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Demografia das empresas e sua expectativa de vida no Rio Grande do Norte

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA. WERTON JOSÉ CABRAL RODRIGUES FILHO. DEMOGRAFIA DAS EMPRESAS E SUA EXPECTATIVA DE VIDA NO RIO GRANDE DO NORTE. NATAL, RN 2016.

(2) WERTON JOSÉ CABRAL RODRIGUES FILHO. DEMOGRAFIA DAS EMPRESAS E SUA EXPECTATIVA DE VIDA NO RIO GRANDE DO NORTE. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Demografia no Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.. ORIENTADOR: Prof. Dr. Moisés Alberto Calle Aguirre.. NATAL, RN 2016.

(3) 2.

(4) FOLHA DE APROVAÇÃO.

(5) 4 Dedicatória. Para. Marleide e Werton,. Sany, Luanda, Nilce,. Prof. Moisés,. Julia..

(6) 5. Agradecimento Em especial, à minha mãe, por sempre acreditar em mim, por me apoiar e incentivar em todas as minhas escolhas. À minha família, Werton, Sany, Luanda, Nilce, por todo o apoio, incentivo e ajuda na minha vida. À minha namorada, Julia, por esta comigo durante todo o caminho do mestrado e ter me ajudado nos momentos difíceis. Ao meu amigo e professor Moisés, pelo seu exemplo de paciência, humildade, companheirismo e entusiasmo. Orientador presente, dedicado e um dos maiores responsável pela entrega deste trabalho, pois, sem o seu incentivo e apoio, eu não chegaria tão longe. Ao meu amigo e antigo chefe, Paulo Ricardo, que me forneceu os Bancos de Dados do SEBRAE, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Aos meus colegas de curso (Felipe, Herick, Dayane, Leônidas, Thiago, César, Renata, Samara, Valério, Kivyson, Andreia e Rutênia), que durante estes dois anos me ajudaram nesta difícil jornada. Aos meus demais colegas (Edson, Maickel, Geíza, Luiz, Rauane, Elaine, Bruno, Victor, David, Rafaella, Andrei, Jurandy, Luana, entre outros), que me deram apoio psicológico nesta etapa tão complicada. Afinal, sem vocês para me fazer sair de casa, relaxar e rir, eu não acabaria o mestrado em plena sanidade mental (risos). À Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, pela oportunidade de realização do curso de mestrado e a infraestrutura disponível..

(7) 6. “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” Arthur Schopenhauer.

(8) 7 RESUMO No cenário econômico atual, as Micro e Pequenas empresas (MPE’s) correspondem a 99% das empresas do país e mais da metade dos empregos com carteira assinada, sendo, desse modo, vitais para economia. Entretanto, diversos estudos apontam que as MPE’s possuem uma alta taxa de mortalidade nos primeiros anos de existência, tanto no Brasil, como em outros países. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo geral determinar a esperança de vida, por setor econômico e no momento de criação, das Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte, e, para isto, terá como objetivo principal construir uma tábua de vida empresarial, por setor econômico, das MPE’s do Rio Grande do Norte, uma vez que o uso de indicadores de mortalidade e esperança de vida das empresas é uma ferramenta de grande utilidade para o planejamento, decisões políticas e ações nos setores: privado, público, acadêmico e social. Para isto, foram utilizados dados da Receita Federal, fornecidos pelo SEBRAE/RN, de criação e mortalidade de empresas do Rio Grande do Norte, nos anos de 2005, 2006 e 2007, acompanhadas até o ano de 2009. Com base nessas informações, realizou-se uma estimativa de mortalidade nas idades futuras, por meio do método Logito de Brass, tendo como base tábuas modelo de empresas mexicanas, criadas em 2014 pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México – INEGI. Por fim, verifica-se, nos resultados preliminares, a existência de tábuas modelo mexicanas com taxas de mortalidade similares às taxas encontradas no Rio Grande do Norte para a coorte de empresas de 2005, viabilizando, assim, a aplicação do Logito de Brass para a estimação das idades futuras e, consequentemente, a criação da tábua e cálculo da expectativa de vida empresarial.. Palavras-chave: Micro e Pequenas Empresas. Mortalidade. Tábua de vida..

(9) 8 ABSTRACT In the current economic scenario, Micro and Small Enterprises (MSE’s) account for 99% of the companies in the Brazil and more than half of the jobs with a formal contract, thus being vital for the economy. However, several studies indicate that MSE's have a high mortality rate in the first years of life, both in Brazil and in other countries. Therefore, the present study has as general purpose to determine the life expectancy, by economic sector and time of creation, of the Micro and Small Enterprises of Rio Grande do Norte, and, for this, it will have as main intent to construct a board business life. The use of indicators of mortality and life expectancy of companies is a very useful tool for planning, policy decisions and actions in the sectors: private, public, Academic and social. For this goal, data of creation and mortality of companies in Rio Grande do Norte were used from the Federal Revenue Service, provided by SEBRAE / RN, in the years 2005, 2006 and 2007, and accompanied until the year 2009. Based on this information, an estimate of mortality in future ages was made using Brass's Logito method, based on the model tables of Mexican companies created in 2014 by the National Institute of Statistics and Geography of Mexico (INEGI). Finally, the preliminary results show the existence of Mexican model tables with similar mortality rates to the ones found in Rio Grande do Norte for the 2005 companies cohort, therefore making it possible to apply the Logito de Brass to the Estimation of future ages and, consequently, the creation of the board and calculation of expected business life. Keywords: Micro and Small Enterprises. Mortality. Life table..

(10) 9 LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1 - Esperança de vida por idade das empresas, Madrid e Espanha, 2013. ................................................................................................................ 21 Gráfico 2 – Esperança de vida por quantidade de funcionários, Madrid e Espanha, 2013. ............................................................................................... 21 Gráfico 3 – Esperança de vida ao nascer por tipo de atividade econômica das empresas, México, 2014. ........................................................................ 22 Gráfico 4 – Esperança de vida por quantidade de funcionários, México, 2014. ................................................................................................................ 23 Gráfico 5 - Esperança de vida por idade das empresas, México, 2014. ... 24 Gráfico 6 – Percentual de empresas criadas em 2005 por município do RN. ......................................................................................................................... 37 Gráfico 7 - Percentual de empresas criadas por natureza jurídica, RN, 2005. ......................................................................................................................... 38 Gráfico 8 - Percentual de empresas criadas por município do RN, 2005. . 39 Gráfico 9 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), todos os tipos de atividade. ..................................................................................... 40 Gráfico 10 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para todas as atividades econômicas. ............................................. 41 Gráfico 11 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de indústria. .................................................................................. 44 Gráfico 12 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de indústria. .......................................................... 45 Gráfico 13 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de comércio. ................................................................................. 49.

(11) 10 Gráfico 14 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de comércio. ......................................................... 50 Gráfico 15 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de serviços. ................................................................................... 53 Gráfico 16 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de serviços. ........................................................... 54. LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – Tábua de vida empresarial de todos as atividades econômicas, RN, 2005. ......................................................................................................... 42 Tabela 2 – Tábua de vida empresarial do segmento de indústria, RN, 2005. ......................................................................................................................... 46 Tabela 3 – Tábua de vida empresarial do segmento de comércio, RN, 2005. ......................................................................................................................... 51 Tabela 4 – Tábua de vida empresarial do segmento de serviços, RN, 2005. ......................................................................................................................... 55. LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Relação de eventos demográficos na população humana. ....... 27. Figura 2 - Relação de eventos demográficos na população de empresas. ......................................................................................................................... 28.

(12) 11 LISTA DE QUADROS. Quadro 1 - Porte das empresas segundo a quantidade de funcionários. . 19 Quadro 2 - Causas de mortalidade empresarial no Brasil. ......................... 30.

