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O Serviço Social e a democratização dos serviços na UFSC

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(1)

-

UNIVERSIDADE

'FEDERAL

DE

SANTA CATARINA

CENTRO

sócio

Econômico

1)EPARTA1viENTo

DE

s.i‹:RviÇo

sociAL

CÉLIA

B:iAz|BETfr_| .DA

ROCHA

'

O

SERVIÇO

SOCIAL

E

A

DEMOCRATIZAÇÃO

Agregado Pelo

DSS'

' Em.à¿Á-?-.¬/ V À _ _`

'I

i/

f zí 1.4'-'-" fi. Tvs cosr'

O

|~ wi de Serviço âoclfll oie-urso

~

DOS

SERVIÇOS

NA

UFSC

Trabalho de conclusão

de Curso

apresentado ao

Departamento de

Serviço

Social

da

Universidade Federal

de

Santa

_ Catarina para obtenção

do

título

de

Assistente Social, orientado' pela

professora Beatriz

Augusto

de

Paiva.

Florianópolis,

dezembro

de 1995. '

É _

(2)

‹-\

“Todo

homem

que

teve

amores

verdadeiros, revoltas verdadeiras, desejos verdadeiros e vontades verdadeiras, sabe muito

bem

que

não

tem

necessidade

de

nenhuma

garantia extrema para ter

certeza dos seus objetivos; a certeza

provém

das' próprias forças propulsoras.”

(3)

AGRADECIMENTOS

A

concretização deste trabalho

não

teria sido possível se

não

fosse a colaboração,

o

apoio e o

incentivo

de

algumas pessoas, por isso agradeço sinceramente: -

A

Deus, pela força

da

vida;

A

meus

pais Adiles Biazibetti

da

Rocha

e Eurico

Manoel

da

Rocha,

em

memória;

Aos meus

irmãos e irmãs pelo apoio e acolhimento; ›

À

Deborah

Cristina

Amorim,

supervisora

do

Campo

de Estágio, pela troca de experiências e pelo estímulo ao

meu

crescimento pessoal e profissional;

~

À

Beatriz.

Augusto

de Paiva, pelo profissionalismo e competência

em

orientar-me

na

execuçao

deste trabalho; '

Aos

professores:

Manuel

Rosa

de

O. Lino e Heloisa

M.

J. de Oliveira pelas sugestões;

Às

companheiras de estágio: Renilde, Elis, Valéria e

Maria

Cristina pela amizade e troca

de

experiências;

V

Aos

Servidores

da

Prefeitura Universitária pelo companheirismo e amizade;

À

toda equipe

da

Divisão

de

Serviço Social/DÍSS e

ao Departamento

.de

Ação

Comunitária/.DeAC, pela oportunidade

de

realização

do

estágio curricular, apoio e incentivo;

A

minha turma

92/ I pela troca

de

experiências e pelos

bons

momentos

que passamos

juntas

durante o Curso; r

Aos meus

amigos, Benilson, Lucilene,

Mara Mendes

e Marina, pelo carinho e incentivo;

(4)

~ J

IN

TRODUÇAOÂ

... ._

CAPÍTULO

1

1.

O

ATUAL

CENÁRÍO

SÓCIO-

POLÍTÍCO

DO

PAÍS

1.1 Caracterização

do

Estado Brasileiro ... ._

1.2 Conjuntura

do

país a partir

da

década

de 80

... _.

1.3

Algumas

Considerações sobre os serviços públicos e a privatização ... ..

CAPÍTULO

11 - -

--

2.

A INFORMAÇÃO

SOBRE

OS SERVIÇOS

QUE A

UFSC OFERECE:

O

PAPEL

DO

SERVIÇO SOCIAL

E

AS EXPECTATIVAS

DOS

SERVIDORES

2.1

O

Poder da

Informação ... ... _.

2.2

A

UFSC

e

o

Serviço Social ... .. 2.3 Análise

da

pesquisa dos serviços

que

a

UFSC

oferece: a Cartilha ... ... ..

CONSIDERAÇÕES

PÍ|NA1s

... ..

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

... ._

(5)

iÍNTRouuÇÃo

\

(_) presente traballioé

uma

das .exigências

do Departamento

de Serviço Social

da

Universidade .Federal de Santa Catarina para obtenção

do

título

de

Assistente

Social, o qual, faz parte ainda,

da

experiência

de

estágio curricular' realizado

no

período

de

ago/94 a ago/95

na

Prefeitura Universitária -

PU

da

UFSC.

l

A

opção

e o interesse pelo

tema

surgiram após a análise dos

dados

obtidos

com

a

pesquisa realizada pelo Serviço .Social na Prefeitura Universitária-.PU

em

93/94, através

do

projeto

de

investigação

de

uma

aluna-estagiária (Larissa E.Pereira)

denominado

“Caracterização

do

Servidor

da

Prefeitura Universitária”. Essa pesquisa objetivou traçar

um

perfil sobre a_

realidade

de

vida e

de

trabalho dos servidores, oferecendo desta

forma ao

Serviço Social

uma

ampla

gama

de dados

necessários para sua atuação na

PU.

Através dessa pesquisa verificamos

. .

. ~

. .

K ~

que

muitos serviços da

UFSC

sao desconhecidos pelos servidores, consequentemente

nao

conhecem

a

fomia

de acesso aos

mesmos.

