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Trata-se de Reclamação Trabalhista onde postula o Autor o pagamento dos consectários legais alinhados às fls. 03/04 dos autos.

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PROCESSO Nº 0000779-86.2011.5.19.0010 (RECLAMAÇÃO TRABALHISTA) SENTENÇA VISTOS, ETC. I - RELATÓRIO:

Trata-se de Reclamação Trabalhista onde postula o Autor o pagamento dos consectários legais alinhados às fls. 03/04 dos autos.

Regularmente notificada, a reclamada compareceu à audiência inaugural e após rejeitar proposta de conciliação apresentou defesa, contestando os fatos apresentados na inicial. Juntou documentos.

Réplica não apresentada.

Em audiência de prosseguimento, o autor restou ausente. Sem mais provas ou requerimentos, a instrução foi encerrada.

Razões finais da Reclamada, renovadas; do autor, prejudicadas. Malograda a segunda tentativa conciliatória.

É o Relatório. Decide-se. II - FUNDAMENTAÇÃO:

1.DO MÉRITO:

Pugna o Reclamante pelo pagamento dos consectários legais advindos da rescisão do respectivo pacto de trabalho, à míngua de quitação por parte da empresa.

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Esta, por sua vez, argumenta serem indevidos, em virtude do correspondente pagamento.

A despeito de sua afirmação, contudo, deixou de carrear aos autos as provas de suas alegações.

Quanto à aludida ocorrência de força maior, esta não se configura, pois para o fechamento do estabelecimento empresarial não se reputa ausente o requisito da imprevisibilidade. Além disso, tal instituto não tem o condão de transferir para o empregado o risco do empreendimento, conforme já sedimentado pelo TST. Precedente: PROC. TST Nº3.019/2002-201-02-00.0, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, pub.03.02.2006.

Frise-se, ademais, que o fechamento da atividade empresarial não pode ser visto como acontecimento inevitável, que independa da vontade do empregador ou para o qual não tenha concorrido direta ou indiretamente. Qualquer empreendimento comercial está sujeito à falência, desde que fundado na presunção de insolvência, que por sua vez deriva da impontualidade do devedor comerciante. Geralmente o acontecimento é associado à má administração do empreendimento, causa perfeitamente evitável e jamais pode ser equiparado à força maior, que em sua gênese traduz acontecimento provocado por força externa independente da vontade do agente (empregador).

Outrossim, a Consolidação das Leis do Trabalho assegura aos trabalhadores os direitos

oriundos do contrato de trabalho em caso de falência, recuperação judicial ou dissolução da empresa (art. 449).

Nesse sentido, registrem-se os seguintes precedentes: TST-RR-251/2000-314-02-00.9, 2ª Turma, Rel. Min. José Simpliciano Fontes

de F. Fernandes, DJ 5.8.2005; TST-RR-761.279/2001.6, 5ª Turma, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, DJ 27.2.2004; TST-RR-816.266/2001.4, 3ª Turma, Rel.ª Min.ª Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DJ 21.3.2003;

TST-RR-22.742/2001-651-09-00.8, 3ª Turma, Rel.ª Juíza Convocada Wilma Nogueira de A. Vaz da Silva, DJ 7.11.2003; e TST-RR-814.296/2001.5, DJ 27/9/2002, Rel. Min. Barros Levenhagen, este último assim ementado:

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À guisa do exposto e à falta de prova regular de pagamento, defere-se ao autor os seguintes pleitos: aviso prévio indenizado, salário em atraso do mês de dezembro de 2009, saldo salarial de 15 dias referente ao mês de janeiro de 2010, férias vencidas, simples e proporcionais, ambas com 1/3, 13º salários de 2009, 13º proporcional de 2010 (01/12, referente a integração do aviso prévio no tempo de serviço, conforme alude o artigo 487 da CLT)e diferenças de FGTS mais 40%, autorizando-se a correta dedução das parcelas fundiárias efetivamente pagas bem como aquelas oportunamente sacadas pelo obreiro. Indefere-se o pleito de multa dos artigos 467 e 477 da CLT ante a controvérsia das presentes questões, somente agora dirimida através desta Decisão. Base remuneratória de R$ 612,00( seiscentos e doze Reais).

No que pertine ao pedido de cesta básica, o reclamante não comprovou o fundo do respectivo direito, ou seja, o dispositivo legal em que confere obrigatoriedade à reclamada para o fornecimento da verba. Dessa forma, entendendo-se que se tratou de verba paga por mera liberalidade, indefere-se o pleito.

Em relação às horas extras pleiteadas, com acréscimos de 50 e 100%, inclusive intervalos não concedidos e dobras de domingos e feriados, a empresa aduziu o completo pagamento de tais verbas, argumentando ainda que procedeu a completa compensação das horas extraordinárias realizadas, nos termos do sistema de banco de horas previsto no Acordo Coletivo que vigorou entre as partes.

