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Mobiliário urbano para o Parque da Luz

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Florianópolis 2017

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MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Design.

Orientador: Profa. Fabíola Reinert, M. Eng.

Florianópolis 2017

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MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 23 de novembro de 2017.

______________________________________________________ Professora e orientadora Fabíola Reinert, M. Eng.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Carlos Silva, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Claúdio Henrique da Silva, Dr.

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Dedico este projeto de conclusão de curso aos meus pais, que sempre me apoiaram em todas as escolhas da minha vida, a minha irmã que sempre esteve do meu lado, a toda minha família, amigas e pessoas que de alguma maneira contribuíram para que este trabalho se tornasse possível.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho contou com a colaboração de diversas pessoas para se tornar possível. Gostaria de agradecer em especial as pessoas que estiveram comigo desde o início desse projeto: aos meus pais, Sheila Siqueira e Fabrício Petrassem, que desde sempre estiveram do meu lado e me apoiaram em todas as decisões da minha vida, dando suporte, com toda a paciência do mundo, em meio a tantas mudanças; a minha irmã e confidente, Júlia Petrassem, sempre disposta a ouvir minhas reclamações e dúvidas; aos meus avós, Leni e Ricardo Petrassem, que são os melhores exemplos de vida que eu poderia ter; ao meu parceiro Gustavo Machado, que me influenciou e colaborou para a escolha do tema, com toda a paciência, companheirismo e afeto durante o processo de desenvolvimento; ao professor Carlos Silva, que contribuiu com informações e dados indispensáveis em relação a ecodesign; a professora e coordenadora Karla Grillo, presente desde a primeira fase, que se tornou mais que uma professora de faculdade, uma “mãezona”; e por fim, minha orientadora, professora Fabíola Reinert, que fez com que todo o meu nervosismo e insegurança se transformassem em calma e confiança para a elaboração desse trabalho de conclusão de curso.

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“O bom design reside de alguma maneira na capacidade de instigar um sentido de familiaridade instantânea.” (JOHN MAEDA, 2008)

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RESUMO

Espaços públicos como os parques, no passado, eram cenários de trocas sociais, culturais e até mesmo econômicas; e em sua maioria, perderam seu valor e sua utilidade na atualidade. Isso se dá muitas vezes pelo descaso ou falta de apropriação dos usuários e governantes. Diante da situação atual do Parque da Luz, localizado no Centro de Florianópolis, este trabalho apresenta o estudo necessário para solucionar o problema principal. De acordo com uma pesquisa realizada no local, foi constatado que uma luminária é o mobiliário urbano que se mostra essencial para o uso do parque. Para compreender os fatores que levam um parque urbano a ter sua devida utilidade, foram realizadas pesquisas e planejamento para a elaboração de uma luminária que venha a influenciar positivamente no Parque da Luz. Para chegar a alternativa final, foram realizadas pesquisas bibliográficas, pesquisas de campo, comparativos de similares e concorrentes, observação e entrevistas com usuários no local.

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ABSTRACT

Public spaces, such as parks, were in the past scenarios of social, cultural, and even economic exchanges; and for the most part, have lost their value and utility, nowadays. This is often due to the neglect or lack of appropriation of users and rulers. Facing the present situation of the Park of Light, located in the Center of Florianópolis, this work presents the necessary study to solve the main problem. According to a survey carried out on the spot, it was found that a luminaire is the urban furniture that is essential for the use of the park. In order to understand the factors that lead to an urban park to have its usefulness, research and planning were carried out to elaborate a luminaire that will influence positively in the Luz Park. In order to arrive at the final alternative, bibliographical researches, comparisons of similar and competing, observation and interviews with users in the place.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Metodologia Lobach ... 16

Figura 02 – Rascunhos Niemayer ... 22

Figura 03 – Psicologia das Cores ... 23

Figura 04 – Parque da Luz ... 32

Figura 05 – Espaços Públicos PPS ... 36

Figura 06 – Mission Dolores Park ... 37

Figura 07 – Biciletário ... 38

Figura 08 – "The rolling Bench" ... 38

Figura 09 – Banco Comunitário ... 39

Figura 10 – Luminária Sustentável ... 50

Figura 11 – Árvores Solar ... 51

Figura 12 – Luminária Solar ... 51

Figura 13 – Painel de Estilo de Vida ... 55

Figura 14 – Painel de Expressão do Produto ... 56

Figura 15 – Painel de Tema Visual ... 57

Figura 16 – Alternativa 01 ... 58 Figura 17 – Alternativa 02 ... 59 Figura 18 – Alternativa 03 ... 60 Figura 19 – Alternativa 04 ... 61 Figura 20 – Alternativa 05 ... 62 Figura 21 – Alternativa 06 ... 63

Figura 22 – Refinamento da alternativa final ... 65

Figura 23 – Produto final vista 01 ... 66

Figura 24 – Produto final vista 02 ... 67

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LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1 – Idade dos entrevistados ... 43

Gráfico 2 – Onde residem ... 43

Gráfico 3 – Quais dias da semana frequentam ... 44

Gráfico 4 – Quantas horas passam no local... 45

Gráfico 5 – Com quem frequentam ... 46

Gráfico 6 – Qual mobiliário urbano sentem mais falta ... 47

Gráfico 7 – Visitariam o parque com mais frequencia se houvesse uma iluminação adequada ... 47

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Materiais ... 40

Quadro 02 – Similares e Concorrentes ... 49

Quadro 03 – Concorrentes de Florianópolis ... 52

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ... 13 1.2 PROBLEMÁTICA... 13 1.3 OBJETIVO ... 13 1.3.1 Objetivo Geral ... 13 1.3.2 Objetivos Específicos ... 13 1.4 JUSTIFICATIVA ... 13 1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 14 1.6 METODOLOGIA DE PROJETO ... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 18 2.1 DESIGN ... 18 2.1.1 Conceito ... 18 2.1.2 Design de Produto ... 19 2.1.3 Ergonomia ... 19 2.1.4 Forma ... 21 2.1.5 Cor ... 22 2.1.6 Materiais ... 26 2.1.6.1 Lâmpada de LED ... 27 2.1.6.2 Luminárias Solares ... 27 2.1.6.3 Plástico Reciclável ... 28 2.2 PARQUES URBANOS ... 30 2.2.1 Conceito ... 30 2.2.2 Parque da Luz ... 31 2.3 MOBILIÁRIO URBANO ... 32 2.3.1 Conceito ... 32 2.3.2 Elementos da Urbanização ... 34

2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques... 37

2.3.4 Iluminação Pública ... 39

3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN ... 42

3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA ... 42

3.1.1 Entrevista ... 42

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3.1.3 Análise de similares ... 49

3.1.4 Requisitos de Projeto ... 53

3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ... 54

3.3 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS ... 64

3.4 REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO ... 65 4 CONCLUSÃO ... 68 REFERÊNCIAS ... 69 APÊNDICES ... 73 APÊNDICE A ... 74 APÊNDICE B ... 75 APÊNDICE C ... 77

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1 INTRODUÇÃO

Segundo consta no site da Associação de Amigos do Parque da Luz, o parque é uma Área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos da Rua Felipe Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi implementado ali um cemitério no ano de 1841, que ficou em uso até 1920. A partir dessa data, o cemitério foi transferido para o Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as ruas de acesso a Ponte Hercílio Luz. Em 1997 foi criada a Associação uma organização não governamental com o objetivo de preservar esta área de grande valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, a partir da conscientização comunitária e ambiental.

