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Dinâmica intrametropolitana e organização socioespacial na Região Metropolitana de São Paulo

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Dinâmica intrametropolitana e organização socioespacial na Região

Metropolitana de São Paulo

Suzana Pasternak

Lucia Maria Machado Bógus

A dinâmica sócio-espacial da região metropolitana de São Paulo apresentou, na década de 90, novas configurações, com mudanças no padrão redistributivo da população e das atividades econômicas. Frente a este quadro, apresentou-se a necessidade de problematizar os referenciais teóricos classicamente utilizados para analisar a dinâmica urbana da maior metrópole nacional e buscar novas categorias de análise que possibilitem compreender os fenômenos presentes nas sociedades pós industriais periféricas.

O presente trabalho objetiva analisar a abrangência e o sentido das mudanças observadas no padrão redistributivo da população e das atividades econômicas ao logo da última década.

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Dinâmica intrametropolitana e organização socioespacial na Região

Metropolitana de São Paulo

Suzana Pasternak

Lucia Maria Machado Bógus

1 Introdução

“O Observatório das Metrópoles tem desenvolvido estudos e pesquisas que visam contribuir teórica e metodologicamente para os debates, no âmbito da academia, das instituições governamentais e não governamentais e dos movimentos sociais, sobre os impactos sociais produzidos pelas transformações econômicas que estão ocorrendo no Brasil, desde meados de 1980. Esses impactos se externalizam particularmente nas grandes cidades e nas regiões metropolitanas, onde as transformações adquirem maior significado. A polêmica que alimenta o debate está centrada nos efeitos da reestruturação produtiva sobre o mercado de trabalho, com significativas alterações na oposição entre as classes sociais, que marcou a era industrial fordista, e o surgimento de uma nova estrutura social, marcada por uma crescente polarização entre estratos superiores e inferiores da sociedade. Essas questões estão no centro das discussões sobre a global city (Sassen, 1998), cuja hipótese central é a existência de nexos estruturais entre as mudanças em curso na economia e a intensificação da dualização social. Nesse processo, em que o Setor Terciário estaria assumindo predominância frente a processos simultâneos de modernização e relativa retração no emprego do Setor Secundário, haveria igualmente uma reconfiguração e um encolhimento das classes médias, tendo em vista as mudanças na estrutura produtiva e nos padrões organizacionais e tecnológicos. Algumas ocupações típicas das classes médias estariam em declínio, outras se desqualificariam, e surgiriam novas profissões ligadas à expansão das funções de gestão (Sassen, 1998). A estrutura social, alicerçada na indústria da informação, em especial nas grandes metrópoles, estaria assentada, de um lado, na existência de profissionais altamente qualificados e bem remunerados e, de outro, em um contingente de trabalhadores menos qualificados e de não menos importância, como secretárias, faxineiros e trabalhadores de manutenção, configurando uma estrutura social no formato de ampulheta. Essa imagem, que não encontra unanimidade junto aos pesquisadores, estaria em contraposição à de ovo, que representa a predominância das camadas médias e operárias na estrutura social e a presença reduzida dos estratos superiores e inferiores dessa estrutura.

Com base nesses pressupostos, e pretendendo verificar a procedência ou não das teses da

global city na realidade brasileira, foi elaborada uma hierarquia sócio-ocupacional com a

construção de um conjunto de categorias, a partir das variáveis censitárias de ocupação segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), criada de acordo com as diretrizes da Classificação Internacional Uniforme de Ocupações (CIUO) da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os dados censitários são os únicos disponíveis, no Brasil, com capacidade simultânea de comparabilidade no tempo e no espaço, contemplando dados do mundo do trabalho. Como ponto de referência, foi utilizado o sistema de classificação das profissões na

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França, adotado pelo Institut National d’Économie et Statistique (INSEE), e o primeiro trabalho comparativo realizado foi entre Paris e Rio de Janeiro (Preitecelle, Ribeiro, 1998). Essas pesquisas têm como ponto de partida uma concepção multidimensional da estruturação do espaço social, o que permite alcançar uma compreensão mais refinada das eventuais posições sociais que os grupos de indivíduos ocupam e detectar as múltiplas escalas de hierarquização no espaço social. A estrutura social “[...] é entendida, simultaneamente, como

um espaço de posições sociais e um espaço de indivíduos ocupando esses postos e dotados de atributos sociais desigualmente distribuídos e ligados às suas histórias” ( Ribeiro, Lago,

2000, p.112), dentro de uma articulação que remete ao pensamento de Bourdieu (1989). O autor desenvolve a noção de que os indivíduos ou agentes ocupam posições relativas no espaço social, as quais se encontram em oposição. É possível classificar empiricamente essas posições relativas segundo os diferentes agrupamentos sociais, podendo ser identificadas pelo volume dos capitais (econômicos, sociais e simbólicos) que eles detêm e pela estrutura desses capitais. Colocados em posições semelhantes e estando sujeitos a condicionamentos similares, há probabilidade de que esses agentes ou indivíduos desenvolvam atitudes, interesses e práticas aproximadas. A incorporação desse esquema à pesquisa sobre as metrópoles brasileiras está pautada no pressuposto metodológico da centralidade do trabalho enquanto categoria estruturadora das relações sociais (Ribeiro, Lago, 2000, p.112).

As categorias socioocupacionais, através das quais é possível captar a segmentação social nas metrópoles brasileiras, foram construídas a partir de alguns princípios gerais que se contrapõem e que estão na base da organização da sociedade capitalista, tais como: capital e trabalho, grande e pequeno capital, assalariamento e trabalho autônomo, trabalho manual

versus não-manual e, atividades de controle e de execução. Também foi levada em

consideração a diferenciação entre setores da produção, como o Secundário e o Terciário, e, finalmente, entre os ocupados no Setor Secundário, foi feita uma distinção a partir da inserção dos trabalhadores nos segmentos modernos ou tradicionais da indústria ( Ribeiro, Lago, 2000).” ( Mammarella, Rosetta, 2007)

Entre 1991 e 2000 o Censo modificou sua forma de definir tanto o desemprego, como o tipo de ocupação, o que dificulta a comparação entre 1980, 1991 e 2000. Em 1991, o período de referência para a verificação do estado de emprego era de 12 meses, assim como em 1980. E a condição de ocupação referia-se a três possíveis estados: se trabalho habitualmente ou eventualmente neste período de referência, ou se não trabalhou. No ano 2000, o período de referência foi de uma semana, e a questão foi mais detalhada: perguntava-se de trabalhou em atividade remunerada ou não; em caso da resposta não, perguntava-se estava temporariamente afastado, se exerceu atividade não remunerada ou se, no período de 1 mês na data anterior ao Censo tomou alguma providência para conseguir trabalho. Assim, as cifras de ocupados entre os anos 1980, 1991 e 2000 não são comparáveis: a adoção do período de uma semana, em lugar de 12 meses, pode induzir a uma ampliação da magnitude do desemprego. De outro lado, atividades domiciliares como ajuda a outro, trabalho para o auto consumo, etc, reduzem o desemprego, pois passam a ser computadas.

