UN1vERs1DADE
FEDERAL DE
SANTA CATARINA
AE
CENTRO
SÓCIO-ECONÔMICO
O
DEPARTATMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
|›Es|êNvo|.v|MEN'ro
DA
‹R|A1'lv|DAD|s
E
|NøvAçÃo
No
TRABALHO:
Bruno
‹oM|›ARA'r|vo
DE
‹Asos
No
OsE1'oR'‹ERÂM|‹o
DE
x.‹.
TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE ESTÁGIO
ú I ,`
MARIANA
MOTTA
BEZ
z
Florianópolis,
setembro de 1998
'
CENTRO
SÓCIO-ECONÔMICO
,DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
DA
ADMWISTRACÃO
COORDENADORIA
DE ESTÁGIOS
DESENVOLYIMENTO
DA
CRIATIVIDADE
E
INOVAÇAO
NO
TRABALHO2
_E$'I'lIDO
<oM|>ARA'n\{o
DE
‹Asos
No
:Eron
‹|sRAM|‹o
DE
s.‹.
MARIANA
MOTTA
BEZ
I=>RO1~¬”~
OIUEIITADORA
vALEšI<A
NAHAS
GUIMARÃES,
Dra.A
ÁREA
DE CONCENTRAÇÃO;
_ADMINISTRAÇÃO
DA PRODUCAO
.Examinadora
que atribuiu a nota à alunaMariana Motta
Bez
na disciplina EstágioSupervisionado Obrigatório -
CAD
5401.Banca
Examinadora:Prof”. Dra”. Valeska
Nahas Guimarães
Presidente
Prof”.
Dante
GirardiMembro
Prof”.
Liane Carly
Hermes
ZanellaMembro
o
'Êxrro
f-\:š` V:-z;'\z§3;â:¿s›Tê;;â:§s;z;ë;ëi; .¬ *ê ='1-k"` `=¿=f==_'‹:‹ ~,-i_.'-:'-_:-;¬‹1'-Tv:F-~.-_. -=_1_'z=_=_ =.‹_=:z›\_:"__ \ › . - \.\ '›-zf-:-=-=‹-=;¬z- ` ref-:=.=› ׬';"‹--:~l›.--"."--›;¡-`;‹>=_==¿'›:z'1.-.1‹:~=wz~uz;-::‹¿z;-:_xy-._ =_\ \_.\-V“nuxmum
OS
¡Eu!
E
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a todos aqueles que dealguma
forma -contribuíram -emminha
formaçãono
transcorrer dos quatro- anos e-meio de- curso-de
graduação-em
administração-e-tambémna
elaboração deste trabalho.
Em
-especial, não poderia deixar -de expressar publicamenteminha
gratidão: _
0
À
Professora Doutora ValeskaNahas
Guimarães pela paciência e pelo profissionalismona
-
orientação deste estudo.
0
À
Professora Liane CarlyHennes
Zanella pelas valiosas contribuições duranteo
estágioextra curricular realizado- sob sua orientação- ~
0
A
meus
pais queme
propiciaram todouma
formação escolarque
-deu -suporte parafreqüentar
uma
universidade,além
do- carinho e- atenção dedicados durante- estes quatro-anos-e meio. - ›
0 Ao- Célio Philippi Salles, amigo- e- companheiro- de- todas as horas
que
deu apoio e- auxílio--em todo
o
períododa
-graduação, contribuindo paraminha
formação profissional.0
Às
empresas, que permitiram a realizaçãoda
pesquisa e a todos os gerentes e trabalhadoresentrevistados, pela paciência
em
atender aos questionamentos.0
Aos
-gerentesda
instituiçãoem
que trabalho por acreditaremna
minha
pesquisa.O
presente trabalhotem
como
tema
central o desenvolvimento da criatividade eda
inovaçãono
trabalho sob a ótica de diretores, gerentes, chefes e da parte operacional. _Trata-se de
uma
pesquisa teórico-empírica, de cunho qualitativo, realizada sobavaliação crítica organizacional.
As
categorias de pesquisa consideradascomo
objetivos especificos deste trabalho são cinco: caracterizar .duas organizaçõesdo
setor cerâmico catarinense, verificara
importância atribuida a criatividade e inovação, identificar e analisar os principais fatores
motivacionais e inibidores ao desenvolvimento criativo
como
à inovação e avaliara
concretização
do
processo criativoem
inbovações.Aborda-se, na primeira etapa, a importância atribuída à criatividade e à inovação,
seus conceitos e abordagens, os fatores motivacionais e inibidores e os canais para seu
desenvolvimento. r
Na
segunda etapa, encontram-se delineados a metodologia, exploratório-descritiva, conhecida
como
“estudo de casos”, a ser aplicadaem
duas empresas cerâmicascatarinenses.
E
traça-se perfildo
setor cerâmico. _.
A
fase posterior refere-se .à análise dos casos e apresentação dos resultados.Fechando
o traballio, encontram-se asgconclusões, , baseadasr nas ,análises e
na
SINOPSE
7 1INTRODUÇÃO
8 1.1Tema
problema
Z9
1.2 Justificativado
trabalho10
2OBJETIVOS
14
2.1 Objetivo -geral14
2.2 Objetivos específicos °14
2.3. Avaliação -dos -objetivos
15
3
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
16
3.1
Conceito de
criatividade16
3.2
Importância
-da criatividadeO
18
3.3 Principais
abordagens
sobrecriatividade-'
20
3.3.1
Modelo
-dePensamento
Criativo de Wallas20
3.3.2
Modelo
de
Solução- Criativa de-Problemas
de
Basadur
et Al. 213.3.3
Modelo
Psicossocialde
Criatividadede
Amabile
22
3.3.4Modelo
de Rogers para o- processode
Inovação-Decisão23
3.3.5 Análise «críticados
modelos
23
3.4 Técnicas
para
o desenvolvimentoda
criatividade25
3.4.1 Brainstonning
25
3.4.2 Técnica Delphi
30
3.4.3
O
Pensamento
lateral 313.4.4 Avaliação das Técnicas ~
z ~
43
. 3.5 Fatores .motivacionais ~e .-inibidores -do
desenvolvimento
«criativo45
3.5.1 Fatores motivacionais v __ "'
45
. 3.5.2 Fatoresinibidores
_ _ W_W_g*__W_ñW¿~ff¡¿j“'"*“"'::"“"“W"M¬¿_' A
50
3.60
que
.é- inovação., _54
3.7 Principais
abordagens
sobre-inovação55
3.7.1Abordagem
Schumpterianayu __ _ H55
3.7.2Abordagem
Marxista ›57
3.7.3Abordagem
de.Labini57
3.8 Ciclosde
inovação __ l58
3.9 C_riatividade, inovação e competitividade empresarial
60
4
METODOLOGIA
Do
TRABALHQ
óz
s.rER1.‹¬11.Do
sE1:oR
CERÃMICO
óó
5.1O
SetorCerâmico
em
Santa Catarina
.69
6.
