• Nenhum resultado encontrado

Analise da morfossintaxe da lingua Daw-Maku-Kama e sua classificação tipologica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Analise da morfossintaxe da lingua Daw-Maku-Kama e sua classificação tipologica"

Copied!
217
0
0

Texto

(1)

urso

ANALISE DA noRFoss1N'rAxE DA LÍnc;UA'D'Ãw

(MAKU-mui)

E sua

CLASSIFICAÇÃO TIPOLÕGICA

Silvana Andrade Mart F1orianópo1is,1994

Dissertação apresentada

ao Departamento de Língua

e Literatura Vernáculas da Universidade Federal de Santa Catarina como

requisito parcial para a

obtenção do título de

Mestre em Lingüística.

(2)

ANÁLISE

DA

MoR:E'ossIN'rAxE

DA

LÍNGUA Dâw

(MAKU-KAMÃ)

ou»

E

SUA

CLBSSIFIGAÇAC)

TIPOLzÕGIGA

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do

grau de Mestre em Letras/Lingüística, e aprovada em sua forma

final pelo Programa de Pós-Graduação em Lingüística da

Universidade Federal de Santa Catarina.¶

T`cw~9í

\\]ówLz

Coordenador 'ëäkifl amúxadb ¢9c‹À Orientador Banca Examinadora:

/dm

Prof.Dra. Alexandra Yurievna Aykhenvald

Prof.Dra. Luc Seki

.Prof. Dr. Paulino Vandrese

Im

f

(3)

Dedicatória

Ao meus pais, por terem me encaminhado nos princípios do saber.

Ao meu esposo pelo encorajamento que sempre me deu nas horas em que eu queria desfalecer.

Aos meus filhos, pela colabaração e compreensão que

constantemente demonstraram durante toda essa caminhada.

Aos Dâw, pela sua amizade e pela disposição em me ensinar

(4)

Agradecimentos

. Louvo primariamente ao meu Deus pela oportunidade que me

deu para realizar este trabalho, bem como pelo ânimo e saúde

concedidos a mim. «\ ,

. Agradeço a minha orientadora, Dra. Alexandra Y. Aykhenvald

pelo seu curso sobre a classificação tipológica das línguas, o

qual me incentivou a investigar a língua Dâw nesse sentido; bem

como pela sua amizade, paciência e compreensão demonstrados para

com a lninha pessoa durante todo o período de preparo desta

dissertação e pelo interesse e dedicação com que orientou este

trabalho.

. Sou grata aos professores que ministraram as disciplinas

que cursei, as quais forneceram-me condições para que pudesse

desenvolver este trabalho.

. Reconheço agradecida pela bolsa de mestrado oferecida pela

CAPES- Coordenadoria de Aperfeiçoamento ao Pessoal de Ensino

Superior, sem a qual não seria possivel realizar esta pesquisa.

. Quero também expressar os meus agradecimentos a todos os

amigos que me apoiaram nesse período de elaboração dessa

dissertação.

. Agradeço também, ao meu esposo V. Martins, pelo apoio e

ajuda valiosa prestados na impressão desta dissertação.

. E, finalmente, os meus eternos agradecimentos a todos os

Dâw, os quais de alguma forma, ensinaram-me uma porção de sua

língua e, muito mais do que isso, enriqueceram a minha vida com

sua amizade e carinho sempre demonstrados para comigo e para com minha família.

(5)

RESUMO

A dissertação "Análise da Morfossintaxe da Língua Dâw (Makú~

Kamãz e Sua Classificação Tipológica apresenta os primeiros

resultados de análise gramatical da lingua Dâw, conhecida como

Makú-Kamã, da família lingüística Makú, falada na região do alto

Rio Negro. 4

O trabalho baseia-se no quadro teórico-metodológico tipológico-funcional e adota-se uma perspectiva de enfoque

primariamente sincrônica, porém, quando necessário, usa-se da

acronia intencionando explicar mais eficazmente alguns fatos

sincrônicos.

O primeiro capítulo apresenta os objetivos e justificativas

desta análise, bem como o corpus ea a metodologia empregada no

preparo desta. O capitulo 2 traça um retrato do povo Dâw, quanto

às suas caracteristicas etnográficas e sociais, e apresenta

alguns aspectos da fonologia da língua que se fazem relevantes para a compreensão da análise que se segue. No capitulo 3 aborda

uma série de aspectos morfossintáticos, os quais são conceitos considerados essenciais para o estabelecimento das classes

gramaticais. Os capítulos 4 e 5 tratam das classes gramaticais

que são estabelecidas mediante a aplicação de critérios

morfológicos e sintáticos, apresentando algumas discussões

teóricas fundamentais para a definição de certas classes e dos

status dos morfemas. Já no capítulo 6 expõe a formação do léxico da língua enquanto que no 7 enfoca as características tipológicas

da língua, avaliando~as e posicionando tipologicamente a língua

em questão. A conclusão remete a uma reflexão sobre a relevância

(6)

ABSTRACT

The dissertation Morphosyntictax Analysis and Tzpological Classification of Dâw (Makú-Kamãz represents the first results of

grammatical analysis in the Dâw language (known as Makú-Kamã) of the Makú language family, spoken in the headwaters region of the

Negro River. '

This work is based on the functional-typological theory, and the primary perspective used is synchronic, although when necessary the achronic perspective is used to better explain some synchronic facts. '

The first chapter presents the objectives and the

justification upon which the analysis is based, as well as the

types of data and the methodology used in its preparation.

Chapter 2 gives a sketch of the Dâw people and their social and

ethnographic characteristics, as well as some aspects of the

phonology of the language which are relevant for the

understanding of the analysis which follows. Chapter 3 treats a

series of morphosyntactic topics, along with those definitions

considered essential for the establishment of grammatical

classes. Chapters 4 and 5 present those grammatical classes which

have been established through the application of morphologic and

syntactic criteria. They also present some theoretic discussion necessary for the definition of certain classes and types of

morphemes. Chapter 6 explains the formation of the lexicon of the

language. Chapter 7 focuses on the typological characteristics of

the language, evaluates these characteristics and positions the language typologically. The conclusion refects the relevance of

(7)

Abreviações . . . . . .... . . . . ... . . . . . . . . . ... ... . . ....X

ÍNDICE

Lista de Figuras... . . . . . . . . . . . . . . . ..xiii

Capítulo 1 - MoRFoss1NTAxE nÃw . . . . . .. 1z0 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . - .. 1.1 Objetivo e justificativa . . . . . . .. 1.2 Material e metodologia aplicada . . . . . . . . .. 1.2.1 Critérios para identificar os morfemas . . . . .. OBJETIVOS E METODOLOGIA DA ANALISE DA .

Í

Í

Í

Í

.

Í

Í

Í

Í

4 à N H H 1.2.2 Critérios para classificar os morfemas em formas livres ou dependentes (clítico/afixo) . . . . . . . . . . . . . . . ..7

1.2.3 Critérios para estabelecer as classes gramaticais....8

Capítulo 2 - O POVO DÃW E AS CARACTERÍSTICAS FONOLÓGICAS DA LÍNGUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..1o 2.0 Introdução.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . ..10 . Aspectos Etnográficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..11 . spectos Sócio-Culturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..17 . Palavra fonológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..23 N N N N M N N N w

Q

Q

Q

w

Q

w w N H

L

L

L

L

L

b

L

a

L

b

L

L

w Capítulo 3 - rocessos morfofonológicos . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . . . ..26 W U W W W V1 ormação de advérbios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..27 ormação de interrogativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..27 eqüência de clíticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..28 esgaste fonético . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . ..29 eduplicação . . . . . . . . . . . . . . . . ..30

ASPECTOS DA MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA DAW . . . . . . . . . ..3l 3.0 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..' . . . . . . . . ..31

3.1 Palavra Gramatical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..31

3.2 Processo de marcação de posse . . . . . . . . . . . ..33

3.3 Processo de ênfase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...36

w w w O 4 A ordem básica dos constituintes oracionais . . . . . . ..38

. s transcategoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..4O Capítulo 4 - CLASSES GRAMATICAIS - FORMAS LIVRES . . . . ,... . . . . . ..42

4.0 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ..42 4.1 Classes abertas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..42 . 1 Nomes... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..42 bbb I-'I-'I-Í . .l.1 .1.2 Nomes obrigatoriamente possuídos . . . . . . . . . . . . . . ..45

(8)

J=››&~›I=~›b›8››ãJS›!>›b›b›b›¢~›b›I››>›l> NNNNNNNNNNNHPHFHP m m

L

w w H H H H H 0 à w N H H uz.. O-0 -H w mic 2 â w w H m w > w < M N H G W H'U'U'U

Capítulo 5 - FORMAS DEPENDENTES . . . . . . . . . . . .. 5 5 UWU1U\UlU'lU1U1U‹J1U\U1U1U\U1U'\U1U\U1U\U1U1U\U1 .l Classificadores taxionômicos. .2 Classificadores locacionais.. erbos . . . . . .. djetivos.... dvérbios.... ronomes... umerais... nterjeições. O Introdução...

