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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NA SERRA DA MERUOCA, CEARÁ, NO PERÍODO DE 2001 A 2012

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE

TEGUMENTAR AMERICANA NA SERRA DA MERUOCA, CEARÁ,

NO PERÍODO DE 2001 A 2012

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF AMERICAN CUTANEOUS LEISHMANIASIS IN THE SIERRA DA MERUOCA, CEARÁ, IN THE PERIOD FROM 2001 TO 2012

Dalílian Antoniete dos Santos Oliveira 1

Marlene Feliciano Figueiredo 2

Petrônio Emanuel Timbó Braga 2

RESUMO

A

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, crônica, não contagiosa e de manifestação cutânea, causada pelo protozoário do gênero Leishmania, sendo uma zoonose comum ao homem e animais e problema de saúde pública em vários países. No Brasil está amplamente distribuída com registro de casos em todas as regiões, tendo o estado do Ceará um dos estados do Nordeste onde mais ocorre a doença, sendo uma importante patologia. O estudo teve como objetivo apresentar o perfil epidemiológico dos casos de LTA nos municípios de Alcântaras e Meruoca, na Serra da Meruoca, no período de 2001 a 2012, a partir de dados coletados no SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação/MS-Ministério da Saúde, de forma a contribuir para a melhoria das informações disponibilizadas da doença no estado. Observou-se que os maiores números de casos da doença ocorrem entre indivíduos da raça parda, com faixa etária entre 20 e 65 anos. A maioria da população acometida em Alcântaras foi feminina, enquanto que em Meruoca foi masculina, ocorrendo neste município 3 casos de óbitos. Os casos notificados, em sua maioria, na forma cutânea foram tidos como casos novos e a maioria em Alcântaras evoluiu para a cura.

Palavras-chave: Zoonose; Vigilância Epidemiológica; Saúde Pública.

ABSTRACT

A

merican TegumentaryLeishmaniasis (ATL) is a chronic, non-contagious, infectious disease of cutaneous nature, caused by the protozoa of the genus Leishmania, being commonly transmitted to men and animals and a public health problem in several countries.In Brazil, it is widely distributed with cases registered in all regions, with the state of Ceará, being one of the states in the Northeast where the disease is most prevalent, representing an important pathology.The study had as objective to present the epidemiologicalprofile of ATL cases in the municipalities of AlcântarasandMeruoca in the sierra da Meruoca, in the period from 2001 to 2012, in data collected from the Notifiable Diseases Information System (NDIS) / Ministry of Health (MH), in a manner to contribute to the improvement of information available on the disease in the state.It was observed that the largest number of cases occurred among brown-skinned individuals, aged between 20 and 65 years. The majority of the population affectedin Alcântaraswas female, while in Meruoca it was male, with 3 cases of death registered in this municipality. The notified cases, in their majority, of cutaneous nature were considered as new cases and most in Alcântaras evolved to cure.

Key-words:Zoonoses; Epidemiological Surveillance; Public Health.

1. Graduanda em Ciências Biológicas, Campus da Betânia, Universidade Estadual Vale do Acaraú –UVA, Sobral, Ceará. 2. Professor Doutor, Curso de Ciências Biológicas, UVA, Sobral, Ceará.

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INTRODUÇÃO

As leishmanioses são antropozoonoses consideradas um grande problema de saúde pública, representando um complexo de doenças com importante espectro clínico e diversidade epidemiológica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco com registro aproximado de dois milhões

de novos casos das diferentes formas clínicas ao ano1.

Por se tratar de um complexo grupo de doenças devido às diferenças e pecularidades de suas características clínicas e epidemiológicas, foram separadas em dois grupos: Leishmaniose Visceral (LV), também conhecida como calazar, e a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), que recebe este nome por afetar principalmente a estrutura da pele e

das mucosas2. Como se trata de uma doença crônica, pode

se apresentar inaparente ao longo de anos ou evoluir para o surgimento de lesões cutâneas, localizadas geralmente em

áreas mais expostas do corpo, como os membros3.

É a LTA também conhecida como leishmaniose

mucocutânea, úlcera de Bauru, ferida brava, etc.4, sendo

uma doença infecciosa e não contagiosa causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. Primariamente, é uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o ser humano, o qual pode ser envolvido secundariamente. A Leishmania é pertencente à família Trypanosomatidae, parasito intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com duas formas principais: uma flagelada ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor, e outra aflagelada ou amastigota, observada nos tecidos dos

hospedeiros vertebrados1.

