-
UNIVERSIDADE
'FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
CENTRO
sócio
Econômico
1)EPARTA1viENTo
DE
s.i‹:RviÇosociAL
CÉLIA
B:iAz|BETfr_| .DAROCHA
'O
SERVIÇO
SOCIAL
E
A
DEMOCRATIZAÇÃO
Agregado Pelo
DSS'
' Em.à¿Á-?-.¬/ V À _ _`'I
i/
f zí 1.4'-'-" fi. Tvs cosr'O
|~ wi de Serviço âoclfll oie-urso~
DOS
SERVIÇOS
NA
UFSC
Trabalho de conclusão
de Curso
apresentado aoDepartamento de
ServiçoSocial
da
Universidade Federalde
Santa_ Catarina para obtenção
do
títulode
Assistente Social, orientado' pela
professora Beatriz
Augusto
de
Paiva.Florianópolis,
dezembro
de 1995. 'É _
‹-\
“Todo
homem
que
teveamores
verdadeiros, revoltas verdadeiras, desejos verdadeiros e vontades verdadeiras, sabe muito
bem
que
nãotem
necessidadede
nenhuma
garantia extrema para tercerteza dos seus objetivos; a certeza
provém
das' próprias forças propulsoras.”AGRADECIMENTOS
A
concretização deste trabalhonão
teria sido possível senão
fosse a colaboração,o
apoio e oincentivo
de
algumas pessoas, por isso agradeço sinceramente: -A
Deus, pela forçada
vida;A
meus
pais Adiles Biazibettida
Rocha
e EuricoManoel
da
Rocha,em
memória;Aos meus
irmãos e irmãs pelo apoio e acolhimento; ›À
Deborah
CristinaAmorim,
supervisorado
Campo
de Estágio, pela troca de experiências e pelo estímulo aomeu
crescimento pessoal e profissional;~
À
Beatriz.Augusto
de Paiva, pelo profissionalismo e competênciaem
orientar-mena
execuçaodeste trabalho; '
Aos
professores:Manuel
Rosa
de
O. Lino e HeloisaM.
J. de Oliveira pelas sugestões;Às
companheiras de estágio: Renilde, Elis, Valéria eMaria
Cristina pela amizade e trocade
experiências;
V
Aos
Servidoresda
Prefeitura Universitária pelo companheirismo e amizade;À
toda equipeda
Divisãode
Serviço Social/DÍSS eao Departamento
.deAção
Comunitária/.DeAC, pela oportunidade
de
realizaçãodo
estágio curricular, apoio e incentivo;A
minha turma
92/ I pela trocade
experiências e pelosbons
momentos
que passamos
juntasdurante o Curso; r
Aos meus
amigos, Benilson, Lucilene,Mara Mendes
e Marina, pelo carinho e incentivo;~ J
IN
TRODUÇAOÂ
... ._CAPÍTULO
11.
O
ATUAL
CENÁRÍO
SÓCIO-
POLÍTÍCO
DO
PAÍS
1.1 Caracterização
do
Estado Brasileiro ... ._1.2 Conjuntura
do
país a partirda
décadade 80
... _.1.3
Algumas
Considerações sobre os serviços públicos e a privatização ... ..CAPÍTULO
11 - -
--
2.
A INFORMAÇÃO
SOBRE
OS SERVIÇOS
QUE A
UFSC OFERECE:
O
PAPEL
DO
SERVIÇO SOCIAL
E
AS EXPECTATIVAS
DOS
SERVIDORES
2.1
O
Poder da
Informação ... ... _.2.2
A
UFSC
eo
Serviço Social ... .. 2.3 Análiseda
pesquisa dos serviçosque
aUFSC
oferece: a Cartilha ... ... ..CONSIDERAÇÕES
PÍ|NA1s
... ..REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ._iÍNTRouuÇÃo
\(_) presente traballioé
uma
das .exigênciasdo Departamento
de Serviço Social
da
Universidade .Federal de Santa Catarina para obtenção
do
títulode
AssistenteSocial, o qual, faz parte ainda,
da
experiênciade
estágio curricular' realizadono
períodode
ago/94 a ago/95na
Prefeitura Universitária -
PU
da
UFSC.
lA
opção
e o interesse pelotema
surgiram após a análise dosdados
obtidoscom
apesquisa realizada pelo Serviço .Social na Prefeitura Universitária-.PU
em
93/94, através
do
projeto
de
investigaçãode
uma
aluna-estagiária (Larissa E.Pereira)denominado
“Caracterizaçãodo
Servidorda
Prefeitura Universitária”. Essa pesquisa objetivou traçarum
perfil sobre a_
realidade
de
vida ede
trabalho dos servidores, oferecendo destaforma ao
Serviço Socialuma
ampla
gama
de dados
necessários para sua atuação naPU.
Através dessa pesquisa verificamos. .
. ~
. .
K ~
que
muitos serviços daUFSC
sao desconhecidos pelos servidores, consequentementenao
conhecem
afomia
de acesso aosmesmos.
