DANIEL
PHILIPPI
DE
N
EGREIROS
CM
427
*NEUROCRIPTOCOCOSE
EM
PACIENTES
COM
SIDA
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
DANIEL
PHILIPPI
DE NEGREIROS
NEUROCRIPTOCOCOSE
EM
PACIENTES
COM
SIDA
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
Presidente do Colegiado do Curso de Graduação
em
Medicina: Edson José CardosoOrientador: Osvaldo Vitorino Oliveira
Co-orientador: Paulo Cesar Trevisol Bittencourt
FLo1uANÓ1>oL1s
-SANTA CATARINA
Negreiros, Daniel Philippi de
Neurocriptococose em pacientes com SIDA / Daniel Philippi de
Negreiros. - Florianópolis, 1999.
28p.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Sama Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação em Medicina.
Título em inglês: Neurocryptococosis in AIDS patients.
1. Cryptococcus neoformans 2. Criptococose. 3. Síndrome de imunodeficiência adquirida. 4. Infecções oportunistas.
AGRADECIMENTOS
À
DEUS,
aoAmor
que
representa.Sem
Elenão
teria sido possível;Ao
DR.
OSVALDO
VITORINO
OLIVEIRA,
pelo estímulo à ultrapassagem dos aparentes limitesda
capacidade;Ao
DR.
PAULO
CESAR
TREVISOL
BITTENCOURT,
mestrena
arte de viver aquiloque
se acredita;À
DRA.
YARA
SANTOS
MEDEIROS,
cuja contribuiçãona
minha
formação
acadêmica,nunca
esquecerei;Ao
DR
FÚLVIO
BORGES
NEDEL,
porque
às vezes, tudo oque
precisamosé
um
empurrão
final;Aos
VERDADEIROS
AMIGOS.
O
adjetivoresume
o porquê;À
minha
FAMÍLIA,
porsempre
ter sido tudo aquiloque
precisei;À
MIRELLE
FINKLER,
porme
amar, compreender, participar e sobretudo,estar
sempre
do
meu
lado.E
a todos osdemais que
contribuiram paraque
este,mais que
um
trabalho,1.
INTRODUÇÃO
_________________________________________________ __ 2.OBJETIVOS
3.MÉTODO
_________ __ 4.RESULTADOS
ÍNDICE
5.DISCUSSÃO
______________________________________________________ __ ó.CONCLUSÕES
_________________________________________________ __ 7.REFERÊNCIAS
________________________________________________ __RESUMO
__________________________________________________________________ __SUM1\/[ARY
1.
INTRODUÇAO
Há
aproximadamente
duas décadas aMedicina mundial
foi surpreendidacom
um
novo
desafio, a síndrome deimunodeficiência
adquirida(SIDA), que
cresceu de maneira avassaladora.
A
partir deste ponto, as infecções ditasoportunistas, principais coadjuvantes,
ganharam
importância etomaram-se
aprincipal causa de morbi-mortalidade nestas pessoas.
Dentre estas destaca-se a Criptococose,
micose
sistêmica causada pelo Cryptococcus neoformans, quetem
o sistema nervoso central(SNC)
como
principal sítio de
acometimento
e a meningitecomo
forma
clínicamais
frequente14.
Até
um
passado recente ela era considerada rara,acometendo
em
proporções semelhantes indivíduoscom
ou
sem
comprometimento imunológico
aparente5. Posterionnente, a associação
com
aSIDA,
além
de gerarum
aumento
na
sua incidência,modificou
os padrões clínicos e laboratoriaisda
doençaó.Por
outro lado, aampla
distribuiçãomundial
do
C.neoformans
toma
a exposição aomesmo
um
fatocomum
em
nosso cotidiano, entretantosomente
poucos
indivíduosdesenvolvem
a doença. Este fato sugereque
a maioria das pessoasdesenvolvem
uma
respostaimune
adequada
quando
expostas ao microorganismo7'9.Outro
aspecto relevante, foi a descoberta deque
aimunidade
celular é o fatorhumano
mais
importantena
resistência à doença4› 3›1°, justificando desta
forma
sua predileção por indivíduos imunodeprimidos.Aliás, a
SIDA
atualmente éo
fator predisponenteda doença
em
80-90%
doscasos7.
Tais pacientes
exigem
Luna rápida e eficiente atenção, vistoque
a meningite criptocócica é a infecção fúngica potenciahnente letalmais fiequente
neste grupol. Notáveltambém
que
entre os indivíduosnão
portadores daSIDA
que
2
adquirem
criptococose,aproximadamente
dois terços apresentamalguma
forma
de imunossupressão, sendo o câncer,
o
tratamentocom
corticosteróides e outras drogas imunodebilitantes, a hanseníase e o diabetes mellitus as condiçõesmais
frequentemente encontradas11› 12.