Assim, dentre os temas abordados,

na

pesquisa

(identificação, situação empregatícia, aposentadoria, saúde,

habitação, transporte, relações

de

trabalho e informação), interessou-nos trabalhar, naquele

momento,

a questão

da

informação

em

função desta constatação, além disso,

47.65%

dos servidores

afirmaram

que

na

PU

problemas

de comunicação

e

que

isso ocorre

em

fiinção

da

falta de informações sobre assuntos

que dizem

respeito

ao

servidor e sobre os serviços

que

a

UFSC

oferece.

Também,

durante as reuniões

que

realizamos

em

vários setores

da

PU

para dar

o

retorno

dos dados obtidos

da

pesquisa “Caracterização dos Servidores

da

PU/UFSC”

e verificamos claramente essas questões.

(6)

A

partir daí, sentimos a necessidade

de

buscar soluções para a superação desses problemas. Para tanto, nos

propusemos

inicialmente

aprofimdar

a questão da informação dentro

do

espaço institucional da Universidade, desenvolvendo a

pesquisa acadêmica

“A

democratização das infomiações sobre os serviços

da

e na

UFSC:

O

papel

do

Serviço Social e as expectativas

dos Servidores”. Objetivo geral da pesquisa foi

oferecer aos servidores informações sobre os

serviços

da

e

na

UFSC. Os

objetivos especificos foram: pesquisar os serviços

existentes

na

UFSC;

promover

debates entre os servidores sobre a importância

da

informação a partir

da

apresentação

dos serviços oferecidos pela

UFSC;

promover

visitas a alguns

serviços

da

UFSC

e desenvolver

instrumentos

de

repasse das informações sobre os serviços, através de cartilha, palestras, cartazes,

sessões

de

vídeos, reuniões, murais, etc., facilitando,

dessa fomia, o acesso aos recursos e

serviços e a conquista de

novos

espaços para os servidores

na

Instituição.

A

necessidade

do

desenvolvimento desse projeto surgiu

como

forma

de

estimular a

participação, discussão e reflexão

com

os servidores sobre ra importância da informação e

do

papel social

da

instituição, principalmente

num

momento

tão delicado

como

o

atual,

marcado por

~

grandes transforrnaçoes nacionais e intemacionais.

Para entendermos essas questões

buscamos

inicialmente fazer

um

percurso teórico e

genérico sobre a questão

da

informação, querendo

compreender

melhor a informação

numa

organização

como

a

UFSC,

e

também

entender

como

a qualidade e a quantidade de informações

influenciam nosso processo

de

decisão (escolhas) e participação

no

usufruto dos bens e

serviços a

que temos

direito,

bem

como,

a influência dos meios de

comunicação de massa

sobre nos e o

papel

do

Estado enquanto gestor das políticas públicas.

Nesse

sentido, tentamos aprofundar

um

pouco

esses assuntos nos capítulos

que

se

seguem, tratando de alguns pontos principais

quejulgamos

ser importantes.

No

primeiro capítulo, faremos

uma

breve análise

do

atual Cenário Sócio-Político

Brasileiro,

onde procuramos compreender o

Estado enquanto expressão

de

controle e antagonismos de classes; tentar entender através

de que mecanismos 0

Estado

(7)

reproduz a força de trabalho,

quem

0

Estado representa, quais suas

contradições e qual seu papel

na sociedade. Analisamos

também

nesse capítulo a conjuntura

do

país a partir da

década

de 80,

enfatizando a questão

do

avanço da

onda

neoliberal

e suas conseqüências para

o

social.

Destacamos, ainda a necessidade de se criar

mecanismos

de

defesa dos direitos dos cidadãos

de

participarem

no

acesso aos bens e serviços

da

nação, faremos ainda, algumas considerações sobre

a proposta de reforma i administrativa

do

governo, instituições públicas e privadas e a relação desses assuntos

com

a informação, os meios

de comunicação

de massa,

o

Serviço Social e a

UFSC.

No

segundo

capítulo, abordaremos especificamente a questão

da

informação

e

o

serviços da

UFSC,

enfatizando

o compromisso do

Serviço Social

(campo de

estágio),

com

os

servidores

da

UFSC

e o desenvolvimento

da

pesquisa “Caracterização dos Serviços

da

UFSC”.

Destacamosa

infonnação enquanto

poder de

transformação

do

homem

ao longo

do

tempo, ressaltando

como

a informação

tem

sido utilizada pelos países

como

instrumento

de

controle e poder.

Para finalizar, faremos

um

desfecho das análises aqui abordadas, privilegiando algumas categorias teóricas e práticas, sugerindo algumas possibilidades e ,altemativas para

a

melhoria

da

prática

do

serviço social

da

UFSC,

no que

tange a questão da informação, especificamente na Prefeitura Universitária.

(8)

CAPÍTULO

1

r

~

o r '

r v

O ATUAL

CEN

ARIO

SOCIO-POLITICO

DO

PAIS

1.1. Caracterização

do

Estado

Brasileiro

V

"Todas

as revoluções têm

como

motivo

essencial

a

conquista

da

liberdade ”

(Hannah

Arendt)

'Neste capítulo,

procuramos

destacar

como

o

Estado brasileiro

vem

cumprindo

suas reais funções e quais os meios

que

utiliza para manter

a coesão

da

sociedade 'para manter sua

soberania.

Procuramos

entender

como

a luta política

no

Brasil, hoje, é tanto

uma

luta pelo

poder

quanto

uma

luta

em tomo

do

signíficado

da

democracia,

ou

seja,

da

democracia

como

um

valor

geral,

onde

se

possam

criar condições

que

permitam à sociedade

o

controle

do

governo.