Em 2000, modificou-se também a forma de classificar as ocupações, através da utilização da CBO ( Classificação Brasileira de Ocupações) e da CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica). Na pesquisa, foi feito um ajuste da classificação ocupacional de 1991 com a metodologia censitária de 2000, o que possibilita a comparação entre estas duas datas. Para 1980, entretanto, isso não foi feito. Assim, qualquer comparação que envolve os 20 últimos anos do século XX só poderá ser feita através de grandes grupos, e

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o percentual de população ocupada em relação à total entre estas 3 datas não é passível de comparação. Por isso, a análise da evolução das categorias sócio-ocupacionais vai se concentrar em 1991 e 2000. E deve ser lembrado que o número absoluto de ocupados de 1991 não é, rigorosamente, obtido da mesma forma que o de 2000. Mesmo assim optou-se por analisar a evolução, apesar desta ressalva. A análise relativa dos percentuais pode elucidar a evolução.

Quadro 1

Grandes empregadores Dirigentes do setor público Dirigentes do setor privado

Profissionais autônomos de nível superior Profissionais empregados de nível superior Profissionais estatutários de nível superior Professores de nível superior

Pequenos empregadores Pequenos empregadores Ocupações de escritório Ocupações de supervisão Ocupações técnicas

Ocupações de saúde e educação Ocupações de segurança, justiça e correio Ocupações artísticas e similares Trabalhadores do comércio Prestadores de serviços especializados Trabalhadores manuais da indústria moderna Trabalhadores manuais da indústria tradicional Trabalhadores manuais de serviços auxiliares Trabalhadores manuais da construção civil Prestadores de serviços não especializados Empregados domésticos

Ambulantes e biscateiros Agricultores Agricultores

Trabalhadores do Terciário

Trabalhadores do Secundário

Trabalhadores do Terciário não Especializado

Categorias socioocupacionais

Dirigentes

Intelectuais

Ocupações médias

2. Tendências das categorias sócio-ocupacionais metropolitanas nos anos 90.

Como já foi dito, o mercado de trabalho na metrópole de São Paulo será examinado com base numa estrutura hierarquizada de 25 categorias sócio-ocupacionais, referentes aos anos 1991 e 2000.

Olhando a estrutura a partir de três grandes grupos ( superior, reunindo dirigentes, profissionais de nível superior e empregadores; médio e popular, com os trabalhadores manuais: comércio, serviços especializados e não especializados e operários industriais), pode-se concluir que na década de 90 a metrópole de São Paulo não apresentou mudança significativa na sua estrutura hierárquica ( Tabela 1). As categorias superiores tiveram um pequeno aumento relativo, passando de 10,85% do total de categorias para 11,84%, assim como os trabalhadores manuais, que passaram de 56,25% para 59,50%. Já a participação das categorias médias sofreu uma leve redução relativa, de 32,03% para 28,15%. Este primeiro olhar estaria indicando uma leve tendência á dualização social.

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Tabela 1 Distribuição das categorias sócio-ocupacionais. Região Metropolitana de São Paulo 1991-2000 RMSP NÚCLEO PERIFERIA CATs 1991 2000 1991 2000 1991 2000 Grandes Empregadores 1,54% 0,77% 1,79% 0,96% 1,06% 0,47%

Dirigentes do Setor Público 0,07% 0,17% 0,08% 0,13% 0,05% 0,24%

Dirigentes do Setor Privado 0,56% 0,43% 0,73% 0,50% 0,23% 0,32%

Dirigentes 2,16% 1,37% 2,59% 1,59% 1,34% 1,03%

Profissionais Autônomos de Nível Superior 1,00% 1,96% 1,23% 2,46% 0,55% 1,18%

Profissionais Empregados de Nível Superior 2,06% 3,66% 2,49% 4,55% 1,23% 2,29% Profissionais Estatutários de Nível Superior 0,93% 0,44% 1,21% 0,57% 0,39% 0,24%

Professores de Nível Superior 1,56% 1,77% 1,71% 1,89% 1,28% 1,58%

Profissionais de nível superior 5,54% 7,83% 6,65% 9,48% 3,46% 5,29%

Pequenos Empregadores 3,14% 2,65% 3,55% 3,08% 2,37% 1,98%

Ocupações Artísticas e Similares 0,95% 1,10% 1,14% 1,31% 0,60% 0,78%

Ocupações de Escritório 14,01% 10,58% 14,94% 11,50% 12,27% 9,17%

Ocupações de Supervisão 6,51% 5,33% 6,79% 5,89% 6,00% 4,46%

Ocupações Técnicas 6,39% 6,35% 6,58% 6,66% 6,03% 5,87%

Ocupações Médias da Saúde e Educação 2,87% 3,26% 2,89% 3,35% 2,84% 3,11% Ocupações de Segurança Pública, Justiça e

Correios

1,29% 1,53% 1,40% 1,58% 1,09% 1,46%

Categorias Médias 32,03% 28,15% 33,73% 30,29% 28,82% 24,85%

Trabalhadores do Comércio 8,68% 9,72% 8,82% 10,03% 8,39% 9,22%

Prestadores de Serviços Especializados 6,51% 9,62% 6,31% 9,71% 6,89% 9,49%

trabalhadores do terciário 15,19% 19,34% 15,14% 19,74% 15,29% 18,71% Trabalhadores da Indústria Moderna 8,98% 7,10% 7,38% 5,49% 12,01% 9,59%

Trabalhadores da Indústria Tradicional 9,19% 4,59% 8,59% 4,45% 10,32% 4,80% Operários dos Serviços Auxiliares 3,17% 5,99% 2,94% 4,83% 3,61% 7,79%

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Operários da Construção Civil 6,01% 6,32% 5,08% 5,33% 7,78% 7,85% trabalhadores do secundário 27,35% 24,01% 23,99% 20,11% 33,71% 30,02%

Trabalhadores Domésticos 6,35% 7,22% 6,47% 6,94% 6,12% 7,66%

Ambulantes 2,02% 2,78% 2,10% 2,78% 1,87% 2,77%

Biscateiros 0,12% 0,94% 0,09% 0,84% 0,17% 1,09%

Prestadores de Serviços Não Especializados 5,22% 5,22% 5,04% 4,95% 5,58% 5,64%

trabalhadores do terciário não especializado 13,71% 16,16% 13,69% 15,51% 13,73% 17,15%

Agricultores 0,87% 0,50% 0,66% 0,21% 1,27% 0,97%

Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000

Queda relativa de 20% ou mais Aumento relativo de 20% ou mais

Entretanto, seria importante olhar com maior detalhamento dentro de cada um dos três grandes grupos sócio–ocupacionais, visando um maior detalhamento do comportamento do mercado de trabalho.