A
apresentação clínica e laboratorialda
criptococoseem
seu principal sítiode acometimento,
o
SNC,
é muito variável, principalmente naqueles indivíduos acometidos pelaSIDA.
A
associação SIDA-criptococose geratambém
dificuldadesno
tratamento7› 13, tantona
questãoda
erradicação do fungo,o que
raramente é possível,
como também
no
manejo
dos efeitos adversosprovocados
pelas drogas utilizadas.
O
objetivo inicial é o controleda
faseaguda da doença
onde
sãoempregadas
drogascomo
o Fluconazol e a Anfotericina B,sendo
estaúltima associada
ou não
ao Flucitosine. Posteriormente, devido ao alto riscode
recorrência
da
doença,tem
início a terapia de supressãocom
drogas antifúngicasem
dosesmenores que
deverão ser mantidas portempo
indeterminado.Os
dados
da
pandemia da
SIDA
são alarmantesem
todoo
mundo. Segundo
estimativas
da
OMS/
UNAIDS
(Programa
dasNações
Unidas
para aSIDA), ao
final
do ano
de1998
existiriam 33,4 milhões de pessoasno
mundo
infectadas peloHIV,
sendoque
destas, 5,8 milhões teriam sido contaminadas ainda nestemesmo
ano14.No
Brasil, de1980
atémaio
de 1999, 163.355 casos deSIDA
haviam
sido notificados (113 casos/ 100.000 habitantes).No
mesmo
períodoforam
registradosno
Estado de Santa Catarina, 6.277 casos (l44,5 casos/ 100.000 habitantes)15, levando-o a ocupar três entre os quatro primeiros lugaresna
categoria das cidadescom
omaior
coeficiente deSIDA
(taxapor
100.000 habitantes)
no
Brasil (Itajaí, 854,8 [1° lugar]; BalneárioCamboriú,
721,4 [2° lugar]; e Florianópolis, 651,9 [4°lugar])16.
Entre
1988
e1998
em
nosso país, a criptococose esteve presenteem
4,7%
dos pacientes maioresque
13 anosno
momento
da
notificação daSIDA17,
de 1997,
no
HospitalNereu
Ramos (HNR)
(Florianópolis/ SC), a meningite criptocócica foi responsável por10,1%
das intemaçõesde
pacientescom
SIDA13. Até ano
seguinte,foram
previstos 8.000 casos de criptococoseem
adultosno
país,que
gerariamum
custo estimado deR$
4.874.103,00, naquele ano, apenascom
a terapia anti-fúngica19.O
Estado de Santa Catarina,que
tem
o terceiromaior
coeficiente de incidência deSIDA
do
país15, aindadesconhece
osnúmeros
desta infecção.O
HNR,
por ser considerado centro de referência estadualem
SIDA,
e por atenderum
número
significativo de casos de neurocriptococose(NC)
anualmente, fornece condições ideais para o estudo localda
doença.Os
dados
obtidos poderão auxiliarno
planejamento dasmedidas
de diagnóstico emanejo da
2.
OBJETIVOS
2.1 -
OBJETIVOS GERAIS
Conhecer
as características epidemiológicas e os padrões de apresentaçãoclínica e laboratorial
da
NC
em
pacientes portadoresda
SIDA,
intemados
no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.2.1 -
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
0
Determinar
a frequênciada doença na
amostra estudada;0 Descrever suas características epidemiológicas (sexo, idade e fator de risco
para a infecção pelo
HIV);
0 Verificar a
contagem média
de linfócitosT CD4
no
sangue periférico destes pacientes;0 Descrever os
smtomas
e sinais deexame
ñsicomais
frequentes àintemação
ea sua duração média;
0 Descrever as alterações laboratoriais inespecíficas ao
exame
do
líquido cefalo-raquidiano(LCR);
0
Detenninar
a frequência de uso das técnicas para diagnóstico específicodo
C.neoformans
e positividade dasmesmas;
0 Determinar a frequência
da
utilização deexames
deimagem
e resultado dos3.
MÉTODO
Foi realizado
um
estudo observacional, descritivo e de corte transversaljunto ao Serviço de infectologia
do
HospitalNereu
Ramos
(FlorianÓpolis/ SC), centro de referência estadual para doenças infecciosas e parasitárias.Com
base nos registros dosmapas
de internaçãodo
Serviço deArquivos
Médicos
e Estatística(SAME),
foram
analisados todos os prontuáriosde
pacientes
com
diagnóstico de infecção peloHIV/
SIDA
intemados
duranteo
período
compreendido
entre 01 dejunho
de1996
a 31 dejunho
de 1999.A
NC
foidefinida
através de características clínicas compatíveiscom
a infecção eum
ou mais
dos seguintes critérios: 1) identificaçãodo fungo
à microscopia direta atravésdo
exame
do
LCR
com
tintada
China; 2) culturapositiva
do
LCR;
3) látex positivo parao
antígeno polissacáride capsulardo
C.neoformans no
LCR.