Assim, dentre os temas abordados,na
pesquisa(identificação, situação empregatícia, aposentadoria, saúde,
habitação, transporte, relações
de
trabalho e informação), interessou-nos trabalhar, naquele
momento,
a questãoda
informaçãoem
função desta constatação, além disso,
47.65%
dos servidoresafirmaram
que
naPU
há
problemas
de comunicação
eque
isso ocorreem
fiinçãoda
falta de informações sobre assuntosque dizem
respeito
ao
servidor e sobre os serviçosque
aUFSC
oferece.Também,
durante as reuniõesque
realizamos
em
vários setoresda
PU
para daro
retornodos dados obtidos
da
pesquisa “Caracterização dos Servidoresda
PU/UFSC”
e verificamos claramente essas questões.A
partir daí, sentimos a necessidadede
buscar soluções para a superação desses problemas. Para tanto, nospropusemos
inicialmenteaprofimdar
a questão da informação dentrodo
espaço institucional da Universidade, desenvolvendo apesquisa acadêmica
“A
democratização das infomiações sobre os serviçosda
e naUFSC:
O
papeldo
Serviço Social e as expectativasdos Servidores”. Objetivo geral da pesquisa foi
oferecer aos servidores informações sobre os
serviços
da
ena
UFSC. Os
objetivos especificos foram: pesquisar os serviçosexistentes
na
UFSC;
promover
debates entre os servidores sobre a importânciada
informação a partirda
apresentaçãodos serviços oferecidos pela
UFSC;
promover
visitas a algunsserviços
da
UFSC
e desenvolverinstrumentos
de
repasse das informações sobre os serviços, através de cartilha, palestras, cartazes,sessões
de
vídeos, reuniões, murais, etc., facilitando,dessa fomia, o acesso aos recursos e
serviços e a conquista de
novos
espaços para os servidoresna
Instituição.A
necessidadedo
desenvolvimento desse projeto surgiucomo
forma
deestimular a
participação, discussão e reflexão
com
os servidores sobre ra importância da informação edo
papel social
da
instituição, principalmentenum
momento
tão delicadocomo
o
atual,marcado por
~
grandes transforrnaçoes nacionais e intemacionais.
Para entendermos essas questões
buscamos
inicialmente fazerum
percurso teórico egenérico sobre a questão
da
informação, querendocompreender
melhor a informação
numa
organização
como
aUFSC,
etambém
entendercomo
a qualidade e a quantidade de informaçõesinfluenciam nosso processo
de
decisão (escolhas) e participaçãono
usufruto dos bens eserviços a
que temos
direito,bem
como,
a influência dos meios decomunicação de massa
sobre nos e o
papel
do
Estado enquanto gestor das políticas públicas.Nesse
sentido, tentamos aprofundarum
pouco
esses assuntos nos capítulosque
seseguem, tratando de alguns pontos principais
quejulgamos
ser importantes.No
primeiro capítulo, faremosuma
breve análisedo
atual Cenário Sócio-PolíticoBrasileiro,
onde procuramos compreender o
Estado enquanto expressãode
controle e antagonismos de classes; tentar entender atravésde que mecanismos 0
Estadoreproduz a força de trabalho,
quem
0
Estado representa, quais suascontradições e qual seu papel
na sociedade. Analisamos
também
nesse capítulo a conjunturado
país a partir dadécada
de 80,enfatizando a questão
do
avanço daonda
neoliberale suas conseqüências para
o
social.Destacamos, ainda a necessidade de se criar
mecanismos
dedefesa dos direitos dos cidadãos
de
participaremno
acesso aos bens e serviçosda
nação, faremos ainda, algumas considerações sobrea proposta de reforma i administrativa
do
governo, instituições públicas e privadas e a relação desses assuntoscom
a informação, os meiosde comunicação
de massa,o
Serviço Social e aUFSC.
No
segundo
capítulo, abordaremos especificamente a questãoda
informaçãoe
o
serviços da
UFSC,
enfatizandoo compromisso do
Serviço Social(campo de
estágio),
com
osservidores
da
UFSC
e o desenvolvimentoda
pesquisa “Caracterização dos Serviçosda
UFSC”.
Destacamosa
infonnação enquantopoder de
transformaçãodo
homem
ao longo
do
tempo, ressaltando
como
a informaçãotem
sido utilizada pelos paísescomo
instrumento
de
controle e poder.
Para finalizar, faremos
um
desfecho das análises aqui abordadas, privilegiando algumas categorias teóricas e práticas, sugerindo algumas possibilidades e ,altemativas paraa
melhoria
da
práticado
serviço socialda
UFSC,
no que
tange a questão da informação, especificamente na Prefeitura Universitária.CAPÍTULO
1r
~
o r '
r v
O ATUAL
CEN
ARIO
SOCIO-POLITICO
DO
PAIS
1.1. Caracterização
do
Estado
BrasileiroV
"Todas
as revoluções têmcomo
motivoessencial
a
conquistada
liberdade ”(Hannah
Arendt)'Neste capítulo,
procuramos
destacarcomo
o
Estado brasileirovem
cumprindo
suas reais funções e quais os meios
que
utiliza para mantera coesão
da
sociedade 'para manter suasoberania.
