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Índices de análise de demonstrações contábeis para auxiliar na decisão de investimento em empresa de capital aberto

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS

E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ADRIANO MUCKENFUHS

ÍNDICES DE ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA AUXILIAR NA DECISÃO DE INVESTIMENTO EM EMPRESA DE CAPITAL ABERTO

(Trabalho de Conclusão de Curso)

Ijuí 2013

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ADRIANO MUCKENFUHS

ÍNDICES DE ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA AUXILIAR NA DECISÃO DE INVESTIMENTO EM EMPRESA DE CAPITAL ABERTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Irani Paulo Basso

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RESUMO

A Contabilidade gera informações para os mais diversos tipos de usuários. Neste sentido, os indicadores que a análise de demonstrações Contábeis proporciona são, entre outros instrumentos, de grande utilidade para embasar a decisão de investir, ou não, em uma empresa de capital aberto. O objetivo deste estudo é analisar as demonstrações Contábeis da Gerdau S.A., para gerar indicadores que evidenciem sua situação econômico-financeira, destacando a sua importância como elemento contributivo nas decisões de investimentos do investidor do mercado de capitais. Para realização deste trabalho foi revisada a literatura referente à área de estudo e levantadas as demonstrações Contábeis obrigatórias da empresa, apurando os indicadores que evidenciassem a situação econômico-financeira da empresa. O passo seguinte foi interpretar os indicadores gerados no contexto da empresa e avaliá-los, destacando sua importância do ponto de vista de um investidor. A pesquisa classifica-se, quanto sua natureza, como aplicada; já quanto ao objetivos, classifica-se como exploratória e explicativa, sendo sua forma de abordagem qualitativa e os procedimentos técnicos, de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Através dos indicadores calculados, pôde-se evidenciar a situação econômica e financeira da empresa e demonstrar que os indicadores fornecidos pela técnica de análise das demonstrações Contábeis contribuem muito para a tomada de decisão dos investidores, principalmente com os índices de rentabilidade e lucratividade, que demonstram exatamente o que o investidor procura, porém, os demais indicadores também trazem informações importantes, como a garantia e risco do investimento a ser realizado. Por fim, conclui-se que para se ter um embasamento sólido para investir, faz-se necessário calcular e analisar o máximo de indicadores de análifaz-se de demonstrações Contábeis possíveis, pois todos trazem informações importantes e podem contribuir na tomada de decisão.

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ABSTRACT

Accounting generates information for different types of users. In this sense, the indicators that the analysis of financial statements provides are useful to support the decision to invest or not in a public company. The aim of this study is to analyze the financial statements of Gerdau S.A., to generate indicators that demonstrate its economic and financial situation, highlighting its importance as a contributory factor in the investment decisions of investors in the capital market. For this study, we reviewed the literature concerning the analysis of financial statements and raised the mandatory financial statements of the company, calculating the indicators that provided evidence of the economic and financial situation of the company. The next step was to interpret the indicators generated in the context of company and evaluate them, highlighting its importance from the point of view of an investor. The survey ranks, as its nature, as applied, now on the goals, it is classified as exploratory and explanatory, being a form of qualitative research and the technical procedures of bibliographic and documentary research. Through the indicators calculated, we could highlight the economic and financial situation of the company and demonstrate that the indicators provided by the technical analysis of financial statements contribute much to the decision making of investors, especially with the Indexes of Yield and Profitability, demonstrating exactly what the investor demand, but other indicators also provide important information such as warranty and risk the investment to be made. Finally, it is concluded that in order to have a solid foundation to invest, it is necessary to calculate and analyze the maximum possible indicators of financial statement analysis, as all provide important information and can help in decision making.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Balanço de Fundos do Ano 2 ... 47

Gráfico 2: Balanço de Fundos do Ano 3 ... 48

Gráfico 3: Balanço de Fundos do Ano 4 ... 49

Gráfico 4: Balanço de Fundos do Ano 5 ... 50

Gráfico 5: Capital Circulante Líquido ... 51

Gráfico 6: Índices de Liquidez ... 51

Gráfico 7: Coeficientes de Endividamento ... 53

Gráfico 8: Taxa de Lucratividade ... 55

Gráfico 9: Taxas de Rentabilidade ... 56

Gráfico 10: Ciclometria ... 57

Gráfico 11: Prazo Relativo de Duplicatas ... 58

Gráfico 12: Coeficiente de Overtrading ... 59

Gráfico 13: Índice de Insolvência de Kanitz ... 60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Análise do Balanço Patrimonial Atualizado 2008-2012 ... 37

Quadro 2: Análise da Demonstração do Resultado do Exercício Atualizado 2008-2012 ... 39

Quadro 3: Análise Vertical do Balanço Patrimonial Atualizado 2008-2012 ... 41

Quadro 4: Análise Vertical da DRE Atualizada 2008-2012... 42

Quadro 5: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial Atualizado 2008-2012 ... 44

Quadro 6: Análise Horizontal da DRE Atualizada 2008-2012 ... 45

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SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS ... 5

LISTA DE QUADROS ... 6

INTRODUÇÃO ... 9

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 10

1.1. Área do Estudo a ser Contemplada... 10

1.2. Caracterização da Organização ... 10 1.3. Problematização do Tema ... 11 1.4. Objetivos ... 11 1.4.1. Objetivo Geral ... 11 1.4.2. Objetivos Específicos ... 11 1.5. Justificativa ... 12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 13 2.1. Contabilidade ... 13

2.1.1. Conceituação, Objeto e Caracterização Geral da Contabilidade ... 13

2.1.2. Princípios e Normas Brasileiras de Contabilidade ... 14

2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas ... 15

2.1.4. Caracterização das Demonstrações Contábeis ... 16

2.2. Análise de Demonstrações Contábeis... 17

2.2.1. Caracterização e Finalidades da Análise de Demonstrações Contábeis ... 18

2.2.2. Obtenção e Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços ... 18

2.2.3. Atualização de Valores para Fins de Análise Comparativa de Balanços ... 19

2.2.4. Análise de Balanços em Valores Absolutos ... 19

2.2.5. Análise de Balanços em Valores Relativos – Vertical e Horizontal ... 20

2.2.6. Análise do Balanço de Fundos ... 21

2.2.7. Análise de Balanços por Índices Econômicos e Financeiros ... 21

3. METODOLOGIA DO TRABALHO ... 32

3.1. Classificação da Pesquisa ... 32

3.1.1. Quanto a sua Natureza ... 32

3.1.2. Quanto aos seus Objetivos ... 32

3.1.3. Quanto a Forma de Abordagem ... 33

3.1.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos ... 33

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3.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados ... 34

3.3. Análise e Interpretação dos Dados ... 35

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 36

4.1. Análise de Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos ... 36

4.2. Análise Vertical ... 40

4.3. Análise Horizontal ... 43

4.4. Análise do Balanço de Fundos ... 47

4.5. Análise da Liquidez ... 50

4.5.1. Capital Circulante Líquido ... 50

4.5.2. Índices de Liquidez ... 51 4.6. Análise de Endividamento ... 53 4.7. Análise da Lucratividade ... 54 4.8. Análise da Rentabilidade ... 55 4.9. Análise de Ciclometria ... 57 4.10. Análise de Solvência/Insolvência ... 59

4.11. Análise de Indicadores de Mercado... 60

4.12. Conclusões da Análise ... 61

4.12.1. Situação Financeira ... 62

4.12.2. Situação Patrimonial ... 63

4.12.3. Situação dos Capitais ... 65

4.12.4. Situação Econômica ... 65

4.12.5. Na Visão do Investidor ... 66

CONCLUSÃO ... 67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 68

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9

INTRODUÇÃO

A Contabilidade, como Ciência, estuda o patrimônio das organizações, consubstanciado em diversas áreas da atividade humana. Neste contexto, uma das áreas de atuação de um profissional da Contabilidade é a área de análise de balanços, tendo por base as demonstrações Contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento Contábil, a legislação e normas aplicáveis.