Foram
obtidas informações dos prontuáriosmédicos
daqueles pacientes quepreencheram
as condiçõesacima mencionadas
através deum
protocoloonde
as seguintes variáveis
foram
pesquisadas: identificação (idade, sexo, cor,profissão, procedência), fatores de risco para a infecção pelo
HIV,
contagem
delinfócitos
T
CD4, dados
de história clínica e deexame
fisico,exame
citoquímicodo
LCR,
exames
de diagnóstico específico utilizados (microscopia direta, látex ecultura
do
LCR), exames
deimagem
utilizados(tomografia computadorizada
eressonância nuclear magnética)
bem como
o
tempo
decorrido entreo
início dos sintomas eo
diagnóstico.Para a coleta de dados sobre a
contagem
de linfócitosCD4,
foi utilizado o primeiroexame
encontradono
períodocompreendido
entre 3meses
antes e 156
abaixo de 50 células/mm3, de
50
a99
células/mm3 e de 100 a200
células/mm3.Ao
mensurar-se otempo
decorrido entre o início dos sintomas eo
diagnóstico, o primeiro foi obtido
com
base nosdados da
anamnese
e o último de acordocom
a datado
primeiroexame
confirmatórioda doença
(microscopia direta, látexou
cultura).O
HNR
não
dispõe de serviço deemergência
médica.Os
pacientes internados são provenientes dos ambulatórios desta instituiçãoou
de outras unidades de saúde de todo o Estado.No
presente estudo,em
36
pacienteso
diagnóstico de
NC
foi estabelecido durante a internaçãono
HNR,
enquanto 30
(45,5%)
foram
transferidos jácom
diagnóstico. Nestes pacientes osdados
referentes ao protocolo de pesquisa
foram
obtidos nosSAMEs
das respectivasunidades de
origem
ou
através dosdados
eexames
enviadosem
anexo ao
pedido de transferência dos
mesmos.
O
Nos
registrosdo
SAl\/[Eda
instituição,constavam 826
pacientesinternados durante o período
compreendido
entre 1 dejunho de 1996
e 31de
jtmho
de1999
com
diagnóstico de infecção peloHIV/ SIDA.
Deste total, 21(2,6%)
não foram
incluídosno
estudo devido a erros de registro, extraviode
prontuário
ou documentação médica
insuficiente.Em
71 prontuários constavacomo
diagnóstico final aNC,
sendoque
destes, 5foram
excluídosda
pesquisa pornão
fomecerem
dados
suficientes de acordocom
os critérios préestabelecidos.
Em
66
prontuáriosforam
encontradas as informações necessárias.Os
dados foram
armazenados
e analisadoscom
o
auxíliodo
sofiware
EPI-
INFO
(Centro de Controle deDoenças
[Atlanta] e Organizaçãomundial
da
Saúde
[Genebra]).As
referências utilizadasforam
organizadas e editadas através4.
RESULTADOS
Dos
805
pacientes estudados,66
apresentaram neurocriptococose (8,2%). Destes,49 eram do
sexo masculino(74,2%)
e 17do
sexo feminino (25,8%).A
idademédia
foi de34
anos (17 - 55),sendo
33 (17 - 55) para o sexomasculino
e36
(20 - 54) para o sexo feminino.A
distribuição dos pacientes por faixa etária,segundo o
sexo, está dispostana
Tabela I.Tabela
I. Distribuiçãoem
faixas etárias dos pacientescom
NC
eSIDA
internados
no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999,segundo
sexo. Faixa etáriaMasculino
Feminino
Totaln
%
n
%
n
%
15-19 anos20-24
anos25-29
anos 30-34 anos35-39
anos40-44
anos45-49
anos 50-54 anos 55-59 anos 3,03 0 7,6 2 10,6 2 19,7 4 13,6 3 15,1 2 3,03 2 - 2 1,5 0 3 3,03 6,06 4,54 3,03 3,03 3,03 3,03 10,6 13,6 25,8 18,2 18,2 6,1 3,03 1,5 Total49
74,2 17 25,8100
Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquinda
e neurocriptococose intemados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
8
Tabela
II. Procedência dos pacientescom
NC
eSIDA
intemadosno
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.Município
Número
de pacientes%
1. Florianópolis
28
42,4 2.São
José 10 15,2 3.Biguaçu
O4
6,1 4. Tijucas 03 4,5 Palhoça 03 4,5 5.Laguna
02
3Rio
do
Sul02
3Tubarão
02
3 6. Outros municípios deSC
11 16,77. Municípios de outros Estados O1 1,5
Total
66
100Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida
9
Tabela
III. Fatores de risco para a infecção peloHIV em
pacientescom
NC
eSIDA
intemados
no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999,segundo
sexo. Fator de riscoMasculino
Feminino
Totaln
%
n
%
n
%
Uso
de drogas injetáveis(UDI)
28
57,14
23,5 32 48,5 Relação heterossexual 5 10,2 6 35,3 11 16,7 Relaçãohomo/
bissexual9
18,4 0 -9
13,6Relação sexual
com
parceiroUDI
0 - 1 5,9 1 1,5Transfusão sanguínea 0 - 1 5,9 1 1,5
Fatores conjuntos 1* 2 0 - 1 1,5
Não
especificado 6 12,3 5 29,4 11 16,7Total
49
100 17 10066
100Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeñciência
adquirida e neurocriptococose internados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
n = número de pacientes
10
Tabela
IV. Sinais e sintomasmais
frequentesno
momento
da
intemação,nos
pacientes
com
NC
eSIDA
internadosno
HNR
entrejunho
de 1996 ejunho de
1999.