Hoje, com base em entrevistas e questionários, o parque encontra-se com uma estrutura bastante inacessível e muito pouco utilizada, onde seus acessos são difíceis por conta da falta de cuidado, lixeiras, vegetação mal cuidada, e os poucos mobiliários que existem estão sendo degradados por falta de manutenção.

Em setembro, a Prefeitura de Florianópolis, junto com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e a Associação Amigos do Parque da Luz (AAPL), se uniram com o objetivo de fazer uma gestão compartilhada do parque urbano. Uma das primeiras providências a ser tomada após a consolidação dessa parceria seria a melhoria na iluminação noturna. A falta de iluminação foi apontado como o principal ponto para a diminuição de frequentadores ao parque, e em seguida, veio a falta de lixeiras.

O parque é um ponto de encontro de famílias, trabalhadores, e donos de animais de estimação, que desejam encontrar um local onde possam relaxar, descansar, sentirem-se seguros e que seja bem cuidado, para que possam utilizar o que o Parque da Luz oferece, como o campo de futebol ou para brincar com seus animais, playground para as crianças, bate papo informal e até mesmo atividades esportivas leves.

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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Mobiliário urbano ecológico para o Parque da Luz, localizado no Centro de Florianópolis/SC.

1.2 PROBLEMÁTICA

Como desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que incentive a ida ao parque?

1.3 OBJETIVO

A partir da problemática proposta, são apresentados os seguintes objetivos:

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que aumente a frequência de visitação do parque.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Conhecer o perfil dos frequentadores do parque;

 Identificar quais os tipos de mobiliários urbanos mais influenciam a ida a parques;

 Identificar materiais ecológicos aplicáveis ao mobiliário urbano. 1.4 JUSTIFICATIVA

Quando pensamos em design, a maioria da população o associa a uma ferramenta de marketing e consequentemente vendas. Mas o design vai muito além disso, diante de seus avanços tanto tecnológicos como em conhecimento, ele causa grande impacto para a sociedade, e é nosso dever usar isso a nosso favor.

Tendo a inovação como um dos valores principais para o designer, é necessário ser estudado com cuidado e dedicação o meio em que será imposto esse

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produto ou projeto. É muito importante valorizar os aspectos sociais, culturais e ambientais do público em questão, e principalmente entender suas necessidades e desejos.

Considerando as necessidades dos frequentadores dos parques de Florianópolis, desenvolver um mobiliário urbano que atenda à essas necessidades, possibilitará e incentivará uma nova cultura entre os moradores da ilha, sendo essa cultura de frequentar cada vez mais parques e fazer disso uma rotina.

O papel do design é tornar melhor a vida daqueles que têm uma necessidade que precisa ser atendida. Neste caso, o projeto de um mobiliário urbano com os princípos do ecodesign, poderá incentivar as pessoas a frequentarem mais o parque, ter um cuidado maior em relação ao meio em que estão, e ainda uma maior preocupação com lugar que frequentam e até mesmo com o mundo.

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA

Para Prodanov e Freitas (2013), existem dois tipos de pesquisas, uma delas tem como objetivo apenas apresentar novos conhecimentos sobre uma determinada causa, sem que haja a necessidade da prática, e a outra, se faz necessária a prática dos conhecimentos apresentados. No segundo caso, a pesquisa é considerada uma pesquisa aplicada, como pode ser chamada esta pesquisa.

Além de aplicada, esta pesquisa é considerada uma pesquisa exploratória, ou seja, segundo Gil (2008) podem ser realizadas entrevistas com pessoas envolvidas com o problema em questão, podem ser feitos estudos e análises de exemplos que sirvam de inspiração para a resolução do problema e levantamentos de dados, a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema, assim explicitá-lo.

Sendo exploratória, será utilizado levantamento bibliográfico, entrevistas, observação, pesquisa de campo, etc. Uma vez que se saiba qual temática abordar é preciso definir qual fonte de informação será empregada (CUNHA, 2001). Portanto, para fins acadêmicos e até científicos, sugere-se consulta às bases de dados bibliográficos, por conterem informações de melhor qualidade. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Gil (2008) explica que o levantamento é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, obterem-se as conclusões

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correspondentes aos dados coletados. Já no caso do estudo de campo, procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade.

Em relação à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser considerada qualitativa, ou seja, o foco da pesquisa se atribui a qualidade. As metas da pesquisa qualitativa se dão através do entendimento, descrição, descoberta e hipótese em um ambiente natural onde o pesquisador esta apto a realizar uma coleta de dados. (PRODANOV E FREITAS, 2013).

1.6 METODOLOGIA DE PROJETO

Com relação ao projeto de design, será utilizada a metodologia proposta por Lobach (2001). Para o autor, todo o processo de design é um processo criativo e de solução de problema, por isso, ele descreve seu método em etapas a serem percorridas para encontrar soluções para produtos inovadores. Lobach (2001) afirma que pode-se chegar no melhor resultado através de quatro requisitos: primeiro é necessário definir o problema a ser explorado, após a conclusão dessa etapa, é realizada uma coleta de dados e informações sobre o problema em questão para que o passo seguinte seja o desenvolvimento de alternativas e soluções e por fim, fazer uma análise das alternativas produzidas anteriormente para poder começar a desenvolver o produto final (figura 1).

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Figura 1 – Processo de design.

Fonte: Lobach (2001).

Além desses quatro passos, Lobach (2001) afirma que cada uma dessas fases possuem uma análise individual, ferramentas de pesquisa e desdobramentos relacionadas ao seu contexto.

Ainda segundo Lobach (2001), na Análise do Problema, é realizado o estudo das necessidades, análise da relação do produto com o ambiente em questão, análise do mercado, concorrentes, materiais, processos de fabricação e exigências para com o novo produto. Para este trabalho, serão realizados estudos das necessidades a partir de entrevista e observação; análise de concorrentes com visitação de parques de Florianópolis; e análise de materiais e processo de fabricação com especialistas da área; já que de acordo com o autor, dependendo do problema que se analisa quais os estudos interessantes a serem feitos.

Já na Geração de Alternativas, são definidos os requisitos a partir da análise do problema, geradas as alternativas de solução, ideias, rascunhos e modelos. Feito

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isso, é realizada a Avaliação das Alternativas feitas na etapa anterior, que será feita com uma matriz multicritério. Esta é a etapa onde é escolhida a melhor solução seguindo características e necessidades estudadas. Por fim, é Realizada a Solução seguindo o desenho técnico, desenhos de representação, documentando todo o projeto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESIGN

2.1.1 Conceito

Design tem origem do latim, na qual, segundo Cardoso (2008) o substantivo design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura. E neste sentido, a língua inglesa admite falar do design de objetos que vão além dos de fabricação humana, como falar do design do universo ou de uma molécula. “A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e o de desenhar” (CARDOSO, 2008, p.16).

Segundo Burdek (2006), design é um processo criativo, onde “os desenvolvimentos socioeconômicos, tecnológicos e especialmente os culturais, mas também os fundamentos históricos e as condições de produção técnica tem papel importante.” (BURDEK, 2006, p.41). Nesse sentido, é fundamental o conhecimento sobre seu processo criativo, incluindo ainda fatores ergonômicos, ecológicos, políticos e ainda artísticos-experimentais.

