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DESEMPENHO VEGETATIVO DE MAMONA SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO.

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Academic year: 2021

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DESEMPENHO VEGETATIVO DE MAMONA SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO Nilza Patrícia Ramos1, Edson Perito Amorim 2, Juliana Altafin Galli 3, Antônio Lúcio Mello Martins4,

Sandro Roberto Brancalião5 Angelo Savy Filho6 e Denizart Bolonhezi7 Instituto Agronômico de Campinas

1npramos@iac.sp.gov.br, 2epamorim@iac.sp.gov.br, 3julianagalli@aptaregional.sp.gov.br, 4brancaliao@iac.sp.gov.br, 5lmartins@aptaregional.sp.gov.br, 6savy@iac.sp.gov.br,

7denizart@aptaregional.sp.gov.br

RESUMO - O comportamento da mamona em diferentes sistemas de preparo de solo, rotação de culturas ainda é pouco estudado, no Brasil. Com o objetivo de avaliar, de forma preliminar, o desempenho da mamona, cultivada na “safrinha”, em três sistemas de manejo de solo, instalou-se experimento em Pindorama-SP, sob delineamento em blocos casualizados, no esquema fatorial 3 x 2 x 2, com quatro repetições, sendo os sistemas de manejo de solo (Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Convencional), duas culturas de cobertura antecessoras (crotalária juncea e milheto) e dois cultivares de mamona (IAC-Guarani e IAC-2028), totalizando 12 tratamentos. Aos 90 dias após a instalação da cultura, foram avaliadas: a altura de plantas, altura da inserção do primeiro racemo e número de internódios até o primeiro racemo. Os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste de médias utilizando-se Tukey a 5% de probabilidade. De acordo com as condições locais do experimento e de forma preliminar é possível concluir que o sistema plantio direto atrasou o desenvolvimento inicial da cultura da mamona, independentemente das plantas de cobertura estudadas.

INTRODUÇÃO

No estado de São Paulo, a possibilidade de cultivo da mamona na “safrinha” ainda se encontra em estudo. O atraso na semeadura pode desfavorecer, consideravelmente, o desempenho da cultura frente às temperaturas inferiores à 20ºC, que são comuns entre os meses de maio e junho. Associado a este período de semeadura, o sistema de produção a ser adotado, em função do nível tecnológico dos produtores, também merece atenção. Sistemas alternativos e conservacionistas como o Sistema Plantio Direto (SPD) e o cultivo mínimo ou reduzido, ainda precisam ser avaliados, para uma recomendação efetiva aos produtores.

O SPD em áreas de sucessão da soja, milho, milheto, sorgo, cereais no inverno, crotalária, assim como de pastagens degradadas, aproveitando os resíduos culturais como cobertura morta, é uma alternativa tecnológica que poderá viabilizar a produção da mamona, de forma semelhante ao modelo utilizado para a cultura da soja. Este sistema permite a melhor conservação do solo e reduz o número de operações com máquinas, reduzindo custos de produção (LANDERS, 1995). Todavia, para

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a mamona, a adoção do SPD por um grande número de produtores depende, basicamente, do desenvolvimento de equipamentos para semeadura e técnicas de controle de plantas invasoras adaptados aos sistemas de produção de pequenos e médios produtores, assim como, de pesquisas regionais para adaptação do sistema às condições edafoclimáticas regionais.

A mamona possui um sistema radicular robusto e denso, que explora camadas profundas do solo, razão por que a planta é tida como tolerante à seca (SAVY FILHO et al., 1999). Assim, sua inclusão dentro de sistemas que utilizem a rotação de culturas, como o SPD, pode favorecer o desempenho de culturas posteriores, que necessitem de camadas mais revolvidas do solo. Porém, quando a mamona é colocada em sistemas com camadas compactadas, esta é prejudicada, pois seu sistema radicular, mesmo que denso, é sensível à compactação em sub-superfície (SAVY FILHO et al., 1989), geralmente, formada pela utilização intensiva e inadequada de arados e, principalmente, de grades. Como conseqüência, a planta passa a explorar apenas a camada superficial do solo, perdendo a capacidade de tolerância à seca e tendo a produção reduzida.

A rotação de culturas, também, se destaca pela possibilidade de reciclagem de nutrientes, pois as espécies vegetais utilizadas diferem entre si, na quantidade de resíduos fornecidos, na eficiência de absorção de íons e na exploração de diferentes profundidades de solo (MENGEL e KIRBY, 1987).

