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Estudo de sistemas bidimensionais: nanofitas de carbono

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Academic year: 2021

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Universidade Federal Fluminense

Centro de Estudos Gerais

Instituto de F´ısica

Gradua¸

ao em F´ısica

Renan Bento Ribeiro Campos

Estudo de sistemas bidimensionais: nanofitas de carbono

Niter´

oi-RJ

2017

(2)

C198 Campos, Renan Bento Ribeiro.

Estudo de sistemas bidimensionais: nanofitas de carbono / Renan Bento Ribeiro Campos ; orientador: Marcos Sergio Figueira da Silva. –- Niterói, 2017.

41 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Física) – Universidade Federal Fluminense. Instituto de Física, Niterói, 2017.

Bibliografia: f. 40-41.

1.GRAFENO. 2.FUNÇÃO DE GREEN. 3.NANOFITA. 4.OLIGOACENO. I.Silva, Marcos Sergio Figueira da, orientador.

II.Universidade Federal Fluminense. Instituto de Física,

Instituição responsável. III.Título.

(3)

iii Renan Bento Ribeiro Campos

M ´ETODO

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Programa de Gradua¸c˜ao em F´ısica do Instituto de F´ısica da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Bacharel em F´ısica.

Orientador: Prof. Dr. MARCOS SERGIO FIGUEIRA DA SILVA

Niter´oi-RJ 2017

(4)

iv Renan Bento Ribeiro Campos

M ´ETODO

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Programa de Gradua¸c˜ao em F´ısica do Instituto de F´ısica da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Bacharel em F´ısica.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. MARCOS SERGIO FIGUEIRA DA SILVA - Orientador UFF

Prof. Dr. EVANDRO VIDOR LINS DE MELLO UFF

Prof. Dr.GEORGE BALSTER MARTINS UFF

Niter´oi-RJ 2017

(5)

v

Este trabalho ´e dedicado `a meu pai Arthemio Pereira Campos.

(6)

vi

Agradecimentos

A Minha fam´ılia por ter me dado todo o suporte durante minha vida. Principalmente `a minha m˜ae e meus av´os pela minha cria¸c˜ao, e a minha av´o Lygia, por me proporcionar educa¸c˜ao em uma ´otima institui¸c˜ao ensino, assim me proporcionando o maior bem que algu´em pode ter, o conhecimento;

A todos os meus amigos que me proporcionaram divers˜ao e amizade durante v´arios momentos da minha vida, em especial, ao Renan Lira que entrou junto comigo na faculdade e sempre me ajudou a estudar, ao Matheus e ao Eduardo que s˜ao meus amigos desde crian¸ca;

Ao professor Marcos Sergio Figueira da Silva, pela orienta¸c˜ao durante a maior parte da faculdade, por nunca desistir de mim, sempre me apoiar quando eu mesmo n˜ao tinha mais for¸cas para continuar e ´e claro pela confec¸c˜ao deste trabalho;

(7)

vii

Resumo

Ap´os a obten¸c˜ao experimental do grafeno [1], que ´e uma estrutura do tipo colmeia formada por uma ´unica camada de ´atomos de carbono, a busca por outros materiais monocamada tornou-se um dos campos mais ativos em f´ısica da mat´eria condensada. Outros exemplos de materiais de camada simples de ´atomos s˜ao: siliceno, germaneno e estaneno, que s˜ao estruturas do tipo colmeia de monocamada de sil´ıcio, germˆanio e estanho, respectivamente [2]. Se espera que estes materiais exibam alguma forma de comportamento tipo isolante topol´ogico, onde os estados de borda s˜ao protegidos pela topologia [3]. O primeiro passo na dire¸c˜ao do estudo destes sistemas, ´e a deriva¸c˜ao anal´ıtica das fun¸c˜oes de Green [FG] para o grafeno e para as nanofitas de ambos os tipos de estrutura: “armchair”(poltrona) e “zig-zag”. Apresentamos resultados para a densidade de estados de nanofitas do tipo “poltrona” com qualquer valor de largura N e para o tipo ”zig-zag”com N=2, que forma uma cadeia linear do tipo colmeia . Esta ´ultima estrutura est´a intimamente relacionado com a fam´ılia de materiais conhecida como oligoacenos, que s˜ao cadeias finitas de mol´eculas orgˆanicas de an´eis de benzeno [4]. No caso discutido para a nanofita do tipo zigzag com N = 2, a densidade de estados apresenta um comportamento met´alico com um pico duplo na energia de Fermi.

(8)

viii

Abstract

After the experimental realization of graphene [1], which is a monolayer honeycomb structure of carbon atoms, the search for other monolayer materials became one of the most active fields in condensed matter physics. Other examples of promising monolayer materials are silicene, germanene and stanene, which are monolayer honeycomb structures of silicon, germanium and tin, respectively [2]. Those last materials are expected to exhibit topological insulator behavior, which is characterized by an insulating gap in the bulk accompanied by topologically protected gapless edge states [3]. Our first step in the direction of the study of these systems, is the analytical derivation of graphene Green’s functions [FG] nanoribbons for both types of structures: “armchair” and “zig-zag”. We present results for the density of states of “armchair” nanoribbons with any value of width N and for N = 2 “zig-zag” nanoribbon, which forms a honeycomb chain. This last structure is closely related to the oligoacenes which are organic molecules that consist of fused benzene rings chains [4]. As the number of fused molecular units increases, the optical gap either approaches a constant value or vanishes. In the former case, the infinite chain is a band insulator and in the latter it is a metal. In the case presented here, the N = 2 infinite “zig-zag” nanoribbon presents a metallic behavior with a double peak at the Fermi energy.

(9)

Lista de Figuras

1.1 O Diamante (a direita) ´e uma rede cristalina formado de ´atomos de carbono. Algumas de suas caracter´ısticas s˜ao: Translucidez e dureza . j´a o grafite ( a esquerda) s˜ao planos empilhados formados por redes hexagonais de carbono, suas principais caracter´ısticas s˜ao:

flexilidade e opacidade. Um ´unico plano deste ´e denominado Grafeno. . . 1

1.2 buckball (C60) a esquerda e nanocebola a direita . . . 2

1.3 O primeira nanotubo representado na imagem acima, ´e a termina¸c˜ao do tipo armchair seguido das termina¸c˜oes zig-zag e chiral. Na figura `a esquerda ´e a representa¸c˜ao pict´orica das nanofitas do tipo armchair e zigzag . . . 3

1.4 Estruturas derivadas do grafeno. . . 4

2.1 Descri¸c˜ao da rede . . . 5

2.2 Primeira zona de Brillouin . . . 6

2.3 Estrutura do grafeno . . . 9

2.4 Estrutura de bandas do grafeno. . . 11

2.5 Estrutura de bandas do grafeno apenas para ES positivo. Vemos que pr´oximo da ener-gia de Fermi existem seis pontos onde ES positivo e negativo se tocam formando seis cones. As energias desse gr´afico est˜ao em unidades do “hopping” t, onde usamos t = 1. Experimentalmente o termo de hopping ´e aproximadamente igual a t = −2.7eV [12]. . . . 12

2.6 Cone de Dirac . . . 15

3.1 Nanofita do tipo zigzag com N=2 (onde N ´e o numero de s´ıtios na transversal da nanofita) 20 4.1 (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N = 4. Na figura observamos que existe uma gap de energia em torno da energia de Fermi, que em nossos c´alculos sempre estar´a localizado em zero, o que mostra que essa nanofita ´e isolante. . . . 24

4.2 (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N=8. Na figura observamos que agora existe uma densidade de energia diferente de zero em torno da energia de Fermi. Isso mostra que essa nanofita ´e condutora. . . 25

