Igreja evangélica que aceita pessoas homossexuais sofre diversos ataques e seus membros são ameaçados de morte (ARAÚJO, 2010).

2011

Bancada Pentecostal contra união gay (DUARTE, 2011)

Igrejas se instalam em reserva indígena e ameaçam a cultura tradicional (MENDONÇA; SANCHES, 2011)

Deputado federal diz no Twitter que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado" (BALZA, 2011).

2012

Pastor pentecostal e discípulo são condenados por intolerância religiosa (G1, 2012).

2013

Evangélicos fazem ato em Brasília por liberdade religiosa mas a Igreja do Evangelho Quadrangular é expulsa por ter sua bandeira confundida com a do

(23)

Movimento LGBT (CÉO, 2013).

Revelações divinas como pressuposto para aliciamento de menores (FERREIRA, 2013).

Abuso sexual sob o pretexto de jovens estudarem durante a noite sobre sexualidade (G1, 2013).

Bancada evangélica e a defesa da ‘cura gay’ (LIMA, 2013)

Bancada evangélica contra o Estado laico (CASTRO; MATTOS, 2013).

2014

Nenhuma ocorrência.

2015

Criança do candomblé leva pedradas de evangélicos (G1, 2015a) (G1, 2015b).

Milícia Evangélica (CIPRIANO, 2015).

O “Figaro” aponta que a Fifa proíbe a manifestação religiosa em jogos de futebol desde 2009, em uma medida que visava especialmente os brasileiros. (SPORTV, 2015).

Igrejas e a tentativa de ter poder de questionar o STF - Ação direta de inconstitucionalidade (LIMA, 2015).

Tentativa de ensinar criacionismo (GONZATTO, 2015).

MPF-BA vai abrir inquérito para investigar os “Gladiadores do Altar” da Igreja Universal do Reino de Deus, dada a aparência de milícia do grupo (UOL, 2015).

(24)

,

2016

Pastora e mãe planejavam matar criança que estaria “endemoniada” (CARONE; MELO, 2016).

Guerra contra a macumba (SILVA, 2016) Intolerância com a umbanda (PUFF, 2016). Ataque à igreja católica (REZENDE, 2016).

2017

Destruição de terreiros no Brasil (ROZA, 2017).

Preconceito contra muçulmanos (OLIVEIRA, 2019).

“Cura gay” (BETIM, 2017).

Tentativa da bancada evangélica em promover a proibição de aborto em caso de estupro (BORBA; CARDOSO; FORMENTI, 2017).

Centenas de pessoas celebravam um pastor que acabava de contar como tinha formado uma milícia adolescente para acabar com a celebração de outra fé (BEGUOCI, 2017).

Igreja dos Estados Unidos gera medo e destroça famílias no Brasil com rígida da Bíblia que inclui punições físicas e duras restrições aos integrantes (PRENGAMA; WEISS; MOHR, 2017).

(25)

2018

Caso de falsa acusação de sacrifício humano em ritual leva inocente preso por crenças pentecostais de delegado em razão de revelação recebida em igreja evangélica (GAÚCHA ZH, 2018a, 2018b, 2018c).

Pichadores evangélicos (GRELLET; AMORIM; OTOBONI, 2018). Incitação à discriminação religiosa (ESTADÃO, 2018).

Liberdade ao culto indígenas afetada (DULCE, 2018).

Preconceito dos evangélicos contra umbandistas no STJ (EXAME, 2018).

“Bolsa estupro” para mulheres que forem estupradas e decidirem não abortar (LINDNER; MARINI; LIMA, 2018).

(26)

4- A DEMOCRACIA ESTÁ EM RISCO?

Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão.23

Jair Messias Bolsonaro

Autores como Eco (2018), Snyder (2017), Mounk (2019) e Levitsky & Ziblatt, (2018) têm se questionado quanto à efetiva manutenção da democracia nos tempos hodiernos, dadas às diversas expressões do autoritarismo inclusive em países tidos como Estados democráticos sólido24. Neste contexto, um conceito que

historicamente tem sido utilizado para sintetizar atitudes autoritárias com um escopo consistente de ações extremistas promovidas por governos é o conceito de fascismo25(SILVA, 2000).

Eco (2018) elenca 14 elementos compatíveis com um governo fascista, e aponta Casarin (2019), que o Brasil atual se enquadra em praticamente todos os quesitos propostos por Eco (2018) a fim de ser classificado como fascista. Nesta perspectiva, pode se afirmar que a democracia no Brasil está afetada, fragilizada. Um dos elementos que Eco (2018) utiliza para classificar um contexto fascista é o anti-intelectualismo. O próprio pentecostalismo desde sua origem teve um postura anti-intelectualista e de desprezo pela formação teológica e intelectual de seus quadros (GOMES, 2015).