No que se refere ao “ mundo superior” foram os profissionais de nível superior os maiores responsáveis pelo aumento relativo na década, tanto na metrópole como um todo, como no núcleo e nos demais municípios metropolitanos. Tanto profissionais autônomos com empregados de nível superior tiveram aumentos relativos de mais de 20% na década, tanto no núcleo como nos demais municípios da metrópole. Os estatutários apresentaram queda relativa de mais de 20%, enquanto que os professores tiveram pequeno aumento relativo, mas acentuado na periferia metropolitana.

De outro lado, os chamados dirigentes tiveram forte perda relativa, de mais de 20%, tanto no núcleo, como nos demais municípios. Esta perda deve-se sobretudo à perda dos grandes empregadores ( com mais de 10 empregados). A redução em números absolutos foi de quase 36 mil pessoas, num total de 90 mil, ou seja, uma redução de praticamente 40%. Esboçam-se algumas hipóteses para esta incrível redução de grandes empregadores, hipóteses estas não mutuamente exclusivas; sua saída da metrópole, sua redução por falência de empresas (na década de 90 muitas empresas fecharam, sobretudo as de tamanho médio), a redução de empresas por fusão ou venda ( processo que já se iniciara nos anos 90). Outro processo que se evidenciou foi a saída de dirigentes do setor privado no núcleo, onde percebeu-se uma diminuição relativa de mais de 20%, e um leve acréscimo desta categoria nos demais municípios. Assim, a elite dirigente, além de estar em diminuição, muda sua residência no interior na RMSP. Condomínios fechados espraiando-se na metrópole, em municípios mais “ bucólicos” mostram a nova escolha residencial das camadas mais abastadas, fugindo da poluição, barulho e violência da metrópole. E, embora o volume seja reduzido ( em 1991, 4000 ocupados e em 2000, 12.300), chama a atenção o aumento dos dirigentes públicos na metrópole, sobretudo no núcleo.

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Tabela 2 – Indicadores sintéticos para as categorias superiores, 1991 e 2000

Dirigentes Profissionais de nível superior Pequenos empregadores Indicadores sintéticos 1991 2000 1991 2000 1991 2000 demografia % homens 82,51 68,26 51,48 48,77 77,50 71,20 % 65 anos e mais 3,54 4,39 1,72 2,00 2,86 4,18 % brancos 85,68 87,78 86,21 83,48 81,51 82,75 % nascidos no estrangeiro 22,84 30,79 8,20 12,97 18,90 24,75 % migrantes há menos de 5 anos no estado 5,99 6,24 6,81 8,07 3,37 2,99

Tempo médio dos migrantes no estado

5,11 5,09 5,09 5,03 5,88 6,31

Renda

Média renda domiciliar sm 26,68 22,03 22,27 19,66 19,44 20,38

Média renda per capita sm 8,55 13,93 7,72 10,05 6,22 10,53

Trabalho

% de contribuintes à previdência

87,38 100,00 82,65 68,12 81,75 43,23

% de conta própria sem previdência

- - 28,65 40,38 - -

Educação

Média de anos de estudo entre os que estudaram

11,86 13,14 14,87 14,33 9,74 11,31

Moradia

% apartamentos 40,39 49,84 38,42 42,77 25,88 36,26

% casas com saneamento escoado

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Média de banheiros 2,58 2,72 2,12 2,03 2,02 2,23

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000

Analisando as categorias superiores, alguns pontos são comuns aos dirigentes, profissionais de nível superior e empregadores:

• Em relação às características demográficas, embora ainda fortemente masculinas, as três categorias tendem a apresentar maior proporção de mulheres; além disso, estão em processo de envelhecimento relativo. São predominantemente compostas de homens brancos: entre os dirigentes e empregadores, o percentual de brancos chegou a aumentar ligeiramente. A proporção de nascidos no estrangeiro é enorme, sobretudo nos dirigentes e empregadores, e aumentou na década; entre os pequenos empregadores, a proporção de idosos aumentou significativamente, de 2,86% para 4,18%, ou seja, um aumento de 46%, bem maior que o aumento médio de 17,4%. Pode-se inferir que abrir um pequeno negócio seja estratégia de manutenção do poder aquisitivo de idosos.

• Mesmo nestas camadas superiores, percebe-se precarização das relações de trabalho: entre os profissionais de nível superior houve queda acentuada na proporção dos contribuintes à previdência oficial, e grande aumento dos por conta própria não contribuintes ( de 28,7% para 40,4%). Entre os empregadores, a proporção dos contribuintes reduziu-se para a metade. Apenas os dirigentes apresentaram tendência inversa, o que poderia ser explicado pela expansão das empresas de providência privada. Entre os profissionais de nível superior, a diminuição dos empregados com carteira assinada foi de 54,44% em 1991 para 47,33% no ano 2000. Acredita-se que deve estar subindo o número de profissionais de nível superior trabalhando em cooperativa ou como pessoa jurídica;

• Há aumento de renda per capita nas 3 categorias; para o total de ocupados da região metropolitana, o aumento foi de 25%. Já nas categorias superiores, para os dirigentes foi de 63%, para os profissionais de nível superior, de 30% e para os empregadores, de quase 70%. O aumento relativo da renda per capita foi maior que o da renda domiciliar, o que pode ser conseqüência da forte diminuição de pessoas por domicílio. E o menor aumento de renda dos profissionais de nível superior, quando comparado ao aumento de dirigentes e empregadores, deve estar ligado ao próprio aumento desta categoria na década, que representava 5,54% do total de ocupados em 1991, passando a 7,83% deste total no ano 2000. Este aumento deve ser imputado ao crescimento dos cursos de nível superior nas duas últimas décadas, permitindo que camadas sociais menos favorecidas cursem faculdade. Esta maior oferta de graduados provavelmente deprime os salários. No ano 2000, na capital, quase 10% dos ocupados têm nível superior. De qualquer forma, o aumento de renda nas categorias superiores foi maior que o aumento de renda média de todos ocupados metropolitanos. Pode-se dizer que o aumento de renda compensou, de certa forma, perdas resultantes do aumento da precarização

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• A escolaridade, medida em anos de freqüência à escola, subiu para dirigentes e empregadores, conservando aproximadamente o mesmo valor para profissionais de nível superior;

• Dirigentes moram em apartamentos (quase 50% no ano 2000). Para o total de ocupados, a proporção de moradores de apartamentos é de 21%. E, embora a proporção de empregadores residindo em apartamentos seja a menor entre as categorias superiores, é nesta categoria onde se deu o maior incremento, de 40%.As unidades de moradia das categorias superiores são servidas por água e esgoto ( para a metrópole como um todo, a proporção de moradias com estes dois serviços foi de 44% em 1991 e 43% no ano 2000). O número médio de banheiros por domicílio associa-se fortemente à renda, sendo 2,7 para os dirigentes e 2,23 para os empregadores em 2000.