(13) LISTA DE SIGLAS. MPE’s - Micro e Pequenas Empresas MEI – Microempreendedor Individual SEBRAE - Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística RN - Rio Grande do Norte IECM - Instituto de Estatística da Comunidade de Madrid INEGI - Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México OECD ou OCDE - Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico ABEP - Associação Brasileira de Estudos Populacionais SP - São Paulo.

(14) I n t r o d u ç ã o | 13. Sumário 1.. 2.. 3.. INTRODUÇÃO ............................................................................. 14 1.1.. MOTIVAÇÃO.......................................................................... 14. 1.2.. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS............................................. 15. ESTADO DA ARTE ...................................................................... 18 2.1.. EMPRESA.............................................................................. 18. 2.2.. DEMOGRAFIA DOS NEGÓCIOS .......................................... 20. 2.3.. TÁBUA DE VIDA EMPRESARIAL ......................................... 26. 2.4.. MORTALIDADE DAS EMPRESAS ........................................ 29. METODOLOGIA........................................................................... 32 3.1.. DADOS .................................................................................. 32. 3.2.. MÉTODO. DE. ESTIMAÇÃO. DA. TÁBUA. DE. VIDA. EMPRESARIAL ............................................................................................ 33 4.. RESULTADOS ............................................................................. 36 4.1.. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS ................................... 36. 4.2.. ANÁLISE. DAS. FUNÇÕES. DE. TÁBUA. DE. VIDA. EMPRESARIAL ............................................................................................ 39 4.2.1. Todos os setores ................................................................... 39 4.2.2. Indústria ................................................................................. 43 4.2.3 Comércio ................................................................................ 48 4.2.4. Serviços ................................................................................. 52 5.. CONCLUSÕES ............................................................................ 57. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 59 ANEXOS................................................................................................ 62.

(15) I n t r o d u ç ã o | 14 1. INTRODUÇÃO. 1.1. MOTIVAÇÃO. Antes de adentrar a discussão teórica do presente estudo, encorajado pelo meu orientador Prof. Moisés Alberto Calle Aguirre, resolvi descrever minhas motivações pessoais para a escolha deste tema, ainda tão pouco explorado e conhecido na Demografia. Ademais, por se tratar da minha motivação, peço licença à academia, para escrever somente este subtítulo de maneira pessoal. Primeiramente, minha curiosidade pela temática surgiu em meados de 2011, quando era ainda discente da Graduação de Ciências Atuariais da UFRN e, concomitantemente, estagiário da Unidade de Gestão Estratégica do SEBRAE/RN. Em um certo dia, no estágio, quando estava elaborando relatórios sobre a mortalidade das empresas do Rio Grande do Norte, percebi que os dados contidos eram apenas percentuais e estatísticas acerca da mortalidade daqueles estabelecimentos; desse modo, cogitei que uma abordagem atuarial, mais precisamente uma tábua de vida, poderia vir a corroborar o entendimento daquela mortalidade como um todo. Nesse passo, na época (2011), não encontrei artigos para iluminar meus estudos na referida temática. Por essa razão, a ideia ficou por um tempo apenas no campo do meu imaginário. Entretanto, após concluir a Graduação em Ciências Atuariais, duas coisas me ocorreram. Primeiro, fui aprovado no programa de Mestrado em Demografia da UFRN, que me proporcionou um estudo mais apurado na área e, consequentemente, na elaboração de tábuas de vida. Além disso, no mesmo ano, comecei a trabalhar no SEBRAE, na função de Agente Local de Inovação, trabalhando diretamente na consultoria de cinquenta Micro e Pequenas Empresas de Natal. Dessa forma, observei o dia a dia dessas empresas, suas dificuldades e, infelizmente, o fechamento de algumas (dez das cinquenta empresas atendidas)..

(16) I n t r o d u ç ã o | 15 Diante disso, vivenciando de perto essa mortalidade empresarial, e com um embasamento demográfico proporcionado pelas disciplinas do Mestrado, senti a necessidade de retirar essa temática da abstração da minha mente e transpassála para o presente estudo.. 1.2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS. A economia atual, carece de estudos que buscam um melhor entendimento dos fatores de influência e comportamento da mortalidade empresarial, uma vez que esse conhecimento poderá ser utilizado na criação de instrumentos capazes de diminuir os índices de descontinuidade das empresas, por meio de políticas que incentivem a criação e sobrevivência destes estabelecimentos (FIGUERO; LEITE FILHO, 2009). Em todo o mundo, as Micro e Pequenas Empresas são responsáveis pela maioria dos postos de trabalho e pela ocupação de novos mercados (conquistados pela terceirização, inovações tecnológicas ou globalização). Dessa maneira, o fechamento de uma empresa gera problemas econômicos e sociais no ambiente em que esta se inseria. Além disso, o crescimento da economia depende da capacidade do país de criar empresas capazes de sobreviver para prover novos empregos e renda para a população, o que, consequentemente, acarretará em oportunidade para mobilidade social, aumento da competitividade e da eficiência econômica (MAI, 2006; SANTOS, 2007; FIGUERO; LEITE FILHO, 2009; CUNHA JUNIOR, 2009). No Brasil, são criados, anualmente, mais de 1,2 milhões de novos empreendimentos formais; destes, mais de 99% correspondem a Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) e Microempreendedores Individuais (MEI’s). Ademais, as MPE’s são responsáveis por mais de 50% dos empregos com carteira assinada e por, pelo menos, dois terços do total das ocupações no setor privado. Dessa maneira, fica clara a sua importância no desenvolvimento social e na distribuição de renda no país (CUNHA JUNIOR, 2009; SEBRAE, 2011). Isto posto, uma vez que as Micro e Pequenas Empresas correspondem a 99% das empresas e 40% da massa salarial do Brasil, fica notória a importância.

(17) I n t r o d u ç ã o | 16 desse porte de empresa para a economia do país. Entretanto, apesar dessa representatividade na economia, sendo responsáveis por parcela significativa da geração de emprego e renda nacional, observa-se que as mesmas enfrentam significativas dificuldades para condução de suas atividades e permanência no mercado (FIGUERO; LEITE FILHO, 2009; SEBRAE; DIESSE, 2012). Diante disso, é possível observar, no país, mudanças nas políticas em favor dos pequenos negócios, as quais ocasionaram uma revolução no ambiente desses empreendimentos. Dentre tais mudanças, podemos citar a criação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em 2006, a implantação do Microempreendedor Individual, em 2009, e o aumento dos limites de faturamento do Simples Nacional, em 2012 (SEBRAE, 2013). Nesse passo, tais mudanças são importantes para o desenvolvimento do país, pois a sobrevivência desses empreendimentos é vital para a economia. Além disso, conforme dados do SEBRAE (2011), existem diversos estudos no Brasil e no mundo que mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, tornando esse período o mais importante, em termos de monitoramento. A título de exemplificação da mortalidade precoce das empresas brasileiras, as Micro e Pequenas Empresas criadas em 2005, tiveram uma taxa de mortalidade de 22% para seus dois primeiros anos de atividade. Enquanto que o Nordeste e o Rio Grande do Norte apresentavam taxas de 18,9% e 16,5%, respectivamente. Estes valores podem ser considerados baixos, se comparados às taxas de mortalidade empresarial brasileira de 2000, 59,9% nos dois primeiros anos, entretanto, são considerados altos, se comparados a nível mundial (IBGE, 2008). Nesse passo, sob a ótica mundial, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Suécia possuíam taxas de mortalidade empresarial de 10,4%, 10,8% e 5,0%, respectivamente, no ano de 2003, desse modo, valores bem abaixo dos 22% da realidade brasileira de 2005 (IBGE, 2008). Diante disso, o presente estudo tem como objetivo principal: construir uma Tábua de vida empresarial, por setor econômico, das Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte. Para isto, terá como objetivos específicos: estimar a mortalidade empresarial acima dos quatro primeiros anos de atividade.