“Design é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das mensagens de diferentes atores sociais; é a visualização criativa e sistemática das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às necessidades dos usuários ou aos efeitos sobre os receptores.” (SCHNEIDER, 2010 p. 197)

Com seu processo criativo e o domínio de técnicas para a aplicação do conhecimento, outra questão importante e necessária para o sucesso e valorização de um produto de design é a inovação. O processo criativo e a inovação devem estar sempre associados para tornar o produto competitivo e que supere as necessidades dos usuários. Para a criação de um produto, é necessário seguir uma linha de raciocínio, onde de acordo com Lobach (2001), deve-se gerar uma solução diante de necessidades apresentadas, através da fabricação física destes produtos. O autor define design industrial como um “processo de adaptação dos produtos de uso, de fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas do usuário

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ou grupos de usuário” (LOBACH, 2001, p.22). Um designer de produto que consiga colocar em prática seu conhecimento, geração de alternativas e ideias e ferramentas de pesquisa, todos esses elementos juntos, num mesmo projeto, podem ser considerados um bom profissional.

2.1.2 Design de Produto

Para Löbach (2001), o design de produto está diretamente relacionado à inovação e a satisfação das necessidades do usuário. Um projeto bem elaborado significa que o mesmo atendeu as necessidades e vontades do público, que acaba depositando expectativas e desejos de produtos que superem cada vez mais os anteriores presentes no mercado. Considera portanto, o designer como um dos responsáveis das necessidades das pessoas.

Kotler (2000), diz que é necessário que as empresas diferenciem design de estilo e apostem nas soluções de design para inovar o mercado. Por outro lado, Moraes (2008) define o momento atual como de alto desenvolvimento tecnológico em relação as indústrias, sendo consequentemente um momento propício para posicionar o homem como centro e a referência maior na concepção de novos produtos:

“Antes de iniciar e desenvolver um produto, é necessário tecer críticas sobre o conceito do projeto, refletir, questionar e repensar a necessidade real de uso e as verdadeiras chances do produto no mercado-alvo. Assim, estaríamos contribuindo não somente para a boa qualidade dos produtos industrializados, mas também seríamos os primeiros a selecioná-los antes de sua entrada para o mercado consumidor. Caberia então, ao designer e as indústrias desempenhar o papel de mediadores para uma melhor interação entre produto e usuário, uma vez que os objetos chegariam mais bem resolvidos ao Mercado e teriam mais chances de obter sucesso junto aos consumidores.” (MORAES, 2008, p. 120)

Sendo assim, juntando um bom conhecimento do processo criativo, e ainda mais importante, realizando um bom processo criativo em relação a escolha dos materiais, formas, cores, ergonomia, funções práticas, estéticas e simbólicas, será possível obter um resultado que atenda as expectativas e necessidades do público que o aguarda.

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2.1.3 Ergonomia

A palavra ergonomia está diretamente relacionada com o estudo feito para identificar as melhores formas de um projeto, para que o mesmo não traga danos físicos e mentais para o usuário, resultando em um produto satisfatório para quem utiliza e para o responsável pela sua criação:

“Ergonomia é o estudo do trabalho em relação ao ambiente em que é desenvolvido e com quem o desenvolve (trabalhador). A ergonomia nada mais é do que adequar ou adaptar o local de trabalho ao trabalhador, visando evitar acidentes ou doenças profissionais“ (OLIVEIRA NETTO; TAVARES, 2006)

Conforme Netto (2010), a aceitação do produto depende diretamente de fatores como: facilidade de produção, durabilidade e eficiência. Todos esses fatores são relacionados com a ergonomia do produto, sendo a mesma responsável por uma melhoria na qualidade de vida dos usuários e do próprio produto, ganho de tempo nas linhas de produções, economia com matéria-prima. O design e a ergonomia estão cada vez mais presentes no mesmo contexto, e o motivo dessa união são as exigências por parte do usuário, tendo em vista que esses dois pontos, nomeados no início, se tornam diferenciais e definitivos para os produtos no mercado atual.

Para um bom desenvolvimento de projeto, é necessário um mínimo de conhecimento em relação a ergonomia, sendo que Iida (2000) define como os objetivos práticos da ergonomia a segurança, satisfação e bem estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, e o resultado desse processo bem sucedido é a eficiência. O autor ainda afirma que diante dos fatos constados sobre o processo de realização de um estudo sobre ergonomia no design, foi possível obter melhores condições de trabalho, aperfeiçoamento do sistema homem-máquina e uma otimização do trabalho.

Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), podem ser destintos três tipos de ergonomia: a ergonomia física, que entende-se por fatores relacionados com a anatomia do ser humano, ou seja, as medidas do corpo humano, a postura, o movimento, as forças exercidas pelos músculos e ossos; ergonomia cognitiva que trata das questões psíquicas do usuário, como o stress que

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pode ser causado pela realização de certa atividade ou o desempenho da mesma; e por fim, a organizacional, A antropometria é uma área de estudo dentro da ergonomia física, que trata das medidas do corpo humano. No projeto, ela é aplicada na definição das dimensões do produto, e pode ser aplicada através de tabelas já feitas ou de uma nova medição do público.

Por tudo isso, a ergonomia se torna essencial em qualquer tipo de projeto, devendo estar presente em todas as fases de desenvolvimento do mesmo, um projeto de produto apropriado requer a interação com a prática da ergonomia. Após colocado em prática, outras questões relacionadas também podem surgir, como é o caso da aceitação de que as responsabilidades pelas decisões do projeto devem ser divididas entre todos os especialistas que fizeram parte do processo de criação do produto, como a definição da forma e da cor, levando em conta aspectos que envolvem o produto e seus possíveis usuários.

2.1.4 Forma

Podemos considerar a forma como: “a figura ou a imagem vísivel do conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza da aparência externa de alguma coisa. Tudo que se vê possui forma” (GOMES, 2004, p.39)

No geral, tudo o que podemos ver tem forma. Segundo Dondis (2001), muitas vezes, nossa capacidade de interpretar mensagens visuais é feita de forma instintiva, ou seja, pode ser baseada em nossos costumes e ações, sendo assim são influenciadas diretamente por culturas, estados psicológicos e até mesmo o ambiente em questão. Porém, para que o produto final alcance seus objetivos estéticos e também em relação a sua forma, é necessário que o designer treine sua visão, ainda de acordo com Dondis (1991).

Para Oscar Niemeyer (1978), formas não são necessariamente simples e funcionais, elas precisam que suas linhas e curvas criem contrastes no corpo a ser analisado, como mostra a figura 2. Então, segundo Niemeyer: “quando um forma cria beleza ela tem uma função e das mais importantes…”. Niemeyer faz essa afirmação diante de sua história na arquitetura, mas o mesmo serve para cada projeto de design. Para cada projeto existe um objetivo e uma necessidade a ser atendida, como mostra a figura a seguir, ou seja, é necessário encaixar tanto a função estética quanto a função prática, e nos dois casos ainda adaptar formas e cores, para que o

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desempenho do trabalho seja o mais satisfatório e solucionar a problemática proposta.