Tabela 3- Indicadores sintéticos para categorias médias, 1991 e 2000

Categorias médias Total Indicadores sintéticos 1991 2000 1991 2000 demografia % homens 58,35 53,10 63,35 59,04 % 65 anos e mais 0,86 1,05 1,38 1,62 % brancos 75,14 74,62 67,50 65,77 % nascidos no estrangeiro 3,85 4,96 3,64 3,37 % migrantes há menos de 5 anos no estado 7,93 7,30 12,24 10,14

Tempo médio dos migrantes no estado

5,08 5,71 4,77 5,65

Renda

Média renda domiciliar sm 12,55 14,26 11,15 11,64

Média renda per capita sm 3,80 5,24 3,34 4,18

Trabalho

% com carteira de trabalho 77,43 65,23 61,82 51,15

% de contribuintes à previdência

81,75 70,63 72,29 51,15

% de conta própria sem previdência

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Educação

Média de anos de estudo entre os que estudaram

9,54 10,80 7,88 8,85

Moradia

% apartamentos 15,90 25,29 12,95 18,73

% casas com saneamento escoado

88,11 93,62 80,20 87,63

Média de banheiros 1,43 1,57 1,38 1,46

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000

Quanto às camadas médias, elas representavam 32,03% dos ocupados em 1991, passando a representar 28,15% no ano 2000. É o grupo majoritário, nas duas datas, para a metrópole como um todo. A maior alteração na sua composição deve-se à diminuição, de mais de 20%, das ocupações de escritório. E esta forte diminuição deve-se à sua redução na capital, já que nos outros municípios da metrópole o decréscimo foi menor. Sobre alguns traços das categorias médias:

• Os ocupados das camadas médias já não são basicamente homens: em 2000, 47% deles pertenciam ao sexo feminino, proporção maior que para os ocupados como um todo ( 41%). São mais jovens que os ocupados das categorias superiores, e mesmo mais jovens que a média total. Embora o percentual de brancos praticamente se conservasse, pode-se dizer que a proporção de brancos nas camadas médias é ainda maior que no total da população, e menor que nas camadas superiores. Percebe-se um aumento do percentual de não brancos à medida que as categorias sócio-ocupacionais descem hierarquicamente; a proporção de nascidos no estrangeiro aproxima-se da proporção média, distintamente das categorias superiores, mas aumenta a proporção de migrantes há menos de 5 anos no estado, ou seja, entre os ocupados nas camadas médias há forte componente de migração interna;

• O grau de informalidade dos ocupados das camadas médias cresceu significativamente. O percentual dos “sem carteira” subiu de 22,5% para 34,7% na década, a proporção dos cobertos com previdência social desceu de 82% para 71%, e a porcentagem de trabalhadores por conta própria sem previdência social aumentou de 42% para 58%. O aumento dos trabalhadores por conta própria sem proteção previdenciária foi de mais de 37%, maior que o mesmo para o total de ocupados, de 30%. Assim, nas camadas médias o grau de informalidade cresceu mais que no total, durante os anos 90.

• As camadas médias “compensaram” também este aumento da precariedade do trabalho com incremento da renda domiciliar per capita de 38%, maior que o aumento da renda per capita total, de 25%, mas menor que o dos dirigentes e empregadores, entre 60 e 70%.

• A escolaridade subiu 13%, equivalente ao aumento total dos ocupados;

• As camadas médias também se verticalizam, passando de 15,90% com moradia em apartamento para 25,29% ( incremento de quase 60%), maior que o incremento médio

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de 45% na década. Residem em unidades servidas de água e esgoto, e a média de banheiros subiu na década em quase 10%, de 1,43 para 1,57.

Dentro do mundo popular, foram os prestadores de serviços especializados (onde encontram-se garçons, vigilantes, cozinheiros, além de trabalhadores de comunicação, TV e telefone, marceneiros, carpinteiros e semelhantes) os principais responsáveis pelo aumento notado: tanto no núcleo como nos outros municípios a proporção aumentou mais de 20% entre 1991 e 2000. Este aumento foi seguido pelos operários dos serviços auxiliares da indústria (transporte, água, gás, eletricidade, etc, pelos ambulantes e biscateiros. Os trabalhadores domésticos apresentaram aumento de 6,35% para 7,22% do total de ocupados na metrópole, sendo que nos municípios periféricos este aumento foi significativo.

Em contrapartida, houve significativa queda dos operários da indústria tradicional - de 9,2% para 4,6% - e em menos escala, dos operários da indústria moderna, de 9% para 7%. Esta queda relativa foi grande tanto no núcleo como nos outros municípios ( para operários da indústria moderna, queda de 74% no núcleo e 80% na periferia; para os operários da indústria tradicional, 52% no núcleo e 47% na periferia).

Sintetizando, a metrópole paulista se terciarizou, perdendo atividades industriais e ampliando atividades de serviço, tanto entre trabalhadores de serviços especializados como, mas em menor grau, entre trabalhadores de serviços não especializados. A intensidade do crescimento dos prestadores de serviços especializados foi maior na capital, refletindo sua transformação numa cidade terciária. Trabalho sobre territorialização dos empregos no município de São Paulo ( Moreira Lima et al, 2007) mostra um aumento de empregos formais no setor de serviços na capital entre 1996 e 2001, de mais de 107 mil empregos formais, dentro de um quadro de perda de mais de 140 mil empregos, no total do município, para o mesmo período.

Tabela 4 Indicadores sintéticos para as categorias populares, 1991 e 2000

Trabalhadores do terciário Trabalhadores do secundário Trabalhadores do terciário não especializado Indicadores sintéticos 1991 2000 1991 2000 1991 2000 demografia % homens 60,02 56,84 81,05 84,12 41,03 36,42 % 65 anos e mais 1,22 1,65 1,22 1,36 2,15 2,04 % brancos 66,59 64,22 59,42 56,88 53,61 52,49 % nascidos no NE 47,76 68,94 50,35 71,48 54,39 72,64

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% migrantes há menos de 5 anos no estado

14,30 10,61 12,65 10,22 17,13 14,31

Tempo médio dos migrantes no estado

4,76 5,74 4,84 5,81 4,36 5,47

renda

Média renda domiciliar sm 9,25 10,02 7,69 8,50 8,39 7,58

Média renda per capita sm 2,60 2,93 2,06 2,18 2,45 2,14

trabalho

% com carteira de trabalho 60,72 51,19 62,54 48,98 50,00 42,80

% de contribuintes à previdência

70,66 53,48 65,80 50,17 55,39 81,75

% de conta própria sem previdência

44,22 66,17 59,06 77,77 64,95 82,61

Educação

Média de anos de estudo entre os que estudaram

6,74 7,90 5,68 6,72 4,98 6,03

moradia

% apartamentos 8,55 14,92 3,31 8,14 10,66 10,73

% casas com saneamento escoado

78,76 87,68 72,66 82,48 69,44 79,38

Média de banheiros 1,22 1,32 1,11 1,22 1,30 1,25

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000

Entre as categorias populares, alguns traços merecem reparo:

• A razão de sexo não é uniforme para as 3 grandes categorias envolvidas: entre os trabalhadores do secundário, a predominância masculina é grande, e aumenta ligeiramente na década; já entre os do terciário percebe-se a entrada de mulheres, sobretudo entre os do terciário não especializado. Assim, se há relativo equilíbrio entre os sexos nos trabalhadores especializados, há nítido predomínio masculino entre os trabalhadores do secundário e feminino entre os do terciário não especializado. A proporção de idosos é pequena, se comparada à mesma proporção entre as categorias superiores, mas crescente entre os trabalhadores do terciário e do secundário; já entre

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os do terciário não especializado, ela decresce. O percentual de brancos é menor quanto menor for a hierarquia da categoria, e sua tendência é decrescente.