Ademais, a sociedade atual é profundamente dependente da ciência, mas que em sua maioria tem pouco conhecimento sobre ciência (SAGAN, 1996); esta desconsideração pelos princípios científicos tem apontado para problemas concretos

23 Discurso em Campina Grande, Paraíba em fevereiro de 2017. Disponível em < https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2018/09/24/frases-de-bolsonaro-o-candidato-que-despreza-as-minorias.htm> Acesso em 10 jun 2019.

24De notável expressão nos dias atuais (AROUCA, 2017), o seriado The Handmaid's Tale (O Conto

da Aia) apresenta uma distopia dramática protagonizado por uma mulher norteamericana que vê repentinamente a sua nação sob domínio de um Estado cristão totalitário e diante disso todas as implicações à vida, integrando a retirada de direitos e garantias. O seriado é baseada na obra literária homônima de Margaret Atwood. E representa na ficção um mundo onde os EUA estaria nos dias próximo dos atuais sob um governo teocrático, obra essa que pode fomentar à reflexão um possível cenário não muito distante da realidade atual.

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na vida das pessoas, em especial em decorrência do negacionismo da ciência, ou seja, a postura deliberada de negação as descobertas da ciência. Como exemplo desses malefícios pode-se citar o reaparecimento de doenças consideradas outrora como erradicadas, como nos EUA, tem se percebido a ocorrência de sarampo (CID 10 - B05), caxumba (CID 10 - B26) e coqueluche (CID 10 - A37) (CORRÊA, 2014); fato decorrente da negação da ciência, neste caso, do efeito preventivo de doenças através de vacinas.

Talvez de risco quão elevado, como a negação das doenças, é a recorrente negação da AIDS, ou seja, a afirmativa categórica de que o vírus HIV não a provoca, ou ainda que, se ele existe, não é transmitido pelo contato sexual, aponta para um problema evidente: a propagação de doenças que provocam danos terríveis a seus portadores, em especial, a abreviação da vida do portador.

Possivelmente menos danoso que os exemplos citados acima, outro fenômeno bastante difundido nos tempos hodiernos é o surgimento de propagação de ideias como o Terraplanismo, ou seja, o pensamento de que a Terra é plana, o que denota uma profunda falta de compreensão da realidade em seus aspectos básicos. Diante disso surgem teóricos como Chassot (2017) propondo a alfabetização científica, ou seja, a instrumentalização da população com princípios científicos.

O conceito de alfabetização vem sendo ampliado nos últimas décadas, não sendo restrita à habilidade de escrever o alfabeto, mas em geral, podendo ser associado a uma área específica do conhecimento, como a alfabetização musical, por exemplo, que compreende, dentre outros aspectos, a habilidade em identificar notas musicais, ou seja, apresentar condições mínimas de compreensão de determinada área do saber. O mesmo se aplica à alfabetização científica, que pode ser entendida como o entendimento de princípios fundamentais da ciência. Esses conceitos podem estar presentes na educação escolar, ressaltando que neste contexto escolar em geral se adota a metodologia da transposição didática, a qual consiste na tarefa pedagógica de acessar o conhecimento acadêmico e torná-lo compreensível ao público escolar (BITTENCOURT, 2004).

Nas palavras de Chassot (2003), o analfabeto científico seria uma pessoa que não tem a capacidade de ler o universo; indo além disso Dawkins (2012)

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argumenta que desconhecer o saber científico condiciona o indivíduo a não diferenciar o real do imaginário, o concreto da fantasia. Uma vez que como pontua Sagan (1996) muitas pessoas eram (e ainda são, grifo do autor) enganadas por concepções equivocados da realidade tais como Astrologia, existência de Atlântida, Lemúria, sendo que essas pessoas, por vezes, têm perdas inclusive financeiras por adotar tais concepções em suas vidas, concepções essas advindas, a grosso modo, de perspectivas fantasiosas, uma vez que não descendem de métodos que se utilizam de fenômenos comprovados ou ao menos verificáveis, constituindo-se saberes infalíveis, estando fora do campo da ciência (POPPER, 1975).

Dentre as possíveis formas de promover a alfabetização científica Chassot (2017) faz apologia ao ensino da própria História da Ciência que em si já é um poderoso instrumento para esse desiderato. Através dela podem ser apresentadas por exemplo, três importantes revoluções, a copernicana, lavoiseriana e a darwiniana, podendo assim abordar conhecimentos da física, da química e da biologia, respectivamente.

Ainda cabe à educação científica, para se fazer eficaz, romper com o status esotérico da ciência, tornando-a exotérica. (CHASSOT, 2003) Ou seja, fazer ela deixar de ser um saber reservado a iniciados, e torná-la acessível aos educandos. Desta forma democratizar o ensino das ciências pode ser um instrumento importante para o enfrentamento do anti-intelectualismo, e em consequência, corroboração da manutenção da democracia.

