• Nenhum resultado encontrado

Os teoremas de funções inversa e implícita e suas aplicações

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os teoremas de funções inversa e implícita e suas aplicações"

Copied!
63
0
0

Texto

(1)

PROGRAMA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO EM MATEM ´

ATICA

ALEX ISSAMU MORIYA

OS TEOREMAS DE FUNC

¸ ˜

OES INVERSA E IMPL´ICITA E SUAS

APLICAC

¸ ˜

OES

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAC

¸ ˜

AO

CAMPO MOUR ˜AO 2011

(2)

OS TEOREMAS DE FUNC

¸ ˜

OES INVERSA E IMPL´ICITA E SUAS

APLICAC

¸ ˜

OES

Monografia apresentada ao Programa de P´os-graduac¸˜ao em Matem´atica da Universidade Tec-nol´ogica Federal do Paran´a como requisito par-cial para obtenc¸˜ao do t´ıtulo de “Espepar-cialista em Ciˆencias” – ´Area de Concentrac¸˜ao: Matem´atica. Orientador: Juan Amadeo Soriano Palomino

CAMPO MOUR ˜AO 2011

(3)

Alex Issamu Moriya

Os Teoremas de Func¸˜oes Inversa e Impl´ıcita e suas Aplicac¸˜oes

Monografia apresentada ao Programa de P´os-graduac¸˜ao em Matem´atica da Universidade Tec-nol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para obtenc¸˜ao do t´ıtulo de “Especialista em Ciˆencias” – ´Area de Concentrac¸˜ao: Matem´atica.

Orientador: Prof. Msc. Adilandri

Prof. Msc. M´ercio

Prof. Msc. Lobeiro

(4)
(5)

Agradec¸o primeiramente a Deus.

Minha querida esposa que sempre esteve ao meu lado nos momentos dif´ıceis. Aos meus pais que sempre me deram forc¸a nas horas mais cr´ıticas de minha vida. Ao professor Juan pela paciˆencia e atenc¸˜ao.

Ao professor Adilandri, pela paciˆencia, amizade e competˆencia. Ao meu amigo Marco Tadeu pela forc¸a e pouso.

Aos amigos Odemir Brill, Roney Peterson e Willian Baraviera, pelos dias descontraidos. Ao Edilson pela atenc¸˜ao, competˆencia e pelos cafes dos Domingos.

(6)
(7)

MORIYA, Alex Issamu. Os Teoremas de Func¸˜oes Inversa e Impl´ıcita e suas Aplicac¸˜oes. 60 f. Monografia – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Matem´atica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Campo Mour˜ao, 2011.

Neste trabalho vamos estudar um dos temas centrais na Teoria da An´alise o Teorema da Func¸˜ao Inversa. Em seguida aplicando este teorema demonstraremos o Teorema da Func¸˜ao Impl´ıcita. Tamb´em apresentaremos algumas aplicac¸˜oes deste teorema que ´e um resultado central da an´alise.

(8)

MORIYA, Alex Issamu. Title in English. 60 f. Monografia – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Matem´atica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Campo Mour˜ao, 2011.

In this paper we study one of the central themes in the Analysis Theory Inverse Function Theo-rem. Then applying this theorem will demonstrate the Implicit Function TheoTheo-rem. We will also introduce some applications of this theorem is a central result of the analysis.

(9)

FIGURA 1 DERIVADA PARCIAL . . . 15 –

FIGURA 2 DERIVADA DIRECIONAL . . . 16 –

FIGURA 3 FUNC¸ ˜AO DIFERENCI ´AVEL . . . 19 –

FIGURA 4 FUNC¸ ˜AO DIFERENCI ´AVEL . . . 21 –

(10)

1 DESENVOLVIMENTO . . . . 8

2 LIMITES E CONTINUIDADES . . . . 9

3 FUNC¸ ˜OES CONTINUAS . . . 11

4 CONTINUIDADE UNIFORME . . . 13

5 FUNC¸ ˜OES REAIS DE N VARI ´AVEIS . . . . 14

5.1 DERIVADAS PARCIAIS . . . 14

5.2 DERIVADAS DIRECIONAIS . . . 15

5.3 FUNC¸ ˜OES DIFERENCI ´AVEIS . . . 17

5.4 VETOR GRADIENTE . . . 25

5.5 REGRAS B ´ASICAS DE DERIVAC¸ ˜AO . . . 26

5.6 CASO GERAL . . . 27

5.7 A MATRIZ JACOBIANA . . . 29

5.8 REGRA DA CADEIA . . . 30

5.9 O TEOREMA DO VALOR M ´EDIO . . . 31

5.10 DERIVADAS PARCIAIS (CASO GERAL) . . . 32

5.11 CONDIC¸ ˜OES SUFICIENTES PARA A DIFERENCIABILIDADE . . . 33

5.12 FUNC¸ ˜OES DE CLASSE C1 . . . 35

5.13 PROJEC¸ ˜AO ORTOGONAL . . . 37

6 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA . . . 38

6.1 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA . . . 39

6.2 M ´ETODO DAS CARACTER´ISTICAS UMA APLICAC¸ ˜AO DO TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA . . . 46

7 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO IMPL´ICITA . . . 51

7.1 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO IMPL´ICITA . . . 53

7.2 APLICAC¸ ˜AO DO TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO IMPL´ICITA . . . 56

8 CONCLUS ˜AO . . . 59

(11)

1 DESENVOLVIMENTO

Para a melhor compreens˜ao vamos realizar uma introduc¸˜ao de Limites e Continuidades, segue da´ı, Func¸˜oes Diferenci´aveis de n vari´aveis definida por f : Rn → R, onde passaremos por definic¸˜oes de func¸˜oes Gateaux deriv´avel ou derivadas parciais, func¸˜oes diferenci´aveis ou Fr´echet-deriv´aveis dadas por f :→ R onde

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + rxo(h)

com L linear e o resto satisfazendo

lim

h→0

krxo(h)k khk ,

estudaremos a parte de Vetor Gradiente, Regras de Derivac¸˜ao, Caso Geral, Matriz Jacobiana, Regra da Cadeia, Teorema do Valor M´edio, Condic¸˜ao de Diferenciabilidade, Func¸˜ao de Classe

C1 e entraremos assunto que ´e um dos temas principais da An´alise Matem´atica, O Teorema da Func¸˜ao Inversa com a aplicac¸˜ao no M´etodo das Caracter´ısticas e O Teorema da Func¸˜ao Impl´ıcita outro resultado central da An´alise com a aplicac¸˜ao em Multiplicadores de Lagrange. Onde o conte´udo foram das referˆencias, (CIPOLATTI, 2002), (LIMA, 2009a),(LIMA, 2009b), (RUDIN, 1971), (BARTLE, 1983),(GUIDORIZZI, 2000).

(12)

2 LIMITES E CONTINUIDADES

Nesta parte tem como objetivo estudar definic¸˜oes de limite e continuidade, para func¸˜oes de Rn em Rm. Neste momento vamos denotar k k indistintamente as normas euclidianas, isto ´e, as normas da formak k2de Rne Rm.

Definic¸˜ao 2.1 Sejam f : A⊂ Rn→ Rm, xo∈ Ae b∈ Rm. Dizemos que b ´e o limite de f(x)

quando x se aproxima de xoem A (relativamente `as normas euclidianas) se

para todoε> 0, existeδ > 0 tal que x ∈ A e 0 < kx − xok <δ impliquek f (x) − bk <ε

Neste caso denotamos

lim

x→xo

f(x) = b

Como a m´etrica da bola prov´em da norma euclidiana, podemos usar a definic¸˜ao acima como notac¸˜ao de bola, isto ´e,

∀ε> 0, ∃δ > 0 tal que x ∈ A ∩ (Bδ(xo) \ {xo}) → f (x) ∈ Bε(b).

Ou de forma mais concisa

∀ε > 0, ∃δ > 0 tal que x ∈ f (A ∩ (Bδ(xo) \ {xo})) ⊂ Bε(b)

Podemos definir a continuidade em forma da definic¸˜ao de limite:

Definic¸˜ao 2.2 Se todo ponto xo∈ A ´e um ponto isolado, ent˜ao toda aplicac¸˜ao f : A ⊂ Rn→ Rm

´e cont´ınua no ponto xo. Por´em, se xo∈ Aent˜ao f ´e cont´ınua no ponto xo se, e somente se,

lim

x→xo

f(x) = b

Teorema 2.1 Sejam f : A⊂ Rn→ Rm, f = ( f1, f2, . . . , fm), onde fi : A⊂ Rn → R, ∀i =

(13)

lim x→xo f(x) = b ⇐⇒ lim x→xo fi(x) = bi, ∀i = 1,...,m .