4.3 (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N = 100. Na figura observamos que existe um pseudogap (quando a banda de valˆencia e a banda de condu¸c˜ao se ligam atrav´es de apenas um ponto) de energia em torno do potencial qu´ımico o que mostra que essa nanofita tende para um isolante a temperatura nula. . . 26

(10)

x 4.4 (Color online)Densidade de estados para uma nanofita infinita. . . 27 4.5 (Color online)Densidade de estados obtida analiticamente para uma nanofita do tipo zigzag

com N=2. . . 28 4.6 (Color online)Densidade de estados obtida numericamente para uma nanofita do tipo zigzag

(11)

Sum´

ario

Agradecimentos vi Resumo vii Abstract viii Lista de Figuras ix 1 Introdu¸c˜ao 1 2 Estrutura de bandas 5

2.1 C´alculo da estrutura de bandas do grafeno . . . 5 2.2 Equa¸c˜ao de Dirac . . . 12 2.3 Estudo da dispers˜ao em torno dos pontos de Dirac . . . 14

3 C´alculos anal´ıticos 16

3.1 C´alculo anal´ıtico da nanofita armchair . . . 16 3.2 C´alculo anal´ıtico da nanofita zigzag para N=2 . . . 19

4 Resultados 24

5 Conclus˜oes e sugest˜oes para trabalhos futuros 29

(12)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

Durante muitos anos, os cientistas acreditaram que s´o existiam duas possibilidades de arranjo dos ´atomos de carbono de modo a formar estruturas cristalinas est´aveis: o diamante e o grafite. A press˜ao ambiente o grafite ´e mais est´avel do que o diamante, por´em a altas press˜oes e temperaturas ´e poss´ıvel produzir diamante sint´etico a partir de ligas de carbono ou grafite. Quanto as propriedades f´ısicas, o grafite ´e um bom condutor e male´avel, ao passo que o diamante ´e isolante e extremamente duro.

Figura 1.1: O Diamante (a direita) ´e uma rede cristalina formado de ´atomos de carbono. Algumas de suas caracter´ısticas s˜ao: Translucidez e dureza . j´a o grafite ( a esquerda) s˜ao planos empilhados formados por redes hexagonais de carbono, suas principais caracter´ısticas s˜ao: flexilidade e opacidade. Um ´unico plano deste ´e denominado Grafeno.

Nas figuras acima apresentamos uma representa¸c˜ao pict´orica do grafite e do diamante. Ambos os materiais s˜ao formados somente por ´atomos de carbono, por´em estes ´atomos no grafite se distribuem em planos paralelos na forma de uma rede colmeia, onde os ´atomos de carbono formam hex´agonos regulares. Nessa estrutura os planos de carbono, deslizam facilmente uns sobre os outros, o que explica a facilidade de fazer pontas em l´apis, uma vez que suas pontas s˜ao de grafite. Em 1946 P. R. Wallace [5] propˆos o modelo te´orico para a estrutura de bandas de apenas uma camada de grafite utilizando o m´etodo de liga¸c˜oes fortes (tight binding) de aproxima¸c˜ao. Assim simulando um novo tipo rede cristalina em duas dimens˜oes. No diamante o arranjo de ´atomos de carbono ´e completamente diferente, s˜ao formadas por

(13)

2 uma rede c´ubica de face centrada com dois ´atomos na base, formando um arranjo bastante compacto de ´

atomos.

A partir de 1985, a situa¸c˜ao mudou completamente com a descoberta de uma nova forma alotr´ o-pica do carbono [6], chamada inicialmente de buckminsterfullerene ou buckball (C60), pois tem a exata forma de uma bola padr˜ao de futebol, composta de 12 pent´agonos e 20 hex´agonos, totalizando 60 v´ertices, tendo em cada um deles um ´atomo de carbono. Posteriormente, a medida que as pesquisas continua-ram novas formas alotr´opicas do carbono foram sintetizadas como as nanocebolas formadas por v´arias camadas fechadas de carbono de acordo com a figura abaixo. Na medicina pode ser usado para catalizar enzimas, captar radicais, antioxidantes e drug delivery (transporte de componentes farmacˆeuticos)[7]. Abaixo apresentamos uma representa¸c˜ao desses novos sistemas:

Figura 1.2: buckball (C60) a esquerda e nanocebola a direita

Um outro tipo de sistemas sintetizados recentemente s˜ao os nanotubos de carbono (NTC). Exis-tem trˆes tipos de nanotubos de carbono, eles podem ser obtidos a partir do enrolamento de uma folha de grafeno, dependendo da forma como essa folha ´e enrolada podemos obter tipos de nanotubos diferentes: zigzag, armchair e chiral, assim como nanotubos de parede simples, com uma ´unica camada de ´atomos de carbono ou de paredes m´ultiplas com varias camadas de ´atomos de carbono. A primeira observa¸c˜ao dos nanotubos de carbono foi feita por Radushkevich e Lukyanovich, atrav´es de imagens de microscopia de transmiss˜ao de el´etrons, e publicada no Soviet Journal of Physical Chemistry em 1952 [8]. Posteriormente tamb´em foram observados em 1976 por Endo [9], por´em somente a partir do trabalho Iijima [10] em 1991 ´e que a comunidade cient´ıfica se interessou pelo tema e come¸cou a estudar seriamente esses novos sistemas Um segundo marco importante nessa ´area foi o isolamento experimental de uma ´unica camada de grafite, tamb´em chamada de grafeno. At´e 2004 n˜ao se tinha conseguido fazer o isolamento experimental de um plano de grafite, por´em o grupo de Andre K. Geim e Konstantin S. Novoselov [11] tiveram sucesso em produzir, isolar, identificar e caracterizar as propriedades do grafeno. Eles usaram uma maneira simples, por´em efetiva de esfolia¸c˜ao mecˆanica para extrair as folhas de grafite (Grafeno) utilizando fita adesiva e as depositando em um substrato de sil´ıcio. O grafeno puro ´e um semicondutor de gap nulo

(14)

3

Figura 1.3: O primeira nanotubo representado na imagem acima, ´e a termina¸c˜ao do tipo armchair seguido das termina¸c˜oes zig-zag e chiral. Na figura `a esquerda ´e a representa¸c˜ao pict´orica das nanofitas do tipo armchair e zigzag

ou semimetal, (as bandas de valˆencia e de condu¸c˜ao tem apenas um ponto de interse¸c˜ao). A ausˆencia de um pequeno gap de energia ´e um problema e se quisermos utilizar materiais a base de grafite na constru¸c˜ao de dispositivos nanoeletrˆonicos para aplica¸c˜oes tecnol´ogicas temos que ser capazes de gerar um pequeno gap de energia, o que transforma o sistema em um semicondutor. Os sistemas graf´ıticos que apresentam essa caracter´ıstica s˜ao as nanofitas de carbono, que s˜ao obtidas a partir de cortes em folhas de grafeno privilegiando uma certa dire¸c˜ao e gerando bordas bem definidas. O principal objetivo desse trabalho de conclus˜ao de curso ´e o estudo te´orico das nanofitas de carbono e sua aplica¸c˜ao na constru¸c˜ao de nano dispositivos. Nesse trabalho iremos considerar os dois tipos mais importantes de nanofitas, os tipos armchair e zigzag.

Todas as estruturas citadas, excluindo o diamante podem ser sintetizadas a partir do grafeno como mostra a Fig. 1.4. A primeira forma alotr´opica acima das outras formas na Fig. 1.4 ´e o grafeno e podemos observar que com a mudan¸ca do contorno podemos formar trˆes estruturas diferentes. A primeira estrutura da esquerda para a direita ´e a Buckball (C60), a segunda ´e um nanotubo e a terceira s˜ao v´arios planos empilhados esta estrutura ´e conhecida como grafite.