Há, no Brasil, sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos da doença, sendo as mais importantes:

Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e L.(V.) braziliensis5, sendo que o modo de transmissão dar-se pela picada de flebotomíneos, fêmeas infectadas, não havendo transmissão de pessoa a pessoa com as principais espécies envolvidas na transmissão a L.

whitmani, L. intermedia, L. umbratilis, L. wellcomei, L. flaviscutellata, e L. migonei 1. O período de incubação da doença no homem é, em média, de 2 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (2 anos)4.

Tem a LTA como vetores insetos denominados flebotomíneos, pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros, e que, primariamente, é uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o ser humano, o qual pode

ser envolvido secundariamente1.

A LTA constitui um problema de saúde publica em 88 países, distribuídos em quatro continentes, Américas, Europa, África e Ásia, com registro anual de 1 a 1,5 milhões de casos, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das seis mais importantes doenças infecciosas pelo seu alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades1.

No Brasil é uma das afecções dermatológicas que mais merece atenção devido a sua magnitude, assim como pelo risco de ocorrência de deformidades que pode produzir no ser humano, e também pelo envolvimento psicológico, com reflexos no campo social e econômico, uma vez que, na maioria dos casos, pode ser considerada uma doença ocupacional. Apresenta ampla distribuição com registro de

casos em todas as regiões brasileiras1, sendo um dos países

com maior número de casos de Leishmaniose Tegumentar em todo o mundo. Somente no ano de 2012, foram 25.647 casos

da doença notificados em todas as unidades federativas6. Os

casos notificados no país, somados aos da Arábia Saudita, Irã, Peru e Síria, representam 90% de todos os casos no

mundo7. Atualmente, a doença encontra-se em franca

expansão geográfica no Brasil, sendo confirmada autoctonia

em todas as unidades federativas1.

No estado do Ceará, a leishmaniose tegumentar é citada

como um importante problema de saúde pública8 e segundo

dados do Ministério da Saúde é um dos estados do Nordeste onde mais ocorre a doença, sendo que somente no período de 2001 a 2012 foram notificados 17.715 casos de LTA de um total de 318.184 em todo o Brasil, com registro de casos

confirmados de óbitos nos últimos anos6. No Cariri cearense,

é uma importante patologia, comportando-se de forma

endêmica e com características9.

Sendo esta uma doença de notificação compulsória, todo caso efetivamente confirmado deve ser notificado por intermédio da ficha de investigação, padronizada pelo Ministério da Saúde, ao Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) pelos serviços de saúde públicos,

privados ou filantrópicos10. Portanto, teve este estudo como

objetivo apresentar o perfil epidemiológico dos casos de

As leishmanioses

são antropozoonoses

consideradas um grande

problema de saúde

pública, representando

um complexo de

doenças com importante

(3)

Leishmaniose Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Alcântaras e Meruoca, no Ceará, no período de 2001 a 2012, a partir de dados coletados no SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação/MS-Ministério da Saúde, de forma a contribuir para a melhoria das informações disponibilizadas da doença no estado do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS

Para este estudo de caráter descritivo quantitativo, utilizou-se os dados disponíveis no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN), do Ministério da Saúde, disponibilizados para consulta pública pelo portal eletrônico. Para análise, foram considerados apenas os dados relacionados aos municípios de Alcântaras e Meruoca, localizados na Serra da Meruoca, no norte do estado do Ceará, nas proximidades do médio curso do rio Acaraú, distando aproximadamente a 230 km de Fortaleza, capital do estado. A serra está inserida no domínio dos escudos e maciços antigos compostos de

litotipos datados do Pré- Cambriano11.

O município de Alcântaras apresenta uma população

estimada de 10.270 hab. (2007), com área de 138,598 km2,

o clima é tropical quente semiárido brando e tropical quente úmido com chuvas de janeiro a maio, sua vegetação é a caatinga arbustiva aberta, floresta subperenifólia tropical pluvionebular e floresta subcaducifólia tropical pluvial. O município de Meruoca com uma população estimada de

12.148 habitantes (2007), área de 144,94 km2, o clima é

tropical quente semiárido brando e tropical quente subúmido com chuvas de janeiro a maio, sua vegetação é a caatinga arbustiva aberta, floresta subcaducifólia tropical pluvial e

floresta subperenifólia tropical pluvio-nebular12.