A empresa acostou os controles de horário, contudo, o Reclamante deixou passar in albis o prazo para impugnar as assertivas patronais, situação que acarreta a procedência da tese da Ré.

Além disso, o Reclamante em audiência instrutória não compareceu, deixando também de apresentar provas orais acerca de sua tese.

De qualquer modo, observa o juízo do apontamento dos cartões de ponto anexos que a jornada realizada pelo obreiro atendia às oito horas normais de labor, havendo dias em que havia execução de jornada a maior e outros dias em que a execução da jornada era a menor, constatando-se ainda a ausência do apontamento de jornada em outros dias, situação que evidencia a procedência da tese empresarial quanto à existência de compensação de jornada laboral.

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Sendo assim, e por outro lado, sucumbindo o autor ante o respectivo ônus que lhe pertencia quanto à eventual contraprova, julgo indeferido o pleito de horas extras, incluindo aquelas referentes aos intervalos supostamente não concedidos e as dobras de domingos e feriados postulados. O mesmo se diga quanto aos reflexos postulados.

Presentes a assistência sindical, bem como os demais requisitos para o deferimento dos honorários de sucumbência, quais sejam, a hipossuficiência econômica dos autores e a percepção de remuneração inferior a dois salários mínimos, deferem-se os honorários sindicais, no percentual de 15% sobre o valor da condenação. Incidência do entendimento preconizado nas Súmulas 219 e 329 do TST.

Procedente em parte a Reclamação, prejudicada a análise do pedido de concessão de justiça gratuita.

III - CONCLUSÃO:

Pelo exposto, ante as razões acima traçadas, julga-se PROCEDENTE EM PARTE a Reclamação Trabalhista proposta por JOSÉ ROBERTO LIMA DE OLIVEIRA em face de FÁBRICA CARMEM FIAÇÃO E TECELAGEM S/A para condenar esta a pagar àquele os seguintes títulos: aviso prévio indenizado, salário em atraso do mês de dezembro de 2009, saldo salarial de 15 dias referente ao mês de janeiro de 2010, férias vencidas, simples e proporcionais, ambas com 1/3, 13º salários de 2009, 13º proporcional de 2010 (01/12, referente a integração do aviso prévio no tempo de serviço, conforme alude o artigo 487 da CLT) e diferenças de FGTS mais 40%, autorizando-se a correta dedução das parcelas fundiárias efetivamente pagas bem como aquelas oportunamente sacadas pelo obreiro.

Tudo em fiel observância à Fundamentação supra, a qual passa a integrar o presente Dispositivo como se nele estivesse transcrito.

Custas, no valor de R$ 174,66 , a cargo da Reclamada, calculadas sobre o valor da condenação ora arbitrada em R$ 8.733,02, decorrente da presente sentença líquida, conforme planilha de cálculo em anexo que para todos os efeitos faz parte integrante deste Dispositivo, e onde restam acrescidos juros e correção monetária na forma do artigo 459 da CLT e Súmula 381/TST. Base remuneratória acima fixada.

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A respectiva quantia referente à obrigação de pagar deverá ser paga e comprovada em juízo, no prazo de 48h após o trânsito em julgado, independente de mandado, sob pena de execução.

Honorários sindicais, no percentual de 15% sobre o valor da condenação, a cargo da Ré.

Em caso de descumprimento do prazo acima, o valor da condenação deverá ser atualizado até a data do efetivo pagamento, com incidência da multa e dos juros de mora, na forma da Lei 8.177/91 (art. 39, § 1º).

Na forma do artigo 114, VIII, da Constituição da República, deve o demandado principal comprovar o recolhimento das contribuições sociais, cota do empregado - a ser deduzida de seu crédito - e do empregador, incidentes sobre as verbas salariais decorrentes da condenação (não há tributação sobre os valores de multa, de FGTS, títulos indenizatórios e demais parcelas excluídas pelo art. 28, §9º, da Lei 8.212/91 e Decreto 3.048/99, art. 214, §9º), sob pena de execução dos respectivos valores, execução na qual não se estende à Litisconsorte.

Após a dedução da contribuição previdenciária devida (parte do empregado), autoriza-se a dedução e o recolhimento dos valores devidos a título de IRPF, que por sua vez incide sobre as mesmas verbas salariais já apontadas, nos termos do artigo 46 da Lei 8.540/96 e de acordo com os Provimentos n. 01/96 e 03/2005 da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho e alterações posteriores.

Intime-se a União Federal através da Procuradoria Geral Federal em Alagoas.

Ciente a Reclamada (Súmula 197/TST).

Intime-se o Reclamante através de seu causídico.

Maceió, 12 de janeiro de 2012.

E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei.

_________________________________________________

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_________________________________________________ MARCOS JOSÉ DOS SANTOS- Diretor(a) de Secretaria

Referências

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