(18) I n t r o d u ç ã o | 17 e estimar a esperança de vida, por setor econômico, das Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte. Nessa perspectiva, o presente trabalho está dividido em 5 (cinco) capítulos, incluindo a introdução. O segundo capítulo consiste no referencial teórico, que contextualiza a definição de empresa e Demografia dos Negócios, bem como o aporte teórico da tábua de vida empresarial e os estudos sobre mortalidade das empresas. O terceiro capítulo aponta a descrição dos dados utilizados, bem como da abordagem metodológica do método de estimação da tábua de vida empresarial. O capítulo quatro expõe a análise descritiva dos dados e os resultados deste estudo, sustentados na literatura sobre o tema. Por fim, o quinto e último capítulo apresenta considerações finais sobre o tema..

(19) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 18 2. ESTADO DA ARTE. No presente capítulo, serão apresentados os conceitos de empresa, Demografia dos Negócios e tábua de mortalidade, que serão vitais para a melhor compreensão deste tema.. 2.1. EMPRESA. A palavra “empresa” deriva do latim prehensus, prehendere, cujo significado é “empreender”, sendo possível descrevê-la, portanto, como a execução de um empreendimento substancializando a autoria da atividade empresarial pelo empreendedor, bem como as ações deste destinadas a atingir os objetivos esperados (ZANOTI, 2006; CUNHA JUNIOR, 2009). Dessa maneira, com base nestes autores, “empresa” seria praticamente um sinônimo de empreendedor, sendo utilizada como o conceito de atividade empresarial. Entretanto, conforme Franco (1991), empresa é toda atividade econômica com fins lucrativos, constituída sob qualquer forma jurídica para a exploração de uma atividade econômica, seja industrial, mercantil, agrícola ou de prestação de serviços. Dito isto, no presente estudo, foi utilizado o conceito de empresa retratado por Franco (1991), sendo estudadas as empresas das atividades econômicas: industrial, mercantil e de prestação de serviços. Urge mencionar, ainda, que as empresas podem ser classificadas segundo o seu porte, isto é, sendo utilizada a categorização de Micro, Pequena, Média e Grande, de acordo com dois critérios. O primeiro refere-se ao faturamento anual da empresa, e tem égide na Lei Complementar Nº. 123, de 14 de Dezembro de 2006, também conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, conforme descreve o artigo terceiro, Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente.

(20) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 19 registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada anocalendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.. Ademais, outra forma que pode ser utilizada para medir o porte de uma empresa é pela quantidade de funcionários, sendo adotada pelo SEBRAE e pelo IBGE, conforme descrição no Quadro 1.. Quadro 1 - Porte das empresas segundo a quantidade de funcionários. Porte da empresa. Número de funcionários Comércio e Serviços. Industria. Micro empresa. Até 9. Até 19. Pequena empresa. de 10 a 49. de 20 a 99. Média empresa. de 50 a 99. de 100 a 499. Grande empresa. 100 ou mais. 500 ou mais. Fonte dos dados bruto: SEBRAE (2014). Diante disto, no presente estudo foi dada ênfase às Micro e Pequenas Empresas, uma vez que, de acordo com o SEBRAE (2011), correspondem a 99% das empresas do Brasil, além de possuírem altas taxas de mortalidade..

(21) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 20 2.2. DEMOGRAFIA DOS NEGÓCIOS. De acordo com Smith e Morrison (2003), a Demografia de Negócios engloba a aplicação de conceitos, dados e técnicas demográficas para as preocupações práticas dos tomadores de decisões no domínio dos negócios, sendo ainda um campo vagamente estruturado que inclui (mas não se limita) à seleção de localidades, previsão de vendas, planejamento financeiro, avaliação de mercado, perfil do consumidor, assistência jurídica e análise de força de trabalho, com suas aplicações ainda evoluindo e refletindo em mudanças nas fontes de dados, técnicas estatísticas e do próprio ambiente de negócios. Além disso, conforme Hakkert (2006), pelo fato da demografia dos negócios ser um campo de estudos ainda recente, seu uso ainda não está totalmente consolidado, podendo ser descrita como o conjunto de técnicas e métodos práticos em que a utilidade decorre de aplicações comerciais ou em negócios. Desse modo, os demógrafos adicionam perspectivas renovadas no mundo dos negócios, uma vez que visualizam os problemas de uma maneira distinta da visão comum dessa comunidade; assim, por expor novas perspectivas, os demógrafos podem agregar conhecimentos aos tomadores de decisão, corroborando a decisão de um nível operativo a um nível estratégico (SMITH; MORRISON, 2003). Seguindo esse novo ramo demográfico, surgem estudos pelo mundo, como por exemplo, o do Instituto de Estatística da Comunidade de Madrid (2014), que apresenta dados de mortalidade, nascimentos e esperança de vida de empresas dos setores de indústria, serviços e construção, até o ano de 2013. Nesse estudo, observou-se que a esperança de vida ao nascer das empresas tem aumentado ao longo dos últimos anos, alcançando 5 anos e 7 meses para Madrid e 5 anos para a Espanha. Além disso, percebe-se uma forte correlação positiva entre a esperança de vida e a idade da empresa, como pode ser apreciado no Gráfico 1..

(22) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 21 Gráfico 1 - Esperança de vida por idade das empresas, Madrid e Espanha, 2013.. Espanha. Madrid. 30. Esperança de vida. 25 20 15 10 5 0 0. 3. 6. 9. 12. 15. 18. 21. 24. 27. 30. 33. 36. 39 60 ou mais. Idade da empresa. Fonte dos dados brutos: IECM (2014).. Ademais, esse estudo demonstra a existência de uma correlação positiva entre tamanho da empresa (quantidade de funcionários) e a esperança de vida, conforme demonstrado no Gráfico 2.. Gráfico 2 – Esperança de vida por quantidade de funcionários, Madrid e Espanha, 2013. Madrid. Espanha. 50. 46,28. Esperança de vida. 45. 40,09. 40 35 30 25. 18,94 20,22. 20 15 10 5. 9,82 9,88 3,98 3,79. 0 Até 3. De 3 a 9. De 10 a 49. Quantidade de funcionários. Fonte dos dados brutos: IECM (2014).. 50 ou mais.

(23) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 22. Outro importante estudo foi o do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (2014), que construiu tábuas de mortalidade por idade, atividade física e quantidade de funcionários, para as empresas mexicanas, utilizando dados dos Censos Econômicos de 1989 até 2009. Entre os resultados desse estudo, constatou-se a influência da atividade econômica na esperança de vida, como visto no Gráfico 3.. Gráfico 3 – Esperança de vida ao nascer por tipo de atividade econômica das empresas, México, 2014. 9,5. 10 9. Esperança de vida. 8. 8. 7,7. 6,6. 7 6 5 4 3 2 1 0 Total. Industria. Serviço. Comércio. Atividade economica. Fonte dos dados brutos: INEGI (2014).. Além do mais, como no estudo do IECM (2014), também foram constatadas correlações positivas entre a expectativa de vida e a quantidade de funcionários, conforme representado no Gráfico 4..

(24) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 23 Gráfico 4 – Esperança de vida por quantidade de funcionários, México, 2014. 25. 23,3. 20. Esperança de vida. 22. 22 21. 20,7. 15. 15. 10 8,3 5. 6,9. 0 De 0 a 2. 3a5. 6 a 10. 11 a 15. 16 a 20. 21 a 30. 31 a 50. 51 a 100. Quantidade de funcionários. Fonte dos dados brutos: INEGI (2014).. Nota-se que a correlação é crescente até a quantidade de 20 funcionários; após essa quantidade, ela se estabiliza entre 22 anos, enquanto que, no estudo espanhol, a correlação é crescente até o grupo de 50 ou mais funcionários. Além disso, há outra semelhança entre os dois estudos: ambos constataram que quanto maior a idade da empresa, maior será a sua expectativa de vida. Essa relação entre idade e expectativa de vida empresarial do INEGI (2014) pode ser observada no Gráfico 5..