Procuramos
entendercomo
a luta políticano
Brasil, hoje, é tanto
uma
luta pelopoder
quanto
uma
lutaem tomo
do
signíficadoda
democracia,ou
seja,da
democraciacomo
um
valorgeral,
onde
sepossam
criar condiçõesque
permitam à sociedadeo
controledo
governo.O
Estado Brasileiro, talcomo
todas as formações sociais concretasda
contemporaneidade,
com
suas atividades de planejamento ede
regulamentaçãono
processode
acumulação
capitalista,vem
buscando
legitimar-se através dos aparelhosinstitucionais e
~
organizaçoes burocráticas, na
medida
em
que
representauma
das estratégias imprescindíveisque
visam
0
estabelecimentoda “ordem
socialӤDessa
forma, busca criar e manter estruturaspolíticas, ideológicas e culturais capazes
de
legitimá-lo, corporificandosuas ações sobretudo através
de mecanismos
de controle e reproduçãoda
forçade
trabalho.A
partir dessas estruturas éque
opoder
estatal se apóia e é exercidoem
suas diversas manifestações,o que
dessa fonna,tem
favorecido principalmente os interesses das classesdominantes.
Nesse
sentido,o
Estado toma-se parteda hegemonia
dessas classes, as quaisexpandem
seu controle sobre a totalidadeda
sociedadeno
contexto histórico-clássico de confiitosentre as classes sociais fimdamentais.
V
Assim
sendo,
o
Estado liberal burguês acaba por contribuir nacriação das
desigualdades sociais ao
mesmo
tempo que
-intervém nessamesma
realidade, deforma
acompensar
essas desigualdades.Segundo
OLIVEIRA
(1989: 25,26):“É através de múltiplas respostas setoriais
que _visam a administrar
crises econômico-sociais e políticas que esse mesmo Estado organiza
sua ação, de modo a penetrar o cotidiano de vida da população,
apresentando-se como protetor dos fracos, como o Estado-.Providência
que vela pela paz social e pela tranqüilidade pública.”
Desta
sorte,o
Estado Brasileiro,mesmo
representando os interesseshegemônicos da
burguesia, expressa seus interesses
de forma
contraditória.Por
um
lado, exclui as classesdominadas
(exclusãoeconômica
e politica) e por outro procura incluiressa
mesma
classe,-na
medida
em
que
é obrigado a garantir o atendimento das necessidades básicas e direitosda
força
de
trabalho,como
explicitao
Art.3° e 6°da
Constituição Federal de 1988:1
'Í'/1rI. 3° - (Â.`‹›1rsI1'!uem objetivos_/'undamenlais
da Republica Federativa
_ i
/
do Brasil:
1- construir
uma
sociedade livre, justa e solidária;II- garantir o desenvolvimento nacional;
III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
'
IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (..).
Art. 6° - São direitos sociais a
educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteçao à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição "_
Essa
contradição clássicano
capitalismo' monopolista ocorreem
função dastransformações
do
capital e sobretudoda
luta democrática dosmovimentos
sociais, dostrabalhadores e minorias oprimidas na ampliação e reconhecimento
de
seus direitos.Para esta tarefa o Estado
propõe
a regulamentação das relações sociais via a estruturadas políticas sociais públicas
que
desenvolve.Segundo
OLIVEIRA
(1988: 32):“Dessa forma, o Estado burguês, ao lado da exclusão econômica e
politica, deve garantir
uma
distribuiçao de beneficios e o atendimentoda fi›rça de trabalho, ainda que se contraponham a certos interesses do
capital. portanto,
um
Estado de alianças e de interessesconflitantes. .. "
Neste contexto, as políticas sociais públicas na sociedade capitalista são
utilizadas
pelas classes dominantes através
do
Estado,como
estratégiade
busca
de
equilibrio entre aordem
econômica
e social,onde 0 Estado
aparececomo
defensor das classes dominadase,
ao
mesmo
tempo
oculta e escamoteiaseus
reais interesses e sua vinculação à estruturaeconômica
e àacumulação do
capital.Mesmo
assim, as políticas sociais são canais possiveise
extremamente
necessários para a população carente ter acesso aos recursos e serviços oferecidos pelo capital,
até porque, historicamente, seu desenvolvimento sempre esteve impulsionado pelo
movimento
organizado dos trabalhadores na luta por melhores condições de vida e
de
trabalho.Às
vezes, osGovernos exercem
(através dos meios decomunicação
de massa) suamanipulação
em
proveito próprio, para obteremum
consenso quanto à política adotada.Essa
situação é facilitada
`
concedendo
sua exploração a titulo precário.Na
maioria das vezes, a concessão desses canais
apenas fortalece' os grupos
que
játêm
em
suasmãos
o poder
econômico
e político, servindo os meios de comunicação, principalmenteo
rádio e a televisão,como
intermediáriosentre as idéias,
valores e
comportamentos
desses grupos eo
restoda
população.
Sabe-se
que
num
pais continentalcomo
o
Brasil,com uma
populaçãode
quase 150 milhões
de
habitantes, a disputa pelo controle dos principais meios decomunicação de massa
éacirrada entre políticos, pois esses meios, além de garantir
o
acessoao
dinheiro, sãotambém
meios de garantir
o
poder
político ( dominio e controleda
informação).Segundo
pesquisa feita pela Folha deSão
Paulo (14/05/95),de
um
total de
513
deputados federais, 83
são
sóciosou
pertencem a famílias sóciasde
emissorasde
TV
ou
rádio,ou
seja, 01 D
(1) Maiores detalhes, ver
TCC
de Maria C. Hatz.
em
cadaO6
parlamentares está vinculado aum
meio
decomunicação de
massa. “ Essesdados
sereferem apenas à realidade visível,
comprovados
por dadosdo
govemo
e por-infomiações
dos
próprios. parlamentares.