O

Estado Brasileiro, tal

como

todas as formações sociais concretas

da

contemporaneidade,

com

suas atividades de planejamento e

de

regulamentação

no

processo

de

acumulação

capitalista,

vem

buscando

legitimar-se através dos aparelhos

institucionais e

~

organizaçoes burocráticas, na

medida

em

que

representa

uma

das estratégias imprescindíveis

que

visam

0

estabelecimento

da “ordem

socialӤ

Dessa

forma, busca criar e manter estruturas

políticas, ideológicas e culturais capazes

de

legitimá-lo, corporificando

suas ações sobretudo através

de mecanismos

de controle e reprodução

da

força

de

trabalho.

(9)

A

partir dessas estruturas é

que

o

poder

estatal se apóia e é exercido

em

suas diversas manifestações,

o que

dessa fonna,

tem

favorecido principalmente os interesses das classes

dominantes.

Nesse

sentido,

o

Estado toma-se parte

da hegemonia

dessas classes, as quais

expandem

seu controle sobre a totalidade

da

sociedade

no

contexto histórico-clássico de confiitos

entre as classes sociais fimdamentais.

V

Assim

sendo,

o

Estado liberal burguês acaba por contribuir na

criação das

desigualdades sociais ao

mesmo

tempo que

-intervém nessa

mesma

realidade, de

forma

a

compensar

essas desigualdades.

Segundo

OLIVEIRA

(1989: 25,26):

“É através de múltiplas respostas setoriais

que _visam a administrar

crises econômico-sociais e políticas que esse mesmo Estado organiza

sua ação, de modo a penetrar o cotidiano de vida da população,

apresentando-se como protetor dos fracos, como o Estado-.Providência

que vela pela paz social e pela tranqüilidade pública.”

Desta

sorte,

o

Estado Brasileiro,

mesmo

representando os interesses

hegemônicos da

burguesia, expressa seus interesses

de forma

contraditória.

Por

um

lado, exclui as classes

dominadas

(exclusão

econômica

e politica) e por outro procura incluir

essa

mesma

classe,-

na

medida

em

que

é obrigado a garantir o atendimento das necessidades básicas e direitos

da

força

de

trabalho,

como

explicita

o

Art.3° e 6°

da

Constituição Federal de 1988:

1

'Í'/1rI. 3° - (Â.`‹›1rsI1'!uem objetivos_/'undamenlais

da Republica Federativa

_ i

/

do Brasil:

1- construir

uma

sociedade livre, justa e solidária;

II- garantir o desenvolvimento nacional;

III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais;

'

IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo,

cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (..).

(10)

Art. 6° - São direitos sociais a

educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteçao à maternidade e à infância,

a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição "_

Essa

contradição clássica

no

capitalismo' monopolista ocorre

em

função das

transformações

do

capital e sobretudo

da

luta democrática dos

movimentos

sociais, dos

trabalhadores e minorias oprimidas na ampliação e reconhecimento

de

seus direitos.

Para esta tarefa o Estado

propõe

a regulamentação das relações sociais via a estrutura

das políticas sociais públicas

que

desenvolve.

Segundo

OLIVEIRA

(1988: 32):

“Dessa forma, o Estado burguês, ao lado da exclusão econômica e

politica, deve garantir

uma

distribuiçao de beneficios e o atendimento

da fi›rça de trabalho, ainda que se contraponham a certos interesses do

capital. portanto,

um

Estado de alianças e de interesses

conflitantes. .. "

Neste contexto, as políticas sociais públicas na sociedade capitalista são

utilizadas

pelas classes dominantes através

do

Estado,

como

estratégia

de

busca

de

equilibrio entre a

ordem

econômica

e social,

onde 0 Estado

aparece

como

defensor das classes dominadas

e,

ao

mesmo

tempo

oculta e escamoteia

seus

reais interesses e sua vinculação à estrutura

econômica

e à

acumulação do

capital.

Mesmo

assim, as políticas sociais são canais possiveis

e

extremamente

necessários para a população carente ter acesso aos recursos e serviços oferecidos pelo capital,

até porque, historicamente, seu desenvolvimento sempre esteve impulsionado pelo

movimento

organizado dos trabalhadores na luta por melhores condições de vida e

de

trabalho.

Às

vezes, os

Governos exercem

(através dos meios de

comunicação

de massa) sua

manipulação

em

proveito próprio, para obterem

um

consenso quanto à política adotada.

Essa

situação é facilitada

`

(11)

concedendo

sua exploração a titulo precário.

Na

maioria das vezes, a concessão desses canais

apenas fortalece' os grupos

que

têm

em

suas

mãos

o poder

econômico

e político, servindo os meios de comunicação, principalmente

o

rádio e a televisão,

como

intermediários

entre as idéias,

valores e

comportamentos

desses grupos e

o

resto

da

população.

Sabe-se

que

num

pais continental

como

o

Brasil,

com uma

população

de

quase 150 milhões

de

habitantes, a disputa pelo controle dos principais meios de

comunicação de massa

é

acirrada entre políticos, pois esses meios, além de garantir

o

acesso

ao

dinheiro, são

também

meios de garantir

o

poder

político ( dominio e controle

da

informação).

Segundo

pesquisa feita pela Folha de

São

Paulo (14/05/95),

de

um

total de

513

deputados federais, 83

são

sócios

ou

pertencem a famílias sócias

de

emissoras

de

TV

ou

rádio,

ou

seja, 01 D

(1) Maiores detalhes, ver

TCC

de Maria C. Hatz

.

em

cada

O6

parlamentares está vinculado a

um

meio

de

comunicação de

massa. Esses

dados

se

referem apenas à realidade visível,

comprovados

por dados

do

govemo

e por

-infomiações

dos

próprios. parlamentares.