(25) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 24 Gráfico 5 - Esperança de vida por idade das empresas, México, 2014. Total. Industria. Comercio. Serviço. Esperança de vida. 25 20 15 10 5 0 0. 2. 4. 6. 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40. Idade da empresa. Fonte dos dados brutos: INEGI (2014).. Ressalta-se, ainda, que a correlação entre expectativa de vida e idade dos estabelecimentos é positiva independentemente do setor econômico; entretanto, após os 20 anos de idade, a correlação deixa de ser crescente, enquanto que, no caso espanhol, ela é crescente até mais de 60 anos. Sob outro enfoque, também é importante citar o manual de demografia dos negócios, criado pela OCDE/EUROSTAT (2007), visto que os dados referentes a nascimentos e mortes de empresas, sua expectativa de vida, informações para tratar questões sociais demográficas e a importância do papel que desempenham no crescimento econômico e da produtividade são cada vez mais solicitados pelos responsáveis políticos e analistas. Por isso, o presente estudo apresenta um quadro metodológico comum para as estatísticas da demografia das empresas, maximizando, assim, a comparabilidade e relevância internacional. Ademais, a OCDE/EUROSTAT (2007) considera os indicadores da demografia dos negócios um elemento central no Projeto de Empreendedorismo, corroborando o desenvolvimento de uma estrutura para medição regular e harmoniosa da atividade empresarial e dos fatores que aumentam ou impedem seu crescimento..

(26) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 25 No contexto nacional, ressalta-se o encontro de Demografia dos Negócios, realizado pela ABEP, em 2005, posteriormente transformado em livro, com trabalhos que demonstram a aplicação da Demografia dos Negócios no setor produtivo para identificação de mercados potenciais específicos, principalmente nas áreas de saúde, educação, setor financeiro e população idosa; também existem trabalhos com as potencialidades nessa área para o setor público, fornecendo insumos para identificação e quantificação de demandas sociais e públicos-alvo, bem como no processo de criação de políticas públicas. Entretanto, nesse encontro da ABEP não existiram trabalhos no que se refere às empresas como população demográfica estudada, ou seja, trabalhos que expliquem a mobilidade demográfica empresarial. Ainda no contexto nacional, existem também estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na área de Demografia dos Negócios, com a série Demografia das Empresas, que analisa as taxas de entrada, saída, sobrevivência, mobilidade e idade média das empresas, com os dados retirados do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE. Contudo, nessa série de estudos não se apresentam dados sobre a expectativa de vida das empresas, bem como tábuas de vida empresarial, ao contrário dos estudos observados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México e do Instituto de Estatística da Comunidade de Madrid. Por fim, o SEBRAE realizou pesquisas para conseguir dados de mortalidade de empresa por todo o país, sendo a última pesquisa nacional realizada em 2004. Em tal estudo, buscou-se descobrir a taxa de mortalidade dos três primeiros anos das MPE’s e os principais fatores que causaram o encerramento das atividades. Tendo em vista que a coleta de dados realizada ocorreu apenas para os primeiros anos de atividade, não se calculou a esperança de vida empresarial..

(27) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 26 2.3. TÁBUA DE VIDA EMPRESARIAL. No tocante ao conceito de tábua de mortalidade ou tábua de vida, podese dizer que é um instrumento teórico que possibilita a medição das probabilidades de vida por idade de uma população, sendo, portanto, a ferramenta mais completa para a análise de mortalidade de uma população (ORTEGA, 1987). No contexto histórico, as primeiras ideias sobre tábuas de mortalidade foram desenvolvidas por John Graunt (1662), que fez uma tábua de sobrevivência com uma coorte de 100 pessoas na idade 0, e que, mesmo de forma grosseira, apresentou um grande avanço em exibir os padrões de mortalidade por idade. Além disso, entre outros estudos que merecem menção, estão: a tábua desenvolvida por Edmond Halley (1693), com base em dados de nascimento e mortalidade da população da cidade de Breslau, na Polônia, entre os anos de 1687 e 1691; e a tábua feita por Joshua Milne (1815), por ser a primeira construída com os princípios modernos, levando em conta dados de morte e população exposta ao risco de morte, na cidade de Carlisle, na Inglaterra (Ortega, 1987). Nesse passo, a tábua de vida é tradicionalmente aplicada à quantidade de habitantes, em um determinado período de tempo. Dessa forma, é possível adaptá-la a qualquer coletivo de habitantes, humanos ou não humanos, para a análise da sua evolução vital. Assim, seus conceitos podem ser aplicados na população de empresas, ainda que o quadro empresarial seja diferente do quadro da população humana e seu comportamento vital apresente padrões diferenciados. Desse modo, os parâmetros clássicos da análise demográfica podem ser utilizados com o mesmo rigor e significância na investigação da vida de empresas, uma vez que a “demografia empresarial” ou “demografia das empresas” utiliza conceitos como nascimentos (abertura) e morte (fechamento) de empresas. Logo, essa adaptação da tábua de vida para as empresas irá corroborar os aspectos de mortalidade e probabilidade de sobrevivência por idade dos estabelecimentos (INSTITUTO DE ESTATÍSTICA DA COMUNIDADE DE MADRID, 2014)..

(28) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 27 Nesse contexto, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (2014), são observadas semelhanças entre os fenômenos demográficos associados a populações humanas e de empresas (Figuras 1 e 2).. Figura1 - Relação de eventos demográficos na população humana.. CICLOS DA VIDA HUMANA. FENÔMENO ASSOCIADO (TAXA). 1. - Nascimento. Natalidade. 2. - Matrimonio. Nupcialidade. 3. - Divorcio. Separação. 4. - Migrar para outro páis. Migração. 5. - Óbito. Mortalidade. Fonte: INEGI (2014) adaptado pelo autor..

(29) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 28 Figura2- Relação de eventos demográficos na população de empresas.. CICLOS DA VIDA EMPRESARIAL. FENÔMENO ASSOCIADO (TAXA). 1. - Nascimento. Natalidade. 2. - Se associar. Associação. 3. - Criar filiais. Expansão. 4. - Mudar de segmento. Mudança de atividade. 5. - Se dissocia. Criação de outra empresa. 6. - Sobrevive. Sobrevivência. 7. - Desaparece. Mortalidade. Fonte: INEGI (2014) adaptado pelo autor.. Nas Figuras, é possível perceber vários eventos similares; por isso, o INEGI (2014) criou tábuas de mortalidade e sobrevivência por idade e setor econômico das empresas do México, com o objetivo de saber quanto tempo vive um estabelecimento, qual é o seu processo de desaparecimento e qual a função matemática que modela a sobrevivência e mortalidade das empresas mexicanas. Por fim, o presente estudo foi realizado, principalmente, com base nos estudos de demografia das empresas dos Institutos de Pesquisa mexicano e espanhol, devido à lacuna existente para o caso brasileiro..