1 Problema de morfemas "funcionais" em Dâw . . . . . . . . . . . ..lO6

2 Sufixos . . . . . . .. ufixos flexionais U0 U0 U) U0 U0 'JO U) UJ vv vi IN) N) I\J -\J I\) N) N) N) NJ |\J fx) N) . . , . . ‹.-z . . z z 1 z o u z ¢ Q n o 1 ¡..i ›~ |-I 0- I-' ›-' P* I- I-4 Ô IO IU BJ .\? PQ N) I-' P-I I*-' I-' P' Õ-' v-I |-I\ äz. ‹ LI! gi' U'|›>(.A)I\)f-'U)k>|\)I\)f\)|-'UI O'\U'l›b(~I\)f\)|\)|-Í) Ç _ . Q w O O 2

Ú

w N H m m m m m m w í au O sufixo ticos . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . ..48 . . . . . . . . . . . . . . . ..51 . . . . . . . . . . . ... . . . . . ... . . . . ...S4 ses Fechadas.... ronomes pessoais . . . . . .. ronome reflexivo . . . . . . . . . . . . .. antificadores... edicativizador nominal (palavras independentes)...95

artículas discursivas . . . . . . . . . .. xos derivacionais . . . _. ominalizadores. ufixo -rëë... I ufixo -a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..l25 ufixo -uy' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..l25 1' . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . ..126 líticos simples.. 1'll"0*Ul\>I›-*lšlfll QO osposições rocl'** os nclícië - tntensifif L aso direto . aso oblíqê Ív:'nu.sDSl' rf-Jf ÍVOS . . ' »«›vzLs 'ni -z o o | ø ¢ n Q u Q o o n o o n » u o u n o n Q u u ú . u a 0 n o a n Q u o o u u u u o n u | › . n u o u Q › o n n u zu o o u n u ¢ ¢ u › o › ¢ » ou n | u o ¡ | u n n n o u n u a o n o o n ¢ o n . o o n o ¡ Q u | n n o o u Q ¢ n n z ' o z ..^ ...à n . ¬ z . 1. ... . . . . . . . .... . . . . . . . . . ...68 .... . . . . . . . ...71 . . . . . . . . . . ..78 . . . . . . . . . . ..78 . . . . . . . . . . ..79 . . . . . . . . . . . . ..82

ronomes demonstrativos (formas livres) . . . . . ...84

nterrogativos.. . . . . . . . . . . . . . . . ..85 . . . . . . . . . . . . . . . ..89 . . . . . . . . . . . . . . . ..93 . . . . . . . . . . . . . . . . ..102 . . . . . . . . . . . . . . . . ..104 . . . . . . . . . . . . . . . . ..lO6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . ..lO6 . . . . . . . . . . . . . . . . ..1l2 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..l12 ufixos marcadores de aspecto.. ufixos marcadores de ênfase... eduplicação.. ufixo -ter... ufixo -a . . . . . . . . . . . . . . . . ..112 . . . . . . . . . . . . . . . . ..ll7 . . . . . . . . . . . . . . . . ..118 . . . . . . . . . . . . . . ..ll9 ' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..l20 . . . . . . . . ..l22 . . . . . . . . . . . . ..122 ... . . . . . . . . . . . ..l25 . . . . . . . ...l27 . . . . ...127 A nclítico marcador de plural :dar z o w n ¢ Q u o ~ Q › u u n z ‹127 _ clíticos marcadores de casoí . . . . . . . . . . ..l29 1¡› . o n › - - .- ‹ f 4-. u . 1 . . . . . . . .. . .L~¡ . . . ‹ . . . . ..LU ›..: I l0v›I -*‹` dos.. . '42 1 ` | .AÚI 95 | zu.

(9)

«1-.-U'\U'|U'|U\(.flU1

b

b

b

b

b

b

L

L

L

L

L

L

L

L

L

6

8

Q

2 2

m nclíticos marcadores de tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . ..153

egação enfática . . . . ... . . . . . . ..155

egação de existência ou de estado -ër . . . . . . ..156

O Marcador de imperativo negativo . . . . . . . . . . . . ..159

1 Enclítico marcador de modo imperativo -or . . . . ..l160 2 Enclítico verbal marcador de inerência ou condição presente -ír... . . . . . ..- . . . . ..160

líticos frasais . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . ...163

onjunções . . . . . .f . . . . . . . . . . . ..164

onjunções coordenativas: . . . . . . . . . . . . ..l65 onjunções subordinativas . . . . . . . . ..166

nclítico pronominal interrogativo -'yãm . . . . . . . ..167

nclítico marcador de cláusula estativa -tii'....l68 U1(flU'ÍU'|U`\U1

b

b

Q

b

b

b

h

b

b

b

b

b

Q

b

L

L

L

0 m m

b

L

0 Q 0 capítulo 6 - o LÉx1co . . . . . . . . . . . . . . . . ... . ...17o 6.1 Palavras compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..17l 6.1 Palavras compostas por justaposição . . . . . . . . . . . . . . . . ..l73 6.1.2 Palavras compostas por aglutinação . . . . . . . . ... . . . . ..l77 6.2 Empréstimos . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . ..l77 nomatopéias e ideofones... . . . . . . . . . . . ...l79 s ideofones . . . . . . . ..l80 xpressões idiomáticas.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..l8l m m m

L

Q

Q

P1;-*O O capítulo 7 - cARAcTERísT1cAs T1PoLóo1cAs DA LÍNGUA . . . . . . . . . . ..1e3 7.0 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..183

7.1 Características tipolôgicas da língua Dâw . . . . . . .[....l83 7.2 Proposta de classificação tipolôgica para a língua Dâw 186 coNcLUsÃo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . ..191

BIBIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... ...l92 APÊNDICE "sÃMÃR xõsnân" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..197

(10)

O 1P 1S 2P '2s 3PD 3PI 3SD 3SE~ 3SI ACUS ADJ ADV ASP CAS CL CLL CLT COM COM CONJ DEM DIM DIREC ENCL ENF morfema z EIÍO

primeira pessoa do plural

primeira pessoa do singular segunda pessoa do plural

segunda pessoa do singular terceira terceira terceira terceira terceira acusativo adjetivo advérbio aspecto CASO classific pessoa pessoa pessoa pessoa pessoa ador plural definido plural indefinido singular definido singular enfocado singular indefinido classificador locacional classificador taxionômico comitatív comitatív conjunção demonstra diminutiv direciona enclítico ênfase O O tivo o l

(11)

Esw Exct PIN PUT GEN ÍMPER 1NcL INSTR INT INTENS INTERJ Lv N _ NEG NP NUM o on 01 PARTC PAS PL Pos PosP PREDIC PRES PROCL cláusula estativa excluidor finalidade tempo futuro genitivo imperativo íncluidor instrumental interrogativo intensificador interjeição locução verbal nome negação nome próprio numeral objeto objeto direto objeto indireto partícula tempo passado pluralizador possessivo posposição predicativizador tempo presente proclítico

(12)

Pnou QUANT RAD REDUPL REFLEX s su sur Tor v VPR vsEc H V V pronome quantificador radical reduplicação reflexivo sujeito sintagma nominal sufixo totalizador verbo verbo principal verbo secundário acento

tom alto quando a coda é uma consoante

sonora

(13)

Lista de Figuras

1. Localização da aldeia Dâw . . . . ... .. ... ....21

2. A região do alto rio Negro . . . . . . . . .. ..22

(14)

OBJETIVOS E METODOLOGIA DA ANÁLISE DA MORFOSSINTAXE' DÃW

1.0 Introdução

A documentaçao científica das línguas indígenas da Amazônia, sobretudo das que se encontram em _território brasileiro, constitui uma tarefa trabalhosa e de caráter urgente para a

lingüística.

Trabalhosa, porque na Amazônia se encontra uma grande diversidade lingüística, somando um total de dezenove famílias lingüísticas, além de nmmbros de pelo menos duas familias não amazônicas e vinte isolados lingüísticos (Rodrigues,l992), cujo

estudo detalhado está apenas iniciando.

Urgente, de um lado, para que não aconteça como sucedeu com talvez centenas de línguas indígenas faladas na Amazônia em

épocas anteriores ä penetração européia que se extingüiram, sem

serem consideradas na formulação das características universais

das línguas. Hoje, a maioria das línguas amazônicas possuem um

baixo número de falantes, ou então, estão sendo substituídas pelo português, ameaçadas de se tornarem extintas. E, de outro lado, a

fl\ 'C5 pa. Q

Amazônia constitui a a grande área do mundo em que a maioria

das línguas ainda não foram pesquisadas cientificamente.

Essas línguas constituem-se objeto de pesquisa de grande interesse para lingüistas do mundo todo. Investigações recentes realizadas em algumas dessas línguas já revelam fenômenos

lingüísticos, de natureza tanto fonológica, como morfossintática, que forçam reformulações nas teorias lingüísticas, como ilustram

(15)

os trabalhos de Everett e Everett (1984) e de Vigna (1991) (apud Rodrigues, 1992).

A hora é agora! Aos lingüistas brasileiros cabe essa grande e importante tarefa de prestar a sua colaboração, neste momento

singular da história, para que se leve a cabo a documentação

dessas línguas, uma vez que, ao longo de 400 anos, as linguas da Amazônia têm sido pesquisadas, na maior parte, por estrangeiros.

É louvável o interesse crescente e a conscientização que se

observa por parte dos lingüistas brasileiros quanto a realização

desta incumbência e também o apoio dos órgãos governamentais na

realização da mesma.

Essa dissertação pretende representar uma contribuição na tarefa de documentar e analisar as línguas indígenas brasileiras, inclusive por se tratar de uma língua quase que desconhecida cientificamente, cmn um reduzido número de falantes e de uma família lingüística ainda muito pouco estudada de forma sistemática.

1.1 Objetivo e justificativa

Pretende-se através desta pesquisa analisar aspectos relacionados à morfossintaxe da língua Dâw objetivando sua

classificação tipológica.

A importância deste estudo justifica-se pela carência de conhecimento científico que se tem sobre essa língua e, também

por ser ela falada por uma etnia bem reduzida.

A língua Dâw é da familia Makú. Pertencem a essa família

outras cinco línguas amazônicas: Hupda, Yuhup, Bara, Nadëb e

(16)

entanto, para a. elaboração deste trabalho forani consultadas a

maioria das fontes bibliográficas mais relevantes sobre essa família.