A

bancada

pode

ser maior.

políticos

no

comando

-de

meios de

comunicação

em

todo o país,

mas

0 fenômeno

é mais acentuado

no

Nordeste onde,

na

maioria

dos Estados, as afiliadas

da

rede

Globo

estãonas

mãos

da

elite política.”

~

A

revista Veja (OI/1 1/95) mostra dados mais recentes sobre as concessões de

rádio e

TV

por parte dos políticos:

“- Das 302

televisões comerciais existentes no país, 94 pertencem a políticos ou ex-políticos. i H

- Das 2908 rádios, 1169

pertencem a p‹›1íticos ou ex-políticos.

Dos 594 parlamentares, 130 têm

uma

concessao de rádio ou Tl/Ç ou

(12)

- () campeão de concessões no

congresso e' 0 PFL. Sua bancada tem 115

parlamentares, e 44 deles têm 114 rádios e 17 emissoras de TV. Fora do Congresso, o PFL também é recordista.

Os

políticos locais filiados ao

partido detém outras J 96 rádios e 18 emissoras de

TV

- Dos 27 governadores,

doze têm concessão de rádio ou Tl/Í _

- Das 20 afiliadas da rede

Globo no nordeste, 17 estão sob o controle de

políticos. '

- Sarney tinha. 12

ministros donos de rádio ou TV. Collor tinha dois.

Itamar, 4. Fernando Ii; Cardoso, 2 : José Eduardo Andrade Vieira e Pelé.

Sabe-se, pois

que

os

avanços do mercado

influenciam fortemente as

decisões políticas, assim o

que

está

em

jogo

é a consagração

de

critérios comerciais

na

política, a qual

tomou-se

altamente competitiva e cara igualando-se ao

mundo

dos negócios, dessa

fonna o

neoliberalismo substitui a política pelo

mercado

como

instância

máxima

de regulação social.

Assim, 0 espaço público vai perdendo espaço para o âmbito

privado, concretizando-se desta

maneira a privatização dos serviços .públicos essenciais ao atendimento das -necessidades básicas

do

cidadão.

Principalmente, através

do meio

televisivo

em

que

impera a lei

da

imagem

politica,

o

Estado, “detentor

da

cultura”, projeta nos telespectadores a

homogeneização

nas formas

de

pensar dos indivíduos desencantado-os da necessidade

de

representação

coletiva e de

um

regime

democrático. Neste sentido,

SOUZA

(1988:36, 37) nos esclarece que:

“A forma de controle

.social talvez mais eficiente na sociedade moderna

é a informação.

Num

país continental como o Brasil, o Estado tem sob

seu controle

uma

fantástica rede nacional de informações ( TV, rádios, jornais, revistas) (..).

O

Estado, por outro lado, é produtor exclusivo e sem. controle por parte da sociedade de informações econômicas

(13)

regime, passa pela democratização de todas as agências e

instituições,

civis e militares, estatais e privadas que produzem a iriformação, dado

que informação é poder e produzir informações é produzir as condições

de existência e exercício do poder político.”

Sabe-se

que

na prática, para a concessão de canais

de

TV

e rádio, as pessoas são

indicadas por políticos “de peso”e a renovação para continuar funcionando

depende do

Govemo

Federal.

Com

isso, os

donos

ficam

dependentes

da

“simpatia”

do

govemo,

o que

garante,

de

saída,

uma

rede

de

apoio antecipado a qualquer

medida do

mesmo.

Desta forma, os interesses das

classes dominantes

predominam

sobre os interesses dos

trabalhadores e

da

população

que não

tem

acesso

ao

controle dos meios

de comunicação

pelofato deste

não

ser democratizado,

assim,

0

Estado

domina 0

acesso e a informação, a qual, por sua vez,

domina

os indivíduos através

da

ideologia

que

é passada, ouseja, a ideologia dominante.

1.2.

Conjuntura

no

país a partir

da Década

de 80

Em

linhas gerais, apenas

de

forma introdutória,

ao tomarmos

a caracterização

do

Estado

a

partir

do

seu 'papel político-ideológico

de

produtor e reprodutor da

dominação

burguesa,

poderemos compreender

com

mais precisão

como, no

Brasil, a partir

do

processo

de

redemocratização

do

país, vivido

com

o

fim

do

regime militar, a questão

da

publicização e

socialização

da

informação, nos mais diferentesníveis, se revela

de

vitalimportância para a

luta,

organização e mobilização

da

sociedade civil

em

defesa dos direitos de cidadania para todos.

Este é

o

eixo central das argumentações deste

TCC.

A

década de

80

iniciou

com

grandes transformações na conjuntura

econômica

nacional, caracterizando-se por profirndas

mudanças

e alterações na economia,

política, cultura,

enfim,

em

toda a estrutura social brasileira.

A

implementação

da

“Nova

República”,

com

a

eleição

do

primeiro presidente civil pelo colégio eleitoral, ainda,

em

20

anos de regime

(14)

prosseguimento

ao

processo

de

redemocratização

onde

a sociedade civil mobilizou-se

intensamente para conseguir eleições diretas para Presidente (Diretas já).

A

abertura politica deu-

se

também

com

a conquista

do

direito à pluralidade partidária, anistia,

fim

da

censura,

em

suma

com

al derrota

da

ditadura militar.

Esse

período

de

transição política favoreceu

o

desenvolvimento

de

políticas que,

por

um

lado, fortaleceram a atuação

da

sociedade civil para a construção

da

democracia, através de novas formas de participação popular

e, filndamentalmente, para a

reorganização dos

movimentos

sociais.