A
bancadapode
ser maior.Há
políticos
no
comando
-demeios de
comunicação
em
todo o país,mas
0 fenômeno
é mais acentuadono
Nordeste onde,na
maioriados Estados, as afiliadas
da
redeGlobo
estãonasmãos
da
elite política.”
~
A
revista Veja (OI/1 1/95) mostra dados mais recentes sobre as concessões de
rádio e
TV
por parte dos políticos:“- Das 302
televisões comerciais existentes no país, 94 pertencem a políticos ou ex-políticos. i H
- Das 2908 rádios, 1169
pertencem a p‹›1íticos ou ex-políticos.
Dos 594 parlamentares, 130 têm
uma
concessao de rádio ou Tl/Ç ou- () campeão de concessões no
congresso e' 0 PFL. Sua bancada tem 115
parlamentares, e 44 deles têm 114 rádios e 17 emissoras de TV. Fora do Congresso, o PFL também é recordista.
Os
políticos locais filiados aopartido detém outras J 96 rádios e 18 emissoras de
TV
- Dos 27 governadores,
doze têm concessão de rádio ou Tl/Í _
- Das 20 afiliadas da rede
Globo no nordeste, 17 estão sob o controle de
políticos. '
- Sarney tinha. 12
ministros donos de rádio ou TV. Collor tinha dois.
Itamar, 4. Fernando Ii; Cardoso, 2 : José Eduardo Andrade Vieira e Pelé.
Sabe-se, pois
que
osavanços do mercado
influenciam fortemente asdecisões políticas, assim o
que
estáem
jogo
é a consagraçãode
critérios comerciaisna
política, a qualtomou-se
altamente competitiva e cara igualando-se aomundo
dos negócios, dessa
fonna o
neoliberalismo substitui a política pelo
mercado
como
instânciamáxima
de regulação social.Assim, 0 espaço público vai perdendo espaço para o âmbito
privado, concretizando-se desta
maneira a privatização dos serviços .públicos essenciais ao atendimento das -necessidades básicas
do
cidadão.Principalmente, através
do meio
televisivoem
que
impera a leida
imagem
politica,
o
Estado, “detentorda
cultura”, projeta nos telespectadores ahomogeneização
nas formasde
pensar dos indivíduos desencantado-os da necessidade
de
representaçãocoletiva e de
um
regimedemocrático. Neste sentido,
SOUZA
(1988:36, 37) nos esclarece que:“A forma de controle
.social talvez mais eficiente na sociedade moderna
é a informação.
Num
país continental como o Brasil, o Estado tem sobseu controle
uma
fantástica rede nacional de informações ( TV, rádios, jornais, revistas) (..).O
Estado, por outro lado, é produtor exclusivo e sem. controle por parte da sociedade de informações econômicasregime, passa pela democratização de todas as agências e
instituições,
civis e militares, estatais e privadas que produzem a iriformação, dado
que informação é poder e produzir informações é produzir as condições
de existência e exercício do poder político.”
Sabe-se
que
na prática, para a concessão de canaisde
TV
e rádio, as pessoas são
indicadas por políticos “de peso”e a renovação para continuar funcionando
depende do
Govemo
Federal.
Com
isso, osdonos
ficam
dependentesda
“simpatia”do
govemo,
o que
garante,de
saída,
uma
redede
apoio antecipado a qualquermedida do
mesmo.
Desta forma, os interesses dasclasses dominantes
predominam
sobre os interesses dostrabalhadores e
da
populaçãoque não
tem
acessoao
controle dos meiosde comunicação
pelofato destenão
ser democratizado,assim,
0
Estadodomina 0
acesso e a informação, a qual, por sua vez,domina
os indivíduos atravésda
ideologia
que
é passada, ouseja, a ideologia dominante.1.2.
Conjuntura
no
país a partirda Década
de 80
Em
linhas gerais, apenasde
forma introdutória,ao tomarmos
a caracterizaçãodo
Estado
a
partirdo
seu 'papel político-ideológicode
produtor e reprodutor dadominação
burguesa,
poderemos compreender
com
mais precisãocomo, no
Brasil, a partir
do
processode
redemocratização
do
país, vividocom
ofim
do
regime militar, a questãoda
publicização esocialização
da
informação, nos mais diferentesníveis, se revelade
vitalimportância para aluta,
organização e mobilização
da
sociedade civilem
defesa dos direitos de cidadania para todos.Este é
o
eixo central das argumentações desteTCC.
A
década de80
inicioucom
grandes transformações na conjunturaeconômica
nacional, caracterizando-se por profirndas
mudanças
e alterações na economia,política, cultura,
enfim,
em
toda a estrutura social brasileira.A
implementaçãoda
“Nova
República”,com
aeleição
do
primeiro presidente civil pelo colégio eleitoral, ainda,em
20
anos de regimeprosseguimento
ao
processode
redemocratizaçãoonde
a sociedade civil mobilizou-seintensamente para conseguir eleições diretas para Presidente (Diretas já).