(15)

4

Figure 1. C60 fullerene molecules, carbon nanotubes, and graphite can all be thought of as being formed from graphene sheets, single layers of carbon atoms arranged in a honeycomb lattice.13

It should be mentioned that graphene-like structures were already known of since the

1960’s

but there were experimental difficulties in isolating single layers in such a way

(16)

Cap´ıtulo 2

Estrutura de bandas

2.1

alculo da estrutura de bandas do grafeno

O primeiro passo do trabalho consiste na deriva¸c˜ao anal´ıtica [12] das rela¸c˜oes de dispers˜ao do grafeno, que apresenta uma estrutura de rede hexagonal do tipo colmeia, tal como representado na figura abaixo. Devemos observar que a rede colmeia, pode ser descrita como uma rede triangular em uma base de dois ´

atomos, que esta representada na Fig. 2.1 por dois pontos n˜ao equivalentes A e B formando a c´elula unit´aria, onde a distˆancia entre os ´atomos de carbono ´e de 0.142nm.

Figura 2.1: Descri¸c˜ao da rede

Os vetores primitivos da rede, de acordo com a Fig. 2.1, s˜ao dados por:

~ a1= a 2(1, √ 3); ~a2= a 2(−1, √ 3), (2.1)

onde a=2,463 ˚A. Os vetores da rede rec´ıproca s˜ao dados por:

~ b1= 2π( ~a2× ˆk) a1.( ~a2× ˆk) → ~b1= 2π a√3( √ 3, 1), (2.2)

(17)

6 onde ˆk ´e um vetor normal ao plano do grafeno.

~ b2= 2π(ˆk × ~a2) a1.( ~a2× ˆk) → ~b2= 2π a√3(− √ 3, 1). (2.3)

Assim, a primeira zona de Brillouin do grafeno tamb´em ´e um hex´agono onde os v´ertices s˜ao chamados de K e K’, os vetores b1e b2se ligam aos pontos mais pr´oximos da rede rec´ıproca e o ponto M ´e a mediatriz do vetor ~b.

Figura 2.2: Primeira zona de Brillouin

Considerando que os el´etrons tem maior probabilidade de serem encontrados em seu pr´oprio sitio na rede (A ou B), ou seja s˜ao basicamente el´etrons ligados, logo podemos usar o m´etodo de liga¸c˜oes fortes, no qual todo o el´etron est´a fortemente ligado a um ´atomo na rede do grafeno e satisfaz a equa¸c˜ao de Schr¨odinger −¯h 2m∇ 2ϕA/B n (~r) + u A/B( ~r))ϕA/B n = E A/B n ϕ A/B n , (2.4)

onde ϕA/Bn (~r) ´e a n-´esima autofun¸c˜ao normalizada de um ´atomo isolado A/B, com o potencial atˆomico uA/B( ~r)). Agora usando a fun¸c˜ao de Bloch para obter fun¸c˜oes lineares de orbitais atˆomicos

ψα(~k, ~r) = 1 √ ℵ ℵ X ~ Rα expi~k. ~Rαϕ α(~r − Rα) (α = A, B), (2.5)

onde Rα´e a posi¸c˜ao atˆomica permitida para os vetores da rede. Desta fun¸c˜ao de Bloch, podemos construir as autofun¸c˜oes de Bloch para a rede do grafeno

Φj(~k, ~r) = ℵ X α=1

Cjαψα(~k, ~r) (α = A, B). (2.6)

Usando essas fun¸c˜oes, e resolvendo a equa¸c˜ao de Schr¨odinger

ˆ

(18)

7 onde ˆH ´e o Hamiltoniano do grafeno e j(~k) ´e obtida de

hΦj| ˆH|Φji = j(~k) hΦj|Φji → j(~k) = hΦj| ˆH|Φji hΦj|Φji → j(~k) = R Φ∗ jHΦˆ jd3r R Φ∗ jΦjd3r . (2.8)

Substituindo a Eq. 2.6 na Eq. 2.8:

j(~k) = Pℵ α,α0=1Cjα∗ Cjα0hΨα| ˆH|Ψα0i Pℵ α,α0=1Cj,α∗ Cjα0hΨα|Ψα0i = Pℵ α,α0=1Cjα∗ Cjα0Hˆαα0 Pℵ α,α0=1Cj,α∗ Cjα0Sαα0 , (2.9)

onde os elementos de matriz do Hamiltoniano s˜ao dados por

ˆ

Hαα0(~k) = hΨα| ˆH|Ψα0i =

Z

d3Ψ∗αHΨˆ α, (2.10)

e a integral de “overlap”, ou entrela¸camento entre as fun¸c˜oes de onda ´e dada por Sαα0( ~K) = hΨαα0i =

Z

Ψ∗Ψd3r, (2.11)

e os coeficientes Cj podem ser escritos em termos da seguinte matriz coluna:

Cj =         Cj1 . : CjN         . (2.12)

Assim a equa¸c˜ao de Schr¨odinger 2.7 pode ser escrita como: ˆ H |Φji = j(~k) |Φji → hΨα| ˆH|Φji = j(~k) hΨα|Φji , (2.13) mas de 2.6 hΨα| ˆH ℵ X α0=1 C0|Ψ α0i = j(~k) hΨα| ℵ X α0=1 C0Ψ α0i → ℵ X α0=1 C0hΨα| ˆH|Ψ α0i = (~k) ℵ X α0=1 C0hΨα|Ψ α0(2.14)i ℵ X α0=1 C0Hαα0 = j(~k) ℵ X α0=1 C0Sαα0, (2.15) ou em nota¸c˜ao matricial ˆ HCj = j(~k)CjS → ( ˆH − j(~k)S)Cj= 0, (2.16)

que ter´a solu¸c˜ao n˜ao triviais se

det| ˆH − S| = 0. (2.17)

A base do grafeno tem dois tipos de ´atomos A e B, portanto α = 2, logo a matriz 2x2 do Hamiltoniano ˆ

(19)

8 De 2.10 → ˆHα,β(~r) = hΨβ| ˆH|Ψαi, e de 2.5 → ψα(~k, ~r) = √1 ℵ Pℵ ~ Rαe i~k. ~Rαϕ α(~r − Rα). Logo: ˆ Hα,β(~r) = 1 √ ℵ ℵ X ~ Rα, ~Rβ ei~k.( ~Rα− ~Rβ) β(~r − ~Rβ| ˆH|Ψα(~r − ~Rα)i , (2.18) quando α = A e β = B conclu´ımos ˆ HA,B(~r) = 1 ℵ N X ~ RA, ~RB ei~k.( ~RA− ~RB) B(~r − ~RB)| ˆH|ΨA(~r − ~RA)i = 1 √ ℵ A X ~ RA, ~RB ei~k.( ~RA− ~RB)t, (2.19)

onde a probabilidade de transferˆencia “t”(que ser´a considerada como unidade de energia), representa a probabilidade para que um el´etrons pule de um s´ıtio A para um de seus vizinhos mais pr´oximos, que s˜ao os s´ıtios B. O valor dos vetores ~RA− ~RB = δi, quando substitu´ıdos na equa¸c˜ao 2.19 produzem:

ˆ

HA,B(~r) = t0, HˆA,B(~r) = t0(ei~k.~δ1+ ei~k.~δ2+ ei~k.~δ3) = tf (~k), (2.20)

onde δ1, δ2 e δ3 s˜ao as distˆancias entre os vizinhos mais pr´oximos na rede direta tal como indicado na Fig. 2.3.