Por

outro lado, a política

do

governo adotada nessa

década

resultou

em

recessão, demissões

em

massa, elevação das taxas

de desemprego, achatamento salarial, índices inflacionários crescentes, estrangulamento

da economia

nacional pelo endividamento extemo, sendo

que o

reflexo

V dessa crise

aumentou

a situação

de

miserabilidade

da

maioria

da

população e gerou

o

descrédito

do

povo

com

relação aos planos

econômicos do

govemo

para a estabilização

da

economia, por exemplo, o Plano Cruzado.

Construímos, então, a

nova

Carta Constitucional

de

1988, a 'qual ampliou

significativamente os direitos sociais dos trabalhadores

com

a

redução

da

jomada

de

trabalho,

extensão de direitos aos trabalhadores rurais iguais aos

dos

trabalhadores urbanos, licença

maternidade de 4 meses, licença patemidade, universalização

da

seguridade social

com

a inclusão

da

Assistência Social

como

direito

do

cidadão e política pública

de

responsabilidade

do

Estado, juntamente

com

a saúde e a Previdência..

Enfim,

todas essas

mudanças

refletiram

um

periodo

bastante conturbado e

de

muita luta

da

sociedade brasileira.

Porém, o

ônus da

economia

recaiu

pesadamente sobre a classe trabalhadora, a qual sente-se

desamparada

e

sem

rumo. 'Nessa época,

o

modelo

de

desenvolvimento

econômico

começa

a sofrer grandes dificuldades

com

a deterioração das finanças públicas causadas principalmente pela divida externa e interna

do

país.

O

desenvolvimento e

a

implementação

de

políticas

que visavam

buscar

um

novo

padrão para o crescimento priorizaram apenas

um

apressado processo

de

desestatização

do

Estado

(Reforma do

setor público). Através de leis, decretos, portarias, criam-se

programas

de desestatização

que

(15)

controle

do

governo federal, priorizando desta

forma

a redução dos'

gastos públicos através

de

privatiz_açõesÇ

Segundo Magalhães

(1993:` 35): '

“Apesar das inúmeras divergências reinantes sobre as condições e o

modo

como o programa de privatização brasileiro vem sendo conduzido,

\

o Estado Brasileiro assumiu o discurso de Estado “modernizador” e

"privatizador”. Entretanto, esse papel não fiai justificado

nem

discutido

~

com a sociedade, recorrendo, assim, às nossas velhas tradições

formalistas de origem luso-brasileira. ”

Desta

fonna, cabe aqui colocar-que a

onda

neoliberal

no

país

começa

a

tomar

vulto

na

década

de 80 no

Govemo

Samey,

passa pelos governos Collor e Itamar e se intensifica

no

govemo

atual,

Femando

Henrique Cardoso.

No

finaldos

anos

80

grandes

mudanças

ocorrem, sendo

que

na década de

90

começa

um

verdadeiro

desmonte

das estatais

com

um

sucateamento

desumano

nas áreas

da

saúde,

da

educação

e

da

assistência social.

Em

contrapartida,

movimentos

sociais,

no

inicio, vistos

como

novos

atores da transfonnação social, sofirem

uma

grave crise de mobilização e identidade e

perdem

seu poder de contestação, e

em

conseqüência, o seu potencial político sofre refluxo Ve desgastes intensos.

As

idéias liberais

começam

a reocupar espaços.

Segundo

GOHN

'(1991

: 16):

“Ao final dos anos 80 grandes alterações começam a

ocorrer. /l crise econômica se acelera com indices explosivos de injlaçao. Planos e

planos são elaborados retardando o problema.

A

questão da dívida não

se equacionaj

O

.Estado começa a dar grande guinada para o

neoliberalismo: retirar-se da economia, enquanto execução direta, sem retirar-'se do planejamento e do controle dessa mesma

economia.

O

desmonte dos aparelhos estatais atingem os setores sociais de forma

fulminante: a educação e a saúde pública atingem formas de

calamidade.

O

problema das moradias exarceba~se de forma

*

(16)

poupança para a auto construçao, nao há mais espaços para novos

barracos nas favelas. '”

Com

a democracia “restabelecida” tivemos eleição direta e posse

do novo

Presidente

da

República (F

emando

Collor

de

Melo).

O

discurso

do governo

faz

com

que

as privatizações se

insiram

no

âmbito das reformas estruturais

do

país

(Programa

Nacional

de

Desestatização).

Assim,

com

o

então “Plano Collor”, o qual gerou mais desemprego, agravando a crise

econômica

e a recessão, favorecendo desta forma, a perpetuação de

um

modelo econômico

falido, altamente concentrador de riquezas.

A

situação foi se complicando e

tomando-se

cada vez mais dificil para

a sociedade: a sobrevivência da população empobrecida revelando-se

uma

luta árdua e diária;

Os

índices inflacionánbs altos, a corrupção

no

Congresso Nacional e a falta

de

seriedade

do governo

em

administrar o país, levaram o

povo

às ruas, exigindo a saída

do

Presidente.

Ocorre o

“impeachment” de

Collor.

Em

seu lugar,

assume o

vice: Itamar Franco,

que

através de sua equipe

de govemo,

cria mais

um

plano

de

estabilização

econômica

(cruzeiro,

URV).

Nesse

período (1994) inicia-se

o

processo

de

revisão constitucional,

que

objetiva

contraditoriamente adequar a 'Lei

'Magna

aos interesses

conjunturais

do

govemo

e planos econômicos.

