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PE 1 002

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Academic year: 2021

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias FACULDADE DE PSICOLOGIA 2008/2009 Psicologia 1ºCiclo – 1ºAno 2º Semestre

Tácticas de Retenção de Parceiro

Psicologia Evolutiva Beatriz Alves Rosa

Mariana Pires Baleizão – 20082108 Marina Rocha – 20081230 Rita Magalhães Florindo – 20084267

Rute Gonçalves Serra – 20081217 Shirley Faleiro Fernandes – 20081109

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Neste trabalho, sobre as tácticas de retenção de parceiros, iremos primariamente apresentar de forma subtil, o que antecede ao assunto da retenção de parceiros, como por exemplo, a selecção do parceiro e os motivos que levam a necessidade de manter, então, o parceiro numa relação estável e saudável. Após estes assuntos abordaremos então, aprofundadamente, as tácticas de retenção de parceiro estudadas nomeadamente numa relação romântica, bem como as suas perspectivas do ponto de vista da psicologia evolutiva. Por fim, citaremos alguns estudos considerados importantes sobre este tema e as suas conclusões.

A selecção de um parceiro passa por inúmeras variáveis, que vão desde as características físicas, idade, etnia e religião, posição socioeconómica, aspectos intelectuais, personalidade, atitudes sociais.

Assim, os homens têm preferência por mulheres mais novas, com uma relação de cintura/anca que favoreça o aspecto de ampulheta, sendo que estes factos estão directamente ligados à questão da fertilidade, de modo a que o seu investimento parental seja concretizado com o sucesso esperado. Dão também importância aos aspectos relacionados com a saúde e com a atractividade do sexo aposto. Por exemplo, uma mulher que tenha uma voz fina (atraente portanto) é por eles considerada mais simétrica e tem mais probabilidades de ser ‘escolhida’.

Já as mulheres preferem homens mais altos e mais velhos (normalmente o ideal é terem mais três anos do que elas), que possuam um porte atlético, o chamado ‘corpo em V’, como também têm preferência por uma voz mais grossa que os torna mais atraentes. Na sua fase menstrual, período em que estão mais favoráveis à reprodução, evitam os ‘baby face’ (homens com cara de bebé, sem barba, com traços de menino). Para as mulheres é ainda de muita relevância o aspecto da estabilidade financeira. Vêem vantagens nos homens que lhes conseguem dar uma vida desafogada e melhor, se

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tiverem algum tipo de negócio de modo a garantir essa estabilidade por um período largo e certo, o que garante também a sua segurança no que diz respeito aos

descendentes, pois assim saberão que o futuro que os espera será promissor. Para os dois o facto de existirem semelhantes gostos sociais e lúdicos é

importante. Do ponto de vista de ambos os sexos a estabilidade emocional do parceiro revela-se essencial assim como a ambição profissional de cada um.

Nas relações das espécies, em geral, o parceiro é atraído e é “retido”. Contudo, homens e mulheres diferem em muitos aspectos nas suas técnicas para encontrar e manter os seus parceiros. A luxúria e a atracção são sistemas capazes de se activarem independentemente se o indivíduo estiver numa relação ou não. Para combater esses mecanismos de forma a manter a relação de longo termo, o ser humano possui uma série de tácticas de retenção de parceiro. (Buss 2005)

Buss (1988), usando um procedimento nominal, identificou e categorizou o comportamento exteriorizado do ciúme em dezanove técnicas de retenção de parceiro. Posteriormente estas dezanove técnicas (vigilância, ocultação do parceiro, manipulação emocional, manipulação pelo compromisso, desvalorização dos competidores,

utilização de recursos, indução sexual, enaltecimento da aparência, amor e carinho, submissão e depreciação, sinais verbais de posse, sinais físicos de posse, ornamentação possessiva, desvalorização do parceiro, ameaças intrassexuais, violência contra rivais) são agrupadas em 5 categorias (guarda directa, indução intersexuais, induções positivas, sinais públicos de posse, induções intrassexuais), que por sua vez foram categorizadas em 2 domínios (manipulação intersexual e manipulação intrassexual).

Estas técnicas são consubstanciadas em 104 comportamentos. Exemplos dessas técnicas são sinais verbais de posse, onde um dos comportamentos pode ser o apresentar a companheira como mulher ou namorada; a técnica sinais físicos de posse, na qual um

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dos comportamentos pode ser, por exemplo, pedir ao parceiro para usar uma aliança. Exemplo de outra técnica é o enaltecimento da aparência que consiste no melhoramento da própria imagem, traduzindo-se no comportamento de se vestir de forma a agradar ao seu parceiro.