A
abertura politica deu-se
também
com
a conquistado
direito à pluralidade partidária, anistia,fim
da
censura,
em
suma
com
al derrotada
ditadura militar.Esse
períodode
transição política favoreceu
o
desenvolvimentode
políticas que,por
um
lado, fortaleceram a atuaçãoda
sociedade civil para a construção
da
democracia, através de novas formas de participação popular
e, filndamentalmente, para a
reorganização dos
movimentos
sociais.Por
outro lado, a políticado
governo adotada nessadécada
resultouem
recessão, demissõesem
massa, elevação das taxasde desemprego, achatamento salarial, índices inflacionários crescentes, estrangulamento
da economia
nacional pelo endividamento extemo, sendo
que o
reflexoV dessa crise
aumentou
a situaçãode
miserabilidade
da
maioriada
população e gerouo
descréditodo
povo
com
relação aos planoseconômicos do
govemo
para a estabilizaçãoda
economia, por exemplo, o Plano Cruzado.Construímos, então, a
nova
Carta Constitucionalde
1988, a 'qual ampliousignificativamente os direitos sociais dos trabalhadores
com
a
redução
da
jomada
de
trabalho,extensão de direitos aos trabalhadores rurais iguais aos
dos
trabalhadores urbanos, licençamaternidade de 4 meses, licença patemidade, universalização
da
seguridade socialcom
a inclusãoda
Assistência Socialcomo
direitodo
cidadão e política públicade
responsabilidadedo
Estado, juntamente
com
a saúde e a Previdência..Enfim,
todas essasmudanças
refletiramum
periodobastante conturbado e
de
muita lutada
sociedade brasileira.Porém, o
ônus daeconomia
recaiupesadamente sobre a classe trabalhadora, a qual sente-se
desamparada
esem
rumo. 'Nessa época,o
modelo
de
desenvolvimentoeconômico
começa
a sofrer grandes dificuldadescom
a deterioração das finanças públicas causadas principalmente pela divida externa e interna
do
país.O
desenvolvimento ea
implementaçãode
políticasque visavam
buscarum
novo
padrão para o crescimento priorizaram apenasum
apressado processode
desestatizaçãodo
Estado(Reforma do
setor público). Através de leis, decretos, portarias, criam-se
programas
de desestatizaçãoque
controle
do
governo federal, priorizando destaforma
a redução dos'gastos públicos através
de
privatiz_açõesÇ
Segundo Magalhães
(1993:` 35): '“Apesar das inúmeras divergências reinantes sobre as condições e o
modo
como o programa de privatização brasileiro vem sendo conduzido,\
o Estado Brasileiro assumiu o discurso de Estado “modernizador” e
"privatizador”. Entretanto, esse papel não fiai justificado
nem
discutido~
com a sociedade, recorrendo, assim, às nossas velhas tradições
formalistas de origem luso-brasileira. ”
Desta
fonna, cabe aqui colocar-que aonda
neoliberalno
paíscomeça
atomar
vulto jána
décadade 80 no
Govemo
Samey,
passa pelos governos Collor e Itamar e se intensificano
govemo
atual,Femando
Henrique Cardoso.No
finaldos
anos80
grandesmudanças
ocorrem, sendoque
na década de90
começa
um
verdadeirodesmonte
das estataiscom
um
sucateamentodesumano
nas áreasda
saúde,da
educação
eda
assistência social.Em
contrapartida,movimentos
sociais,no
inicio, vistos
como
novos
atores da transfonnação social, sofiremuma
grave crise de mobilização e identidade eperdem
seu poder de contestação, eem
conseqüência, o seu potencial político sofre refluxo Ve desgastes intensos.As
idéias liberaiscomeçam
a reocupar espaços.Segundo
GOHN
'(1991: 16):
“Ao final dos anos 80 grandes alterações começam a
ocorrer. /l crise econômica se acelera com indices explosivos de injlaçao. Planos e
planos são elaborados retardando o problema.
A
questão da dívida nãose equacionaj
O
.Estado começa a dar grande guinada para oneoliberalismo: retirar-se da economia, enquanto execução direta, sem retirar-'se do planejamento e do controle dessa mesma
economia.
O
desmonte dos aparelhos estatais atingem os setores sociais de forma
fulminante: a educação e a saúde pública atingem formas de
calamidade.
O
problema das moradias exarceba~se de forma*
poupança para a auto construçao, nao há mais espaços para novos
barracos nas favelas. '”
Com
a democracia “restabelecida” tivemos eleição direta e possedo novo
Presidente
da
República (Femando
Collorde
Melo).O
discursodo governo
fazcom
que
as privatizações seinsiram
no
âmbito das reformas estruturaisdo
país(Programa
Nacionalde
Desestatização).Assim,
com
o
então “Plano Collor”, o qual gerou mais desemprego, agravando a criseeconômica
e a recessão, favorecendo desta forma, a perpetuação de
um
modelo econômico
falido, altamente concentrador de riquezas.A
situação foi se complicando etomando-se
cada vez mais dificil paraa sociedade: a sobrevivência da população empobrecida revelando-se
uma
luta árdua e diária;
Os
índices inflacionánbs altos, a corrupção
no
Congresso Nacional e a faltade
seriedade
do governo
em
administrar o país, levaram opovo
às ruas, exigindo a saídado
Presidente.Ocorre o
“impeachment” de
Collor.Em
seu lugar,assume o
vice: Itamar Franco,que
através de sua equipe
de govemo,
cria maisum
planode
estabilizaçãoeconômica
(cruzeiro,URV).