A técnica Contábil da análise de balanços tem por objetivo analisar as demonstrações Contábeis das entidades, buscando gerar indicadores que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas ou externas, para avaliação da gestão, inclusive para auxiliar investidores em suas decisões de investimentos em empresas que operam no mercado de capitais, tema objeto de estudo do trabalho de conclusão de curso ora proposto.

O objetivo deste estudo é analisar as demonstrações Contábeis básicas da Gerdau S.A., para gerar indicadores que evidenciem sua situação econômico-financeira, destacando a sua importância como elemento contributivo nas decisões de investimentos do investidor do mercado de capitais.

Neste sentido, o capítulo um apresenta a contextualização do estudo, onde são definidos o tema, o problema, os objetivos gerais e específicos, a justificativa e também um breve relato com a caracterização da empresa estudada.

Na sequência, tem-se o capítulo dois, onde consta a revisão bibliográfica, que é a pesquisa da teoria relacionada com o tema de análise de demonstrações Contábeis, visando proporcionar embasamento para a realização do estudo prático.

No terceiro capítulo, é apresentada a metodologia a ser utilizada no estudo que foi desenvolvido de acordo com o cronograma de atividades estabelecido no projeto.

Já o quarto capítulo, apresenta a análise dos resultados obtidos com o estudo aplicado, onde são evidenciadas diversas formas de análise de demonstrações Contábeis, além de indicadores e suas interpretações, bem como as conclusões da análise. Por fim, são apresentadas a conclusão do trabalho e as referências bibliográficas.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste tópico será apresentada a contextualização do estudo proposto, contendo a área de estudo a ser contemplada, seguido por uma breve caracterização da organização. Na sequência encontramos a descrição do problema, bem como a formulação dos objetivos geral e específicos e a justificativa para a elaboração do estudo.

1.1. Área do Estudo a ser Contemplada

A Contabilidade, como Ciência ou como técnica Contábil, estuda o patrimônio das organizações, consubstanciado em diversas áreas da atividade humana. Neste contexto, uma das áreas de atuação de um profissional da Contabilidade é a área de análise de balanços, tendo por base as demonstrações Contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento Contábil, a legislação e normas aplicáveis, sendo esta a área de estudo para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso, cujo tema de abordagem é de índices de análise das demonstrações Contábeis como instrumento de auxílio na decisão de investimentos, tendo por base os demonstrativos Contábeis da empresa Gerdau S/A.

1.2. Caracterização da Organização

A empresa Gerdau S.A. foi fundada em 1901 e hoje é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais no mundo, sendo também líder mundial no fornecimento de aços longos especiais para a indústria automotiva.

Atuante no setor de aços, atende setores da construção civil, indústria e comércio. O aço é uma necessidade constante da humanidade, sendo que no Brasil, a Gerdau S.A. está presente em obras importantes, como as obras de 8 estádios de futebol para a copa de 2014 no Brasil, além de obras de infraestrutura, como ferrovias, usinas eólicas, portos e estradas.

A empresa conta com mais de 45 mil colaboradores, possuindo operações industriais em 14 países, entre os continentes das Américas, Europa e Ásia, com uma capacidade total instalada de mais de 25 milhões de toneladas ano. Com práticas de governança corporativa de nível 1, a Gerdau S.A. possui mais de 140 mil acionistas e está listada nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri.

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1.3. Problematização do Tema

A técnica Contábil da análise de balanços tem por objetivo analisar as demonstrações Contábeis das entidades, buscando gerar índices que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas ou externas, para avaliação da gestão e mesmo para auxiliar investidores em suas decisões de investimentos em empresas que operam no mercado de capitais.

Neste sentido, os indicadores que a análise das demonstrações Contábeis proporciona são de grande utilidade para embasar a decisão de investir, ou não, em uma empresa de capital aberto.

Portanto, com a realização de análise das demonstrações Contábeis da empresa Gerdau S.A., busca-se gerar diversos indicadores que poderão ser de muita utilidade nas decisões de investimentos de parte de investidores do mercado de capitais, tendo como referência a empresa objeto de aplicação prática do Trabalho de Conclusão de Curso do proponente.

Neste contexto, questiona-se: Quais são os melhores indicadores gerados a partir da técnica de análise de balanços para evidenciar o desempenho econômico-financeiro de empresas nas decisões do investidor?

1.4. Objetivos

Os objetivos buscam a definição do que se quer com a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso por parte do proponente, divididos em geral e específicos.

1.4.1. Objetivo Geral

Analisar as demonstrações Contábeis da Gerdau S.A. para gerar indicadores que evidenciem sua situação econômico-financeira, destacando a sua importância como elemento contributivo nas decisões de investimentos do investidor do mercado de capitais.

1.4.2. Objetivos Específicos

- Revisar a literatura referente à análise de demonstrações Contábeis;

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- Apurar os indicadores que evidenciem a situação econômico-financeira da empresa em estudo;

- Interpretar os indicadores gerados no contexto da empresa;

- Avaliar os indicadores econômicos e financeiros e sua importância do ponto de vista de um investidor.

1.5. Justificativa

O tema escolhido para este trabalho foi o de análise das demonstrações Contábeis, pois além de ser uma importante ferramenta de gestão para a empresa, propicia também aos usuários externos, importantes índices a serem considerados em uma decisão de investimento.

Para a empresa, a análise das demonstrações Contábeis proporcionará diversos indicadores que podem ser divulgados para atrair novos investidores.

Com relação ao Curso de Ciências Contábeis da Unijuí, aumenta o acervo de trabalhos na área de análise de demonstrações Contábeis, possibilitando que outros acadêmicos ampliem seus conhecimentos tomando como base o presente trabalho, desta vez como foco na visão do investidor.

Para o acadêmico, realizar este trabalho na área de análise de demonstrações Contábeis, proporcionou um acréscimo no conhecimento, pois, além do aprofundamento dos estudos necessários para a elaboração do trabalho, possibilitou colocar em prática os fundamentos abordados em sala de aula.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para formar embasamento para o estudo proposto, realizou-se a pesquisa bibliográfica em livros de autores conceituados no ramo da contabilidade, na busca por conceitos e esclarecimentos sobre a contabilidade e a análise de demonstrações Contábeis.