Doris Payne (1990:219) cita a relevância do estudo

morfológico da família Makú para um melhor entendimento das

características morfológicas das línguas indígenas da América do

Sul, uma vez que, Makú parece apresentar um tipo distinto das

demais famílias desta área. Esta dissertação pretende colaborar

no suprimento dessa necessidade, sendo que apresenta uma análise sistemática da morfossintaxe Dâw, que é um estudo inédito numa

língua Makú , ainda mais que, talvez seja Dâw a lingua menos

pesquisada da família Makú.

Os estudos anteriores à 1985 realizados em Dâw foram muito escassos e, consistem apenas de listas de palavras apresentadas por Koch-Grünberg (1906) e por Nimuendajú (1927, apud Rodrigues,

1986). Após 1985 a língua Dâw vem sendo melhor estudada, tanto

por V. Martins como pela autora deste estudo. Portanto, os

trabalhos referentes a esse último período foram considerados no

desenvolvimento da presente análise, sendo porém, refutados em

alguns pontos. Essas reflexões anteriores realizadas na língua

permitirmn um avanço mais acelerado em tempo reduzido e, uma

análise com maior profundidade, dos fatos lingüísticos. No

entanto, devido a complexidade de um sistema lingüístico em geral

e Dâw, sem dúvida, é uma língua bastante complexa, é importante

ressaltar que esta análise não é exaustiva, porém apresenta os

resultados possíveis chegados até esse dado momento. Percebe-se

(17)

sistema lingüístico, avança-se gradativamente para atingir o seu

cerne. q

O objetivo é explicar a organização e o funcionamento das

formas lingüísticas da língua Dâw, descobrindo e analisando o

mecanismo que esta língua usa para funcionar como meio de

comunicação entre os seus falantes.

O enfoque deste trabalho é sobretudo no estudo das unidades

mínimas significativas, isto é, dos morfemas e dos mecanismos que

estas usam para compor unidades maiores.

Em síntese, os pontos básicos desse estudo são:

1. Descobrir unidades mórficas e identificar sua natureza e relações que mantêm entre si.

2. Determinar como as unidades mórficas se combinam para

formar padrões mais complexos e, quais são as condições

de sua realização fonética dada a estrutura fonológica

da língua.

3. Estabelecer as classes de palavras.

4. Tirar conclusões referentes às características

tipológicas da língua. 1.2 Material e metodologia aplicada

O material utilizado na elaboração da presente análise se

constitui desde anotações pessoais coletadas informalmente em

situações de convívio con1 o povo, até ‹de frases, diálogos e narrativas que foram gravados e transcritos durante a pesquisa

realizada "in loco", no período de dezembro de 1992 a novembro de

(18)

nativos, dos quais se destacam Valdemar (35 anos), Celina (28

anos), Dorinha (25 anos).

_ Os recursos instrumentais empregados para análise do corpus

foram a interação dos programas computacionais Shoe-box/ IT/CLAN. Os dados do corpus, após gravados e transcritos

ortograficamente, foram digitados no Shoe-box, interlinearizados

no IT e, por fim, pesquisados e arquivados no CLAN.

Os fatos morfossintáticos são abordados numa perspectiva não puramente sincrônica. Apesar do propósito primário de observar os

fatos lingüísticos em funcionamento, quando se faz necessário abstrair-se do tempo para examinar o nwcanismo lingüístico em

potencial, isso é feito. Numa visão acrônica, lança-se mão de

elementos de reconstrução interna da língua que são confirmados pelo funcionamento sincrônico de línguas aparentadas lingüisticamente para explicar ocorrências sincrônicas em Dâw e,

ao mesmo tempo, predizer o que poderá acontecer no sistema.

Percebe que perder-se-ia _ muito sobre a compreensão do

funcionamento sincrônico da. língua se fossem tapados os olhos para alguns fatos que são melhores compreendidos quando se faz

abstração temporal. Portanto, a perspectiva dessa análise é

primariamente sincrônica, mas em alguns momentos poderá apresentar um enfoque acrônicol.

A metodologia que serve de embasamento para essa análise é de cunho tipológico-funcional e, fundamenta-se, principalmente,

lvisão acrõnica: análise realizada numa percepção onde se faz abstração

temporal, tendo ccnn objetivo explicar os fatos linguisticos, não levando em

(19)

nos trabalhos de Anderson (1985), Comrie (1989), Dixon (1986),

Shopen (1985) entre outros.

A escolha de tal teoria justifica-se por ser ela que melhor atende aos propósitos estabelecidos aqui, que são:

1. Estabelecer o conjunto de traços gramaticais

_ (morfologia e sintaxe) que fisionomizam a língua Dâw e,

2. Posicionar a língua Dâw num contínuo tipológico quanto à sua classificação.

A tipologia lingüística trata da catalogação das línguas por

seu tipos, agrupando-as eventualmente segundo afinidades ou

semelhanças estruturais.

O conjunto de traços que diferenciam ou indicam afinidades entre uma língua e outras é melhor estabelecido através da

observação dos processos de formação de palavra. Anderson (1985)

(in Shopen, 1985) cita: "Com exceção do parentesco genético

revelado pela lingüística histórica, a distinção nos processos de

formação de palavra, tem sido provavelmente a base mais popular

em que as línguas tem sido classificadas". Diante disso, propõe-

se classificar tipologicamente a língua Dâw através da observação dos fenômenos de composição de palavras, isto é, sua morfologia.

Em síntese, o objetivo fundamental da análise tipológica-

funcional é examinar as estruturas morfológica e sintática das

línguas do mundo para classificá-las tipologicamente dentro da

teoria geral da linguagem. Esse objetivo fundamental atinge perfeitamente as aspirações da presente pesquisa.

(20)

Apresenta-se a seguir a metodologia empregada para

identificar e classificar os morfemas, estabelecendo a divisão de

classes gramaticais.

1.2.1 Critérios para identificar os morfemas

O critério usado para a identificação dos nwrfemas é ‹› de

integridade e minimalidade (cf. Borba,1984:144-152).

° Pontos básicos para segmentar os morfemas:

1. Formas que têm a mesma expressão e o mesmo conteúdo em

todas as suas ocorrências constituem manifestação de um

mesmo morfema.

2. Formas que têm o mesmo valor semântico, mas

manifestações fonéticas distintas constituem um só

morfema se a diferença for determinável em termos de

contexto fônico, isto é, se for condicionada pelo

contexto.

3. Formas que têm a mesma expressão, mas conteúdo diferente

em algumas de suas ocorrências são consideradas como

manifestações morfêmicas distintas.

1.2.2 Critérios para classificar os morfemas em formas

livres ou dependentes (clítico/afixo).

Esses critérios foram estabelecidos considerando os artigos

de Anderson (1985) e Zwicky (1977,1985). Eles são: l. Possibilidade de ocorrerem isoladamente.

2. Grau de liberdade de movimentação no enunciado.

3. Condições de associação com várias classes gramaticais. 4. Possibilidade de ter independência acentual.

(21)

5. Aplicabilidade de processos morfofonológicos que

ocorrem na fronteira entre palavras, como a elisão. 6. Grau de coesão nas fronteiras de morfemas.

1.2.3 Critérios para estabelecer as classes gramaticais

Os morfemas, como elementos constituintes dos vocábulos, estao_distribuídos em classes gramaticais (cf. Anderson (1985) e

Schachter (1985) (in Shopen,l985)).

O Qh

Os critérios adotados para. classifi -los e distribui-los

segundo suas classes gramaticais são:

1. Critério semântico:

Baseia-se nos significados do ponto de vista do universo biossocial que os morfemas incorporam na língua.

u

2. Critério morfológico:

Baseia-se em propriedades de forma gramatical que os

morfemas apresentam e categorias gramaticais às quais eles

correspondem.

3. Critério sintático:

Baseia-se nas funções que os morfemas desempenham na sentença.

4. Critério distribucional: V

Baseia-se nas distribuições e coocorrências dos morfemas no

enunciado.

Para caracterizar as classes gramaticais leva-se em

consideração o fato de elementos pertencerem a um inventário

ilimitado ou limitado. Os primeiros elementos sao considerados

como classes abertas (cf. Schachter,l985). Geralmente são

(22)

segundos formam classes fechadas e, geralmente, são pronomes,

partículas etc. As formas podenx ainda ser classificadas como

livres ou dependentes (cf. Anderson, 1985). '

A análise da morfossintaxe Dâw apresentada aqui, tem como

(23)

Capítulo 2

o Povo DÃW E As cAnAc'rERís'r1cAs FoNoLóo1cAs DA LÍNGUA

2.0 Introduçao

Este capítulo apresenta alguns aspectos etnográficos e

sócio-culturais da comunidade Dâw, a qual é falante da língua que

constitui objeto deste estudo. Realça-se a importância de

conhecer a cultura de um povo para melhor entender como funciona o sistema lingüístico que possibilita a intercomunicação entre os

seus membros. O vínculo entre cultura e língua é bem estreito. A

língua revela como um povo pensa e vive; seus costumes, suas

crenças, seus valores, enfim, sua visão de mundo que se reflete

na formação do seu léxico, na organização do pensamento, por meio

de estruturas maiores etc.

No decorrer deste estudo colocações como estas, ficarão mais transparentes, pois muito do que pode-se interpretar do

funcionamento lingüístico dessa língua, no escopo morfossintático, deve-se à convivência com este povo e a um

entendimento êmico da sua cultura (cf. 4.1.1.2.2; 4.1.2 ).

