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AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO A QUE SE

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Acórdão

D

ÉCIMA

S

EXTA

C

ÂMARA

C

ÍVEL

A

GRAVO

I

NTERNO NA

A

PELAÇÃO

C

ÍVEL Nº

.

0001489-80.2005.8.19.0038

R

ELATOR

:

D

ESEMBARGADOR

M

IGUEL

Â

NGELO

B

ARROS

A

GRAVO

I

NTERNO

. A

PELAÇÃO A QUE SE NEGOU SEGUIMENTO

,

COM BASE NO ART

.

557,

CAPUT

DO

CPC.

O

BJETIVO DA PARTE AO INTERPOR O PRESENTE

A

GRA-VO

,

EM VER REEXAMINADA A DECISÃO E RECONSIDERADA

,

PARA O SEU RECURSO SER JULGADO PELO COLEGIADO

,

COMPLE-TAMENTE ESQUECIDO DA FORMA DE JUL-GAMENTO PERMITIDA PELO ART

.

557

DO

C

ÓDIGO DE

P

ROCESSO

C

IVIL

.

A

GRAVO

I

MPROVIDO

.

V

ISTOS

,

relatados e discutidos estes autos do Agravo

Interno (art. 557, §1º, do CPC), na Apelação Cível nº.

0001489-80.2005.8.19.0038

em que é Agravante A

RMANDO

M

ÁRIO

F

ERREIRA

R

I-BEIRO

F

ILHO

.

A

CORDAM

os Desembargadores da D

ÉCIMA

S

EXTA

C

ÂMARA

C

ÍVEL DO

T

RIBUNAL DE

J

USTIÇA DO

E

STADO DO

R

IO DE

J

ANEIRO

, por

unanimidade, em negar provimento ao Agravo, nos termos do voto do Relator.

O requerido apresentou a apelação retratando

insur-gência contra a sentença proferida nos autos da ação cautelar de

arro-lamento de bens proposta por D

ENISE DE

A

RAÚJO

C

OUTO

R

IBEIRO

.

Ao exame do caso, preambularmente, este Relator

entendeu que não havia eiva de ilegalidade na sentença proferida e, por

isso, considerou a Apelação como improcedente, com base no art. 557,

“caput”, do CPC, negando seguimento ao recurso então apresentado.

E agora o apelante interpôs, contra a decisão do

Rela-tor, o presente Agravo (Agravo Interno - CPC, art. 557, § 1º), buscando

a reconsideração da decisão, discorrendo sobre a impossibilidade do

julgamento na forma preconizada no art. 557 do Código de Processo

Civil, e sustentando a necessidade de reforma da sentença.

(2)

Acórdão 2

No caso concreto, “data venia”, não ficaram

suficien-temente demonstradas condições opostas às sustentadas pelo

“deci-sum” recorrido. E, a sentença foi proferida pelo magistrado

monocráti-co na forma da lei e segundo o seu prudente arbítrio.

Antes de mais nada, de se deixar claro que decisão

judicial não alega e nem argumenta, mas afirma, decide, põe termo, e

não há a insinuada nulidade do julgamento proferido na forma

previs-ta no art. 557 do CPC, pois a Câmara está tendo oportunidade de

exa-minar a questão em julgamento e se a confirmar, ficará sanada

qual-quer ausência de análise em duplo grau de jurisdição que acaso

hou-vesse no julgado monocrático, que será encampado pelo colegiado,

como fixado na jurisprudência do STJ:

“...Decisão singular ... Confirmação pelo colegiado. Prejuízo ... Resta prejudicada a análise de violação dos artigos 537 e 557 do CPC, derivada do julgamento monocrático dos embargos declara-tórios, pois a decisão foi confirmada pelo colegiado da Corte a quo” (1ª Turma em 03.05.2007 no AgRg no REsp nº 909.932/RJ, DJ de 17.05.2007, pg221)

“Processual Civil ... Artigo 557 do CPC. Não há prejuízo às partes quando a pretensão deduzida é apreciada em agravo regimental. Inexistência de ofensa ao artigo 557 do CPC” (2ª Turma em 08.05.2007 no REsp nº 875.440/SP, DJ 21.05.2007, pg 561)

“Processual Civil ... Contrariedade ao artigo 557 do CPC. Apreci-ação da questão controvertida pelo órgão colegiado ... Prejudicada a alegação de ofensa ao art. 557 do CPC, na medida em que o ór-gão colegiado teve a oportunidade de reapreciar a irresignação da parte por ocasião do julgamento do agravo previsto no §1º daque-le mesmo dispositivo...” (4ª turma em 20.03.2007 no AgRg no Ag nº 839.526-GO, DJ 07.05.2007 pg 332)

“O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a confirmação de decisão monocrática de relator pelo órgão colegiado sana e-ventual violação ao art. 557 do CPC. Hipótese em que a negativa de seguimento do agravo de instrumento passa a subsistir por de-cisão colegiada, não monocrática...” (5ª turma em 6.6.2006 no REsp nº 326.117-AL, DJ de 26.6.2006, pg 83).