(30) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 29 2.4. MORTALIDADE DAS EMPRESAS. Com relação à mortalidade, apesar da quase inexistência de estudos demográficos nessa área, no Brasil, existem pesquisas das causas e consequências da mortalidade dos estabelecimentos em vários campos. Dentre eles, pode-se citar Administração, Economia, Contabilidade e Engenharia de Produção. Desse modo, percebe-se que o estudo da mortalidade das empresas é um tema multidisciplinar. De acordo com o SEBRAE (2004), os principais fatores que contribuíram para o insucesso das empresas no Brasil, segundo os empresários, foram a falta de capital de giro (45,8% das respostas) e a elevada carga tributária (41,7%). Além disso, são mencionados problemas financeiros, concorrência muito forte, existência de maus pagadores, falta de clientes, localização inadequada, recessão econômica e ausência de habilidades para gerenciar o negócio. Entretanto, na citada pesquisa, assevera-se que a alta mortalidade empresarial no Brasil está fortemente relacionada a falhas gerenciais, sendo seguida por causas econômicas e tributárias. Conforme o SEBRAE/SP (2008), as causas da mortalidade sofrem pouca variação e não é possível atribuí-las a um único fator. Entretanto, entre os fatores contribuintes, menciona-se a ausência de um comportamento empreendedor, falta de planejamento prévio, gestão deficiente do negócio, insuficiência de políticas de apoio, flutuações na conjuntura econômica e problemas pessoais dos proprietários. Ademais, diversos autores já realizaram pesquisas e encontraram diversas respostas para as principais causas para a mortalidade precoce das empresas brasileiras; por isso, sentiu-se a necessidade de construção de uma tabela, a fim de uma melhor elucidação da questão..

(31) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 30. Quadro 2 - Causas de mortalidade empresarial no Brasil. Causas de mortalidade. Chér (1991). Inexperiência no ramo de negocio Legislação tributaria. X X. x. Baixo volume de credito e financiamento Mão de obra desqualificada. X. x. X. Opressão ou concorrência das grandes empresas Capacidade para gerir o negócio Falta de comunicação entre sócios, funcionários, clientes e fornecedores Gerenciamento de capital de giro Falta de clientes. X. x. X. Problemas pessoais do empresário Recessão econômica do pais Inadimplência. Yonemoto Motta (1998) (2000) x. Felipe et al (2000) x x. Previdelli Dutra Degen (2001) (2003) (2005) x x. X x. X. x. x. x. x. x. x. x. x. x. X. x. x. x. X. x. x. x. X x. x. x. x. Fonte: Elaborada pelo autor.. Dessa maneira, percebe-se que os principais fatores alegados pelos autores na Tabela 1 são: o gerenciamento de capital de giro, capacidade para.

(32) R e f e r e n c i a l T e ó r i c o | 31 gerir o negócio e a legislação tributária. Percebe-se, também, que os fatores internos ou fatores relacionados à gestão, são sempre elencados nos estudos, corroborando o entendimento das pesquisas realizadas pelo SEBRAE (2004) e SEBRAE/SP (2008). Por fim, ainda existe a possibilidade de a maior parte dos registros sobre a mortalidade das empresas (isto é, sua baixa junto a receita), não demonstrar, de maneira confiável, a causa de cessação. Dessa maneira, estes dados podem não corroborar a realidade brasileira, uma vez que, se muitos estabelecimentos fecharem, mas não realizarem a devida baixa nas instituições de registro, acarretará em sub-registros. (AZEVEDO, 1992; ERCOLIN, 2007; MACHADO; ESPINHA 2007)..

(33) M e t o d o l o g i a | 32 3. METODOLOGIA. No presente capítulo, serão demonstradas informações com relação aos bancos de dados, bem como foi descrito o método demográfico utilizado, incluindo suas fórmulas e sequência lógica.. 3.1. DADOS. No que concerne ao banco de dados, ocorreram vários entraves. Primeiramente, existem poucos estudos e, consequentemente, dados referentes à mortalidade das empresas no Brasil. Atualmente, só existem estudos com amostras significativas realizados pelo SEBRAE e IBGE. No tocante aos dados do IBGE, não foi permitido acesso aos microdados do estudo de Demografia da Empresa, uma vez que seria preciso utilizar a sala do IBGE no Rio de Janeiro para trabalhar com essas informações. Além disso, no que se refere aos dados do SEBRAE, só se conseguiu acesso àqueles do Rio Grande do Norte, da última pesquisa realizada em 2004, com uma amostra de 734 empresas, e outro BD (Banco de Dados), com dados retirados da Receita Federal, de mais de 5000 empresas fundadas em 2005, 2006 e 2007, sendo acompanhadas até 2009. Diante disso, optou-se por utilizar o segundo Banco de Dados fornecido pelo SEBRAE (com dados da Receita Federal), uma vez que poderiam ser estudadas as mortalidades de 3 coortes de empresas e por ter dados do universo e não de uma amostra. Entretanto, esse banco possui poucas variáveis de interesse, sendo analisado apenas o ano de fechamento das empresas conforme o ano de abertura e o seu segmento de atuação (comércio, serviços e indústria). Ademais, também serão utilizados dados da pesquisa realizada pelo SEBRAE/RN (2004), IBGE e SEBRAE (nacional), de modo a dar mais informações e um contexto geral das empresas do estado e Brasil, bem como os dados dos Institutos de Estatística do México e Madrid, para fins de comparação..

(34) M e t o d o l o g i a | 33. 3.2. MÉTODO DE ESTIMAÇÃO DA TÁBUA DE VIDA EMPRESARIAL. Para encontrar a expectativa de vida ao nascer das empresas, realizouse a construção de uma tábua de vida. Entretanto, não existem dados longitudinais suficientes, só existindo dados para os quatro primeiros anos de sobrevivência. Dessa maneira, necessita-se encontrar um padrão dessa mortalidade para as idades acima de quatro anos. Para isto, serão utilizadas as tábuas de vida das empresas do México (um dos únicos países com este tipo de estudo) criadas pelo INEGI (2014), para procurar qual modelo de tábua mexicana se assemelha ao caso do RN e, assim, realizar uma estimativa do padrão de sobrevivência (das idades acima de quatro anos) com base nessas tábuas captadas. Ressalta-se que existem 60 tábuas de mortalidade criadas pelo INEGI (2014), nas quais são 15 tábuas para cada atividade econômica (indústria, comércio e serviços) e mais 15 para todos os segmentos. Nesse passo, para a escolha de tábua de mortalidade padrão, foram realizadas simulações com todos os 15 modelos mexicanos de cada atividade econômica, assim como para o caso geral, observando qual tábua possui taxas de mortalidade mais similares às do estado do Rio Grande do Norte, bem como que tábua fornece uma expectativa de vida mais verossímil à nossa realidade. Após esta escolha, foi realizada a construção da tábua de vida empresarial do RN. Para isto, utilizou-se o método Logito de Brass, conforme consta em Ortega (1987), assim, criou-se uma tábua pelo sistema Logito. Ressalta-se que este método foi escolhido por permitir a construção da tábua de vida com base em informações fragmentadas, neste caso, somente as informações do começo da vida. Assim, com base nos dados observados das empresas do RN e na tábua padrão que mais se assemelha aos níveis de mortalidade do estado, foi feita a construção da tábua de vida das empresas da seguinte forma:.

(35) M e t o d o l o g i a | 34 O primeiro passo é calcular a probabilidade de sobrevivência por idade; para isto, utilizou-se a seguinte fórmula:. ( )=. (1). Com os resultados das probabilidades de sobrevivência das duas tabelas, utiliza-se o método do Logito de Brass, que corresponde na seguinte fórmula para todas as idades: −. ( − )= , ∗. (2). , em que “p” corresponde à probabilidade de sobrevivência.. Ressalta-se que, no método Logito, Brass descobriu que esta transformação dos valores da função de sobrevivência de uma tábua de mortalidade qualquer tem uma relação aproximadamente linear com as de outra tábua (ORTEGA, 1987). Feito isto, constrói-se um gráfico com os valores do Logito da tábua observada no eixo x e traça-se uma linha de ajuste entre os pontos. Com base na linha de ajuste, foi possível visualizar a equação e os valores de “α” e “β”. Com base nos valores “α” e “β” encontrados, estima-se uma nova probabilidade de sobrevivência, utilizando a tábua padrão escolhida na fórmula abaixo: =. +. ∗. .. ã. +. (3). Dessa maneira, serão fornecidas estimativas de probabilidades de sobrevivência, utilizando a probabilidade de sobrevivência da tábua padrão (. .. ã. ) e os valores de “α” e “β” encontrados.. Assim, com estimações da probabilidade de sobrevivência para todas as idades, é possível começar a construção da tábua de mortalidade completa..