Neste capítulo também são abordadas algumas características gerais relativas à fonologia da língua. Essas são tratadas

rapidamente, fornecendo apenas os pontos fundamentais que

auxiliarão na compreensão dos '

assuntos referentes â

(24)

2.1 Aspectos Etnogrâficos

Dâw é uma língua indígena falada por um grupo étnico que se

autodenomina Dâw2 e que habita a região do alto rio Negro, no estado do Amazonas. Este grupo é conhecido na literatura e pelos habitantes regionais por "Kamã e Makú"; ambas terminologias são consideradas ofensivas para os Dâw. Neste trabalho usa-se o termo Dâw e entre parênteses (Makú-Kamã) para que não cause confusões

no meio lingüístico, até que seja feita a transiçao definitiva

para a denominação "Dâw".

A denominação "Makú" tem 1nn uso muito geral, é aplicada

tanto na literatura, quanto por regionais, com referência a

grupos que não têm parentesco algum entre si. Neste trabalho, refere-se aos Makú da região entre os rios Negro e Japurá no

estado do Amazonas, Brasil e, na região do Vaupés, na Colômbia.

A terminologia Makú, entendida como uma afronta para os Dâw,

pode-se explicar suas origens, tanto na literatura quanto no seu emprego por alguns habitantes regionais. '

Na literatura, várias autoridades como Koch-Grünberg

(l906:877), Nimuendaju (apud Silverwood-Cope 8 de Oliveira,

l980:877) dizem que "a palavra Makú foi usada primeiramente pelas tribos invasoras Tariana e outras tribos Arawak para designar os

nômades que habitavam essa área". Metraux (1948:862) indica ser a

denominação "Makú", entre outras, uma designação coletiva para quaisquer índios bravos. Münzel (1969-72:l38) afirma que esta denominação "aplica-se a vários grupos indígenas de línguas e

culturas diferentes que têm em comum o fato de não participarem

(25)

plenamente da cultura indígena dominante e sofrerem discriminação

por parte dos outros índios da área, que os consideram mais primitivos, bichos do mato, selvagens, etc..."

Atualmente, alguns falantes idosos da "língua geral ou

Nheengatú" informam que a palavra Makú também é usada como uma

terminologia correspondente a cor marrom escuro, como na frase:

"yauara maku" O cachorro amarronzado. Daí, a hipótese que os Dâw tenham sido originalmente conhecidos por esse termo, devido a sua

cor, que é mais escura que a dos demais indígenas da área.

Quanto ao termo "kamã", segundo o Sr. Joaquim Barbeiro,

(comunicação pessoal,1987), um indígena falante do Nheengatú, atesta que essa terminologia vem da palavra "camarada" que quer dizer aquele que dá tudo que se pede, não nega nada. É um termo

de bajulação usado para conseguir alguma coisa com a pessoa solicitada. Essa palavra era empregada freqüentemente pelos Dâw para se conseguir algo dos demais indígenas da área. Sô que

condicionados à pronúncia da língua Dâw que não possui o fonema /r/ vibrante simples, e na qual também uma vogal contígua a uma

consoante nasal é nasalizada, eles pronunciavam essa palavra

assim: "kãmãlada". Isso tornou-se motivo de zombaria para os

demais indígenas, por isso ficaram conhecidos

comoos

Kamã.

Atualmente, na mentalidade de todos que empregam esses termos (Makú e Kamã) há uma conotoção negativa. É usado para referir~se ao grupo, ou a qualquer outra pessoa a quem se queira denominá-la como suja, ladra, bêbada, bicho do mato etc.

A língua falada pelos Dâw pertence a família linguistica

(26)

Makú como parte da subfamília Macro-Tucano e, juntamente com a

língua Tucano e as línguas Arawak, formam parte da família Equatorial-Andina. Não se propõe aqui avaliar essa classificação, porém basta dizer que essa classificação de Greenberg tem sido criticada (cf. Rodrigues, 1987:55).

Loukotka (1968:190-193) enumera quinze dialetos e línguas

que pertencem â família lingüística Makú.

Weir (1984 :17) reduz esta lista de Loukotka a 'seis

subgrupos que são enumerados a seguir:

i) os kamã, que habitam a região próxima â cidade de São

Gabriel da Cachoeira;

ii) os Hupda, que habitam a região entre os rios Papuri e

_ Tiquié;

iii) os Yuhup, que habitam a região sul do rio Tiquié;

iv) os Nadëb, que habitam a região entre os rios Negro e

Japurá;

v) os Bara, que habitam a bacia do rio Papuri na Colômbia,

talvez os Makú do Querari" de Loukotka;

vi) os Puinave, que habitam a região do rio Inirida na

Colômbia.

u

Rodrigues (1984:88) cita que, segundo Nimuendajú, Dâw difere tanto da língua dos Yuhup e Hupda, quanto da dos Nadëb.

Os Dâw, alénn de sua própria língua, falann o Nheengatú3,

conhecido também como lingua geral (Tupi-Guarani), e alguns homens mais jovens falam um português elementar. Segundo os

3Nheengatú ou língua geral é falada pelos caboclos e pelos índios do

rio Negro e rio Içana. É usada cano intercâmbio comercial entre os povos dessa

(27)

regionais os Dâw entendem bem ‹o Nheengatú, mas não o falam

fluentemente. Eles dizem que:- "parece que os Kamâ falam

cantando". Isto justifica-se devido a transferência de

características da lingua materna para a segunda lingua, pois Dâw

é uma língua tonal, o que causa a impressão de que falam cantando. Além disso, na tabela fonológica Dâw não há o fonema

/r/, usado com muita frequência em Nheengatú. Portanto, eles

trocam o /r/ por /l/, como foi exemplificado na palavra "kãmãlada". Esses fatos constituem o sotaque dos Dâw ao falar o

Nheengatú. -

Quanto à lingua portuguesa, somente os homens mais jovens, os quais têm mais contato com a população não-india, entendem e

falam o português com graus de dificuldade variáveis entre eles. As mulheres não sabem português, conx exceção de algumas mais

jovens que entendem um pouco, mas não falam. Este quadro

lingüístico é resultado do pouco contato que esse povo tem com a

população da cidade de São Gabriel da Cachoeira.

As crianças até sete anos são monolingües e, acima desta

faixa etária, encontram-se graus variados de inteligibilidade da

língua portuguesa. -

Quanto ao conhecimento cientifico dessa lingua, publicados anteriormente à 1985, consiste de uma lista de palavras colhidas por Nimuendajú (apud Rodrigues,1984::88) e por Koch-Grünberg

(1906). Após 1985, V. e S.Martins têm iniciado trabalho de

análise da língua Dâw, e foram percorridos os níveis fonético e

fonológico, que resultou na elaboração da ortografia e feitura de

(28)

bilingue. Existem outros registros como dicionário, transcrição

de lendas, além de trabalhos descritivos de alguns aspectos

gramaticais e antropológicos.

Os Dâw, como os demais membros da família Makú são índios

nômades que habitam o centro da mata. A eles pertencem o domínio

da floresta, sendo conhecidos como peritos caçadores, pois são conhecedores da técnica de apaziguamento dos espíritos da mata.

Segundo os índios mais velhos, originaram-se de um igarapé

que eles denominam por wit, afluente do rio Japurá, onde viveram

a quase um século atrás.

Foram-se deslocando, gradativamente, devido a fatores culturais e, também por questões de rivalidades com outro grupo

da área. Um dos fatores culturais que contribuiram para o

deslocamento dos Dâw foi o temor dos espiritos dos falecidos. Portanto, cada vez que morria alguém, eles enterravam o morto e

abandonavam o local. Quanto a rivalidade com outro grupo, eles

contam estórias onde são descritos alguns. dos ataques que

|..¡.D H.

3

sofreram pelos igos, onde os Dâw sempre eram os vencidos e,

alguns deles, eram comidos pelos seus rivais. Koch-Grünberg

(1906: 887) cita que "os Makú têm rivalidade com uma tribo do

lado do Japurá, chamados de índios macacos. [...] eles têm pele

clara, são grandes e fortes". Certamente, esse índios macacos

.¡,_¡, C1 p.

E

p.

KQ O U!

sejam os que os Dâw mencionam. Somando as descrições dadas por Koch-Grünberg sobre tais índios e, também as que os Dâw mencionam, pode-se deduzir que esses indios macacos sejam um

grupo de Yanomamis. Os Yanomamis possuem pele clara, apesar de

(29)

lado, até hoje os Dâw os temem e não gostam de morar na margem esquerda do rio Negro porque dizmn que este lado pertence aos

Xurimãsi.

Nesses deslocamentos, eles citaux alguns pontos principais onde constituíram moradias como: igarapés do rio Mariê, rio

Curicuriari, toda margem direita do rio Negro, subindo em direção

à cidade de São Gabriel e arredores da serra do Cabari, que é um

ponto mais acima da cidade. Por essa área eles têm transitado durante mais de 80 anos, através de estreitas picadas feitas no centro da mata, deixando seus rastos, como sinais de casas velhas

e cemitérios. São filhos da mãe floresta, de onde a bondosa mãe

lhes concede não só a subsistência, mas a razão de existir. Na

verdade, suas vidas estão intimamente interligadas â dela.

Quanto a localização das aldeias, apesar de serem semi- nômades, possuem duas aldeias que constituem acampamentos mais permanentes. Uma dessas está localizada à margem direita do rio

Negro, confronte â cidade de São Gabriel da Cachoeira e, a outra,

localiza-se â 10 Km abaixo de São Gabriel, na ilha do Acará.

Ainda hoje, os Dâw se deslocam com freqüência para outros locais an busca de produtos extrativosã, coleta de frutas, e outras fontes de alimentos como caça e pesca.