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CONCLUSÃO

O presente estudo objetivou compreender, relativamente, como tem se expressado no Brasil o fenômeno do extremismo pentecostal no período de 2009 a 2018. Para isso foram construídos três objetivos específicos que envolveram o estudo do processo formativo do movimento pentecostal no Brasil e sua origem norte-americana; a identificação em jornais digitais a expressão de atos de extremismo pentecostal no período de 2009 a 2018 e a reflexão acerca dos riscos de uma sociedade democrática que torna-se demasiadamente influenciada por políticas religiosas extremistas.

Quanto à metodologia realizou-se uma pesquisa documental através de jornais digitais como fonte primária, partindo da perspectiva de autores que defendem a possibilidade dos historiadores poderem se utilizar das Tecnologias de Informação e da Comunicação a fim de realizar suas pesquisas, observando sempre a qualidade das fontes. Enquanto pesquisa historiográfica desenvolveu-se uma pesquisa do tempo presente, em consonância com as propostas da Escola dos Annales.

A pesquisa realizada com os jornais digitais se utilizou do mecanismo de busca do Google Notícias, com o qual buscou-se os resultados das palavras-chaves: “pentecostal -gospel”, o que deu mais objetividade ao trabalho removendo resultados que não eram relevantes para a pesquisa; além disso, ocorreu a aplicação dos filtros de período de publicação da notícia, sob o qual selecionando-se o período de 2009 a 2018, observando-se sempre à qualidade das fontes.

Concernente ao estudo das origens do pentecostalismo se verificou como marco do surgimento do pentecostalismo o movimento da Rua Azuza, movimento desenvolvido após o ano 1906 por Parham e Seymour. Anos após o pentecostalismo chegou ao Brasil, sendo as primeiras igrejas fundadas A Congregação Cristã do Brasil e Assembleia de Deus em 1911.

Diferindo do pentecostalismo clássico em razão do acréscimo da teologia da prosperidade, as igrejas neopentecostais como a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus e Igreja Renascer em Cristo surgem entre

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os anos de 1977 a 1986 conquistando nos anos seguintes significativa representatividade no meio evangélico.

Com a pesquisa documental realizada foram identificadas 35 registros que foram classificadas como atos de extremismo por parte da população pentecostal brasileira, os quais foram tabulados e organizados de forma cronológica e temática para assim serem expressos através de tabelas e gráficos. Sendo que destes resultados, 69% das ocorrências se acumulam nos últimos 4 anos do decênio. Com isso foi identificada a ampliação dos registros destas ocorrências o que pode intuir-se também significa a ampliação das ocorrências em si e não apenas mero aumento do registro dessas ocorrências.

No contexto político brasileiro atual a ampliação da influência política da bancada evangélica, que tem na maioria de seus quadros pentecostais, pode, talvez, ter legitimado à parte da população, os atos de extremismo como os apresentados no presente trabalho.

Ademais, se constata que esse grupo por seu discurso de defesa da vida, da família, por vezes, apenas um malabarismo semântico que objetiva impor as ideias religiosas buscando construir conceitos sobre o que é vida, sobre o que é família, com a intenção de eliminar o debate sobre temas de questões importantes como interrupção da gravidez e liberdade de união civil entre pessoas do mesmo sexo, à custas da não obtenção de direitos de demais camadas da sociedade que não possuem as crenças religiosas pentecostais.

O autor advoga a necessidade da liberdade de crença, mas também, indesculpável, não tolerância a formas de pensamento que exijam a eliminação do outro, percepção essa advinda pela compreensão do paradoxo da tolerância. Neste contexto a educação cumpre um importante papel e refletir sobre a educação do futuro é certamente relevante para o desenvolvimento de uma sociedade que prime pela equidade, pelo respeito aos direitos humanos, pelos princípios democráticos, e demais ideias que promovam a possibilidade de elevada qualidade de vida a todos os seres humanos.

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Pois somado a este ambiente ao qual se encontra o Brasil evidencia-se anti-intelectualismo, característica de um ambiente fascista, que põem em risco a democracia. Ademais a alfabetização científica pode agir como um antídoto a esta realidade trágica que dadas as circunstancias se apresenta como um retrocesso.

Neste contexto pode se observar que nos, últimos séculos, com o desenvolvimento do método científico, a humanidade alcançou avanços significativos na redução da mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida, e em consequência desses e de outros fatores, a melhoria na qualidade de vida de uma forma generalizada.

Ainda como apresentado no último capítulo, uma educação com o primado nas ciências pode corroborar no desiderato da construção de uma sociedade socialmente mais justa, e economicamente desenvolvida, assim como servir como ferramenta metodológica contra formas de pensamentos enganosos, por fim pode se afirmar que o estudo cumpriu parcialmente os seus objetivos e fomentará novas pesquisas ao acadêmico.

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