2.1. Contabilidade

A contabilidade já nasceu com a humanidade, pois o homem sempre teve a necessidade de quantificar e qualificar os bens para ter controle sobre suas propriedades.

2.1.1. Conceituação, Objeto e Caracterização Geral da Contabilidade

É importante que se entenda o que é a contabilidade e o que a mesma estuda.

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira (BASSO, 2000, p. 19).

“Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio sob o ponto de vista econômico-financeiro, observando e registrando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas” (TOIGO, 1987 apud BASSO, 2000, p. 19).

Complementando:

Concebida para tratar do controle do patrimônio e estudar sua composição, suas variações e estados, e sendo o patrimônio algo pertencente ao homem que, por sua vez, vive, age, e interage de forma pessoal ou coletiva na sociedade por ele constituída, a Contabilidade é enquadrada como uma ciência social, mais especificamente no grupo das ciências econômicas e administrativas, que se utiliza de técnicas específicas para se tornar útil e cumprir com as finalidades para que foi concebida (BASSO, 2000, p.19).

Ficou evidente que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Segundo Basso (2000, p. 19), “O objeto da Contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”.

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Então, a contabilidade é uma ciência social que tem como objeto de estudo o patrimônio pertencente a uma entidade e suas variações na forma quantitativa e qualitativa.

2.1.2. Princípios e Normas Brasileiras de Contabilidade

Os Princípios de Contabilidade estão estabelecidos na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 750/93, tendo nova redação dada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 1.282/10, e são o fundamento das teorias e ensinamentos sobre a ciência Contábil, servindo de base para a correta interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade. A Resolução CFC nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, define os seis princípios de contabilidade:

O Princípio da Entidade, “[...] afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes” e portanto “[...] o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição” (Res. CFC nº 750/93);

O patrimônio da pessoa física e da entidade jurídica não podem se misturar, pois são patrimônios distintos;

O Princípio da Continuidade, “[...] pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância” (Res. CFC nº 1.282/10). Este princípio considera que a entidade foi criada para prosperar e deve continuar para sempre;

O Princípio da Oportunidade. “[...] refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas” (Res. CFC nº 750/93). Para termos informações íntegras e relevantes, não devemos perder a oportunidade de fazer os registros Contábeis no momento correto;

O Princípio do Registro pelo Valor Original, é o princípio que “[...] determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional” (Res. CFC nº 750/93). Todos os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos seus valores originais, e esta norma também identifica maneiras de mensuração para identificar o valor atual dos mesmos;

O Princípio da Competência determina que, “[...] os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento” (Res. CFC nº 750/93). Através do Princípio da Competência somos levados a registrar as transações para que tenham efeito no período a que se referem,

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mesmo que o pagamento ou recebimento não tenha ocorrido ou tenha ocorrido antecipadamente;

O Princípio da Prudência, “[...] determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido” (Res. CFC nº 750/93).

Como o próprio nome diz, devemos ser prudentes nas estimativas feitas sobre os componentes patrimoniais, para evitar que os ativos e receitas sejam superestimados e os passivos e despesas subestimados.

Com os seis princípios definidos, existe base para a correta interpretação das Normas Brasileiras de Contabilidade, que tiveram novas siglas estabelecidas pela Resolução CFC 1.328/11, sendo elas: Normas Profissionais: NBC PG – norma geral; NBC PA – do Auditor Independente; NBC PI – do Auditor Interno; NBC PP – do Perito.

Existem também as Normas Técnicas, dentre elas: NBC TG (Geral), NBC TSP (do Setor Público), NBC TA (da Auditoria Independente), NBC TR (de Revisão de Informação Contábil Histórica), NBC TO (de Asseguração de Informação Não Histórica), NBC TSC (de Serviço Correlato), NBC TI (de Auditoria Interna), NBC TP (de Perícia), NBC TAG (de Auditoria Governamental).

As normas profissionais estabelecem qual a conduta desejável para um profissional da contabilidade, já as normas técnicas estabelecem padrões e procedimentos a serem considerados para o correto exercício da profissão.

2.1.3. Técnicas Contábeis Básicas

A Contabilidade possui técnicas básicas, que são utilizadas para torná-la útil e compreensível aos seus usuários, conforme Basso (2000):

- Escrituração – trata-se dos registros dos fatos Contábeis nos livros de escrituração Contábil (Diário e Razão) e nos livros auxiliares;

- Demonstrativos Contábeis – são relatos econômicos e financeiros, que tiveram origem na escrituração Contábil, e são conhecidos como balancete de verificação, balanço patrimonial,

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demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e aplicações de recursos e a demonstração das mutações do patrimônio líquido;

- Auditoria – exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das práticas Contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações Contábeis, para certificar sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade;

- Análise de Balanços – extração de dados e informações para a interpretação, estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. Esta técnica também é conhecida como análise das demonstrações Contábeis, e é esta técnica que tornou possível a execução dos trabalhos do presente estudo.

2.1.4. Caracterização das Demonstrações Contábeis

Um dos objetivos da Contabilidade é prestar informações relevantes aos seus usuários, mas para os usuários, ter acesso as escriturações Contábeis não tem grande serventia, então foi necessário encontrar uma maneira de mostrar de forma inteligível os dados coletados e armazenados pela escrituração, surgindo assim as demonstrações Contábeis. Segundo Basso (2011, p. 293), “[...] o legislador entendeu oportuno estabelecer, como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco demonstrativos que evidenciem, de forma sintética, as informações econômicas e financeiras das entidades em geral, especialmente das sociedades comerciais”.

Estes cinco demonstrativos obrigatórios são divididos em básicos e complementares, sendo os básicos: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, e os complementares: a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Valor Adicionado.

O Balanço Patrimonial, “[...] pode ser entendido como uma representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada data, revelando a sua posição financeira e patrimonial estática” (BASSO, 2011, p. 294).

A estrutura do Balanço Patrimonial é formada por duas colunas, onde do lado esquerdo são mostrados os bens e direitos e no lado direito as obrigações e o grupo do patrimônio líquido. Em ambos os lados, os itens são demonstrados por ordem de liquidez, e devem ter o total igual nas duas colunas.

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A Demonstração do Resultado do Exercício, “[...] conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa em determinado período, isto é, o lucro ou o prejuízo” (SILVA, 2008, p. 74).

Ainda, segundo Silva (2008), é relevante observar que o balanço patrimonial representa uma posição estática, enquanto a demonstração do resultado do exercício acumula as receitas, custos e despesas relativas a um período de tempo, chegando ao seu resultado final.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa, “[...] evidencia as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos” (MARION, 2010, p. 54).