A população Dâw atualmente está estimada em 83 pessoas. É um grupo reduzido, que poderia ter chegado a extinção devido à alta

taxa de mortalidade infantil registrada até 1984, que era de 83%

(cf. Martins & Martins, 1986). Por serem discriminados

4 Nome que eles dão para os seus rivais.

(30)

socialmente na região e seus contatos com os moradores da cidade ocorrerem geralmente quando estão embriagados, dificilmente um Dâw busca socorro médico quando nescessita; isso ocasionou muitas mortes, não só de crianças como de adultos. Alénn disso, este

índice é conseqüência dos maus tratos que as crianças recebem por

parte dos pais que são alcoólatras e, conseqüentemente, faltam-

lhes alimentação e assistência médica.

Há entre eles um desequilíbrio homem/mulher. Em 1989 havia 7

rapazes na faixa etária de 11-21 anos para disputar uma moça com

13 anos (estatistica realizada por V. Martins, 1989). Isso é um

problema, uma vez que eles não são aceitos por outros grupos indígenas para contrair matrimônio e, também por outro lado, são

obrigados a infligir suas próprias leis culturais lsobre o

casamento.

No passado, eles estavam divididos em clãs e se casavam com

membros de clãs diferentes. Este costume, atualmente não tem sido respeitado â risca devido â falta de nmlheres. Além disso, há

poucos casais com possibilidade de proliferação e outros que vão

morrer sem deixar descendência. Apesar de tudo isso, vê-se uma

luz no fim do túnel. A taxa de nmrtalidade infantil tem sido

reduzida a menos de 2% e tem havido crescimento vegetativo. Esses

fatos contribuiram para um equilibrio populacional e trouxeram

esperança para o fortalecimento do grupo.

2.2 Aspectos Sócio-Culturais

Os Dâw, moradores do alto rio Negro, convivem numa área

ocupada por membros de pelo menos mais três famílias lingüísticas: Yanomami, Tucano, Aruak, além dos falantes de

(31)

Nheengatú(tupi-guarani) e português. Eles são considerados,

juntamente com os demais grupos da família Makú como os

habitantes mais inferiores da região (cf. Galvão, 1959:42).

Esse estigma vem sendo carregado por eles a quase um século,

como pode ser visto, não só causado pelo comportamento dos

regionais, como até mesmos por parte de autoridades respeitadas

na literatura lingüística e antropológica. Exemplo disso se

encontra nas citações de Koch-Grünberg (1906:880) onde ele

descreve o grupo, segundo o seu ponto de vista. Ele relata que:

Em 1904, não conseguiu encontrar esses índios, mas

encontrou perto da montanha do Curicuriari dois campos abandonados. Ali haviam duas pequenas cabanas, com altura de um homem, em forma de pirâmide, coberta com galhos de árvores, tais habitações, nem podiam ser

chamadas de casas[...] eles não têm nem estatura de

pessoa, não ultrapassam 1,50cm. Os homens geralmente

são feios, com caras de matutos; os narizes amassados,

e os cabelos pra todos os lados. Entre as mulheres, às

vezes encontram-se figuras bonitas"(tradução de Tobias,

1993). `

Galvão (1959:15) cita uma hipótese de Nimuendaju de que os

primeiros habitantes da região eram os Makú. Eles sofreram

influências de outros grupos indígenas de culturas mais

avançadas.

Primeiramente a área foi invadida por grupos Aruak vindos do

norte, principalmente os Manáo, Baré e Baniwa; e, depois por

grupos Tukano vindos do oeste; e, ainda mais tarde, pela

influência da sociedade cabocla nacional que se estendeu à região Makú.

Koch-Grünberg, (1906:879) menciona que:

Essas tribos ao redor deles, com uma cultura

"superior", os odiavam e os tratavam como animais.

Foram escravizados para servi-los ou vendidos para os

(32)

trocando de língua e também assimilando a cultura dos

seus invasores.

Quanto à cultura dos Dâw, Koch-Grünberg (ibidem) relata alguns fatos, descrevendo-os como índios sem localização nas

florestas, nômade, e primitivos; não possuíam roças; não conheciam redes ou camas e dormiam no chão, em cima das folhas.

Eram bons caçadores e conheciam muito bem as florestas. Viviam de

caça e pesca, e das frutas da mata. Possuiam arcos com diferentes flechas com veneno e zarabatana. Em casa, usavam panelas de barro

mal trabalhadas e cuias. Eram falsos, mentirosos e ladrões. Foram escravizados a tal ponto que, um dos mais poderosos tucháuas dos

Tukano, tinha vários centos de Makú à sua disposição. Serviam,

muitas vezes, de bodes expiatórios para outras tribos. Na

concepção do indígena, se a pessoa contrai uma doença fatal, mas

de curso longo, a morte que advém não é considerada natural, mas

sinn representa uma vingança escondida de um Hu5 p.5 ya. o. Quando

'Q

morria um Tukano, o 'UW \-L fD\ buscava certificar-se do H.5 ya.E H. que

QO

provocara a morte e, geralmente, a culpa sobrecaía num Makú.

Então o Makú era morto e suas mulheres e crianças eram vendidas para os brancos. Também foram utilizados pelos brancos no

trabalho de extração da piaçaba e da borracha, além de servirem como caçadores e pescadores.

No decorrer do tempo, eles têm assimilado parte da cultura dos invasores, como dormir em redes, construção de roças, aldeias mais sedentárias etc. Porém, por outro lado, até a nmtade da

década de 80 não mudou muito a descrição dos Dâw em relação à da

(33)

piorou o quadro, em relação ao escravagismo e discriminação que

vêm sofrendo.

Nos últimos anos têm se trabalhado procurando recuperar a

identidade desse povo, que esteve outrora à beira da extinção completa devido a vários fatores, entre eles o alcoolismo generalizado e a conseqüente desnutrição. A folha de São Paulo,

(quarta-feira, 27 de maio de 1992) traz um artigo sobre a tribo

Dâw, cuja manchete diz: "Funai faz campanha antiálcool em

aldeia". Nesse artigo a antropóloga e professora Alba Figueroa

resume toda a ignomínia sofrida pelos Dâw através dos tempos, nos

seguintes termos: "O teor alcoólico das cachaças comuns não é

mais suficiente para anestesiar a memória de tudo que sofreram", afirma ela a respeito da morte de um índio de 25 anos falecido após receber aguardente de garimpeiros.

Os Makú de hoje e, sobretudo os Dâw, que mantêm uma lingua e

cultura essencialmente distinta dos demais da área, representam um reduto que tem sido afrontado e ridicularizado pelos grupos

vizinhos através de toda sua história. De donos da terra tornaramese os "sem terra", marginalizados e rejeitados pelos

demais ocupantes dessa área. Ainda nesses dias, não são poucas as

vezes que se ouve pessoas de outras tribos dizerem: "-Porque é

que se permitem que esses "kamãs" venham até à cidade"? Isso

evidencia que para muitos, eles são como uma vergonha social que deve ser escondida. Porém, ficam surpresos quando os conhecem

mais intimamente, e chegam a dizer: "-eles não são como

(34)

\, ¿.. ,__ .›. _. ._ _. ,..,z.f.. .'>. ..~... .‹-:z.- ×--'‹/zé -- z .-.°'›.- '-.:-;_'-:‹ ;:-= I' ` ' «_ ,.›_‹. ,_ .‹--›_-..---_.›.;‹ê,,7.‹,,-_._,..,.,_._¿.,.,.._.,,.._,._4_ , _~.‹-¿-_ V. .z.z.._..._ -¿ 'I yr* _ ... . ._ .¡__.,_. .._,_..,... ._ _ ._ ...¡..._‹.,.z.›..z . ,.... . ‹/‹ 1. zvz..;.. z _,, -"K'‹~"~^‹/`‹`‹'/" .'‹"' 'lzf 1 'Z'/zífšízflfí/7'›/”"~'°'Í 'ffíf' Í' //'/'Z . â 11% 4 z. 'sv ,\V? 'É × ` y* and' afã .rw x 'r% \ \ .,,,¿ V')_;§` <.. .z Zi; <à,_« ` ` .~. *'\ 55'. \›_¡*..f vn ."› ff Ê`\`-: Ê A-;¡;3:1;¡:¡:1:¡;2'-:"`:f":'<tí<:¡'›:-'~'-:¡'¡:-"1-:‹ ;-:~:^;-;«:¡;5^-:"í:~:-‹1;‹~:š-'-:1'I:1:¡.'*"“-i-::I--Q-:1:~' :$:>"'›1;*1' -'-" -1; ;'z,:;:;.¡t‹'=~;, _,--;çz,‹‹›'_~¡z:¡:¡:¡ ~ ›.-;›- _- _ -_.; -z-z.. ;, ;_›:;:1z:,›=z=~,'z›.<:'›.51šz:šz?sz'ëz$z=š3:2šz1233;»z=zçrz;z;:*2š:§3_=;z';:§ç-=z3›3š:Í'-:.z=1=zrê'::<:* '5zf'‹;”,Í93 'Q “ 'fã “ ' ` ' `<.~^`›'í3 '*Êzfiff«'~›:'I-.' ›.¢f‹š§í~r~"fi'*>"1.~*. -.;.;.g.;.,z.›;.-.;.;.;.¡.¡›.,...;.›_.-_ .›.-_,,v.».-.-. -«¡.-z.¿.._ __.,-.‹ -_ - _ z__/z »¿_-.`~_.¿,_`</,‹› .¿_-.;_~ > ._ _. ~ _ ,zƒ \-f ›*,_ _~×_l‹... _ _ .IN-~ -_ - ‹ z. -.rw ~ ..<_«. .I -- f _ - ‹ f. -_-.-_›.~_-z.~.y:›.‹:›_;-.›.-.-›_‹:<-.‹1.-.~.-›:;2:-:.~;:‹:-.-;;:-:~.‹;¡:~_¿¢:~:4- <:~.-.;::l~f-!<è~›fÉíÉ-.‹~:-.-.-,,«-_-:g,;;»' '._ ~ . ¬z¿.-`-_-z.f -,<,"'‹:~'~'-:›':-,\:_4_›$Õ-Íflw f.^.‹§_*, - .N 1 - ;Í'-5l=z~;'óz=aë'f›-z-'¢z<=:'::1š×'-S‹~ ' ' ".'. '_ ` .- 5-i=">š*'f'^":`‹° __z,.;.,..._,_...›.`,-_ ¡z_,_Y _.._,._,,`-. »`¿,_^,.. .zzz _ , ë.-_›,¡¿.,~>,9‹›,1-,.-~.._¿¡,.,. __ __ _ › › _. ‹.¬,..,.\\.¡.-. _-:~:5:1$:?1-L:-$:¡:-:1;:t=:1:¡:~:g›:¬'>.-š;3:‹¡:‹$:¡>:-;-:¡:5:¡:1'¡<:-55€-:f‹1Ê$,zf;f,;-;:$IÍ:롧:‹:13<¿1:'í¿.›. ' ~:¡:;:<`:`<'‹«.›z;2;?,5,¿2i›`<ƒ$Ã;,;:P' “.'¡` -"I..' 5* .~ 'ã ››. \ ° '-f 'f-".‹›'\.'-tšè-‹