As principais variáveis obtidas para as informações epidemiológicas foram faixa etária, sexo, escolaridade, raça dos pacientes, evolução do caso, de modo a definir o perfil epidemiológico e discutir a incidência dos casos nos municípios de Alcântaras e Meuroca, no período de 2001 a 2010. O SINAN é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS n. 104, de 25 de janeiro de 2011), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado

de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo6.

Os dados foram tabulados no período de setembro a novembro de 2013 e analisados por intermédio de procedimentos da estatística descritiva, através do cálculo das frequências relativas das respostas dadas, sendo os resultados apresentados em porcentagens na forma de gráficos, com o auxílio do software Microsotf Office Excel 2007 (Versão Windows 7). Os dados de 2001 a 2005

correspondem aos casos validados pela Gerência Técnica de Leishmanioses/CGDT/DEVEP/SVS/MS. Dados de 2007, 2008, 2009 foram atualizados em 12/05/2009, 26/03/2010 e 01/08/2011, respectivamente. Já os dados de 2010, 2011 e

2012 foram atualizados em 01/08/20136.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de janeiro de 2001 a dezembro de 2012, de acordo com os dados obtidos pelo SINAN, foram registrados 505 casos na Serra da Meruoca, tendo predominância no município de Meruoca, com 492 casos (97,43%), e Alcântaras, com apenas 13 casos notificados (2,57%). A distribuição dos casos de LTA não foi homogênea ao longo dos anos. O ano de 2001 destacou-se com o maior número de casos, 82 casos confirmados, e o ano de 2009 com o menor número de casos, ou seja, apenas 16 (Figura 1).

Figura 1 – Número de casos de Leishmaniose Tegumentar

Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

A LTA acometeu ambos os sexos nos municípios estudados, embora com uma divergência entre os acometidos pela doença. Para o município de Alcântaras, houve a predominância para os casos do sexo feminino (53,8%; n=7), enquanto, que no município de Meruoca o maior número de casos foi para o sexo masculino (53,5%; n=263) (Figura 2). Divergência no número de casos por sexo, também, ocorreram em estudo

As principais

variáveis obtidas

para as informações

epidemiológicas

foram faixa etária,

sexo, escolaridade,

raça dos pacientes,

(4)

realizado por Silva9 em que a LTA foi mais frequente no sexo masculino, nos municípios cearenses de Crato e Barbalha, e, em Juazeiro do Norte, predominaram casos do sexo feminino. Houve predominância da doença para o sexo masculino em outros estudos realizados em municípios brasileiros 13, 14, 15.

Figura 2 – Números em percentuais do sexo dos casos de

Leishmaniose Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

A LTA também ocorreu em todas as faixas etárias nos municípios serranos com a predominância dos casos em ambos os municípios, na faixa de 20 a 65 anos (69,2% e 50,2% para Alcântaras e Meruoca, respectivamente) (Figura 3). Padrão semelhante ao observado em outros municípios do estado e do país, isto é, o acometimento em todas as faixas etárias 2, 15..

Figura 3 – Números em percentuais da faixa etária dos casos

de Leishmaniose Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, acumulado no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

A doença atingiu todas as raças (branca, parda, preta, amarela e indígena), tendo predominância da raça parda para os municípios estudados, ou seja, 61,5% para Alcântaras (n=9) e 59,3% para Meruoca (n=247) (Figura 4). Resultados

semelhantes aos estudos realizados por Silva9 para os

municípios cearenses de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte e por Agostinho e Colaboradores realizados em Montes Claros,

MG15. Em Barbalha, no período de 2005 a 2010, Gonçalves e

Silva16 encontraram que 73% dos casos de LTA ocorrem em

indivíduos de cor preta, 17% em pardos e 10% em brancos.

Figura 4 – Números em percentuais de casos de Leishmaniose

Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, distribuídos por raça acumulado no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

Classicamente, a doença se manifesta sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa, esta última também conhecida como mucocutânea, que podem apresentar

diferentes manifestações clínicas1. A forma cutânea foi a que

mais atingiu a população dos municípios estudados, 92,3% para Alcântaras (n=12) e 94,1% para Meruoca (n=463) (Figura 5). Dados semelhantes foram encontrados em outros municípios brasileiros 9, 14, 15, 17, sendo, portanto, a leishmaniose cutânea no Brasil uma das afecções dermatológicas que merece mais atenção, com ampla distribuição em todas as regiões, sendo uma das preocupações o risco de surgimento posterior da forma mucosa, que pode ser desfigurante. Além disso, ainda existe o impacto psicológico que produz reflexos no campo

Classicamente, a doença

se manifesta sob duas

formas: leishmaniose

cutânea e leishmaniose

mucosa, esta última

também conhecida

como mucocutânea,

que podem

apresentar diferentes

manifestações clínicas.