Demonstrac¸˜ao: Suponhamos lim

x→xo

fi(x) = bie sejaε > 0. Ent˜ao existemδ1,δ2, . . . ,δm> 0 tais

que x∈ A e 0 < kx − xok <δi implicak fi(x) − bik < ε

m, ∀i = 1,...,m. Se pegarmos a base

canˆonica de Rmdada por{e1, e2, . . . , em}, agora pegarmos δ = min{δ1,δ2, . . . ,δm} temos para

x∈ A e 0 < kx − xok <δ vem que

k f (x) − bk = | f1(x) − b1| + | f2(x) − b2| + ··· + | fm(x) − bm|

≤ | f1(x) − b1|ke1k + | f2(x) − b2|ke2k + ··· + | fm(x) − bm|kemk

< εke1k +ε2ke2k + ··· +mεkemk

Se pegarmosε= min{ε1, . . . ,mε} temos

k f (x) − bk <ε Reciprocamente, se lim

x→xo

f(x) = b, paraε> 0 dado, existeδ> 0 tal que se x ∈ A e 0 < kx−xok <

δent˜aok f (x)−bk <ε. Como| fi(x)−bi| ≤ k f (x)−bk para todo i = 1,...,m segue o resultado.

Teorema 2.2 Seja f : A⊂ Rn→ Rme xo∈ A. Ent˜ao

lim x→xo f(x) = b ⇔ ∀{xk}k⊂ A tal que xk→ xo⇒ f (xk) → b. Demonstrac¸˜ao: Exerc´ıcio. Teorema 2.3 Sejam f, g : A ⊂ Rn→ R e xo∈ A. Se lim x→xo

f(x) = bhspace0.3cm e hspace0.3cm lim

x→xo g(x) = c, ent˜ao limx→xo f± g  (x) = b ± c limx→xo f g  (x) = bc

Al´em disso, se c6= 0 ent˜ao

lim x→xo  f g  (x) = b c. Demonstrac¸˜ao: Exerc´ıcio.

(14)

3 FUNC¸ ˜OES CONTINUAS

Definic¸˜ao 3.1 Seja f : A⊂ Rn → Rm e xo ∈ A ∪ A. Dizemos que f ´e continua em xo se

lim

x→xo

f(x) = f (xo). Mais precisamente,

∀ε > 0, ∃δ > 0 tal que kx − xok <δ ⇒ k f (x) − f (xo)k <ε

.

Podemos ainda escrever a definic¸˜ao acima em notac¸˜ao de bola aberta de raioε com centro em

xodenotado por Bε(xo), ou seja, podemos dizer que f ´e continua no ponto xose, e somente se,

∀ε> 0, ∃δ > 0 tal que f (A ∩ Bδ(xo)) ⇒ f (x) ∈ Bε( f (xo)).

Ou de forma mais concisa.

∀ε > 0, ∃δ > 0 tal que f (A ∩ Bδ(xo)) ⊂ Bε( f (xo)).

Observac¸˜ao: Como estamos trabalhando func¸˜oes de f : A⊂ Rn→ Rmos fatos abaixo ´e dire-tamente liga as propriedades de limite:

a) Supor que f= ( f1, f2, . . . , fn) ´e continua em xo∈ A se, somente se, para cada fi: A⊂ Rn→ R

forem continuas em xo.

b) Sejam f, g : A ⊂ Rn→ R func¸˜oes continuas no ponto xo∈ R, ent˜ao vem que f + g, f · g

f s˜ao continuas no ponto xo. Se g(x) 6= 0, ent˜ao as func¸˜oes

f

g s˜ao continuas em xo.

c) A continuidade da func¸˜ao no ponto xoindepende das normas aqui utilizadas de Rne Rm.

Teorema 3.1 Sejam f : A⊂ Rn→ Rm e g : B⊂ Rn → Rm tais que f(A) ⊂ B. Se xo ∈ A,

y0∈ B ∩ B, lim

xo

f(x) = yoe g ´e continua em yoo que implica que lim

xo(g ◦ f )(x) = g(yo )

Demonstrac¸˜ao: Seja ε > 0. E pela continuidade da g em yo temos, existe η > 0 tal que

y∈ B ∩ Bη(yo) ⇒ g(y) ∈ Bε g(yo)



. Como lim

xo

(15)

{xo}∩ A ⇒ f (x) ∈ Bη(yo). Portanto x∈ Bδ(xo) \ {xo}  ∩ A ⇒ y = f (x) ∈ Bη(yo) e consequentemente g f(x)∈ Bε g(yo)  .

Teorema 3.2 Todas as normas em Rns˜ao equivalentes.

Demonstrac¸˜ao: Seja k k uma norma qualquer em Rn e k k1 a norma 1 definida por kxk1=

|x1| + ··· + |xn|. Dado x ∈ Rn, temos x= n

i=1 xiei ⇒ kxk ≤ n

i=1 xikeik ≤ Mkxk1,

onde{e1, e2, . . . , en} ´e a base canˆonica de Rn e M= max{keik;i = 1,...,n}. Seja K = {x ∈

Rn;kxk1= 1} e f (x) = kxk. Ent˜ao f : Rn→ R ´e func¸˜ao cont´ınua (relativamente a noma k k1) de Rn. Como k ´e um fechado e limitado, e portanto compacto, segue do corol´ario anterior que existe x∈ K tal que m := f (x) = min f (K). Observe que m > 0, pois se 0 = m = kxk ⇒ x = 0. Seja x um ponto qualquer de Rn. Ent˜ao y= kxkx

1 ∈ K e m≤ f (y) = x kxk1 = kxkkxk1 ⇒ mkxk1≤ kxk

Definic¸˜ao 3.2 Quando uma func¸˜ao f ´e cont´ınua em todos os pontos de seu dom´ınio, dizemos

(16)

4 CONTINUIDADE UNIFORME

Vimos anteriormente que uma func¸˜ao ´e cont´ınua quando ´e cont´ınua em todos os pontos de seu dom´ınio. podemos dizer, portando, que a continuidade ´e um conceito local. Isso se expressa na definic¸˜ao, pelo fato de que, para cadaε e para cada x,δ =δ(ε, x) depende de ´epsilon e do ponto x. A definic¸˜ao que introduzimos a seguir expressa um conceito global de continuidade, continuidade uniforme.

Definic¸˜ao 4.1 Seja A⊂ Rne f : A→ Rmuma func¸˜ao. Dizemos que f ´e uniformemente cont´ınua em A seε> 0 existeδ > 0 tal que se x, y ∈ Akx − yk <δ, ent˜aok f (x) − f (y)k <ε.

Definic¸˜ao 4.2 Uma func¸˜ao f : A⊂ Rn→ Rm ´e dita Lipschitz-cont´ınua em A se existe M> 0

tal que

k f (x) − f (y)k ≤ Mkx − yk, ∀x,y ∈ A

(17)

5 FUNC¸ ˜OES REAIS DE N VARI ´AVEIS

5.1 DERIVADAS PARCIAIS

Quando se estuda func¸˜oes reais de n vari´aveis, isto ´e, definidas em subconjuntos do espac¸o Rn, f :⊂ Rn→ R, e se busca para essa func¸˜ao uma noc¸˜ao de derivada que tenha propriedades an´alogas `as da derivada de uma func¸˜ao definida num intervalo, a ideia que se apresenta mais naturalmente ´e a de “derivada parcial”, que exploremos agora.

Para efeito de derivac¸˜ao, onde se compara o acr´escimo f(xo+ h) − f (xo) da func¸˜ao f com o

acr´escimo h> 0 dado ao ponto xo, o dom´ınio mais adequado para uma func¸˜ao ´e um subconjunto

abertoΩ⊂ Rn pois, neste caso, dado xo∈Ω, tem-se ainda xo+ h ∈para todo acr´escimo h

suficientemente pequeno.

Seja, pois, f :→ R uma func¸˜ao real, definida num subconjunto aberto⊂ Rn, a i-´esima

derivada parcial de f no ponto xo(onde 1≤ i ≤ n) ´e o limite

fxi (xo) = lim λ→0 f(xoei) − f (xo) λ

quando tal limite existe.

No entanto o s´ımbolo pode ser denotado como ∂f

xi , tamb´em como ∂fyi , ∂fzi , etc. O que importa no s´ımbolo n˜ao ´e o “nome” da vari´avel, x, y ou z, etc. O importante ´e o ´ındice i que trata-se da func¸˜ao na i-´esima vari´avel, seja qual for s´ımbolo utilizado, podendo utilizar da forma

f

v(xo).

O caso particular n= 2 onde o gr´afico da func¸˜ao ´e uma superf´ıcie em R3; a restric¸˜ao de f

ao segmento de reta que passa por c= (a, b) e ´e paralela ao eixo das abscissas tem como gr´afico a curva plana obtida nessa superf´ıcie fazendo y constante, igual a b. Logof

x(c) ´e a inclinac¸˜ao

da reta tangente a essa curva, no ponto(a, b, f (a, b)), ao plano paralelo ao eixo x.

Assim a derivada parcial da func¸˜ao real f(x1, x2, . . . , xn), faz com que todas as vari´aveis se

(18)

Figura 1: Derivada Parcial

Fonte: GeoGebra

5.2 DERIVADAS DIRECIONAIS

Vendo que as derivadas parciais, desacompanhadas de hip´oteses adicionais, apenas fornecem informac¸˜oes sobre a func¸˜ao ao longo de retas paralelas ao eixos, tentamos estender a noc¸˜ao de derivada a outras direc¸˜oes al´em dessas. Isto nos leva ao importante conceito de derivada

dire-cional ou func¸˜ao Gateaux deriv´avel.