Quando α = β na equa¸c˜ao 2.18 os s´ıtios atˆomicos est˜ao na mesma subrede e s˜ao os vizinhos mais pr´oximos com seis vetores posi¸c˜ao a partir do s´ıtio original: ~a1, ~a2 e ~a3=~a1− ~a2 e seus negativos. O elemento de matriz diagonal ´e dado por:

ˆ HAA(~r) = 1 ℵ ℵ X ~ RA, ~RA0 t0.ei~k.( ~RA− ~RA0), (2.21) onde ˆ

HAA(~r) = 2p+ 2t0[cos(~k.~a1) + cos(~k.~a2) + cos(~k.~a3)] + hoppings de ordem superior, (2.22)

onde 2p´e a energia caracter´ıstica das liga¸c˜oes π (liga¸c˜oes covalentes entre dois ´atomos de carbono) entre dois orbitais (2pz) e t0´e a energia de “hopping” entre vizinhos mais pr´oximos. A partir de simetria entre as subredes do grafeno, ˆHBB ´e equivalente as ˆHAA e podemos escrever o Hamiltoniano simplesmente como: H =   2p t0f (~k) + t1f1(~k) t0f∗(~k) + t1f1∗(~k) 2p  . (2.23)

Calculando os autovalores e os autovetores do hamiltoniano conseguimos as energias do sistema, despre-zando os segundos vizinhos mais pr´oximos t1f1(~k) e t1f1∗ (~k) temos de 2.23

(2p− λ)2− t20|f (k)|

2= 0 → λ = 

(20)

9 Usando 2.11, a integral de “overlap” ´e dada por:

Sαα0( ~K) = hΨαα0i = 1 ℵ ℵ X ~ Rα, ~Rβ ei~k.( ~RA− ~RB) B(~r − ~RB)| ˆH|φA(~r − ~RA)i , (2.25) Sαα0( ~K) = S0(ei~k. ~S1+ ei~k. ~S2+ ei~k. ~S3) = sf (~k), (2.26) S =   1 sf (~k) sf1∗(~k) 1  → (1 − λ) 2− s2|f (~k)|2= 0 → λ = 1 ± s|f (k)|. (2.27) Da equa¸c˜ao 2.8 j(~k) = hΦj| ˆH|Φji hΦj| ˆH|Φji = 2p± t|f (k)| 1 ± s|j(k)| . (2.28)

Agora vamos calcular |f (~k)|

|f (~k)| = [f∗(~k)f (~k)]1/2= [(e−i~k.~δ1+ e−i~k.~δ2+ e−i~k.~δ3)(ei~k.~δ1+ ei~k.~δ2+ ei~k.~δ3)]

1/2

, (2.29)

logo

|f (~k)| = [3 + 2 cos (~k(~δ1− ~δ2))] + 2 cos (~k(~δ1− ~δ3)) + 2 cos (~k(~δ2− ~δ3))]

1

2. (2.30)

Relembrando os ˆangulos entre os vetores delta.

Figura 2.3: Estrutura do grafeno

~k = k

xˆi + kyˆj + kzk,ˆ (2.31)

~

δ1= δˆj; ~δ2= −δ cos(30o)ˆi − δ sin(30o)ˆj, (2.32)

~δ

(21)

10 ~δ1= a 3 ˆ j ; ~δ2= − a 2ˆi − a 2√3 ˆ j, (2.34) ~δ3= a 2ˆi − a 2√3 ˆ j, (2.35) ~k.(~δ1− ~δ2) =a 2kx+ a√3 2 ky, (2.36) ~k.(~δ 1− ~δ3) = − a 2kx+ a√3 2 ky, (2.37) ~k.(~δ2− ~δ3) = −akx. (2.38)

Portanto podemos escrever a equa¸c˜ao 2.30 como:

|f (~k)| = [3 + 2 cos (a 2kx+ a√3 2 ky)] + 2 cos (− a 2kx+ a√3 2 ky) + 2 cos (−akx)] 1 2. (2.39)

Podemos simplificar a equa¸c˜ao acima usando as rela¸c˜oes trigonom´etricas: cos(a-b) e cos(a+b) e 2 cos2a − 1: |f (~k)| = [3 + 4 cos (a 2kx) cos ( a√3 2 ky) + 2 cos (akx)] 1 2, (2.40) |f (~k)| = [1 + 4 cos (a 2kx) cos ( a√3 2 ky) + 4 cos ( akx 2 ) 2 ]12, (2.41)

assim da equa¸c˜ao 2.28 com 2p= 0 e s = 0 conseguimos chegar na rela¸c˜ao de dispers˜ao do grafeno para um sistema infinito [5]: Es(kx, ky) = ±t s 1 + 4 cos(a √ 3 2 kx) cos( a 2ky) + 4 cos 2(aky 2 ). (2.42)

Podemos verificar que existem seis pontos pr´oximos da energia de Fermi. Pretendo analisar estes pontos mais a fundo fazendo uma aproxima¸c˜ao dos vetores de onda pr´oximo da energia de Fermi nestes pontos.

(22)

11

(23)

12

E

K

x

K

y

Figura 2.5: Estrutura de bandas do grafeno apenas para ES positivo. Vemos que pr´oximo da energia de Fermi existem seis pontos onde ES positivo e negativo se tocam formando seis cones. As energias desse gr´afico est˜ao em unidades do “hopping” t, onde usamos t = 1. Experimentalmente o termo de hopping ´e aproximadamente igual a t = −2.7eV [12].

2.2

Equa¸

ao de Dirac

A equa¸c˜ao de Dirac relativ´ıstica [14] foi proposta para resolver algumas inconsistˆencias f´ısicas presentes na equa¸c˜ao de Klein-Gordon

−¯h2∂t2ψ(~r, t) = (m2c4− ¯h2c2∇2)ψ(~r, t). (2.43)

Um destes problemas era a interpreta¸c˜ao f´ısica das energias negativas no caso da solu¸c˜ao da part´ıcula livre. Entretanto, este n˜ao era o maior problema, mas sim que suas solu¸c˜oes podem levar a densidades de probabilidades negativas, o que n˜ao faz sentido do ponto de vista f´ısico. Estes e outros problemas levaram Dirac a propor uma forma alternativa para a equa¸c˜ao de onda relativ´ıstica, gerando densidades de probabilidades positivas que s˜ao as ´unicas solu¸c˜oes fisicamente aceit´aveis.

Para evitar densidades de probabilidades negativas, Dirac percebeu que a equa¸c˜ao que procurava deveria ser linear com a energia E, ou seja deveria ter uma derivada de primeira ordem no tempo. Por motivos dimensionais uma possibilidade ´e:

H = β + c~α.~p, (2.44)

i¯h∂ψ

∂t = ˆHψ, (2.45)

i[∂t+ c~α.∇]ψ(~r, t) = βmc2ψ(~r, t), (2.46)

onde β e ~α = (α1, · · · , αD) s˜ao objetos adimensionais e ~α varia de um at´e a dimens˜ao espacial D desejada e devem satisfazer condi¸c˜ao de que o quadrado do operador 2.44 deve satisfazer a rela¸c˜ao de dispers˜ao

(24)

13 relativ´ıstica

E2= m2c4+ c2~p2= β2= m2c4+ c2(~α.~p)2+ mc3(β~α.~p + ~α.~pβ), (2.47)

In order to satisfy this equation, the introduced mathematical objects must anti-commute Para satisfazer esta equa¸c˜ao, as quantidades β e α precisam anti-comutar

β2= 1 , {αi, β} = 0 e {αi, αj} = δij. (2.48)

Como o Hamiltoniano 2.44 ´e Hermitiano, as matrizes ~α e β s˜ao Hermitianas e utilizando as rela¸c˜oes de anti-comuta¸c˜ao ({A, B} ≡ AB + BA) conseguimos deduzir que ~α, e β devem ser matrizes N xN e respeitar:

βi= βi†= β

−1 e α

i= α†i = α

−1, (2.49)

as matrizes devem ser unit´arias e seus autovalores devem ser ±1.