Sintomas
Número
de pacientes%
Cefaléia
54
81,8Febre
26
39,4Rigidez de
nuca
24
36,4Astenia
23
34,8Vômitos
23
34,8Alterações
do
estado mental 21 31,8Confusão
mental I 3 1 9,7Agitação psicomotora
7 10,6 Sonolência4
6,IComa
1 1,5Náuseas
13 19,7 Alterações visuais 5 7,6 Diplopia2
3,0
F
otofobia 1 1,5Diminuição
da
acuidade 1 1,5Amaurose
central 1 1,5Convulsões
5 7,6 Alterações auditivas 2 3,0F
onofobia 1 1,5Diminuição
da
acuidade I 1,5Hemiparesia
2 3,0Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com sindrome de imimodeficiência adquirida e neurocriptococose internados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
Tabela
V. Características citológicas e bioquímicasdo
LCR
dos pacientescom
NC
eSIDA
internadosno
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.Análise
do
LCR
x
SD
min
max
n
Leucóziws
(cais/mnf) 70,3 200,7 0 128058
Linfócitos(%)
91,2 16,3 18 100 31 Neutrófilos(%)
8,4 16,1 O 82 31 Proteínas(mg/
dl) 105,5 129,1 2905
58
Glicose(mg/
dl) 33,4 16,1 076
57
LDH
62,766
15312
18 Cloretos 130,1 39,5 103256
15Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida e neurocriptococose internados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
LCR
= Líquido cefalorraquidiano; x = média; SD = desvio padrão; min = valor mínimo encontrado; max = valor máximo encontrado; n = número de pacientes.100-
I
NormalI
Alterado 80-60-%
40- 20-Leucócitos Proteínas Glicose
Figura 1. Características do LCR de pacientes com
NC
e SIDA internados noHNR
entre junho de 1996ejunho de 1999. (Nonnal = leucócitos 5 3 celsl mm3, proteínas < 45 mg/ dl e glicose 2 40 mg/ dl; Alterado = leucócitos > 3 celsl mm3, proteínas 2 45 mg/ dl e glicose < 40
mg
dl)12
Tabela
VI. Frequência de utilização e resultados dosexames
específicosdo
LCR
em
pacientescom
NC
eSIDA
intemados no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.Exame
Frequência Resultadode utilização Positivo
Negativo
n
%
n
%
n
%
Microscopia direta (tinta
da
China)60
90,9 52 86,7 8 13,3Cultura
24
36,4 16 66,7 8 3 3 ,3Látex 35 53 35 100 0 -
Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imimodeficiência adquirida e neurocriptococose intemados no Hospital Nereu Ramos entre jtmho de 1996 e junho de 1999.
n = número de pacientes
Foram
obtidos os níveis séricos de LinfócitosT CD4 em
41(62,1%)
pacientes.
A
média
foi de 51 celulas/mm3, a divisão por categorias de valoresencontra-se disposta
na
Tabela VII.Tabela
VII.Contagem
de linfócitosT CD4
em
pacientescom
NC
eSIDA
internados
no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999,segundo
categorias devalores.
CD4
(cels/mm3)
Número
de pacientes%
0 -
49
24
58,550
-99
13 31,7100 - 199
4
9,8Total 41 100
Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida e neurocriptococose intemados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
13
Tabela
VIII. Diluiçãoda
provado
Látex para C.neoformans no
líquor de pacientescom
NC
eSIDA
intemados
no
HNR
entrejunho
de 1996 ejunho
de1999.