Definic¸˜ao 5.1 Sejam f :→ R definida no aberto⊂ Rn, xo∈Ω e h∈ Rn, ´e dita Gateaux

deriv´avel em xose f possui derivadas direcionais em xoem todas as direc¸˜oes de h, por definic¸˜ao,

o limite

f

h(xo) = limλ→0

f(xo−λh) − f (xo)

λ

quando tal limite existi.

Definic¸˜ao 5.2 Uma func¸˜ao f : Rn→ R ´e dita Gateaux deriv´avel em xo se f possui derivadas

direcionais em xoem todas as direc¸˜oes de u.

Observac¸˜ao:De forma sutil as func¸˜oes Gateaux deriv´avel podem parecer, `a primeira vista, a generalizac¸˜ao natural para a definic¸˜ao de derivada de uma func¸˜ao real de uma vari´avel. Entre-tanto, a existˆencia das derivadas direcionais n˜ao assegura a regularidade de f em torno do ponto

xo, como no caso de uma vari´avel (caso n= 1). De fato, contrariamente ao caso

(19)

neste ponto. Por exemplo, consideremos f(x) =      xy2 x2+ y4 se (x, y) 6= (0,0) 0 sen˜ao

Figura 2: Derivada direcional

Fonte: Maple

Se h= (h1, h2) ´e um vetor unit´ario qualquer, ent˜ao aplicando a definic¸˜ao de limite

fh(0, 0) = limλ→0 f((0,0)+λh)− f (0,0) λ = limλ→0 f(h1,h2)) λ = limλ→0 f((λh1,λh2)) λ = limλ→0 λh1λ2h22 λ2h2 1+λ4h42· 1 λ = limλ→0 λ3h1h22 λ3(h2 1+λh42) = limλ→0 h1h22 h2 1+λh42 = h1h22 h2 1 = h22 h1

(20)

∂  0 sen˜ao. Entretanto, f n˜ao ´e cont´ınua em(0, 0). De fato, f (t2,t) =1

2 ∀t 6= 0

5.3 FUNC¸ ˜OES DIFERENCI ´AVEIS

Consideremos agora func¸˜oes de dom´ınioΩ⊂ Rnum conjunto aberto, imagem R,k k norma euclidiana em Rne f :→ R

Definic¸˜ao 5.3 Dizemos que f ´e diferenci´avel (ou Fr´echet-deriv´avel) em xo ∈ Ω se existem

func¸˜oes L, rxo: R

n→ R tais que

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + rxo(h), (1)

com L linear e rxo satisfazendo

lim

h→0

|rxo(h)|

khk = 0 (2)

Se rxo(h) satisfaz ( 2 ), dizemos que rxo(h) ´e func¸˜ao 0(khk). Para simplificarmos a notac¸˜ao, escrevemos simplesmente r(h), deixando de explicitar que r depende de xo.

Se f ´e func¸˜ao diferenci´avel em xo, ent˜ao a transformac¸˜ao linear L ´e denominada diferenci´avel

de f no ponto xoque ´e denotada por f(xo).

Desigualdade de Young:

Lema 5.1 Seja p e q tais que 1< p, q < +e 1p+1q = 1. Ent˜ao, para todo x, y ∈ R, vale a

desigualdade |xy| ≤x p p + xq q

Exemplo 5.1 Consideremos f(x, y) = xy. Se h = (h1, h2), ent˜ao f(xo+ h1, yo+ h2) = xoyo+ xoh2+ yoh1+ h1h2

Como L(h) = xoh2+ yoh1 ´e linear e r(h) = h1h2 satisfaz |r(h)|khkkhk2 → 0 se h → 0, temos que f ´e diferenci´avel em(xo, yo) e sua diferencial ´e f(xo, yo)(h) = xoh2+ yoh1

(21)

Exemplo 5.2 Seja f : Rn→ R um func¸˜ao linear. Ent˜ao f (xo+ h) = f (xo) + f (h). Se

consid-erarmos r(h) = 0 para todo h ∈ Rn, onde

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + r(h)

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + 0

f(xo+ h) = f (xo) + f (h)

fica satisfeita com L(h) = f (h), o que nos leva a concluir que f ´e diferenci´avel no ponto xo e

f(xo) ≡ f .

Lema 5.2 Se f ´e uma func¸˜ao diferenci´avel no ponto xo∈Ω, L1 e L2s˜ao diferenci´aveis de f , ent˜ao L1= L2.

Demonstrac¸˜ao: De fato, suponhamos que para todo h∈ Rn,

f(xo+ h) = f (xo) + L1(h) + r1(h) f(xo+ h) = f (xo) + L2(h) + r2(h)

(3)

com L1e L2 lineares e r1e r2 func¸˜oes o(khk) (func¸˜oes que tendem a zero). Agora pegamos a

primeira igualdade e subtra´ımos da segunda de (3), onde obtemos,

L1(h) − L2(h) = r1(h) − r2(h).

Tomemos agora hei, ondeλ ∈ R+ e ei ´e a base canˆonica de Rn, da´ı

L1(λei) − L2(λei) = r2(λei) − r1(λei) λ[L1(ei) − L2(ei)] = r2(λei) − r1(λei) λ[L1(ei) − L2(ei)] ≤ r2(λei) + r1(λei) L1(ei) − L2(ei) = r2(λei)+rλ 1(λei) L1(ei) − L2(ei) = r2(λλei)+r1(λλei) |L1(ei) − L2(ei)| = r2(λei) λ +r1(λλei) |L1(ei) − L2(ei)| ≤ |r2(λλei)|+|r1(λλei)|

Fazendoλ → 0, vamos obter que L1(ei) = L2(ei) para n = 1, . . . , n.Portanto L1(ei) ≡ L2(ei).

Exemplo 5.3 Seja f : R2→ R a func¸˜ao definida por

f(x, y) =      |x|y p x2+ y2 se (x, y) 6= (0,0) 0 se (x, y) = (0, 0)

(22)

Figura 3: Func¸˜ao Diferenci´avel

Fonte: Maple

Vamos verificar se f ´e cont´ınua em(0, 0). Dadoε > 0. | f (x,y) − (0,0)| = | f (x,y)| =|x|·yx2+y2 = √|x|·|y|x2+y2

Utilizando a desigualdade de Young ( 5.1) temos, |x| · |y| p x2+ y2 ≤  1 2· x 2 +1 2· y 2  ·p 1 x2+ y2 = 1 2 x2+ y2 p x2+ y2 = 1 2 p x2+ y2 p x2+ y2 p x2+ y2 = 1 2 p x2+ y2 tomandoδ = 2ε obtemos, | f (x,y) − (0,0)| ≤ 1 2 p x2+ y2< 1 2δ = 1 2· 2ε =ε assimε> 0 ∃δ > 0 tal quepx2+ y2<δ ⇒ | f (x,y) − (0,0)| <ε.

f ´e cont´ınua em(0, 0).

(23)

(0, 0) e v = (v1, v2) ∈ R2, por definic¸˜ao, temos lim λ→0 f((xo, yo) +λv) − f (xo, yo) λ = limλ→0 f((0, 0) +λ(v1, v2)) − f (0,0) λ = lim λ→0 f((λv1,λv2)) − 0 λ = lim λ→0 |λv1|λv2 p (λv1)2+ (λh2)2· 1 λ = lim λ→0 |λ||v1|λv2 |λ| q v21+ v2 2λ = lim λ→0 |v1|v2 q v21+ v2 2 = q|v1|v2 v21+ v2 2 Portanto ∂fv(0, 0) = |v1|v2 q v21+ v2 2 . Assim existe ∂fv(0, 0), para todo v ∈ R 2 implica que f e

Gateaux-deriv´avel em (0, 0). Suponhamos que f ´e diferenci´avel em (0, 0). Logo existem

f(0, 0), r : R2→ R tais que f((0, 0) + (h1, h2)) = f (0, 0) + f(0, 0)(h1, h2) + r(h1, h2) f(h1, h2) = f (0, 0) + f(0, 0)(h1, h2) + r(h1, h2) satisfazendo lim (h1,h2)→(0,0) |r(h1, h2)| q h21+ h2 2 = 0 (4) segue f(h1, h2) = q|h1|h2 h21+ h2 2 e f(h1, h2) = 0 + r(h) r(h) = q|h1|h2 h21+ h2 2

agora substituindo na condic¸˜ao (4), obtemos

lim (h1,h2)→(0,0) |h1|h2 q h21+ h2 2 · 1 q h21+ h2 2 = lim (h1,h2)→(0,0) |h1||h2| h21+ h2 2

(24)

h2→0h2

se pegarmos outro caminho h1= h2, obteremos

lim h1→0 |h1||h1| h21+ h2 1 = lim h1→0 h21 2h21 = limh1→0 1 2 = 1 2 logo n˜ao existe o limite, ou seja,

∄ lim (h1,h2)→(0,0) |r(h1, h2)| q h21+ h2 2

Portanto f n˜ao ´e diferenci´avel no ponto(0, 0).