Já a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, também como sugere o nome, demonstra as mudanças havidas no patrimônio líquido da entidade no período de tempo existente entre os dois balanços.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços, independentemente da origem da variação, seja ela proveniente da correção monetária, de aumento de capital, de reavaliação de elementos do ativo, de lucro ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio Patrimônio Líquido (MATARAZZO, 2003, p.40).

E por fim, a Demonstração do Valor Adicionado, “[...] procura informar aos usuários da informação Contábil o quanto de valor – riqueza – a entidade adicionou aos insumos adquiridos no período, bem como foi feita sua distribuição aos elementos que contribuíram para essa adição” (BASSO, 2011, p. 325).

Através destes cinco demonstrativos, já é possível extrair bastante informações sobre a entidade, porém, com as técnicas de análise das demonstrações Contábeis, o universo de informações, inclusive gerenciais, fica muito mais amplo.

2.2. Análise de Demonstrações Contábeis

A análise das demonstrações Contábeis é uma técnica Contábil utilizada para transformar os dados contidos nas demonstrações Contábeis em informações úteis e mais inteligíveis para seus usuários.

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2.2.1. Caracterização e Finalidades da Análise de Demonstrações Contábeis

Matarazzo (2003), estabelece que as demonstrações Contábeis apresentam uma infinidade de dados, mas que muitas vezes não são compreendidos por seus usuários, aí entra a técnica de análise das demonstrações Contábeis para transformar estes dados em informações úteis.

As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir (MATARAZZO, 2003 p. 15).

Complementando:

A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa (ASSAF NETO, 2002, p. 48).

Portanto, serão úteis, aquelas informações que forneçam ao usuário base suficiente para a tomada de decisões, pois esta é a principal finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis.

2.2.2. Obtenção e Preparação das Demonstrações Contábeis para a Análise de Balanços

Existem várias maneiras de conseguir as demonstrações Contábeis de uma empresa. Para aquelas que estão obrigadas por lei a publicá-las, fica ainda mais fácil, pois normalmente encontra-se na internet ou em jornais de grande circulação. Já para as que estão desobrigadas pela lei, será necessário solicitar à empresa suas demonstrações Contábeis.

É sempre importante obter as informações de fontes confiáveis e, Silva (2008), lembra que também é necessário conferir se as demonstrações obtidas estão preenchendo todos os requisitos obrigatórios das demonstrações Contábeis.

Apesar das demonstrações Contábeis terem uma estrutura legal definida para sua apresentação, como o plano de contas não é único, cada empresa vai ter particularidades nas suas demonstrações, em especial no Balanço Patrimonial. Por este motivo torna-se necessária a reclassificação ou padronização das demonstrações Contábeis.

[...] a reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis, tem como objetivo trazê-las a um padrão de procedimento e de ordenamento na distribuição

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das contas, visando diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas na apresentação de tais demonstrações contábeis. Outro objetivo é fazer com que as demonstrações atendam às necessidades de análise e sejam apresentadas de forma homogênea, simples de visualizar e fáceis de entender, isto é, de correlacionar os diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que esteja procedendo à análise (SILVA, 2008, p. 174).

A reclassificação ou padronização das demonstrações Contábeis, vai possibilitar a análise e facilitar a visualização dos dados.

2.2.3. Atualização de Valores para Fins de Análise Comparativa de Balanços

Outra etapa necessária, antes da análise das demonstrações Contábeis, é a atualização dos valores das demonstrações de anos anteriores, para que as demonstrações possam ser comparadas entre si com o mesmo valor monetário, compensando-se o efeito da inflação.

A atualização monetária é importante mesmo em momentos de baixa inflação, pois “[...] uma taxa de inflação de 10% ao ano projeta a duplicação dos índices gerais de preços em pouco mais de 8 anos, mascarando significativamente o estudo da rentabilidade da empresa” (ASSAF NETO, 2002, p. 56).

Então, para ter uma base de dados confiável, considera-se prudente atualizar os valores das demonstrações Contábeis ao valor presente da última demonstração Contábil da série analisada.

2.2.4. Análise de Balanços em Valores Absolutos

A análise comparativa de balanços consiste em comparar as demonstrações Contábeis da série estudada, ainda com seus valores originais e/ou atualizados, em suas principais contas ou grupos de contas ao longo dos anos.

As comparações dos balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como fotografias extraídas em seqüência, como um filme cinematográfico. Esse filme poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão mais ou menos prudente para o futuro. Realmente, o que mais interessa ao analista é justamente conhecer o futuro. O escopo é conhecer as tendências na vida da empresa durante os anos de seu funcionamento, porque com base no passado, conhecendo o presente, poderemos prever o futuro (VERTES, 1977, p. 31).

O objetivo de fazer estas comparações é para identificar tendências da empresa, para então, conhecendo o seu passado e presente, fazer análises e projeções futuras.

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2.2.5. Análise de Balanços em Valores Relativos – Vertical e Horizontal

Segundo Assaf Neto (2002), as duas principais características de análise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em períodos distintos e o relacionamento desses valores com outros afins. “Assim, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática das demonstrações contábeis” (ASSAF NETO, 2002, p. 100).

Esta comparação é possível através dos valores relativos, ou seja, da divisão dos valores por outro valor base.

O primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial. No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) em relação ao ativo total (SILVA, 2008, p.204).

Então a análise vertical compara valores entre si, determinando sua representatividade dentro do grupo ou do todo, ou também a representatividade do grupo dentro do todo.

Segundo Silva (2008, p.210), “[...] o propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis”.

“A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal [...]” (ASSAF NETO, 2002, p. 100).

[...] na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices em que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a 100. Através da regra de três obtêm-se os valores dos anos seguintes, a variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100 (MATARAZZO, 2003, p. 247).

Por sua vez, a análise horizontal compara os valores das mesmas contas, ou grupos, nos diferentes anos da série analisada e, tradicionalmente, a base para comparação dos valores das contas, ou grupos, é o primeiro ano da série.

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2.2.6. Análise do Balanço de Fundos

A análise do Balanço de Fundos consiste em identificar quais contas tiveram seus saldos utilizados como fonte ou aplicação de fundos.

O Balanço de Fundos, “[...] tem como objetivo demonstrar as alterações havidas nos valores de dois inventários através das variações sofridas durante o exercício, especialmente as alterações ocorridas nos valores correntes” (VERTES, 1977, p. 87).

Para verificar quais contas foram fonte ou aplicação de fundos, basta comparar o saldo inicial com o saldo final da conta em determinado período. Esta diferença entre o saldo inicial e final, dependendo da natureza da conta, indica a fonte ou aplicação de fundos.

2.2.7. Análise de Balanços por Índices Econômicos e Financeiros

O emprego de índices para a análise das demonstrações Contábeis é a técnica mais utilizada.

“Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa” (MATARAZZO, 2003, p. 147).

A análise por índices tem a função de mostrar de forma mais clara e ampla a situação econômica ou financeira de uma empresa.

2.2.7.1. Análise da Liquidez

A análise da liquidez tem por finalidade evidenciar a situação financeira (ativos) de uma empresa em comparação com os seus compromissos (passivos) financeiros.