Diante da pouca literatura disponível a respeito do comportamento da mamona em diferentes sistemas de preparo de solo, rotação de culturas e da importância atual deste assunto na cadeia produtiva dessa cultura, este trabalho teve como objetivo avaliar, de forma preliminar, o desempenho vegetativo da mamona, cultivada na “safrinha”, em três sistemas de manejo de solo, em função da cultura de cobertura antecessora.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em área experimental do Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios Centro Norte, em Pindorama-SP, durante o período de fevereiro a junho de 2006. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados, no esquema fatorial 3 x 2 x 2, com quatro repetições, sendo três sistemas de manejo de solo com mamona (Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Convencional), duas culturas de cobertura antecessoras (crotalária juncea e milheto) e dois cultivares de mamona (IAC-Guarani e Experimental IAC-2028), totalizando 12 tratamentos em 48 parcelas.

A semeadura dos cultivares de mamona ocorreu em 13/02/2006, sete dias após a dessecação da crotalária e milheto com gliphosate (4L ha-1), no sistema plantio direto, em seguida ao preparo com escarificador (mobilização vertical do solo até 28 cm) no preparo reduzido, e logo após o preparo do

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solo no sistema convencional (uma aração e duas gradagens niveladoras). A fitomassa seca de crotalária presente na área foi de 2, 4 t ha-1 e a de milheto foi de 2, 2 t ha-1.

A área de cada parcela foi de aproximadamente 110m2, sendo quatro linhas de 30m de mamona, espaçadas 0,90m x 0,90m. As avaliações foram feitas aos 90 dias após a emergência das plântulas, em 10 plantas localizadas na área útil da parcela (duas linhas centrais), onde foram determinadas, com auxílio de régua graduada em centímetros: a altura de plantas, altura da inserção do primeiro racemo e número de internódios até o primeiro racemo. Os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste de médias utilizando-se Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio da Tabela 1 é possível verificar que as fontes de variação Genótipos e Sistemas foram significativos para os caracteres avaliados, exceção para altura de planta e altura de inserção do 1º racemo, para Genótipos. Em relação às interações é possível inferir que o comportamento dos genótipos foi constante, independente do sistema de manejo de solo e do tipo de cobertura empregada. Também não foi observada influência do tipo de cobertura anterior do solo sobre o sistema de manejo, uma vez que a avaliação ainda foi preliminar, não envolvendo componentes da produção como massa de grãos.

As médias para os quatro caracteres estão apresentadas na Tabela 2. É possível verificar que o comprimento do internódio foi menor para o cultivar experimental IAC-2028; no entanto, o número de internódios foi maior para este cultivar. De acordo com Freire et al. (2001) esta relação está associada a cultivares de porte baixo, concordando com o resultado obtido, pois o ‘IAC-2028’ está classificado nesta categoria de porte. Também, para porte da planta e a altura de inserção do 1º racemo, não foi observada diferença significativa entre cultivares, o que era esperado, uma vez que ambas apresentam porte baixo.

Para os sistemas de cultivo, observou-se menor altura de plantas e de inserção do 1º racemo no SPD, com redução de, aproximadamente, 14% em relação aos demais sistemas (Tab. 3). Este resultado sugere que o desenvolvimento inicial da mamona, que já é lento (SAVY FILHO, 2005), foi ainda mais atrasado, com a permanência da cultura antecessora na área, ou seja, as plantas encontram-se em estádios de desenvolvimento anteriores aos dos sistemas convencional e preparo reduzido. Grego et al. (2005), também, observaram baixos índices de velocidade de emergência de plantas de mamona no SPD, quando a densidade do solo se encontrava com valores elevados.

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Experiências com outras culturas, como a soja, mostram que com três anos de SPD a altura de plantas foi reduzida em relação ao sistema convencional, sem, entretanto, interferir na produtividade (BRANCALIÃO, 2002), além de manter quantidades consideráveis de resíduos na superfície, protegendo contra o impacto de gotas de chuva, (CASTRO FILHO et al., 1991).

No sistema plantio direto, não foi verificado diferença significativa em função da cultura de cobertura cultivada anteriormente, ou seja, tanto a crotalária como o milheto interferiram de forma semelhante no desenvolvimento vegetativo da mamona. Este resultado, provavelmente ocorreu pela quantidade semelhante e baixa de fitomassa deixada na área (238g m-2 de crotalária e 220g m-2 de milheto), reduzindo a possibilidade de interferência mecânica da palha na emergência de plantas.

De modo geral, o SPD atrasou o desenvolvimento vegetativo da mamona, mas como os resultados de produtividade ainda não foram avaliados não se pode inferir que exista um sistema mais eficiente que outro para se manejar o solo nesta cultura. O que deve ser considerado, apenas é que os benefícios ao solo trazidos pelo SPD podem ser superiores em termos de conservação em médio e longo prazo.

