Gestão de Recursos Humanos
Finanças de Empresa
Portugal Telecom
“A Portugal Telecom é uma operadora global de telecomunicações líder ao nível nacional em todos os setores em que atua.
Assume-se como a entidade portuguesa com maior projeção nacional e internacional e dispõe de um portefólio de negócios diversificado em que a qualidade e inovação constituem aspetos determinantes, estando ao nível das mais avançadas empresas internacionais do setor.
A atividade da empresa abarca todos os segmentos do setor das telecomunicações: negócio fixo, móvel, multimédia, dados e soluções empresariais. Os serviços de telecomunicações e multimédia são disponibilizados em Portugal, no Brasil e em mercados internacionais em crescimento.”
Fonte (http://www.telecom.pt/InternetResource/PTSite/PT/Canais/SobreaPT/)
Assumindo o papel de analistas de uma empresa Business Governance Consulting contratada pela Portugal Telecom para realizar uma análise financeira e estratégica da PT com incidência em particular sobre a área de recursos humanos em termos de desafios e linhas futuras de orientação estratégica. Pretende-se que, na presente fase, realize uma análise de performance financeira da empresa.
Para o efeito, utilizando os quadros apresentados em anexo, responda às seguintes questões.
1. (6 valores) Analise, a partir do Quadro 1, a evolução do free cash flow e das componentes (cash flow das actividades operacionais e cash flow das actividades de investimento) que o integram apontando os principais factos que considerar relevantes em termos financeiros e estratégicos.
2. (5 valores) A partir dos indicadores presentes no Quadro 2, analise a evolução do free cash flow gerado por unidade de activo (cash on assets, COA).
3. (5 valores) Comente, servindo-se da informação presente no Quadro 1, a seguinte afirmação: “O valor do cash flow do período negativo nos dois períodos, valor que foi agravado (mais negativo) em 2013, indica um problema de viabilidade financeira da empresa.”
4. (4 valores) Comente acerca da exposição da empresa ao risco financeiro a partir do rácio de leverage (Quadro 2.) tendo também em atenção as conclusões decorrentes da análise desenvolvida acima.
NOTA: VALORIZA-SE CAPACIDADE DE SÍNTESE E RESPOSTAS DIRECTAS ÀS QUESTÕES. QUALQUER ELEMENTO CONSULTADO QUE SEJA UTILIZADO NA ÍNTEGRA DEVERÁ SER CITADO REMETENDO PARA A FONTE, CASO CONTRÁRIO A CLASSIFICAÇÃO NA QUESTÃO TERÁ DE SER ANULADA.
QUADRO 1.
2012 2013 Actividades Operacionais Recebimentos de Clientes 3,781,524,619 3,317,859,907 Pagamentos a Fornecedores -1,792,929,476 -1,547,741,993 Pagamentos ao Pessoal -444,284,849 -448,235,543Fluxos Gerados Pelas Operações 1,544,310,294 1,321,882,371
Pagamentos relacionados com o imposto sobre o rendimento -54,997,207 -61,007,316 Pagamentos relacionados com benefícios de reforma, líquidos -187,184,528 -181,646,357 Pagamentos relativos a impostos indirectos, taxas e outros -240,298,575 -225,555,115
Cash Flow das Actividades Operacionais 1,061,829,984 853,673,583 Actividades de Investimento
Recebimentos provenientes de:
Aplicações financeiras de curto prazo 385,487,978 39,451,083
Investimentos financeiros 2,555,061 336,548,455
Activos tangíveis e intangíveis 7,102,778 8,136,535
Juros e proveitos similares 150,709,606 143,376,851
Dividendos 265,217,545 115,956,229
Outras actividades de investimento 5,185,392 156,025
Total recebimentos resultantes de actividades de investimento 816,258,360 643,625,178
Pagamentos respeitantes a:
Aplicações financeiras de curto prazo -546,672,629 -356,112,504
Investimentos financeiros -1,640,383 -10,660,527
Activos tangíveis e intangíveis -841,286,639 -624,451,539 Outras actividades de investimento -1,658,574 -16,520,760
Total pagamentos relativos a actividades de investimento -1,391,258,225 -1,007,745,330 Cash Flow das Actividades de Investimento -574,999,865 -364,120,152
Free Cash Flow 486,830,119 489,553,431
Actividades de Financiamento
Recebimentos provenientes de:
Empréstimos obtidos 4,706,666,429 1,458,330,206
Subsídios 4,478,027 1,671,740
Outras actividades de financiamento 27,922
Total recebimentos relativos a actividades de financiamento 4,711,144,456 1,460,029,868
Pagamentos respeitantes a:
Empréstimos obtidos -5,755,368,526 -1,498,930,243
Juros e gastos similares -451,477,856 -409,619,877
Dividendos -604,124,170 -316,148,213
Outras actividades de financiamento -13,070,493
Total pagamentos relativos a actividades de financiamento -6,824,041,045 -2,224,698,333 Cash Flow das Actividades de Financiamento -2,112,896,589 -764,668,465 Cash Flow decorrente dos três ciclos de actividade -1,626,066,470 -275,115,034 Efeito das diferenças de câmbio -27,216,068 -54,731,590 Cash Flow do Período -1,653,282,538 -329,846,624
QUADRO 2.