(5)

social e econômico, uma vez que, na maioria dos casos, pode

ser considerada uma doença ocupacional 18.

Figura 5 – Números em percentuais dos casos de Leishmaniose

Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, distribuídos por tipo de entrada por notificações acumuladas no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

A úlcera típica de leishmaniose cutânea (LC) é indolor e costuma localizar-se em áreas expostas da pele; com formato arredondado ou ovalado medindo alguns milímetros até alguns centímetros; base eritematosa, infiltrada e de consistência firme; bordas bem delimitadas e elevadas; fundo avermelhado

e com granulações grosseiras 1. Medeiros e Roselino (1999),

citados por Cortez e colaboradores 13, ressaltam que alguns

fatores são associados ao desenvolvimento da forma cutânea, incluindo jovens e adultos do sexo masculino, em fase reprodutiva, predileção pela região distal da cartilagem nasal, que se deve ao fato de a baixa temperatura favorecer o desenvolvimento da leishmania.

No que se refere à evolução dos casos, observou-se que na maioria dos casos no município de Alcântaras deu-se a cura em 76,9% dos casos (n=8), ocorrendo um caso de mudança de diagnóstico e nenhum caso de óbito. Em Meruoca, o percentual de cura foi de 47,2% (n=232) e nenhuma mudança de diagnóstico (Figura 6).

Ocorreu ao longo deste período 3 casos de óbitos (n=2 no ano de 2001 e n=1 no ano de 2007). Em ambos os municípios não ocorreu transferência. Os casos notificados como ignorados e brancos apresentaram percentuais considerados altos para o município de Meruoca (52,2%, n=257) (Figura 6). O critério de cura é clínico e recomenda-se acompanhar o paciente por três meses consecutivos. Após a cura clínica, ele deve ser acompanhado até que se completem 12 meses do término do tratamento e, se possível, deve passar por uma

nova reavaliação após 24 meses 10.

Figura 6 – Evolução dos casos de Leishmaniose Tegumentar

Americana por notificações acumuladas nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, no período de 2001 a 2012.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

A maioria dos casos nos municípios estudados referiu-se a casos novos, ou seja, indivíduos que apresentam a doença pela primeira vez, 76,9% em Alcântaras (n=10) e 96,9% em Meruoca (n=477). Observou-se casos de reinfecção somente para o município de Meruoca (1,4%) (n=7) (Figura 7). Viana

e colaboradores15 também encontraram para o município de

Montes Claros, MG, uma reinfecção por leishmaniose em 2,24% dos pacientes.

Figura 7 – Distribuição percentual dos casos de Leishmaniose

Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Ceará, por notificações acumuladas no período de 2001 a 2012, de acordo com o tipo de entrada.

Fonte: SINANWEB/Ministério da Saúde, 2013.

CONCLUSÕES

Este estudo contribui para o conhecimento dos aspectos epidemiológicos dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca, Alcântaras e Meruoca, no período de 2001 a 2012, utilizando dados compilados do SINAN/Ministério da Saúde, contribuindo para um melhor conhecimento da doença.

No período analisado foram notificados 505 casos, dos quais a maioria ocorreu no município de Meruoca, entre

(6)

indivíduos da raça parda, na faixa etária de 20 a 65 anos, com a ocorrência de 3 casos de óbitos no município. Com relação ao sexo, prevaleceu o masculino em Meruoca e feminino em Alcântaras.

A forma cutânea foi a que mais atingiu a população dos municípios estudados e a maioria dos casos foi tida como novos, sendo que no município de Alcântara a maior parte evolui para a cura.

REFERÊNCIAS

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Figura 3 – Números em percentuais da faixa etária dos casos  de Leishmaniose Tegumentar Americana nos municípios da  Serra da Meruoca, Ceará, acumulado no período de 2001 a  2012.
Figura 5 – Números em percentuais dos casos de Leishmaniose  Tegumentar Americana nos municípios da Serra da Meruoca,  Ceará, distribuídos por tipo de entrada por notificações  acumuladas no período de 2001 a 2012.

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