Para o grafeno, a dimens˜ao do espa¸co ´e D = 2, com isto temos trˆes objetos mutuamente anti-comutativos: β, α1, α2. Entretanto, sabemos que as trˆes matrizes de Pauli respeitam estas propriedades:

  0 1 1 0  = σx ,   0 −i i 0  = σy ,   1 0 0 −1  = σz . (2.50)

Estas matrizes 2x2 satisfazem a Eq. 2.48. De modo que podemos fazer a seguinte identifica¸c˜ao: β = σz, α1= σxe α2= σy, o que leva ao Hamiltoniano de Dirac em duas dimens˜oes,

H2D= cσ.p + mc2σz. (2.51)

Para o simplificar as contas irei escolher um sistema de unidades onde c = ¯h = 1, assim podemos escrever o Hamiltoniano como:

H2D=  

cos β sin βe−iφp

sin βeiφp − cos β

, (2.52)

onde definimos  =pm2− ~p2, lembrando que ~p ´e o momento da part´ıcula, cos β = m/, sin β = |~p|/ e φ = arctan(py/px). Como a matriz acima ´e unitaria e Hermiteana seus autovalores s˜ao ±1, o que corresponde a estados de energia positivos e negativos respectivamente, e temos:

E±= ±pm2− ~p2. (2.53)

Agora vou analisar os pontos pr´oximos a energia de Fermi. Para isto usarei os pontos de alta simetria dentro da primeira zona de Brillouin, tal como indicado na Fig. 2.2. Estes pontos, s˜ao usualmente s˜ao representados pelas letras Γ , M e K. O ponto Γ ´e definindo pelo centro geom´etrico da ZB representado pelo vetor nulo.

(25)

14

Γ = (0, 0). (2.54)

J´a os pontos ~M e ~M0 correspondem aos pontos m´edios das arestas da ZB:

~ M = √2π 3a( √ 3 2 , − 1 2) , ~M 02π 3a(0, 1). (2.55)

Os pr´oximos pontos a serem representados correspondem aos v´ertices da Fig. 2.2

~ K =4π 3a( √ 3 3 , 0) , ~K 0= 2π 3a( √ 3 3 , 1). (2.56)

Com estes pontos podemos seguir adiante no estudo do comportamento da rela¸c˜ao de dispers˜ao pr´oximo a energia de Fermi, no entorno dos pontos ~K e ~K0.

2.3

Estudo da dispers˜

ao em torno dos pontos de Dirac

Os pontos K e K’ apresentados na se¸c˜ao anterior s˜ao chamados de pontos de Dirac, porque a densidade de estados em sua vizinhan¸ca, se comporta de forma linear pr´oximo a energia de Fermi.

Utilizando a forma matricial da equa¸c˜ao de Schrodinger:

  −E/t f (k) f∗(k) −E/t     A B  = 0, (2.57)

onde f (k) = [1 + 4 cos (a2kx) cos (a √

3

2 ky) + 4 cos (ak2x) 2

]12. Expandindo no entorno do vetor ~K, e definindo

~

q de tal modo que:

f (k) = (K + q), (2.58)

X δl

e−i( ~K+~q) ~δl l = 1, 2, 3, (2.59)

expandindo em s´erie de Taylor pela condi¸c˜ao ~q << 1

X δl e−i( ~K+~q) ~δlX δl e−i ~K ~δl(1 − i~q ~δ l) = i X δl e−i ~K ~δl~q ~δ l, (2.60) = −3a 2 (qx+ iqy) ≈ f (~k). (2.61)

Utilizando a matriz Hamiltoniana 2.57. O vetor K ser´a decomposto em K(dtf K) e um vetor q de tal modo que k = K + q A Hamiltoniana efetiva para baixas energias fica na forma:

  −E/t 3a 2(qx + iqy) 3a 2(qx − iqy) −E/t     A B  = 0. (2.62)

(26)

15 Considerando E/t ' 0 obtemos uma energia de dispers˜ao na forma:

E = ±vf¯h|q| vf = 3a

2¯h, (2.63)

onde vf ´e a velocidade de Fermi [15]. Este comportamento linear est´a representado na Fig. 2.6 e pode ser a chave para muitas propriedades do grafeno e para muitos estudos interessantes, uma vez que liga o grafeno a fenˆomenos relativ´ısticos[20].

(27)

Cap´ıtulo 3

alculos anal´ıticos

Neste cap´ıtulo, discutiremos os principais c´alculos do trabalho, o primeiro passo ´e a deriva¸c˜ao anal´ıtica das fun¸c˜oes de Green [FG] das nanofitas, tanto do tipo “armchair”, quanto para o tipo “zigzag”. A partir da obten¸c˜ao das FG podemos c´alcular a densidade de estados e todas as propriedades eletrˆonicas do sistema.

3.1

alculo anal´ıtico da nanofita armchair

A energia de dispers˜ao para nanofitas do tipo armchair foi obtida por Katsunori [12](veja o apˆendice A do referido trabalho). Lembrando que aqui N ser´a tratado como o n´umero de s´ıtios transversais da nanofita : Ek = st r 1 + 4 cos(p) cos(k 2) + 4 cos 2(p) (3.1) s = ±1; t = 1 (3.2) p= 2 cos(p) ; p = r N + 1π; r = 1, 2, 3, ..., N (3.3) A = 1 + p2; B = 2p (3.4) Ek = st p A + B cos(k/2), (3.5)

onde a nanofita deve ser met´alica se respeitar a equa¸c˜ao N = 3r − 1 (r = 1, 2, 3, 4...N ). Usarei a integral da fun¸c˜ao de Green para calcular a densidade de estados eletrˆonicos da nanofita, como descrito na equa¸c˜ao abaixo: ρ(E) = −1 πIm Z π −π dk E − Ek+ iη , = −1 πIm Z π −π G(z, k) dk (3.6)

com z = E + iη e G(z, k) = z−E1

k. Portando, como Ek tem duas ra´ızes, uma positiva e outra negativa,

existem duas FG, e a solu¸c˜ao mais geral ser´a a soma destas FG

G(z) = G+(z) + G−(z) (3.7)

(28)

17 G(z) = Z π −π (z + Ek)dk (z − Ek)(z + Ek) + Z π −π (z − Ek)dk (z + Ek)(z − Ek) (3.8) G(z) = Z π −π 2z z2− E2 k dk. (3.9)

Como Ek depende de cos(k/2), podemos usar identidades trigonom´etricas simples para escrever cos(k/2) como:

cos(k/2) = ± r

1 + cos(k)

2 , (3.10)

cos(k/2) ´e positivo se k/2 estiver no I ou no IV quadrante do circulo trigonom´etrico, e ´e negativo se k/2 estiver no II ou no III quadrante do circulo trigonom´etrico, da´ı o sinal ± antes da raiz quadrada. Prosseguindo G(z) = Z π −π 2z z2− [A + B cos(k/2)]dk (3.11) G(z) = Z π −π 2z z2  A ± B q 1+cos(k) 2  dk. (3.12)

Este tipo de integra¸c˜ao ´e usualmente feita fazendo a seguinte substitui¸c˜ao de vari´avel:

t = eik (3.13)

dt = i.dk.eik= it.dk → dk = −idt/t, (3.14)

onde, t = eikcorresponde um c´ırculo de raio unit´ario. Chegando facilmente as seguintes equa¸oes:

cos(k) = e ik+ e−ik 2 (3.15) , cos(k) = t + t −1 2 = 1 + t2 2t . (3.16)