Figura 2 - Rascunhos Niemeyer

Fonte: Niemayer (1998)

2.1.5 Cor

Segundo Eller (2006) socióloga, psicóloga e professora de Teoria da Comunicação e Psicologia da Cor Eva Heller, “conhecemos muito mais sentimentos do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir muitos efeitos, frequentemente contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião...”, como mostra a figura 3 a seguir:

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Fonte: Heller (2000)

“As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm na vida das pessoas criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem, etc.” (FARINA, 2006, p. 02)

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Para Silveira (2015), sobre a história da teoria da cor, ela pode ser estudada em três aspectos diferentes. O primeiro deles é o aspecto da construção física da cor, ou seja, momento em que acontece de fato a percepção visual cromática, tendo a luz como protagonista. Nesse aspecto, a cor é definida como “uma sensação percebida em certas organizações nervosas a partir do estímulo da luz, isto é, a cor seria o resultado da ação da luz sobre os olhos primeiramente”. Ou seja, a luz é indispensável no processo de percepção visual, juntamente com os dois outros aspectos estudados, os aspectos fisiológicos e os aspectos culturais simbólicos.

Sobre os aspectos fisiológicos, leva-se em consideração os efeitos químicos que influenciam na construção perceptiva e simbólica da cor, já sobre os aspectos culturais simbólicos, implica toda a comunicação exercida pelo ser humano, por fazerem parte de um cultura. Silveira (2015) explica que, para cada cultura, a cor terá significados distintos, variando de país para país. Um exemplo disso é a associação feita com algumas cores: na China, o vermelho é usado em atividades como casamentos, funerais e outros dias festivos, já que essa cor representa celebração e sorte. Outro exemplo é o branco, comum no Brasil para vestidos de noiva, pois é dita como a cor da pureza, por outro lado, nas culturas orientais tem papel de representar luto e morte. E assim pode-se fazer centenas de associações e representações de cores em diversas situações e culturas, mas com o passar do tempo, cada povo terá um significado único e pessoal para cada cor em questão

“O observador pode sentir sensações diferentes observando as cores. Cores escuras causam uma sensação de peso e fazem uma ligação com a terra. Por outro lado, tons claros produzem uma sensação de leveza e flutuação. Com o emprego desses conhecimentos podemos influir nos aspectos de design do produto. Para tal, é preciso saber que efeitos se pretende obter com o uso das cores.” (LOBACH, 2001, p. 169)

Como foi mencionado anteriormente, segundo Farina (2006), às vezes, a cor tem um significado para cada cultura, mas existem casos da associação das cores serem feitas mundialmente. O laranja e o vermelho, por exemplo, são cores que trazem sentimentos como desejo, energia e alerta, e muitas vezes pode ser usado em projetos com comidas, bebidas e até esportes, dependendo da função empregada. Para garantir que a emoção a ser sentida, seja o a segurança, muitas

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vezes a cor escolhida por ser o azul, que na psicologia das cores é visto como tranquilidade, tradição e satisfação.

Em um projeto, esses três aspectos citados acima devem sempre estar relacionados em harmonia e ligados um ao outro. Além disso, é imprescindível o conhecimento do profissional sobre a percepção da cor, considerando então o processo como um todo, que o mesmo acaba se tornando um “efeito dominó”, onde cada etapa do processo depende da outra para ser concluído.

Por esses e outros motivos, para Farina (2006), Silveira (2015) e Lobach (2001), a escolha da cor é um fator decisivo para a impressão e a emoção causada pelo o produto de design em relação a seu usuário e/ou observador. Pois diante de sua funcionalidade, ergonomia do produto, espaço escolhido onde será localizado, das formas e formatos que estarão presentes e das cores escolhidas para compor todos esses aspectos, que o receptor terá seu veredicto em relação ao produto final, trazendo sensações e sentimentos positivos ou negativos.

2.1.6 Materiais

Para Cunha (2009), novas tecnologias que minimizem a geração de resíduos fazendo o uso racional de matérias primas como energia e água, com a utilização correta de materiais são essenciais.

Segundo autor Manzini (2008) o designer tem um papel relevante na escolha e aplicação dos materiais empregados, por isso, deve-se considerar o mesmo em relação à escolha das fontes energéticas necessárias ao funcionamento do produto durante o uso, e juntamente com a estrutura buscando na inovação algo que possa ser trabalhado sem afetar o meio ambiente.

“Num projeto de produto típico, a escolha definitiva de um ou mais materiais é formalmente estabelecida na etapa de detalhamento (também considerada como especificação do produto) sendo, em geral, reflexo de uma sequencia de levantamentos estudos e avaliações que vêm ocorrendo desde o inicio da atividade projetual.” (LIMA, 2006, p. 12)

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2.1.6.1 Lâmpadas de LED

As lâmpadas de led vêm crescendo no mercado, e substituindo as lâmpadas fluorescentes. Por mais que não sejam de tamanha eficiência, sua durabilidade, e economia são extremamente eficientes.

“Esse tipo de utilização, em que a tecnologia nova é adaptada para substituir as anteriores e, assim, ser consumida imediatamente é chamado de “mimetização” ou “retrofit” pelos luminotécnicos. O uso dos LEDs no formato de lâmpadas pré- existentes já é muito interessante, pois embora tenha um custo inicial elevado, o LED tem vida útil muito mais longa do que as incandescentes e fluorescentes, além de ter um consumo de energia muito baixo, o que compensa o custo inicial. A utilização das “lâmpadas” compostas por LEDs é especialmente boa no uso externo, porque sua reprodução de cor ainda não é excelente (em torno de IRC80, enquanto as fluorescentes chegam a IRC85-95 e incandescentes IRC100). Embora já seja satisfatória, tende a melhorar ainda mais.” (Forte e Ferraz, 2010)

Embora não seja uma solução de iluminação muito barata é possível entender que ela se paga, pela sua economia e durabilidade, se tornando uma peça fundamental na questão sustentável.

2.1.6.2 Luminárias Solares

Outra alternativa ecológica seriam as luminárias solares. Como o nome já diz, elas funcionam à base de luz solar, e Iluminam de maneira ecológica e gratuita.

Elas funcionam como um sistema de captação de energia solar normal, que na cobertura é instalada a placa e distribui a energia pela casa, porém de forma isolada. Isto é, cada luminária tem uma placa, e funciona de maneira independente, captando e reservando a energia necessária para o seu funcionamento nas baterias que possuem internamente.

Nas luminárias, são instalados os painéis solares, os mesmo que captam energia e garantem o funcionamento diário da lâmpada interna. Toda essa energia armazenada durante o dia, é utilizada no começo da noite, em dias que a captação de energia solar é menor, como por exemplo, em dias nublados ou chuvosos, as

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luminárias dispõem de reservas armazenadas suficiente para o funcionamento da iluminação durante várias noites consecutivas.

2.1.6.3 Plástico Reciclável

Para essa pesquisa, foram considerados materiais que resultaram de reciclagem ou que façam possível a mesma, minimizando danos já causados anteriormente. Estes materiais serão citados a seguir.

Na lista dos polímeros originados do petróleo, segundo o site Eco4planet (2009), estão os da categoria termoplásticos, que são aqueles que amolecem ao serem aquecidos, podendo ser moldados. Uma vez resfriados endurecem e tomam uma determinada forma. Como esse processo pode ser repetido várias vezes, esses polímeros são recicláveis podendo ser reaproveitados. O site Eco4planet (2009) alerta que os termoplásticos reciclados não podem ser empregados em embalagens de alimentos a fim de se evitar contaminações provenientes de tintas e produtos tóxicos. Este tipo de material reciclado pode se transformar em lixeiras, baldes, mangueiras, sacos de lixo e outras modalidades.