Diluição
Número
de pacientes%
51128
07
21,9izzsó os 9,4
1z512
os
25,0z1z1o24
14 43,7Total 32 100,0
Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com sindrome de imunodeficiência adquirida e neurocriptococose intemados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
Tabela
IX.Tomografia
computadorizada
de crânio de pacientescom
NC
eSIDA
intemados
no
HNR
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.Laudo
Número
de pacientes%
Normal
13 28,3Alterado 33 7 1,7
Total
46
100,0Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida e neurocriptococose intemados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
Tabela
X. Período decorrido entreo
início dos sintomas e a obtençãodo
diagnóstico de
NC
em
pacientescom SIDA
intemados no
HNR
entrejunho de
1996
ejunho
de 1999.Período Dias (variação)
Início dos sintomas - internação 12,8 (1 - 90)
Intemação
- diagnóstico 11,1 (0 - 78)Total 23,9 (1 - 94)
Fonte: protocolo de pesquisa aplicado aos prontuários de pacientes com sindrome de imunodeficiência adquirida e neurocriptococose internados no Hospital Nereu Ramos entre junho de 1996 e junho de 1999.
5.
DISCUSSAO
Neurocriptococose é
uma
doença
graveprovocada
pela invasãodo
SNC
pelo Crjyptococcus neoformans. Acredita-seque
a infecção inicia-se atravésda
inalação
do
fungoem
partículas de poeira suspensasno
ar.O
C.neoformans
éum
fungo
encapsulado que,com
basena
suacomposição
antigênica capsular, é dividido
em
duas variedades e quatro sorogrupos: C.neoformans
variedadeneoformans
(sorogruposA
eD)
e C.neoformans
variedade gattz' (sorogrupos
B
e C)4› 20› 21. Este fimgo é saprófitana
natureza eapresenta distribuição mundial7› 22› 10.
A
variedadeneoformans
é isoladade
solos
contaminados
por fezes depombos
e outras aves, enquanto a variedadegatíí é encontrada
em
regiõesonde há
uma
espécie de árvorechamada
Eucalyptus calmadulens1`s4› 3› 23› 22. Dentre os
sorogmpos
conhecidos, sabe-seque o
sorogrupoA
é o mais frequentemente relacionado à infecçãoem
pacientes portadoresda
S[DA10› 23. Entretanto neste estudo a diferenciação entrevariedades e
sorogmpos não
foi estudada, vistoque
tais técnicasnão
sãorealizadas rotineiramente
em
nossos laboratórios.Após
a inalaçãodo
fimgo,
o quadropulmonar
geralmente é assintomático.Em
seguida ocorre a disseminação, por via hematogênica, preferencialmente parao
SNC7›
4› 23› 22.Além
deste, outros órgãostambém
podem
seracometidos
com
menor
frequênciacomo
a pele, os ossos e a próstata, sendo que esta últimaé considerada
um
santuário para ofungo
duranteo
tratamento4› 23› 22› 10.Também
é sugeridoque
em
alguns casos adoença pode
ser originada a partirda
reativação demn
foco infeccioso latente13› 3.A
apresentação clínicada
neurocriptococose éamplamente
variável, o quadro,que
geralmente ésubagudo
e progressivo4› 24,também
pode
évoluir de15
maneira
rápida e fulminante simulandouma
meningite bacteriana.A
duraçãomédia
dos sintomas encontrada por outros autores varia entre 2 e 4 semanas25›10› 3› 26, situação semelhante à encontrada
em
nossos pacientes.Segundo
Chuck
S.L e
Sande
M.A.27,nenhum
sinalou
sintomada
infecção criptocócica écaracterístico
o
suficiente para diferencia-la de outras infecções queocorrem
em
pacientes
com
SIDA.
De
acordocom
a literatura mundial, a cefaléia e a febreestão presentes
na
maioria dos pacientes3› 1, enquanto a presençade
rigidezde
nuca
éem
geral inferior a30%
dos casos3› 27› 1. Contudo,em
nosso estudo afebre esteve presente
em
menos
de40%
dos casos,demonstrando
que a ausênciadeste sinal
não deve
afastar a possibilidadedo
diagnóstico.Toma-se
portantofrmdamental
que
todo o pacienteHIV
positivoque
procura atençãomédica
com
queixas vagas, principalmente as decunho
neurológico, sejam atentamente avaliados e a hipótese deNC
interrogada.Por
outro lado,o
já citadoaumento na
incidência desta co-infecção nas duas últimas décadas,também
tem
como
fator contribuinte oavanço no
controle eprevenção de outras doenças oportunistas potencialmente fatais nos indivíduos
com
SIDA.
Este aparenteparadoxo
é justificado peloaumento da
expectativade
vida dos
mesmos,
elevandotambém
o riscoda
infecção pelo C. neoformans1_Outro
fator importanteno
incrementodo
risco àNC
é o nível de linfócitosT
CD4.