• Percebe-se o peso crescente da migração nordestina, que cresceu 44% entre os trabalhadores do terciário, 42% entre os trabalhadores do secundário e 34% entre os do terciário não especializado. Os nascidos no Nordeste ultrapassam 70% dos ocupados no terciário não especializado no ano 2000. Há indícios da diminuição da migração para a metrópole entre as categorias populares, já que o tempo no estado está aumentando e o percentual de migrantes há menos de 5 anos diminuindo.

• A informalidade do trabalho aumentou na década para as 3 categorias, todas elas com cerca de 50% dos empregados sem registro no ano 2000. O maior aumento de informalidade foi entre os trabalhadores do secundário ( 22%), seguidos pelos trabalhadores do terciário (16%) e do terciário não especializado ( 14%). A precarização nas relações de trabalho se nota ainda na forte redução dos contribuintes á previdência oficial, com a grande exceção dos trabalhadores do terciário não especializado, onde a proporção dos contribuintes subiu de 55% para 82%. De outro lado, entre os por conta própria, a precarização torna-se evidente: nas 3 categorias subiu a proporção de não protegidos por sistema de previdência;

• O comportamento da renda também não foi uniforme entre as categorias populares. Entre os trabalhadores do terciário e do secundário, nota-se aumento de renda domiciliar e domiciliar per capita, de 12,7% para os terciários e 6% para os secundários, abaixo, assim, do aumento médio de 25% para todos os ocupados. Já na base da pirâmide, ou seja, na categoria hierarquicamente inferior dos trabalhadores urbanos, a do terciário não especializado, houve perda de renda na década: em 1991 a renda domiciliar per capita foi de 2,45 salários mínimos e no ano 200 reduziu-se para 2,14. Só nesta categoria percebeu-se redução da renda.

• Em relação á escolaridade, nas 3 categorias populares houve aumento do número de anos na escola;

• Surpreendentemente, a proporção de trabalhadores do terciário não especializado morando em apartamentos é de mais de 10%, alta, quando comparada á de 8% entre os trabalhadores do secundário. Deve estar ligada à presença de domésticos morando em casa de empregadores, além de moradia em conjuntos populares verticalizados. As condições de moradia e de saneamento melhoraram em todas as categorias.

3. Considerações sobre a estrutura sócio-ocupacional

As mudanças observadas para o conjunto das cats inserem-se num conjunto de transformações econômicas e sociais que atingiram a RMSP nos anos 80 e 90. Na verdade, estas transformações emergem de uma forte crise marcada por quedas importantes da produção econômica e do emprego, vinculadas à perda do dinamismo industrial, à reestruração produtiva e um aumento da informalidade ( em 1991 62% dos empregados possuíam carteira de trabalho, enquanto que em 2000 este percentual foi de apenas 51%). Ao longo deste período, a RMSP perdeu atividades industriais ( a proporção de ocupados entre os trabalhadores do secundário era de 27,35% em 1991 e caiu para 24,01% no ano 2000) e ampliou as atividades de serviço (tanto entre os trabalhadores do terciário, de 15,19% para 19,34%, como entre os trabalhadores do terciário não especializado, de 13,71% para 16,16%). Apesar deste incremento das atividades do setor terciário, a metrópole não solucionou seus problemas de desemprego, que continuou elevado ( em 2000, para o município de São Paulo,

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a taxa de desemprego da população de 15 anos e mais era de 17,78%, pelos dados da F Seade).

Em relação à estrutura sócio ocupacional, há indícios de dualização, mas não como afirmava Sassen. O topo da pirâmide diminuiu ( encolhimento das elites dirigentes), mas o nível imediatamente inferior teve forte aumento (profissionais de nível superior). As camadas médias sofreram ligeiro decréscimo, acompanhado de diminuição dos trabalhadores do secundário, e aumento do terciário e da base da pirâmide. Em relação à renda, houve aumento de renda entre os empregadores (pequeno e grandes), dirigentes e profissionais de nível superior). Entre os ocupados das camadas médias, o incremento de renda foi pequeno. Entre os trabalhadores do secundário, a renda praticamente se manteve, enquanto que entre os terciários não especilizados houve perda. O ganho de renda acompanhou a hierarquia social. Em contrapartida, as relações de trabalho, em todas as categorias, tornaram-se mais precárias. Aumenta a instabilidade laboral. Estes dois fatores podem se refletir, com afirma Lago ( 2008, p 6), numa concomitante “ampliação do poder de consumo a curto prazo e uma redução na capacidade de endividamento a longo prazo”. As condições domiciliares melhoraram, assim como a escolaridade. Há uma certa “feminilização” da atividades classificadas como hierarquicamente inferiores. E é nelas também onde as relações de trabalho são as mais precárias e onde houve perda de renda. A estrutura sócio ocupacional mantém basicamente, a sua diversidade, apresentado porém:

• Terciariazação, com forte incremento dos trabalhadores do terciário especializado • Profissionalização, com forte aumento de profissionais de nível superior

• Perda de ocupações de escritório

• Ganho dos operários dos serviços auxiliares, e perda dos trabalhadores da indústria moderna e tradicional; assim, uma desproletarização relativa

• Perda dos dirigentes, principalmente dos grandes empregadores

• Ganho entre ambulantes, biscateiros, e, em menor grau, dos empregados

domésticos

Assim, o resultado não é nem ampulheta, nem ovo. Lembra mais um pinheirinho natalino....

4. A segmentação social do espaço intra-metropolitano de São Paulo nos anos 90

Um dos objetivos do presente trabalho era o de examinar a relação entre as tendências expostas acima e as alterações no padrão de segmentação social do espaço intra-metropolitano, nos anos 90.

Como base para esta análise foi utilizada uma tipologia sócio-espacial referente ao ano 2000, que classifica de forma hierárquica as 812 áreas em que foi desagregado o espaço metropolitano. Estes 812 segmentos espaciais são as AEDS de 2000, posteriormente utilizadas para análise espacial de 1991. A hierarquia resulta do agrupamento hierárquico de cerca de 400 ocupações utilizadas pelo IBGE, tal como descrito no texto acima.