Buss (2002) refere que existem diferenças de género na aplicação das técnicas de retenção. Os homens tendem a usar mais do que as mulheres alguns tipos de técnicas, como a ocultação das parceiras (i.e., não as levarem com eles a uma festa onde estejam eventuais rivais), o despender recursos financeiros (i.e., comprar para a parceira

presentes caros), usar ameaças verbais ou físicas contra rivais (i.e., gritar a um homem que tenha olhado para a sua parceira ou provocar uma briga com um homem que estava interessado na sua parceira). As mulheres por outro lado recorrem mais a técnicas de retenção de parceiro como o melhoramento da sua aparência física (i.e., vestir-se bem para manter o interesse do parceiro), a indução do ciúme (i.e., namoriscar com outra pessoa à frente do parceiro), a manipulação emocional (i.e., fazer com que o parceiro se sentisse culpado por falar com outra mulher).

Estas variações nas estratégias usas para retenção do parceiro sugerem, em cada caso, a importância da sua relação em termos afectivos tanto de um parceiro como também do outro.

Para traçar o caminho de maneira a entender a teoria evolutiva de forma a explicar o comportamento nos domínios do sexo e reprodução nas culturas surgiu assim na psicologia evolutiva um profundo estudo sobre a intimidade das relações (Buss 2005).

Tanto homens como mulheres partilham o mesmo objectivo reprodutivo que pressupõe para uma relação de longo termo, mas possuem diferentes perspectivas das

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suas relações românticas, por exemplo, Thompson (1989) citado por Buss (2005) concluiu que 30% dos indivíduos de sexo masculino e feminino já tiveram pelo menos uma vez sexo extra marital, também, Betzig (1989) citado por Buss (2005) afirma que na maioria das culturas, a infidelidade é a razão mais citada nos divórcios. Como já foi citado, o ser humano possui um menu de tácticas de retenção de parceiro, com o objectivo de afastas a infidelidade, por exemplo, e manter a relação saudável. David Buss avaliou a frequência da prática das dezanove tácticas de retenção de parceiro relatadas pelos sujeitos e verificou que tanto os homens como as mulheres diferem na frequência com que praticam estes comportamentos, de acordo com a teoria psicológica evolutiva. Buss (2002) também refere que a intensidade do seu uso das técnicas de retenção de parceiro é correspondente ao valor considerado do seu parceiro, ou seja, na medida em que o seu parceiro reúne as qualidades desejadas, ele possui um valor superior e desta forma o indivíduo tende a usar um número maior de tácticas de retenção. Para traçar o caminho de maneira a entender a teoria evolutiva de forma a explicar o comportamento nos domínios do sexo e reprodução nas culturas surgiu assim na psicologia evolutiva um profundo estudo sobre a intimidade das relações (Buss 2005).

Num estudo realizado com amostras populacionais da Alemanha, Coreia e Estado Unidos da América foi pedido que elegessem onze qualidades que

considerassem como mais perturbadoras num rival. Os homens nestas três culturas, mais do que as mulheres, relataram que sentiam uma maior perturbação e sentiam-se mais ameaçados quando um rival os superava em recursos financeiros, oportunidades de emprego ou era fisicamente mais forte. Por sua vez, as mulheres relataram sentir maior perturbação quando a rival possui um rosto mais atractivo ou um corpo mais desejável (Buss, 2002). Estas diferenças de género apresentadas nas qualidades dos rivais

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mostram reflectidas as diferenças de género nos componentes do seu valor enquanto parceiro, num relacionamento.

Vários estudos (Buss,1988,2002; Dally, Wilson, & Weghorst, 1982; Buss, Larsen, Westen, & Semmelroth, 1992; Buss, 2000) referem que o ciúme gera comportamentos que servem as funções da guarda de parceiro. Perante os grandes investimentos e correspondentes custos implicados num relacionamento romântico e na sua manutenção são utilizadas uma série de estratégias que visam assegurar a

permanência do parceiro na relação bem como afastar possíveis rivais. Estas estratégias são comportamentos utilizados para manter e reter o parceiro num envolvimento

romântico exclusivo.