Consideraram-se sete tipos de termoplásticos e alguns exemplos de aplicação, a seguir, citados pelo site Eco4planet (2009):

• PET (Polietileno Tereftalato) - Utilizado em frascos de refrigerantes, de produtos de limpeza e farmacêuticos, e em fibras sintéticas.

• PEAD (Polietileno de Alta Densidade) - São utilizados na confecção de engradados para bebidas, garrafas de álcool e de produtos químicos, bambonas, tambores, cestos de lixo, tubos para líquidos e gás, e tanques de combustível.

• PVC (Policloreto de Venilha) - São utilizados em frascos de água mineral, em tubos e conexões para água. em calçados, em encapamentos de cabos elétricos, equipamentos médico cirúrgico, lonas, esquadrias e revestimentos.

• PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) - São empregados nas embalagens de alimentos, sacos industriais, sacos para lixo, filmes flexíveis, e lonas agrícolas. 54

• PP (Polipropileno) - Empregados em embalagem de massas alimentícias e biscoitos, potes de margarina, seringas descartáveis, equipamentos médico cirúrgicos, fibras e fios têxteis, utilidades domésticas e autopeças.

(31)

• PS (Poliestireno) - Usado em copos descartáveis, placas isolantes, aparelhos de som e de TV, embalagens alimentícias, revestimento de geladeiras, e material escolar.

O quadro abaixo mostra um comparativo à outros materiais recicláveis:

Quadro 1 – Comparativo de Materiais

MATERIAL PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS Polímeros Grande durabilidade ao ficarem expostos às condições climáticas, resistentes, fáceis de modelar. Se não reciclados, demoram séculos para se degradar. Madeira Resistentes, Média durabilidade ao ficarem expostos às condições climáticas. Processo de reciclagem de alto custo, difíceis

de modelar, alto custo no geral. Papelão Processo de reciclagem de baixo custo. Pouca durabilidade ao ficaram expostos as condições climáticas,

não são laváveis, frágeis.

Fonte: Adaptado de Ecoplanet (2009) e Spinacé e Paoli (2005).

Segundo Spinacé e Paoli (2005), o processo de reciclagem de polímeros pode ser classificada em 4 categorias: primária e secundária, que são conhecidas como reciclagem mecânica, tendo como diferenças que na primeira se usa polímero pós-industrial e na segunda pós-consumo; terciária que é conhecida como reciclagem química; e quaternária, também conhecida como energética.

Sobre a reciclagem mecânica, Spinacé e Paoli (2009) afirmam:

“A reciclagem mecânica pode ser viabilizada através do reprocessamento por extrusão, injeção, termoformagem, moldagem por compressão, etc. Para este fim são necessários alguns procedimentos que incluem as

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seguintes etapas: 1) separação do resíduo polimérico, 2) moagem, 3) lavagem, 4) secagem, 5) reprocessamento e, finalmente, a transformação do polímero em produto acabado. Existem variações nestas etapas devido à procedência e o tipo de polímero, além das diferenças de investimentos e equipamentos utilizados nas plantas de processamento.” (Spinacé e Paoli, 2009, p.66)

Já a reciclagem química, afirmam os autores, ocorre pelo processo de despolimerização por solvólise ou por métodos térmicos ou catalíticos, e se o reuso do resíduo polimérico não é prático ou econômico, é possível fazer uso de seu conteúdo energético através da incineração, configurando a reciclagem energética (SPINACÉ; PAOLI, 2009).

2.2 PARQUES URBANOS

2.2.1 Conceito

De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, no Brasil, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização" (CONAMA, 2006). São exemplos de área verde urbana praças; parques urbanos; parques fluviais; parque balneário e esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas de ligação entre áreas verdes.

No Brasil, parques urbanos são áreas verdes com função ecológica, estética e de lazer, com uma extensão maior que praças e jardins públicos. Segundo o governo(colocar fonte exata), parque é todo o local terrestre e/ou aquático destinado a proteção de áreas representativas de ecossistemas. Além disso, essas áreas podem ser destinadas também à atributos naturais ou paisagísticos, sítios geológicos de grande interesse científico, educacional, recreativo ou turístico, cuja finalidade é resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos científicos, educacionais e recreativos.

(33)

“Todos os espaços são geográficos são determinados pelo movimento da sociedade, da produção. Mas tanto a paisagem como o espaço, resultam de movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e sentidos.” (SANTOS, 2014, p.61)

2.2.2 Parque da Luz

Segundo a Associação Amigos do Parque da Luz, o Parque da Luz é uma área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos da Rua Felipe Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi implementado ali um cemitério no ano de 1941, que ficou em uso até 1920. A partir dessa data, o cemitério foi transferido para o bairro Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as ruas de acesso a Ponte Hercílio Luz.

Em 1986, foi lançado o projeto inicial para o Parque, mas somente na década de 90, quando foi cogitada a construção de uma sede da Prefeitura Municipal, houve movimentação popular a favor da preservação da área. Segundo a FLORAM (2009), os ecossistemas começaram a sofrer graves alterações e impactos a partir do século XXI, quando houve uma grande ocupação do espaço urbano provocado pelo crescimento urbano. A partir disso, foram criadas leis de proteção ambiental com o objetivo de uma maior preservação e consciência ambiental da sociedade.

Em 1997 foi criada aAssociação Amigos do Parque da Luz, com o objetivo de preservar esta área de grande valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, a partir da conscientização comunitária e ambiental, visto que a ajuda do governo não tenha sido suficiente para a preservação do parquet em questão. Neste sentido foram realizados inúmeros encontros artísticos musicais, moções científicas e políticas, até que o parque fosse compreendido e assimilado pela cultura urbana como espaço vital, segundo o próprio site

Com o intuito de dar uma destinação definitiva para a área e acabar com as ameaças de ocupação a que ela sempre esteve submetidas (órgãos públicos, hotéis, shopping, centro de convenções, etc.) coletou-se cerca de 10 mil assinaturas que serviram de suporte para transformação definitiva do local em Área Verde de Lazer, e posteriormente, para ser chamado oficialmente Parque da Luz. Atualmente

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bancos e outros mobiliários, quase todos em péssimo estado de conservação.

Assim, apesar de todo crescimento da cidade, desde então o Parque da Luz permanece aberto e público, compondo um cenário paisagístico, ecológico, artístico e cultural, características indispensáveis aos dias atuais para que cidade (figura 4).

Figura 4 - Parque da Luz

Fonte: Associação Amigos do Parque da Luz (2017)

Como constatado durante a análise e pesquisa para a realização deste projeto, para que um parque urbano se torne bem sucedido é necessária a apropriação dos usuários no local em questão.

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2.3 MOBILIÁRIO URBANO

2.3.1 Conceito

A legislação brasileira, por meio da Lei 10.098/2000, define o termo mobiliário urbano como “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação” (BRASIL, 2000). Já a Associação Brasileira de Normas e Técnicas, que é a responsável pela elaboração das normas brasileiras (ABNT NBR, 1986), asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança, eficiência, e bem como respeito ambiental. Além disso, considera mobiliário urbano “todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantada mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1).