Exemplo 5.4 Seja f : R2→ R a func¸˜ao definida por

f(x, y) =      2y|x|x2 x4+ y2 se (x, y) 6= (0,0) 0 se (x, y) = (0, 0)

Figura 4: Func¸˜ao Diferenci´avel

Fonte: Maple Verificar se f ´e continua em(0, 0). Dadoε > 0

| f (x,y) − (0,0)| = | f (x,y)| = 2yx4|x|x+y22

(25)

Utilizando a desigualdade de Young ( 5.1) temos, 2x2y|x| x4+ y2 ≤ 2  1 2x 4 +1 2y 2  ·x4+ y1 2· |x| = 21 2 x4+ y2 x4+ y2· |x| = |x| ≤ px2+ y2<δ tomandoδ =ε obtemos, | f (x,y) − (0,0)| ≤px2+ y2<δ =ε

assimε > 0 ∃δ > 0 tal que px2+ y2<δ ⇒ | f (x,y) − (0,0)| <ε f ´e cont´ınua em(0, 0)

Vamos provar que f ´e Gateaux-deriv´avel (derivada parcial) em(0, 0). De fato, sejam (xo, yo) =

(0, 0) e v = (v1, v2) ∈ R2vetor unit´ario, por definic¸˜ao, temos

lim λ→0 f((xo, yo) +λv) − f (xo, yo) λ = limλ→0 f((0, 0) +λ(v1, v2)) − f (0,0) λ = lim λ→0 f((λv1,λv2)) − 0 λ = lim λ→0 2λv2|λv1|(λh1)2 (λv1)4+ (λv2)2 · 1 λ = lim λ→0 2λ4v2|v1|v21 λ5v4 1+λ3v22 = lim λ→0 2v2|v1|v21 v41+v22 λ = 2v2|v1|v 2 1 v41 = 2v2 v1 Portanto∂fh(0, 0) = 2x2y|x| x4+ y2. Assim existe ∂fh(0, 0), para todo h ∈ R

2implica que f e

Gateaux-deriv´avel em (0, 0). Vamos verificar se a func¸˜ao ´e diferenci´avel Suponhamos que f ´e difer-enci´avel em(0, 0). Logo existem f(0, 0), r : R2→ R tais que

f((0, 0) + (h1, h2)) = f (0, 0) + f(0, 0)(h1, h2) + r(h1, h2)

(26)

segue f(h1, h2) = q|h1|h2 x21+ y2 2 e f(h1, h2) = 0 + r(h) r(h) = q|h1|h2 x21+ y2 2

agora substituindo na condic¸˜ao (5), obtemos

lim (h1,h2)→(0,0) |h1|h2 q h21+ h2 2 · 1 q h21+ h2 2 = lim (h1,h2)→(0,0) |h1||h2| h21+ h2 2

mas se tomarmos o caminho h1= 0, teremos

lim

h2→0

0

h2

= 0 se pegarmos outro caminho h1= h2, obteremos

lim h1→0 |h1||h1| h21+ h2 1 = lim h1→0 h21 2h21 = limh1→0 1 2 = 1 2 logo n˜ao existe o limite, ou seja,

∄ lim (h1,h2)→(0,0) |r(h1, h2)| q h21+ h2 2

Portanto f n˜ao ´e diferenci´avel no ponto(0, 0). Podemos observar que a existˆencia das derivadas parciais (Gateaux-deriv´avel) n˜ao implica que a func¸˜ao seja diferenci´avel, mesmo que seja con-tinua no ponto.

Proposic¸˜ao 5.1 Se f ´e diferenci´avel em xo∈Ω, ent˜ao f ´e continua em xo.

Demonstrac¸˜ao: Pela definic¸˜ao da diferenciabilidade temos que f(xo+ h) = f (x0) + L(h) + r(h), satisfazendo limh→0r(h)khk = 0. Portanto, para todo ε > 0 existe δ1> 0 tal que khk <δ1

implica em que|r(h)|khk <ε, tomemosε= 1, ent˜ao ∃δ1> 0 tal que khk <δ1implica

|r(h)| khk < 1.

(27)

Como L : Rn→ R ´e linear, segue da Proposic¸˜ao (4.1) que existeα ≥ 0 tal que |L(h)| ≤αkhk, para todo h∈ Rn. Dadoε> 0 sejaδ = minδ1,1+εα

. Ent˜ao se xΩ ´e tal quekx − xok <δ,

temos

(28)

Embora a existˆencia das derivadas parciais de uma func¸˜ao qualquer, n˜ao implique na difer-enciabilidade da func¸˜ao, mas quando a diferencial existe, ´e dada pelas derivadas parciais, como veremos a seguir.

Seja uma func¸˜ao e diferenci´avel f :→ R, definida no aberto⊂ Rn.

Afirmac¸˜ao: Se L : Rn→ R ´e linear, ent˜ao existe um b = (b1, b2, . . . , bn) ∈ Rn tal que L(h) =

hb;hi para todo h = (h1, h2, . . . , hn) ∈ Rn.

De fato, seja{e1, e2, . . . , en} a base canˆonica de Rne bi= L(ei). Ent˜ao,

L(h) = L n

i=1 hiei ! = n

i=1 hiL(ei) = n

i=1 hibi= hb;hi

Dizemos que b ´e a representac¸˜ao matricial de L relativamente `a base canˆonica.

Seja L= f(xo) a diferencial de uma func¸˜ao f . Ent˜ao, L(h) = hb;hi para algum b ∈ Rne para

todo h∈ Rn. Considerando heitemos da definic¸˜ao de diferenciabilidade

f(xoei) = f (xo) + L(ei) + r(λei) satisfazendo lim λ→0 rei) λ = 0 f(xoei) − f (xo) λ = L(ei) + rei) λ

fazendoλ tender a zero, obtemos

L(ei) = lim λ→0 f(xoei) − f (xo) λ = ∂fxi (xo).

O vetor ´e denotado por

▽ f (xo) =  fx1 (xo), . . . , ∂ fxn (xo) 

´e denominado vetor gradiente de f em xoe ´e tal que se f ´e func¸˜ao diferenci´avel em xo, ent˜ao

f(xo)(h) = h▽ f (xo); hi

Observe se caso o vetor gradiente exista nada podemos dizer sobre a diferenciabilidade da func¸˜ao, mas caso a f seja diferenci´avel podemos dizer que o vetor gradiente ´e a representac¸˜ao matricial de f(xo) relativamente a base canˆonica de Rn.

(29)

5.5 REGRAS B ´ASICAS DE DERIVAC¸ ˜AO

Proposic¸˜ao 5.2 Sejam f, g :→ R duas func¸˜oes diferenci´aveis em xo. Ent˜ao

a) f+ g ´e diferenci´avel em xoe( f + g)(xo) = f(xo) + g(xo);

b) f g ´e diferenci´avel em xoe( f g)(xo) = f (xo)g(xo) + f(xo)g(xo)

c) se g(xo) 6= 0 ent˜ao f /g ´e diferenci´avel em xoe( f /g)(xo) = f(xo)g

(xo)− f(xo)g(xo)

g(xo)2 . Demonstrac¸˜ao: a) Como f, g s˜ao diferenci´aveis,

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + r1(h) g(xo+ h) = g(xo) + G(h) + r2(h) somando f e g f(xo+ h) + g(xo+ h) = f (xo) + g(xo) + L(h) + G(h) + r1(h) + r2(h) colocando r(h) = r1(h) + r2(h) f(xo+ h) + g(xo+ h) = f (xo) + g(xo) + L(h) + G(h) + r(h)

com L(h) + G(h) linear e r(h)khk tendendo a zero.

lim

h→0

f(xo+ h) + g(xo+ h) − ( f (xo) + g(xo))

khk = L(h) + G(h)

denotando L(h) = f(x) e G(h) = g(x) vem o resultado acima. Demostrac¸˜ao: b) Multiplicando as func¸˜oes f, g, obtemos

f(xo+ h)g(xo+ h) = ( f (xo) + L(h) + r1(h))(g(xo) + G(h) + r2(h)) f(xo+ h)g(xo+ h) = f (xo)g(xo) + f (xo)G(h) + g(xo)L(h) + R(h) onde R(h) = f (xo)r2(h)+L(h)G(h)+L(h)r1(h)+g(xo)r1(h)+r1(h)G(h)+r1(h)r2(h) fazendo h→ 0 lim h→0 f(xo+ h)g(xo+ h) − f (xo)g(xo) khk = f (xo)G(h) + g(xo)L(h) + limh→0 R(h) khk

como G(h) = g(h) e L(h) = f(h) e f (xo)g(xo) + f(xo)g(xo) ´e linear com R(h) tendendo a

zero, temos que

(30)

Antes de definirmos a diferenciabilidade de uma func¸˜ao f : R → R , que nos exige fatos b´asicos da ´Algebra Linear, sejam eles.

a) Se L : Rn→ Rm ´e uma transformac¸˜ao linear, fixadas as bases canˆonicas de Rn e Rm, existe uma matriz Am×n= [ai j] tal que

L(x) = Ax, ∀x ∈ Rn

Sendo A chamada de a matriz associada `a transformac¸˜ao linear L ou de representac¸˜ao matricial de L relativamente as base canˆonicas de Rne Rm, linha e coluna respectivamente.