ESTUDO COMPARATIVO DE
CASOS
72
6.1Caso
Alfa73
6.1.1 Caracterização e perfll
da empresa
73
6.1.2 Perfil de entrevistados74
6.1.3 Importância atribuida à criatividade76
6.1.4 Canais parao
desenvolvimento de criatividade e inovação78
6.1.5 Barreiras ao desenvolvimento criativo e inovação79
6.1.6 Fatores motivacionais parao
desenvolvimento criativo e inovador 816.1.7 Concretização
do
processo criativoem
inovação 856.1.8 Considerações Finais
88
6.2
Caso
Beta
90
6.2.1 Caracterização e perfil
da empresa
90
6.2.2 Perfil dos entrevistados 91
A
6.2.3 Importância atribuída à criatividade
93
6.2.4 Canais para o desenvolvimento de criatividade e inovações
95
6.2.5 Barreiras ao desenvolvimento criativo e a inovação98
6.2.6 Fatores motivacionais parao
desenvolvimento criativo e inovação 1006.2.7 Concretização
do
processo criativoem
inovação 1036.2.8 Considerações Finais 105
7
CONCLUSÃO
`107
8
BIBLIOGRAFIA
V 111O
tema
“cnatividadee inovaçãono
trabalho”,vem
assumindo
importânciacrescente nas organizações,
uma
vez que, por intermédiodo
desenvolvimento destesprocessos, pode-se obter resultados
mais
eficazes e_ efetivos,além
de proporcionar àspessoas
que
nelas atuam, a possibilidade de expressar seu potencial criador e de se autorealizar
como
sereshumanos.
Hámuito
tempo, o
perfilque
se tinhada
pessoa criativa' era diretamenterelacionado .à .loucura .-doS0fgflniZ.aÇão,.._. __indiscip1iHa.. 9 .¢XUêV€18â.11°Í,fl,z EflÍf.<'>Í*.*I1I0z
estudos e pesquisas
têm
demonstradoque
istonão
é_uma
verdade absoluta, poiscriatividade e pontualidade, organização e responsabilidade são associáveis.
DEMASI
(1990) descreve o
comportamento
de grandes criativos sobreo
qual desenvolveupesquisas
como:
“pessoas muito sérias, pontuais e organizadas”.Confirmando
que o
criativo
não
precisa terum
perfil tão diferente, é possível ser 'fnormal" e criativo.Neste
momento,
...é_ preciso responder.. .a. antigo , questionamento; acriatividade é
um
dom
nato, presentesomente
em
alguns escolhidosque
nãopode
seraprendida
nem
desenvolvida? Certamente que nãolTodo
serhumano
é potencialmentecriativo e
pode
transformar suas idéiasem
inovaçõesde
sucesso e desenvolver seupotencial.
NEVES
.(1998),em
pesquisa realizadacom
crianças de diferentes faixasetárias, conclui
que
quanto mais avançadoo
processo de socialização entre crianças,mais
padronizadas emenos
criativas são suas atitudes. Entre as crianças de três a cincoanos,
98%
possuíam
grau de genialidade ena
faixa de oito a dez anos o percentual degênios criativos reduzia-se a
32%.
Com
adolescentes, de 13 a 15 anos, somente10%
apresentavam este potencial. M Por último,._er_n' adultos corn 2_5_,
anos
praticarnente todo opotencial criador havia sido inibido, pois apenas
2%
ainda preservavam seu potencialcriador. -
.nú __ ,
No
mesmo
sentido, toma-se oportimo destacar princípio defendido porAbraham
Maslow
na
década de 60, citado porPREDEBON
(1997: 34) e assimr
enunciado: “
O
homem
criativonão
é 0homem comum
ao
qual se acrescentou algo;o
homem
criativo éo
homem comum
do
qualnada
se tirou”.Assim
sendo, verifica-se hojeque
muitas pessoasvêm
atrofiando seupotencial criador devido a fatores diversos, alheios a sua própria vontade, os quais
serão descritos
em
capítulos posteriores._ . Dentro desse contexto, pessoas criativas são desejadas e procuradas por
organizações
em
todomundo, que
já sederam
contado
valorque
esta característicatem
parao
sucesso daempresa
em
um
ambiente mutável e imprevisívelcomo
o do
atual cenário politicoeconômico
e financeiro.Mais do que
nunca, ser _e agirde forma
criativa tornam-se essenciais,pois
as empresastêm
necessidade de constanterenovação e inovação de produtos, processos, crenças,
métodos
e sobretudode
sua missão e direcionamento para o mercado.É
imprescindívelque
aempresa
se reinventea cada dia. `
Esse trabalho busca oferecer
um
caminho
paraque
as organizações,profissionais e entidades
de
pesquisa encontremno
recurso disponívelda
criatividade,urna saída para concorrer
em
um
mercado
globalizado e cada vez mais exigente,adaptando-se às
mudanças
freqüentes' e rápidas as quais se está exposto.1.1
Tema
problema
Desenvolvimento do
processode
criatividade e inovação e suas variantes,1.2 Justificativa
do
trabalhoVive-se
na
era pós-industrial,na
qual o centroda
riquezada
sociedadenão
énem
a terra e a agricultura,nem
a produção de bens materiais.O
centro das atençõescomeça
a se voltar para bensnão
materiais, inerentes ao serhumano,
como
a informação, o conhecimento, a criatividade e o potencial inovador.O
atual cenárioeconômico
mundial,no
qual as organizações sedeparam
tantocom
a ausênciade
fronteiras comerciais, quantocom
amaior
velocidadeda
informação e-dos avançostecnológicos e científicos, determina
que
as únicas certezasque
se tenha sobreo
futurosejam
asmudanças
contínuas e, a imprevisibilidade.Para sobreviver
em
um
ambiente mutávelcomo
esse, torna-se necessárioque
as organizaçõestomem
consciência deque
suas ferramentas básicas sãoflexibilidade estrutural, capacidade de adaptação rápida, competência profissional,
excelência de produto e tecnologia.
Tudo
isso vislumbrando a conquistade
um
diferencial competitivo
que
garanta seu suc_esso._ 'A
criatividade auxiliana
conquista deste diferencial competitivo. Elasignifica, de
forma
simplista,um
processo pelo qual se 'concebe algo novo, único eoriginal.
A
seu respeito ainda são feitas muitas confusões decorrentes de percepçõeserrôneas
que
acolocam
como
um
talento natural e que, dessa forma, nãopode
serensinada
ou
desenvolvida;ou
ainda,como
sendoum
processo estritamente individual ejamais grupal.