Com

as novas eleições para presidência da república assume' Fernando

Henrique

Cardoso

-

FHC

para

govemar

o país

em

de dezembro de

1995,

0

qual

continuidade ao

projeto neoliberal _e

ao

processo

da

reforma constitucional.

Essa

prática, reforçada

desde a

queda

do

socialismo real, traz propostas antidemocráticas,

apregoando que

a democracia leva .à

ingovemabilidade pelo excesso de participação_ social pelo

aumento da

demanda

social

que

produz, além

da

baixa capacidade de respostas à essa

demanda,

gerando

uma

paralisia decisória

dos govemantes. Desta forma, percebe-se a centralização de poder

na

esfera

executiva,

usurpando tarefas

que

são prerrogativas principais

do

Legislativo,

como

por exemplo,

a

(17)

terceirizações

de

serviços públicos, através de

aumentos de

combustíveis, energia elétrica e

telecomunicações, lesando desta forma,

o

bolso dos contribuintes,

que

objetiva

somente

transferir

para

o monopólio

privado setores estratégicos da nossa

economia

a título de redução

da

dívida

pública. '

~ ~

A

retirada

do

Estado de suas funçoes básicas

como

saúde, educaçao, saneamento,

habitação, transporte, previdência social e privada, entre outras, para

que

sejam executadas

pela

\

_

iniciativa privada,

tem

apenas, agravado e aprofundado as mazelas sociais,

aumentando

a

dependência e a proliferação

da

pobreza.

Essas

mudanças

conjunturais,

que

orientam as posições

do

atual governo, cada vez

mais está evidenciando sua face de excludência e

descompromisso

com

a democracia popular.

Cada

vez mais é

vedado o

acesso às condições básicas

de

cidadania previsto

na Constituição e

que o

Estado

tem

a obrigação

de

cumpri-lo.

Segundo

o Jornal

do SINTUFSC-outubro/95,

a refomia administrativa

do governo

não

só pretende privatizar as empresas públicas e os serviços essenciais

como

também

quer

acabar

com

a isonomia salarial dos servidores públicos, sequer implantada,

prevista pela Carta

de

88, e

que

garantiria salários iguais para cargos equivalentes nos três poderes; e por

fim,

acabar

com

0

Regime

Jurídico Único.

O

governo

poderia contratar funcionários regidos pela

CLT, ou

deixaria

que

cada órgão definisse seu próprio

Regime

Juridico, ferindo frontalmente a

Constituição. Está para ser retirado

também

dos servidores o direito à inedutibilidade dos salários

que

a Lei 'garante' atualmente.

Com

isso,

o

governo

pode

reduzir salários

de

categorias e até

de

servidores isoladamente. Outra proposta equívoca, refere-se à criação

de

tetos

para pensões e

aposentadorias cujos valores sejam maiores

do que

os dos servidores na ativa.

Na

prática, os

inativos e pensionistas terão reduzidos os beneficios equivalentes ao salário conquistado ao longo

da

carreira.

O

governo poderá demitir servidores para reduzir

gastos, por considerar

o

fimcionário ineficiente,

ou

colocá-lo à disposição,

com

salário proporcional ao

tempo de

serviço.

(18)

.Na verdade o projeto neoliberal é /ieoconservador

(.._) trata de operara

substituição de categorias, conceitos e noções através das quais se

pode

nomear a sociedade e o mundo, como por exemplo, democracia, justiça

social, igualdadezfklesigualdade, justiça/injttstiça. lim seu lugar, o

discurso neoliberal introduz outras categorias e conceitos que tendem a homogeneizar-se, como por exemplo, qualidade

to/al, produtividade, competitividade, mercado, reengenharia,

responsabilidade

co›npart¡'1h_ada,. modernidade, terceirização,

reconversão, entre outras que de forma sub-reptícia, vão dominando os discursos da atualidade

Hoje,

no

mundo

contemporâneo, a

nova

ordem

mundial (do

mercado)

centra-se

na

regionalização e globalização. Essa

nova

ordem

mundial caracteriza as relações

entre os países

por

uma

profunda desigualdade.

Os

países periféricos,

no

desafio de

ajustarem-se a essa

nova

ordem,

buscam

estratégias de estabilização

da

economia, realizam reformas estruturais e

procuram

retomar os investimentos estrangeiros para alavancar

0 desenvolvimento.

.

No

caso

da América

Latina e conseqüentemente

do

Brasil, isso significa a submissão

do

govemo

às políticas

de

ajuste e

de

modemização

preconizadas pelo

Banco

Mundial e pelo

Fundo

Monetário

lntemacional, traduzidos

no Consenso de

Washington.

A

ilusão

do

capitalismo neoliberal está levando

o

govemo

a implementar

algumas

tímidas e equívocas estratégias de resolução dos grandes problemas

da

sociedade, colocando a

necessidade

de

um

Estado

mínimo

para

que

as forças de

mercado possam

desencadear o desenvolvimento

do

país. Concretamente,

nenhuma

iniciativa verdadeiramente

eficaz foi

implementada, basta

examinannos

a ausência e

o

imobilismo de propostas e ações

no

campo

da

saúde, educação e reforma agrária.

Desta forma, a equipe

do

govemo,

em nome

da eficiência, da

economia

de recursos e

do combate

à.

cormpção,

está

promovendo

um

verdadeiro

desmonte do

patrimônio público,

(19)

Mas,

para

compreendermos

melhor o .que é o neoliberalismo, precisamos entender

um

pouco da

história.