Essas normalizações, como um processo de formulação e aplicação de regras para solucionar problemas existenciais e até mesmo potenciais, estabelecem as condições que possibilitem que um produto, projeto ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, além de auxiliarem na autodisciplina dos agentes ativos dos mercados, ao simplificar os assuntos, visando à ordenação em um dado contexto. Ainda que diversos outros autores tenham conceitos e definições diferentes – inclusive sobre a designação do nome “mobiliário urbano” – este projeto, terá a ABNT como principal base teórica, visto que atua como Foro Nacional de Normalização, e assim sendo, se refere a mobiliário urbano como quaisquer elementos de diferentes escalas, implantados em espaços públicos e privados, cuja finalidade seja a de auxiliar na segurança, na orientação e no conforto dos usuários.

Segundo MOURTHÉ (1998, p.10,11): “A função do mobiliário urbano vai além de decorar a cidade, ao mesmo tempo em que sublinha que estes equipamentos não devem ser tomados como uma peça isolada, com uma função pacífica – e só”. Sendo assim, A distribuição de bancos, luminárias podem contribuir para incentivar uma relação mais positiva e animada entre os seus visitantes desses espaços. (KRAUEL, 2007)

Com objetivo de facilitar ainda mais o conceito de tais mobiliários, a ABNT (1986) juntamente com Freitas (2008), classificam esses objetos de acordo com seus critérios funcionais, sendo eles: circulação e transporte, cultura e religião,

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esporte e lazer, infraestrutura, segurança pública e proteção, abrigo, comércio, informação e comunicação visual, ornamentação da paisagem e ambientação urbana.

Além de classificar esses elementos em relação a sua função, Kohlsdorf (1996), também os incluí na categoria de elementos complementares e os classifica de acordo com a escala: elementos de informação apostos, pequenas construções, mobiliário urbano.

Com a classificação conforme o critério funcional, é possível ressaltar ainda mais a utilidade desses objetos nos espaços públicos, podendo também ser criadas categorias diferenciadas para cada um. Durante a análise de um conjunto mobiliário em relação à paisagem, a escala se torna essencial quando objetos interferem mais que outros em relação a sua dimensão.

2.3.2 Elementos da Urbanização

Para Serra (1998), entendem-se como elementos urbanos, elementos que possuem as seguintes características:

“são os elementos que, por sua extensão, podem oferecer uma visão unificada do território da cidade. Podendo incluir rampas de acesso, como um elemento comum da disposição urbana e aqueles que permitem a vedação de áreas públicas. Não incluímos a pavimentação, sobre a qual poderia ser escrito um livro inteiro, e que está em qualquer caso ligado ao desenho urbano de cada cidade.” (SERRA, 1998, p. 11)

Serra (1998) cita inúmeros exemplos de mobiliários, bancos, banquetas e cadeiras, fazendo parte da classificação de mobiliários de descanso, colunas de iluminação, postes, luz de parede e holofotes como mobiliários de iluminação, já nos elementos de jardinagem e água, caixas de flores, grades de árvores, protetores e fontes, são os exemplos mais comuns citados pelo autor. Além disso, elementos da comunicação e elementos comerciais, também fazem parte da composição urbana de uma cidade, um com objetivo de sinalizar, informar e/ou fazer algum tipo de propaganda, e o outro é considerado um grupo inteiramente composto por mobiliário urbano para uso comercial e privativo, tais como floriculturas, sorveterias, bares e mini mercados.

(37)

Ainda segundo Serra (1998), seguindo necessidades coletivas da sociedade, foi necessário desenvolver uma ocupação de espaço, e para isso criado agrupamentos de ocupação de território, comercialização de produtos, entre outros. Por isso, tornou-se necessária a organização desses elementos urbanos em locais públicos e privados, facilitando o conforto dos usuários, padronizando a paisagem e ainda servindo como função simbólica.

Apesar de muitas cidades ainda não julgarem de suma importância a preocupação com o desenho e a implantação desses elementos em sua distribuição, e ainda desconsiderar a relação dos mesmos com seus próprios usuários, a implantação do mobiliário urbano pode trazer maior complexidade ao ambiente e contribuir para a poluição visual das cenas urbanas (GUEDES, 2005, MOURTHÉ, 1998).

Em 1975 foi fundada a PPS, sigla utilizada para Project for Public Spaces, para expandir o trabalho de William (Holly) Whyte, autora de The Social Life of Small

Urban Spaces . Desde então, foram realizados tais projetos em mais de 3000

comunidades em 43 países e em todos os 50 estados dos EUA, tendo também mais de 900 pessoas em todo mundo que fazem parte do Conselho de Liderança

Placemaking, segundo o site pps.org (2017).

Segundo o site do grupo, pps.org (2017), o Project for Public Spaces (PPS) é uma organização sem fins lucrativos de planejamento, design e educação dedicada a ajudar as pessoas a criar e sustentar espaços públicos que criam comunidades mais fortes. A abordagem do grupo é pioneira de preparação ajuda os cidadãos a transformar seus espaços públicos em locais vitais que destacam os ativos locais, estimulam o rejuvenescimento e atendem às necessidades comuns.

Há mais de quatro décadas são discutidas quais características fazem de um lugar um bom espaço público pelo PPS. Em todo esse tempo, foi trabalhado com mais de 3.000 comunidades em 43 países do mundo, o que permitiu concordar com os principais atributos, sem deixar de lado o contexto local. As qualidades e suas medidas foram representadas em um diagrama, em espanhol, e que propõe quatro atributos principais: Sociabilidade, Usos e Atividades, Acessos e Ligações, e Conforto e Imagem (figura 5). Por sua vez, cada um inclui características intangíveis e critérios mensuráveis.

(38)

Figura 5 - Espaços Públicos PPS

Fonte: PPS (2009)

O Mission Dolores Park (figura 6), de acordo com o artigo “Ótimos Espaços Públicos”, localizado em San Francisco, tem colinas que propõe para os visitantes, aproveitar a visão da cidade. De acordo com a classificação do PPS, este lugar é um ótimo exemplo de parque local, onde é bastante comum ter eventos e festas, e que os visitantes praticam algum esporte, como basquete, tênis ou trekking. Além disso, sua localização torna um local de encontro atraente, porque é entre os distritos de Castro e Missão que, em termos históricos e culturais, são bastante opostos.

(39)

Figura 6 - Mission Dolores Park

Fonte: PPS ( 2009)

2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques

Para cada espaço existe uma necessidade diferente de preenchimento com elementos urbanos, no caso de parques, foca-se em elementos que torne o espaço convidativo, onde seja possível a realização de encontros, prática de esportes, atividades da comunidade como feiras, shows, aulas, entre tantas outras funções que possam ser executadas ao ar livre. Jacobs (2007) e a Organização não lucrativa Project for Public Spaces (2009), defendem que o maior indicativo de sucesso de um espaço público é a apropriação pelos usuários. Se usuários de diferentes grupos utilizam o parque, em horas distintas, para atividades distintas, o parque pode ser considerado bem sucedido. E para isso acontecer, é necessário uma administração e manutenção dos mobiliários presentes, de tempos em tempos.