Assim, a partir de 812 AEDs, foi feita uma análise fatorial por correspondência binária, seguida de classificação hierárquica dos conglomerados resultantes, a partir das categorias

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sócio ocupacionais. Nesta análise fatorial conseguiu-se agrupar as áreas homogêneas em conglomerados de áreas com predominância das mesmas categorias sócio ocupacionais, resultando numa tipologia de áreas. Pode-se, desta forma, identificar os princípios pelos quais o espaço social de São Paulo se divide, ou seja, 11 tipos de áreas em 1991 e 12 em 2000. Cada tipo reúne um conjunto de áreas que são consideradas como socialmente homogêneas. Para este trabalho, optou-se pela reunião dos distintos tipos em grandes “mundos”, a saber:

• Áreas superiores • Áreas médias • Áreas operárias • Áreas populares • Áreas agrícolas 1991 2000 Áreas

AEDs POPULAÇÃO AEDs POPULAÇÃO

Superior 183 1.641.568 167 1.455.065 Média 212 1.742.559 251 2.250.812 Operária 283 1.716,643 242 2.013.311 Popular 111 669.046 136 1.271.396 Agrícola 23 117.390 16 123.674 Total 812 5.877.206 812 7.114.258 1991 2000 “famílias”

AEDs POPULAÇÃO AEDs POPULAÇÃO

Superior 22,54% 27,88% 20,57% 20,45% Média 26,11% 29,60% 30,91% 31,64% Operária 34,85% 29,16% 29,80% 28,30% Popular 13,67% 11,36% 16,75% 17,87% Agrícola 2,83% 1,99% 1,97% 1,74% Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

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Tipologia sócio-espacial da Região Metropolitana de São Paulo, 2000. Mapas detalhados e agrupado por tipo de áreas

(17)

Os mapas acima evidenciam uma nítida segmentação social do território metropolitano, uma mancha de perfil superior no centro da metrópole, sobrepondo-se à capital, e conforme nos distanciamos dessa mancha, percebe-se uma hierarquia descendente de tipos sócio-espaciais. Esta hierarquia é quebrada por alguns “borrões” de tipo superior, na zona oeste da Grande São Paulo, além de uma pequena mancha no leste. As áreas superiores centrais são circundadas por áreas médias, localizadas também predominantemente no município da capital. A expansão das camadas de média e alta renda no eixo oeste faz surgir, além das manchas superiores, grande mancha média a oeste. E, no eixo leste, onde há “borrão” superior, ao lado vai existir “borrão” médio, um padrão: ao lado de áreas superiores geralmente surge uma área média.

Aparecem grandes manchas operárias em áreas tradicionalmente ligadas à atividades fabris, como no eixo sudeste (Diadema, Santo André, Mauá, São Bernardo, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires), eixo leste ( Suzano, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Guarulhos) e eixo norte (Cajamar, Franco da Rocha, Caieiras). A maior parte da periferia é ocupada por áreas do tipo popular e agrícola popular.

A impressão geral da tipologia sócio-espacial de São Paulo corresponde ainda a um padrão “mancha de óleo”, onde os tipos superiores ainda se localizam em áreas mais centrais, circundados por tipos hierarquicamente inferiores: primeiramente os médios, depois os operários, e por fim os populares e agrícolas. As áreas do tipo médio em 2000 (251, com 2,25 milhões de residentes) foram as mais numerosas, embora não com a maior dimensão territorial. Em 1991, o tipo com maior número de áreas foi o tipo operário, com 283 áreas.

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As áreas do espaço intra-metropolitano em 2000 apresentam internamente um grau razoável de heterogeneidade social. As áreas do tipo superior têm 31% de categorias superiores ( empregadores+ dirigentes+ profissionais), 37% de ocupações médias e 32% de trabalhadores manuais ( operários, prestadores de serviços, comerciários). Percebe-se a heterogeneidade dentro delas, embora em 1991 esta heterogeneidade fosse ainda um pouco maior (24% de categorias superiores, 38% de ocupações médias e 38% de trabalhadores manuais). No outro extremo, as áreas do tipo popular em 2000 apresentam 4% de categorias superiores, 20% de ocupações médias e 75% de trabalhadores manuais. Estas áreas, em 1991, apresentavam maior peso de categorias médias ( 22%) e menor de trabalhadores manuais (72,5%), sendo portanto um pouco mais heterogêneas.

Da mesma forma, as áreas médias em 2000 tinham 11% dos seus ocupados residentes nas categorias superiores, 33% nas ocupações médias e 55% como trabalhadores manuais. O perfil das áreas médias em 1991 também era mais variado, com 8% de categorias superiores, 37% de ocupações médias e 54% de trabalhadores manuais. Nota-se a grande diferença percentual nas categorias superiores entre as áreas do tipo superior e as médias, diferença que subiu nos anos 2000. Aparentemente as áreas superiores estão concentrando mais categorias superiores em 2000 que em 1991.

As áreas operárias no ano 2000 tem menor proporção de ocupações médias que em 1991, e a maior de trabalhadores manuais. Assim, concentram mais trabalhadores manuais que em 1991 e tem menor heterogeneidade na composição sócio ocupacional.

Por último,as áreas agrícolas de 2000 apresentam 12% de trabalhadores agrícolas, proporção superior a de 9% em 1991. Mas também possuem uma diversidade social interna, embora ligeiramente inferior á de 1991.

Assim, a heterogeneidade sócio–ocupacional era maior em 1991 que em 2000, embora persista nesta data. As tendências de segmentação entre 1991 e 2000 podem ser avaliadas a partir da Tabela 5.

As principais tendências do mercado de trabalho metropolitano, vistas anteriormente, foram encontradas em quase todos os tipos sócio-espaciais. O perfil médio de cada grande tipologia apresentou ganho de profissionais de nível superior e de prestadores de serviços especializados, de ambulantes e biscateiros e perda de ocupações de escritório, de grandes empregadores e de operários da indústria tradicional e moderna. Mas a intensidade dos ganhos e perdas foi distinta nas diversas áreas.

As áreas superiores sofreram um processo de “elitização relativa”. Chama-se “elitização” a combinação de elevado aumento relativo de categorias superiores, aliado s uma perda

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considerável de trabalhadores manuais. E é “relativa” porque houve perda no topo da pirâmide, ou seja, perda de grandes empregadores e dirigentes do setor privado.

Nas áreas médias a maior concentração ainda se encontra entre as ocupações médias, mas menos intensa que em 1991. Também acusam um incremento grande dos profissionais de nível superior. Têm nítida “terciarização”, com forte aumento dos prestadores de serviços especializados. A diminuição dos trabalhadores do secundário é provocada pela diminuição dos operários da indústria tradicional e da indústria moderna, apesar do aumento relativo dos operários de serviços auxiliares. E, nestas áreas, há também um aumento relativo dos trabalhadores do terciários não especializado, causado principalmente pelo aumento relativo dos domésticos e dos ambulantes. Resumindo, os espaços médios apresentam: terciarização,

profissionalização, desproletarização e popularização. São espaços que estão reunindo inúmeras tendências, o que torna importante um estudo mais detalhado das distintas tipologias que o integram.