Hoje
maisdo
que nunca, essas percepções precisam ser questionadas,para
que
os profissionais sedesenvolvam
e se realizem enquanto sereshumanos
potencialmente criativos e
possam
ampliar sua contribuição para o desenvolvimento das organizaçõesem
que atuam.Por sua vez,
ROMAN
em
Gestión Tecnologica en laEmpresa
(1990: 166),com
baseem
seus estudos sobreo
tema,afirma
que
todo indivíduotem
potenciaÍ YY
criativa muito
pouco
utilizada pelas empresas, por falta demecanismos
e "est1mulosadequados
ao desenvolvimento deste potencial. Pode-seafirmar que
esta era a regraessa
mudança
émotivada
tanto pelomercado
cada vezmais
competitivo quanto pelosfuncionários nas organizações
que exigem
espaço para se desenvolver.Além
disso,deve-se frisar
que
o presente trabalho não apóia o uso de estímulos à criatividade,mas
o uso de fatores motivacionais
que pennitam
, acada um,
se auto descobrir edesenvolver
em
benefício próprio eda
organização, sendo agentes e construtoresde
sua própria realidade. -
A
relação básica a se estabelecer entre criatividade e inovação, configura-se
no
fato de ser a primeira o ingrediente básico para a geraçãoda
segunda, sendoo
seucomponente
ideacional.A
inovação está ligada a idéia criativa concretizada e aplicadacom
sucessono
âmbito aque
se refere.De
acordocom
VASCONCELLOS
(1990:167), "enquanto
a
criatividade éa
capacidadede
desenvolver algo originalcon
determinado
grau
de viabilidade,a
inovação éa
transformação deuma
idéiaem
um
novo
produtoou
serviço 'íAssim
sendo, as pessoas e as organizações quetêm
essepoder,
podem
criar seu próprio futuro,na
dianteira de seus concorrentes e garantir seuespaço
no
mercado. Inovar passou a ser essencial à vida. Tornar cada serhumano
uma
fonte contínua e naturalde
idéias e sucessos éo
desafioque
as organizaçõesbuscam
vencer.
A
Tem-se
observadoque
boa
parte das organizações brasileirasnão
se aperceberamdo
valioso trimfo deque
dispõe para enfrentar os efeitosda
globalização:o
serhumano.
O
povo
brasileiro é considerado muito criativo, resultado, talvez,da
miscigenação deraças, de diversidade de culturas e contextos
em
que
vivem.Nesse
país tão eclético,cabe-nos desenvolver este potencial de
forma que
possa ser aplicado.De
acordocom
estudo citado por
BOTELHO
( l994:103),na
visão de executivos das mais diversasorganizações, o potencial criativo encontra destaque entre as dez características
mais
.› 1”
ESPERANÇOSO
... ... ..s2,9% 2”ALEGRE
... ..79,7% 38AcoMoDADo
... ..77,5% 4°ADAPTÁVEL
... ..77,2% 5”SENHMENTAL
... ..72,9% 6”coMUN1cAT1vo
... ..õs,s% 7”DEPENDENTE
... ..õ5,3% s”HUMILDE
... ..õ2,3% 9” cR1ATIvo... . . ...ó2,o% 10”INSEGURO
... ..60,6% 'Com
base nesta pesquisa verifica-se que o brasileiro é realmente tidocomo
um
povo
criativo eque
esta caracteristicapode
seruma
ferramenta importantíssimapara manter a competitividade empresarial ao nível
de
mercado
globalizado.Diante de tudo isso, é fato
que
setoma
crucial pensar e agir deforma
criativa e inovadora. AlvinTofler
em
seu livro“A
4°Onda”,
de 1993,elegeo
conhecimento
como
uma
ferramenta indispensável.E
como
destacaDE
BONO
“_..sempre
que
opensamento
é necessário, existea
necessidade de informações,análise e críatívídade”(1994:2l).
E
é nesse sentidoque podemos
destacar aimportância
da
criatividade para as organizações, pois, a partir dela, desenvolve-se o diferencial competitivo, seja através da solução rápida de problemas organizacionais,pela antecipação das necessidades e tendências de mercado, seja pelo desenvolvimento
de inovações técnicas, tanto
eml
processo quantoem
produto,ou
mesmo
pelahabilidade de retirar das crises e oportunidades de sucesso.
Além
de tudo isto, odesenvolvimento
da
criatividade favorece o surgimento deum
ambiente de trabalhomais saudável, proporcionando urna
melhor
qualidade de vida aos sereshumanos.
Para enfatizar,
BOTELHO
(1994), elenca oito beneficios obtidosem
um
ambiente
no
qual a inteligência e a criatividadehumana
sejam valorizados: liberdade, integração, ,valorização das pessoas, responsabilidade, auto-realização,maior
facilidade para produzir,
melhor
atendimento ao cliente eretomo mais
rápidodo
investimento.
Este estudo toma-se importante
na medida
em
que
se relacionacom
anova
realidade
em
que as organizações e os profissionais estão inseridos.Poderá
contribuirpara que sejam encontradas altemativas para problemas existentes e para a geração de novas oportunidades. Trata de
um
assunto atual, sobre o qual existem poucaspublicações, tem especial relacionando teoria e prática e avaliando os resultados
de
suaaplicação.
Dessa forma
ele pretende suprir essa lacuna e despertar o interessede
empresários e pesquisadores
na
geração de novos trabalhos sobre o tema.As
etapasdo
desenvolvimento
da
criatividadeno
ambiente de trabalho serão abordadascom
o
intuitode
verificarcomo
isto é feito e quais os resultados obtidosem
termos deinovação.
Como
produto, pretende-se terum
panorama
decomo
0 processode
desenvolvimento
da
criatividade e inovação é realizadona
prática, quais seusbenefícios e quais as sugestões a
serem
dadas às organizaçõesque
queiram aprendercom
a experiência de outras para setomarem
cada vezmais
competitivas, eficazes e2.1 Objetivo geral
Pesquisar e analisar o processo de criatividade e inovação
em
duasorganizações
do
setor cerâmicono
estado de Santa Catarina, visando identificar oselementos que favoreçam
ou
dificultem esse processo e as técnicas implantadas para seu desenvolvimento.2.2 Objetivos específicos
_
0 Caracterizar duas organizações
do
setor cerâmico catarinense;0 Analisar políticas e procedimentos adotados pelas empresas
no
que tange àcriatividade e inovação; '
0 Verificar a importância conferida pela administração e i pelos subordinados aos
processos de criatividade e inovação;
0 Identificar e analisar os principais fatores motivacionais e inibidores tanto
ao
desenvolvimento criativo
como
à inovação;2.3. Avaliação dos objetivos
Diversos foram os obstáculos
com
os quaisme
depareino
decorrerda
elaboração deste trabalho.