Nesse

sentido, citaremos algumas colocações

de

AMORIM

(1993: 4.I,42,43):

“O liberalismo nasce da contestação burguesa ao

absolutismo, isto é, na

decisão dos súditos de controlar o poder despótico do rei (..). Pode-se

afirmar, com efeito, que o aparecimento da doutrina liberal coincide

com o surgimento do Estado moderno (..), com a revoluçao socialista

surge

uma

nova forma de organização da sociedade, conhecida como

socialismoreal (..) ao espalhar o-medo do “comunismo junto aos

capitalistas, acaba por reprimir o mfanço do liberalismo. Tal realidade

determina o surgimento de

uma

modalidade de capitalismo que se

conhece por Welfare State (estado de bem-estar) o qual notabilizou-se

pela institucionalizaçao dos direitos sociais e consequenlemente,

diminuição das `

desigualdades sociais. /lssim, os capitalistas

promoveram

uma

sociedade de forma que valesse a pena a seus povos fiente ao socialismo existente. liste modelo é também denominado Social _l)emocra‹;ia. Este tipo de organização do Estado moderno, que

conjuga

uma

economia de mercado com uma pitada de socialismo

entrou em crise, já na década de 70. A ampliação do Estado para' fazer frente às demandas sociais

em

função da jerocidade do mercado, atiça

os liberais, que acusam os saciais-demoera/as de violarem o principio

do Es/ado minimo e de lerem dado vida a

um

.Estado que não consegue

mais cumprir a própria fiinção, que é a de governar.

Tanto

o liberalismo, quanto o neoliberalismo

possuem

uma mesma

base teórica.,

ou

seja,

ambos advogam

a necessidade

de

um

Estado mínimo, porém, e' interessante

frisar

que

embora pareçam

semelhantes, a proposta liberal busca limitar o Estado Aiistocrático Absolutista,

aumentando

conjuntamente a igualdade dos indivíduos perante os poderes públicos, enquanto

que, a proposta neoliberal, pretende limitar a intervenção

do

Estado de Bem~estar, reduzindoa

intervenção

do

Estado na economia. e consequentemente a redução

do

gasto social

no que

tange

(20)

“A tese liberal de ingavernabilidade está

presa a

um

só pensamento:

manter as taxas de lucros

em

crescimento.

Numa

economia que se

z

glabaliza e exige competitividade, o gravame das tributos de cunho

social, para manter- o Estado de bem estar, inviabiliza o ,projeta

liberal/capitalista. (,..)

Na

ótica liberal, a redução das desigualdades

sociais tem

um

preço que onera o sistema produtor de mercadorias e 0

inviabiliza dentro da lógica do mercaflo globalizado. () espaço publico

¡ e

.

tem que ser restringido, para conter as novas demandas. Este e 0 ponto

crucial e que marca o aparecimento de

um

“nova liberalismo ou

"neoliberalismo (.._)

Daí

as propostas de reforma constitucional

do governo

FHC

que,

no

bojo

do

projeto

global das reformas neoliberais visa restringir beneficios sociais,

como

por

exemplo da

Previdência Social caracterizando-se pelo

enxugamento

da

máquina

pública, reduzindo as

políticas sociais públicas e retirando direitos dos trabalhadores adquiridos

na Contituição Federal

ao longo de suas conquistas.

“Por neoliberalismo se entende, hoje pr_ineipa/mente,

uma

doutrina

econômica,

em

e‹›ns'e‹¡iiênc:ia da qual o liberalismo político é apenas

um

modo a'e realização, nem sempre necessário;

ou

em

outros termos,

uma

defesa intransigente da liberdade econômica, da qual a liberdade poli tica e' apenas

um

corolário:

(L.._).

Dessa

forma, os

govemos

neoliberais

adotam

procedimentos “politicamente”

autoritários, baseados na desregulamentação dos mercados,

abertura comercial e financeira e a

redução

do tamanho

e

do

papel

do

Estado, retirando

de

sua responsabilidade a extensão

dos

beneflcios sociais, favorecendo assim, os interesses das classes dominantes, através

da

(21)

Quanto

a essa última questão, a

Comissão

de Constituição

e Justiça da

Câmara

aprovou

nodia

27/10/95, o artigo da reforma

administrativa

que

acaba

com

a estabilidade dos

atuais servidores públicos (esse dispositivo é de

autoria

do

ministro da Administração Carlos

Bresser Pereira), permitindo a demissão por excesso de pessoal, contenção de despesa (redução

da

folha

de pagamento) ou

incompetência.

Também

ficou

estabelecido

que

a folha salarial dos

servidores

não

poderá superar

60%

da receita da União, Estado e Município.

Um

aposentado

não

poderá receber mais

que

um

servidor na ativa, assim, acaba-se

com uma

série

de

beneficios e

vantagens dos servidores públicos

do

país, além disso,

ninguém

poderá ganhar mais

que

o

presidente da República, ou, seja mais de 8.500 reais.

Segundo

a revista

VEJA

(01/l 1/95):

Ca1cula~se que entre 230 000, I milhão de fimcíonários poderão ir

A para a

guilhotina...”

Como

se vê, essas medidas trarão

mudanças

muito profiindas na vida dos sen/idores

públicos. Por

um

lado, a reforma

pode

acabar

com

uma

série

de

vícios e regalias

do

fimcionalismo

público (mordomias, “marajazismo”). Por outro, acabará

com uma

série de direitos adquiridos ao

lon o das lutas dos trabalhadores direitoscomo estabilidade,

o ue

trará sérias

conse üências

8

para

o

lado social se milhares

de

trabalhadores forem demitidos injustamente, pois

poderá

haver

perseguições políticas dentro

do

funcionalismo. Enfim, teremos sérios

problemas

no que

diz

respeito aos sen/iços públicos, pois

sabemos que

na prática,

não

é

o excesso de pessoal

que

dificulta os serviços,

mas

sim a falta

de

mais funcionários, a falta de investimentos

do governo na

qualificação dos servidores, na melhoria das condições de trabalho e por

que

não salarial, na falta

de

infra-estrutura, recursos e equipamentos, etc; ^

Se

uma

minoria corrupta está atrapalhando

o

bom

andamento

dos serviços públicos, é

ela

que

deve “cair fora” e não os trabalhadores honestos

que

trabalham

com

(22)

.