Segundo o ArchDaily (2013), mobiliários urbanos tem função tão importante tanto esteticamente, quanto em relação a seu uso funcional, fazendo com que sua ausência seja imediatamente percebida pelas pessoas. E consequentemente transformar uma visita a um lugar em uma experiência negativa, muitas vezes fazendo com que não tenhamos vontade de voltar. Uma vez que as pessoas saem de suas casas, utilizam bancos, lixeiras e bicicletários – onde estes existem – e, à medida que escurece, se sentem mais seguras em ruas iluminadas. Atualmente, já

(40)

existe em muitos países uma preocupação em implantar nos espaços públicos equipamentos que, além de satisfazer as necessidades dos habitantes, sejam também um elemento estético, como mostram as figuras 7, 8 e 9:

Figura 7 - Bicicletário

Fonte: ArchDaily (2013)

Figura 8 - The Rolling Bench

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Figura 9 - Banco Comunitário

Fonte: ArchDaily (2013)

2.3.4 Iluminação Pública

Para Mascaró (2006) a iluminação do espaço público se deve de duas formas: com a luz natural que é proveniente do sol; e por meio artificial, através de postes, refletores, spots, luminárias e outros.

Postes, postes ornamentais, luminárias, relés, reatores, lâmpada e acessórios de iluminação, são os componentes mais utilizados quando se trata de luz artificial. Tendo como um de seus principais objetivos garantir a segurança do meio, uma iluminação também pode influenciar na paisagem esteticamente. Segundo Mascaró (2006), pode existir a iluminação diurna, que depende diretamente da iluminação solar e da abóbada celeste, proveniente de uma iluminação natural, e a iluminação de uma cena noturna, sendo o oposto da iluminação gerada por luzes naturais. A responsabilidade do embelezamento da cidade, atmosfera que valorizam e destacam lugares, edifícios e vias de circulação, fica totalmente nas mãos dos responsáveis pela criação dessa iluminação. Ainda segundo Mascaró (2006, p.16): “a aparência do recinto urbano é um componente importante na atração ou interesse

(42)

que gera a cidade para o desfrute de seus habitantes e visitantes”. Ou seja, quanto melhor desenvolvida sua funcionalidade e estética, melhor será a distribuição de seu fluxo luminoso, a composição estética da cidade e seu desenvolvimento em diversas áreas da economia.

Segundo Hollands e Sprengers (1994), em termos gerais as necessidades de luz dos usuários de espaços urbanos estão vinculadas à:

 Seguridade viária;

 Seguridade citadina;

 Orientação visual;

 Promoção turística ou comercial;

 Identidade, ambientação e recreação.

O grau de importância dessas necessidades dependerá das características e preferencias dos usuários em relação ao recinto urbano onde se desenvolvam suas atividades (HOLLANDS; SPRENGERS, 1994).

No caso do Parque da Luz, a falta de segurança devido a pouca iluminação na parte interna do parque, faz com que o resultado seja o oposto do esperado com uma iluminação eficiente. Para Mascaró (2006):

“Ilumina-se o ambiente à noite para alcançar certos objetivos sociais (ou econômicos), que incluem segurança, apoio ao desenvolvimento, destaque às áreas históricas ou espaços verdes públicos ou para enviar mensagens.” (MASCARÓ, 2006, p.23)

Para Mascaró (2006) e Jacobs (2007), a iluminação faz com que as pessoas fiquem mais atentas a todos os movimentos, pois tendo um campo de visão iluminado é possível influenciar em relação ao nível de segurança do frequentador do espaço em questão. Além disso, principalmente na parte noturna do dia, poderá influenciar as pessoas a movimentarem e frequentarem mais o local por consequência da segurança, tornando o lugar mais agradável, ainda que inconscientemente.

Em um parque, segundo Mascaró (2006) o projeto de iluminação tem que levar em conta a visão tridimensional, ou seja, é preciso projetar para os três

(43)

campos de visão. A autora ainda indica que um planejamento da iluminação pública, deve-se levar em consideração, além da visão tridimensional, a distância do ponto de luz e as superfícies verticais e também a perspectiva longitudinal dos pontos de iluminação.

Feito todo o planejamento e execução do projeto de iluminação, levando em conta também a localização, usuários, clima, e vegetação, conclui-se que as luzes artificiais se tornam essenciais para um espaço urbano como um parque, consequentemente tornando um espaço ainda mais agradável e seguro.

Em relação ao tratamento e características de iluminanção para cada zona variam de acordo com as necessidades dos usuários:

“as características urbanas das zonas residenciais guardam certas similitudes com a iluminação viária já que contam com as ruas internas mas apresentam importantes diferenças construtivas, urbanas e funcionais.” (Mascaró, 2006, p.124)

(44)

3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN

Para o projeto do mobiliário urbano foram seguidas as etapas propostas por Lobach (2001) como apresentado no primeiro capítulo. Os resultados das etapas são apresentados a seguir.

3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA

Para a análise do problema, foram realizadas as atividades de coleta de dados, como: entrevistas, observação e análise de mercado.

3.1.1 Entrevista

Foi realizada uma enquete junto aos frequentadores do Parque da Luz, buscando identificar as necessidades destes usuários, além de obter informações para o desenvolvimento de um mobiliário urbano para o Parque, que aumente a frequência de visitação.

A enquete foi feita através de entrevistas individuais com 17 pessoas, sendo 10 homens e 7 mulheres, frequentadores do parque, escolhidas de forma aleatória, no dia 20 de julho de 2017, durante o período da tarde. O roteiro da entrevista encontra-se no apêndice A.

Em termos de perfil, percebemos que a maioria dos entrevistados (68%) tem mais de 31 anos, sendo que 54% tem mais de 46 anos, conforme demonstra o Gráfico 1. Grande parte destes entrevistados (45%) são moradores da região (Centro da cidade), ou seja, frequentam o local por estarem próximos. Ao mesmo tempo, temos uma boa parte de frequentadores que moram em bairros distantes, o que nos mostra uma boa diversidade de público com relação ao seu local de moradia, como mostra o Gráfico 2.

(45)

Gráfico 1 - Idade dos entrevistados

Fonte: O Autor (2017)

Gráfico 2 - Onde residem

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Percebe-se também um índice elevado de frequência ao Parque, ao observarmos que quase a metade dos entrevistados visita o local diariamente (gráfico 3), e apenas 14% respondeu visitar o Parque apenas nos finais de semana. Temos aqui um público que apresenta um alto índice de fidelidade de frequência ao local, que se mostram conhecedores do Parque. Reforça este fato o tempo de permanência no local, já que boa parte das pessoas afirma ficar no parque por um tempo em torno de 1 hora (70%), de acordo com o gráfico 4.

Gráfico 3 – Frequência de visitação

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Gráfico 4 - Quantas horas passam no local

Fonte: O autor (2017)

A convivência compartilhada também é evidente na enquete, onde 70% dos entrevistados afirmam visitarem o Parque acompanhados, mostrando a vocação do local para a sociabilidade, como mostra o gráfico 5.

(48)

Gráfico 5 - Com quem frequentam

Fonte: O autor (2017)

A importância que o público dá para a iluminação do local fica clara nos gráficos 6 e 7. Perguntados sobre que tipo de mobiliário sente mais falta no local, a grande maioria (62%) respondeu iluminação, uma clara demonstração da preocupação com fatores como segurança, conforto e tranquilidade nos passeios. Além disso, 77% afirmam que passariam a frequentar mais o Parque caso fosse melhorada a questão da iluminação.

(49)

Gráfico 6 - Quais mobiliários urbanos sentem mais falta

Fonte: O autor (2017)

Gráfico 7 - Visitariam o parque com mais frequência se houvesse a implantação desse mobiliário.