Vamos representar a matriz associada a um transformac¸˜ao L por[L].

b) Seja duas transformac¸˜oes lineares L1: Rn→ Rme L2: Rm→ Rk, definimos a composta da

duas transformac¸˜oes L2◦ L1: Rn→ Rk ´e dada por

[L2◦ L1] = [L2] × [L1]

Agora vamos definir o comportamento da func¸˜ao f : Rn→ Rm.

Definic¸˜ao 5.4 Uma func¸˜ao f :→ Rm ´e dita Fr´echet-deriv´avel no ponto xo∈Ω se existem

func¸˜oes L : Rn→ Rme rxo : R

n→ Rmtais que

f(xo+ h) = f (xo+ L(h) + rxo(h)) (6) como L ´e linear e rxo(h) tende a zero mais r´apido, isto ´e, satisfazendo a condic¸˜ao

lim

h→0

krxo(h)k

khk = 0 (7)

Por simplicidade de notac¸˜ao escrevemos r(h), deixando de forma impl´ıcita a dependˆencia de r em relac¸˜ao ao ponto xo.

Caso a func¸˜ao f seja diferenci´avel no ponto xo, ent˜ao a transformac¸˜ao linear L ´e denominada a

diferencial de f no ponto xoou Fr´echet-deriv´avel de f em xo, vamos de notar de f(xo), ou seja,

f(x0) = L.

Lema 5.3 Uma func¸˜ao f :→ Rm, f = ( f1, f2, . . . , fm) ´e diferenci´avel no ponto xo se e

so-mente se cada uma de suas componentes fi:Ω→ R ´e diferenci´avel no ponto xo.

Demonstrac¸˜ao: Se cada fi´e diferenci´avel em xo, ent˜ao existem func¸˜oes Lie risatisfazendo (1)

tais que Li ´e linear e satisfac¸a

lim

h→0

|ri(h)|

(31)

Sejam L= (L1, L2, . . . , Lm) e r = (r1, r2, . . . , rm). Ent˜ao, ´e claro que f (xo+ h) = f (xo) + L(h) +

r(h) segue do Teorema (3.2) que kr(h)k khk ≤ C kr(h)k1 khk = C n

i=1 |ri(h)| khk → 0 se h→ 0.

Reciprocamente, se f ´e diferenci´avel em xo, ent˜ao existem func¸˜oes L= (L1, L2, . . . , Lm) linear

e r= (r1, r2, . . . , rm) satisfazendo (6) e ( 7). Como cada Li ´e linear e

|ri(h)|

khk

kr(h)k khk temos o resultado.

(32)

Se f = ( f1, f2, . . . , fm) :Ω⊂ R → R ´e uma func¸˜ao diferenci´avel em xo∈Ω, ent˜ao sua

diferencial (ou sua derivada de Fr´echet) f(xo) ´e uma transformac¸˜ao linear de Rn em Rm. A

matriz associada a f(xo) relativamente `as bases canˆonicas de Rne Rm ´e dada por

[ f(xo)] =       ∂f1 ∂x1 (xo) ∂ f1 ∂x2 (xo) ··· ∂ f1 ∂xn (xo) .. . ... . .. ... ∂fmx1 (xo) ∂ fmx2 (xo) ··· ∂ fmxn (xo)      

Observe que as linhas de[ f(xo)] s˜ao formadas pelos gradientes de cada fiem xo.

No caso em que m= n a matriz [ f(xo)] ´e denominada de Matriz Jacobiana de f em xo. O seu

determinante ´e denominado de Jacobiano de f em xo, que denotamos por

Jf(xo) = det[ f(xo)]

Observac¸˜oes: Se Jf(xo) 6= 0, ent˜ao a matriz [ f(xo)] ´e invers´ıvel. Como f(xo) aproxima

f(x) − f (xo) na vizinhanc¸a de xo, seria razo´avel esperar que f tamb´em fosse invers´ıvel nas

proximidades de xo. De fato ´e quase isso, como veremos mais `a frente no estudo do Teorema

(33)

5.8 REGRA DA CADEIA

Teorema 5.1 (Regra da Cadeia) Sejamsubconjunto aberto de Rne A subconjunto aberto de

Rm. Suponhamos f :→ Rme g : A→ Rkduas func¸˜oes tais que f() ⊂ A. Se f ´e diferenci´avel

no ponto xoe g ´e diferenci´avel em yo= f (xo), ent˜ao g ◦ f ´e diferenci´avel no ponto xoe

(g ◦ f )(xo) = g(yo) ◦ f(xo)

Em particular

[(g ◦ f )(xo)] = [g(yo)][ f(xo)].

Demonstrac¸˜ao: Sejam L= f(xo) e G = g(yo). Pela definic¸˜ao da diferenciabilidade

f(xo+ h) = f (xo) + L(h) + rf(h), ∀h ∈ Rn g(yo+ k) = g(yo) + G(k) + rg(k), ∀k ∈ Rm satisfazendo as condic¸˜oes lim h→0 |rf(h)| khk = 0 e klim→0 |rg(k)| kkk = 0 Portanto, podemos escrever

g( f (xo+ h)) = g( f (xo)) + G(L(h)) + r(h),

onde r : Rn→ Rk ´e definida por r= G ◦ rf+ rg◦ (L + rf).

Al´em disso, kr(h)k khkkG(rf(h))k khk + krg(L(h) + rf(h))k khk .

Pelo Lema (5.3), podemos escrever kr(h)k khk ≤α krf(h)k khk + krg(k)k kkk kkk khk, onde k= L(h) + rf(h). Comokkk ≤αkhk + krf(h)k, temos kr(h)k khkkrf(h)k khk + krg(k)k kkk  α+krf(h)k khk 

(34)

O Teorema do Valo M´edio se estende para o caso de func¸˜oes de R em R e sua demonstrac¸˜ao ´e consequˆencia direta da Regra da Cadeia, como se vˆe na prova do resultado a seguir.

Teorema 5.2 Seja f : Rn→ R uma func¸˜ao diferenci´avel de x1 e x2 dois pontos quaisquer de

Rn. Ent˜ao existe x sobre o seguimento de reta que liga x1a x2tal que

f(x2) − f (x1) = h▽ f (x);x2− x1i

Demonstrac¸˜ao: Consideremosγ : R→ Rna parametrizac¸˜aoγ(t) = x1+ t(x2− x1) da reta que

passa por x1e x2. ´E f´acil ver queγ ´e func¸˜ao diferenci´avel eγ′(to)(∆t) = x2−x1para todo to∈ R.

Seja g : R→ R a func¸˜ao real definida pela composic¸˜ao g(t) = g γ(t). Pelo Teorema 5.1, g ´e uma func¸˜ao deriv´avel e g(t) =▽ f γ(t); x2− x1

. Pelo Teorema do Valor M´edio para func¸˜oes reais de vari´avel real, g(1) − g(0) = g(to) para algum to∈]0,1[. Assim denotando por

x(to), segue o resultado.

Observac¸˜ao 5.1 O Teorema do Valor M´edio n˜ao ´e valida para func¸˜oes f : Rn→ Rm, se m> 1.

(35)

5.10 DERIVADAS PARCIAIS (CASO GERAL)

Seja f : Rn→ Rmuma func¸˜ao diferenci´avel em xo. Ent˜ao a diferencial f(xo) fica

determi-nada pela matriz[ f(xo)].

Se x∈ Rncom x= (y, z) o dom´ınio definido por Rn= Rk×Rl, assim x= (y

1, y2, . . . , yk, z1, z2, . . . , zl),

ent˜ao podemos escrever

[ f(xo)] =     ∂f1 ∂y1(xo) ··· ∂f1 ∂yk(xo) ∂f1 ∂z1(xo) ··· ∂f1 ∂zl(xo) .. . . .. ... ... . .. ... ∂fmy1(xo) ··· ∂fmyk(xo) ∂fmz1(xo) ··· ∂fmzl (xo)    

Se considerarmos os blocos B e C definidos respectivamente por     ∂f1 ∂y1(xo) ··· ∂f1 ∂yk(xo) .. . . .. ... ∂fmy1(xo) ··· ∂fmyk(xo)    ,     ∂f1 ∂z1(xo) ··· ∂f1 ∂zl(xo) .. . . .. ... ∂fmz1(xo) ··· ∂fmzl(xo)    

ent˜ao para todo h= (h1, h2) ∈ Rk× Rl, temos

f(xo)h = Bh1+Ch2.