Em
primeiro lugar, a dificuldadeem
encontrar materialbibliográfico, dirigido à administração de empresas, sobre o
tema
proposto.Em
segundo,a localização das organizações envolvidas. Todavia todo o
tempo
despendido nas tarefasde
superação das dificuldades toma-se justificadono
momento
em
que
as organizaçõesenvolvidas, quer
na
pessoa de seus gestores querna
de seus funcionários dechão de
fábrica, surpreenderam-me pelo interesse e pela atenção dispensada ao presente trabalho,
o que
foi de grande valia paraque o
mesmo
se concretiza-se.Não
obstante as dificuldades encontradas, os objetivos, gerais e específicosda
pesquisa
foram
alcançados.Vl
3.1 Conceito
de
criatividadeOs
primeiros estudos sobre criatividade e seu desenvolvimento voltado paraa administração de
que
setem
registro, ocorreram nosEUA,
por volta de 1950.Hoje,__/ Va
criagvdade
vem
sendo enfatizada pelas novas teoriasda
administração,
como
fator diferencial das empresas e dos administradoresmodemos.
Nos
dicionários a palavra criatividade édefinida
como
“dar origem a”,“produzir”, “inventar”, o
que
é muitoamplo
e genérico para o estudoem
questão.Segundo
HESKETH
(1983:15) criatividadepode
ser definidacomo
o
“processo
de
interação de determinados fatores própriosda
inteligenciahumana,
utilizadospara
trazer algonovo à
existência Para ele, a chaveda
criatividade é ainovação, sendo
o novo
entendidocomo
algo original,que
jamais fora idealizadoanteriormente. t
Já
DUALIEI
(1976) acrescentaque
a criatividade éuma
técnica de resolverproblemas
que pode
ser utilizada nosmais
diversoscampos
da
ciência,como
na
medicina, sociologia, educação, administração e
no
jornalismo.'
VASCONCELLOS,
em
GestiónT
ecnologica en laEmpresa
(1990: 166)define
criatividadecomo
“un
proceso intuitivoque
llegaa
la solución de unproblema
sin
pasar
por
un
procedimiento estructurado,y
utiliza' todoun
conjuntode
conociementos
que
el individuo posee,muchas
vecesde
modo
subconsciente "I;
ALENCAR
(1997:15),define
criatividadecomo:
“todo processoque
resulta
na
emergência deum
novo
produto(bem
ou
serviço), aceitocomo
útil,1
1
Processo intuitivo que chega a solução de
um
problema sem pšssar porum
procedimento estruturado, utilizando todoum
conjunto de conhecimentos que o individuo possui, muitas vezes demodo
satisfatório e/ou
de
valorpor
um
número
significativo de pessoasem
algum
ponto no
tempo
”Por
fim,
STONER
citado porRUMBO
(l995:34) considera criatividadecomo
“la geracionde una nueva
idea, mientrasque
innovación es la traducionde
esaidea en
un nuevo
producto, servicio omodo
de producion
”.2 iz
Verifica-se
que
existena
literatura disponíveluma
gama
considerávelde
conceitos e definições de criatividade. Essa variedade
pode
ser justificada,como
já foiexposto, pelo grande
número
de enfoques ecampos
de
atividade nos quais otema pode
ser desenvolvido.
É
fato que, dentre os vários conceitos explicitadoshá
pelomenos
dois fatores comuns: a concordância sobre a natureza
da
criatividadecomo
um
processopassível de desenvolvimento por qualquer ser
humano
e de tercomo
base flmdamentalo novo, -inovador.
Para
fins
deste estudo a criatividade deve ser entendidacomo,
muitomais
que
uma
técnica,um
processo de geração de idéias novas e apropriadas por indivíduosou
grupos,que
pode
ser ensinado e desenvolvidocom
o intuito de estabelecer produtos,serviços e
ou
processos jamais idealizados por outrem. `Este estudo concentrar-se-á sobre a criatividade
no
âmbitoda
ciênciada
administração,
mais
especificamenteno
contexto das organizações atuais.É
importante ressaltar
que
não
se trata deumtema
inédito,dada
a existência de estudosanteriores à
década
de' oitenta,mas
que pennaneceu
estagnado por muito tempo, sósendo
retomado
como
tema
de importância fundamentalna
atual década.A
abordagem
que
serádada
pretende destacaro
valorda
criatividade eda
inovação para a vida dasorganizações e dos seres
humanos,
dentrodo
contexto atual.2
A
geração de uma nova idéia, enquanto que inovação é a tradução dessa idéia
em
um
novo produto,3.2
Importância
da
criatividade, Dentrordo contexto atual,
com
os avanços tecnológicos eda
informática eo
mercado
globalizado, passou-se a enfatizar elementos até então esquecidosno
mundo
capitalista: processosem
contrapartida a resultados, a valorizaçãodo
serhumano
e a satisfação e encantamentodo
cliente.Isso ocorreu,
mais
pela pressão exercida pelo própriomercado do que
pelaconsciência das empresas sobre a insustentabilidade e deficiências das políticas
em
relação aos seus clientes e funcionários.
O
periodocompreendido
pelo finalda década
de,¿,z oitenta e
começo
da
décadade
noventa, foiextremamente
conturbado,presenciando-se a falência e desestruturação de diversas organizações tidas
como
sólidas e a ascensão de empresas pequenas de países pertencentes aos
chamados
“Tigres Asiáticos” e à China.
Na
buscada
sobrevivência eda manutenção de
mercados?
as organizações passaram a assimilar novas formas organizacionais etécnicas de gestão, enunciadas por
”gums”
da
administração 'com a crença da salvação.Com
tudo isso, os recursos estratégicos,mais
uma
vez, se alteraram.O
que na
primeira revolução industrial era caracterizado pela posse de matérias primas e, após a
segtmda guerra mundial pelo
acúmulo
de capital é, hoje, representado pelodomínio
do
saber,do
conhecimento eda
informação.No
entanto, verifica-se que,. por si só,o
saber
não
é suficiente.É
preciso utilizar esses conhecimentos, aliados a outroselementos individuais, de
fonna que
revertamem
beneficiodo
serhumano
eda
organização.
Um
dos principais elementos citados hoje, é a criatividade.CARR
(1997:6)
afirma
que: “ageração
e0
usodo
saber serãoa
chaveda
sobrevivênciaem
um
número
cada
vezmaior
de empresas,mas
a
chavedo
êxito seráa geração
e o usodo
saber criativo .z
Dentro deste contexto, a criatividade é importante pois, a partir dela,
pode-se buscar aperfeiçoamento contínuo de
alguma
coisa, enunciado porDE
BONO
como
melhoramento, a soluçãode
problemas,maior
motivação e, porfim,
a criaçãoe
projeçãode
oportmiidades.Melhoramento pode
ser vistocomo
um
conceitoque
'
evoca
o
aperfeiçoamento de algo já tidocomo
bom.