2012 2013 Activo Total 12,829,057,416 12,020,395,182 Capital Alheio 10,291,800,474 10,153,580,067 Capital Próprio 2,537,256,942 1,866,815,115 L 4.0563 5.4390 COA 0.0379 0.0407RESOLUÇÃO:
1.
Quer em 2012, quer em 2013 o free cash flow é positivo e crescente, o que significa que o cash flow das actividades operacionais cobre o cash flow das actividades de investimento (negativo em ambos os anos), sobrando um excedente, que foi maior em 2013 do que em 2012.
O free cash flow aumentou em 2013 em relação a 2012. Aumento de se deveu a um menor investimento da empresa em 2013 conduzindo a um valor menos negativo do cash flow das actividades de investimento, o que compensou a diminuição do cash flow das actividades operacionais.
O cash flow das actividades operacionais diminuiu de 2013 para 2012, facto que resulta da diminuição do fluxo gerado pelas operações, ou seja, a diferença entre os recebimentos de clientes e os pagamentos a fornecedores e ao pessoal diminuiu. Facto que se deve em parte a uma diminuição dos recebimentos de clientes. Embora o cash flow das actividades operacionais tenha diminuído, o free cash flow aumentou em 2013, facto que se deve a uma diminuição do cash flow das actividades de investimento em 2013.
Quanto ao cash flow das actividades de investimento importa relevar que embora os recebimentos resultantes das actividades de investimento tenham diminuído, os pagamentos diminuíram mais em proporção, o que explica que a empresa tenha tido um valor menos negativo, ou seja, a empresa investiu menos em 2013. A quebra no investimento deve-se principalmente a um investimento menor, em 2013, em activos tangíveis e intangíveis e a um montante menor investido em aplicações financeiras de curto prazo.
Uma diminuição do investimento em activos tangíveis e intangíveis conjugado com a quebra no cash flow das actividades operacionais poderá ser indicativo de um abrandamento da actividade da Portugal Telecom em 2013.
2. O free cash flow gerado por unidade de activo aumentou o que se deveu a dois factores conjugados, por um lado, uma diminuição do activo total e por outro lado o aumento do free cash flow. Contudo, conforme se verificou na análise da questão anterior o valor maior de free cash flow em 2013 não se deveu a uma melhor performance nas operações da empresa, mas, sim, a um valor menos negativo no cash flow das actividades de investimento decorrente de uma diminuição do total de pagamentos relativos a actividades de investimento.
Assim, embora a subida do COA não corresponde a uma melhor performance efectiva na esfera económica.
3. A afirmação é Falsa. O cash flow foi negativo em ambos os períodos mas foi menos negativo em 2013 do que em 2012. Em ambos os períodos o valor negativo deveu-se ao cash flow negativo das actividades de financiamento não ser coberto na sua totalidade pelo free cash flow positivo. A viabilidade financeira da empresa não se encontra, contudo, posta em causa, dado que o cash flow das actividades operacionais assim como o free cash flow são positivos. Por outro lado, o valor em 2013 teria sido menos negativo caso a empresa não tivesse distribuído dividendos (o montante final que teria saído de caixa seria de -13,698,411). O reembolso de empréstimos, contudo, tem um peso elevado nos pagamentos relativos às actividades de financiamento, o que introduz alguma pressão sobre a esfera financeira, no que se refere aos cash flows gerados.
4. O risco financeiro da empresa é elevado, o rácio de alavanca financeira empresa aumentou em 2013 sendo superior a 1 em ambos os anos, em 2013 o passivo era mais do que 5 vezes superior ao capital próprio, indicando uma forte dependência de terceiros. Por seu turno, o peso dos pagamentos relativos a empréstimos obtidos sobre cash flows das actividades de financiamento foi muito elevado nos dois últimos anos não sendo o valor negativo dos cash flows das actividades de financiamento coberto pelo free cash flow em qualquer dos anos sob análise.