Nesse
período (1994) inicia-seo
processode
revisão constitucional,que
objetiva
contraditoriamente adequar a 'Lei
'Magna
aos interessesconjunturais
do
govemo
e planos econômicos.Com
as novas eleições para presidência da república assume' FernandoHenrique
Cardoso
-FHC
paragovemar
o paísem
1°de dezembro de
1995,0
qualdá
continuidade aoprojeto neoliberal _e
ao
processoda
reforma constitucional.Essa
prática, reforçadadesde a
queda
do
socialismo real, traz propostas antidemocráticas,apregoando que
a democracia leva .à
ingovemabilidade pelo excesso de participação_ social pelo
aumento da
demanda
social
que
produz, além
da
baixa capacidade de respostas à essademanda,
gerandouma
paralisia decisóriados govemantes. Desta forma, percebe-se a centralização de poder
na
esferaexecutiva,
usurpando tarefas
que
são prerrogativas principaisdo
Legislativo,como
por exemplo,a
terceirizações
de
serviços públicos, através deaumentos de
combustíveis, energia elétrica etelecomunicações, lesando desta forma,
o
bolso dos contribuintes,que
objetivasomente
transferirpara
o monopólio
privado setores estratégicos da nossaeconomia
a título de reduçãoda
dívidapública. '
~ ~
A
retiradado
Estado de suas funçoes básicascomo
saúde, educaçao, saneamento,
habitação, transporte, previdência social e privada, entre outras, para
que
sejam executadaspela
\
_
iniciativa privada,
tem
apenas, agravado e aprofundado as mazelas sociais,aumentando
adependência e a proliferação
da
pobreza.Essas
mudanças
conjunturais,que
orientam as posiçõesdo
atual governo, cada vez
mais está evidenciando sua face de excludência e
descompromisso
com
a democracia popular.Cada
vez mais évedado o
acesso às condições básicasde
cidadania previstona Constituição e
que o
Estadotem
a obrigaçãode
cumpri-lo.Segundo
o Jornaldo SINTUFSC-outubro/95,
a refomia administrativado governo
não
só pretende privatizar as empresas públicas e os serviços essenciaiscomo
também
queracabar
com
a isonomia salarial dos servidores públicos, sequer implantada,prevista pela Carta
de
88, e
que
garantiria salários iguais para cargos equivalentes nos três poderes; e porfim,
acabarcom
0Regime
Jurídico Único.O
governo
poderia contratar funcionários regidos pelaCLT, ou
deixaria
que
cada órgão definisse seu próprioRegime
Juridico, ferindo frontalmente a
Constituição. Está para ser retirado
também
dos servidores o direito à inedutibilidade dos saláriosque
a Lei 'garante' atualmente.Com
isso,o
governopode
reduzir salários
de
categorias e atéde
servidores isoladamente. Outra proposta equívoca, refere-se à criação
de
tetospara pensões e
aposentadorias cujos valores sejam maiores
do que
os dos servidores na ativa.Na
prática, os
inativos e pensionistas terão reduzidos os beneficios equivalentes ao salário conquistado ao longo
da
carreira.O
governo poderá demitir servidores para reduzirgastos, por considerar
o
fimcionário ineficiente,
ou
colocá-lo à disposição,com
salário proporcional aotempo de
serviço..Na verdade o projeto neoliberal é /ieoconservador
(.._) trata de operara
substituição de categorias, conceitos e noções através das quais se
pode
nomear a sociedade e o mundo, como por exemplo, democracia, justiça
social, igualdadezfklesigualdade, justiça/injttstiça. lim seu lugar, o
discurso neoliberal introduz outras categorias e conceitos que tendem a homogeneizar-se, como por exemplo, qualidade
to/al, produtividade, competitividade, mercado, reengenharia,
responsabilidade
co›npart¡'1h_ada,. modernidade, terceirização,
reconversão, entre outras que de forma sub-reptícia, vão dominando os discursos da atualidade
Hoje,
no
mundo
contemporâneo, anova
ordem
mundial (domercado)
centra-sena
regionalização e globalização. Essa
nova
ordem
mundial caracteriza as relaçõesentre os países
por
uma
profunda desigualdade.Os
países periféricos,no
desafio deajustarem-se a essa
nova
ordem,
buscam
estratégias de estabilizaçãoda
economia, realizam reformas estruturais eprocuram
retomar os investimentos estrangeiros para alavancar0 desenvolvimento.
.
No
casoda América
Latina e conseqüentemente
do
Brasil, isso significa a submissãodo
govemo
às políticasde
ajuste ede
modemização
preconizadas peloBanco
Mundial e peloFundo
Monetário
lntemacional, traduzidosno Consenso de
Washington.A
ilusãodo
capitalismo neoliberal está levandoo
govemo
a implementar
algumas
tímidas e equívocas estratégias de resolução dos grandes problemas
da
sociedade, colocando anecessidade
de
um
Estadomínimo
paraque
as forças demercado possam
desencadear o desenvolvimentodo
país. Concretamente,nenhuma
iniciativa verdadeiramenteeficaz foi
implementada, basta
examinannos
a ausência eo
imobilismo de propostas e açõesno
campo
da
saúde, educação e reforma agrária.