Sendo
quenão
se restringe apenas a eliminação de falhas e defeitoscomo
estamosacostumados
a ver dentro das empresas,mas
abrange a melhoria de aspectosbem
pensadosno
produtoou
processoem
questão,tendo
sempre
em
mente
a idéia deque
“tudopode sempre
ser feito melhor, então deve-se fazê-lo”.
Os
processos criativos são tidostambém
como
motivadoresuma
vezque
acriatividade faz
com
que
as pessoas envolvidasna
consecução deum
trabalho seinteressemcada vez
mais
por ele,mantendo
uma
idéia clarada
importância atribuídaàs sugestões e a sua possibilidade de implantação.
A
criação e projeçãode
oportunidades requer espírito
empreendedor da
pessoa e, “serempreendedor”
inspirater
pensamento
criativo, para então, identificarnovos
desafiosou
problemas, assumirriscos e produzir/descobrir idéias para solucioná-los.
Na
prática, isso diz respeitoao
planejamento de estratégias, pois são previstas conseqüências .de ações e geradas
alternativas.
Segundo
DE
BONO(l994:72):
“No
futuro,ao
invésde
lutarpara
estarcerto
a
um
alto custo, serámais
adequado
sermais
flexível e plurala
um
custo menor.Se
vocênão
pode
prever o futurocom
precisão, então precisa ter flexibilidadepara
lidarcom
vários futuros possíveis Reside aquiuma
das grandes potencialidadesda
criatividadeparaas
organizações e profissionaisdo
futuro.As
organizaçõesque
conseguirem canalizar a energia criativa de seus
membros,
deforma
individualou
em
conjimto, serão, por conseguinte,
mais
competitivasem
seusmercados
e propiciarãoclima mais motivador a seus ftmcionários. '
Isso
pode
ser evidenciado peloprograma da
24° ediçãodo
CONARH-
Congresso Nacional de RecursosHmnanos,
onde
os palestrantes enfocaram agenialidade, criatividade e inovação dentro de seus temas. Leiff Edvinsson- Diretor
Corporativo de Capital Intelectual
da
SkandiaAF
S-Suécia, escreveque
as organizações“devem
terum
capital intelectual 'saudável ',para
garantir sua sobrevivência ecapacidade de, atualização. "(0 Estado de
São
Paulo.São
Paulo: Ce3. 03/09/98).Edvinsson conceitua o
chamado
“capital intelectual”como
o conjuntodo
capitalhumano
e estruturalda
organização.O
primeiro refere-se ao “conhecimento,para
realizar as tarefasdo
dia-a-dia ". J áo
capital estrutural diz respeito ao conjuntode
recursos disponibilizados pela empresa,
“equipamentos
softwares,bancos
de dados,patentes,
marcas
registradas” e todo o suporte organizacionalque dá
apoio àprodutividade dos funcionários. ~
3.3 Principais
abordagens
sobre criatividadeO
presente ítem objetiva descrever quatromodelos que
tratamdo
tema
“criatividade”, dentre
um
conjunto de diversas outras propostas teóricas existentes.Estes
modelos
podem
sertomados
como' abordagens criativas, tuna vezque
a resoluçãode problemas e
o
desenvolvimento criativodispõem
deparadigma
bem
delineado a seurespeito. i
3.3.1
Modelo
dePensamento
Criativo de WallasWallas sugere,
em
seu livroA
Arte de Pensar (The
Artof
Thought, 1926),um
modelo
depensamento
criativoque
vem
influenciando pesquisas sobre otema
atéos dias de hoje.
Segundo
ele,no pensamento
criativo pode-se identificar quatroestágios distintos.
O
da
preparação,onde
o indivíduo assimilao problema
e esclareceseu objetivo; a incubação,
onde
suspende-se totalmente o trabalho consciente sobreo
problema; a iluminação,
que
também
pode
ser tidacomo
o “Eureca!”,momento
no
qual a essência
da
soluçãodo problema
inesperadamente se revela ao conhecimento; ea verificação,
onde o
uso lógico e racional dos processos depensamento
levaao
discernimento e à
opção
pela solução mais correta e apropriada.Existe
uma
pequena
discordância por parte de alguns autores, porentenderem
que omodelo
propostotoma
como
regra a existência destas etapasde
forma
muito rígida (Vernon, 1970apud King
1990). Diversos outros profissionaisinconsciente,
no
entanto aparentam ter negligenciado o fato deque
omodelo
deWallas
não
insisteque
a incubação ocorrerásempre
deforma
inconsciente, Wallas,ao
contrário, deixa clara a possibilidade de se teruma
incubação conscienteou
não.De
acordocom
King o modelo
em
questãonão
exerce grande influência'diretamente sobre a inovação, sendo
puramente
cognitivo e, --residindo a sua
importância
na
influência quetem
tido sobre outrosmodelos
de criatividade e ocampo
da
inovação.Até
os dias atuais atribui-se essa consideração ao fato de omodelo
apresentar-se
como
verossímil para muitas experiência sobre criatividade.3.3.2
Modelo
de Solução Criativa de Problemas deBasadur
et Al. VEste
modelo pode
ser considerado distintodo
proposto por Wallas, porqueos autores
concordam que
o treinamentoda
criatividade nas organizações é aplicávelno
ambiente de trabalho, fato
não
defendido por Wallas.São
distinguidos três estágios:descoberta
do
problema, solução eimplementação da
solução.Em
cada estágioocorrem
dois processos: idealização e avaliação; entendendo-se por idealização a fasena
qual ocorre a produção de idéiassem
censuras, ao passo que a avaliação é aaplicação de julgamento para a escolha
da melhor
idéia sugerida. VEsse
modelo
émais
sofisticadodo que o
de Wallasna
distinção dos estágiosda
solução criativa de problemas (descobertado
problema, solução. eimplementação
dasolução) e dos dois processos envolvidos (idealização e avaliação).
Os
autores utilizam,..este‹-método para .inferir hipóteses «. sobre treinamento.da
criatividade
que
eles testaramem
experimentos decampo.