(36) M e t o d o l o g i a | 35 Primeiro, calcula-se a probabilidade de morte: =. −. (4). , em que p(x) corresponde a probabilidade de sobrevivência estimada.. Em seguida, calcula-se a quantidade de empresas sobreviventes até uma idade “x”, para uma coorte hipotética de 100000 empresas: =. ∗. (. ). (5). Destarte, para o cálculo da esperança de vida, utiliza-se a mesma fórmula da metodologia do INEGI (2014):. =. ∑. (. ). (6). Sendo, = esperança de vida de uma empresa na idade x; = número de estabelecimentos que sobrevivem à idade x; w = extensão da idade final da tabela.. Por fim, com base nos resultados de esperança de vida obtidos, serão feitas comparações com os resultados do INEGI (2014) e do IECM (2014)..

(37) R e s u l t a d o s | 36. 4. RESULTADOS. 4.1. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS. O Banco de Dados deste trabalho possui as seguintes variáveis: Variáveis do Banco de Dados: CNPJ da empresa; situação cadastral do estabelecimento no cadastro da Receita Federal em 2005, 2006, 2007, 2008, 2009; Ano de constituição; Informação de matriz/filial; Atividade econômica principal; Setor de atividade econômica; Informação de Natureza Jurídica do estabelecimento; Forma de tributação de IRPJ 2005, 2006, 2007, 2008, 2009; Indicador se está incluso no Simples Nacional 2005, 2006, 2007, 2008, 2009; Informação do Município. Ressalta-se que o Banco de Dados só possui variáveis qualitativas nominais; desse modo, não foi possível uma estatística descritiva das medidas de posição e medidas de dispersão. Entretanto, serão utilizados gráficos, quantificando as variáveis por categoria de classificação. Dito isto, selecionou-se as variáveis que trazem informações mais relevantes dos dados estudados, a saber: Município de localização da empresa, Informação de Natureza Jurídica do estabelecimento e Setor de atividade econômica. Com relação à localização do estabelecimento, conforme representado no Gráfico 6, nota-se que Natal contempla a 45,65% das empresas analisadas, seguida por Mossoró (8,32%) e Parnamirim (7,15%). Assim, esses três municípios correspondem a mais de 60% da população em estudo, sendo o restante do percentual dividido entre os outros 164 municípios do Rio Grande do Norte..

(38) R e s u l t a d o s | 37. Gráfico 6 – Percentual de empresas criadas em 2005 por município do RN. 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0%. 45,65%. 30,00%. 8,32%. 7,15% 1,99%. 1,60%. 1,60%. 1,40%. 1,33%. 0,96%. Fonte dos dados brutos: SEBRAE (2011).. Além disso, percebe-se, no Gráfico 7, que mais de 98% das empresas constituídas em 2005 são de natureza jurídica “Empresário Individual” ou “Sociedade Empresarial Limitada”..

(39) R e s u l t a d o s | 38. Gráfico 7 - Percentual de empresas criadas por natureza jurídica, RN, 2005. 70% 61,71%. 60% 50%. 36,81%. 40% 30% 20% 10%. 0,94%. 0,31%. 0,22%. 0% EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. SOCIEDADE EMPR. LIMITADA. SOCIEDADE SIMPLES LIMITADA. SOCIEDADE SIMPLES PURA. NÃO RESPONDIDO. Fonte dos dados brutos: SEBRAE (2011).. Ademais, pode ser visto no Gráfico 8 que, aproximadamente, 54% das empresas têm como atividade econômica o comércio, seguido por serviços (34,13%) e indústria (7,88%). Com relação à frequência absoluta dessas variáveis, foram analisadas 2914 empresas de comércio, 1853 de serviços e 428 de indústria..

(40) R e s u l t a d o s | 39. Gráfico 8 - Percentual de empresas criadas por setor, RN, 2005.. 4,33% 7,88%. 34,13%. 53,66%. Comercio Serviço Industria Construção. Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. 4.2. ANÁLISE DAS FUNÇÕES DE TÁBUA DE VIDA EMPRESARIAL. 4.2.1. Todos os setores. Conforme descrito na metodologia, para a construção das tábuas de vida empresarial do Rio Grande do Norte, é necessária a estimação das probabilidades de sobrevivência, uma vez que os dados observados contemplam apenas os quatro primeiros anos. Diante disso, optou-se pela utilização do método Logito de Brass para realizar a estimação. Assim, faz-se necessário a utilização de uma tábua de vida modelo. Dessa forma, o primeiro passo seria encontrar tábuas modelo com padrões de mortalidade semelhantes aos encontrados na coorte de empresas do RN, nascidas em 2005..

(41) R e s u l t a d o s | 40. Com esse intuito, observa-se, no Gráfico 9, o comparativo entre as taxas de sobrevivência, nos quatro primeiros anos, das 15 tábuas modelo mexicanas e o Rio Grande do Norte (2005), sem segmentação por atividade econômica.. Gráfico 9 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), todos os tipos de atividade. 1. 0,9. Probabilidade de sobrevivência. 0,8 0,7. 0,6. 0,5 0,4. 0,3. 0,2. 0,1 0 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN (2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). México(1985). México(1986). México(1987). México(1990). México(1991). México(1992). México(1993). México(1995). México(1996). México(1997). México(1998). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011)..

(42) R e s u l t a d o s | 41. Dessa maneira, nota-se que algumas tábuas modelo mexicanas possuem indícios de serem boas estimadoras, com resultados bastante próximos dos observados no RN (2005), conforme pode ser visto, com mais detalhes, no Gráfico 10. Gráfico 10 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para todas as atividades econômicas. 0,95. Probabilidade de sobrevivência. 0,9 0,85 0,8 0,75 0,7 0,65 0,6 0,55 0,5 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN (2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Assim, percebe-se que as tábuas modelo do México (1983, 1984, 1988, 1989 e 1994) apresentam indícios de serem bons estimadores para o Método Logito de Brass, conseguindo assim alcançar os resultados para os padrões de sobrevivência para as empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005, depois dos quatro primeiros anos. Nesse passo, utilizou-se como tábua modelo a tábua mexicana de 1984, por melhor representar o terceiro e o quarto ano de sobrevivência das empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005..

(43) R e s u l t a d o s | 42. Os resultados da estimação da tábua de vida para o Rio Grande do Norte, com base no método Logito de Brass e na tábua de vida modelo do México de 1984, podem ser apreciados na Tabela 1.. Tabela 1 – Tábua de vida empresarial de todos as atividades econômicas, RN, 2005. IDADE. n x. p. n x. q. lx. ex. 0. 0,902443. 0,097557. 100000. 11,0736. 1. 0,810785. 0,189215. 90244. 12,2707. 2. 0,7254. 0,2746. 81079. 13,6578. 3. 0,646504. 0,353496. 72540. 15,2655. 4. 0,605703. 0,394297. 64650. 17,1284. 5. 0,566884. 0,433116. 60570. 18,2822. 6. 0,53004. 0,46996. 56688. 19,5341. 7. 0,495123. 0,504877. 53004. 20,8919. 8. 0,462088. 0,537912. 49512. 22,3653. 9. 0,444636. 0,555364. 46209. 23,9642. 10. 0,427732. 0,572268. 44464. 24,9048. 11. 0,411379. 0,588621. 42773. 25,8890. 12. 0,395556. 0,604444. 41138. 26,9182. 13. 0,380251. 0,619749. 39556. 27,9950. 14. 0,377401. 0,622599. 38025. 29,1217. 15. 0,374557. 0,625443. 37740. 29,3416. 16. 0,371741. 0,628259. 37456. 29,5644. 17. 0,368942. 0,631058. 37174. 29,7884. 18. 0,366161. 0,633839. 36894. 30,0144.