(3)

Acórdão 3

Ainda a respeito da decisão monocrática proferida

em sede de Apelação, deve ficar observado a doutrina,

especificamen-te o que dizem Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (in

Código de Processo Civil Comentado e legislação extravagante – 10ª

edição revista, ampliada e atualizada até 1º.10.2007 – ed. Revista dos

Tribunais – pg 960):

“3. Poderes do Relato3. Poderes do Relator.3. Poderes do Relato3. Poderes do Relator.r.r...a regra alcança todo e qualquer recur-so, bem como a remessa necessária que, embora não seja recurrecur-so, tem o procedimento da apelação (v. STJ 253STJ 253STJ 253). Nas hipóteses men-STJ 253 cionadas no ‘caput’, pode o relator, em qualquer tribunal, indefe-rir o processamento de qualquer recurso. O texto é semelhante ao da LR 38. Nada obstante, não cabe aqui a objeção de inconstitu-cionalidade que tem sido feita àquele dispositivo. Enquanto a CF disciplina a atividade dos tribunais superiores, notadamente o STF e o STJ, cabe ao CPC regular os poderes do relator nos tribu-nais federais e estaduais, de sorte que as atribuições conferidas ao relator pela norma comentada encontram-se em harmonia com os sistemas constitucional e processual brasileiros. A constitucio-nalidade da norma é de ser reconhecida, inclusive porque o CPC 557, 1º torna a decisão monocrática do relator recorrível para o órgão colegiado (RTJ 169/445). A Lei 9756/98 ampliou os poderes do relator, que agora pode inclusive dar provimento ao recurso, desde que a decisão recorrida esteja em desacordo manifesto com a súmula ou jurisprudência dominante do tribunal ou de tribunal superior (CPC 557 §1º-A)”.

E dizem mais:

“4. Cabimento do recurso e extensão dos poderes do relator4. Cabimento do recurso e extensão dos poderes do relator4. Cabimento do recurso e extensão dos poderes do relator4. Cabimento do recurso e extensão dos poderes do relator. Na verdade, a norma ‘dixit minus quam voluit’. O sistema permite ao relator, como juiz preparador do recurso de competência do cole-giado, que decida como entender necessário, de acordo com o seu livre convencimento motivado (CPC 131). O que a norma refor-mada quer é a economia processual, com a facilitação do trâmite do recurso no tribunal. O relator pode decidir tudo, desde a ad-missibilidade do recurso até o seu próprio mérito, sempre sob controle do colegiado a que pertence, órgão competente para de-cidir, de modo definitivo, sobre admissibilidade e mérito do re-curso. O relator pode conceder a antecipação dos efeitos a serem

(4)

Acórdão 4

obtidos no recurso (‘efeito ativo’ ou, ‘rectius’, ‘tutela antecipada recursal’), conceder efeito suspensivo ao recurso, conceder limi-nar em tutela cautelar, não conhecer do recurso (juízo de admis-sibilidade), dar provimento ao recurso (juízo de mérito). Qual-quer que seja a decisão do relator, porque interlocutória (CPC 162 §2º) é recorrível por meio do agravo interno do CPC 557 §1º, que nada mais é do que o agravo de que trata o CPC 522, só que no âmbito dos tribunais. O cabimento do agravo interno existe para todas e quaisquer decisões do relator, porque essa impugnabilida-de impugnabilida-decorre do CPC 557 § 1º, sendo irrelevante sua previsão ou não no regimento interno dos tribunais, que é norma administra-tiva, portanto, infralegal. Existe apenas uma exceção a essa recor-ribilidade contra decisão monocrática do relator: não cabe o agra-vo interno de que trata a norma comentada, nos casos previstos no CPC 527, II (conversão do agravo de instrumento em agravo retido) e C`C 527, III (decisão sobre pedido de efeito suspensivo ao agravo de instrumento). Nestes dois casos, pode o agravante pedir reconsideração ao relator ou a reforma da decisão, que só será apreciada quando do julgamento do mérito do agravo pelo órgão colegiado (CPC 527 parágrafo único)”.