Estadoença
geralmente ocorreem
fases tardiasda
SIDA,
sobretudoquando
onúmero
de linfócitosT CD4
encontra-se abaixo de200
cels/rmn3 26› 23'30.
Nosso
estudodemonstrou
resultados semelhantes, sendoque
acontagem de
linfócitos
T CD4
esteve abaixo de 100 cels/mm3em
mais
de90%
dos pacientes.Desta
maneira, oaumento na
incidênciamundial da
criptococosedeve
serconsiderado
um
reflexo da
SIDA,
jáque
5 a 13%
destes pacientes deverão apresenta-la durante a sua vida13.Também
admite-se que a Criptococose extra-pulmonar
sejauma
das condições definidorasda
SIDA,
na
vigênciada
infecção peloHIV31.
No
Instituto de Infectologia Emilio Ribas,em
São
Paulo, entre16
1990 e
1994
esta co-infecção foi a causa de internaçãoem
mais
de 100 pacientes anualmente, já os casosnão
associados aoHIV
variaram entre 2 e 10 casos/ano13.
O
número
de re-intemações aque
estes pacientes necessitam sersubmetidos contribuem para
tomar
adoença cada vez mais
presenteem
nosso
cotidiano.
É
possívelque
a frequênciacom
que
aNC
foi encontradaem
nosso
estudo
(8,2%
dos casos deSIDA)
tenha sido subestimadaem
virtudeda
pouca
utilização de
exames
diagnósticos específicos para a doença, frente a casoscompatíveis
com
amesma.
A
infecção pelo C.neoformans
écomprovadamente
maiscomum em
adultos1°› 12.
A
média
de idadena
literaturamundial
varia entre28
e38
anosde
idade
sendo que o
sexo masculino éacometido
em
63 a93%
dos casos27'29› 25›25› 32. Todavia, Hajjeh R.A.,
Conn
L.A., Stephens D.S. et al.12em
um
estudocaso-controle
com
158 pacientes,demonstraram que
esta diferençanão
ésignificativa. Tal fato sugere
que
a aparente predileção pelo sexo masculino sejareflexo da
SIDA,
jáque
amesma
além
de sermais
frequente entre oshomens
étambém
o principal fator predisponente à doença.No
presente estudo, a idademédia
dos pacientes foi de34
anos e o sexopredominante o
masculino,com
74%
dos casos. Esta distribuição compoitou-se demaneira
semelhante àquelaencontrada entre os pacientes portadores de
SIDA
no
Brasil33 e aos internadosno
HNR
duranteo ano
de 199713.Embora
sejam conhecidos os principais nichos ecológicosdo
fungo, a exposição a estes ambientesnão
é aparentemente associada auma
maior
incidência
da
doença7› 4› 23› 12.No
presente estudo72,3%
dos pacienteseram
provenientes
da
região metropolitana de Florianópolis emenos
de20%
procedentes de zonas rurais.Apesar da
atual tendência de interiorizaçãoda
SIDA14,
a descentralizaçãodo
atendimentomédico
através de unidadesde
intemação
regionais parece ser a responsável pelamenor demanda
destas17
O
uso de drogas injetáveisvem
sido incriminadocomo
o principal fator derisco para a transmissão
do
HIV em
Santa Catarina, sendo este hábitoencontrado
em
51,2%
dos pacientes infectados peloHIV
intemados no
HNR
durante o ano de 199713. Situação semelhante foi observada entre os pacientes avaliados
em
nosso estudo,onde
omesmo
esteve presenteem
48,5%
dos casos.Assim
como
os sintomas iniciais,que
frequentemente são discretos e inespecíficosl, as alterações citoquímicasdo
LCR, também
são difíceisde
interpretar34.A
frequênciacom
que
são encontradas análisesdo
LCR
sem
alterações varia
na
literatura entre O e31%34›
26› 35, já neste estudo tal situaçãofoi observada
em
apenas5,4%
dos pacientes. Todavia,quando
presentes, asprincipais alterações observadas são a pleiocitose
com
predomínio mononuclear,
diminuição
do
teor de glicose eaumento
de proteínas.Deve-se
estar atento aofato de tais alterações
serem
comuns
a outras causas de lesão aoSNC
em
pacientes
com
SIDA,
como
a meningite tuberculosa, seu principal diagnósticodiferencial36.
Tomam-se
portanto necessárias provas específicas parao
diagnósticoda
NC.
