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APROPRIEDADE-AULANº0

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Academic year: 2021

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PUC MINAS BETIM SÉTIMO PERÍODO CURSO DE DIREITOS REAIS

A PROPRIEDADE:

direito real principal, absoluto, que veio desde Roma. O mais importante dos 12 existentes.

Três direitos básicos do proprietário:

Jus utendi (usar), fuendi (receber os frutos) e abutendi (dispor e alienar) e o direito conseqüencial (jus possidendi ou jus reivindicandi).

A Constituição da República em seu artigo 5º, XXII diz que nós somos um país capitalista, mas logo em seguida veio uma norma cogente,

qual seja: XXIII – a propriedade atenderá a sua função social.

Em Roma, falava que o proprietário tinha o direito de propriedade até os céus e infernos. Mas hoje o proprietário tem a obrigação de dar

função social à propriedade.

Da Propriedade Capítulo I

Da Propriedade em Geral Seção I

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Disposições Preliminares

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

Artigo acima descreve de modo analítico os direitos do proprietário, enfeixando-o em usar, dispor e reivindicar. Isso forma uma unidade, permitindo ao proprietário tirar todo o proveito possível da coisa, desde que subordinados à função social.

Hoje, ao contrário da idéia medieval, é pacífico que para o proprietário tanto o direito de usar como o de não usar ou de destruir a coisa subordina-se à função social da propriedade (Jus abutendi).

Como visto, o proprietário que tinha e perdeu a posse por ato ilícito de terceiro tem aq seu favor a opção de usar tanto a ação possessória quanto a reivindicatória.

Art. 5º, XXII da CR

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

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direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas

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naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

O termo social tem conteúdo aberto (bem-estar social, utilidade social, interesse social, fim social).

A função social é um poder-dever do proprietário de dar ao objeto da propriedade determinado destino, de vinculá-lo a certo objetivo de interesse coletivo. Não é algo exterior à propriedade, mas elemento integrante de sua própria estrutura. Os limites legais são intrínsecos à propriedade. Fala-se em atividade conformativa do legislador e não limitativa da propriedade.

O mau proprietário vai sendo castigado aos poucos, com gradativas sanções: edificação compulsória, tributação progressiva; desapropriação para fins de interesse social.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

ATOS EMULATIVOS

O parágrafo segundo do artigo 1.228 do Código Civil prevê o que a doutrina denomina de ato emulativo. In verbis :

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

(...)

2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

Ou seja, ato emulativo é um ato vazio, sem utilidade alguma para o agente que o faz no intuito de prejudicar terceiro. Rui Stoco nos ensina que para a configuração do ato emulativo há a necessidade do concurso dos seguintes pressupostos legais: o exercício de um direito; que desse exercício resulte dano a terceiro; que o ato realizado seja inútil para o agente; que a realização seja determinada, exclusivamente, pela intenção de causar um dano a outrem. Autor: Kelli Aquotti Ruy

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VER ARTIGO 187 DO CÓDIGO CIVIL.

História de Paris, do Século Passado: Havia dois vizinhos. Estava na moda soltar dirigíveis, soltar balões. Um deles tinha esse hobby e os dois não se davam bem. Um deles construiu lanças em sua propriedade com o fim de expor o vizinho ao perigo, para que os seus balões caíssem em cima desses objetos pontiagudos. Daí nasceu a primeira decisão nesse sentido de que se tem notícia.

Duas correntes: a subjetivista e a objetivista, contornando a teoria do abuso do direito. A primeira defende que ela ocorre quando se usa a propriedade com a intenção de prejudicar um terceiro não proprietário (animus nocendi) – Orlando Gomes, Caio Mario.

Para os objetivistas, há “abuso de direito sempre que o exercício volta-se à satisfação de interesses ilegítimos, ou em desconformidade com sua destinação econômica ou social” – Francisco Amaral.

Mas o artigo parece pender para a primeira. Mas a questão tem que ser lida à luz do artigo 187 do Código Civil. Veja abaixo:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a

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outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

EM RESUMO: O exame combinado dos artigos 1.228, § 2º e artigo 187 do atual Código Civil nos leva à conclusão de não se configurar o abuso de direito na conduta do proprietário que pratica atos emulativos, como também daquele que exerce o poder/dever de propriedade, sem dar-lhe função social e econômica.

§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.

§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços

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considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.

(Desapropriação judicial, não se tratando de usucapião, modo originário de aquisição da propriedade imóvel, porque ninguém paga para usucapir e a sentença apenas declara o direito preexistebnte – direito potestativo dos possuidores de adquirirem de modo oneroso, ainda que contra a vontade do proprietário – pode ser usado como ação reivindicatória ou como defesa (não pode o juiz agir de ofício). A posse tem que ser qualificada com diversos requisitos cumulativos: posse ininterrupta e de boa-fé; por mais de cinco anos; de considerável número de pessoas, que nela houverem realizado em conjunto ou separadamente obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante (conceitos abertos); não pode a posse ter solução de continuidade, não se podendo somar períodos para completar o qüinqüênio, o que obviamente excluir a prática de ato ilícito do proprietário para retirar os possuidores, em razão da tutela possessória.

Segundo Eduardo Loureiro, não há se falar em desapropriação ppd pelo Poder Público, nem indenização a ser paga pelo Poder Público.

Não se aplica em benefício do Poder Público.

En. 83 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal.

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Por se tratar de uma nova modalidade de desapropriação, há autores que consideram inconstitucional, como Caio Mário. Na verdade, parece se equivocar o Caio Mário, por se tratar de alienação compulsória, na verdade e não de desapropriação, por não constituir exatamente ato de império do Poder Público. Só resta saber quem vai pagar a conta.

A desapropriação judicial é forma de perda da propriedade, em sede de juízo petitório. A natureza da usucapião é forma de aquisição.

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.

Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.

Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.

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Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.

Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.

Referências

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