Usando a equa¸c˜ao 3.10 ao quadrado com a equa¸c˜ao 3.15 determinamos,

C =1 + cos(k) 2 = " 1 + 1+t2t2 2 # = 1 + 2t + t 2 4t  . (3.17)

Portanto chegamos na equa¸c˜ao:

G(z) = Z π −π 2z z2hA ± BCi dk, (3.18)

conseguido simplificar usando ´algebra simples G(z) = 2z B Z π −π 1 h D ∓√Ci dk (3.19) D = z 2− A B , (3.20)

(29)

18 multiplicando pelo conjugado podemos escrever:

G(z) =2z B Z π −π D +√D h D −√Ci hD +√Ci dk p/(k → I, IV ), (3.21) G(z) = 2z B Z π −π D −√D h D +√Ci hD −√Ci dk p/(k → II, III), (3.22) G(z) = 2z B Z π −π D −√D h D +√Ci hD −√Ci dk + 2z B Z π −π D +√D h D −√Ci hD +√Ci dk. (3.23)

Somando a contribui¸c˜ao de todos os quadrantes e simplificando:

D +√C = D + s  1 + 2t + t2 4t  = D + 1 2t p t(1 + 2t + t2) = 1 2tF +(t) (3.24) D −√C = D − s  1 + 2t + t2 4t  = D − 1 2t p t(1 + 2t + t2) = 1 2tF −(t) (3.25) F±(t) = 2tD ±pt(1 + 2t + t2), (3.26)

chegamos finalmente na equa¸c˜ao: G(z) =2z B Z π −π F+ [t2+ tα + 1]. idt t + Z π −π F− [t2+ tα + 1]. idt t  , (3.27) com α = 2 − 4D2, (3.28)

onde as ra´ızes de t2+ αt + 1 s˜ao:

t1,2= 1 2(−α ±

p

α2− 4). (3.29)

Reescrevendo 3.25 com as novas raizes, G(z) = −4zi B I F+(t)dt t(t − t1)(t − t2) + I F(t)dt t(t − t1)(t − t2)  = G(z) = 4zi B I F± t(t − t1)(t − t2)  . (3.30) Como as equa¸c˜oes est˜ao em uma regi˜ao fechada e simplesmente conexa o teorema dos res´ıduos ´e v´alido, e ´e dado pela primeira equa¸c˜ao abaixo, onde cada res´ıduo ´e calculado pelos limites subsequentes :

I f (t) = 2πiX j Rj. (3.31) R1= lim t→t1 (t − t1)F±(t) (t − t1)(t − t2) = F ±(t 1) t1(t1− t2) , (3.32) R2= lim t→t2 (t − t2)F±(t) (t − t1)(t − t2) = −F ±(t 2) t2(t1− t2) , (3.33) R3= lim t→0 (t)F±(0) t(−t1)(−t2) = 0. (3.34)

As solu¸c˜oes f´ısicas s˜ao aquelas que est˜ao dentro do circulo de raio unit´ario,e por isto devemos avaliar quandos as raizes est˜ao dentro deste c´ırculo, chegando a trˆes solu¸c˜oes. Para |t1| e |t2| < 1, teremos :

G(z) = −8πz B  F±(t1) t1(t1− t2) − F ±(t 2) t2(t1− t2)  , (3.35)

(30)

19 Para somente |t1| < 1 G(z) = −8πz B  F±(t 1) t1(t1− t2)  , (3.36) e para |t2| < 1 G(z) =8πz B  F±(t2) t2(t1− t2)  . (3.37)

Estas equa¸c˜oes, contem a f´ısica das nanofitas do tipo armchair, e irei discutir estes resultados mais adiante.

3.2

alculo anal´ıtico da nanofita zigzag para N=2

Para obter a densidades de estado da nanofita do tipo zigzag, iremos seguir os mesmos passos do caso armchair, e usar a Eq. 3.6 para obter a densidade de estados para as nanofitas do tipo zigzag, por´em as novas condi¸c˜oes de contorno d˜ao uma recursividade bem mais complicada; podemos ver isto na equa¸c˜ao 3.41, onde podemos observar que cos(p) depende de gk que por sua vez depende de ~k.

A energia de dispers˜ao para nanofitas do tipo zigzag foi obtida por Katsunori [12](veja o apˆendice B do referido trabalho): ρ = Im1 π Z π −π dk E − Ek+ iη (3.38) Ek= s q 1 + g2 k+ 2gkcos(p) (3.39) gk = 2 cos(k/2); s = ±1 (3.40) sin(pN ) + gksin(p(N + 1)) = 0, (3.41)

com z = E + iη. Assim como no caso armchair a energia de dispers˜ao Ek tem duas solu¸c˜oes, uma negativa e outra positiva, tornando o come¸co do c´alculo an´alogo ao caso anterior.

G(z) = G+(z) + G−(z) = Z π −π dk z − Ek + Z π −π dk z + Ek , (3.42) G(z) = Z π −π (z + Ek)dk (z − Ek)(z + Ek) + Z π −π (z − Ek)dk (z + Ek)(z − Ek) , (3.43) G(z) = G+(z) + G−(z) = Z π −π 2z z2− E2 k dk, (3.44) G(z) = Z π −π 2z z2− (1 + g2 k+ 2gkcos(p)) dk. (3.45)

Neste ponto o c´alculo come¸ca a mudar, pois como cos(p) depende de gk, apenas valores de p que satisfazem a equa¸c˜ao 3.41 podem entrar no c´alculo da densidade de estados. Como achar uma rela¸c˜ao de recorrˆencia v´alida para todos os valores de N se provou dif´ıcil, neste trabalho irei calcular uma nanofita do tipo zigzag de N = 2.

(31)

20

Figura 3.1: Nanofita do tipo zigzag com N=2 (onde N ´e o numero de s´ıtios na transversal da nanofita)

Da Eq. 3.41 podemos escrever para N=2:

sin(2p) + gksin(3p) = 0, (3.46)

2 sin(p) cos(p) + gk[sin(p) cos(2p) + cos(p) sin(2p)] = 0, (3.47)

2 sin(p) cos(p) + gk(sin(p)[2 cos2(p) − 1] + cos(p)2 sin(p) cos(p)) = 0, (3.48)

simplificado conseguimos obter uma equa¸c˜ao de segundo grau em cos(p), portanto para conseguir as ra´ızes devemos utilizar a f´ormula de Bhaskara

4gkcos2(p) + 2 cos(p) − gk= 0, (3.49)

cos(p) = −1 ±p1 + 4g 2 k

4gk , (3.50)

com a dependˆencia de cos(p) explicita podemos continuar a integra¸c˜ao, substituindo a equa¸c˜ao 3.50 na 3.45. G(z) = Z π −π 2z z2− 1 − g2 k− 2gk (+1∓√1+4g2 k) 4gk ) dk, (3.51) G+(z) = Z π −π 2z z2− 1 − g2 k− 2gk+12− √ 1+4g2 k) 2 dk, (3.52) G−(z) = Z π −π 2z z2− 1 − g2 k− 2gk+ 1 2+ √ 1+4g2 k) 2 dk, (3.53) G(z) = G+(z) + G−(z). (3.54)

(32)

21 G+(z) = Z π −π 4z[2z2− 2g2 k− 1 +p1 + 4gk2] (2z2− 2g2 k− 1)2− (1 + 4g2k) dk, (3.55) G−(z) = Z π −π 4z[2z2− 2g2 k− 1 −p1 + 4g 2 k] (2z2− 2g2 k− 1)2− (1 + 4gk2) dk. (3.56)