2.2.7.1.1. Liquidez Imediata

Segundo Assaf Neto (2002, p. 172), o índice de Liquidez Imediata “[...] revela a porcentagem das dívidas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente”. A fórmula para obtenção deste índice é:

LI = Disponível 1

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Como este índice considera somente o valor do disponível para quitar as obrigações do passivo circulante, quanto maior ele for, maior quantidade de dívida seria paga, porém, normalmente este índice é baixo, pois as empresas não tem interesse em manter dinheiro no disponível sem ter rentabilidade.

2.2.7.1.2. Liquidez Seca

Conforme Silva (2008, p. 289), o índice de Liquidez Seca “[...] indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depósitos bancários a vista e aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras a curto prazo e duplicatas a receber, para fazer face a seu passivo circulante”. Sua fórmula é:

LS = Disponível + Aplicações Financeiras + Duplicatas a Receber Líquidas 1

Passivo Circulante

As duplicatas a receber líquidas indicam o total das duplicatas a receber, descontada a provisão para devedores duvidosos.

Este índice indica a capacidade de pagamento, portanto quanto maior for o seu valor, melhor.

2.2.7.1.3. Liquidez Corrente

O índice de Liquidez Corrente “[...] indica quanto a empresa possui em dinheiro mais bens e direitos realizáveis no curto prazo (próximo exercício), comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período” (SILVA, 2008, p. 286). Sua fórmula é:

LC = Ativo Circulante 1

Passivo Circulante

Sua função também é de evidenciar a capacidade de pagamento, do ativo circulante sobre o passivo circulante, portanto quanto maior for o índice, melhor.

Também pode ser considerada a seguinte relação:

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Liquidez Corrente = 1,0 = Capital Circulante Líquido nulo Liquidez Corrente < 1,0 = Capital Circulante Líquido negativo

O Capital Circulante Líquido é a diferença encontrada entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.

2.2.7.1.4. Liquidez Geral

Segundo Marion (2010, p. 79), o índice de Liquidez Geral “[...] mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo que ela converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo)”.

Sua fórmula é a seguinte, ainda conforme Marion (2010):

LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 1

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Este é mais um índice que indica capacidade de pagamento, desta vez envolvendo curto e longo prazo, e mais uma vez, quanto maior o seu valor, melhor.

2.2.7.2. Análise de Endividamento

Praticamente todas as empresas recorrem a dívidas para financiar sua produção. Segundo Marion (2010, p. 93), “[...] esse endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido”.

Pode-se extrair três indicadores básicos de endividamento de acordo com o prazo e amplitude: Coeficiente de Endividamento Circulante (CEC), Coeficiente de Endividamento de Longo Prazo (CELP) e Coeficiente de Endividamento Total (CET):

CEC = Passivo Circulante 1

Patrimônio Líquido

CELP = Passivo Exigível a Longo Prazo 1

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CET = Passivo Total 1

Patrimônio Líquido

Para estes três indicadores, o limite máximo aceitável é 1,0, mas quanto menor melhor, pois menos endividada estará a empresa.

Já o Coeficiente de Segurança Máxima é utilizado para saber qual o nível de segurança que os Ativos da empresa oferecem em relação ao Passivo Total:

CSM = Passivo Total 1

Ativo Total

Ao analisar este indicador, deve-se levar em consideração que muitos ativos da empresa estão obsoletos, ou serão de venda difícil, portanto o seu valor não deve ultrapassar 0,50.

2.2.7.3. Análise de Lucratividade

Um aspecto muito importante a ser analisado é o da lucratividade, pois “[...] sendo o lucro o principal objetivo de uma empresa, nada mais lógico do que estudar detalhadamente como a empresa o obteve” (MATARAZZO, 2003, p. 420).

Para analisar a lucratividade, é extraído o Coeficiente da Margem de Lucro Líquido do Exercício, pois segundo Matarazzo (2003, p. 420), “[...] a margem representa a eficiência de despesas em relação às vendas, pois quanto menores as despesas, maior será a margem de lucro”.

Já para Silva (2008, p. 237), este índice “[...] compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento”.

CMLLE = Lucro Líquido do Exercício 1

Receita Operacional Líquida

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2.2.7.4. Análise de Rentabilidade

Como já foi visto anteriormente, o principal objetivo de uma empresa é gerar lucro, porém, segundo Matarazzo (2003, p. 392), “[...] quando se diz que toda empresa busca gerar lucro, não se está querendo dizer que a empresa só procura gerar lucro e só remunera capitais, mas que para remunerar os capitais ela busca gerar lucro”.

2.2.7.4.1. Análise de Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Este indicador tem por finalidade mostrar em quanto foi remunerado o capital próprio da empresa no período.

O indicador de Rentabilidade do Patrimônio Líquido, “[...] indica quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação a seus investimentos no empreendimento. O lucro, portanto, é o prêmio do investidor pelo risco de seu negócio” (SILVA, 2008, p. 245).

CRPL = Lucro Líquido do Exercício 1

Patrimônio Líquido

Com a fórmula acima chega-se ao Coeficiente da Rentabilidade do Patrimônio Líquido, que segundo Marion (2010), pode também fornecer uma estimativa de tempo para que os proprietários da empresa recuperem o capital investido.

2.2.7.4.2. Análise de Rentabilidade do Ativo Total

A análise da Rentabilidade do Ativo Total, vai evidenciar a eficiência da empresa em gerar resultados.

A combinação de itens do Ativo é que gera receita para a empresa. Na verdade, o Ativo significa investimentos realizados pela empresa a fim de obter receita e, por conseguinte, lucro. Assim, podemos obter a taxa de retorno sobre investimentos. Isso representa o poder de ganho da empresa: quanto ela ganhou por real investido (MARION, 2010, p. 129).

Para Silva (2008), este índice indica a rentabilidade que a empresa propicia em relação aos investimentos totais. A fórmula para a obtenção deste coeficiente é:

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CRAT = Lucro Líquido do Exercício 1

Ativo Total

Quanto maior for a capacidade da empresa gerar lucro, melhor é o seu desempenho.

2.2.7.4.3. Análise de Rentabilidade do Investimento Operacional

A análise da Rentabilidade do Investimento Operacional, por sua vez, indica a rentabilidade em nível operacional, tanto do ativo quanto do lucro.

CRIO = Lucro Operacional Líquido 1

Ativo Operacional

O Ativo Operacional é o resultado da diminuição dos itens que não geram resultado dentro do Ativo Total.

Ativo Operacional, “[...] representa aqui o ativo total excluído das aplicações que não estão gerando lucro, como investimentos pré-operacionais, incentivos fiscais, participações em outras empresas etc., ou seja, o que se convencionou chamar Ativo Operacional” (MATARAZZO, 2003, p. 396).

Como também se trata de um coeficiente de rentabilidade, quanto maior for seu valor, melhor, pois maior será a rentabilidade.