Dentre os procedimentos laboratoriais
empregados na
análisedo
LCR,
destacam-se a pesquisa
do
antígeno polissacáride capsulardo
C.neoformans
(Látex),
o
exame
diretocom
tintada China
e a cultura. Testes sorológicos,estudos histopatológicos e a cultura de materiais orgânicos suspeitos provindos de outros locais,
também
são úteisno
diagnósticoda
doença7› 13› 4.Por
outrolado, a reação intradénnica,
tem
utilidade lirnitada a estudos epidemiológicos.A
culturado
LCR
é considerada o padrão ouro para o diagnósticoda
infecção32, tendo
um
índice de positividadeque
variana
literatura entre 87 e10O%26› 37. Entretanto,
além
denão
possibilitarum
diagnóstico imediato, acultura requer eficiência e qualidade laboratorial,
nem
sempre
presentesem
nosso meio. Esta situação
também
é observadaem
relação aoexame
diretodo
LCR
com
tintada
China,que
requer experiência profissional para leitura das18
lâminas, visto
que
o fungopode
deixar de ser observadoou
confundidocom
linfócitos23. Esteexame
apresenta-se positivoem
74
a93%
dos casos26› 37› 27.Em
relação ao látex, a literatura apresenta índices de positividadeque variam
entre
90
e lO0%23› 33› 26› 27, sendo a sua realização rápida epouco
sujeita aerros.
Até
o presentemomento
não foram
estabelecidos padrõesmínimos
de
diluição
do
LCR
no
diagnósticoda
NC
através deste teste,podendo o
mesmo
apresentar extensa amplitude23› 27. Resultados similares
foram
encontradosem
nosso estudo.
Também
foi observadono
presente estudo,uma
marcante diferença entre os resultados das microscópicas diretas e das culturas deLCR
entre os doislaboratórios
que servem
oHNR.
Assim,
foi percebidoque
em
diversos casoshouve
retardono
diagnósticoda
NC
por falso-negativoem
um
dos laboratórios,ou
resultados discrepantescomo
microscopia e látex positivos,com
culturanegativa. Este fato poderia explicar a razão pela qual foi encontrado
um
baixoíndice de positividade nas culturas de
LCR.
Já a microscopia direta apresentouum
maior
índice de positividade vistoque o
serviço demelhor
qualidade realizou esteexame
na
maioria dos casos.Além
da
meningite, o C.neoformans
também
pode
gerar outros tiposde
danos ao
SNC
como
granulomas36,também
chamados
de criptococomas, eaumento da
pressão intra-craniana, seguidaou
não
de hidrocefalia39. Estaúltima, resultante
do
bloqueio liquórico originado por aderências inflamatóriasdas meninges, é
uma
importante causa de alterações visuais e deterioração mental nesta população. Estas alteraçõespodem
ser diagnosticadas atravésde
exames
deimagem
como
atomografia
computadorizada (TC)
e a ressonância nuclearmagnética
(RNM).
Infelizmente, é vasta a
gama
de processos infecciosos quepodem
acometer o
SNC
em
pacientescom
SIDA,
eem
nenhum
deles são encontradosachados
19
na
literatura sobre a frequênciacom
que
são encontradas alteraçõesna
TC
de crânio de pacientescom
NC.
Taisnúmeros
variam entre20
e29%27›
37,muito
abaixo
do
encontradoem
nosso estudo (7l,7%),onde
as alteraçõesmais
frequentemente observadas foram: redução de
volume
encefálico, própriada
infecção pelo
HIV,
lesões encefálicas inespecíficas e hidrocefalia. Dentre aslesões encefálicas,
observamos que
47%
destasforam
interpretadas pelaradiologia
como
sendo sugestivas de toxoplasmose, outra importante causa de danos aoSNC
em
indivíduoscom
SIDA13, que deve
sersempre lembrada no
6.
CONCLUSÕES
Verificamos
que
a neurocriptococose(NC)
nos pacientescom
SIDA,
intemados no
HospitalNereu
Ramos (HNR)
entrejunho
de1996
ejunho de
1999, apresentou-se de
maneira
semelhante à literatura mundial.Como
particularidades, ressaltamos os seguintes aspectos:
menor
frequênciade
febre(39,4%),
pouco
usoda
provado
látex e culturado
LCR
e discrepânciade
resultados entre os laboratórios
que
atendem o
HNR.