Aqui devemos observar que devido aos sinais do cosseno usados na Eq. 3.50, essas equa¸c˜oes tem sua validade em quadrantes diferentes e portanto tem que ser resolvidas separadamente. Assim, s´o utilizare-mos a raiz positiva para fazer os c´alculos, e no final iremos considerar as duas ra´ızes, pois tanto a parte positiva quanto a parte negativa contribuem para o resultado da densidade de estados

G+(z) = Z π −π 4z[2z2− 2g2 k− 1 +p1 + 4g 2 k] 4(g4 k− 2z2g 2 k+ z4− z2) dk, (3.57) cos(k/2) = ± r 1 + cos(k) 2 ; 2 cos(k/2) = gk= 2 r 1 + cos(k) 2 . (3.58)

Aqui aparecem as mesmas identidades trigonom´etricas do caso armchair. G+(z) = Z π −π 4z[2z2− 4(1 + cos(k)) +p1 + 8(1 + cos(k))] 4(4(1 + cos(k))2− 4z2(1 + cos(k)) + z4− z2), (3.59) (3.60) G+(z) = Z π −π 4z[2z2− 4 − 4 cos(k)) +p9 + 8 cos(k))]

4(4(cos2(k) + 2 cos(k) + 1) − 4z2− 4z2cos(k) + z4− z2), (3.61) (3.62) G+(z) = Z π −π 4z[2z2− 4 − 4 cos(k)) +p9 + 8 cos(k))] 4(4 cos2(k) + (cos(k))(8 − 4z2) + z4− 5z2+ 4). (3.63) Aqui podemos observar que a equa¸c˜ao do denominador ´e quadratica em cos k e utilizando a f´ormula de Bhaskara para obter as ra´ızes, teremos:

K1= −2 + z2+ z 2 ; K2= −2 + z2− z 2 , (3.64) G+(z) = Z π −π z[2z2− 4 − 4 cos(k)) +p9 + 8 cos(k))] 4(cos(k) − K1)(cos(k) − K2) , (3.65)

e fazendo a mesma transforma¸c˜ao do caso armchair, temos:

t = eik→ dk = −idt t ; cos(k) = eik+ e−ik 2 = t2+ 1 2t , (3.66) G+(z) = I −itz[2z2− 4 −2t 2+2 t ) + q 9 + 4t2t+4] 4t2(t2+1 2t − K1)( t2+1 2t − K2) (3.67) G+(z) = I −itz[2z2− 4 − 2t 2+1 t ) + q 9 + 4t2+1 t ] (t2− 2tK 1+ 1)(t2− 2tK2+ 1) . (3.68)

Aqui notamos duas equa¸c˜oes de segundo grau parecidas no denominador, ent˜ao usarei de novo Bhaskara para adquirir todas as quatro ra´ızes poss´ıveis duas para cada equa¸c˜ao

G+(z) = I −ztz[2z2− 4 − 2t 2+1 t ) + q 9 + 4t2+1t ] (t − t1)(t − t2)(t − t3)(t − t4) , (3.69)

(33)

22 onde t1, t2, t3 e t4 s˜ao as ra´ızes: t1= 2k1+p4k21− 4 2 ; t2= 2k1−p4k12− 4 2 (3.70) t3= 2k2+p4k22− 4 2 ; t4= 2k2−p4k22− 4 2 , (3.71)

onde os denominadores F+ e Fao:

F (t)+= −itz[2z2− 4 − 2(t 2+ 1 t ) + r 9 + 4t 2+ 1 t ], (3.72) F (t)−= −itz[2z2− 4 − 2(t 2+ 1 t ) − r 9 + 4t 2+ 1 t ]. (3.73)

Como as equa¸c˜oes est˜ao em uma regi˜ao fechada e simplesmente conexa o teorema dos res´ıduos ´e v´alido, e ´e dado pela primeira equa¸c˜ao abaixo, e cada res´ıduo ´e dado pelos limites subsequentes :

I f (t) = 2πiX j Rj, (3.74) R1= lim t→t1 (t − t1)F±(t) (t − t1)(t − t2)(t − t3)(t − t4) , (3.75) R2= lim t→t2 (t − t2)F±(t) (t − t1)(t − t2)(t − t3)(t − t4) , (3.76) R3= lim t→t3 (t − t3)F±(t) (t − t1)(t − t2)(t − t3)(t − t4) , (3.77) R4= lim t→t4 (t − t4)F±(t) (t − t1)(t − t2)(t − t3)(t − t4) , (3.78) (3.79) onde Rj s˜ao os res´ıduos obtidos e as FG, G1(z), G2(z), G3(z), G4(z) podem ser escritas como:

G1(z) = πzF±(t1) (t1− t2)(t1− t3)(t1− t4) ; t1< 1, (3.80) G2(z) = πzF±(t2) (t2− t1)(t2− t3)(t2− t4) ; t2< 1, (3.81) G3(z) = πzF±(t3) (t3− t1)(t3− t2)(t3− t4) ; t3< 1, (3.82) G4(z) = πzF±(t3) (t4− t1)(t4− t2)(t4− t3) ; t4< 1. (3.83)

Da mesma forma que no caso armchair devemos analisar as possibilidades da combina¸c˜ao de todos os res´ıduos, pois cada combina¸c˜ao ´e uma solu¸c˜ao diferente, ou seja temos que fazer uma combina¸c˜ao entre as ra´ızes que est˜ao dentro do c´ırculo de raio unit´ario.

(34)

23 Casos para t1dentro do c´ırculo de raio unit´ario:

G(z) = G1(z) ; t1< 1, (3.84) G(z) = G1(z) + G2(z) ; t1, t2< 1, (3.85) G(z) = G1(z) + G3(z) ; t1, t3< 1, (3.86) G(z) = G1(z) + G4(z) ; t1, t4< 1, (3.87) G(z) = G1(z) + G2(z) + G3(z) ; t1, t2, t3< 1, (3.88) G(z) = G1(z) + G2(z) + G4(z) ; t1, t2, t4< 1, (3.89) G(z) = G1(z) + G3(z) + G4(z) ; t1, t2, t4< 1, (3.90) G(z) = G1(z) + G2(z) + G3(z) + G4(z) ; t1, t2, t3, t4< 1. (3.91)

Casos para t2dentro do c´ırculo de raio unit´ario, sem repetir solu¸c˜oes

G(z) = G2(z) ; t2< 1, (3.92)

G(z) = G2(z) + G3(z) ; t2, t3< 1, (3.93)

G(z) = G2(z) + G4(z) ; t2, t4< 1, (3.94)

G(z) = G2(z) + G3+ G4(z) ; t2, t3, t4< 1. (3.95)

Casos para t3dentro do c´ırculo de raio unit´ario sem repetir solu¸c˜oes

G(z) = G3(z) ; t3< 1, (3.96)

G(z) = G3(z) + G4(z) ; t3, t4< 1. (3.97)

Casos para t4dentro do c´ırculo de raio unit´ario sem repetir solu¸c˜oes

G(z) = G4(z) ; t4< 1. (3.98)

(3.99) Com estas equa¸c˜oes, podemos fazer o gr´afico da densidade de estados com dependˆencia da frequˆencia E, e analisar a densidade de estados das nanofinas do tipo zigzag com N=2. Para outras larguras, este c´alculo tamb´em pode ser poss´ıvel. O m´etodo anal´ıtico fornece um crit´erio seguro para levar em conta as solu¸c˜oes f´ısicas do problema, ou seja, somente as solu¸c˜oes que est˜ao no interior do c´ırculo de raio 1 ´e que s˜ao as solu¸c˜oes f´ısicas. No c´alculo puramente num´erico solu¸c˜oes n˜ao f´ısicas muitas vezes surgem e podem levar a conclus˜oes erradas. Assim a vantagem do c´alculo anal´ıtico n˜ao est´a somente na economia de tempo computacional como tamb´em na garantia de que as solu¸c˜oes consideradas, s˜ao as fisicamente relevantes.