CONCLUSÕES

De acordo com as condições locais do experimento e, de forma preliminar, é possível concluir que o sistema plantio direto atrasou o desenvolvimento inicial da cultura da mamona, independentemente das plantas de cobertura estudadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANCALIÃO, S.R. Efeito da Fitomassa do milheto sobre as propriedades físicas e químicas de um NITOSSOLO VERMELHO e na produtividade da soja cultivada em sistema de semeadura direta em Botucatu-SP. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Agronômicas. Dissertação de Mestrado. Botucatu, SP, 2002, 73f

CASTRO FILHO, C., HENKLAIN, J.C. VIEIRA, M.J., CASÃO JÚNIOR, R. Tillage methods and soil and water conservation in southern Brazil. Soil and Tillage Research, Amsterdan, v.20, p.271-283, 1991. FREIRE, R.M.M.; LIMA, E.F.; ANDRADE, F.P. Melhoramento Genético. In: AZEVEDO, D.M.P; LIMA, E.F. O agronegócio da mamona no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2001. p. 229-256. GREGO, C. R., VIEIRA, S. R., ANTONIO, A. M., DELLA ROSA, S.C. Variabilidade Espacial do desenvolvimento e produção de grãos da mamona (Ricinus communis L) no sistema de plantio direto

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In: II Congresso Brasileiro de plantas oleaginosas, óleos, gorduras e biodiesel, Varginha, MG. 2005. CD ROM.

LANDERS, J.N. Associação de Plantio Direto no Cerrado: Fascículo de Experiência em Plantio Direto no Cerrado. Goiânia: APDC, 1995. 261p.

MENGEL, K.;KIRBY, E.A. Principles of plant nutrition. 4 ed. Bern: International Potash Institute, 1987. 687p.

SAVY FILHO, A. Mamona Tecnologia agrícola, 2005. Campinas: EMOPI, 105p.

SAVY FILHO, A.; CASTRO, O.M. de; BANZATTO, N.V. Efeito da compactação do solo sobre o desenvolvimento da mamoneira (Ricinus communis L.). Revista de Agricultura, Piracicaba, v.64, n.3, p.229-239, 1989.

SAVY FILHO, A.; PAULO, E.M.; MARTINS, A.L.M.; GERIN, M.A.N. Variedades de mamona do Instituto Agronômico. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. (IAC. Boletim Técnico, 183).

Tabela 1. Resumo da análise de variância para os caracteres altura de planta, altura de inserção do 1º racemo, número de internódios e comprimento do internódio. Pindorama-SP, 2006.

Fontes de Variação GL AP AC QM NI CI Genótipos (G) 1 0,25 ns 26,11 ns 15,75 * 1,57 * Sistema (S) 2 753,86 * 336,36 * 9,33 * 0,31 * Cobertura (C) 1 47,00 ns 42,19 ns 0,63 ns 0,04 ns G x S 2 18,75 ns 7,84 ns 0,10 ns 0,01 ns G x C 1 1,88 ns 3,00 ns 0,05 ns 0,02 ns S x C 2 21,22 ns 6,89 ns 0,53 ns 0,01 ns G x S x C 2 21,04 ns 16,07 ns 1,14 ns 0,01 ns Resíduo 36 87,52 20,84 0,59 0,06 Total 47 CV (%) 11,34 8,89 5,1 7,04

* significativo a 5% pelo teste F; ns não significativo;

AP: altura de planta; AC: altura de inserção do 1º racemo; NI: número de internódios; CI: comprimento do internódio

Tabela 2. Medias de altura de plantas, altura de inserção do primeiro racemo, comprimento de internódios e número de internódios até a inserção do primeiro racemo em cultivares de mamona. Pindorama-SP, 2006.

Cultivar Altura de planta Altura de inserção racemo 1ario Comprimento internódios

(cm) Nº internódios

Experimental IAC-2028 82,6a1 52,0a 3,2b 16a

IAC-Guarani 82,3a 50,0a 3,6a 15b

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Tabela 3. Resultados de altura de plantas, altura de inserção do primeiro racemo, comprimento de internódios e número de internódios até a inserção do primeiro racemo de mamona (IAC-Guarani e

Experimental IAC-2028), em diferentes sistemas de manejo do solo. Pindorama-SP, 2006.

Sistemas de produção

Altura de planta Altura de inserção racemo 1ario Comprimento internódios (cm)

Nº internódios

Convencional 86,9a1 54,3a 3,5a 16a

Cultivo mínimo 85,9a 53,7a 3,5a 17a

Plantio direto 74,6b 46,1b 3,2b 14b

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