(50)

3.1.2 Observação

Através da técnica de observação, é possível extrair informações de grupos e situações que com outros tipos de técnicas talvez não fosse possível ou tornaria um ato mais complexo. A observação atenta dos detalhes coloca o pesquisador dentro do cenário de forma que ele possa compreender a complexidade dos ambientes psicossociais, ao mesmo tempo em que lhe permite uma interlocução mais competente (ZANELLI, 2002).

Sendo assim, foi através dessa técnica, na tarde do dia 17 de agosto de 2017 por volta das 17:00, com um caderno e caneta que foram realizadas as constatações a seguir.

As pessoas em sua maioria se direcionavam ao parque com roupas despojadas, aparentemente após chegarem em casa de um dia de trabalho. Além disso, algumas estavam com roupas de academia, tendo como intuito se exercitar ou se alongar nos poucos mobiliários próprios para tais atividades. Quem não estava com objetivo de se exercitar ficava durante um período mais curto de tempo, enquanto os atletas realizavam corridas, caminhadas ou alongamentos.

Outros grupos de pessoas tinham como objetivo dar uma caminhada com seu animal de estimação, sendo cachorros em sua unanimidade. Essas pessoas permaneciam por mais tempo no parque, pois se juntavam com outros donos de animais, ficando para uma conversa e deixando os cachorros soltos para passear e brincar.

Algumas pessoas passavam pelo parque simplesmente por parecer caminho mais agradável do que a beira de uma calçada, e onde algumas delas encontravam conhecidos e acabavam ficando um pouco mais tempo do que o pretendido.

Mais para o fundo do parque havia dois ou mais moradores de rua, que permaneceram sentados nos bancos de madeira que existem do outro lado do degradado campinho de futebol.

Os mobiliários existentes são pouco convidativos, tão pouco exercem sua verdadeira função. Bancos quebrados ou sujos, lixeiras enferrujadas e sem sacos para o lixo, playground infantil sem segurança e por fim, a falta de iluminação necessária para a permanência no parque após as 19:00.

(51)

A maioria das pessoas deixou o local assim que começou a escurecer. Poucas outras chegaram para passear com seus cães, e menos ainda para caminhadas ou exercícios.

3.1.3 Análise de similares

Lobach (2001) define a análise do mercado como a etapa em que são reunidos e analisados todos os produtos da mesma classe oferecidos ao mercado, que fazem concorrência ao novo produto. Sendo assim, o quadro 2 a seguir

apresenta uma análise de 3 concorrentes diretos do produto.

Quadro 2 - Similares e Concorrentes.

TABELA DE SIMILARES/CONCORRENTES PRODUTO CARACTERÍSTICAS PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS VALOR Luminária Sustentável

Possui uma placa fotovoltaica de 70W que capta a luminosidade do sol e a transforma em energia, armazenada, então, em uma bateria. As doze lâmpadas de LED ligadas à bateria são acionadas de forma automática, por um sensor. Resistência de sua estrutura e na capacidade de embutir a placa solar fotovoltaica. Processo de alto custo. R$ 3.291,54. Árvore Solar O poste é equipado com células fotovoltaicas que transformam a luz do sol em eletricidade. Em formato de árvore, o poste tem

20 hastes verdes com painéis solares e galhos de LED. As luzes se acendem automaticamente quando escurece. Capacidade para fornecer luminosidade durante três dias, design premiado. Processo de fabricação de alto custo. Não encontrado.

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Luminária Solar

Processo de sistema de captação de energia solar que se

instala na cobertura e distribui a energia. Iluminam de maneira ecológica e gratuita. Pouca durabilidade ao ficaram expostos as condições climáticas, não são laváveis, frágeis. R$ 27,00/ R$50,00

Fonte: Adaptado de Ambiente Sustentável (2012) e Blog da Engenharia (2017)

A seguir, as luminárias citadas anteriormente são apresentadas nas figuras 11, 12 e 13:

Figura 10 – Luminária Sustentável.

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Figura 11 – Árvore solar.

Fonte: Ambiental Sustentável (2012)

Figura 12 – Luminária solar

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Analisando os dados do quadro 2, todas usam o sistema de captação de luz solar, iluminando de maneira ecológica e gratuita. Pode-se perceber que precisam ser resistentes se forem ficar expostas a condições climáticas, como é o caso de uma área externa.

Atualmente as luminárias que se encontram nos parques de Florianópolis, são as apresentadas no quadro 3. Como pode ser notado, nenhuma possuí material ecológico e energia renovável, além de ter um design pouco explorado. Não foi possível encontrar o material utilizado para a fabricação das mesmas, por isso, os materiais descritos ali são apenas uma suposição pelo que a autora conseguiu perceber em análise visual.

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Quadro 3 – Concorrentes de Florianópolis

(56)

3.1.4 Requisitos de Projeto

Com a análise do problema, foi possível chegar nos seguintes requisitos de projetos:

 Melhorar questões de segurança que o parque enfrenta;

 Não interferir na estética do parque;

 Ter a Ponte Hercílio Luz como conceito principal;

 Resistir a interperes;

 Ser de material ecológico;

 Ter energia renovável.

Como o Parque da Luz está localizado na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, foi decidido usar a mesma como conceito para o desenvolvimento deste projeto.

Segundo as entrevistas realizadas no local, os entrevistados relataram que uma luminária seria o objeto de maior necessidade para o local, visto que hoje apenas os postes da rua Felipe Schmidt cumprem o papel de iluminar o parque.

Como o Parque da Luz é localizado na parte central da cidade, além de ser usado por pessoas do bairro para lazer, ele também é considerado um parque de passagem. Por essas razões, o design da luminária não pode interferir na sua estética, para que os frequentadores não percam a identidade trazida inicialmente pelo Parque da Luz.

Como todos os produtos, além de sua função estética, sua parte funcional é de suma importância, por isso, seu material foi escolhido de forma que tenha o menor impacto ambiental possível, tornando o mobiliário ecológico. Além desse critério, a resistência as temperaturas e condições climáticas também são indispensáveis para este produto, pelo fato de que será implantado para área externa.

A escolha de materiais ecológicos e energia renovável tem como objetivo conscientizar ainda mais a população e mais precisamente os usuários do parque, para que tenham um exemplo de solução ecológica o mais perto possível do dia a dia das mesmas.

(57)

3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Para a geração de alternativas, definiu-se como o conceito do produto uma das simbologias mais marcantes para Florianópolis, a Ponte Hercílio Luz. Após da definição do conceito do produto, iniciaram-se os primeiros estudos que darão forma à luminária. No processo de criação da geração de alternativas foram utilizados painéis de imagens, como os painéis semântico de estilo de vida, expressão do produto e tema visual, que são quadros que tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento de produtos, através de imagens que expressam contexto e sentimentos associados ao projeto.

Com o painel de estilo de vida (figura 13), foi possível observar o estilo de vida dos usuários do parque, que serviram como fonte de pesquisa e inspiração para a criação de uma nova proposta de luminária.

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Figura 13 – Painel de estilo de vida.

Fonte: O autor (2017)

Já no painel semântico 02 (figura 14), foram coletadas imagens em relação ao conceito do produto em questão. Fontes de inspiração como o meio ambiente, símbolos locais, ecologia, entre outros.

Neste caso, o principal conceito do produto foi a Ponte Hercílio Luz. Foi através dela que as formas e desenho do produto final serão desenvolvidas. O apelo ecológico do produto se dará através do uso de materiais ecológicos e para isso foi

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