:`:1$:i;`7â¡:ë:¡:*í:f:ffl:f:<¡:-:1:¡1:¡‹c1:‹=^1^If:í:2;1:1:555:38:ä:2~š:-"rÍ'1'-.- ¿‹ix-*2--1:›.«_-:1:â*¿:ã1:1?;:f#$:r ga-:f›"I~*;'>z< "f1'f- 4124;/ * .fiz - ‹ ‹ -' '‹ 11:*-‹

›:~:-:›:-š:‹›:-:-:~:-5:14-:~:-'-:-tê-'-t-:-:‹-:~:-38:!-:I-:-'-1-:~:-1--1+;-asš-:fz-4.,;-,;‹-g.zz.›;«;.;.z.-._.~z.;¿,.; .;‹,‹6` _. ;.,_<:_:z~>_.§ ,‹'z>. 1 ‹.‹~:5:› ‹ r z;._-, \. '_ ,;f¿¿;‹.f_,-f _1:¡'¡:7:ã:k2:¡â1:I:í:ici:7:¡:1$:5:Zf1$:¡:š3:ší:Í:l:¡:1:ÊÍfiÊ¡'1:¡:3:ÍÊ'“T1317-'12"):1<:í.2>ë»~›7Í$r2>`íͧl:¡3~">5¿'.§)~^ '35 ':Í"^f? -"`¢'¬'-if. 5'-^' É .`6" ' -1 ' ' '_»¿ -~'››'-- ` 2 ;' ` - f›3~ lx' 1- ~:-:f'~›v›:-:fzí-:-:-';-›:-:-:<-\:-:‹›rft~:›:‹~:-r-'~:-."~:-:-:-"'-I-`-4-:Â$:-11:»-'f '‹-ë^:›'5-'12'-5'-'?" " z'š‹Í¬‹' -' ':. -:\ Ç ' '‹ =-'.\._\* af '- '‹_9~ .;.;-`~.-.‹›z. ;.`‹"' .~ `- ×›9 \~~\-:^.‹.2~\~_ ›>. _ _ ›-z‹- - r - _ 1 ‹ , a ..~- _ .Q -:-:-:-'-:›r'°>‹y.~}~›_-3-:~:z-§;§.,-_-z.-:,;z,_›.-:za-~›:~:-.3f‹':Íl{»§>f.7¡a^;¡ff‹y<->'+z>›'- ~¡›¿‹~F›',» '¡-~'-›\; -Á' _ . ~::'›{› '~ (ow ~.-{ 3.'-:Í:?t§':¡f.7/‹,¿z1-:¡IÍ:‹5'.`:1$órl-:?tÍ:¿:-_-:-:~$¿1;-gi13;;¡P!~>É!z1;'$__-.__Êg.,$:â-1;`.;2;;.;i;.§Êi§§!z{_‹5f(;¡.;".¿'.›_ _ ' ' ' ‹'; _‹^.;*- -2;.-_-._-_» 9”-* _ _ _ Q ~," \¿-f-×.¿\ v.« ^\,\, zw ,.z‹ z¡~~›- ' .››-,. \ va . nfs Pp _ z z :l:í:¡:í.í:"í:':1:í:-.-í:í:22:Í:5:f:1:Í$:.';-Ã:-.3IZ§:í:""'<§1:5:í'--:í'í_~:-_›,í;1:~. 5'¡:'^-1:'~':í:-I' -;1-4-‹:¡:`‹.~,`/-:1~':1:" .?<:>"'›~'¡.-' 1' ':l›*;$f- z - ` ._ -~ _ - ‹: ` -A :¡;3'í:5:¡f'Í›:1<'¡2'*2¡:¡:¡:¡:í"` " " ' ” '$šÍ$:*?ÊÊÉ›3;$:2$›$?7$Â*¡'3:~ 15' Í'7›/1:1 ' -› ` ~.- -_ ` )_.,..‹._.-._ .\._.,,_ ._ _ _ _ ‹Y- .... _. ¬ '!‹4~ 4 . :‹:-$:›;-;',í:~:›:5'›:-:~;- ' ›*Iz`‹`5:‹-\íÍ~:;-z`š'~%2~› " `w¿ '<7¿fi° `;§¿ë';_~£'‹ `¿ _ .'- - ›.-2 jr- -*_ `:¡:f:í:?:¡:¡'í27:>"-$:1:5:3'¡:-.~.;_--.<¡Í,¡_._-_-,‹. ,'¡~.~¿Ír,`>f.í:-fy' ~~›_.'.5;^z2j 35, .~¢:¡\§$& ,; Q: ' v ' ,;.',¡§`,~._ _ 'z=:¢;z=-;£z=z=zããzzâzráëzzgz‹-;-:5z§z=ú=z=z§z€=z;-:---;-zfzfzz-;¢«fi‹13:-›=z'3‹=~?-2‹¿›;#1zr›s› -, z.:Í'2 - 1-$z.~'››`zõ› ..¢,›‹'-‹~ ' ~ _ _. _ ¿«*,_;z« -.z .fz:;:5:5=§f‹z-2;:5z:assfzsàzzzzââ:af;<z:zs€:z=;;zw;rm-zâfi:~_-:;;&â5ê@zz=fšâs=z-=fif;:=z zššf.-ez:-z=›.= z. ff' ,- ' 1- '- ~ ~... - té' › '-rzfizrzwšzëzészrziâzizrszlà;zifçszêäzuzífâzasgzçlz.;S¿¬=.zr;::;z4s‹'2~35‹â*‹3ä~›¡›%=~ ',/_-'z=¿r›.~f:‹,'›>'~^- /';','“"'f›¢','.'--fi. - - - :-:›-:‹:-;':~:-_›~›:‹›.~:-:f‹:^‹: ^ :--:~:~.::'›'-›'v- .‹ -~: - _ _ _~ V- '_ ff. _‹ -~- _ z_f«'_f._ ~ ' - , , ä v » 'ff ' ' I ' \

_;í:¡:2:í$:1kI:5Êí:1:3:1:7¡z;f<§'1:-?`1:5¡;?ÍÊl:$:Í3r¡:1:›:l$f¡:úš¡§×:É$ë-:-t››Í1:i~: fl$:'$§1¡f:í`;Fi-':¿'ši$;;Ê$:'ífrf-flöfã ífff-.`>->"2 :E-'É '_-'.`1¿‹7~5;'.-7t?›';Í;'/{4‹"$~ ~

` 5 =Í ^~:-:~›:¡:;-'--:-:~:-:‹r‹'1-;;¿¿z5:‹-:~:›:?:-:ç‹:-'f¿;;:¿;uz:-.-::~:ë~;?_-:›>:-'-:f‹ " '<.-._«rw-"':f--^1-=:2'..‹f .. › ;-- _‹_.:f»‹',/;.;.-:-,,¿.-',,_í,*-_'~. ` -:-:-'zzz_-:fiz-:;;t‹:-:~äz¡§»~x~>¡;Q:-.:;:¡zS‹_-_-.z-1.Êízçz-:;~:‹›‹:-S:-\'â -' ' ¶›?z,'-.«;¡-1-_/¿*z,"'?‹.'z'‹ú4›.Í~^ 'ff -,.<, '.›¿.~.-,} -1: .-/‹-,-z- -~ - › >"

;1;:;;;.;:;\:¡¿z._.¡'~;1;._t¡,:5‹¿;._.¡:- :~;‹:‹.f _--_:;>.~;~ 'pg-:¿.~ ;¡.\‹:¡:§¡-:-,za.;'›'-'°ö__.; 4,1- /-. ¿:‹.‹ _'¿'~ ,-'-,'-;':›'›. ag-3; _ . _-'I J"~9.;1_;z.¿›`;- .-','5ƒ_':';;“x' -;--:I