2.2.7.5. Análise de Ciclometria (Atividade/Giro)

A análise de Ciclometria, tem por finalidade evidenciar os prazos que a empresa está tendo no giro dos seus estoques, quanto tempo está levando para receber dos seus clientes e quanto tempo está levando para pagar os seus fornecedores.

Segundo Silva (2008, p. 252), “[...] a questão dos prazos tem enorme importância na liquidez, no endividamento e no retorno da empresa, e é um dos componentes determinantes da necessidade de capital de giro na empresa”.

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2.2.7.5.1. Exame de Rotação dos Estoques

O Exame de Rotação dos Estoques verifica quantos dias, em média, o estoque demora para ser vendido.

Para Matarazzo (2003), este índice mostra para quantos dias o estoque é suficiente. Já para Silva (2008, p. 253), “[...] indica quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos”.

PMRE = Estoques 1 × 360 Custo da Mercadoria Vendida

Para Silva (2008), o estoque pode ser visto de duas maneiras, como um ativo com grande potencialidade de ser transformado em dinheiro e também como um investimento no ativo circulante, para o qual a empresa teve uma série de outros gastos.

No mundo moderno, onde tudo é tão rápido, os estoques também devem ter seu giro rápido, desta forma evitando que os recursos fiquem parados nos estoques.

2.2.7.5.2. Exame do Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas

O prazo médio que a empresa leva para receber as vendas realizadas aos seus clientes será evidenciada pelo indicador do Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas.

Segundo Silva (2008, p. 256), o prazo médio de recebimento das vendas “[...] indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas. O volume de duplicatas a receber é decorrência de dois fatores básicos: (a) montantes de vendas a prazo; e (b) prazo concedido aos clientes para pagamento”.

PMRD = Duplicatas a Receber × 365 1

Valor das Vendas

O prazo médio deste indicador não pode ser muito alto, pois afeta diretamente o fluxo de caixa da empresa.

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2.2.7.5.3. Exame do Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas

O prazo Médio de Pagamento de Duplicatas é o prazo que a empresa tem para pagar seus fornecedores e é obtido através da fórmula:

PMPD = Duplicatas a Pagar × 365 1

Valor das Compras a Prazo (ou CMV)

Para Silva (2008, p. 257), o prazo médio de pagamento de duplicatas “[...] indica quantos dias, em média, a empresa demora para pagar seus fornecedores”.

Ao contrário do índice do prazo médio de recebimento de duplicatas, neste, quanto maior o prazo melhor, pois a empresa terá mais tempo para pagar e poderá financiar seus clientes através deste prazo e sem despesas adicionais.

Com os dois indicadores calculados, é possível compará-los, através da fórmula:

PRD = PMPD 1

PMRD

O resultado obtido será o Prazo Relativo de Duplicatas, que indica quantas vezes antes se recebe as duplicatas em comparação com o prazo de pagamento dos fornecedores, portanto, quanto maior que 1, melhor será a situação relativa da empresa.

2.2.7.6. Análise de Solvência/Insolvência

Outro ponto importante a se evidenciar em uma análise, é se a empresa é solvente, se está em uma situação delicada ou se está em situação de insolvência. Os dois indicadores mais conhecidos são o Coeficiente de Overtrading e o Índice de Insolvência de Kanitz.

2.2.7.6.1. Coeficiente de Overtrading

O Coeficiente de Overtrading serve para mostrar se a empresa está operando com vendas acima da sua capacidade financeira, ou seja, entrando em supertransação.

A palavra overtrade significa o ato de “fazer negócios superiores aos recursos financeiros”. Do ponto de vista financeiro, overtrade indica que uma empresa vem

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efetuando grande volume de negócios, sem dispor de recursos adequados e suficientes para financiar suas necessidades de capital de giro (SILVA, 2008, p. 419).

A fórmula para chegar ao Coeficiente de Overtrading é:

COver = Receita Operacional Líquida 1

Capital Circulante Líquido

Para este indicador, não existe um número padrão que seja considerado aceitável, porém serve como base para comparação entre os anos da série analisada e caso seja crescente a cada ano, existe a possibilidade da empresa estar entrando em overtrading.

2.2.7.6.2. Índice de Insolvência de Kanitz

O Índice de Insolvência de Kanitz é formado pela combinação de outros indicadores econômicos e financeiros e tem por finalidade, verificar se a empresa está a caminho da Insolvência.

Conforme Marion (2010, p. 181), “[...] nesse modelo, como em outros existentes, o objetivo não é meramente analisar o risco de falência, mas também avaliar a empresa, dando-se uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0”.

X1 = Rentabilidade do Patrimônio Líquido × 0,05 X2 = Liquidez Geral × 1,65

X3 = Liquidez Seca × 3,55 X4 = Liquidez Corrente × 1,06

X5 = Coeficiente de Endividamento Total × 0,33

Fator de Insolvência = (X1 + X2 + X3) – (X4 + X5).

Se a nota da empresa for positiva (de zero a 7,0), pode-se dizer que há um equilíbrio na administração do tripé, sendo melhor quanto mais se aproximar do 7,0. Se a nota for menor que (-) 3,0, a situação tende a falência. Entre (-) 3,0 e zero, é uma região nebulosa, podendo a empresa sair da situação difícil, como pode falir (MARION, 2010, p. 181).

Depois de calculado o Fator de Insolvência, basta comparar a nota obtida com os parâmetros estabelecidos para verificar a situação da empresa.

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2.2.7.7. Análise de Indicadores de Mercado

A contabilidade também oferece aos seus usuários, índices voltados para o mercado acionário, dentre eles o do Valor Patrimonial da Ação, do Lucro por Ação e dos Dividendos por Ação.

2.2.7.7.1. Valor Patrimonial da Ação

O Índice de Avaliação Patrimonial da Ação representa quanto vale cada ação em relação ao patrimônio líquido.

[...] o índice de Valor Patrimonial de Ações – VPA –, o qual mostra quanto vale cada ação em termos de patrimônio líquido, ou seja, que fatia do patrimônio líquido cabe a cada ação. A idéia desse índice é muito simples: a empresa possui um patrimônio líquido que pertence a seus acionistas segundo a quantidade de ações possuídas. Daí calcula-se quanto do patrimônio líquido cabe a cada ação (MATARAZZO, 2003, p. 301).

VPA = Patrimônio Líquido 1

Número de Ações

Como pode ser visto, é um índice simples, mas traz uma informação importante para o investidor.

2.2.7.7.2. Lucro por Ação

O Índice de Lucro por Ação, “[...] representa a parcela do resultado líquido da empresa conforme apurado em determinado exercício social, que compete a cada ação. É calculado pela divisão entre o lucro líquido e o número de ações emitidas” (ASSAF NETO, 2002, p. 224).

LPA = Lucro Líquido 1

Número de Ações

É através deste índice que o investidor fica sabendo o lucro gerado por ação, e é um fator que afeta em muito a valorização da ação no mercado acionário.