As transformac¸˜oes lineares associadas `as submatrizes B e C s˜ao denominadas parciais de f em relac¸˜ao respectivamente a y e z em xoe denotamos

B=  fy(xo)  , C=  fz(xo) 

Com esta notac¸˜ao podemos escrever

f(xo)h =

f

y(xo)h1+

f

z(xo)h2

Com a notac¸˜ao das derivadas parciais, a Regra da Cadeia toma a seguinte forma

Teorema 5.3 Seja f : Rk×Rl→ Rmuma func¸˜ao diferenci´aveis em xo, yo. Sejamϕ: Rn1 → Rk

eψ: Rn2→ Rlfunc¸˜oes diferenci´aveis tais queϕ(u

o) = xoeψ(vo) = yo. Ent˜ao g : Rn1+n2→ Rm

definida por g(u, v) = f (ϕ(u),ψ(v)) ´e diferenci´avel em (uo, vo) e

[g(uo, vo)] =  fx(xo, yo) ∂ϕu(uo)  +  fy(xo, yo) ∂ψv(vo)  .

(36)

Para verificarmos se uma func¸˜ao qualquer ´e diferenci´avel, devemos recorrer para as definic¸˜oes dispon´ıveis at´e o momento. Onde ´e motivado a obter o Teorema que nos fornece condic¸˜oes su-ficiente para a diferenciabilidade de uma func¸˜ao qualquer.

Teorema 5.4 Se uma f :→ R possui de derivadas parciais em todos os pontos do aberto

⊂ Rne cada uma delas ´e cont´ınua no ponto x

o, ent˜ao f ´e diferenci´avel no ponto xo.

Demonstrac¸˜ao: `A guisa de simplicidade, faremos a demonstrac¸˜ao no caso n= 2; o caso geral segue por argumento an´alogo.

Seja h= (h1, h2) = h1e1+ h2e2, onde{e1, e2} ´e a base canˆonica de R2. Ent˜ao

f(xo+ h) − f (xo) = f (xo+ h) − f (xo+ h1e1) + f (xo+ h1e1) − f (xo) (8)

Como a func¸˜ao g(t) = f (xo+ h1e1+ te2) ´e deriv´avel com derivada cont´ınua em torno de t = 0,

temos do Teorema do Valor M´edio para func¸˜oes reais que g(h2) − g(0) = g′(ξ)h2. Portanto, f(xo+ h1e1+ h2e2) − f (xo+ h1e1) = ∂

f

x2

(xo+ h1e1+ξ2e2)h2,

ondeξ2∈]0,h2[. Analogamente, a func¸˜ao t → f (xo+ te1) ´e deriv´avel com derivada cont´ınua

em torno de t= 0. Logo, f(xo+ h1e1) − f (xo) = ∂ fx1 (xo+ξ1e1)h1, ξ1∈]0,h1[. Portanto, f(xo+ h) − f (xo) = ∂ fx1 (xoe1)h1+ ∂ fx2 (xo+ h1e1+ξe2)h2. Denotando por r(h) =  fx1 (xoe1) − ∂ fx1 (xo)  h1+  fx2 (xo+ h1e1+ξe2) − ∂ fx2 (xo+ h1e1)  h2, (9) temos f(xo+ h) = f (xo) + h∇f(xo); hi + r(h).

Para concluir que f ´e diferenci´avel basta mostrar que r(h) ´e de ordem o(khk). Por hip´otese, dadoε> 0, existeδ > 0 tal que se x ∈ Bδ(xo), ent˜ao

fxi(x) −fxi (xo) < ε4.

(37)

Em particular, se x, y ∈ Bδ(xo), ent˜ao ∂ fxi(y) −fxi (x) < ε2. Portanto, sekhk <δ, segue de (9) |r(h)| < ε 2|h1| + ε 2|h2|≤εkhk1 e consequentemente, |r(h)| khk1 <ε e o resultado segue da equivalˆencia das norma em Rn.

(38)

Se f :⊂ R → R ´e uma func¸˜ao diferenci´avel em cada ponto x do seu dom´ınio, ent˜ao podemos considerar a func¸˜ao linear f(x), diferencial de f em x. Temos assim a aplicac¸˜ao

f′: → L(Rn, Rm),

x 7→ f(x),

onde L(Rn, Rm) denota o espac¸o de todas as aplicac¸˜oes lineares de Rnem Rm. f´e denominada

a func¸˜ao diferencial de f (ou func¸˜ao derivada de Fr´echet de f ).

Observe que, fixada uma base nos espac¸os Rn em Rm, como por exemplo a base canˆonica, ent˜ao cada elemento T de L(Rn, Rm) pode ser representado por uma matriz [T ] de Mm×n.

Exemplo 5.5 Se f(x, y) = (xy, x2+ y2) ent˜ao f′: R2→ L(R2, R2) ´e dada por

[ f(x, y)] = "

y x

2x 2y #

Exemplo 5.6 Se f : Rn→ R ´e definida por f (x) = kxk22, ent˜ao f(x) = 2x para todo x ∈ Rn. Logo f≡ 2I, onde I denota a func¸˜ao identidade de Rnem Rn.

Se m= 1, ent˜ao o espac¸o L(Rn, Rm) pode ser identificado com Rn(ou mais precisamente com

M1×n), isto ´e, L(Rn, Rm) ∼= Rn. Neste caso, se f :Ω→ R ´e a func¸˜ao diferenci´avel, podemos

fazer a identificac¸˜ao

f′:Ω Rn

x 7→f(x)

Definic¸˜ao 5.5 Dizemos que uma func¸˜ao diferenci´avel f :→ Rm ´e de classe C1(ou continu-amente diferenci´avel) em xo∈Ωse f´e func¸˜ao cont´ınua em xo. Dizemos que f ´e de classe C1

emse f´e func¸˜ao cont´ınua em todos os pontos deΩ.

Como j´a vimos anteriormente, uma func¸˜ao f pode possuir derivadas parciais e n˜ao se difer-enci´avel. De fato, pode nem mesmo ser cont´ınua. Entretanto, se f ´e uma func¸˜ao convexa e possui derivadas parciais, ent˜ao ela ´e necessariamente de classe C1.

Teorema 5.5 Sejaum aberto convexo de Rn e f :→ R uma func¸˜ao convexa que possui derivadas parciais em todos os pontos deΩ. Ent˜ao f ´e de classe C1.

(39)

Demonstrac¸˜ao: Como f ´e convexa, ent˜ao

fy+ (1 −λ)x) ≤λf(y) + (1 −λ) f (x) (10) para todo x, y ∈Ωe 0λ ≤ 1. Seja K um subconjunto compacto deΩ. Ent˜ao existeδ > 0 tal que x+ sei∈Ωpara todo x∈ K, |s| <δ, e i= 1, . . . , n, onde {e1, e2, . . . , en} ´e a base canˆonica

de Rn. Assim, para y= x + seiobtemos de (10)

f(x +λsei) − f (x)

λ ≤ f (x + sei) − f (x).

Passando ao limite nesta desigualdade quandoλ → 0+ temos que

s∇f(x) · ei≤ f (x + sei) − f (x).

Como esta desigualdade tamb´em ´e v´alida substituindo s por−s, segue que se s ∈]0,δ[, ent˜ao

f(x) − f (x − sei)

s ≤∇f(x) · ei

f(x + sei) − f (x)

s (11)

para todo x∈ K e i = 1,...,n.

Se f n˜ao ´e C1, ent˜ao existeε> 0, xo∈Ωe uma sequˆencia{xk}k≤ 1 emΩtal que xk→ xoe

|∇f(xk) −∇f(xo)| >ε, ∀k. (12)

Seja K= {xo, x1, x2, . . . , }. Se |s| <δ2 e k ´e suficientemente grande, ent˜ao xk± sei∈Ωe como f

´e continua emΩ, segue de (11) que a sequˆencia{f(xk) · ei} ´e limitada, para cada i = 1,...,n.

Portanto, passando a uma subsequˆencia se necess´ario, podemos supor que existe u∈ Rn tal que∇f(xk) → u. Portanto, passando ao limite quando k →em (11), temos, para s∈]0,δ2[ e

i= 1, . . . , n

f(xo) − f (xo− sei)

s ≤ u · ei

f(xo+ sei) − f (xo)

s . (13)

Fazendo s→ 0+ em (13) obtemos∇f(xo) = u, o que est´a em contradic¸˜ao com (12). Portanto,

(40)

A projec¸˜ao ortogonal sobre um convexo fechado C de R definido por

PC: Rn → Rn

x 7→ PC

onde PC(x) ´e denominado projec¸˜ao ortogonal de x sobre C que ´e importante pois na analise

convexa e surge com frequˆencia nas aplicac¸˜oes.

Teorema 5.6 Seja C um conjunto convexo e fechado de Rne considere a func¸˜ao f : Rn→ R definida por f(x) =  x1 2PC(x); PC(x)  , (14)

Ent˜ao f ´e func¸˜ao de classe C1em Rne f= PC.