(35)

Cap´ıtulo 4

Resultados

Figura 4.1: (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N = 4. Na figura observamos que existe uma gap de energia em torno da energia de Fermi, que em nossos c´alculos sempre estar´a localizado em zero, o que mostra que essa nanofita ´e isolante.

Neste cap´ıtulo iremos discutir os resultados obtidos a partir das Eqs. derivadas no Cap´ıtulo 3. Se-r˜ao apresentados densidades de estado representativas para nanofitas tipo armchair e zigzag. Inicialmente vamos discutir o caso das nanofitas armchair.

Como j´a vimos no Cap. 3 a energia de dispers˜ao para nanofitas do tipo armchair foi obtida por Katsunori [12](veja o apˆendice A do referido trabalho):

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25 Ek = st r 1 + 4 cos(p) cos(k 2) + 4 cos 2(p) (4.1) s = ±1; t = 1 (4.2) p= 2 cos(p) ; p = r N + 1π; r = 1, 2, 3, ..., N (4.3) A = 1 + p2; B = 2p (4.4) Ek = st p A + B cos(k/2), (4.5)

onde a nanofita deve ser met´alica se respeitar a equa¸c˜ao N = 3r − 1 (r = 1, 2, 3, 4...N ), enquanto para outros valores de N elas ser˜ao isolantes. Ent˜ao, vamos apresentar algumas densidades de estado representativas para N = 4 (met´alica), N = 8 (isolante)e N = 100, que corresponde ao limite da folha do grafeno.

Figura 4.2: (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N=8. Na figura obser-vamos que agora existe uma densidade de energia diferente de zero em torno da energia de Fermi. Isso mostra que essa nanofita ´e condutora.

Na Fig. 4.1 representamos a densidade de estados para uma nanofita do tipo armchair com largura igual a N = 4. Neste gr´afico verificamos que a densidade de estados ´e nula pr´oximo a energia de Fermi, que esta localizada em E = 0, ou seja esta nanofita ´e isolante, e existem quatro picos caracter´ısticos.

Na Fig. 4.2 representamos a densidade de estados para uma nanofita do tipo armchair com largura igual a N = 8. Podemos ver que esta nanofita respeita a condi¸c˜ao para ser met´alica, e isto se reflete no gr´afico, onde existe uma densidade de estados n˜ao nula na energia de Fermi.

Na Fig. 4.3 representamos a densidade de estados para uma nanofita do tipo armchair com largura igual a N = 100. Neste gr´afico observamos que se aumentarmos muito N (aqui a nanofita se parece bastante com a idealiza¸c˜ao do grafeno), nos aproximamos da densidade de estado do grafeno.

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Figura 4.3: (Color online)Densidade de estados para uma nanofita armchair com N = 100. Na figura observamos que existe um pseudogap (quando a banda de valˆencia e a banda de condu¸c˜ao se ligam atrav´es de apenas um ponto) de energia em torno do potencial qu´ımico o que mostra que essa nanofita tende para um isolante a temperatura nula.

Para valores de N muito grandes a curva se suaviza e tende para o resultado exato da folha de grafeno tal como representado na Fig. 4.4. O que se constitui em um ´otimo teste para nossos resultados anal´ıticos.

Agora vamos passar ao caso mais complicado das nanofitas zigzag. Como j´a vimos no Cap. 3 a energia de dispers˜ao para nanofitas do tipo zigzag foi obtida por Katsunori [12](veja o apˆendice B do referido trabalho): ρ = Im1 π Z π −π dk E − Ek+ iη (4.6) com Ek= sp1 + g2k+ 2gkcos(p) and gk= 2 cos(k/2) and s = ±1. Os valores de p = p(k, N ) s˜ao obtidos a partir da solu¸c˜ao da equa¸c˜ao: sin(pN ) + gksin(p(N + 1)) = 0. Assim devido a dependˆencia mais complicada dos valores de p n˜ao conseguiremos o mesmo tipo de desacoplamento das nanofitas armchair e nesse trabalho o c´alculo anal´ıtico somente foi realizado para a nanofita zigzag com N = 2.

Podemos observar que na densidade de estados anal´ıtica da Fig. 4.5 existe um pico central localizado na energia de Fermi, este pico ´e caracter´ıstico em nanofitas do tipo zigzag, podemos ver no detalhe que este pico tem na verdade a forma de um pseudogap. Esse pico no centro da banda ´e o resultado da existˆencia de estados localizados de borda nas nanofitas zigzag e se originam da degenerescˆencia existente entre o topo da banda de valˆencia e o fundo da banda de condu¸c˜ao em k = π. Esses estados localizados se formam na borda das nanofitas zigzag e originam um pico robusto caracterizado por um pseudogap na energia de Fermi tal como indicado na Fig. 4.5.

Para comparar o resultado anal´ıtico com o resultado num´erico fizemos um gr´afico com a lista de dados gerada numericamente, utilizando um programa Fortran e o gr´afico abaixo foi gerado por estes dados. Podemos ver que se assemelha muito com o resultado anal´ıtico, dando maior credibilidade

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Figura 4.4: (Color online)Densidade de estados para uma nanofita infinita.

ao m´etodo utilizado neste trabalho, at´e mesmo no detalhe surge o pseudogap na energia de Fermi. Entretanto, n˜ao calculamos um fator de escala para ajustar exatamente os dois gr´aficos.

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Figura 4.5: (Color online)Densidade de estados obtida analiticamente para uma nanofita do tipo zigzag com N=2.

Figura 4.6: (Color online)Densidade de estados obtida numericamente para uma nanofita do tipo zigzag com N=2.

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Cap´ıtulo 5

Conclus˜

oes e sugest˜

oes para

trabalhos futuros

At´e esse ponto calculamos analiticamente a densidade de estados das nanofitas armchair (para qualquer N)e zigzag (para N=2). Um dos pr´oximos passos do trabalho ´e o c´alculo anal´ıtico da densidade de estados das nanofitas zigzag para valores de N=3 ou maiores. Acreditamos que seja poss´ıvel estender esse c´alculo para pequenos valores de N, por´em para generalizar ter´ıamos que desenvolver alguma forma de c´alculo recursivo, mas sem d´uvida esse ´e um desafio que teremos que enfrentar daqui para a frente. Outro ponto importante que teremos que nos dedicar ´e o estudo da rela¸c˜ao entre os estados de borda das nanofitas zigzag e a topologia dessas nanofitas. A importˆancia desses estados deriva da previs˜ao te´orica [16]de que eles se acoplam ferromagneticamente ao longo da borda e antiferromagneticamente entre as bordas opostas. Esse assunto ganhou relevancia recentemente com a detec¸c˜ao experimental de estados de borda com polariza¸c˜ao de spin em nanofitas zigzags de largura N=6 [17]. Esse resultado nos estimula a propor um modelo para o estudo das nanofitas zigzag com N=2, considerando a competi¸c˜ao entre intera¸c˜oes ferromagn´eticas e antiferromagn´eticas presentes no sistema.

Outra possibilidade que se abre com nossos resultados ´e o estudo da fam´ılia de compostos formada por an´eis de benzeno, que s˜ao os oligoacenos [18]. O n´umero dessas unidades de benzeno no composto determina o tamanho do seu gap de excita¸c˜ao. Outro trabalho recente nessa linha [19] efetuou medidas de condutˆancia el´etrica atrav´es das jun¸c˜oes metal-mol´ecula-metal, onde a mol´ecula eram oligoacenos de diferentes tamanhos.

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Referˆ

encias Bibliogr´

aficas

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