';' ';'› 1. Í _ ;.' _' . ~ .záóvfífiíëfâíé:›àzá'z'fzz.:-<›:=fÊ¢fiz 1- . . . .~ ‹ '~ ~ - .› -`;.- .- ._.¢.- _ .À . . ,-:'-' _- ›' ,-",_ - --:›;.f›› ;.;_¢.-«ff /.ff-.'^‹:-_-'-t _ ~ : , ' - -:É:-:-:-:‹››.~<:-:~:‹:‹_-:›;‹~.;-,Áš-íz-_-Ê.§;:-›‹-x-_-Ff-gr-š.;¡;:~›;-:-Ê~:<~>§:(:¿,§ ‹§4,'453%-.-›$$¡›;-$:~fi‹3:_$¡-¬' ' V-¿í.'7í'É;/,-'Í,f*áf~,¿/.Í~.›{f '¡,/2;-"‹:;¿§-,‹';' ;-.';¿z;.› ~. A ., , - :V3-,¿ ¬.~;‹›:-:›:-:-:-:-:-.-:-:›:-:›:'- - '^-:‹:-:< :‹:-":‹-:›_-~ .~:›.1:~ -/-:-:-- -;' I ,,.‹f z ,- ._.»_: ;-;‹:,-'- .‹ :.:. ~.. - ' - _ . -^ -' ' -~ 'É›`7.1:í5›fÍ:í:í¿:?-'^1.$¿>.f:5('-ÊÊ1:aí: -',‹3,'z P, ')'¿';"'-,"'íiôäfátffriz-1.1-5;`5 'J .'. ` ›\'‹.'$'~; ~ _ 3.-.4-~.§` _. _. ._ ¿‹, . z _ .z z. _. , z›.. .__ ,z _

`;-;>.‹;‹-:~:-:~:‹~:-›:‹›7"t<:~;~:‹-:ff‹-;-rf*-zéfã-_-.~f‹:-'‹'~.-5:-:‹:-:az:~::'›:<-;-'-:-:-:-:‹~:-'~ 4'fr-1711:'Y-'>l:¡$›í:›í1t1$:1:Z:Í -^ " _-'›~,"í7'›"2~>í¿¿f<“<'fi^' ill'-~' "' 'z'f'-'.<1'¡'1>1f _- - -: -\ _ _ /‹ z' -s-114 ›,...'

. . O __._._¡_¡_¡¿¡_¡_¿;_¡_¿_¡_¡_¿_¡w#44¡,¿_¡_¿¿¿_¡_¡¿;§._._._._._._ _ .,¡_,_›¿_íz,{.;_¿;-.;.;.~,¡;;._‹.._<;€;/¿:Y¿¡_w._.,:__<;z,-,, ... ,. ,.z.,«,_;. . ._ -_ ~ ~- _-.\ _-.-._._.;.5;;z?;:;1;zt-t;2;Z;._.;t;2;:_._.¡:¡:;'_:~.~'-' 1-:~:-1-2!-^.1-'-'__-'15-2 '-'~ -_:-159:". ;:‹;.' W. z.‹-;1",›.:~,._,g'fí__.-.-;¡1-,:›~, :-,-f-_ ¡_~ '; _ z.-,-6 ';;1 '£'~*f:í*-.fz ¿¬› ; ›'7='-'ff' _ Í¡:>Í1Íff¡Í'-'<§2ÍÊ*Ã-Ê¡`:1$:" ' -É1:1:1?›í-á"¡>f:2¡:§;t"¡%Ê?1i1¡ÊíÍ-Ê?Éf$ÍÊ11ͧà§`Êízfšfífš 9¡"~:5'¿.›5'Í1--'- ›"'lZ?¿Y¿^-L7,"í,§¡f¡"f/"`4-` ' ~-,LJ-›. 'Í-›'¡-^'-'>`Í 153* '-:1.‹.-.:¡:‹2zz.‹‹t-:;;;,z ;‹.;._;,_:;:›.z; ›z__¡'X;I;.;:;.-›zr5;›:-:×›.¿›;›1-3-'-:-›:›'.,-:ff ,/›":Í'z$'›'f -"..Í_z:f ,z-,/, -"'zt'^- ‹'¡';, ".‹:¢z .I/, ,, ' , ;¡_.'- ' ,E :.'~_ ff' ., 1: . -- °_-- '-'‹~:‹:-.~:-_~› \~›f1.< '-`fi'y×:‹~:- -z If..›:".‹:-;, -. ° \' ' ~1 =-z". . -1 -.zW--z- '- -_ -_ ~-

:~›'~"Ír‹-; ..' "›~25:-'-"`lo:›$!-5:~:-:-›:-5:-: .ä -:‹×.-Ç-I-:ã ~':/I':'~ ;:f§"->!.‹¿!-_-›:- ;›:Z'-'(- :Í -' '-'Í .-'~' ~:2* .‹ eršø-fz1zz.‹ '_ ‹.,4~-P' f Y~

-‹=~-===¢f›*šz'‹==fz.-‹~.=z~fã-›záz;-.. =Êz5=›=.=.'*-.4~1›^. -» - " - ;Zí.”~~' 2:3'-" -:;¡3¡§;¡QÉ:¿;.;z§¡§¿:;;;-›z¡¿_¿¡;;,;.>¿:g¿; I «Í _› :-:-_'.›.t\.'-.-. 1-- .‹:~=:-_-.'z_‹:-A :_-.'_: 9 ,Z "':f¡1‹7‹;Í.}/ê:¬¿-×-`. ?'.-í"‹',§- 12Isi:seE:===~=›.~›:z¢z=¿›.»zz1z=‹z=š$-ã=z1§‹*.›.->›z=ü =':=:‹'.'z‹.-;zzzâ¿.¢‹', -';V.'z:z»~›'^‹:}-z'--.;:‹ív,› .. ..., f =‹~:-z' ;/4"; ->.', ‹.=-' ;. -.-.-:‹f.-:-:~z.~fz'-;.;-fl:-'-: '^ ' ×/7Í:4~›¬›-~- 1“:“'Q¡á -'~/'I-J 't. .¬,"" :' “ ` .* __ _-:‹-¢,"4._.:z~ .V5 J- . z:â?§z2`-z*.1f=W.' ,-.;z,é - .›"za2-'ff-<-'‹ §<'.~?¢z-'- 'í$..., ,-Ê*fi,‹.â:»~:. . f-fšfâ ~:-¡›:×.‹:-:>.-Z;-13-Í-z.›:z¿.~:‹¿~;;:3¿-:‹.{‹..?-.-. fl<,';¡¿ ;(_í4'› -.'¡››‹.8¡' ~-ø~1f‹;›-;=5‹¿:"; _' ¡.q - 3. pv-J' zyàzt ;,:fz. .- 4›¡¡ _, -« 1:1:-:1:3:í"'í'-:"."'ií‹¡*`-_ :'›">,‹' "'-"'75:` '›-2 . -É '.:"‹'Í1<'-Í' .-'.*c-,~'í.="'2":"' '9-" 1 "-9 -.-rf,-7 ›' '__' 4' > '~: ¢z'z=-'_-1 '_ =-7515513551Êfâ3š§==Z=frÊ=ri?Í?Éã‹ÍÊ1:í:`Í5E;> açhoeh-3 ,;;'z,'à§1,3%,-,fiz@;zí,,;¿4'5‹1.K;<?;ff-;‹,, W/ ~‹›,_‹ã ,z.z*í;¿.f›€f_-~.- 3,; ' r-<?:'‹-zifíwfffiívrzëé-~"<léväwf-f"'?ü' " 'Í' f' *'Â'ê?f,:×: .rlz--'z ' __,,¿.;_;_._.;,.__,_.¡¿_§.,¡.,.¿¿¡__;.;3:¿¿¿i.,À,, V ,[4-,,‹_,¿ä;;¡¡§Jz¡¡;_;.¿.,_$°_p_fi_,, _.¿- .,. 0 . ,z _. 7. ,,. z ., ,E-Í.. .-. ( , » > 1 , 1 1 1 ›, ' z "~ 73. » 7 ,, fz / ' ‹'›;›:-.'-'.¢~:^:1:~:--- ~_:›-_-;›:. ~. _ , , _ ‹ - ,. ' fz '- ~.' f; _ 5:5-_55:g;EÊ:?Í2Ê:í:fÊʧ:zz<'f:§:,§Ê:=;z§*âfšifí.;,?z:É;z:;Çí›:~.‹_-'F _ $.;>)-::-:.~2`.¡'~".9:¡-:›.1")"':-.‹›;í'<.1'>bÍ<$:%/ ` '3 1' áÁ::_Í"':<Í1‹$ =‹_$ ..~ U n"'°ãÍ/-'-'~.'-zí-._-‹'..` .-. . . 3 ,¢... . Q _. ...z/. z /.‹. zzz,..z , _ _ ¬ ._ , \ › _ '-;‹>:;';:;:¡;;z:;›:;:;tf;-13:;.;:¡:-'-3:~:;.;_;:§;‹‹§×9:-;¡:;:~§:-'-:;Q:× ,.$: .-7-;.z-z-:f-$;k‹/11'-1-':‹â¢',' 7;/ ›_›-ä ‹4‹ ff-,~'1‹ré:-_ .-'‹§,'×" ~¿=2:z;zêââzzá¿z;:z^zf-z%záè=ëçz››:~;f. ~'zz~z=zrz.¿‹4ë‹.:zfésár_-z¢.:¿¿.z:2¿rzf-šfz,4;⻋›:fz2 ,;--=.=,-$:'‹- :ig-._'_-1; - ef ~..=§- =€'z'.=.,f4.=.rz. z<11Í1I;€€'27í§-Išöí=á=555:£;rz$;`£~ë¿r;'¢1í%;é›,f<2 -g, ¿4,3›‹-›£¡, 1/fã-12~..×-f~í ii' -'L-'ã:f""¿“ 8 '¡' 1'-'5'¡št›1Í1Í.-.Í:iz-ti*-.-.fi.ÊFÃ.-Í' "'›' -~;$:';'.'l:7;7'».'53'-L:›.-:-{.“í<.›";:':'.:"*71‹ '.`¡'_-"`-.1'~'íí-.^"Í:¿" '5'/_'2'_ -/'Ê 'J' -'. .lí-"-1 '‹" '›-Ã-M '- X9 7 ' `ÍfE$f3r.‹:>_:z:.f:1.<z;--'zz'-"À:¿¡:::afsg,É›?:Q Ai 1.; ,/-¿. ;,';-; z-'-.;>_.¢.-3'-:_z$,-z-, _»z^_.;¿z._›_¡‹'-.',- / 3.1.4 \¡.~; z; _. __