O réu agravante tentou justificar o ocorrido, mas

não indicou um ponto sequer tratado na ação que não tenha sido

apciado no respectivo “decisum”, que ao contrário do que insinua o

re-corrente, decide o mérito da questão apresentada nos autos.

A respeito da decisão monocrática proferida em sede

de Apelação (fls. 598/603), deve ficar observado que o Relator deu

so-lução razoável ao caso como se apresentou, em decisão assim

ementa-da:

“CAUTELAR DE ARRESTO OBJETIVANDO O BLOQUEIO DOS BENS ATÉ A CON-VERSÃO EM DIVÓRCIO DA SEPARAÇÃO DO CASAL COM O FIM DE SALVA-GUARDAR A MEAÇÃO.SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DA AÇÃO.APELAÇÃO DO RÉU.

1. A ação tratada nos autos é cautelar. Tutela da espécie visa um conjunto de medidas de ordem processual que têm por fim garantir o resultado final do processo de conhecimento ou do processo de execu-ção. Embora vise, precipuamente, garantir o êxito conclusivo do cha-mado processo principal, o seu resultado não se limita ao processo, es-tendendo-se à pretensão que dele é objeto.

(5)

Acórdão 5 2. Daí dizer, o art. 798 do CPC, que cabe medida cautelar quando houver fundado receio de que seja causado ao direito de uma das partes “lesão grave e de difícil reparação”.

3. Tem, contudo, a jurisdição cautelar, natureza especial e caracte-res próprios, havendo no processo cautelar, uma pretensão a ser aten-dida, no todo ou em parte, antecipadamente, para evitar que se frustre o resultado do processo, de que a pretensão é objeto, em conseqüência da demora do julgamento ou da execução.

4. Assim, correta a sentença que, diferente do que disse o réu ape-lante, não se imiscuiu no julgamento da ação dita principal (de conver-são de Separação Judicial em Divórcio com a partilha de bens), apenas registrou que quando aquela ação (a principal) for julgada, por certo fa-rá a divisão dos bens que a cautelar pretendeu resguardar, consideran-do que é requisito da cautelar a proposição da ação principal, que no caso foi proposta.

5. Por outro turno, não enseja a intimação da parte contrária para a apreciação da medida liminar pleiteada, visto que se trata de decisão que se justifica com a presença do “fumus boni iuris” e do “periculum in mora”, que as medidas cautelares visam proteger, para garantia de outro processo, diante do fundado receio de que seja causado ao direito do recorrente lesão grave e de difícil reparação, percebem-se desenha-dos com traços nítidesenha-dos, na hipótese, observada a jurisprudência deste Tribunal de Justiça.

6. Quanto à manifestação do Ministério Público nos autos, o seu de-sinteresse no feito ficou notório quando o representante do “parquet” disse que não tinha necessidade da sua intervenção por tratar-se de matéria patrimonial.

7. Apelo a que nego seguimento (art. 557, “caput”, do CPC).”

O artigo 557 “caput” do Código de Processo Civil

prevê a possibilidade de ser negado seguimento a recurso em manifesto

confronto com a jurisprudência deste Tribunal de Justiça, caso destes

autos, destacando-se que o recorrente diz não haver contradição à

ju-risprudência, mas não juntou uma jurisprudência sequer que esteja em

confronto com a sentença que veio a ser confirmada pelo “decisum” ora

agravado.

Quanto aos reclamos do ora agravante sobre decisões

tomadas pelo magistrado, verifica-se que no momento oportuno e

(6)

ade-Acórdão 6

quando nenhum recurso foi apresentado, estado agora preclusas todas

as possibilidades de questionamentos no que se refere àquelas decisões

interlocutórias.

Afigura-se perfeitamente razoável a decisão

questio-nada, motivo porque deve ficar confirmada.

Pelo exposto, nega-se provimento ao recurso.

Rio de Janeiro, 13 de abril de 2010.

D

ES

.

M

IGUEL

Â

NGELO

B

ARROS

– Relator

Certificado por DES. MIGUEL ANGELO BARROS

A cópia impressa deste documento poderá ser conferida com o original eletrônico no endereço www.tjrj.jus.br.

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