(44) R e s u l t a d o s | 43. 19. 0,364097. 0,635903. 36616. 30,2424. 20. 0,364097. 0,635903. 36410. 30,4138. 21. 0,364097. 0,635903. 36410. 30,4138. Nota-se que a estimação da expectativa de vida ao nascer, das empresas do Rio Grande do Norte, na coorte de 2005, é de, aproximadamente, 11 anos. Além disso, conforme observado nos estudos do INEGI (2014) e IECM (2014), quanto maior a idade da empresa, maior a sua expectativa de vida. Ressalta-se, ainda, que a mortalidade empresarial tende a ser maior nos primeiros anos de vida da empresa, com valores próximos dos 50%, para os primeiros cinco anos de vida.. 4.2.2. Indústria. Para os resultados de cada segmento de atividade, utilizou-se a mesma metodologia de estimação para os segmentos agrupados. Entretanto, para este resultado, utilizaram-se apenas as tábuas modelo mexicanas e os dados observados do Rio Grande do Norte, das empresas do segmento de indústria. Assim, serão encontradas tábuas modelo de empresas do setor de Indústria com padrões de mortalidade semelhantes aos encontrados na coorte de empresas do RN, nascidas em 2005. Nesse passo, observa-se, no Gráfico 11, o comparativo entre as taxas de sobrevivência nos 4 primeiros anos das 15 tábuas modelo mexicanas e o Rio Grande do Norte (2005), somente do setor industrial..

(45) R e s u l t a d o s | 44. Gráfico 11 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de indústria. 1 0,9. Probabilidade de sobrevivência. 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). México(1985). México(1986). México(1987). México(1990). México(1991). México(1992). México(1993). México(1995). México(1996). México(1997). México(1998). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Assim como no caso anterior, percebe-se que algumas tábuas modelo mexicanas possuem indícios de serem boas estimadoras, com resultados próximos do observado no RN (2005), conforme pode ser apreciado com mais detalhes no Gráfico 12..

(46) R e s u l t a d o s | 45. Gráfico 12 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de indústria.. Probabilidade de sobrevivência. 1 0,9. 0,8. 0,7 0,6. 0,5. 0,4 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Com isso, percebe-se que as tábuas modelo do México (1983, 1984, 1988, 1989 e 1994), apresentam indícios de serem bons estimadores para o Método Logito de Brass, conseguindo, assim, alcançar os resultados para os padrões de sobrevivência para as empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005, depois dos quatro primeiros anos. Isto posto, utilizou-se como tábua modelo a tábua mexicana de 1984, por melhor representar o terceiro e quarto ano de sobrevivência das empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005. Os resultados da estimação da tábua de vida para o Rio Grande do Norte, com base no método Logito de Brass e na tábua de vida modelo do México de 1984, podem ser apreciados na Tabela 2..

(47) R e s u l t a d o s | 46. Tabela 2 – Tábua de vida empresarial do Segmento de Indústria, RN, 2005. IDADE 0. p. n x. 0,9352. n x. q. lx. 0,0648. 100000. ex 13,2288. 1. 0,8698. 0,1302. 93517. 14,1460. 2. 0,8047. 0,1953. 86982. 15,2087. 3. 0,7404. 0,2596. 80465. 16,4404. 4. 0,7055. 0,2945. 74038. 17,8677. 5. 0,6711. 0,3289. 70547. 18,7517. 6. 0,6375. 0,3625. 67114. 19,7108. 7. 0,6046. 0,3954. 63750. 20,7512. 8. 0,5726. 0,4274. 60461. 21,8799. 9. 0,5552. 0,4448. 57255. 23,1050. 10. 0,5382. 0,4618. 55524. 23,8256. 11. 0,5215. 0,4785. 53820. 24,5797. 12. 0,5050. 0,4950. 52147. 25,3682. 13. 0,4889. 0,5111. 50505. 26,1931. 14. 0,4859. 0,5141. 48893. 27,0564. 15. 0,4829. 0,5171. 48591. 27,2249. 16. 0,4799. 0,5201. 48288. 27,3956. 17. 0,4769. 0,5231. 47988. 27,5672. 18. 0,4739. 0,5261. 47688. 27,7403. 19. 0,4717. 0,5283. 47390. 27,9150. 20. 0,4717. 0,5283. 47168. 28,0463. 21. 0,4717. 0,5283. 47168. 28,0463.

(48) R e s u l t a d o s | 47. Nota-se que a estimação da expectativa de vida ao nascer das empresas do setor de indústria, do Rio Grande do Norte, na coorte de 2005, é de aproximadamente 13 anos. Conforme observado nos estudos do INEGI (2014) e IECM (2014), quanto maior a idade da empresa, maior a sua expectativa de vida. Urge mencionar que a expectativa de vida desse setor foi maior do que as demais, sendo assim condizente com os estudos do INEGI (2014) e IECM (2014), que apresentaram o segmento da indústria como o de maior expectativa de vida. Além disso, os estudos do SEBRAE (2011) e SEBRAE (2013), sobre sobrevivência de empresas no Brasil, também apresentavam o segmento de indústria como maiores taxas de sobrevivência. Ressalta-se ainda que os estudos do INEGI (2014) e IECM (2014) demonstraram uma correlação positiva entre expectativa de vida e quantidade de funcionários; dessa maneira, uma possível explicação para essa maior expectativa de vida pode ser dada pela quantidade de funcionários necessários para o funcionamento da indústria, que, na maioria dos casos, é maior do que no comércio e serviços. Por fim, segundo os estudos do SEBRAE/RN (2005), as empresas do segmento de indústria também apresentavam maiores taxas de sobrevivência, bem como estabelecimentos com maior número de funcionários e maior faturamento. Nesse caso, uma hipótese para explicar tal correlação entre quantidade de funcionários e sobrevivência seria o fato de que empresas com mais funcionários tendem a ter faturamentos maiores, e, consequentemente, maior capital de giro para resistir à sazonalidade do mercado..

(49) R e s u l t a d o s | 48. 4.2.3 Comércio. A metodologia para os cálculos deste subtítulo foi a mesma utilizada no item anterior. Porém, para este resultado, utilizaram-se apenas as tábuas modelo mexicanas e os dados observados do Rio Grande do Norte das empresas do segmento de comércio. Diante disso, buscou-se encontrar tábuas modelo de empresas do setor de comércio com padrões de mortalidade semelhantes aos encontrados na coorte de empresas nascidas em 2005, do RN. Assim, observa-se, no Gráfico 13, o comparativo entre as taxas de sobrevivência nos 4 primeiros anos das 15 tábuas modelo mexicanas e o Rio Grande do Norte (2005), somente da atividade econômica industrial..

(50) R e s u l t a d o s | 49. Gráfico 13 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de comércio. 1 0,9. Probabilidade de sobrevivência. 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). México(1985). México(1986). México(1987). México(1990). México(1991). México(1992). México(1993). México(1995). México(1996). México(1997). México(1998). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Conforme resultados anteriores, é possível perceber que algumas tábuas modelo mexicanas possuem indícios de serem boas estimadoras, com resultados próximos do observado no RN (2005), como pode ser analisado com mais detalhes no Gráfico 14..

(51) R e s u l t a d o s | 50. Gráfico 14 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de comércio.. `Probabilidade de sobrevivência. 1. 0,9. 0,8. 0,7. 0,6. 0,5. 0,4 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Dessa forma, compreende-se que as tábuas modelo do México (1983, 1984, 1988, 1989 e 1994) apontam indícios de serem bons estimadores para o Método Logito de Brass, conseguindo assim alcançar os resultados para os padrões de sobrevivência para as empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005, depois dos quatro primeiros anos. Do mesmo modo dos anteriores, utilizou-se como tábua modelo a tábua mexicana de 1984, por melhor representar o terceiro e quarto ano de sobrevivência das empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005. Os resultados da estimação da tábua de vida para o Rio Grande do Norte, com base no método Logito de Brass e na tábua de vida modelo do México de 1984, pode ser constatado na Tabela 3..