Pode-se trabalharcom
grupos, gerando
uma
sinergia positiva para a solução deum
problema.Parte
do
suporte utilizado pelos autores para criar essemodelo
sugere a3.3.3
Modelo
Psicossocial de Criatividade deAmabile
Amabile
(1983) apresenta cinco estágios parao
processo criativo.O
modelo
desse processotem
mais
semelhançascom
o de Wallas (1926)do
quecom
_ode Basadur et al. (1982),
embora
seus fundamentos sejam sociais ao invésde
psicológicos cognitivos,
não
contendo o equivalenteao
estágiode
incubação.Os
cincoestágios são:
H
0 Apresentação
da
tarefa: éonde
o trabalho a serempreendido
é apresentado parao
indivíduo, tanto proveniente de ativação externa.como
instigação própria.O
indivíduo
mais
esforçadoem
solucionar deforma
criativa oproblema
se tivermotivação própria.
0 Preparação: neste estágio, segundo Amabile, procura-se reunir a
maior
quantidadede informações relacionadas ao problema.
0
Geração
de idéias: aqui o indivíduo produz possíveis respostasna
busca de soluçõesou
idéias apropriadas paraencaminhar
a tarefaA
habilidade individual de pensarcriativamente definirá a quantidade e a qualidade das idéias geradas. -
0 Teste de idéias: levanta-se as repercussões e a pertinência de cada idéia gerada.
ø Avaliação dos resultados: a avaliação valoriza
o
potencialda
solução proposta.Sendo
aprovada (sucesso)ou
rejeitada (fracasso), o processo criativo termina. Se,por acaso, a solução escolhida
não
forcompletamente
apropriada,mas
constituirem
V
um
progresso significativo paracom
a solução, reinicia-seo
processo.Deve-se notar que,
em
trabalho realizadono ano
de 1986, a autora obteve melhores resultados ao aplicar estemodelo
apequenos
gruposdo
que deforma
individual. V
Sendo
assim, omodelo
deAmabile
pressupõeque
fatossociaisexercem
influência sobre os processos descritos. Por exemplo, recompensas de acordo
com
o
desempenhode
suas habilidadestomarão
as pessoas motivadas e, conseqüentemente,aumentarão ~a~ probabilidade de se obter respostas-criat-ivas
no
trabalho e a quantidade equalidadedas idéias -geradas. .
3.3.4
Modelo
deRogers
para -o processo de Inovação-DecisãoRogers. (1983) propõe
uma
abordagem
que. extrapola ou processosimplesmente -criativo, tratando
também
de
sua aprovação -e .implementação prática.Assim,_ ele
reforçaa
importância de,aspectos»e»'habilidades-â.interpessoais; Valémz dashabilidades -comportamentais.
Seu
modelo
coloca -cinco ›es_tág«ios: ~-conhecimento,persuasão, decisão,
implementaçãoe
confirmação-.A
.
Sendo
-assim, -ele .pode .ser adaptado .para -o .processode
inovaçãono
ambiente de trabalho. O- autor enfatiza- a persuasão... e--
a
implementação, .tãonegligenciadas
na
literaturade
criatividade -e inovação,como
'-elementos fundamentaisno. processo de inovação -decisão.. .
Ao- 'contrário dos três.. m`.odel'os`,' “ ápresentados.'~'até -então, i
este é
mais
concentrado nos -eventos mentais .do
que
-com as açõesno
contexto social. 'Fatoresexternos. aol indivíduo. evidenciam»
que “normas
sociais” e_r-“características sócio-econômicas” de cada
um
-estão incluídas .nas influênciasda
sua tendência.em
-obterconhecimento
sobre .a inovação (primeira fasedo
processo), .eRogers
defendeque
aimplementação
-envolve maisque
uma
mudança
-comportamental.3.3.5 Análise critica dos
modelos
.A.
opção
pelosquatro modelos. anteriormente- apresentados foi feitacom
base
em
uma
opção. pessoal, .-orientadamais
para to processo de-flcri-atividadedo
-que paraascaracterísticas individuais
da
-pessoa criativa.V
-O
modelo de
Wallas, .não »trata.,da. .questãoda
-inovação diretamente.Propõe,
como
o próprionome
diz, a organização -do pensamento. criativo para gerarde
seumodelo» no
âmbito organizacional zenão
se posiciona .quantoao
uso -e desenvolvimentodo
modelo.em
grupo..Já.
o modelo
deBasadur
et Al,assume
uma. postura. diferenteque
seidentifica pelo próprio
nome:
solução criativade
problemas.Defende
o
usode
seumodelo
em
organizações eno
ambiente de trabalho, preferindoo
desenvolvimento em-.grupo
ao
individual. Prevê nas fases propostaso
fechamento do' -ciclo criativo ntunainovação, fato
que
fazcom
que
seumodelo
sobressaia.ao
de Wallas. Isso porquea
inovação
nada mais
éque
uma
idéia, julgada, escolhida,implementada
e avaliadacom
sucesso.Seu
modelo
peca. apenas pornão
externaro
valor dos fatos sociaiscomo
interagentesem
todas as etapasdo
processo.Por sua. vez
o
modelo
de Amabile,como
o de Wallas,não
relaciona acriatividade diretamente
com
o
processo de inovação.No
entanto,tem
como
pontoforte a. defesa
do
desenvolvimentodo
trabalhoem
pequenos
gmpos
e a. colocaçãode
que
os fatos sociaisatuam
sobreo
desenrolardo
processo.Os
fatos sociais nestetrabalho
foram
colocadoscomo
fatores motivacionais e inibidoresda
criatividade einovação.
Por
fim
o modelo
proposto por Rogers, da.mesma.
forma.que
o
de Basadur,incorpora, nas fases propostas,
a
inovação.No
entanto, ele privilegia oschamados
“eventos mentais”,em
detrimentodo
contexto social.Porém,
admite que fatoresextemos ao
indivíduoagem
sobre a primeira fasedo
processo.Concluindo, tem-se dois
modelos que
privilegiam apenaso
desenvolvimento criativo e dois
que
agregam
a elea
possibilidade de inovação.O
ideal seria. ter-seum
modelo que
unisse as fasesdo
processo de Rogers,com
a
utilizaçãodo
processono
ambientede
trabalho, defendido por Basadur,e
levando-se
em
consideração os fatos sociaiso
processono
ambiente de trabalho.E
levando
em
consideração os fatos sociais relacionadoscom
o
processo,como
propostos por Amabile.3.4 Técnicas
para
o desenvolvimentoda
criatividadeDispõe-se
na
literatura de diversas obrasque
tratam das técnicas criativas.No
entanto,algumas
conquistam a preferência das pessoas e organizações, pormostrarem
resultadosmais
imediatosou
porserem mais
disseminadas. Isso, por suavez,
não
garanteo
sucessodo
processo.As
técnicasde
resolução criativade
problemasou de
desenvolvimentodo
seu potencialtêm
como
objetivo dinamizaro
pensamento,o
raciocínio das pessoas paraque
elas consigam, a partirdo
nada, dar contribuiçõessobre
o
tema
em
questão,num
espaço detempo
relativamente curto e deforma
organizada.