`

z. =.._ *z'_ :il ¡:‹I_t;'z';" ' ' ' - ;i-1~.-'. {¿_..-.-.:f.;ç *'._';';.;.--_-._‹',-'¡_¡7¡:›:‹_-_›:¡»›;_¡:¶z.-2;-¿-.f›';:~;.;›¢:7'.--j`‹.Â,‹¡››_-‹1.‹. 'f'¿‹; -U' 5. ¡_-,€J- . _* Q F-

:-1' -I~"-?-' ;-^f.- -.'- .:.". :/_ 7"›:-'-›-.f.'-.í:Í'‹' ':': 'Á Sá .`1:Á›,9'‹. ×;',".‹'Á{"! _/.' *v:*_*I_K;'_:.- -':;.`-'ff-, .'-. ' , f *F ---- I ~'* ¡z;›j§z;z; _z'-_.;z;z;_1§¬z -,V›;.›~;-<.;zr.{.jz;<_z.'_ ,zzzz-.z;_;z¡z;-zÍz¡¢_.z;zí'¿âzf;;z¿.=í=_-z~:'!3;:;.=2Êf ~; 4 1 I” ' ' n 'Ê - .ll z ( *za -Q gr \\'ê*: "" \ ~\\ \`§.\ \*.\ .‹ _ fp! ‹N'‹'‹~ \' vma* `?L\*~ `\;w Jr? na «ss rÀ~§Ê§¿~›~¡) _; « è; vk* r. '$\. V7* «N~ ~:~ -.~.›. ‹~ " 15” 5' 4:9, J$› z-\~_¿¶¡ ¬¡,. ` v~ ` ' ' .a 1% . ,. _ V `‹1_:‹ . ,_ W ... .* ¡§¡:¿§-;¡:¿:_';:'_:;:‹ :;:¡¡.¡._:¡:;"¡_¿;_ 1,_;';:¡:¿.¿:¡;__¡:¡._:¿:;.-:_':¿;‹:¡¡.¿:;;-:¡:~'¡:¿:¿:-'- :.-:-'¡:-:‹_.-_-¡:- .¡: .¿;¿,-3; 1;-_;)_;,;.-_ ¿- z. .,- ,,;:;;.-¡;;¿,;~.-_ za; , ; _ ,.~ _; ,_.--.;¡¡.;_z.z.-.;.,;;.-_.;.-;;~ z.~ . '-; ¬-,_z' ›':'.-›:?~: _;-'-9:' _- ~. --.- ~› - -.. z -.z :›'-:->:›"›.'-.$\‹,~.-.-,~.'.-;;r- _-,.'-_‹$._z, .-..'z.‹ _-:-$:-.-'-:-.~:f‹':-.-'-fl'1-:z5,1--/.S17- fi. -.¬;-_› '.'› Í'-___; ¡z,.z.» ¡-,¿.-.í z:,~ - .f- 'J

Ê

_

“N

\

:-:l~'-¬-:~ :-Ê? r :-'‹-^~,-:_›;-=::.--:-': ‹^.:-za:-:‹.-£~ .-_-«¬',':›:-:-:É~:-:- ‹.‹.'~“- -' '1 ~. ía? "‹:' - ' 1 -' '. -. I-= i '1-

fzfršíšzfšt- :5.<í:fÊ:'5›If°f^¡š f:':lf :1".1'‹1 'f;-:/2-4'-Z-':1:?‹á:~:>:›'1:‹1*íí-5:>›fÍ:;¡.5í'?Ê4>š1.';-¬›:§ä¡:2f2'f'f:¡;¿?ÍÍ¡'Í?Ê%':Éf@Í?f'Í"' É 2-f`~-if-*É-"›?.f"'*'_' 15:11. '-ff 7`.`;}"‹Íf 15. .~ . .'I

:;:¿;¡;é¡:,'¿.z¿:_<-,1c,;?'§;?;7':›';.,_';;.;;¿:_.,;'‹.'¿.;_;.¿:¡:;¿;¿:¡<:{3É.¡;.;:;;_:;›:¿.;z;â-;›:-¿5_§:-,-:fi-.+1-;~}:}:1.-_:-3-6'/»ÉÊ¿;:¿‹x€z;`$y-*Ê-';:A_f 'f -"‹f‹ ".;-,I-'-2.-';'‹'§‹¡ - ; :¿;¡.¡.‹:¡:-1;:;._:-:‹;:;›:‹,›' ‹';;-';:;-:;:;z';'¡__._:-‹-'_'-'-›;:;g~:›z1_:-_ç¡:z;¿:¡:¡:¡;~¿:-;-'›;¡._.;;¡:-'¿:›:1:-;:i.›'›:;.¡$321;'/ii'-;í›';2?7:f_-49é/fI,',-'Í_<í 1'/z-'-2<:››*;z.-9;:/¡.-'_:.¡7. .›T'-.f~'=-:-,' 'il' /'-- "' :'z‹'~'× - -_ c-:-:~;1'.;=~:\'«:ã'‹-I-:St ._;"'5/:‹:-.'-I-:-rí-.~:-_-.›' _›.Í2É-1:45»5;e~:‹'-:‹:~.-5L-:fita-:~:~'¿.-!¡'¡:1?7É:-Z:f:f:$:-;$¡íí;1í'Í:7£;z£%'_23HÊÍ'-ÉMävëíí-_'/›.¿É¿':~$?íÊ'¿í*Í-~-' /'z-ö¿"¿‹Ê_'/7'-' '\ \`:'fI A

;.;z×.;.¡.¿_»_;¿.;¢.×.;.§ _. U .¿.z.-,;.;.;.;¿.;.¿.¡.¡¿_;.¢;,-¿.-.>z.;.;,;.;.z ;-.~.¿-.‹/.¿.;‹-31.¡;í¡.:--4%-.‹.‹~.-_-_-z.,-_-_-.<-.‹›z_;‹v›%z:z@ø›.‹f-:~-3-¿$:~í;u-:62^¶_' ‹~: 5-'ffƒ'-$"' "-/1,57 - -‹0\'|I» " :AH

;:‹'-;;:<-:\¿.;';-:-~:;§-. _. "‹<,_-'¿¡';:ç¿_:,:_:;:›z;_;:;.;:;:f-';.~7ó:;.~:fg:-:-:1:1:~:f:f";-:-tçí.-":-.z:'~:‹:7:›..›:?:1"^í;I-172.122-I-I;-ízíztz2-~"7:¡:f‹- ;>';1~›'(_',;;‹ wf,¡-/,‹-^.- :2' '.,‹7;;~~';.,,;;'›; ~z_. ›, ; _. ._,, ' - _, ¿:§?¡:¡:2§3;:¡§:;`.;Ê2;;? -. ' ' ra--1-1;4¿:¡:‹¡1;1;:¿1;¡;;‹:ÍÉ¿5:§:§:;:j:Í;:-'§:§,§5:21$É3'§:,.Tíí5:1:37f:Í:f$:l$t{QÊ3'3;ZízíšizíëflfftÊ'€:?:Íf@§Êí4'5:Íf;ÍZÉ;&¿4§5Ê __ š ¡\›\"Í-' dz' ___ _,_ __, J Figura 1.

Localização da aldeia dos Dâw (extraído da Folha

de São Paulo, 4ê feira, 27 de maio, de 1992).

2.3 Aspectos Fonológicos

Nesta seção, aponta-se algumas informações sobre os aspectos fonológicos da língua que esclarecem certos pontos da

apresentação deste trabalho.

A língua Dâw possui um quadro fonêmico de 19 consoantes e 9

vogais, sendo que todas podem ser alongadas e, com exceções das

vogais médias, todas podem ser nasalizadas.

A forma escrita utilizada na exposição dos exemplos neste trabalho é ortográfica.

Apresenta-se o quadro de correspondências fonênica-

Referências

Documentos relacionados

Dos 64% que responderam que em termos econômicos os transgênicos poderiam gerar benefícios para a economia do país, 5,8% relataram que estes benefícios só

 

Efluentes industriais reais foram irradiados com feixe de elétrons na Planta Piloto de Tratamento de Efluentes do IPEN para avaliação da degradação de compostos orgânicos e

valores de tensão tangencial aplicadas a um fluido em escoamento esta não é suficiente para romper a “fricção” das partículas suspensas do fluido e pô-lo em movimento. Esta

Felizmente, o país não está parado, nem regredindo, na maioria das frentes de trabalho em prol de uma qualidade de vida melhor, entretanto, a velocidade do progresso é quase

Embora seja necessário questionarmos a ênfase dada pela autora à teoria estética como única forma de oposição ao status quo, segundo Freitag (2004), diante da “profunda

Sistemas nanoestruturados, tais como lipossomas, nanoemulsões, nanopartículas lipídicas (sólidas e carreadores lipídicos) e nanopartículas poliméricas (nanocápsulas e

Das 714 crianças recémnascidastratadas com uma instilação rotineira de 100.000 unidades de nistatina por via oral, nenhuma criança desenvolveu candidíase oral no hospital