E

também

dentro desse contexto

que

poucos

investimentos

do

Estado nos

hospitais, fóruns, serviços odontológicos, etc, e nas Universidades

públicas, as quais, além

do

ensino,

também

prestam outros serviços essenciais gratuitos à

sociedade.

Devemos,

pois, estar atentos para essa questão, porque ela é bastante polêmica.

os

que defendem

essas medidas, há os

que

são contra elas; porém,

devemos

cuidar para

que

a

reforma administrativa, realmente crie condições para a valorização das

carreiras, para

uma

melhor remuneração e acabe

com

as diferenças salariais gritantes entre os trabalhadores e

também

acabe

com

os abusos e privilégios dos “espertalhões”.

Tratando-se especificamente da

UFSC

enquanto órgão

do

'Estado

que

além de prestar

ensino superior público e gratuito,

também

presta outros serviços gratuitos essenciais

à

comunidade,

como

por exemplo, o 'Hospital Universitário -

HU

que

atende mais de 25

mil

pessoas por inês,

com

sen/iço

médico

e hospitalar gratuito, clínicas

odontológicas para

aproximadamente

3 mil pessoas por

mês

e ainda, a clínica psicológica, o

fórum

judiciário e tantos

outros serviços oferecidos gratuitamente (ver capítulo 2), deverão certamente ficar inviabilizados.

_

Sendo

assim, a

UFSC

no

desenvolvimento de suas atribuições

pode

e deve garantir à

sociedade

o

retorno de tudo aquilo

que

é ensinado

ou

pesquisado através

de

projetos de extensão,

assumindo desta

forma

o

compromisso

de integrar-se cada vez mais a comunidade, despertando

na

mesma

a necessidade de organizar-se politicamente para defender a Universidade pública e

gratuita, pois

quem

paga

os impostos utilizados

em

parte para manter a Universidade é a própria sociedade, e que, portanto,

tem

o direito de usufruir dela e o dever de preserva-la.

Devemos,

pois,

lutar pela nossa liberdade e contra as medidas autoritárias

do

governo

no

que

tangeàs

questões

sociais e públicas.

A

UFSC

e o ensino público

em

geral, tanto basico

como

superior, é

um

direito

que

foi conquistado pela sociedade brasileira, e o atual governo,

com

seu

jogo

político e interesses

particularistas, ao invés de melhorar a qualidade de seus serviços à

população, está querendo

(23)

anos pelos trabalhadores.

O

govemoi

FHC

vem

acabando

com

todas as conquistas

sociais,

moldando, cada vez mais,

o

Estado

ao

seu projeto neoliberal.

A

Lei

de

Diretrizes e

Bases/LDB

é parte integrante desse projeto de privatização

do

Estado.

Embora,

a educação

como

direito

de

todos .e dever

do

Estado tenha sido incorporada

no

plano

juridico

da

Constituição Federal

de

1988, e reforçada

no

projeto da

LDB

aprovado pela

Câmara

dos deputados

em

93,

o

projeto

em

tramitação para votação

no

Congresso 'Nacional

não

preserva os avanços

e

modificações

l

necessários a efetiva democratização e universalização

do

ensino público

no

país.

Portanto, é preciso a presença, discussão, debate e mobilização

da

universidade

em

tomo

das questões Educação/Sociedade. Para

que

a comunidade,

alunos, servidores docentes e

técnico administrativos

não

sejam ,vitimas

do jogo

político

do

governo, precisam estar mais

infonnados e mais conscientes sobre a importância

do

papel social

da

UFSC

enquanto

instituição

pública, dos trabalhos e atividades desenvolvidos através

de

projetos sustentados pelo

ensino,

pesquisa e extensão, para

que

os

membros

da

sociedade

em

geral

assumam

uma

postura mais

crítica e

menos

preconceituosa quanto

ao

pensar e agir fiente' aos serviços públicos

como

um' todo, e

também

percebam

claramente

que

a crise pela qual

passam

atualmente as universidades e

os demais órgãos públicos é

o

reflexo

de

uma

crise mais geral por

que

passa a sociedade, principalmente a

que

mais nos afeta,

que

é a crise econômica.

Segundo

Welffort (1984: 130): “Se

entendermos que

a

democracia,

no

mundo

moderno, .só existe

com a

participação

dos

trabalhadores,

a

verdadeira luta

pela democracia

começa

agora.

Uma

democracia

moderna

é

uma

democracia

na

qual

a

maioria

do povo não

esteja confinada

na

condição

de

cidadãos

de

.segunda classe.

Na

qual,

portanto,

a

maioria

do

povo

- e

não

apenas

uma

minoria dentre eles -

possa

vir

a

público “para dizer

a sua

própria

verdade ()

programa

de

uma

democracia

moderna no

país é

o de

uma

'verdadeira

revolução. ”

Não

é por acaso,

que

a perspectiva neoliberal brasileira busca intemacionalizar a

economia, principalmente, através da troca de títulos e divida extema,

quenem

o mercado

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