Com
o
exercício delas, se facilita e estrutura novas formas de pensar ede
ver os fatos,
o que
consisteno
primeiro passo para dar idéias criativas e inovadoras.A
seguir,
expõem-se algumas
técnicasque
propiciamuma
melhoriado
desenvolvimentocriativo individual e grupal.
3.4.1 Brainstorming
Estatécnica foi divulgada pela primeira. vez por
Osbom
em
1953quando
do
lançamentoda
obra “Applied Imagination: principlesand
proceduresof
creativeprolblem-solvíng ”.
O
termo inglês brainstorming, queem
tradução literal significa. tempestadecerebral, designa
um
técnica largamente utilizada nas empresas parao
desenvolvimento de idéias criativas e solução de problemas. ParaDUALIBI
(1971: 57)GG'
0
brainstorming euma
reuniãode
interessados aos quaisum
problema
foi exposto eDe
acordocom
AYAN
(l998:20), elenão deve
ser tidocomo
uma
técnicaaplicável apenas
em
situações corporativas,mas
“pode
ser usadosempre que
um
indivíduo
não
conseguir solucionarum
problema
epuder
localizarum' grupo de
pessoas
para
ajudá-loa
lidarcom
ele ”.g
O
que
se busca.com
esta. técnica de resolução criativa. de problemas é,através
do
desenvolvimento deuma
sinergia positiva entre pessoas deum
grupo, gerar“grande quantidade de idéias espontâneas e arrebatadas" (E
VANS,
I989:102),que
resultem
em
propostas jamais idealizadas individualmente. Outros elementostambém
explorados pelo
método
são: estabelecimento de confiança coletiva,pensamento
divergente entre os
membros, pensamento
associativo(uma
vezque
a cada proposiçãosão geradas idéias
em
série associadas à.mesma)
eo
julgamento refreadoou
ausênciadele. Autores
como
DUALIBI,
ALENCAR,
AYAN
eEVENS
concordam que a
característica fundamentalda
técnicaem
estudo,ou o
seu pré-requisito, éa
ausência completa de crítica,em
especialcom
as idéiasque
amente
racionalmente eonsiderariaimpraticáveis, suspendendo
o
julgamento durantea
fase de produção de idéias,adiando-o para
uma
análise posterior.Dessa forma
eles apenas sublinhamo que
Osbom
coloca.como
princípios fundamentais de sua técnica: a. ausênciade
crítica. eo
primar pela quantidade
de
idéias, pois estas favorecema
qualidadeda
idéia finaldo
processo.
AYAN
(1998) eHESKETH
(1983:63-5)descrevem
etapas para aestruturação
da
técnicaque
praticamente se igualam.De
acordocom
HESKETH
as setefases
do
brainstorming são: `0 Orientação: procede-se à. apresentação
do problema
eao
seuequacionamento
simplificado.
0 Preparação:
reunem-se
os dados disponibilizados sobreo
assunto.É
importanteque
não
se pennitao
bloqueiodo
processo pelo excessode
informação.0 Análise:
decomposição do
material considerado importante.0 Idealização: nesta fase pretende-se
acumular
o maior
número
de alternativasimagináveis,
não
se preocupandocom
sua viabilidadeou
não, através de sugestões0 Incubação:
como
o
próprionome
já diz, éum
períodode
maturação das idéiasque
consistenum
intervalo de descanso mental.. Para tal, são executadas atividadescompletamente
alheias as relativasao problema
permitindoque o
subconscientetrabalhe individualmente.
0 Síntese: reunem-se os elementos obtidos
na
idealização.0 Avaliação: julgam-se criticamente as opções e decide-se pela
melhor
alternativa.OSBORN
(1983) eMONTANA
(1998) por sua vez, dividemo
brainstorming
em
um
processode
duas etapas:0
Produção
de idéias:na
qual são lançados elementosque
agucem
a expressãode
idéias bizarras, inusitadasou
até absurdasque
aumentem
a
gama
de possibilidadespara solução.
sem
que
hajamedo
de
ridicularização.0 Avaliação das idéias propostas: aqui se exerce julgamento sobre as idéias colocadas
e se escolhe a
mais
adequada.Em
outras palavras, numaisessão,o
procedimento adotado éde,
apóso
lançamento
do
tema, tomar-se nota das idéias sugeridas (seja porum
membro
em
específico, seja por todos os integrantes
da
sessão, visando maior registro dosacontecimentos
sem
sobrecargade
ninguém). E, depois, analisam-se as proposições e toma-seuma
decisão.Os
membros
de
uma
sessão de “brainstorming” são parte essencialdo
processo, constituindo-se
em
parte por pessoas instruídasdo problema
e por outrasalheias ao
mesmo.
PEREDA
em
“Gesrion Tecnologica en. laEmpresa”
(l990:l17)sugere
que
25 a30%
do
.grupo deve sejacomposto não
sóde
pessoas de diferentesáreas,
mas
de pessoas alheiasã
organização.O
mesmo
autor delimitao
tamanho do
grupo
em
um
mínimo
de
seis emáximo
dedoze
participantes,com
o
intuitode não
tomar
difícila
participação ativa de todos. ,O
objetivomaior
da
técnica éacumular
as associaçõesem
todosos
níveis.Aqui
se explicaacolocação
de pessoasque não
conhecem
o
problema, paraque
uma
vez
não
envolvidascom
o
mesmo,
tendam
a emitir propostasnão
compartilhadascom
Para
que
uma
sessão de brainstorming seja eficienteALENCAR
(l997:80)acrescenta
algumas
regrasa
serem
observadas:0 Criação
de
um
ambiente acrítico eque não
emita avaliações durantea
geraçãode
idéias.
0 Ser receptivo
a
idéias “loucas”ou
cheias dehumor
0 Enfatizar
a
quantidade de idéias0 Procurar
combinar
ou
aperfeiçoar idéias.E
Nesta
mesma
linhade
raciocínioPETERS
(1994: 256), acrescenta“cometer mais erros”
como
fator crucial para acelerara
tomada
de ação e reduziro
tempo
de ciclosde
inovaçãona
buscade maior
competitividade.Segundo o
autorquanto maior
o
número
de “fracassos”,ou
seja, de propostas,maior
a
chance de se terum
resultado promissor. Pois paraque
isto seja possível é fundamentalque
sedesafie
regras e tradições burocráticas, e
que
se elimineo
medo
de errar ede
propor algoconsiderado
“bobo” na
solução demn
problema. Deve-se entender por estímuloao
fracasso
o
incrementoà
capacidade criadora das pessoasnuma
organização, paraque
adquiram maior
velocidade de ação,aprendam
com
seus fracassos e aperfeiçoemou
criem idéias de sucesso.Entre as diversas variações
do
“Brainsiorming destacam-se duas:o
reverse brainstorming e
o
brainstorming individual. -O
reverse brainstorming, signjficaem
tradução literal tempestade cerebralao
contrário. Esta técnica,segundo
DUALIBI,
consisteem,
no
decorrer de tunasessão grupal, encontrar defeitos
em
um
detenninado produto, idéia eou
serviço.Nesta, continua válido
o
princípiodo
brainstorming tradicionalonde
deve imperar aausência de críticas às sugestões e volume,
também
impedindo a
defesa aos defeitosapontados.