Desta forma, a equipe
do
govemo,
em nome
da eficiência, daeconomia
de recursos edo combate
à.cormpção,
estápromovendo
um
verdadeirodesmonte do
patrimônio público,Mas,
paracompreendermos
melhor o .que é o neoliberalismo, precisamos entenderum
pouco da
história.Nesse
sentido, citaremos algumas colocaçõesde
AMORIM
(1993: 4.I,42,43):“O liberalismo nasce da contestação burguesa ao
absolutismo, isto é, na
decisão dos súditos de controlar o poder despótico do rei (..). Pode-se
afirmar, com efeito, que o aparecimento da doutrina liberal coincide
com o surgimento do Estado moderno (..), com a revoluçao socialista
surge
uma
nova forma de organização da sociedade, conhecida comosocialismoreal (..) ao espalhar o-medo do “comunismo junto aos
capitalistas, acaba por reprimir o mfanço do liberalismo. Tal realidade
determina o surgimento de
uma
modalidade de capitalismo que seconhece por Welfare State (estado de bem-estar) o qual notabilizou-se
pela institucionalizaçao dos direitos sociais e consequenlemente,
diminuição das `
desigualdades sociais. /lssim, os capitalistas
promoveram
uma
sociedade de forma que valesse a pena a seus povos fiente ao socialismo existente. liste modelo é também denominado Social _l)emocra‹;ia. Este tipo de organização do Estado moderno, queconjuga
uma
economia de mercado com uma pitada de socialismoentrou em crise, já na década de 70. A ampliação do Estado para' fazer frente às demandas sociais
em
função da jerocidade do mercado, atiçaos liberais, que acusam os saciais-demoera/as de violarem o principio
do Es/ado minimo e de lerem dado vida a
um
.Estado que não conseguemais cumprir a própria fiinção, que é a de governar.
Tanto
o liberalismo, quanto o neoliberalismopossuem
uma mesma
base teórica.,ou
seja,
ambos advogam
a necessidadede
um
Estado mínimo, porém, e' interessantefrisar
que
embora pareçam
semelhantes, a proposta liberal busca limitar o Estado Aiistocrático Absolutista,aumentando
conjuntamente a igualdade dos indivíduos perante os poderes públicos, enquantoque, a proposta neoliberal, pretende limitar a intervenção
do
Estado de Bem~estar, reduzindoaintervenção
do
Estado na economia. e consequentemente a reduçãodo
gasto socialno que
tange“A tese liberal de ingavernabilidade está
presa a
um
só pensamento:manter as taxas de lucros
em
crescimento.Numa
economia que sez
glabaliza e exige competitividade, o gravame das tributos de cunho
social, para manter- o Estado de bem estar, inviabiliza o ,projeta
liberal/capitalista. (,..)
Na
ótica liberal, a redução das desigualdadessociais tem
um
preço que onera o sistema produtor de mercadorias e 0inviabiliza dentro da lógica do mercaflo globalizado. () espaço publico
¡ e
.
tem que ser restringido, para conter as novas demandas. Este e 0 ponto
crucial e que marca o aparecimento de
um
“nova liberalismo ou"neoliberalismo (.._)
Daí
as propostas de reforma constitucionaldo governo
FHC
que,no
bojodo
projetoglobal das reformas neoliberais visa restringir beneficios sociais,
como
porexemplo da
Previdência Social caracterizando-se pelo
enxugamento
damáquina
pública, reduzindo as
políticas sociais públicas e retirando direitos dos trabalhadores adquiridos
na Contituição Federal
ao longo de suas conquistas.
“Por neoliberalismo se entende, hoje pr_ineipa/mente,
uma
doutrina
econômica,
em
e‹›ns'e‹¡iiênc:ia da qual o liberalismo político é apenasum
modo a'e realização, nem sempre necessário;
ou
em
outros termos,uma
defesa intransigente da liberdade econômica, da qual a liberdade poli tica e' apenas
um
corolário:(L.._).
Dessa
forma, osgovemos
neoliberaisadotam
procedimentos “politicamente”autoritários, baseados na desregulamentação dos mercados,
abertura comercial e financeira e a
redução
do tamanho
edo
papeldo
Estado, retirandode
sua responsabilidade a extensãodos
beneflcios sociais, favorecendo assim, os interesses das classes dominantes, através
da
Quanto
a essa última questão, aComissão
de Constituiçãoe Justiça da
Câmara
aprovou
nodia
27/10/95, o artigo da reformaadministrativa
que
acabacom
a estabilidade dosatuais servidores públicos (esse dispositivo é de
autoria
do
ministro da Administração CarlosBresser Pereira), permitindo a demissão por excesso de pessoal, contenção de despesa (redução
da
folhade pagamento) ou
incompetência.Também
ficou
estabelecido
que
a folha salarial dosservidores
não
poderá superar60%
da receita da União, Estado e Município.Um
aposentado
não
poderá receber mais
que
um
servidor na ativa, assim, acaba-secom uma
sériede
beneficios evantagens dos servidores públicos
do
país, além disso,ninguém
poderá ganhar mais
que
opresidente da República, ou, seja mais de 8.500 reais.
Segundo
a revistaVEJA
(01/l 1/95):
“
Ca1cula~se que entre 230 000, I milhão de fimcíonários poderão ir
A para a
guilhotina...”