Demonstrac¸˜ao: Sejam xoe h em Rn. Ent˜ao podemos escrever

f(xo+ h) = f (xo) + hPC(xo); hi + r(h), onde r(h) = 1 2kPC(xo)k 2 2− 1 2kPC(xo+ h)k 2 2+ hxo+ h; PC(xo+ h) − PC(xo)i. Como g(x) = 1 2kxk 2

2´e diferenci´avel com g(x) = x para todo x ∈ Rn, temos do Teorema do Valor

M´edio, 1 2kPC(xo)k 2 2− 1 2kPC(xo+ h)k 2 2= h(1 −θ)PC(xo) +θPC(xo+ h); PC(xo) − PC(xo+ h)i,

para algumθ ∈]0,1[. Logo,

r(h) = hxo− PC(xo); PC(xo+ h) − PC(xo)i −θkPC(xo+ h) − PC(xo)k22+ hh;PC(xo+ h) − PC(xo)i

(15) Como as duas primeiras parcelas do lado direito de (15) s˜ao negativas, temos

r(h) ≤ khk2kPC(xo+ h) − PC(xo)k2≤ khk22

Por outro lado, considerando v= 1 −θ, temos

r(h) = hvPC(xo) + (1 − v)PC(xo+ h); PC(xo) − PC(xo+ h)i + hxo+ h; PC(xo+ h) − PC(xo)i

= hxo+ h − PC(xo+ h); PC(xo+ h) − PC(xo)i + vkPC(xo) − PC(xo+ h)k22≥ 0

(41)

6 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA

Vamos aqui tratar um dos temas principais da An´alise o Teorema da Func¸˜ao Inversa, onde dada uma func¸˜ao linear g : Rn→ Rndefinida por g(x) = xA, onde A ´e a matriz quadrada n × n. Para obtermos a inversa da g basta que detA6= 0 onde g−1: Rn→ Rne dada por g−1(x) = xA−1. Mas caso a g (ou g−1) seja Fr´echet-deriv´aveis no ponto xo em Rn, escrevemos g(xo) = A (ou

(g′)−1= A−1). Agora vamos pegar um subconjunto abertoΩ⊂ Rne uma func¸˜ao f :→ Rn que seja Fr´echet-deriv´avel no ponto xo∈Ω, pela definic¸˜ao de diferenciabilidade

f(xo+ h) = f (xo) + A(h) + r(h),

onde A, r(h) : Rn→ Rne a condic¸˜ao que A matrix linear e lim h→0 r(h) khk = 0, onde f(xo) = lim h→0 f(xo+ h) − f (xo) h ,

sendo a func¸˜ao f′: Rn→ Rnque melhor aproxima de xo∈Ω.

No entanto ´e sutil pesar que se a func¸˜ao f :→ Rn´e diferenci´avel no ponto xo∈Ωe a Matriz

Jacobiana dada por A= [ f(xo)] tal que

Jf(xo) = det[A] = det[ f(xo)] 6= 0,

nos leva que a f seja invers´ıvel nas proximidades de xo.

Desta maneira temos que n˜ao ´e verdadeira, mesmo para n= 1. Seja a func¸˜ao f : R→ R definida por

f(x) = ( x 2+ x 2sen 1 x se x6= 0, 0 se x= 0.

Derivando a func¸˜ao f em todos os pontos de R obtemos

f(x) = ( 1 2+ 2x sen 1 x− cos 1 x se x6= 0, 1 2 se x= 0.

(42)

No entanto isto seria imposs´ıvel porque f (x) muda de sinal infinita vezes proximo ao ponto zero. Observe que se ffosse cont´ınua em xo = 0, ent˜ao f(x) > 0 para x suficientemente

Figura 5: Inversa

Fonte: Maple

pr´oximo de xo= 0 e ter´ıamos o resultado desejado.

6.1 TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA

O Teorema da Func¸˜ao Inversa se aplica para func¸˜ao f : V → V com V ⊂ Rn. Vamos utilizar indistintamente a normak k com norma euclidiana k k2de Rne a norma induzidak kL(Rn,Rn).

Teorema 6.1 Seja⊂ Rnaberto e f :→ Rnfunc¸˜ao de classe C1tal que Jf(xo) 6= 0. Ent˜ao

existeδo> 0 tal que

a) f ´e injetora em U = Bδo(xo);

b) V = f (U) ´e aberto;

c) f−1: V → U ´e de classe C1e[( f−1)′( f (xo))] = [ f(xo)]−1.

Demonstrac¸˜ao: Faremos a demonstrac¸˜ao em quatro etapas.

(43)

Fazendo f(xo) = A e Jf(xo) 6= 0, por hip´otese A−1 est´a bem definida.

Como f ´e de classe C1, dadoε> 0, existeδ > 0 (dependendo deε e xo) tal que

kx − xok <δ ⇒ k f(x) − Ak <ε. (16)

Como Bδ(xo) ´e aberto, ent˜ao podemos tomar x ∈ Bδ(xo) e h 6= 0 tal que x + h ∈ Bδ(xo).

Afirmo: f(x + h) 6= f (x) seδ > 0.

Com efeito Sejaϕ :[0, 1] → Rn definida por ϕ(t) = f (x + th) − tAh. Ent˜aoϕ ´e de classe C1 no intervalo aberto ]0,1[ em virtude do Teorema da Regra da Cadeia obtemos,ϕ′(t) = f(x +

th)h − Ah. E pelo Teorema Fundamental do Calculo temos

ϕ(1) −ϕ(0) = Z 1 0 ϕ ′(t)dt, isto ´e, f(x + h) − Ah − f (x) = Z 1 0 ( f(x + th) − A)hdt. Em particular k f (x + h) − f (x) − Ahk ≤ Z 1 0 k f(x + th) − Akkhkdt

como x+ th ∈ Bδ(xo), ∀t ∈]0,1[ segue de (16) que

k f (x + h) − f (x) − Ahk < Z 1 0 εkhkdt =εkhk (17) ou seja, k f (x + h) − f (x) − Ahk <εkhk (18) temoskhk = kA−1Ahk ≤ kA−1kkAhk segue da´ı que khk ≤ kA−1kkAhk e obtemos de (18)

k f (x + h) − f (x) − Ahk < εkA−1kkAhk −k f (x + h) − f (x) − Ahk > −εkA−1kkAhk (19) usando (19), obtemos k f (x + h) − f (x)k = k f (x + h) − f (x) − Ah + Ahk ≥ kAhk − k f (x + h) − f (x) − Ahk > kAhk −εkA−1kkAhk > kAhk −εkA−1kkAhk > (1 −εkA−1k)kAhk k f (x + h) − f (x)k > (1 −εkA−1k)kAhk (20)

(44)

k f (x + h) − f (x)k > 2kAhk.

Como a matriz A possui inversa, Ah6= 0 ∀h 6= 0 onde temos que f ´e injetiva.

Etapa 2: Vamos provar que existeδ2tal que f Bδ2(xo)



´e aberto.

Por hip´otese f ´e de classe C1, x7→ Jf(x) ´e uma func¸˜ao cont´ınua. Logo, existe eδ > 0 tal que

Jf(x) 6= 0 ∀x ∈ Bδe(xo).

Considere-seδ2= min{δ1, eδ}. Ent˜ao Jf(x) 6= 0 para todo x ∈ Bδ2(xo) e f injetora em Bδ(xo).

Provemos que W = f (Bδ2(xo)) ´e um conjunto aberto.

Seja y1∈ W . Ent˜ao pela definic¸˜ao de imagem existe um ´unico x1∈ Bδ2(xo) tal que f (x1) = y1.

Tome r> 0 tal que Br(x1) ⊂ Bδ2(xo) e considere a fronteira

K=∂Br(x1) e u(x) = k f (x) − f (x1)k. u : K → R

u 7→ u(x) = k f (x) − f (x1)k

onde u ´e cont´ınua pois, f ´e cont´ınua e a norma de uma func¸˜ao cont´ınua ´e cont´ınua. Como K ´e compacto e u ´e func¸˜ao cont´ınua, existe x∈ K tal que

m := inf{u(x);x ∈ K} = u(x∗).

Observe que x∈ K ⇒ x6= x1⇒ f (x) 6= f (x1) pela injetividade da f e pela definic¸˜ao de m

temos, m= u(x) = k f (x) − f (x1)k > 0 ,ou seja m > 0.

Afirmo: Bm

2( f (x1)) ⊂ Br(x1) ⊂ W.

Com efeito, tome y∈ Bm

2( f (x1)). Isto ´e, ky − f (x1)k <

m

2. Definindo w : Br(x1) → R

x 7→ w(x) = k f (x) − yk.

Como Br(x1) ´e compacto, existe x ∈ Br(x1) tal que

w(x) = min{w(x);x ∈ Br(x1)}. Observe que w(x) w(x1), k f (x) − yk ≤ k f (x1) − yk < m2 w(x) = k f (x) − yk ≤ k f (x1− y)k < m 2.

(45)

Observe tamb´em que se x∈ K, ent˜ao w(x) = k f (x) − yk ≥ k f (x) − f (x1)k − k f (x1− y)k ≥ m − m 2 = m 2. Portanto x∈ K, o que implica x ∈ B/ r(x1).

Afirmo: f(x) = y, isto ´e y ∈ f (Br(x1)).