Goetz, Shackelford, Weekes-Shackelford, Euler, Hoir e Schmitt (2005) verificaram que os homens que tinham relacionamentos com mulheres fisicamente atraentes e com características de personalidades que atraem homens rivais utilizam táctica de retenção de parceiro mais frequentemente do que os outros homens que não se relacionam com este tipo de mulheres. Cumulativamente a esta situação, se a percepção de infidelidade for grande ou se sentir ameaçado sexualmente ou emocionalmente o indivíduo tende a desenvolver mais e melhores estratégias para reduzir a possibilidade de ser traído e/ou substituído.

As tácticas de retenção de parceiro variam da vigilância à violência e estão ligados a variáveis como a satisfação e a agressão marital do relacionamento. O Mate Retention Inventory (MRI), composto por 104 itens que compreendem as dezanove tácticas de retenção de parceiro, provou ser de confiança e extremamente válido. Dada a importância de avaliar a retenção do parceiro em diferentes contextos foi necessário desenvolver uma versão do teste mais curta, o Mate Retention Inventory Short-form

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(MRI-SF) agora composto por 38 itens que avalia as mesmas dezanove tácticas em cada dois itens. Este é, portanto, o melhor questionário que avalia a intensidade de cada táctica de retenção de parceiro, em cada indivíduo. (Buss, Shackelford &. McKibbin 2007)

As conclusões de estudos atrás referidos ressaltam que as técnicas de retenção de parceiro são comportamentos adaptativos que visam defender o relacionamento

romântico de possíveis rivais retendo o parceiro na relação.

A infidelidade é considerada pelos indivíduos envolvidos num relacionamento romântico como a ameaça mais perturbadora. Sendo o ciúme activado como resposta adaptativa a essa ameaça, percepcionada ou real, ao relacionamento tido como valioso.

As defesas contra ameaças de infidelidade são também fortemente accionadas, tanto nos homens como nas mulheres, quando são percepcionadas características consideradas mais perturbadoras nos possíveis rivais, ou seja, centra-se nos rivais que são considerados mais ameaçadores ou nas características que estes possuem e que são indicadoras de maior perigo. (Buss, 2002)

Em suma, o ser humano até chegar a fase de reprodução, passa por inúmeros processos decisivos e principalmente incontornáveis, devido ao facto de que cada individuo tem a sua natureza, isto é, sempre que a selecção do parceiro é feita, esta acontece seguindo sempre alguns padrões que a teoria da psicologia evolutiva explica como padrões da selecção natural e da evolução, por exemplo, uma mulher selecciona o seu parceiro não por querer mas porque lhe foi transmitida pelos seus ancestrais os “critérios de selecção” e esta inatamente segue-os de modo a poder dar continuidade e segurança da sua linhagem. Após a selecção se o afecto desta for próprio de uma relação a longo prazo, vão existir certas técnicas de retenção de parceiro usadas de certa forma

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como defensivas para que possa manter uma relação estável, saudável e até protectora com determinados perigos, como outras mulheres/homens que possam estragar a relação com o parceiro “eleito”; estas técnicas, dezanove, variam a sua frequência primeiro de género masculino para o género feminino, onde os homens utilizam mais as tácticas de ocultação das parceiras, dispêndio de recursos financeiros e ameaças físicas ou verbais contra rivais enquanto as mulheres utilizam mais as tácticas de retenção de melhoramento do seu aspecto físico, a indução de ciúme e também a manipulação emocional. Mesmo entre cada género, existe diferenças, pois cada caso é um caso. Esta teoria pode ser comprovada através dos vários estudos realizados ao longo dos tempos por variados autores e através de testes, como é exemplo o Mate Retention Inventory (MRI). Por fim, outros estudos puderam revelar que as tácticas de retenção de parceiro são bastante utilizadas nas relações mais sérias, de longo prazo e de certa forma

asseguram a continuidade da relação romântica e que não se perde o parceiro para outra pessoa, por exemplo.

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Referências Bibliográficas

BUSS, D.M.; The Handbook of Evolutionary Psychology (2005) Wiley – John Milley & Sons, Inc

BUSS, D.M., SHACKELFORD, T.K, McKIBBIN, W.F. The Mate Retention Inventory-Short Form (MRI-SF); (2007)

VASSALO e SILVA, L.M; Percepção de Infidelidade, Ciúme e Técnicas de Retenção de Parceiro; (2006)

Referências

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