O
objetivo deste processo é, a partirda
colocação dos participantes,enfatizando
sempre a manutenção
deuma
visão exteriordo
objetoda
sessão, detectarnovas qualidades e
ou
aperfeiçoamentos possíveis.O
brainstorming individual,pode
ser identificadocomo
a fasede
formulação intema de pergtmtas e obtenção de altemativas de solução para problemas, sendo estes tanto de origem
intema
quanto externaà
organização.De
acordocom
DUALIBI,
diz respeito ao procedimento atravésdo
qualuma
só pessoaempenha
esforços
na
solução deuma
questão específica, aplicando deliberadamentea
técnicade
julgamento adiado. Ele é composto, de acordo
com
ALENCAR(l996)
de dez etapas,as quais são:
O\la determinação
de
informações):0 Criativa: imaginação e visualização de todas as fases
do
problema.0 J udiciosa:
opção
por sub-problemas quemerecem
maior
atenção.H
0 Criativa: imaginação dos dados mais favoráveis necessários e
da
espéciede
seusmateriais. ç
0 Judiciosa; escolha dos dados
mais
convenientes. _(Na
determinação dos elementosda
pesquisa):0 Criativa: listagem das possíveis soluções para
o
problema
0 J udiciosa: escolha das idéias mais prováveis
rumo
a soluções através de análisescomparativas.
0 Criativa; imaginação das formas de verificação para as idéias. *
0 J udiciosa: ponderação sobre as maneiras
mais
segurasde
se verifica-las. 0 Criativa' listagem atéo
esgotamento das contingências possíveis.0 Judiciosa: decisão definitiva, levando
em
consideração prós e contras eum
julgamento frio e calculista.Há
estudosque
comprovam
a
eficácia deste tipo de processo.Bembach,
citado por
DUALIBI
(1971: 159)expõe
sua discordância sobre a idéiade que
o
brainstorming é apenas grupal e
afirma
que
ele é“um
processo essencialmenteindividual, solitário ”. Neste processo
em
muito é utilizadoum
dispositivo conhecidocomo
régua heurística que, por si só, já caracterizauma
técnica de desenvolvimentocriador.
A
partir desta, tem-semn
auxíliona
colocação ecombinação
dos diversosfatores passíveis para
a
geração de alternativas.Uma
crítica freqüenteem
obrasque
tratam destetema
éque o
brainstorming, por ser
uma
técnicana
qual as pessoas seexpõem
publicamenteno
como
timidez emedo. Tentando
neutralizar tal situação éque
diversos autores propõe a execução deum
brainstorming escrito, “writingstormsendo
estemenos
constrangedor.
3.4.2
récmza
DelphiTécnica através
da
qual se constituium
gmpo
de trabalho,fonnado
porespecialistas, para auxiliar a administração a identificar tendências futuras e
solucionar determinados problemas específicos.
Tem
como
maior
peculiaridadeo
anonimato
dosmembros
do
grupo, buscando-se a eliminaçãode
quaisquer influênciassobre
o
teor das informações fomecidas pela interação pessoal. -O
procedimento adotado concede mérito total as idéias.E
consisteem
cinco etapas: definição das perguntas, primeira, segunda”e terceira ondas e
resumo
dasopiniões e previsão
do
coordenador. Institui-seum
coordenador para orientar asatividades
do
grupo,uma
vezque
não
há
contato entre osmembros
do
mesmo.
As
etapas são assim descritas: -
0
Num
primeiromomento,
após identificada'a
necessidade de aplicaçãoda
técnica,define-se
uma
sériede
perguntas sobreum
problema
específico e os especialistasque
darão seu parecer.0 la onda: deve-se entender por ondas o processo
de
resposta dosresumos
pelos- especialistas, segtmdo
MONTANA(1998:.282).
0
Resumo
das opiniões: apóso encaminhamento
por escrito das perguntas aosmembros
do
grupo, espera-se peloretomo
das respostas,sempre no
anonimato, efaz-se atabulação e
resumo
dasmesmas
retornando-as aos respondentes.0 2” onda: nesta etapa os
resumos
sãoencaminhados
paraexame
e modificação. E,posteriormente, são devolvidos ao coordenador
que
elaboraum
resumo
final e3” onda: difere das duas anteriores por exigir que,
além da
avaliação dosresumos
edas
modificações que
sefaçam
necessárias, se justifique cadaidéia proposta.0
Quando
do
recebimento destas respostaso
coordenador preparaum
últimoresumo
efaz
uma
previsão sobreo
futurodo
problema, contribuindo “deforma
criativapara
o sucesso
de
atividades atuais dos negócios” (MONTANA
1998: 282).3.4.3
O
Pensamento
lateralO
Pensamento
lateral surgiuem
1967,a
partir de estudos desenvolvidos porEdward
de
Bono
a respeitodo pensamento não
linear, seqüencial e lógico, .com0
intuitode
descobrir novas e diferentes formas para resolução de problemas.Tem
grande relação
com
a percepção de cadaum,
pois só a partir desta seproduzem
os elementos para o processamento de informações.DE
BONO
enunciaque o pensamento
lateralpode
ser utilizadoem
doissentidos:
o
específico e o geral.O
específico diz respeitoa
“um
conjunto de técnicassistemáticas usadas
para
mudar
conceitos e percepções e gerar novos.”O
geral, àexploração de “ múltiplas possibilidades e abordagens,
ao
invésde
seguiruma
únicaabordagem
" (1994: 54)A
finalidadea
qual se propõe éa
dedisponibilizar. maneiras sistemáticasde
mudar
conceitos e percepções, baseadono comportamento
de sistemas de informaçõesauto-organizáveis.
Relacionando
a
criatividadecom
isso tudo,temos
que, .écom
elaque o
processo de
pensamento forma
eou
modifica
percepções e conceitos. Por issomesmo
éimportante manter
a mente
aberta para que atravésdo não
lógico sejam criadas idéiasnovas
que
auxiliemno
trabalho.A
utilização'°do pensamento
lateralde
modo
específico,
pode
assim ser designadocomo
criativo.Cabe
ressaltarque
esse tipo de pensamento, 'voltado à criatividade, àspercepções de