Com efeito, se x ´e o ponto de m´ınimo de w(x) em Br(x1), ent˜ao x tamb´em ´e ponto de m´ınimo de g(x) =12k f (x) − yk2. Como x ´e ponto interior, g(x)h = 0, ∀h ∈ Rn, o que implica que∀h ∈ Rn.

g(x) = 12 f (x) − y 2 g(x) = 1 2 D f(x)− y; f (x) − yE aplicando a diferenciabilidade em g 0= g(x)h = 12Df(x)− y; f(x)hE+Df(xh); f (x) − yE = 12Df(x)− y; f(x)hE+Df(x) − y; f(x)hE = 1 2  2 D f(x) − y; f(x)hE = Df(x)− y; f(x)hE = Df(x)T( f (x) − y);hE. para todo h∈ Rn. Ent˜ao

 f(x)T( f (x) − y) = 0. Agora, como detf(x)T = detf(x)= Jf(xo) 6= 0 segue-se que f(x) − y = 0,

ou ainda, f(x) = y, e a afirmativa est´a provada.

Etapa 3: Se U = Bδ2(xo) e V = f (U), ent˜ao f−1: V → U ´e diferenci´avel.

Seja y∈ V y = f (x), x ∈ Bδ2(xo)



e tome r> 0 suficientemente pequeno tal que y + k ∈ V para todo k tal quekkk < r,

h = f−1(y + k) − x h+ x = f−1(y + k) f(h + x) = f ( f−1(y + k)) f(h + x) = y + k k = f (h + x) − y k= f (h + x) − f (x). (22)

(46)

satisfazendo a condic¸˜ao lim h→0 krf(h)k khk = 0. (24) De (22) e (23) obtemos que k=f(x)(h) + rf(h). (25)

J´a que x∈ U = Bδ2(xo) ent˜ao, Jf(x) 6= 0 e f(x) ´e invers´ıvel, consequentemente existe



f(x)−1. Assim, seja B=f(x)−1. Multiplicando a matriz B em (25), obtemos

Bk = B f(x)h + Brf(h) Bk = h + Brf(h) h = Bk − Brf(h) Tamb´em h= f−1(y + k) − f−1(y). Portanto, f−1(y + k) − f−1(y) = Bk − Brf(h) f−1(y + k) = f−1(y) + Bk − Brf(h)

Para provar que f−1 ´e diferenci´avel, basta provar que lim

k→0

kBrf(h)k

kkk = 0 (26)

De fato, como na Etapa 1 temos:

kkk = k f (x + h) − f (x)k ≥ 12kAhk (27) Por outro lado como A ´e invers´ıvel temos h= A−1Ah, aplicando a norma khk = kA−1Ahk ≤

kA−1kkAhk, da´ı kAhk ≥ khk kA−1k (28) De (27) e (28) obtemos que kkk ≥ 1 2 khk kA−1k ⇔ 1 kkk ≤ 2kA−1k khk

(47)

e 0kBrf(h)k kkk = kBrf(h)k 1 kkk ≤ kBkkrf(h)k 2kA−1k khk = 2kA −1kkBkkr f(h)k khk 0kBrf(h)k kkk ≤ 2kA−1kkBkkrf(h)k khk Quando k→ 0 implica h → 0 o que implica por (24) 2kA

−1kkBkkr f(h)k

khk tende a zero, assim 0 kBrf(h)k kkk ≤ 0, como queriamos lim h→0 krf(h)k khk = 0. Logo, f−1 ´e diferenci´avel em y= f (x) ∈ V , por tanto existe



f−1′(y) ef−1′(y) =f(x)−1=hff−1(y)i−1

para todo y∈ V .

Etapa 4: f−1: V → U ´e de classe C1.

De fato, A= f(x1) e B = f(x2). Como f ´e de classe C1, dadoε> 0, existeδ > 0 tal que

kx2− x1k <δ ⇒ f(x 2) − f(x1) <ε

Como f ´e de classe C1, dadoε> 0, existeδ > 0 tal que kx2− x1k <δ ⇒ kB − Ak <ε

Visto que B−1− A−1= B−1(A − B)A−1, obtemos

kB−1− A−1k ≤ kB−1kkA − BkkA−1k

Por outro lado,∀h ∈ Rn, temos

h= A−1Ah, aplicando norma

khk = kA−1Ahk ≤ kA−1kkAhk ⇔ kAhk ≥ khk

kA−1k, ∀h ∈ R

(48)

= kAh + (B − A)hk ≥ kAhk − k(B − A)hk ≥ kAhk − k(B − A)kkhk subtituindo (29) ≥ khk kA−1k− k(B − A)kkhk. Portanto, kBhk ≥  1 kA−1k− k(B − A)k  khk. Observamos que, kx2− x1k <δ ⇒ kB − Ak <ε ⇒ −kB − Ak > −ε ⇒ 1 kA−1k− kB − Ak > 1 kA−1k−ε ⇒  1 kA−1k− kB − Ak  khk ≥  1 kA−1k−ε  khk Onde obtemos que,

kx2− x1k <δ ⇒ kBhk ≥  1 kA−1k−ε  khk Escolhendoε= 12kA−1k ≥ 0 e oδ δ2correspondente, obtemos

kBhk ≥  1 kA−1k− 1 2 A−1  khk ≥  1 2kA−1k  khk onde kBhk ≥ 2 1 kA−1kkhk.

Tomando k= Bh temos B−1k= h, aplicando norma, obtemos kB−1kk = khk

kB−1kk = 2kA−1kkBhk

kB−1kkkk ≤ 2kA−1kkkk kB−1k ≤ 2kA−1k

(49)

Portanto, sekx1− x2k <δ, conclu´ımos

kB−1− A−1k ≤ kB−1kkB − AkkA−1k ≤ 2kA−1kkB − AkkA−1k = 2kA−1k2kB − Ak

< 2kA−1k2kε. Deste modo, obtemos

kx1− x2k <δ ⇒ kB−1− A−1k < 2kA−1k2kε ⇒  f(x2) −1 −f(x1) −1 < 2kA−1 k2ε

Isso mostra que f−1 ´e de classe C1.

Definic¸˜ao 6.1 Seja f : U→ V uma func¸˜ao bijetora. Dizemos que f ´e um homeomorfismo entre

U e V se f e f−1 s˜ao cont´ınuas. Dizemos que f ´e um difeomorfismo entre U e V se f e f−1 s˜ao diferenci´aveis.

Podemos reescrever o Teorema da Func¸˜ao Inversa utilizando a terminologia da definic¸˜ao acima, que fica:

Teorema 6.2 Se f ´e func¸˜ao de classe C1e Jf(xo) 6= 0, ent˜ao existem vizinhanc¸as abertas U e

V respectivamente de xoe f(xo) tais que f ´e difeomorfismo de classe C1entre U e V .

6.2 M ´ETODO DAS CARACTER´ISTICAS UMA APLICAC¸ ˜AO DO TEOREMA DA FUNC¸ ˜AO INVERSA

Nesta parte vamos mostrar uma aplicac¸˜ao direta do Teorema da Func¸˜ao Inversa, o M´etodo da Caracter´ısticas para a soluc¸˜ao de equac¸˜oes a derivadas parciais de primeira ordem, vamos enunciar o problema.

Problema: Seja γ uma curva de R2 parametrizada por γ : I , onde I ´e um intervalo de R eΩum aberto em R2. Sejam a, b, c :→ R func¸˜oes dadas.

Determinar uma func¸˜aoϕ(x, y) soluc¸˜ao da equac¸˜ao

a(x, y)∂ϕ

x + b(x, y)

∂ϕ

y = c(x, y), (30)

cujos os valores sobre a curva γ s˜ao prescritos, isto ´e,ϕ(γ(ξ)) =ϕo(ξ) onde ϕo:

Referências

Documentos relacionados

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do

II - os docentes efetivos, com regime de trabalho de 20 (vinte) horas semanais, terão sua carga horária alocada, preferencialmente, para ministrar aulas, sendo o mínimo de 8 (oito)

La asociación público-privada regida por la Ley n ° 11.079 / 2004 es una modalidad contractual revestida de reglas propias y que puede adoptar dos ropajes de

16 Por isso pensei: Embora a sabedoria seja melhor do que a força, a sabedoria do pobre é desprezada, e logo suas palavras são esquecidas.. 17 As palavras dos

Tal local foi escolhido devido ao número considerável de pessoas comportadas por esta sala, e com a simulação do conforto térmico, poderão ser avaliados alguns dos

Individualmente, as soluções obtidas para todos os casos otimizados caso 1 e caso 2, com e sem taxa de desconto apresentaram comportamento semelhante, no qual ao se aumentar o preço

Parecer da comissão examinadora da defesa de dissertação de mestrado de EDVALDO CAVALCANTE DE LIMA NETO IDENTIFICAÇÃO DE GENES RELACIONADOS AO SISTEMA IMUNE DO CAMARÃO

Analisando a Figura 4.8 que exibe os gr´aficos do comportamento da renda m´edia normalizada como fun¸ca˜o de r, onde em cada gr´afico ´e fixado uma fra¸c˜ao q, que est´a