Como
se vê, essas medidas trarãomudanças
muito profiindas na vida dos sen/idorespúblicos. Por
um
lado, a reformapode
acabarcom
uma
sériede
vícios e regaliasdo
fimcionalismopúblico (mordomias, “marajazismo”). Por outro, acabará
com uma
série de direitos adquiridos ao
lon o das lutas dos trabalhadores direitoscomo estabilidade,
o ue
trará sériasconse üências
8
para
o
lado social se milharesde
trabalhadores forem demitidos injustamente, poispoderá
haverperseguições políticas dentro
do
funcionalismo. Enfim, teremos sériosproblemas
no que
dizrespeito aos sen/iços públicos, pois
sabemos que
na prática,não
éo excesso de pessoal
que
dificulta os serviços,
mas
sim a faltade
mais funcionários, a falta de investimentosdo governo na
qualificação dos servidores, na melhoria das condições de trabalho e por
que
não salarial, na faltade
infra-estrutura, recursos e equipamentos, etc; ^Se
uma
minoria corrupta está atrapalhandoo
bom
andamento
dos serviços públicos, éela
que
deve “cair fora” e não os trabalhadores honestosque
trabalhamcom
.
E
também
dentro desse contexto
que
hápoucos
investimentosdo
Estado noshospitais, fóruns, serviços odontológicos, etc, e nas Universidades
públicas, as quais, além
do
ensino,
também
prestam outros serviços essenciais gratuitos àsociedade.
Devemos,
pois, estar atentos para essa questão, porque ela é bastante polêmica.Há
osque defendem
essas medidas, há osque
são contra elas; porém,devemos
cuidar paraque
areforma administrativa, realmente crie condições para a valorização das
carreiras, para
uma
melhor remuneração e acabecom
as diferenças salariais gritantes entre os trabalhadores etambém
acabe
com
os abusos e privilégios dos “espertalhões”.Tratando-se especificamente da
UFSC
enquanto órgãodo
'Estadoque
além de prestarensino superior público e gratuito,
também
presta outros serviços gratuitos essenciaisà
comunidade,
como
por exemplo, o 'Hospital Universitário -HU
que
atende mais de 25mil
pessoas por inês,
com
sen/içomédico
e hospitalar gratuito, clínicasodontológicas para
aproximadamente
3 mil pessoas pormês
e ainda, a clínica psicológica, ofórum
judiciário e tantosoutros serviços oferecidos gratuitamente (ver capítulo 2), deverão certamente ficar inviabilizados.
_
Sendo
assim, aUFSC
no
desenvolvimento de suas atribuiçõespode
e deve garantir àsociedade
o
retorno de tudo aquiloque
é ensinadoou
pesquisado atravésde
projetos de extensão,
assumindo desta
forma
ocompromisso
de integrar-se cada vez mais a comunidade, despertandona
mesma
a necessidade de organizar-se politicamente para defender a Universidade pública egratuita, pois
quem
paga
os impostos utilizadosem
parte para manter a Universidade é a própria sociedade, e que, portanto,tem
o direito de usufruir dela e o dever de preserva-la.Devemos,
pois,lutar pela nossa liberdade e contra as medidas autoritárias
do
governono
quetangeàs
questõessociais e públicas.
A
UFSC
e o ensino públicoem
geral, tanto basicocomo
superior, éum
direitoque
foi conquistado pela sociedade brasileira, e o atual governo,
com
seu
jogo
político e interessesparticularistas, ao invés de melhorar a qualidade de seus serviços à
população, está querendo
anos pelos trabalhadores.
O
govemoi
FHC
vem
acabando
com
todas as conquistassociais,
moldando, cada vez mais,
o
Estadoao
seu projeto neoliberal.A
Leide
Diretrizes eBases/LDB
é parte integrante desse projeto de privatizaçãodo
Estado.Embora,
a educaçãocomo
direitode
todos .e dever
do
Estado tenha sido incorporadano
planojuridico
da
Constituição Federalde
1988, e reforçada
no
projeto daLDB
aprovado pelaCâmara
dos deputadosem
93,o
projetoem
tramitação para votaçãono
Congresso 'Nacionalnão
preserva os avançose
modificações
l
necessários a efetiva democratização e universalização
do
ensino públicono
país.Portanto, é preciso a presença, discussão, debate e mobilização
da
universidadeem
tomo
das questões Educação/Sociedade. Paraque
a comunidade,alunos, servidores docentes e
técnico administrativos
não
sejam ,vitimasdo jogo
políticodo
governo, precisam estar maisinfonnados e mais conscientes sobre a importância
do
papel socialda
UFSC
enquantoinstituição
pública, dos trabalhos e atividades desenvolvidos através
de
projetos sustentados peloensino,
pesquisa e extensão, para
que
osmembros
da
sociedadeem
geralassumam
uma
postura maiscrítica e
menos
preconceituosa quantoao
pensar e agir fiente' aos serviços públicoscomo
um' todo, etambém
percebam
claramenteque
a crise pela qualpassam
atualmente as universidades eos demais órgãos públicos é
o
reflexode
uma
crise mais geral porque
passa a sociedade, principalmente aque
mais nos afeta,que
é a crise econômica.Segundo
Welffort (1984: 130): “Seentendermos que
a
democracia,no
mundo
moderno, .só existe
com a
participaçãodos
trabalhadores,a
verdadeira lutapela democracia
começa
agora.Uma
democracia
moderna
éuma
democracia
na
quala
maioriado povo não
esteja confinada
na
condiçãode
cidadãosde
.segunda classe.Na
qual,portanto,
a
maioriado
povo
- enão
apenas
uma
minoria dentre eles -possa
vira
público “para dizera sua
própriaverdade ()
programa
de
uma
democracia
moderna no
país éo de
uma
'verdadeirarevolução. ”
Não
é por acaso,que
a perspectiva neoliberal brasileira busca intemacionalizar aeconomia, principalmente, através da troca de títulos e divida extema,