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2.2.7.7.3. Dividendos por Ação

Outro índice que auxilia na análise das ações, é o Índice de Dividendos por Ação, que evidencia o valor de dividendo distribuído pela empresa no período por ação. Segundo Matarazzo (2003, p. 302), o Índice de Dividendos por Ação, “[...] mostra quanto cada ação rende em cruzeiros reais embolsados pelo proprietário”.

DPA = Dividendos Pagos 1

Número de Ações

Este é um fator muito importante para um investidor, pois demonstra quanto de rendimento o proprietário da ação recebeu no período em questão, podendo fazer comparações com outras empresas e também verificando se a empresa paga apenas os dividendos mínimos obrigatórios ou os supera.

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3. METODOLOGIA DO TRABALHO

A metodologia do trabalho visa demonstrar como o mesmo será realizado para proporcionar o atingimento dos objetivos propostos, explicitando quais os tipos de pesquisas, instrumentos e procedimentos a serem utilizados.

3.1. Classificação da Pesquisa

Existem várias maneiras de classificar uma pesquisa, porém nesta, a classificação será quanto a sua natureza, seus objetivos, sua forma de abordagem e seus procedimentos técnicos.

3.1.1. Quanto a sua Natureza

O estudo realizado com a técnica de análise dos balanços é classificado, quanto a sua natureza, como uma pesquisa aplicada, pois:

Enquanto na pesquisa básica o propósito é entender e explicar a natureza de um fenômeno, na pesquisa aplicada o propósito é entender como lidar com um problema. A Pesquisa Aplicada refere-se a discussão de problemas, utilizando um referencial teórico de determinada disciplina, e a apresentação de soluções alternativas (ROESCH, 2006, p.60).

Complementando, Vergara (1998), descreve que, “[...] a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática [...]”.

Portanto, esta pesquisa é classificada como aplicada, pois através da aplicação do referencial teórico, serão gerados indicadores que poderão ser muito úteis para um investidor.

3.1.2. Quanto aos seus Objetivos

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como exploratória e explicativa. A pesquisa exploratória tem por objetivo, “[...] proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses” (GIL, 2002, p. 41).

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São aquelas pesquisas que têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas (GIL, 1999, p.44).

Concordando, Vergara (1998), alega que, “[...] a investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos”.

A técnica de analisar as demonstrações Contábeis, proporciona maior entendimento das mesmas e explica os fatores que afetaram ou beneficiaram tais indicadores, sendo este o motivo da classificação da pesquisa como exploratória e explicativa.

3.1.3. Quanto a Forma de Abordagem

Em relação a forma de abordagem do problema, a pesquisa é classificada como qualitativa. Segundo Minayo (2002), “[...] a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado”.

Já para Oliveira (2004), esta abordagem “[...] difere do quantitativo pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema”.

Mesmo que sejam utilizados números e fórmulas na elaboração deste trabalho, a pesquisa, quanto a abordagem, é qualitativa, pois trata de questões muito particulares e reais.

3.1.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos

Os procedimentos técnicos utilizados nesta pesquisa serão de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

Segundo Silva (2003), a pesquisa bibliográfica é a pesquisa que “[...] explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos etc.”.

Já a pesquisa documental:

[...] assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL, 1999, p. 66).

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Desta forma, o estudo terá um referencial teórico baseado na pesquisa em livros e documental no que se refere ao levantamento do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício.

3.2. Plano de coleta de dados

O plano de coleta de dados é a definição de quais instrumentos serão utilizados para obter os dados necessários para que se alcance os objetivos propostos neste trabalho.

Um projeto pode combinar técnicas desenvolvidas em um ou outro paradigma. Se se trata de coleta de dados primários, através de entrevistas, questionários, observação ou testes, é importante especificar nesta seção a fonte dos dados (a população que será entrevistada e os documentos que serão analisados), quando estes serão levantados e através de que instrumentos [...] (ROESCH, 2006, p.128).

Para este trabalho, foram utilizados os instrumentos de observação sistemática, individual e não participante.

3.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados

Os dados primários foram obtidos através do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, cujo acesso se deu pelo site oficial da empresa Gerdau S/A na área de relacionamento com investidores.

Após este procedimento, as demonstrações devem ser observadas e analisadas conforme as técnicas de análise das demonstrações Contábeis para possibilitar o cálculo dos indicadores necessários.

A observação sistemática é freqüentemente utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos fenômenos ou o teste de hipóteses. Nas pesquisas deste tipo, o pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade ou grupo que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos (GIL, 1999, p.114).

Segundo Marconi e Lakatos (2003), a técnica da observação individual, é a observação realizada por um pesquisador. Nesse caso a personalidade dele se projeta sobre o observado, causando interferências ou distorções, mas, por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações.

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Na visão de Vergara (1998), observação não participante “[...] você mantém certo distanciamento do grupo ou da situação que tenciona estudar; é um espectador não interativo”.

A definição dos instrumentos a serem utilizados é importante, pois direciona a execução da pesquisa.

3.3. Análise e Interpretação dos Dados

Primeiramente deve-se compreender as teorias e técnicas referente a análise das demonstrações Contábeis. De posse dos demonstrativos Contábeis da empresa, devem ser extraídos os dados necessários e sistematizá-los em planilhas. Com as planilhas preenchidas e ordenadas, são aproveitados os dados base para a elaboração de cada índice para a sua posterior apresentação e análise.

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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

As demonstrações Contábeis necessárias para a elaboração do presente estudo, foram obtidas através do site da empresa Gerdau S/A, na área de relacionamento com investidores, cujo período de análise compreende os anos de 2008 a 2012.

Conforme indicam as técnicas de análise de demonstrações Contábeis, algumas contas do Balanço Patrimonial foram reclassificadas, para facilitar a análise e possibilitar melhor compreensão dos dados. A conta de pagamentos antecipados é um exemplo dessas reclassificações e o seu valor retirado do ativo foi compensado no patrimônio líquido do ano correspondente.

As técnicas de análise das demonstrações Contábeis também recomendam a atualização dos valores dos anos anteriores para a data do último demonstrativo da série em análise, e para isso foi utilizada a variação do IGP-M médio da Fundação Getúlio Vargas, conforme suas publicações na Revista Conjuntura Econômica, publicada em seu site. Os índices de atualização obtidos foram: 398,102 para o ano de 2008; 406,424 para 2009; 428,273 para 2010; 465,334 para 2011 e 492,172 para o ano de 2012.

4.1. Análise de Demonstrações Contábeis em Valores Absolutos

O quadro 1, demonstra os valores atualizados dos Balanços Patrimoniais da empresa e suas variações entre os anos da série em estudo.