(52) R e s u l t a d o s | 51. Tabela 3 – Tábua de vida empresarial do Segmento de Comércio, RN, 2005. IDADE 0. p. n x. 0,9224. n x. q. lx. 0,0776. 100000. ex 11,4442. 1. 0,8450. 0,1550. 92243. 12,4066. 2. 0,7688. 0,2312. 84499. 13,5435. 3. 0,6947. 0,3053. 76875. 14,8867. 4. 0,6524. 0,3476. 69471. 16,4734. 5. 0,6113. 0,3887. 65241. 17,5413. 6. 0,5716. 0,4284. 61135. 18,7196. 7. 0,5334. 0,4666. 57165. 20,0197. 8. 0,4968. 0,5032. 53343. 21,4541. 9. 0,4740. 0,5260. 49678. 23,0368. 10. 0,4520. 0,5480. 47404. 24,1416. 11. 0,4307. 0,5693. 45200. 25,3188. 12. 0,4100. 0,5900. 43067. 26,5730. 13. 0,3901. 0,6099. 41005. 27,9093. 14. 0,3815. 0,6185. 39015. 29,3329. 15. 0,3729. 0,6271. 38148. 29,9993. 16. 0,3646. 0,6354. 37295. 30,6859. 17. 0,3563. 0,6437. 36456. 31,3915. 18. 0,3482. 0,6518. 35633. 32,1171. 19. 0,3475. 0,6525. 34823. 32,8642. 20. 0,3467. 0,6533. 34748. 32,9344. 21. 0,3460. 0,6540. 34674. 33,0049.

(53) R e s u l t a d o s | 52. Percebe-se que a estimação da expectativa de vida ao nascer das empresas, do segmento de comércio do Rio Grande do Norte, na coorte de 2005, é de aproximadamente 11 anos, igualmente como observado para o caso de todos os segmentos. Ademais, conforme constatado nos estudos do INEGI (2014) e IECM (2014), quanto maior a idade da empresa, maior a sua expectativa de vida. Além disso, a expectativa de vida das empresas desse segmento é a segunda maior dentre os três estudados. Dessa forma, é diferente do observado pelo INEGI (2014), em que o setor de comércio possui a menor expectativa na comparação com os outros setores. Todavia, esses resultados são condizentes com os estudos do SEBRAE/RN (2004), SEBRAE (2011) e. SEBRAE (2013) acerca da. sobrevivência de empresas, nos quais apresentavam o comércio com a segunda melhor taxa de sobrevivência das empresas.. 4.2.4. Serviços. O cálculo destes resultados possui a mesma metodologia dos subitens acima; todavia, utilizaram-se apenas as tábuas modelo mexicanas e os dados observados do Rio Grande do Norte das empresas do setor de serviços. Desse modo, para a obtenção das estimativas da tábua de vida a partir do Logito de Brass, faz-se necessário encontrar tábuas modelo de empresas do setor de serviços com padrões de mortalidade semelhantes aos encontrados na coorte de empresas do RN nascidas em 2005. Com isso, observa-se, no Gráfico 15, o comparativo entre as taxas de sobrevivência nos 4 primeiros anos das 15 tábuas modelo mexicanas e o Rio Grande do Norte (2005), no tocante à atividade econômica de serviços..

(54) R e s u l t a d o s | 53. Gráfico 15 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo e RN (2005), para o segmento de serviços. 1 0,9. Probabilidade de sobrevivência. 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). México(1985). México(1986). México(1987). México(1990). México(1991). México(1992). México(1993). México(1995). México(1996). México(1997). México(1998). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Assim como nos demais resultados, nota-se que algumas tábuas modelo mexicanas possuem indícios de serem boas estimadoras, com resultados próximos do observado no RN (2005), conforme pode ser visto com mais detalhes no Gráfico 16..

(55) R e s u l t a d o s | 54. Gráfico 16 - Taxas de sobrevivência das tábuas modelo similares ao RN (2005), para o segmento de serviços. 0,95. Probabilidade de sobrevivência. 0,9 0,85 0,8 0,75 0,7 0,65 0,6 0,55 0,5 1. 2. 3. 4. Idade da empresa RN(2005). México(1983). México(1984). México(1988). México(1989). México(1994). Fonte dos dados brutos: INEGI (2014) e SEBRAE (2011).. Destarte, constata-se que as tábuas modelo do México (1983, 1984, 1988, 1989 e 1994) demonstram indícios de serem bons estimadores para o Método Logito de Brass, conseguindo assim alcançar os resultados para os padrões de sobrevivência para as empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005, depois dos quatro primeiros anos. Diante disso, utilizou-se como tábua modelo padrão a tábua mexicana de 1984, por melhor representar o terceiro e quarto ano de sobrevivência das empresas do Rio Grande do Norte da coorte de 2005, e, com isso, representar melhor a tendência da mortalidade nas idades futuras. Isto posto, os resultados da estimação da tábua de vida para as empresas do segmento de serviços, no Rio Grande do Norte, com base no método Logito de Brass e na tábua de vida modelo do México de 1984, podem ser apreciados na Tabela 4..

(56) R e s u l t a d o s | 55. Tabela 4 – Tábua de vida empresarial do Segmento de Serviços, RN, 2005. IDADE 0. p. n x. 0,8831. n x. q. lx. 0,1169. 100000. ex 10,3434. 1. 0,7774. 0,2226. 88315. 11,7120. 2. 0,6822. 0,3178. 77735. 13,3060. 3. 0,5970. 0,4030. 68217. 15,1625. 4. 0,5564. 0,4436. 59703. 17,3249. 5. 0,5183. 0,4817. 55644. 18,5885. 6. 0,4825. 0,5175. 51831. 19,9560. 7. 0,4489. 0,5511. 48250. 21,4371. 8. 0,4175. 0,5825. 44893. 23,0402. 9. 0,4036. 0,5964. 41748. 24,7760. 10. 0,3901. 0,6099. 40360. 25,6278. 11. 0,3771. 0,6229. 39014. 26,5120. 12. 0,3644. 0,6356. 37709. 27,4293. 13. 0,3522. 0,6478. 36445. 28,3812. 14. 0,3501. 0,6499. 35219. 29,3685. 15. 0,3481. 0,6519. 35014. 29,5404. 16. 0,3461. 0,6539. 34810. 29,7136. 17. 0,3441. 0,6559. 34607. 29,8881. 18. 0,3441. 0,6559. 34406. 30,0629. 19. 0,3441. 0,6559. 34406. 30,0629. 20. 0,3441. 0,6559. 34406. 30,0629. 21. 0,3441. 0,6559. 34406. 30,0629.

(57) R e s u l t a d o s | 56. Nota-se que a estimação da expectativa de vida ao nascer das empresas do setor de Serviços do Rio Grande do Norte, na coorte de 2005, é de aproximadamente 10 anos, sendo o menor valor entre os resultados expostos. Outrossim, conforme observado nos estudos do INEGI (2014) e IECM (2014), quanto maior a idade da empresa, maior a sua expectativa de vida. Esse resultado converge com os estudos do SEBRAE/RN (2004), SEBRAE (2011) e SEBRAE (2013), uma vez que o setor de serviços é o que apresenta menor taxa de sobrevivência, dentre os três analisados; todavia, diverge dos resultados do INEGI (2014), tendo em vista que o setor de serviços nas tábuas mexicanas possui uma melhor expectativa de vida do que o setor de comércio..

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