0
A
NC
esteve presenteem
66
(8,2%) dos805
pacientescom
SIDA
avaliadosdurante
o
períododo
estudo.0
As
características epidemiológicasda doença
são semelhantes àquelasencontradas entre os pacientes
com
SIDA
do
HNR:
74%
homens
(razãode
masculinidade de 2,9:1);
86,4%
dos pacientes entre20
e44
anos e48,5%
usuários de drogas injetáveis.0
A
predileçãoda doença
por pacientes severamenteimunodeprimidos
foitambém
observada, vistoque mais
de90%
dosmesmos
apresentavam-secom
níveis de linfócitos
T CD4
inferiores a 100 cels/mm3 (xl=
51cels/mm3).0 Cefaléia, febre, rigidez de nuca, astenia e
vômitos
foram
os principais sinaise sintomas encontrados,
com
duraçãomédia
de 13 dias até a internação.0
As
alterações inespecíficasdo
LCR
confinnaram-se
como
pleiocitose (x=
70,3 cels/
mm3)
com
predomínio linfomononuclear (91%),aumento do
teorde
proteínas (x
=
105,5mg/
dl) e diminuiçãoda
glicose (x=
33,4mg/
dl).0
Quanto
as técnicas de diagnóstico específico,verificamos que
em
90,9%
foiutilizada a microscopia direta, positiva
em
86,7%
dos casos,em
36,4%
foirealizada a cultura
do
LCR,
positivaem
66,7%
dos casos eem
53%
foi realizadaa prova
do
látex, positivaem
100%
dos casos.21
0
A
tomografia
computadorizada
de crânio revelouuma
alta frequência de7.
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A
neurocriptococose (NC), infecçãodo
SNC
causada pelofungo
cryptococcus neoformans, situa-se atualmente
como
uma
das principais causas de morbi-mortalidadeem
indivíduoscom
SIDA.
Sua
incidênciavem
aumentando
substancialmente nas últimas duas décadas,como
reflexodo
avanço mundial da
infecção peloHIV.
No
presente estudo,foram
verificadas ascaracterísticas clínica, epidemiológicas e laboratoriais desta infecção
em
indivíduos
com
SIDA,
intemados no
HospitalNereu
Ramos
em
Florianópolis/SC,
entrejunho
de1996
ejunho
de 1999.Dentre
805
indivíduos infectados peloHIV,
intemados no
NHR
durante o períododo
estudo,66
(8,2%) apresentaramNC. As
característicasepidemiológicas observadas
compoitaram-se
demaneira
semelhante à dos portadoresdo
HIV
neste hospital.O
número
de linfócitosT CD4
situou-seabaixo de 100 cels/
mm3
em
mais
de90%
dos casos. Cefaléia, febre, rigidez de nuca, astenia e vômitosforam
os principais sinais e sintomas encontrados,com
duraçãomédia
de treze dias.As
alterações inespecíficasdo
LCR
confirmaram-
se
como
pleiocitose depredomínio
linfomononuclear,aumento
do
teor de proteínas e diminuiçãoda
glicose. Foi observadauma
baixa frequênciade
utilização
da
provado
látex, contrapondo-se ao seu alto índicede
positividade.A
tomografia
computadorizada de crânio revelouuma
alta frequência dealterações
no
SNC,
todavianão
específicas para o diagnósticoda
NC.
A
NC
nos pacientescom SIDA
avaliados neste estudo apresentou-se demaneira
semelhante à literatura mundial,com
as seguintes particularidades:menor
frequência de febre (39,4%),pouco
usoda
provado
látex e culturado
SUMMARY
Neurocryptococcosis (NC), a central nervous system infection caused
by
the fungus Cryptococcusneoformans
isone
of themajor
causesof
morbidityand
mortality
among
AIDS
patients. Its incidence has substantiallygrown
in the lasttwo
decades, as aconsequence of
theworldwide
spreading ofHIV.
In this study,we
described clinical, laboratorialand
epidemiological featuresof
SIDA
patientswith
NC,
treated at HospitalNereu
Ramos
GTNR),
Florianópolis/ SC,from June
1996
to June 1999.Among
805
HIV-infected patients treated atHNR
during the periodof
thisstudy,
66
(8.2%) presented withNC.
Its epidem'iological featureswere found
tobe
similar to those encountered in the general HIV-population in this hospital.The
number
ofCD4
lymphocytes
was
under
100 cels/mm3
inmore
than90%
of
the patients.
Headache,
fever,meningeal
signs, malaiseand
vomitswere
themain
featuresfound
in those people.The
mean
duration ofsymptoms
was
13days.
Lymphocytic
pleocytosis, decreased glucoseand
elevated proteinswere
the general cerebrospinal
fluid
profile.A
high positivity for latex agglutination testwas
found
in contrast to its low-frequent usage.The
head
CT
scanshowed
at least
one
alteration in71.7%
of the cases.These
were
non-specific to diagnosis.The
NC
inAIDS
patients evaluated in this studycame
inway
similar to theworld
literature.The
following particularitieswere
encountered: smaller frequencyof
fever (39,4%),low
frequency of latexand
LCR
culture useand
TCC
UFSC
CM
0427 Ex.l Nchflm TCC UFSCCM
0427Autor Negrelros, Damel
Tltulo Neurocnptococose em paclentesc