Está se chamando de :

• Elitização Æ aumento das categorias superiores, aliada à perda considerável dos trabalhadores manuais

• Profissionalização Æ aumento dos profissionais de nível superior • Terciarização Æ aumento dos trabalhadores do terciário

• DesproletarizaçãoÆ perda relativa dos trabalhadores do secundário; por analogia,

proletarização quando há ganho relativo destes trabalhadores

• Popularização Æ ganho relativo dos trabalhadores do terciário não especializado

Os espaços operários mostram uma certa profissionalização, além de ganho entre os trabalhadores do terciário. Mas estes traços não são os que distinguem estas áreas das demais. Mostram também uma mudança no perfil dos trabalhadores secundários, com grande perda dos operários das indústrias tradicional e moderna, e ganho entre os operários dos serviços auxiliares. Há também forte popularização, dado o aumento relativo entre os trabalhadores do terciário não especializado. São espaços que de popularizaram.

Os espaços populares, como todos os outros, também mostram perda dos dirigentes e ganho dos profissionais de nível superior, mas a concentração destas categorias nestes espaços é pequena. Percebe-se nos espaços populares aumento relativo de algumas ocupações médias, como ocupações ligadas á saúde e educação, segurança pública, justiça e correios, assim como aumento relativo dos trabalhadores do terciário. De outro lado, há perda relativa dos operários das indústrias moderna e tradicional, e ganho entre ambulantes e biscateiros. São

espaços que também se misturaram, com pequena entrada de algumas ocupações médias, forte terciarização, desproletarização e popularização relativa.

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Os espaços agrícolas apresentam indícios de proletarização, com o aumento relativo de operários dos serviços auxiliares, além de popularização, com aumento relativo de ambulantes e biscateiros. E, estranhamente, apresentam também um incremento relativo de trabalhadores agrícolas. O número de trabalhadores agrícolas aumentou de 10.322 para 14.736 neste período. Uma possibilidade é que se trata de falsos agrícolas, que se dedicam ao cuidado de chácaras de recreio como caseiros e se declaram ligados á agricultura. São áreas que se

proletarizaram e popularizaram.

Assim, as transformações sócio-ocupacionais da década: perda de dirigentes, forte terciarização, profissionalização, relativa diminuição de ocupações médias com perda acentuada de ocupações de escritório, desproletariazação relativa, com perda de operários das indústrias moderna e tradicional e ganho de operários dos serviços auxiliares, popularização, com ganho relativo de trabalhadores do terciário não especializado rebateram - se no espaço de forma diferenciada:

• Nos espaços superiores a perda de elites restringe-se à perda dos grandes empregadores. Há profissionalização, ou seja, ganho de profissionais de nível superior em percentual bastante acima das outras áreas. É a única área com perda acentuada de trabalhadores manuais urbanos. Comparando os perfis em 1991 e 2000, no fim do século as áreas superiores estão menos misturadas, mas com perfil mais ligado aos profissionais de nível superior, e não aos dirigentes. Foi nesta tipologia o

locus preferencial de moradia dos profissionais; nos espaços superiores há aumento da

renda média de 10,21 salários mínimos em 1991 para 15,81 no ano 2000, ou seja, um aumento de 55%; ao aumento de renda associa-se um aumento de escolaridade de 17%, passando a média os anos de estudo de 9,86 para 11,55 na década. Foi o maior neste espaço superior onde se notou o maior aumento de renda.

São também os espaços superiores os que apresentam maior grau de verticalização, com 48% das unidades residenciais em apartamentos.

• Nos espaços médios o perfil heterogêneo de 1991 manteve-se no ano 2000, mas com algumas mudanças. Nestes espaços a perda de ocupações de escritório é marcante, refletindo-se, no fim da década, numa proporção menor de ocupações médias. O aumento de trabalhadores do terciário é forte nos espaços médios, o que não surge nos espaços superiores. Profissionais de nível superior ocupam os espaços médios, que apresentam também aumento relativo de categorias populares.

A renda média nos espaços médios também aumentou, indo de 5,01 salários mínimos em 1991 para 6,65 no ano 2000, aumento ligeiramente inferior à renda média dos espaços superiores ( 33%) A escolaridade também subiu, de 7,5 anos de estudo em média para 9,03 ( 20%). A renda dos espaços superiores em 1991 era o dobro que a dos espaços médios; já no ano 2000 esta relação foi de 2,4 vezes maior. Os espaços médios apresentam grau de verticalização de 17% no ano 2000, com forte subida em relação a 1991

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• Os espaços operários tiveram a maior mudança de perfil na década. Ganharam categorias superiores, embora sua proporção neste tipo de áreas seja pequena. São

espaços que se terciarizaram e popularizaram fortemente. Seu perfil acompanhou a

perda de operários industriais da indústria moderna e tradicional, e em 2000 mantém o perfil operário pelo incremento relativo de operários dos serviços auxiliares. O aumento relativo de trabalhadores do terciário não especializado entre as categorias sócio-ocupacionais na década faz com que estes espaços sejam marcados pela presença deste tipo de trabalhador, com popularização.

A renda média dos espaços operários era de 4,02 salários mínimos em 1991, subindo para 4,16 salários mínimos no ano 2000. Foi o segmento espacial com menor aumento de renda, apenas 3,5%. O fato deve estar relacionado à mudança de perfil dos espaços operários, com maior proporção de trabalhadores do terciário e do terciário não especializado. A renda dos espaços operários em 1991 representava 40% da renda dos espaços superiores, e no ano 2000, esta proporção cai para 26%. A escolaridade subiu mais que a renda, mostrando um incremento de 20% ( 6,03 anos de estudo em 1991 para 7,25 no ano 2000).

De outro lado, a verticalização, embora bem menor que nos espaços médios e superiores, mais que dobrou na década

• Os espaços populares, de certa forma, se popularizaram ainda mais em 2000, quando comparados a 1991. Ganharam trabalhadores do terciário não especializado, especialmente domésticos e ambulantes, e se terciarizaram, com forte aumento dos prestadores de serviço especializado. É marcante também a desproletarização destas áreas

A renda dos espaços populares aumentou mais que a dos espaços operários, com incremento de 13% ( passando de 3,65 salários mínimos em 1991 para 4,13 no ano 2000). Esta renda média em 2000 era também 26% da renda dos espaços superiores, enquanto que em 1991 a representava36%. Percebe-se que o diferencial de renda entre os espaços superiores e os operários e populares aumentou. O aumento de 28% na escolaridade ultrapassa o de renda.

A verticalização dos espaços populares, que era pouco maior que a dos espaços operários em 1991, em 2000 é inferior aos anteriores. Houve aumento na proporção de apartamentos, mas menor que nos espaços operários.

• Os espaços agrícolas de um lado apresentam maior proporção relativa de trabalhadores agrícolas; de outro, atestam a expansão, para as áreas periféricas, da proletarização (representada pelo aumento relativo dos operários de serviços auxiliares) e da

popularização, pelo aumento relativo dos domésticos e ambulantes.