Do ano 1 para o ano 2, constata-se que o Ativo Circulante diminuiu em R$ 8.502.039.000,00, enquanto que o Passivo Circulante diminuiu em apenas R$ 4.643.010.000,00; o Ativo Realizável a Longo Prazo diminuiu em R$ 10.732.585.000,00, enquanto que o Passivo Exigível a Longo Prazo diminuiu R$ 10.057.460.000,00; o Ativo Permanente diminuiu em R$ 6.192.559.000,00, enquanto que o Patrimônio Líquido diminuiu em R$ 4.534.154.000,00. No Ativo Circulante, a conta que mais diminuiu foi Estoques e a única que cresceu um pouco foi a de Disponibilidades. No Passivo Circulante, a conta que mais diminuiu foi Obrigações de Financiamento, sendo que a conta de Obrigações de Funcionamento aumentou um pouco. O Passivo Exigível a Longo Prazo é composto principalmente por Obrigações de Financiamento. No Patrimônio Líquido, a conta que mais diminuiu foi a de Ajustes de Avaliações Patrimoniais. As Aplicações e as Fontes tiveram uma diminuição de mais de 19 bilhões no período.

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Quadro 1: Análise do Balanço Patrimonial Atualizado 2008-2012

Fonte: Elaborado pelo autor conforme reestruturação dos Balanços Patrimoniais originais.

Embora tenha ocorrido considerável diminuição do Ativo, notou-se também uma considerável diminuição nas contas do Passivo, mantendo um bom equilíbrio, principalmente nas contas do Não Circulante que diminuíram em volume muito semelhante.

Do ano 2 para o ano 3, o Ativo Circulante novamente diminuiu, em R$ 2.194.829.000,00, enquanto que o Passivo Circulante diminuiu em apenas R$ 63.965.000,00; o Ativo Realizável a Longo Prazo diminuiu em R$ 651.824.000,00, enquanto que o Passivo Exigível a Longo Prazo diminuiu R$ 1.141.179.000,00; o Ativo Permanente diminuiu em R$

ANÁLISE COMPARATIVA DO BALANÇO PATRIMONIAL DA GERDAU S/A, EM VALORES ABSOLUTOS ATUALIZADOS GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS VALORES EXPRESSOS EM R$: 1.000

N° PERÍODOS - 5 Ano 1 - Atualizado Ano 2 - Atualizado Ano 3 - Atualizado Ano 4 - Atualizado ANO 5 DIFER. 2 - 1 DIFER. 3 - 2 DIFER. 4 - 3 DIFER. 5 - 4 I - ATIVO CIRCULANTE 25.574.367 17.072.328 14.877.499 18.318.026 16.410.397 -8.502.039 -2.194.829 3.440.527 -1.907.629 01 Disponibilidades 2.505.489 2.533.306 1.219.342 1.561.761 1.437.235 27.817 -1.313.964 342.419 -124.526 02 Clientes 4.554.432 3.131.246 3.623.464 3.810.535 3.695.381 -1.423.186 492.217 187.072 -115.154 03 Estoques 12.855.333 6.965.073 7.812.025 8.524.252 9.021.542 -5.890.260 846.952 712.227 497.290 04 Outros Créditos 5.659.113 4.442.703 2.222.668 4.421.477 2.256.239 -1.216.410 -2.220.034 2.198.808 -2.165.238

II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 46.823.680 36.091.095 33.910.920 33.981.930 36.129.666

-10.732.585 -2.180.175 71.010 2.147.736 05 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO

PRAZO 17.690.955 13.150.930 12.499.106 12.888.262 13.633.212 -4.540.025 -651.824 389.157 744.950 5.1. Investimentos Temporários 5.2. Créditos Diversos 17.690.955 13.150.930 12.499.106 12.888.262 13.633.212 -4.540.025 -651.824 389.157 744.950 06 ATIVO PERMANENTE 29.132.725 22.940.165 21.411.814 21.093.668 22.496.454 -6.192.559 -1.528.351 -318.147 1.402.786 6.1. Investimentos 2.221.428 1.476.847 1.475.025 1.453.940 1.441.857 -744.581 -1.821 -21.086 -12.083 6.2. Imobilizado 24.793.608 20.261.056 18.584.382 18.292.559 19.690.181 -4.532.552 -1.676.674 -291.823 1.397.622 6.3. Intangível 2.117.689 1.202.263 1.352.407 1.347.169 1.364.416 -915.426 150.144 -5.238 17.247

III - TOTAL DO ATIVO 72.398.047 53.163.423 48.788.419 52.299.956 52.540.063

-19.234.624 -4.375.004 3.511.537 240.107

IV - PASSIVO CIRCULANTE 10.478.151 5.835.140 5.771.175 7.167.863 7.823.182 -4.643.010 -63.965 1.396.687 655.319

07 Obrigações de Funcionamento 1.417.374 1.705.459 1.286.743 1.457.389 1.822.472 288.085 -418.717 170.646 365.083 7.1. Fornecedores/Duplicatas a Pagar 3.530.144 2.064.794 2.049.341 3.397.424 3.059.684 -1.465.350 -15.453 1.348.082 -337.740 7.2. Outras Contas a Pagar 668.133 421.850 489.451 454.723 358.673 -246.283 67.600 -34.728 -96.050 08 Obrigações de Financiamento 4.862.500 1.643.037 1.945.641 1.858.327 2.582.353 -3.219.463 302.604 -87.314 724.026

V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 31.564.496 21.507.036 20.365.857 17.647.292 16.472.059

-10.057.460 -1.141.179 -2.718.565 -1.175.233

09 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 31.564.496 21.507.036 20.365.857 17.647.292 16.472.059

-10.057.460 -1.141.179 -2.718.565 -1.175.233

9.1 Obrigações de Funcionamento 7.190.196 5.276.665 5.059.680 4.686.991 4.114.039 -1.913.531 -216.984 -372.689 -572.952

9.1.1. Fornecedores/Duplicatas a Pagar

9.1.2. Outras Contas a Pagar 512.896 288.847 393.036 345.906 271.818 -224.049 104.189 -47.130 -74.088

9.2 Obrigações de Financiamento 23.861.404 15.941.525 14.913.140 12.614.394 12.086.202 -7.919.879 -1.028.384 -2.298.746 -528.192

VI - TOTAL DO PASSIVO 42.042.647 27.342.177 26.137.032 24.815.154 24.295.241

-14.700.470 -1.205.144 -1.321.878 -519.913

VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 30.355.401 25.821.247 22.651.387 27.484.801 28.244.822 -4.534.154 -3.169.860 4.833.415 760.021

10 Capital Social 23.566.132 21.412.729 18.764.766 21.969.506 20.801.494 -2.153.403 -2.647.962 3.204.740 -1.168.012 11 Reservas de Capital -1.093.248 242.445 421.300 229.822 11.597 1.335.693 178.855 -191.477 -218.225 13 Ajustes de Avaliações 2.169.913 -2.026.283 -2.350.585 -992.731 -1.662.761 -4.196.196 -324.301 1.357.854 -670.030 14 Lucros ou (-) Prejuízos Acumulados 5.712.605 6.192.357 5.815.906 6.278.205 9.094.492 479.752 -376.451 462.299 2.816.287 VIII TOTAL DO PASSIVO E

PATRIMONIO LÍQUIDO 72.398.047 53.163.423 48.788.419 52.299.956 52.540.063

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