O único espaço onde se notou perda de renda média foi nos espaços agrícolas, com perda de 24% na década( a renda média passou de 5,34 em 1991 para 4,07 no ano 2000). A escolaridade, entretanto, cresceu de 5,62 anos de estudo para 6,68. Mesmo nas áreas agrícolas percebe-se um mínimo de verticalização.

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As evidências apresentadas neste estudo ainda são merecedoras de maior reflexão, para que se possa concluir numa crescente segmentação do espaço intra-metropolitano de São Paulo. Mesmo a dualização do mercado de trabalho é bastante relativa, como mostrou a primeira parte deste ensaio. À análise aqui apresentada, com estudo dos grandes espaços, devem ser acrescentadas análises mais detalhadas dentro de cada tipo de espaço. Se parece claro uma maior homogeneidade dentro dos espaços superiores, com grande crescimento da renda média, a análise dos espaços médios ainda deve ser refinada. A mudança de perfil nos chamados espaços operários parece indiscutível, assim como seu ganho mínimo de renda na década. Mas os espaços populares, que agregam 18% da população metropolitana no ano 2000, estão ainda bastante opacos.

As relações de trabalho tornam-se mais precárias em 2000, com o total de ocupados com carteira de trabalho passando de 62% em 1991 para 51%, os contribuintes à previdência social de 72% para 51%, e, entre os trabalhadores por conta própria, os mais desprotegidos, a proporção dos sem previdência sobe de 53% para 69% na década. Esta crise do trabalho, aliada à reestruturação produtiva que terciarizou a metrópole, provoca mudanças nas já históricas desigualdades sócio-territoriais, apenas esboçadas no presente trabalho.

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Tabela 5 Perfil sócio-ocupacional das áreas em 1991 e 2000

SUPERIOR MÉDIO OPERÁRIO POPULAR AGRÍCOLA

CATEGORIAS

SOCIO OCUPACIONAIS 1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000

Grandes Empregadores 3,24% 2,65% 1,15% 0,50% 0,69% 0,12% 0,68% 0,16% 1,13% 0,27%

Dirigentes do Setor Público 0,17% 0,31% 0,03% 0,18% 0,03% 0,14% 0,03% 0,07% 0,11% 0,10%

Dirigentes do Setor Privado 1,68% 1,29% 0,18% 0,30% 0,07% 0,12% 0,10% 0,17% 0,51% 0,31%

Dirigentes 5,09% 4,25% 1,37% 0,98% 0,78% 0,38% 0,81% 0,40% 1,76% 0,69%

Profissionais Autônomos de Nível Superior 2,54% 5,92% 0,57% 1,56% 0,26% 0,44% 0,30% 0,61% 0,78% 0,92%

Profissionais Empregados de Nível Superior 4,84% 9,52% 1,53% 3,66% 0,66% 1,16% 0,47% 1,19% 0,86% 1,07%

Profissionais Estatutários de Nível Superior 2,50% 1,18% 0,50% 0,41% 0,19% 0,17% 0,20% 0,11% 0,44% 0,13%

Professores de Nível Superior 3,16% 3,52% 1,38% 1,92% 0,71% 0,98% 0,48% 0,80% 1,15% 1,12%

Profissionais de nível superior 13,04% 20,14% 3,98% 7,55% 1,82% 2,76% 1,45% 2,72% 3,24% 3,24%

Pequenos Empregadores 5,70% 6,52% 2,91% 2,55% 1,69% 1,05% 1,38% 0,97% 2,80% 1,92%

CATEGORIAS SUPERIORES 23,83% 30,91% 8,26% 11,08% 4,29% 4,19% 3,64% 4,08% 7,80% 5,85%

Ocupações Artísticas e Similares 1,72% 2,01% 0,84% 1,13% 0,54% 0,70% 0,50% 0,69% 0,58% 0,54%

Ocupações de Escritório 14,88% 10,89% 17,19% 13,34% 11,59% 8,96% 10,53% 8,51% 6,78% 4,77%

Ocupações de Supervisão 8,87% 9,61% 6,91% 5,70% 4,98% 3,32% 4,08% 3,16% 3,70% 2,98%

Ocupações Técnicas 8,00% 9,22% 7,03% 7,69% 5,22% 4,60% 4,13% 3,77% 3,40% 3,17%

Ocupações Médias da Saúde e Educação 3,20% 3,39% 3,25% 3,84% 2,43% 2,87% 2,27% 2,76% 2,37% 2,38%

Ocupações de Segurança Pública, Justiça e Cor 1,37% 1,71% 1,80% 1,90% 0,98% 1,38% 0,67% 0,97% 0,78% 1,12%

OCUPAÇÕES MÉDIAS 38,04% 36,83% 37,01% 33,60% 25,74% 21,83% 22,19% 19,87% 17,60% 14,97%

Trabalhadores do Comércio 7,68% 7,96% 9,67% 10,72% 8,58% 9,99% 8,80% 9,71% 6,79% 7,66%

Prestadores de Serviços Especializados 4,60% 6,15% 6,24% 9,33% 7,63% 11,02% 8,77% 12,17% 5,85% 6,79%

Trabalhadores do terciário 12,28% 14,12% 15,91% 20,05% 16,22% 21,01% 17,57% 21,88% 12,65% 14,45%

Trabalhadores da Indústria Moderna 3,86% 2,58% 9,43% 6,60% 13,05% 10,74% 9,83% 7,44% 8,02% 7,06%

Trabalhadores da Indústria Tradicional 4,52% 1,90% 10,14% 4,73% 12,57% 6,53% 9,54% 4,34% 6,78% 4,58%

(24)

Operários da Construção Civil 3,05% 1,82% 4,34% 4,42% 8,13% 8,54% 11,28% 10,94% 12,04% 10,31%

Trabalhadores do secundário 13,24% 8,65% 27,53% 21,52% 37,56% 34,36% 34,20% 29,10% 30,51% 29,36%

Trabalhadores Domésticos 7,24% 5,05% 3,90% 5,28% 5,82% 7,44% 10,93% 12,06% 16,00% 14,90%

Ambulantes 1,52% 1,74% 2,29% 3,04% 2,21% 3,21% 2,05% 2,86% 1,44% 2,51%

Biscateiros 0,06% 0,49% 0,10% 0,90% 0,17% 1,14% 0,15% 1,20% 0,18% 0,90%

Prestadores de Serviços Não Especializados 3,24% 2,06% 4,48% 4,34% 6,82% 6,56% 7,59% 8,28% 5,05% 5,14%

trabalhadores do terciário não especializado 12,06% 9,34% 10,77% 13,56% 15,02% 18,35% 20,73% 24,41% 22,66% 23,45%

TRABALHADORES MANUAIS 37,59% 32,10% 54,22% 55,14% 68,79% 73,71% 72,50% 75,38% 65,82% 67,26% TRABALHADORES AGRÍCOLAS 0,53% 0,15% 0,52% 0,18% 0,83% 0,32% 1,68% 0,67% 8,79% 11,92% Total 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 % 100,00 %

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000

Queda relativa de 20% ou mais Aumento relativo de 20% ou mais

Bibliografia

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Referências

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